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Após gafes, governo incentivará ministros a passar por ‘media training’
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Fernando Rodrigues

Medida será usada para tentar melhorar a comunicação da gestão Temer

Firmado no governo Dilma, contrato de assessoria é de R$ 30,7 milhões

Presidente também quer nomear um porta-voz para unificar discursos

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Alexandre de Moares: antecipou fase da Lava Jato; ao seu lado, o diretor da PF, Leandro Daiello

Ciente do impacto negativo que declarações de parte dos ministros têm causado ao governo, o Planalto incentivará os integrantes da Esplanada a passar por sessões de media training nos próximos meses.

A medida é mais uma das estratégias de Michel Temer para melhorar a comunicação de sua gestão. O peemedebista também pretende nomear um porta-voz do governo com o intuito de unificar o discurso.

Ontem (25.set), o ministro Alexandre de Moraes (Justiça) deu a entender que sabia da 35ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada hoje (26.set) pela Polícia Federal. “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos”, disse o ministro em um evento de campanha. Assim que a PF começou a agir, Moraes passou a ser alvo de várias críticas internas no governo por causa da declaração considerada precipitada.

Tem sido muito comum ministros de Michel Temer darem declarações públicas que depois precisam ser minimizadas ou negadas pelo Palácio do Planalto.

“Media training” é uma expressão em inglês (“treinamento de mídia”) usada para designar um programa de capacitação em comunicação para profissionais de diversas áreas. O objetivo é oferecer técnicas de relacionamento com a imprensa. As sessões incluem simulação de entrevistas, palestras e dinâmicas de grupo.

As informações desta reportagem foram apuradas pelos repórteres do UOL Luiz Felipe Barbiéri e Douglas Pereira.

Não será necessário o governo fazer uma nova contratação de serviços para oferecer media training para os ministros. A ideia é aproveitar um contrato firmado com a CDN Comunicação Corporativa LTDA em janeiro de 2015 no valor de R$ 30,7 milhões. O objeto desse contrato é a “prestação de serviços de comunicação, para a realização de assessoria em planejamento estratégico de comunicação, no relacionamento com a imprensa internacional e em relações públicas no exterior”.

Dos R$ 30,7 milhões, já foram executados R$ 13.941.541. No governo de Dilma Rousseff, R$ 11.134.357. Já sob Michel Temer, R$ 2.807.184.

Embora a licitação vencida pela CDN fale em treinamento voltado ao relacionamento com a mídia estrangeira, o entendimento do Planalto é que seria possível aproveitar essa contratação para auxiliar ministros no trato com a imprensa brasileira. As aulas já foram utilizadas por alguns integrantes da Esplanada durante os Jogos Olímpicos deste ano.

Além do media training, o documento estabelece a execução de serviços como planejamento de eventos de baixa e de alta complexidade, produção de pautas para a imprensa estrangeira e relacionamento com públicos de interesse.

Em razão das Olimpíadas realizadas neste ano, foi assinado um aditivo em janeiro de 2016 que prorrogou o prazo de vigência do acordo até janeiro de 2017. Com duração inicial de 12 meses, o contrato terminaria em 16 de janeiro deste ano. Uma cláusula permite a prorrogação dos termos por iguais e sucessivos períodos até um total de 60 meses.

imagem-contrato-cdnGOVERNO TEMER
Além da polêmica declaração de Alexandre de Moraes sobre a Lava Jato ontem (domingo), há vários casos que têm incomodado o Planalto.

Ricardo Barros (Saúde) é quem mais coleciona gafes em declarações à imprensa. O ministro afirmou que homens procuravam menos serviços de saúde porque trabalhavam mais do que as mulheres. Teve de pedir desculpas. Em julho, disse que alguns pacientes “imaginam doenças” e que é “cultura do brasileiro” só achar que foi bem atendido quando passa por exames ou recebe prescrição de medicamentos.

Outro caso recente é o do ministro Ronaldo Nogueira (Trabalho). Ao dizer que o governo pretende ampliar o limite diário de horas trabalhadas de 8h para 12h, Nogueira provocou reação de sindicalistas e movimentos sociais. O governo teve de apagar o incêndio. Nas redes sociais, o Planalto explicou que a jornada semanal será mantida em 44 horas.

O ministro Alexandre de Moraes também não é novato nessas polêmicas. Em maio, após Michel Temer assumir o Planalto, o titular da Justiça disse que defenderia junto ao presidente mudanças na nomeação para o posto de procurador-geral da República. Acabou desautorizado pelo peemedebista.

