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Arquivo : Rubens Bueno

Metade dos deputados do PT abandonou Rodrigo Maia no 2º turno
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Fernando Rodrigues

Lula defendeu aliança estratégica com deputado do DEM

Líder do PT sai derrotado com defecções na bancada federal

Apenas parte da sigla fez escolha pragmática do “mal menor”

Saiba quais  foram os deputados petistas que saíram da Câmara

chinaglia-imbassahy-14jul2016-andreShaldersUol

O líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA, à dir.) e o petista Arlindo Chinaglia (SP) na madrugada de 14.jul

Quase metade da bancada do PT na Câmara abandonou o plenário e não votou no 2º turno da disputa pelo comando da Casa, no início da madrugada desta 5ª feira (14.jul).

O PT tem 58 deputados federais. Desses, 56 estiveram presentes na eleição do novo presidente da Câmara. Todos votaram no 1º turno.

Quando o processo afunilou e sobraram só 2 candidatos, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Rogério Rosso (PSD-DF), os petistas racharam: 25 deputados federais da legenda foram embora do plenário.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Outros que também deixaram a Câmara no 2º turno foram os 6 deputados do Psol.

Alguns partidos de esquerda tiveram comportamento diferente daquele dos petistas. No PC do B, só duas deputadas (Jandira Feghali, do Rio, e Alice Portugal, da Bahia) deixaram o plenário. No PDT não houve nenhuma defecção.

Como o voto é secreto, não é possível saber exatamente em quem votaram os deputados do PT e dos demais partidos.

A imagem abaixo mostra os deputados que votaram no 1º turno mas abandonaram a disputa no 2º (clique na imagem para ampliar):
tabela-partidos-2turnoDERROTA DE LULA
O comportamento de parte da bancada petista representa uma derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e para o grupo mais próximo a ele na legenda.

Deputados petistas como Luiz Sérgio (RJ) e Vicente Cândido (SP) vinham alinhavando o apoio da sigla à candidatura de Rodrigo Maia. Na última 5ª feira (7.jul) a aliança foi ungida por Lula. Ocorre que o ex-presidente já não exerce controle sobre a bancada federal da sigla.

“Eu segui a primeira orientação do meu partido, que era de não votar em golpista [defensor do impeachment]. Quando apareceu o resultado do 1º turno, me retirei”, disse o deputado petista Luiz Couto (PB), um dos faltosos.

A “primeira orientação” referida por Luiz Couto foi uma resolução aprovada pela bancada petista na noite de 2ª feira (11.jul). O partido decidiu que não apoiaria ninguém que tivesse votado a favor do impeachment, caso de Maia.

Essa resolução foi desrespeitada pelos deputados federais petistas que votaram no 2º turno, pois os 2 candidatos finalistas (Rodrigo Maia e Rogério Rosso) deram apoio ao impeachment de Dilma Rousseff.

Na manhã de 4ª feira (13.jul), o líder da legenda, Afonso Florence (BA), passou a dizer que Rodrigo Maia era uma opção melhor para o PT que Rogério Rosso. Não detalhou como chegou a essa conclusão de maneira cartesiana, uma vez que tanto Maia como Rosso são, aos olhos do PT, “golpistas”.

PRAGMATISMO
Na votação, prevaleceu na bancada petista a percepção de Florence.

Maia apresentou durante a campanha um compromisso de não retardar o processo de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mais importante: garantiu “respeito” ao “direito das minorias”.

No jargão do Congresso, o “respeito às minorias” significa não buscar atalhos no Regimento Interno da Câmara para acelerar o andamento de certos projetos, em detrimento da oposição. Esta pode esperar um pouco mais de liberdade de movimento dentro do plenário, sob Maia.

Logo que sentou na cadeira de presidente da Câmara, Maia agradeceu, nesta ordem, aos líderes do PSB (Paulo Foletto, do Espírito Santo), do PPS (o paranaense Rubens Bueno) e ao petista Florence.

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Análise: Governo Temer exibe fissuras a menos de uma semana da posse
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Fernando Rodrigues

Conheça os 7 principais pontos de tensão no novo governo

Escolha de ministros causa nervosismo em partidos aliados

Decisões são questionadas por bancadas e movimentos sociais

Temer deve manter base aliada, avalia cientista político

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O vice-presidente da República, Michel Temer

por André Shalders
repórter do UOL

A menos de uma semana da possível data de posse (12.mai), o eventual governo Michel Temer começa a exibir possíveis fragilidades no Congresso e entre apoiadores na sociedade. O Blog listou os 7 principais pontos de tensão e promessas não cumpridas no proto-governo Temer.

Disputa por espaço entre as legendas é o principal motivo, seguido de divergências ideológicas quanto a aspectos da montagem do novo governo.

