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Militantes pedem a Temer volta do Ministério do Desenvolvimento Agrário
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Fernando Rodrigues

Presidente recebe movimento ligado a assuntos fundiários

Militantes reivindicam mudanças na reforma agrária

Propostas incluem quadruplicar o orçamento do Incra já em 2017

Se recriado, MDA será a 26º pasta na Esplanada de Temer

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José Rainha, presidente da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade

O presidente interino, Michel Temer, foi alvo de uma nova pressão para recriar uma pasta na Esplanada. Militantes da FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade) cobraram do peemedebista a recriação do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), extinto após o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República.

Se aceitar o pedido, o MDA será o 26º ministério de Michel Temer. Aos militantes, o presidente interino disse que aceita discutir o assunto e eventualmente fazer uma reforma ministerial, mas apenas após o julgamento definitivo de Dilma Rousseff, programado para ocorrer a partir de  meados de agosto.

Temer recebeu integrantes do movimento nesta 4ª feira, no final da manhã, no Palácio do Planalto. O deputado Paulinho da Força (SD-SP) acompanhou o encontro ao lado do líder da organização, José Rainha Júnior.

“Queremos a volta imediata da pasta. Criaram secretarias, mas não poderiam ter acabado com o ministério. Essa é uma pauta de 36 milhões de campesinos”, afirma Rainha.

Na reforma administrativa executada pelo peemedebista depois de assumir o governo, o MDA foi incorporado ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretarias ligadas a temas fundiários e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) ficaram ligados à Casa Civil.

As informações são do repórter do UOL Luiz Felipe Barbiéri.

Os militantes apresentaram uma proposta de reformulação do Incra. Querem fazer do órgão um espaço para discussões sobre políticas de reforma agrária. Para Rainha, ex-líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), é necessária uma “abordagem diferente”.

“Não faz sentido tratar dessa questão como colonização porque a reforma agrária não existe no Brasil. Precisamos, primeiro, definir uma política de reforma para depois avançar”, explica.

Integrantes do movimento também pediram que o presidente interino evite cortar recursos da autarquia. O valor destinado ao Incra em 2016 é de R$ 900 milhões.

Os militantes querem ainda quadruplicar o orçamento do órgão no ano que vem. Pediram a ampliação do aportes para 3,5 bilhões em 2017 e 2018.

Eis algumas das outras reivindicações de Rainha: 1) a criação de uma política específica para educação, esporte e lazer em áreas rurais; 2) a retirada de tramitação da PEC 215/2000, que transfere do Executivo para o Legislativo a prerrogativa de demarcação de terras indígenas; 3) mais equilíbrio no crédito oferecido aos pequenos, médios e grandes agricultores.

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Pesquisa CNT/MDA deixa incerto se o fundo do poço foi atingido
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Fernando Rodrigues

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Na comparação com Datafolha e Ibope, rejeição de Dilma é parecida

Mas deterioração econômica pode agravar ainda mais aprovação do governo

Os números principais da pesquisa CNT/MDA mostram um cenário ruim para o governo Dilma Rousseff: 7,7% de ótimo e bom; 20,5% de regular e 70,9% de ruim ou péssimo. Em março, esses percentuais eram de 11%, 24% e 65%. O levantamento é de 12 a 16 de julho. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

O Blog tem o relatório completo da pesquisa.

Há duas observações importantes sobre o resultado macro da pesquisa. Primeiro, que a taxa de aprovação do governo (7,7%) é compatível com as que foram apuradas recentemente por Datafolha (10% em 17-18.jun.2015) e Ibope (9% em 18-21.jun.2015). A segunda ponderação a ser feita é uma pergunta: a presidente da República estabilizou e já chegou ao que pode ser o fundo do poço?

A resposta é incerta. Depende de vários fatores. Segundo Marcelo Costa Souza, diretor do Instituto MDA e responsável pela pesquisa divulgada hoje (21.jul.2015), “é muito difícil perder mais popularidade quando se está em um patamar tão baixo”. Mas ele faz uma ressalva: “O problema é que passamos anos falando que a economia não ia bem e os números não eram tão ruins. Agora, são. Se houver mais degradação em agosto e setembro, é possível que isso afete ainda mais a aprovação do governo e da presidente da República. O ponto mais importante a ser observado aqui é o estado da economia”.

Agosto e setembro, a julgar pelos indicadores já conhecidos, serão meses piores do que os do primeiro semestre de 2015. Não há, portanto, razão para acreditar que Dilma Rousseff tenha se estabilizado no atual patamar ou que possa até esboçar alguma reação.

Mas é preciso também levar em conta nesse cálculo a reação pretendida pelo governo e pelo PT. Nas próximas semanas e meses Dilma, seus ministros e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendem viajar pelo país.

Em agosto, o PT terá seu programa de 10 minutos de duração em rede nacional de rádio e de TV. Também em agosto a legenda terá centenas de comerciais curtos de 30 segundos ou de 1 minuto para veicular –tudo em fase de montagem pelo marqueteiro João Santana –que ontem (20.jul.2015) esteve com Lula em São Paulo.

RENDA E NORDESTE
Chama a atenção na pesquisa CNT/MDA, como alerta o diretor do instituto MDA Marcelo Costa Souza, que todas as classes sociais e todas as regiões do Brasil demonstram mau humor em relação ao governo da presidente Dilma.

Os mais pobres (renda até 2 salários mínimos) hoje fazem um juízo ruim do governo Dilma: 7,4% aprovam e 68,2% desaprovam. Ou seja, mais ou menos como a média geral.

Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

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Quando se olha para regiões específicas do país, o desempenho do governo no Nordeste é um pouco menos deteriorado, mas já não é mais suficiente para manter a administração do PT em situação confortável. Só 8,2% dos nordestinos aprovam o dilmismo no Planalto. E 69,7% rejeitam o governo nessa parte do país. Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

CNT-MDA-regioes-aprovacao-governoEsses cruzamentos estratificados podem ser vistos neste relatório da pesquisa CNT/MDA.

ONDE HÁ UM POUCO DE ALENTO PARA DILMA?
Um trecho da pesquisa CNT/MDA chama a atenção. O instituto perguntou: “O (a) Sr. (a) acredita que se o candidato Aécio Neves tivesse vencido a eleição, como estaria o governo dele em relação ao da presidente Dilma Rousseff?”. A resposta não é tão ruim para Dilma: 47,4% dizem que o Brasil estaria igual ou pior. Só 44,8% acham que uma administração do tucano teria deixado hoje o Brasil em melhor situação –menos do que ele teve de votos no 2º turno de 2014.

Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

CNT-MDA-Aecio-X-Dilma-no-governoOutro dado a ser considerado: mesmo com toda a perda de popularidade em todas as regiões do país, o Nordeste ainda demonstra ser mais compreensivo com o PT e com os petistas. Na pesquisa que sonda cenários para 2018, Aécio Neves (PSDB) bateria hoje Lula (PT) por 35,1% a 22,8% num hipotético 1º turno que teria também como candidatos Marina Silva (15,6%) e Jair Bolsonaro (4,6%).

Mas quando se observa o voto em cada uma das regiões brasileiras, nota-se que hoje Lula ainda derrotaria Aécio por 38,8% a 27,1% no Nordetes. Ou seja, se o PT e Dilma querem começar uma trajetória de recuperação, devem certamente priorizar o Nordeste, estancando por ali a queda na popularidade presidencial.

Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

CNT-MDA-Lula-X-Aecio-NordesteO blog está no FacebookTwitter e Google+.


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