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Auditoria aponta problemas em obras do “legado” das Olimpíadas
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Fernando Rodrigues

Relatórios avaliam VLT e limpeza de rios em Jacarepaguá

Despoluição deveria ter sido concluída em outubro de 2013

Para CGU, o VLT teve custo de metrô e atenderá demanda de BRT

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Ligações clandestinas de esgoto em um dos rios “despoluídos”

O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (antiga CGU) divulgou na última 5ª feira (11.ago.2016) 2 relatórios que apontam problemas e falhas em obras do chamado “legado” das Olimpíadas do Rio. Os documentos tratam do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT Carioca) e da despoluição dos rios da Bacia de Jacarepaguá.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Um dos relatórios da CGU avalia o processo de despoluição de 7 rios fluminenses, que integram a área conhecida como bacia hidrográfica de Jacarepaguá, na Zona Oeste.

O projeto foi abandonado incompleto em dez.2015. Pelo cronograma inicial, deveria ter sido concluído em out.2013. Ao todo, R$ 140 milhões foram gastos. Há ainda um “saldo a desembolsar” da ordem de R$ 57 milhões, segundo o relatório da CGU.

Atrasos nos pagamentos e problemas envolvendo as empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia foram as causas do cancelamento. Ambas as empreiteiras são investigadas na Lava Jato.

As obras foram orçadas inicialmente em R$ 208,9 milhões, sendo que a maior parte do dinheiro (R$ 198 milhões) foi emprestado pela Caixa Econômica à Prefeitura do Rio. O 1º pagamento para a realização das obras acabou sendo realizado só 526 dias (quase 1 ano e meio) depois de o contrato ter sido assinado.

Leia aqui a íntegra do relatório da CGU sobre despoluição dos rios.

A obra de despoluição deveria ter sido concluída em 29 de outubro de 2013, há 3 anos. Só que quando essa data chegou apenas 35% das obras estavam efetivamente prontas. Na última avaliação, em maio de 2014, 70% do planejado havia sido concluído.

O QUE DISSE O GOVERNO
O Ministério das Cidades enviou uma manifestação à CGU. A pasta diz que não foi informada pela Caixa sobre problemas nas obras até julho de 2015, quando foi comunicada que as empreiteiras decidiram rescindir o contrato.

Quando isso ocorreu, o ministério determinou à CEF que “fossem adotadas providências junto ao mutuário (Prefeitura do Rio) para que as obras sejam retomadas ou concluídas”.

Já a Prefeitura do Rio ressaltou os benefícios da obra. A despoluição, diz, “beneficiará diretamente a população da baixada de Jacarepaguá e adjacências, contribuindo para a diminuição de inundações (…). Contribuirá, também, para a melhoria das condições sanitárias (…)”.

Em reportagem recente do UOL, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) declarou que a maior parte do trabalho foi concluída.

VLT CARIOCA
No caso do VLT Carioca, a principal crítica da CGU diz respeito à adequação da obra para as necessidades da cidade. Os responsáveis (Ministério das Cidades e a Prefeitura do Rio) não teriam estudado corretamente a demanda da área atendida pela obra.

Leia aqui a íntegra do relatório sobre o VLT.

“A proposta apresentada propõe implementar uma infraestrutura com valor compatível ao metrô leve, mas para ser utilizada com uma demanda de BRT [corredores de ônibus]”, diz um trecho (pag. 9). A CGU diz ainda que o Plano Diretor (de Ordenamento Territorial, o PDOT) estabelece a implementação de ônibus climatizados e não do VLT.

“Não há compatibilidade da modalidade proposta [o VLT] com a realidade da demanda e à viabilidade econômica e tarifária do sistema”, escreveram os auditores. Para eles, é possível que o VLT acabe subutilizado ou se torne economicamente inviável.

O relatório da CGU traz uma manifestação do Ministério das Cidades defendendo o projeto. Para a pasta, o VLT atende à demanda –entre 7 e 20 mil passageiros por hora.

“(…) Destaca-se que os Veículos Leves sobre Trilhos com baixa segregação são indicados para a faixa operacional que compreende de 7 a 20 mil passageiros/ hora/sentido. Desse modo, entende-se que a capacidade é congruente com a demanda evidenciada, restando determinantes os aspectos afetos à revitalização urbana, eficiência operacional, poluição, etc”, diz um trecho.

