Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Dilma Rousseff

Poder e Política na semana – 20 a 26.out.2014
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Fernando Rodrigues

Faltam 6 dias para o segundo turno das eleições. Dilma e Aécio fazem campanha pelo país e se enfrentam no debate da Globo.

Nesta 2ª feira, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, faz carreatas em Nova Iguaçu e Padre Miguel, de manhã, no Rio. À tarde, participa de comício em Itaquera, na zona leste de SP, acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À noite, comanda ato com intelectuais no Tuca, teatro da PUC-SP, acompanhada do vice-presidente Michel Temer. Na 3ª feira, Dilma e Lula fazem campanha no Recife. Na 4ª feira, Dilma e Lula comandam comício na Cinelândia, no Rio.

Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, faz campanha em Belo Horizonte e em Belém nesta 2ª feira. Na 3ª feira, Aécio pede votos em Campo Grande e Goiânia. Na 4ª feira, o tucano faz campanha em cidades mineiras. Na 5ª feira, Aécio deve ir ao Rio e pode se reunir com Romário, senador eleito pelo PSB, para receber seu apoio.

Dilma e Aécio também se encontram na 6ª feira, no debate presidencial organizado pela Rede Globo.

O Datafolha pode divulgar novas pesquisas presidenciais na 2ª feira e na 4ª feira. O Ibope, na 2ª feira e na 5ª feira. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (20.out.2014)
Dilma no Rio e em SP – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, faz carreatas em Nova Iguaçu e Padre Miguel, de manhã, no Rio. À tarde, participa de comício em Itaquera, na zona leste de SP, acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À noite, comanda ato com intelectuais no Tuca, teatro da PUC-SP, acompanhada do vice-presidente Michel Temer.

Aécio em Minas e Pará – Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, faz campanha em Belo Horizonte e em Belém.

Pesquisas – a partir desta data o Datafolha e o Ibope podem divulgar os resultados de novas pesquisas presidenciais. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Advogados no Rio – OAB promove a 22ª Conferência Nacional dos Advogados, no Rio de Janeiro. O vice-presidente Michel Temer, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, participam da abertura. O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, apresenta conferência sobre “Estado, Sociedade e Direito: diagnósticos e propostas para o Brasil”. O evento tem 16 mil inscritos e 250 palestrantes. Até 5ª feira (23.out.2014).

Dirceu em casa – advogados do ex-ministro José Dirceu pedem ao Supremo Tribunal Federal que autorize o petista a deixar o regime semiaberto para terminar de cumprir sua pena em prisão domiciliar.

Erro do IBGE – encerra o prazo de 30 dias para o governo federal concluir sindicância sobre o erro cometido pelo IBGE na divulgação da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) que indicou aumento na concentração de renda entre 2012 e 2013. Após a descoberta do erro, o IBGE informou que a concentração de renda havia caído no período. O prazo da sindicância pode ser prorrogado por mais 30 dias.

 

3ª feira (21.out.2014)
Dilma em Pernambuco – presidente Dilma Rousseff e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazem campanha no Recife.

Aécio no Centro-Oeste – Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, faz campanha em Campo Grande e Goiânia.

Trabalhadores agrícolas pró-Dilma – Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) planeja realizar ato em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) em apoio à reeleição de Dilma Rousseff.

Prisão de eleitores – a partir desta data, nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória.

Crise hídrica em SP – Assembleia Legislativa de SP sedia debate sobre a falta de água em São Paulo. Com Vicente Andreu, presidente da Agência Nacional de Águas, José Eduardo Ismael Lutti, promotor de Justiça do Meio Ambiente, e o vereador Laércio Benko (PHS), presidente da CPI da Sabesp na Câmara Municipal de SP.

Ditadura – Comissão Nacional da Verdade faz diligência na Base Naval de Ilhas das Flores, no Rio, acompanhada de ex-presos políticos. O local foi palco de tortura e mortes de opositores ao regime durante a ditadura.

Auditores reunidos – Instituto dos Auditores Internos do Brasil promove seu 35º congresso nacional. Mário Spinelli, controlador-geral da cidade de São Paulo, apresenta palestra sobre o combate à máfia dos fiscais do ISS. Em Goiânia.

Salário de aeroviários – Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo lança campanha salarial, com ato no saguão do Aeroporto de Congonhas. A categoria pede reajuste salarial de 11% nos salários e 20% de reajuste nos benefícios.

Inflação – IBGE divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15.

 

4ª feira (22.out.2014)
Dilma no Rio – presidente Dilma Rousseff e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizam comício na Cinelândia, no Rio.

Aécio em Minas – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em cidades mineiras.

Pesquisas – a partir desta data o Datafolha pode divulgar os resultados de nova pesquisa presidencial. Cabe ao instituto e ao contratante definir o dia e o horário da publicação.

