Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : PEC do teto de gastos públicos

Governo manteve fidelidade alta de deputados no 2º turno da PEC do teto
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Fernando Rodrigues

Taxa de adesão ao projeto chegou a expressivos 93,2%

PSB e PPS mantêm-se como os “infiéis” ao Planalto

Agora, a proposta será analisada pelo Senado

Brasília- DF- Brasil- 25/10/2016- Sessão extraordinária da Câmara dos Deputados, para discussão e votação de diversos projetos. Foto: Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados

Deputados concluíram a votação dos destaques da PEC do teto na madrugada desta 4ª

Horas antes de a Câmara aprovar em 2º turno a PEC do teto de gastos, na última 3ª feira (25.out), o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) previa que a proposta receberia o aval de mais de 370 votos. Não chegou a tanto. Foram 359 votos “sim”, 7 a menos que os 366 votos favoráveis à PEC na 1ª votação (em 10.out).

Apesar dessa pequena “quebra” de apoio, a taxa de fidelidade dos partidos que apoiam formalmente o presidente Michel Temer permaneceu alta: foi de 93,8% no 1º turno e de 93,2% na 2ª votação.

Apenas 23 deputados de partidos da base aliada ao Planalto votaram contra a PEC do teto no 2º turno. Outros 28 se ausentaram ou se abstiveram.

Esse desempenho é muito superior ao obtido pelo governo quando Dilma Rousseff ainda era presidente, sobretudo na fase final do segundo mandato da petista (no ano de 2015 até maio de 2016, quando foi aprovado o impeachment).

As informações são do repórter do UOL Gabriel Hirabahasi.

Não houve reviravoltas na posição dos deputados entre as 2 votações. Só 1 que havia sido favorável no 1º turno votou contra a proposta nesta semana: Hissa Abrahão (PDT-AM). O deputado Bebeto (PSB-BA), favorável no 1º turno, se absteve na 2ª votação.

Eis um resumo geral das votações da PEC do teto na Câmara no 1º e no 2º turno:

10out2016-pec241-1o-turno-sintese 25out2016-pec241-2o-turno-sinteseApós a votação em 1º turno, Eliseu Padilha disse que iria alinhar o discurso com integrantes da base de apoio ao governo para ampliar o placar da votação.

Entretanto, deputados governistas já diziam que o placar deveria ser igual ou um pouco menor. Isso por causa da menor visibilidade da votação em 2º turno e da data marcada –o 2º turno das eleições municipais é neste domingo (30.out).

Assim como ocorreu na votação do 1º turno, PSB e PPS foram os 2 partidos governistas com maior proporção de “infiéis” ao Planalto. As duas agremiações têm ministros no governo. O PSB teve 9 votos contrários e 4 ausências. O PPS, 3 contrários e 1 ausente. Eis o desempenho por partido no 2º turno da PEC do teto:

25out2016-pec241-2o-turno-geralOs destaques à PEC, feitos pela oposição, foram todos rejeitados. Ontem (26.out.2016), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, levou o texto pessoalmente ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

O primeiro passo da tramitação da PEC no Senado é a análise pela Comissão de Constituição e Justiça. O relator do projeto na comissão será Eunício Oliveira (PMDB-CE). O cearense é um dos aliados mais próximos de Renan e deve sucedê-lo na presidência do Senado em fevereiro de 2017.

ATRITO QUASE PREJUDICOU PEC
Na manhã de ontem (4ª), Renan Calheiros parecia disposto a dificultar o andamento da PEC do teto no Senado. O motivo: um atrito com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, depois da operação da Polícia Federal da última 6ª feira. Policiais do Senado foram presos na ocasião.

Ao longo da 4ª feira, porém, houve intensa articulação para desarmar a tensão com o presidente do Senado. O alagoano recebeu ligações do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do ministro do STF Gilmar Mendes. Os 2 propuseram que Alexandre de Moraes pedisse desculpas publicamente ao Senado. O presidente Michel Temer confirmou a Renan o pedido de desculpas.

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Na TV, Michel Temer suaviza o slogan sobre “tirar o Brasil do vermelho”
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Fernando Rodrigues

Atriz lê texto que menciona apenas as contas “no vermelho”

No anúncio impresso foi “vamos tirar o Brasil do vermelho”

Campanha deve ter 5 comerciais diferentes, a partir de 6ª

Custo de veiculação deve ficar em torno de R$ 20 milhões

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Peça para a TV menciona apenas “contas no vermelho”

O governo Michel Temer decidiu não usar o slogan “vamos tirar o Brasil do vermelho” na primeira inserção de vídeo da campanha em defesa do ajuste fiscal. A frase tinha um duplo sentido relacionado ao PT e à esquerda (que tradicionalmente adotam a cor vermelha).

O slogan sobre “tirar do vermelho” foi usado nos anúncios publicados em jornais nesta semana, 4ª feira (leia uma imagem reproduzindo a peça ao final deste post). O duplo sentido irritou a oposição. Congressistas do PT anunciaram que iriam à Justiça para tentar barrar a campanha, além de cobrar do Ministério Público que apurasse possíveis irregularidades.

Nos comerciais que começam a ir ao ar em TVs de todo o país essa ambiguidade foi retirada. Uma atriz lê um texto que menciona apenas “R$ 170 bilhões em contas públicas no vermelho”.

O Blog teve acesso a um dos filmes publicitários, o de 30 segundos (há outras 4 peças, de 15 segundos cada uma). Eis o vídeo:

Eis o texto lido pela atriz no comercial: “12 milhões de desempregados. Queda nos investimentos. 170 bilhões [de reais] em contas públicas no vermelho. Todo esse sofrimento teria sido evitado se não tivessem gasto mais do que arrecadaram. Por isso o governo está propondo um limite nos gastos públicos. Para economizar. Exatamente como você faz em casa quando está gastando muito. É hora do Brasil voltar a crescer. Equilibrar as contas públicas. Já! Isso é governar com responsabilidade. Governo federal”.

O filmete faz alusão a uma das principais medidas do ajuste fiscal: a que limita o crescimento nos gastos do governo à inflação do ano anterior até 2020. Uma proposta de emenda à Constituição deve ser votada pelo plenário da Câmara dos Deputados na próxima segunda-feira (10.out).

O governo federal planeja gastar em torno de R$ 20 milhões para produzir e veicular a campanha, segundo apurou o Blog.

Eis o anúncio publicado na mídia impressa na última 4ª feira:

Anuncio-ajuste-fiscal-5out2016

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