O Ministério das Cidades diz ainda que o Plano Diretor tem caráter “norteador” e não define de forma rígida que tipo de meio de transporte precisa ser usado em cada local.

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Dilma não aproveitou o potencial das Olimpíadas, diz ex-ministro do Esporte
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Fernando Rodrigues

Deputado Orlando Silva foi ministro do Esporte de 2006 a 2011

Lula compreendia o potencial político dos Jogos, diz Orlando Silva

Segundo ex-ministro, Temer procura “um lugar pra sentar na janelinha”

Congressista do PC do B afirma que Olimpíadas serão um sucesso

Sessão extraordinária para eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados. Candidato a presidência, dep. Orlando Silva (PCdoB - SP) Data: 13/07/2016 Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Orlando Silva era o ministro do Esporte quando o COI anunciou que o Rio seria a sede das Olimpíadas

Em 2009, quando o Comitê Olímpico Internacional anunciou que o Rio de Janeiro seria a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o governo comemorou muito. Hoje, 7 anos depois, o ex-ministro do Esporte Orlando Silva (PC do B-SP) acredita que a gestão da presidente Dilma Rousseff não aproveitou todo o potencial político que o evento poderia proporcionar.

Orlando Silva foi ministro da pasta nas gestões de Lula e Dilma. Foi nomeado em 2006 e saiu do cargo em out.2011. Na época, foi citado em um suposto esquema de desvio de verba de um programa do ministério. O deputado nega as acusações e diz que sofreu um “linchamento público sem provas”. Em jun.2012, a Comissão de Ética da Presidência da República arquivou o caso por falta de provas.

No discurso da candidatura do Brasil como sede das Olimpíadas, o ex-presidente Lula, hoje alvo da Operação Lava Jato, disse que o país vivia um momento “excelente, com uma economia organizada e pujante”. Em 2015, 6 anos depois da fala, o país registrou uma retração de 3,8% no PIB, com uma previsão de nova queda, de 3,3%, em 2016.

Em entrevista ao repórter Gabriel Hirabahasi, Orlando Silva disse que o ex-presidente Lula enxergava nas Olimpíadas o potencial de afirmação internacional do país. Para o ex-ministro do Esporte, faltou “pegada para explorar o aspecto político” por parte da presidente afastada, Dilma Rousseff.

O deputado pelo PC do B de São Paulo declarou que, além da conjuntura econômica, houve erros políticos que resultaram num afastamento do Congresso levando a uma mudança tão drástica do otimismo de 2009 para a situação atual.

Sobre as falhas registradas em algumas instalações da Vila Olímpica, Orlando afirmou que são “insignificantes” para o resultado dos Jogos. Na entrevista ao Blog, ele declara que as Olimpíadas têm tudo para ser um evento de sucesso, mas que o legado é do PT. “O presidente interino [Michel Temer] está procurando um lugar na janelinha”, disse.

A seguir, trechos da entrevista de Orlando Silva ao Blog:

Blog – Em 2009, quando ficou decidido que o Rio seria a sede das Olimpíadas, havia uma euforia no país, com altas taxas de aprovação do governo e PIB em alta. Hoje, a economia está em recessão e a presidente Dilma Rousseff passa por um processo de impeachment. O que deu errado com o Brasil de 2009 para cá?
Orlando Silva
– Não é que deu errado. Em 2009, o mundo vivia uma crise econômica muito grave. Primeiro nos EUA, na Europa, Grécia e Espanha. Naquele momento, com uma série de medidas, o Brasil conseguiu segurar o impacto da crise. Ninguém imaginava que a crise ia ter a dimensão e o eco que alcançou. Vivemos a crise mais grave desde 1930.

De um lado, há a dificuldade da economia. De outro lado, a política mudou completamente. A Dilma foi eleita e reeleita e entramos nessa espiral de crise política, Lava Jato, etc. Na segunda [eleição], a oposição não aceitou o resultado. Primeiro, questionou o número de votos. Depois, não permitiu que a presidenta governasse.

Isso não quer dizer que não houve erros. Houve. Tanto que chegou-se a uma situação de isolamento político no Congresso. Os erros de condução política se somam à dificuldade econômica. Há um conjunto de fatores que causou essa situação insólita.

Mas posso dizer que hoje há um constrangimento da comunidade esportiva internacional. Já me encontrei com algumas pessoas que disseram isso e sabem que foi o Lula que conseguiu [a realização das Olimpíadas no Brasil], a Dilma que coordenou [toda a montagem].

