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Faxinado, PR diz agora na TV ter “muita competência” nos Transportes
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Fernando Rodrigues

Novo ministro, César Borges afirma que Dilma Rousseff demonstrou confiança nele

Partido “consolida ainda mais a participação na base governista”

O PR (Partido da República), um dos mais citados no escândalo do mensalão, estará hoje (16.mai.2013) na TV por 10 minutos, a partir de 20h30. O objetivo é tentar começar a apresentar novas faces para a legenda, que pretende recompor um pouco sua imagem – uma tarefa difícil.

O recém-nomeado ministro dos Transportes, o baiano César Borges, aparece com uma tese peculiar: a presidente Dilma Rousseff teria dado essa pasta ao PR porque a legenda “já mostrou ter muita competência” no “setor de transporte”.

Quando o Ministério dos Transportes foi ocupado pelo senador amazonense Alfredo Nascimento, Dilma Rousseff não gostou muito do desempenho do PR. Tanto é que Nascimento foi demitido no início da administração da atual presidente, num movimento que ficou conhecido como “faxina ministerial”.

Mas o efeito de dar a pasta dos Transportes ao PR é também político. No programa de TV da sigla, César Borges não deixa dúvidas: “A confiança demonstrada pela presidente Dilma, ao entregar a mim e ao PR essa pasta, consolida ainda mais a participação do meu partido na base governista”. Ou seja, está pavimentado o caminho para que a agremiação possa dar seu tempo de TV para o projeto de reeleição dilmista em 2014.

Assista ao vídeo abaixo:

 

O PR tem hoje 35 deputados federais (é 6ª maior bancada na Câmara). No Senado, é mais modesto, com 5 dos 81 senadores. O seu programa na TV hoje à noite, ao qual o Blog teve acesso, foi dirigido pelo publicitário Elsinho Mouco, da agência Pública. Elsinho também tem realizado programas para o PMDB.

O presidente nacional da legenda, Alfredo Nascimento, fecha o programa com exclamações genéricas. Por exemplo, dizendo que “o PR é um partido ágil”. Diferentemente de seu colega César Borges, o senador Nascimento não menciona Dilma Rousseff. A última frase que ele pronuncia na propaganda é: “PR. O Brasil com o jeito republicano de ser”.

Aparecem falando na tela 9 políticos, pela ordem: César Borges (ministro dos Transportes), Fernando Giacobo (deputado federal do Paraná), Maurício Quintella (deputado federal de Alagoas), Antonio Carlos Rodrigues (senador por São Paulo, suplente de Marta Suplicy), Lincoln Portela (deputado federal de Minas Gerais), Gorete Pereira (deputada federal do Ceará), Magno Malta (senador pelo Espírito Santo), Anthony Garotinho (deputado federal pelo Rio e líder do partido na Câmara), Alfredo Nascimento (senador pelo Amazonas e atual presidente nacional da legenda).

Como se observa, não surge na tela um grande líder político do PR, o deputado federal Valdemar Costa Neto (de São Paulo), um dos condenados no processo do mensalão.

Mas não falta polêmica no programa do PR. Como mostra o post anterior, o deputado Anthony Garotinho usa a TV para ironizar e atacar seu adversário no Rio, Sérgio Cabral, o governador fluminense.

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Garotinho usa PR na TV para atacar Sérgio Cabral
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Fernando Rodrigues

O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) usa parte de seu tempo no programa partidário da sua legenda, hoje (16.mai.2013) à noite para fazer uma ironia e atacar Sérgio Cabral, governador fluminense e seu adversário político direto no Rio de Janeiro.

Garotinho entra em cena segurando um guardanapo e o atira no chão, afirmando: “Você se lembra? Com a república do guardanapo o Rio de Janeiro sofreu uma derrota moral. Nada de guardanapo na cabeça!”.

Ele se refere ao episódio em que Cabral foi fotografado, em 2009, ao lado do então presidente da construtora Delta, Fernando Cavendish, após um alegre jantar em Paris, ambos dançando com guardanapos amarrados na cabeça.

A Delta foi investigada pela CPMI do Cachoeira e teve contratos com o governo do Rio questionados.

As fotos foram levadas a público pelo próprio Garotinho, que as publicou em seu blog pessoal, no ano passado. A ideia do deputado era ser ainda mais contundente, pois pretende disputar o governo do Rio no ano que vem, contra o grupo de Sérgio Cabral.

A fala completa de Garotinho no programa de TV do PR era mais longa, com 1 minuto e 40 segundos. A direção partidária vetou e a inserção como estava. O deputado acabou tendo só cerca de 1 minuto.

Eis uma imagem de Garotinho ao jogar o guardanapo no chão:

O programa partidário de TV do PR foi produzido pelo publicitário Elsinho Mouco, da agência Pública. O Blog teve acesso ao vídeo, que pode ser visualizado no post acima.

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Inocêncio, após 10 anos, sem cargo na Câmara
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Fernando Rodrigues

Ícone do baixo clero no Congresso, deputado de Pernambuco pode ficar sem vaga na direção da Câmara.

Em 2013, o PR, sigla de Inocêncio Oliveira, não o quer mais em função de destaque.

Depois de uma onda de renovação em algumas cidades nas últimas eleições, a tendência está chegando ao Congresso. Um dos ícones do baixo clero da Câmara dos Deputados corre o risco de ficar fora da direção da Casa a partir de 2013. Inocêncio Oliveira, 74 anos e há 37 anos ininterruptos como deputado federal (agora pelo PR de Pernambuco), não está cotado para ser incluído na chapa favorita para compor a Mesa Diretora dos próximos dois anos.

O PR (Partido da República) pretende retirar o apoio que até agora deu a Inocêncio Oliveira.

Em janeiro de 2013, Inocêncio completará 10 anos seguidos com cargo na Mesa. Ele é o atual 3º secretário da Câmara, responsável por controlar as requisições de passagens aéreas dos deputados e examinar justificativas de faltas –basicamente, um guichê para prestar favores aos colegas da Casa. O mandato termina em 31 de janeiro, como os de todos os outros 6 integrantes da Mesa Diretora.

O PR deverá ter 1 dos 7 assentos da Mesa no ano que vem porque sua bancada é uma das maiores (esses cargos são distribuídos de acordo com o nº de deputados de cada legenda). Mas a sigla quer outro de seus deputados na vaga. Se Inocêncio quiser o posto, terá que disputá-lo sem o apoio dos colegas, resumiu ao Blog um dos integrantes da bancada do partido, na condição de não ter o seu nome revelado.

Oliveira foi da Arena e do PDS (siglas de sustentação da ditadura militar), do PFL e do PL. Agora, está no PR. Seu 1º mandato começou em 1975. Daquele ano em diante, nunca deixou a Casa. Exerce agora seu 10º mandato. Ele também já teve vários cargos na direção da Câmara, inclusive o de presidente da Casa, em 1993 e 1994. A atual participação do pernambucano na Mesa começou em 2003, quando foi 1º vice-presidente. Em seguida, foi 1º secretário, 2º vice-presidente, 2º secretário e, agora, 3º secretário.

Se perder o espaço que tem, Oliveira corre o risco de, na próxima eleição, entrar para a lista de políticos mais antigos que entram em uma fase crepuscular. É de seu próprio Estado, Pernambuco, um membro representativo desse grupo decadente: o ex-senador e ex-vice-presidente da República Marco Maciel ficou sem mandato após 43 anos ao perder a eleição de 2010.

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