A seguir, as principais dificuldades:

1. PSD
O foco central de tensão para Michel Temer é hoje o PSD. No momento, o partido está fora da disputa pelo Ministério das Cidades, que foi ocupado por Gilberto Kassab até a véspera da votação do impeachment no plenário da Câmara (17.abr).

“Todos os partidos que orientaram a bancada a votar pelo impeachment aumentarão a participação na Esplanada. Menos o PSD”, observa um deputado próximo a Kassab.

O posto é um dos mais desejados da Esplanada: controla orçamento robusto e políticas com forte apelo eleitoral, como o programa Minha Casa Minha Vida. Na noite de 3ª feira, o partido recebeu a proposta para ocupar a pasta de Comunicações e não gostou. Em tempo: Cidades pode ficar com Bruno Araújo (PSDB-PE).

2. PMDB DA CÂMARA
A bancada do PMDB na Câmara também dá sinais de estresse. Até a noite de ontem, 3 ministérios foram oferecidos ao grupo: Esportes, Secretaria de Portos e Desenvolvimento Social. As 3 pastas são de pouco relevo se comparadas à Saúde, ocupada no governo Dilma por um deputado peemedebista, Marcelo Castro (PI).

Dois dos ministérios correm risco de extinção (Desenvolvimento Social e Portos). Um deputado que trabalhou pelo impeachment desde o começo afirma que as 3 pastas são a “xepa” no feirão ministerial. A articulação mais firme é a do Ministério do Esporte, que ficará com o grupo do Rio de Janeiro.

3. PPS E PSDB
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), convocou a imprensa nesta semana para comunicar que os deputados do partido não concordam com a indicação de ministros que sejam alvo de investigação na Lava Jato.

Há pelo menos 3 ministeriáveis nessa condição: os senadores Romero Jucá (RR) e Edison Lobão (MA) e o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (RN).

“A nossa reivindicação é que ocorra o mesmo que houve com o [Henrique] Hargreaves [ex-ministro da Casa Civil no governo Itamar Franco]. Ele foi investigado, provou-se sua inocência e ele voltou até com mais autoridade”, diz Bueno.

Alguns tucanos na Câmara também expressaram descontentamento “ideológico” com a entrada do partido no próximo governo e com as indicações de ministros. Por enquanto, trata-se de fração minoritária.

4. EDUARDO CUNHA E A LAVA JATO
O presidente da Câmara vinha influenciando, de forma subterrânea, a montagem do futuro governo. Ao ser afastado do comando da Casa, Cunha disse a aliados que Michel Temer poderá ter “dificuldades” com o presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA).

Maranhão votou contra o impeachment de Dilma. Embora tenha boas relações com o PMDB e com Cunha, não faz parte da “tropa de choque” do presidente afastado da Câmara. É considerado inepto para comandar sessões deliberativas que exijam pulso firme de quem estiver à frente da Mesa Diretora da Casa.

Assim como Eduardo Cunha, afastado da Presidência da Câmara, outras pessoas no “núcleo duro” de Michel Temer estão sob investigação na Lava Jato e em outras apurações, como a Zelotes. É impossível dizer como ou quais serão os desdobramentos.

Michel Temer está sendo obrigado a dar seguidas declarações a respeito de não tentar interferir nas operações, ao mesmo tempo em que terá de administrar tensões provocadas pela continuidade das investigações.

5. MOVIMENTOS DE RUA
A possível nomeação de investigados também desagrada ativistas pró-impeachment. O Movimento Brasil Livre (MBL) é o mais estruturado. Tem maior interlocução com o grupo do vice-presidente. Líderes do MBL ficaram desconfortáveis com o recuo na proposta de corte de ministérios.

Michel Temer admite que poderá cortar 2 ou 3 ministérios, no máximo, das atuais 32 pastas mantidas por Dilma Rousseff.

Outros grupos já vocalizam nas redes sociais o descontentamento com a possível redução no corte de ministérios. É o que fez o Vem pra Rua.

Além disso, alguns ministeriáveis do governo Temer já estão sendo criticados nos bastidores. É o caso de Roberto Freire (PPS-SP), provável ministro da Cultura. Ele é visto como excessivamente ligado a grupos de esquerda.

Temer-VemparRua-maio20166. PORTEIRA FECHADA OU ABERTA?
Várias legendas relevantes pedem que os ministérios sejam entregues “de porteira fechada”, isto é, com a possibilidade de nomear todos os cargos de 2º e 3º escalões. Além do PMDB e do PSD, o pleito existe no PP, no PR, no PSB e no PTB.

7. MINISTÉRIO DE NOTÁVEIS
Dias depois da aprovação da admissibilidade do impeachment no plenário da Câmara, em 17.abr, a equipe de Temer ventilou a possibilidade de montar um ministério de “notáveis”, formado por profissionais de destaque em suas áreas de atuação e não ligados a partidos políticos.