Em caso de Jogos desastrosos, o governo interino deve culpar a estrutura da administração anterior. Em caso de sucesso, Michel Temer será elogiado. O senhor se arrepende de, em 2009, ser um dos defensores da realização dos Jogos no Rio? Mesmo que possa beneficiar Michel Temer?
Não vão ser um desastre. [As Olimpíadas] Devem ser um sucesso. Há uma grande mobilização pela segurança. O Michel Temer recebeu os Jogos Olímpicos prontos. Isso caiu no colo dele.

Tenho muito orgulho de ter participado da conquista. Sinto que quando o Lula saiu do governo, houve uma diminuição da compreensão do governo federal sobre a importância desses eventos.

Na cabeça do Lula, esses eventos têm um soft power. Parte de uma estratégia de afirmação internacional. Há investimentos que são antecipados por esses eventos. E tem uma dimensão política, pois coloca o país na rota internacional.

O presidente Lula tinha claro essa dimensão. Senti que durante o mandato de Dilma, talvez pela crise, houve uma diminuição da capacidade de investimento do Estado. Isso diminuiu.

E ainda houve a crise do Estado do Rio de Janeiro. Depois da saída do presidente Lula, houve uma crise política no Estado.

Faltou cuidado por parte do governo Dilma?
Cuidado teve. Tanto que o país está pronto. A impressão que tenho é que foram cumpridos todos os projetos, todos os cronogramas. Mas não se trabalhou o potencial político do evento. Talvez tenha faltado pegada para explorar o aspecto político. O soft power, como falei, como afirmação internacional, o poder político.

Os problemas registrados no começo dos Jogos, como falhas em algumas instalações na Vila Olímpica, podem prejudicar a imagem dos Jogos?
Todo evento, no começo, tem ajustes. Em Londres, quase atrasou a abertura. No começo de todo o evento, sempre tem uma dificuldade.

Essas reclamações são insignificantes. O que vai ficar é o resultado final dos Jogos, que eu tenho confiança de que serão extraordinários. Se faltou água na torneira de 1 atleta, isso vai ser diluído pela grandiosidade dos Jogos do Rio.

Causa algum embaraço o fato de um país sede de Olimpíada passar por um período tão turbulento, com um processo de impeachment?
Esse processo de impeachment vai desmoralizar um argumento central que usamos na campanha olímpica. Falávamos da estabilidade institucional [no Brasil]. Falávamos que éramos uma democracia sólida.

O senhor acredita que os Jogos podem deixar um legado positivo ao país? Mesmo com os gastos e com a turbulência pela qual passa o país?
Se vivêssemos num ambiente mais tranquilo, teríamos potencial de ter um legado maior. Mas o centro do Rio foi reconstruído. Tiveram outras obras que renovaram a estrutura da cidade.

Também tem um legado esportivo. Instalações esportivas que vão incentivar a prática de outros esportes.

[Na área do turismo, vamos ter] centenas de milhares de turistas vêm agora e voltam depois. O fato de os Jogos existirem permitiu a manutenção de várias vagas de trabalho.

Haverá um legado, mas poderia ser melhor.

Michel Temer pode se beneficiar do sucesso das Olimpíadas?
Creio que o Michel Temer não vai se beneficiar disso. A conquista é do presidente Lula e isso ninguém pode tirar dele. Aquela participação em Copenhagen [quando o Rio foi escolhido como sede da Olimpíada] é dele. A preparação foi da presidente Dilma. Ninguém vai tirar dela.

O presidente interino está procurando um lugar na janelinha. Mas o Brasil e o mundo acompanharam os Jogos e sabem que Lula e Dilma estão por trás disso que aconteceu.

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Só 3 autoridades principais do G20 confirmam presença na Rio 2016
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Fernando Rodrigues

Argentina, França e Itália enviam seus mandatários

Venezuela, Equador e Bolívia ainda não estão na lista

EUA mandam secretário de Estado, John Kerry

Leia aqui neste post a lista completa de quem vem

“Inteligência” dos jogos será comandada pela Abin

Viagem do Ministro das Relações Exteriores a Buenos Aires Visita do Ministro das Relações Exteriores José Serra a Buenos Aires. Foto: Embaixada do Brasil em Buenos Aires / MRE 23/05/2016

O ministro José Serra (Relações Exteriores) e o presidente da Argentina, Mauricio Macri (24.mai.2016)

Das principais autoridades que compõem o G20, grupo com as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, apenas 3 confirmaram presença na abertura das Olimpíada Rio 2016, em 5.ago.2016, no Maracanã. Devem participar da cerimônia o presidente da Argentina, Mauricio Macri, o presidente da França, François Hollande, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.