Petrobras – CPI Mista da Petrobras ouve o atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, sucessor de Paulo Roberto Costa na estatal.

Serviços – IBGE divulga sua Pesquisa Mensal de Serviços.

 

5ª feira (23.out.2014)
Aécio no Rio – Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, deve fazer campanha no Rio e pode se reunir com Romário, senador eleito pelo PSB, para receber seu apoio.

Pesquisas – a partir desta data o Ibope pode divulgar os resultados de nova pesquisa presidencial. Cabe ao instituto e ao contratante definir o dia e o horário da publicação.

Comícios – último dia para a realização de comícios eleitorais.

Tesouro – Conselho Monetário Nacional reúne-se em Brasília.

Emprego – IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Emprego.

Indústria – FGV apresenta a prévia da Sondagem da Indústria.

Consumo – FGV divulga o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores e a Sondagem do Consumidor.

 

6ª feira (24.out.2014)
Debate presidencial – Globo promove o último debate presidencial entre Dilma Rousseff e Aécio Neves. Um dos blocos terá perguntas formuladas por eleitores indecisos selecionados pela emissora.

Folhapress

Propaganda eleitoral – último dia da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão e publicidade paga na imprensa escrita.

Caças suecos – governo brasileiro pretende assinar o contrato de aquisição de 36 caças Gripen NG, produzidos pela empresa sueca Saab, no valor estimado de US$ 4,5 bilhões.

 

Sábado (25.out.2014)
Fim da campanha – último dia para a propaganda eleitoral com alto-falantes ou amplificadores de som, distribuição de material gráfico e a realização de caminhada, carreata, passeata ou carro de som com divulgação de jingles e mensagens.

 

Domingo (26.out.2014)
Eleições – Brasil realiza segundo turno das eleições presidenciais e em 14 unidades da Federação.

Uruguai vota – país latino-americano vai às urnas escolher o novo presidente e votar para o Legislativo. Também será realizado um plebiscito sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.

Turquia vota – país realiza eleições para o Legislativo.

 

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Aécio vai à Justiça processar Dilma por injúria e difamação
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Fernando Rodrigues

Aecio-comercial-Dilma-18out2014b

Novo comercial da petista sugere que tucano tem “dificuldades em respeitar as mulheres”

O candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves, decidiu neste sábado (18.out.2014) processar sua adversária no segundo turno, Dilma Rousseff por “injúria e difamação”, segundo informou a assessoria do tucano.

A razão que levou Aécio a decidir processar Dilma foi o mais novo comercial da petista, que foi ao ar hoje. Trata-se de uma peça de 30 segundos no qual um locutor diz que “Aécio tem mostrado dificuldades em respeitar as mulheres”.

A campanha tucana também está entrando ainda hoje, neste sábado, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para requerer a retirado comercial dilmista do ar.

Eis, a seguir, o filme de 30 segundos no qual o marketing de Dilma escolhe cenas de Aécio falando de forma dura contra Luciana Genro (PSOL) e contra a própria petista, e termina perguntando se “você acha que um candidato a presidente pode agir desta maneira?”:

 

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Na TV, Dilma faz comercial sobre Aécio ter recusado teste do bafômetro
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Fernando Rodrigues

Filme vai ao ar menos de 24 horas depois que assunto foi abordado em debate

Demorou menos de 24 horas para que Dilma Rousseff colocasse no ar um comercial citando o episódio no qual Aécio Neves uma vez foi barrado numa blitz e se recusou a fazer o teste do bafômetro. O assunto foi abordado pela primeira vez pela presidente no debate organizado pelo UOL, SBT e rádio Jovem Pan na 5ª feira (16.out.2014).

O filme de 30 segundos, batizado de “O que será”, tem um locutor perguntando várias vezes “o que será que Aécio tem para esconder?”.

Uma das perguntas é assim:

“Aécio diz que combate os privilégios dos políticos, mas se recusou a fazer o bafômetro quando foi pego na blitz… O que será que Aécio tem para esconder?” (assista abaixo).

Esse caso do bafômetro ocorreu no Rio de Janeiro em 17.abr.2011. Na ocasião, Aécio era senador e o assunto teve breve repercussão na mídia. Na atual campanha, não havia sido mencionado nas propagandas de TV nem nos debates, até o encontro promovido por UOL, SBT e Jovem Pan.

Provocado pela presidente, Aécio respondeu que trazer o assunto ao debate era “desespero” e se disse arrependido de não ter feito o teste do bafômetro.

Segundo pesquisas internas do PT, cerca de 90% dos eleitores desconheciam o episódio envolvendo Aécio. A narrativa interna na campanha petista é que isso nada teria a ver com campanha negativa.

Eis o que o Blog ouviu: “Imagine nos Estados Unidos, se um candidato a presidente tivesse passado por algo assim? Seria noticiado por toda a mídia ou não? Os eleitores dos EUA tomariam conhecimento do caso? É isso o que estamos fazendo: dando o direito ao eleitor de saber a respeito de um fato, que não tem nada de inventado”.

A seguir, o roteiro do comercial:

Locutor: “O que será que Aécio tem para esconder?

Aécio diz que vai tomar medidas impopulares para equilibrar a economia, mas não diz quais são elas.

[pessoa coloca na mesa um papel onde está escrito “medidas impopulares”]

Aécio diz que vai enxugar a máquina pública, mas não diz quantas pessoas vai demitir.

[pessoa abre cartão onde está escrito “enxugar” e “demitir”]

Ele defende a meritocracia, mas, aos 25 anos, foi indicado pelo primo para a diretoria da Caixa.

[pessoa abre cartão onde está escrito “meritocracia” e “nepotismo”]

Aécio diz que combate os privilégios dos políticos, mas se recusou a fazer o bafômetro quando foi pego na blitz.

[pessoa alterna telas em um tablet onde está escrito “combater privilégios” e “desfrutar privilégios”]

O que será que Aécio tem para esconder?”

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Com poucos dias de campanha, tática do ataque vai prevalecer
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Fernando Rodrigues

Baixo nível ajuda a mostrar como está falido o modelo de campanha eleitoral no país

Debate-SBT-16out2014

É unânime a opinião de que o nível baixou nos debates entre os candidatos a presidente, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff. Foi o que se pode ler nos comentários nas redes sociais sobre o debate promovido por SBT, UOL e rádio Jovem Pan, nesta quinta-feira, 16.out.2014.

Mas são esses ataques que chamam a atenção dos eleitores. Até porque não há mais tempo de um candidato aparecer na TV e apresentar um plano revolucionário para a saúde ou para a educação.

E, convenhamos, a imensa maioria dos eleitores já sabe, em linhas gerais, como será um governo do PSDB ou do PT.

O que sobra para os candidatos é tentar falar sobre atributos pessoais de cada um –quase sempre, atacando.

Vai funcionar? Difícil saber. Mas é essa a tônica da campanha. É será assim até o final.

Talvez seja também um sinal bem claro de como está perto da falência o modelo brasileiro para a troca de ideias no processo eleitoral.

No 1º turno, uma enxurrada de candidatos que não têm importância interditam o debate.

No 2º turno, quando restam só 2 candidatos, não há tempo de campanha para expor propostas de maneira mais alentada.

Alguma coisa está bem errada. Nesse sentido, a eleição de 2014 está sendo didática ao expor como nunca o que não funciona no modelo eleitoral da jovem democracia do Brasil.

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Empate nas pesquisas exigirá mais agressividade das campanhas
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Fernando Rodrigues

O empate persistente entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas de intenção de voto vai exigir das duas campanhas um aprofundamento nos ataques mútuos.

Se cada um tem cerca de metade do eleitorado, como mostra o Datafolha, só vencerá de maneira mais folgada aquele que conseguir arrancar mais votos do outro. É claro que existe um contingente de indecisos, mas esses tendem a se dividir na mesma proporção das intenções de voto de cada candidato.

Ou seja, Dilma precisa convencer alguns aecistas a mudarem de opinião. E Aécio precisa fazer o mesmo com parte dos dilmistas. Não é fácil.

Nesta fase da campanha, apenas dizer que vai fazer um governo melhor pode parecer bonito, mas tende a não mudar a opinião de quem já está convencido a votar em algum candidato. A saída é desconstruir o adversário.

Dessa forma, tende a ser aprofundado o tom de agressividade que já foi ser observado no debate da TV Bandeirantes, na terça-feira (14.out.2014). O mais provável é que Dilma siga tentando desqualificar Aécio e o tucano faça o mesmo com a petista.

A primeira oportunidade para aferir esse movimento na corrida presidencial será nesta quinta-feira (16.out.2014), quando haverá o segundo debate direto entre os candidatos –promovido em conjunto pelo UOL, STB e rádio Jovem Pan.

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Poder e Política na semana – 13 a 19.out.2014
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Fernando Rodrigues

Faltam 13 dias para o segundo turno das eleições. Nos próximos dias, Dilma e Aécio viajam pelo país e se enfrentam em 3 debates televisivos –em nenhum deles haverá jornalistas fazendo perguntas. Esta semana também servirá para aferir o impacto dos apoios que cada candidato a presidente recebeu até agora, sobretudo como o eleitorado reagirá à adesão de Marina Silva à candidatura do PSDB.