Até agora, dignitários de 45 países estão na lista de presença do evento. Países vizinhos como Venezuela, Equador e Bolívia ainda não têm chefes de governo e de Estado confirmados.

Os Estados Unidos enviarão o secretário de Estado, John Kerry. A expectativa é que ele passe por Brasília quando vier assistir à abertura da Rio 2016. O norte-americano pretende conhecer um pouco mais o governo do presidente interino, Michel Temer.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, estará presente.

Na comparação com Olimpíadas anteriores, o número de chefes de governo e de Estado é ainda modesto. A expectativa é que mais autoridades confirmem presença nos próximos dias, mas não existe uma previsão exata.

Eis a lista das autoridades confirmadas por enquanto (clique na imagem para ampliar):

Autoridades-estrangeiras-abertura-Rio-2016-em-12jul2016TEMER E DILMA NO EVENTO
O presidente interino e a petista, que foi convidada para o evento, já têm seus lugares definidos na cerimônia.

O peemedebista ficará na tribuna central do Maracanã durante a abertura dos Jogos Olímpicos. A chamada “presidential box” terá 92 lugares. Metade destinada ao Comitê Olímpico e metade ao governo brasileiro. Michel Temer ocupará uma das cadeiras e ainda terá direito a 45 acompanhantes.

A presidente afastada, Dilma Rousseff, ficará na tribuna de honra, localizada no piso inferior ao do presidente interino. A petista ainda não decidiu se participará ou não da cerimônia.

SEGURANÇA DOS JOGOS
A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) apresentou nesta 4ª feira (13.jul) parte da estrutura disponível para a inteligência dos Jogos Olímpicos. A segurança está centrada em 3 eixos: defesa, segurança pública e inteligência. Este último é comandado pela agência em coordenação com outros centros espalhados pelo Rio e 5 cidades-sede dos jogos de futebol.

São 7 Centros de Inteligência: além do CIN em Brasília, há o Centro de Inteligência dos Jogos Olímpicos (CIJ) e o Centro de Inteligência dos Serviços Estrangeiros (CISE), no Rio; e outros 5 Centros de Inteligência Regionais: 1 em Belo Horizonte, 1 em Salvador, 1 em Manaus, 1 em São Paulo e 1 em Brasília.

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Sala do Centro de Inteligência Nacional (CIN) na Abin, em Brasília

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Temer diz não haver a menor preocupação com zika e segurança nas Olimpíadas
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Fernando Rodrigues

Em mensagem a turistas e atletas, presidente interino pede tranquilidade 

“Não deve haver nenhuma preocupação com nenhuma espécie de doença tropical”

“Seja bem-vindo e venha tranquilo”, diz peemedebista em vídeo nas redes sociais

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O presidente interino, Michel Temer

O presidente interino, Michel Temer, gravou vídeo em que diz a turistas e atletas não haver a menor preocupação em relação a segurança e saúde nos Jogos Olímpicos do Rio.

Em 1 minuto e 41 segundos, o peemedebista afirma que o evento esportivo se constitui em um momento de harmonia e pacificação nacional. No discurso, sempre formal, afirma que estão afastados riscos à integridade de delegações e de visitantes que estarão no país por causa das Olimpíadas.

“Eu quero com esta palavra tranquilizar a todos (…) Temos feito seguidas reuniões para garantir a segurança de todos aqueles que vierem para o nosso país (…) Não há e não deve haver nenhuma preocupação com nenhuma espécie de doença tropical, seja zika ou o que seja”, afirma Temer na gravação.

O presidente fala que o Brasil agora está no inverno. E explica: “Nós estamos, devo registrar, num período de inverno em que qualquer mosquito transmissor opera com menor intensidade”.

O vídeo presidencial será compartilhado pelo Palácio do Planalto em várias redes sociais. Trata-se de uma das ações programadas pelo governo federal para tentar fazer frente à mídia negativa em torno da Rio 2016, sobretudo no noticiário internacional.

A abertura dos Jogos Olímpicos será realizada no dia 5.ago. São esperados 60 chefes de Estado e governo, além de 150 autoridades esportivas estrangeiras.