A presidente Dilma Rousseff deve se reunir na 3ª feira com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para definir proposta de unificação de 2 tributos, o PIS e a Cofins. No sábado, a campanha de Dilma planeja um ato político em Belo Horizonte.

Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, faz campanha em Curitiba nesta 2ª feira. Na 4ª feira, em São Paulo, reúne-se com prefeitos paulistas que integram a base de apoio ao governador Geraldo Alckmin. Na 6ª feira, Aécio faz campanha em Salvador e João Pessoa. Ao longo da semana, o tucano também deve anunciar mais 2 novos nomes que comporão seu ministério se ele for eleito.

Dilma e Aécio também se enfrentam em 3 debates. O primeiro é o da Band, na 3ª feira. O SBT, o UOL e a rádio Jovem Pan organizam o debate da 5ª feira. No domingo, a petista e o tucano se encontram no debate da Record.

O Datafolha e o Ibope podem divulgar novas pesquisas presidenciais a partir de 4ª feira. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

No Congresso, sem muita chance de prosperar, a oposição tentará forçar a convocação de alguma reunião extraordinária da CPI da Petrobras para analisar os depoimentos do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

Na 2ª feira, o PSB elege seu novo presidente e a nova Executiva Nacional. A expectativa é que Roberto Amaral, que assumiu o comando do partido após a morte de Eduardo Campos, ocorrida há exatos 2 meses, seja substituído por Carlos Siqueira.

O Banco Central divulga na 5ª feira o IBC-BR, considerado a prévia do PIB nacional.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (13.out.2014)
Aécio no Paraná – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Curitiba.

Comando do PSB – partido elege seu novo presidente e a nova Executiva Nacional. A expectativa é que Roberto Amaral, que assumiu o comando do partido após a morte de Eduardo Campos, ocorrida há exatos 2 meses, seja substituído por Carlos Siqueira (foto), primeiro-secretário da legenda. Às 14 horas, no Hotel Nacional, em Brasília.

Pedro Ladeira/Folhapress - 21.ago.2014

Temer em SP – vice-presidente Michel Temer comanda encontro com prefeitos, deputados e líderes do PMDB paulista para cobrar empenho na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Temer tentará convencer os prefeitos que se uniram ao governador Geraldo Alckmin no primeiro turno a defenderem o voto em Dilma.

Pesquisas – a partir desta data o Ibope pode divulgar resultados de novas pesquisas sobre o segundo turno no Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.

Eleições no Rio – PC do B do Rio decide se apoiará a reeleição do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Ditadura e Pernambuco – Comissão Nacional da Verdade realiza diligência no antigo DOPS no Recife, local de ocorrência tortura durante o regime militar.

Ciência – governo federal promove a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

Salário de bancários – CUT, federações e sindicatos dos bancários assinam com a Federação Nacional dos Bancos convenção coletiva que estabelece reajuste salarial de 8,5%, equivalente a um aumento real de 2,02%.

Maconha – Senado promove a sexta audiência pública de uma série sobre regulamentação do uso recreativo e medicinal da maconha. Nesta edição, foram convidados especialistas contrários a qualquer tipo de legalização. A partir das 9h, com transmissão pela internet e aberto a perguntas do público.

 

3ª feira (14.out.2014)
Debate presidencial – Band promove o primeiro debate do segundo turno entre a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB. Os candidatos ficarão frente a frente, em pé. No primeiro bloco, a emissora escolherá um tema para ser debatido. Nos outros quatro, as perguntas serão feitas pelos candidatos. Às 22h.

Dilma e Mantega – Dilma deve reunir-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para definir proposta de unificação de 2 tributos, o PIS e a Cofins.

Reforma política – entidades que realizaram um plebiscito popular pela convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política entregam resultado da consulta nas Presidências da República, do Supremo Tribunal Federal, do Senado e da Câmara. Integrantes do movimento também realizam plenária no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília.

Ruralistas – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil tenta realizar eleições internas, suspensas na última 6ª feira (10.out.2014) por decisão judicial. A atual presidente da entidade, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), é favorita para ser reeleita.

Dívidas fiscais e folha de pagamento – plenário da Câmara dos Deputados deve votar a reabertura do prazo do Refis da Crise e a desoneração da folha de pagamento de cerca de 60 setores da economia. Em seguida, o texto será encaminhado ao Senado.

Mobilização na PF – delegados da Polícia Federal realizam assembleias em todo o país para reivindicar a aprovação de uma lei orgânica para a instituição, eleição direta para diretor-geral e um gatilho para realização de concursos públicos, entre outros pontos.

Eleições na Libéria – país africano elege nova composição do Senado.

 

4ª feira (15.out.2014)
Aécio em SP – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, deve se reunir com prefeitos paulistas que integram a base de apoio ao governador Geraldo Alckmin (PSDB).

PTB e Aécio – Executiva Nacional do PTB reúne-se e deve reafirmar o apoio à eleição de Aécio Neves. Na sede do partido, em Brasília.

Pesquisas – a partir desta data o Datafolha e o Ibope podem divulgar os resultados de novas pesquisas presidenciais. O Ibope também pode divulgar pesquisa sobre o segundo turno no Rio Grande do Norte e em Goiás. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Aposentadoria – Supremo deve retomar o julgamento da reaposentadoria.

Árabes e Lewandowski – comunidade árabe realiza evento em homenagem ao ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal. O vice-presidente Michel Temer e José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, devem comparecer. Em Brasília.

Comércio – IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Comércio.

Sirkis e Sustentabilidade – deputado federal Alfredo Sirkis (PSB-RJ) apresenta palestra sobre os efeitos das mudanças climáticas nas grandes cidades, promovida pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em SP.

Economia nos EUA – Fed (Banco Central dos EUA) publica o Livro Bege, com perspectivas sobre a economia norte-americana.

Eleições em Moçambique – país africano lusófono elege novo presidente e composição do Legislativo.

 

5ª feira (16.out.2014)
Debate presidencialSBT, UOL e rádio Jovem Pan promovem debate entre a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB. Às 18h, com transmissão ao vivo por TV, internet e rádio.

Temer no Rio Grande do Sul – vice-presidente Michel Temer faz campanha pela reeleição de Dilma Rousseff em Porto Alegre, Rio Grande, Bagé, Santo Ângelo e Passo Fundo.

Pesquisas – a partir desta data o Ibope pode divulgar pesquisas sobre o segundo turno no Rio de Janeiro e no Ceará. Cabe ao instituto e ao contratante definir o dia e o horário da publicação.

Inflação – FGV divulga o IGP-10.

Economia nos EUA – Fed (Banco Central dos EUA) divulga dados sobre produção industrial norte-americana.

 

6ª feira (17.out.2014)
Aécio no Nordeste – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Salvador e João Pessoa.

Imprensa reunida – Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) promove sua 70ª Assembleia Geral, em Santiago.

Economia – FGV divulga o Iace (Indicador Antecedente Composto da Economia), que busca medir o cenário dos próximos meses para a atividade do país, e o ICCE (Indicador Coincidente Composto da Economia), que capta as condições atuais da economia.

 

Sábado (18.out.2014)
Dilma em Minas – presidente Dilma Rousseff deve comandar ato político em Belo Horizonte.

 

Domingo (19.out.2014)
Debate presidencialRecord promove debate entre a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB.

Horário de verão – começa o horário de verão. Relógios devem ser adiantados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

 

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Esqueça Aécio, Dilma e Petrobras. Ebola foi o assunto nesta 6ª feira
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Fernando Rodrigues

O termo “Ebola” supera todos os outros ligados à eleição. Teve citações superiores até a “corrupção”

Ebola

Estudo da Bites mostra que o assunto de maior repercussão no Brasil nas últimas 24 horas no Twitter, blogs e sites de notícia não foi a crise da Petrobras ou o 2º turno da corrida presidencial, com Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).

“O campeão foi o vírus Ebola”, diz o estudo da Bites. “Até 17h desta sexta-feira [10.out.2014] , o termo Ebola estava presente em 617.511 posts, média de 429 por minuto. Volume superior a soma de citações para Dilma e Aécio (455.955 ou 316 referências por minuto) e 14 vezes mais que a expressão Petrobras (41.755 ou 29 por minuto)”.

O Ebola “também bateu com folga a palavra-chave corrupção, que apareceu 37.008 vezes dentro desse universo” pesquisado.

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Luciana Genro no 2º turno: “Dilma não nos representa. Nenhum voto em Aécio”
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Fernando Rodrigues

Dilma está distante do desejo de mudanças que tomou as ruas em 2013

Aécio Neves e o PSDB representam classe dominante e imperialismo

Se aderir ao PSDB, Marina Silva será incapaz de representar a “nova política”

Pedro Ladeira/Folhapress - 22.jun.2014

A candidata derrotada a presidente pelo PSOL, Luciana Genro, acaba de soltar nota oficial nesta quarta-feira (8.out.2014) dizendo que nenhum nome no 2º turno é adequado. “Um segundo turno, quando não nos sentimos representados nele, é muitas vezes mais do veto que do voto”, diz o texto, sugerindo voto nulo para os seguidores do PSOL.

Há nuances, entretanto, na nota de Luciana Genro.  A petista, diz o texto, “está distante do desejo de mudanças que tomou as ruas no ano passado. Seu governo atuou contra as bandeiras mais destacadas de nossa campanha (…) Se Dilma vencer o segundo turno, o PSOL seguirá como oposição de esquerda”.