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Ministro troca comando do controle de dopagem a 1 mês das Olimpíadas
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Fernando Rodrigues

Informação foi confirmada por Leonardo Picciani (Esporte) 

Rogério Sampaio, campeão olímpico de judô, assumirá o órgão

Interdição de laboratório motivou saída do atual secretário

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Rogério Sampaio, medalha de ouro nas Olimpíadas de 1992, em Barcelona

O ministro Leonardo Picciani (Esporte) trocará o comando da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) a pouco mais de 1 mês do início das Olimpíadas.

Aurélio Klein, atual secretário nacional do órgão, será substituído por Rogério Sampaio, judoca medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992). Klein ocupava o posto desde jan.2014.

As informações são do repórter do UOL Luiz Felipe Barbiéri.

A mudança foi comunicada pessoalmente por Picciani ao ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) em reunião na manhã desta 3ª feira (28.jun.2016) no Palácio do Planalto.

A suspensão do credenciamento do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), escolhido para analisar os exames  de atletas durante as Olimpíadas, teria motivado a troca. Integrantes da pasta reclamam que não foram avisados da possibilidade da interdição do local às vésperas do Jogos Olímpicos.

INTERDITADO
Na 6ª feira (24.jun), a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) anunciou a suspensão provisória do credenciamento do LBCD, localizado nas dependências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O motivo alegado foi a não conformidade com o Padrão Internacional de Laboratórios (ISL, na sigla em inglês). O local está impedido de analisar amostras de urinas e sangue desde 4ª feira (22.jun).  O LBCD pode recorrer da decisão para o Tribunal Arbitral dos Esportes (TAS) no prazo de 21 dias.

Se a situação não for resolvida, os exames colhidos no Rio terão de ser encaminhados para análise em laboratórios do exterior.

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82,5% das reportagens no exterior são negativas para o Brasil
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Fernando Rodrigues

Estudo analisou 900 itens publicados no 1º trimestre de 2016

Percepção internacional negativa prevalece desde 2014

Só 18% das reportagens no exterior são positivas para o país

Dilma estuda tirar status de ministério da CGU

A presidente afastada, Dilma Rousseff

Relatório “I See Brazil“, criado pela agência Imagem Corporativa, aponta que há no momento uma forte percepção negativa do Brasil por partes de veículos jornalísticos internacionais. Segundo o levantamento, no 1º trimestre de 2016, 82,5% das reportagens analisadas mostravam pessimismo com relação ao país.

O “I See Brazil” mede a percepção do Brasil na imprensa internacional desde o 1º trimestre de 2009. Naquele ano, o indicador era de 76% de textos positivos e apenas 24% de negativos. O relatório indica que a visão negativa do país teve início em 2014, quando 64% das reportagens da mídia no exterior tinham teor pessimista.

No 1º trimestre de 2016 a situação piorou ainda mais e as matérias negativas somaram 83% das 900 analisadas. Eis o gráfico com a evolução de 2009 para cá (clique na imagem para ampliar):

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Para chegar a esse resultado, agência considerou 13 veículos internacionais de imprensa: Corriere Della Sera (Itália); Der Spiegel (Alemanha); Economic Times of India (Índia); El País (Espanha); Financial Times (Reino Unido); La Nación (Argentina); Le Monde (França); South China Morning Post (China); The Economist (Reino Unido); The Japan Times Online (Japão); The New York Times (EUA); The Toronto Star (Canadá) e The Wall Street Journal (EUA).

A Imagem Corporativa afirma que “o desempenho da economia brasileira e a proliferação de casos do vírus zika a poucos meses da realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro tiveram papel preponderante na piora da imagem do Brasil”.

Um dos casos citados, por exemplo, é a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado na Operação Lava Jato, para ser ministro da Casa Civil. De acordo com o estudo, os protestos contra o governo e o quadro político conturbado provocou “o aumento no volume de reportagens negativas sobre política no período”. De janeiro a março deste ano foram publicadas 385 matérias sobre o assunto, das quais 95,3% (367) registraram percepção negativa da situação do país.

dilma-lula-the-economist

ASSUNTOS
O estudo mostra que a maioria cobertura internacional está concentrada no cenário político brasileiro (42,7%). Em seguida, aparecem temas socioambientais (28,8%) e da economia (28,5%).

Outros temas presentes na imprensa estrangeira sobre o Brasil são:

– A conclusão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff;
– As avaliações sobre o governo interino de Michel Temer, com ênfase para a composição da equipe ministerial e para as medidas adotadas pelas principais pastas;
– Os planos da nova equipe econômica;
– A continuidade das investigações da Operação Lava-Jato;
– A preocupação com o vírus zika;
– Os preparativos para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

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