Já Aécio e seu partido, o PSDB, “são os representantes mais diretos dos interesses da classe dominante e do imperialismo na América Latina”. “Recomendamos que os eleitores do PSOL não votem em Aécio Neves no segundo turno das eleições presidenciais. Não é cabível qualquer apoio de nossos filiados à sua candidatura”.

Sobre a decisão da candidata do PSB, que ficou em terceiro lugar corrida presidencial, a nota do PSOL diz: “A provável capitulação de Marina Silva à candidatura tucana demonstra a sua incapacidade de representar legitimamente o desejo de mudanças expresso nas ruas e comprova que a “nova política” não pode ser um atributo daqueles que aderem tão rapidamente ao retrocesso”.

Luciana Genro começa a nota agradecendo a “cada um dos 1.612.186 eleitores” que votaram nela, dando ao PSOL o 4º lugar na disputa pelo Palácio do Planalto. “A militância do PSOL, que fez a diferença e conquistou, com muita dedicação, esse expressivo resultado”, afirma.

A seguir, a íntegra da nota oficial de Luciana Genro e do PSOL:

Nota do PSOL: Seguir lutando para mudar o Brasil. Dilma não nos representa. Nenhum voto em Aécio.

O PSOL cresceu nas eleições de 2014. Dobramos nossa votação em relação a 2010, num cenário ainda mais difícil. Agradecemos a cada um dos 1.612.186 eleitores que destinaram seu voto ao fortalecimento das bandeiras que defendemos durante a campanha eleitoral. Conseguimos dobrar a representação parlamentar do PSOL, que alcançou cinco deputados federais e doze deputados estaduais. Essas bancadas farão a diferença nos seus estados e no Congresso Nacional na luta por mais direitos. Nosso projeto sai fortalecido das urnas, conquistando o quarto lugar em uma eleição marcada pela desigualdade da cobertura da imprensa, dos erros das pesquisas, do impacto do poder econômico e do desequilíbrio no tempo de televisão. Nada disso teria sido possível sem a militância do PSOL, que fez a diferença e conquistou, com muita dedicação, esse expressivo resultado.

Cumprimos o nosso papel, apresentando a melhor candidata e a melhor proposta para o Brasil. Luciana Genro constituiu-se como a principal referência da esquerda coerente e este é um enorme patrimônio de todo o PSOL. O programa que defendemos é o programa necessário para que se avance em direção a um Brasil justo e igualitário, livre da exploração e de todos os tipos de opressão. Esta foi nossa principal missão política nestas eleições, e avaliamos que a cumprimos bem.

Um segundo turno, quando não nos sentimos representados nele, é muitas vezes mais do veto que do voto. Entendemos que Aécio Neves, o seu PSDB e aliados são os representantes mais diretos dos interesses da classe dominante e do imperialismo na América Latina. O jeito tucano de governar, baseado na defesa das elites econômicas e nas privatizações, com a corrupção daí decorrente, significa um verdadeiro retrocesso. A criminalização das mobilizações populares e dos pobres empreendida pelos governos tucanos, em especial o de Alckmin, nos coloca em oposição frontal ao projeto do PSDB e aliados de direita. Assim, recomendamos que os eleitores do PSOL não votem em Aécio Neves no segundo turno das eleições presidenciais. Não é cabível qualquer apoio de nossos filiados à sua candidatura.

A provável capitulação de Marina Silva à candidatura tucana demonstra a sua incapacidade de representar legitimamente o desejo de mudanças expresso nas ruas e comprova que a “nova política” não pode ser um atributo daqueles que aderem tão rapidamente ao retrocesso.

É preciso também afirmar que, diante do que foi o seu governo e sua campanha eleitoral, Dilma está distante do desejo de mudanças que tomou as ruas no ano passado. Seu governo atuou contra as bandeiras mais destacadas de nossa campanha, como a taxação das grandes fortunas, a revolução tributária que taxe os mais os ricos e menos os trabalhadores, a auditoria da dívida pública, contra a terceirização e a precarização das relações de trabalho, fim do fator previdenciário, a criminalização da homofobia e a defesa do casamento civil igualitário, uma nova política de segurança pública que acabe com a “guerra às drogas” e defenda os direitos humanos, a democratização radical dos meios de comunicação, o controle público sobre nossas riquezas naturais, os direitos das mulheres, a reforma urbana, a reforma agrária e a urgentíssima reforma política, que tire a degeneração do poder do dinheiro nas eleições, reiterado neste pleito, mais uma vez. Por tudo isso, se Dilma vencer o segundo turno, o PSOL seguirá como oposição de esquerda e lutando pelas bandeiras que sempre defendemos, inclusive durante a campanha eleitoral.

A partir destas considerações, o PSOL orienta seus militantes a tomarem livremente sua decisão dentro dos marcos desta Resolução, conscientes do significado sobre o voto no segundo turno, dia 26 de outubro, e agradece mais uma vez a todos o(a)s seus/suas eleitores(as) e apoiadores(as) pela confiança recebida nestas eleições.

PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE – PSOL
São Paulo, 8 de outubro de 2014.
Nos 47 anos da morte do comandante Che Guevara.

P.S. às 19h50 de 8.out.2014: A primeira versão deste post considerou como textos distintos duas notas enviadas pelo PSOL aos jornalistas na tarde desta 4ª feira. O primeiro trazia considerações somente a respeito de Aécio. O segundo, enviado 5 minutos depois, fazia também referências a Dilma. Após a publicação do post, a assessoria do partido entrou em contato com o Blog e informou que as duas notas eram a mesma. Por erro da campanha, diz a assessoria do PSOL, o primeiro e-mail enviado aos jornalistas trazia apenas metade do posicionamento. O segundo e-mail trouxe a íntegra da nota.

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Marina será acusada de ir “para a direita” se apoiar Aécio, diz Amaral
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Fernando Rodrigues

Presidente nacional do PSB diz que situação da candidata derrotada é “incômoda”

O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, disse na madrugada desta segunda-feira (6.out.2014) que Marina Silva está numa situação “incômoda”.

Se a terceira colocada na corrida presidencial decidir-se por apoiar Aécio Neves (PSDB) na disputa de segundo turno, pode ser acusada de “ir para a direita”. A frase de Amaral foi dita no programa “Canal Livre”, da TV Bandeirantes.

Por outro lado, se Marina decidir-se por apoiar Dilma Rousseff (PT), estará indo contra o discurso sobre renovar a política que pregou durante o primeiro turno.

A provocação de Amaral foi uma reação ao que parece ser o caminho natural de sua candidata a presidente a partir de agora. É que na sua primeira aparição após a derrota, Marina sinalizou que poderia apoiar Aécio Neves.

Roberto Amaral afirmou que, pelo que conhece de Marina Silva, acha que ela pode acabar não apoiando ninguém no segundo turno –e aí seria classificada de “omissa”.

A neutralidade de Marina é o desejo maior do PT e de Dilma Rousseff, pois assim ficaria mais fácil para a candidata à reeleição “pescar” apoios entre os eleitores marinistas.

O presidente do PSB disse ter conversado com a candidata pessebista no final do domingo (5.out.2014). “Eu estava mais deprimido do que ela”, declarou. Marina “estava alegre e disse que foi além” do que as condições política permitiam.

Amaral e Marina combinaram de tentar anunciar uma posição conjunta ao longo desta semana. Mas o dirigente do PSB declara ser possível que o partido e o grupo liderado por Marina, a Rede, tenham posições divergentes. O objetivo, entretanto, é buscar um consenso.

No programa da TV Bandeirantes, Amaral fez uma brincadeira com o tucano Andrea Matarazzo, que também estava presente ao “Canal Livre”. Ao comentar o fato de Aécio Neves não ter ido tão bem Minas Gerais, Amaral observou: “É quem em Minas o Aécio é bem conhecido”.

Nesta segunda e terça-feira, Amaral pretende consultar líderes do PSB, sobretudo os governadores da legenda –os atuais, os que foram eleitos e os candidatos que vão disputar o segundo turno. Na quarta-feira (8.out.2014), o partido fará uma reunião da sua Executiva Nacional em Brasília, quando a decisão sobre o segundo turno presidencial deve ser anunciada.

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Possível fracasso de Marina atrasa, mas não elimina 3ª via na política
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Fernando Rodrigues

Pesquisas indicam derretimento de candidata do PSB

Polarização PT-PSDB continua, mas tem futuro incerto

Petistas e tucanos ainda ouvirão “não me representam”

Marina-2013

Todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas até a véspera da eleição de hoje (5.out.2014) indicam que pode estar ocorrendo um acelerado derretimento dos apoios de Marina Silva (PSB). É real a possibilidade de a pessebista ficar fora do 2º turno da disputa.

Se o processo de encolhimento eleitoral de Marina for mais agudo do que parece, fica inclusive robustecida a possibilidade –dada por muitos como remota– de vitória de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno.

Mas o que os institutos de pesquisa apontam como mais provável é uma rodada final entre Dilma e Aécio Neves (PSDB) no dia 26 de outubro de 2014, o segundo turno presidencial.

Se esse cenário se confirmar, a polarização PT-PSDB estará mais uma vez aprovada pela maioria dos eleitores brasileiros. Essa dicotomia teve início em 1994, há 20 anos. Vai então se repetir pela 6ª vez consecutiva. Novamente estará frustrada a construção de uma 3ª via na política brasileira no plano nacional.

As perguntas a serem feitas então são duas: 1) o que se passou com os mais de 70% dos brasileiros que têm respondido, pesquisa depois de pesquisa, que desejam uma mudança na forma de conduzir o país e a política? 2) Essa massa de eleitores agora ficou, subitamente, mais satisfeita?

Nada indica que foi preenchida a demanda por uma “nova política”. Tampouco há indicadores de que a imensa maioria dos brasileiros esteja realmente feliz com as opções oferecidas por PT e por PSDB. Circunstancialmente, o brasileiro se acomoda há 20 anos com petistas e tucanos, mas há sinais por toda parte de que o modelo parece ter pontos de esgotamento.

A eventual derrota de Marina Silva agora em 2014 não elimina a hipótese de prosperar uma terceira força eleitoral numa outra disputa pelo Palácio do Planalto. A viabilidade desse fenômeno depende de vários fatores, um deles sendo o tamanho da votação da pessebista agora em 2014.

Se Marina Silva obtiver nas urnas mais de 20% (o que teve em 2010), ela sairá do processo maior do que entrou. Mais relevante ainda, ficará registrado um recado claro de uma parcela significativa da população. Seria como se estivessem dizendo o seguinte nas urnas neste 5 de outubro: “Ei, PT! Ei, PSDB! Vocês não me representam”.

Isso quer dizer que nos próximos ciclos eleitorais a vida de petistas e de tucanos não será tão suave e confortável. Mesmo com Marina Silva e seu grupo sofrendo uma derrota agora em 2014, parece que já germinou na política brasileira uma semente a favor de novidades na forma como o país deva ser governado.

É claro que o PT e o PSDB podem acordar. Podem se abrir de maneira inaudita, promovendo uma conexão mais direta e verdadeira com os eleitores. Produzir um verdadeiro “aggiornamento” na forma como fazem política.

Alguém acredita que petistas e tucanos tomarão esse rumo?

Se esses partidos não adotarem medidas para se modernizarem, tende a continuar forte na sociedade a sensação de que há algo de errado com a política tradicional.

No ritmo atual, e pressupondo-se que PT e PSDB continuarão a dormir em berço esplêndido, a eleição de 2018 terá espaço para outras novidades. Até porque, dentro do establishment, as alternativas serão nomes já muito manjados. O apelo novidadeiro será pequeno.

Não importa o resultado agora em 2014, o PT hoje tem dois nomes claros para a disputa presidencial daqui a 4 anos. O primeiro e mais óbvio é o de Luiz Inácio Lula da Silva, que terá 73 anos na eleição de 2018. A opção mais “renovadora” do PT é o atual ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que completará 64 anos no ano da próxima eleição presidencial.

Do lado do PSDB, se Aécio for vencedor agora, certamente tentará se reeleger em 2018. Outra opção entre os tucanos seria o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que já declarou a vários interlocutores seu desejo de voltar a disputar a Presidência (ele tentou e perdeu em 2006).

Como se sabe, 2015 será um ano dos mais difíceis do ponto de vista econômico e social, com muito aperto e degradação da sensação de bem estar das pessoas. O movimento “não me representa” na política voltará a se energizar nesse ambiente, possivelmente já a partir do primeiro semestre do mandato do novo presidente.

Marina Silva deliberadamente não quis reagir no início do horário eleitoral, quando virou saco de pancadas de Dilma –e logo depois, de Aécio também. Ela fala muito sobre seu desejo de “ganhar ganhando”. Cita a disputa de 1989, da qual saiu vencedor Fernando Collor de Mello contra Lula. Para Marina, naquele ano, Lula perdeu, mas foi o vencedor. Collor, ganhou, mas perdeu.

Nesta eleição, se perder, que imagem Marina terá deixado? A de que foi massacrada por comerciais vitriólicos do PT e do PSDB, tendo ficado sem tempo nem condições de responder. E mesmo quando contra-atacou, usou um tom sempre menos virulento do que o de seus detratores.

Em resumo, mesmo derrotada, Marina terá saído do processo preservando sua imagem –que é seu maior patrimônio. Ficará livre para lançar de uma vez a Rede Sustentabilidade, o seu partido político.

Com a Rede pronta, poderá começar a atuar nos movimentos sociais no ano que vem, quando o Brasil tiver de enfrentar um duro ajuste fiscal, com aperto nas condições financeiras de todos. O mau humor pode tomar conta de grande parte da população.

A eventual derrota neste 5.out.2014 poderá ser não o final, mas apenas um novo recomeço da trajetória política de Marina.

Tudo o que está escrito aqui deve, por óbvio, ser jogado na lata do lixo se Marina passar ao segundo turno. Se não passar, essa narrativa é a que descreve o cenário mais provável para a ex-senadora que hoje está filiada ao PSB.