A necessidade de garantir apoio congressual e contemplar os partidos que apoiaram o impeachment foram aos poucos impedindo a concretização da proposta. O último “notável” a ser descartado do ministério foi o médico Raul Cutait. Hoje, restam poucos ministeriáveis que não são indicações políticas.

TEMER DEVE MANTER BASE, AVALIA ANALISTA
Para o cientista político Antônio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Michel Temer deve contar com maioria no Congresso, inclusive para a aprovação de emendas à Constituição (quando são necessários 3/5 dos votos na Câmara e no Senado).

O principal fator, considera ele, é a falta de perspectivas de poder fora do governo federal. “Um partido pode reclamar. Mas fará o quê em seguida? Se juntar ao PT e ao Psol na oposição?”

Além disso, argumenta o cientista político, há mais afinidade ideológica entre o conjunto do Congresso e o PMDB do que com o PT. “Uma coisa é um partido de centro direita na base de um governo à esquerda. Outra é ser base de um governo de centro. Há menos atrito”, observa.

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CPMI engavetou convocações de Camargo e Pessoa, corroborando Delcídio
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Fernando Rodrigues

Júlio Camargo, Ricardo Pessoa e Pinheiro não foram chamados

Em delação, Delcídio diz que eles foram achacados pela CPMI

Empreiteiros monitoraram colegiado, que terminou em 2014

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O senador Gim Argello (dir.) e o deputado Marco Maia (esq.) durante a CPMI da Petrobras em 2014

A CPI Mista da Petrobras de 2014 terminou sem votar as convocações do lobista Júlio Camargo e dos empreiteiros  Ricardo Pessoa (UTC) e Léo Pinheiro (OAS). O fato está presente na delação de Delcídio do Amaral, que afirma que os 3 teriam “pago pedágio” a congressistas para não serem convocados.

Ao todo, 4 requerimentos foram apresentados: 2 para Ricardo Pessoa, 1 para Júlio Camargo e 1 para José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro (a atualização sobre Leo Pinheiro foi incluída neste post às 21h20 de 3.mar.2016). Não chegaram a ser votados. Outro pedido de transferência dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da OAS, empreiteira de Léo Pinheiro, também ficou sem votação.

A informação é do repórter do UOL André Shalders.

Delcídio acusa os deputados Marco Maia (PT-RS) e Fernando Francischini (SD-PR) e os ex-senadores Gim Argello (PTB-DF) e Vital do Rêgo (PMDB-PB) de “cobrar pedágio” para não permitir que os empreiteiros fossem obrigados a ir à CPI. Vital é hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Gim não se reelegeu em 2014.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), é autor dos requerimentos de convocação de Ricardo Pessoa. Para ele, “faz muito sentido” a acusação levantada por Delcídio.

Durante o andamento da CPI, lembra-se Bueno, empreiteiras investigadas acompanharam de perto a votação de requerimentos de autoria dele. O fato foi comprovado depois por mensagens interceptadas na Lava Jato.

Veja aqui os requerimentos que foram votados e os que ficaram pendentes na CPMI.

Marco Maia foi o relator da CPI Mista da Petrobras. Já Vital do Rêgo presidiu a comissão e Gim Argello foi o vice-presidente. À época, o colegiado aprovou um requerimento de Maia para que a UTC “prestasse informações” ao colegiado.

A 1ª versão do relatório de Marco Maia, apresentada em 10.dez.2014, não pediu o indiciamento de nenhuma pessoa. Uma semana mais tarde, em 17.dez, o deputado apresentou um “complemento” ao relatório, em que requereu o indiciamento de 52 pessoas.

Léo Pinheiro, Julio Camargo e Ricardo Pessoa não estão na lista, embora outras pessoas ligadas à UTC e à OAS tenham sido indiciadas.

OUTRO LADO
O Blog tentou contatar as pessoas citadas nesta reportagem. Gim Argello e Marco Maia não responderam às ligações e às mensagens por SMS. Vital do Rêgo e Francischini divulgaram notas sobre o assunto.

O ex-senador Vital do Rêgo encaminhou nota ao Blog em que “repudia” a “ilação” feita por Delcídio.

Eis a nota de Vital:

“Com relação à suposta delação do Senador Delcídio Amaral noticiada pela imprensa, o Ministro do Tribunal de Contas da União Vital do Rêgo repudia qualquer ilação associada a seu nome.

Enquanto Senador e presidente da CPI da Petrobras, trabalhou em parceria com o Ministério Público e a Polícia Federal em busca da elucidação dos fatos sob investigação.

O Ministro informa que sempre conduziu os trabalhos na Comissão de maneira imparcial e em respeito aos princípios constitucionais, privilegiando as decisões democráticas dos membros do colegiado.

Também esclarece que, como Presidente do colegiado, cumpria as determinações do Plenário e as recomendações do Colégio de Líderes, trabalho que sempre desempenhou com transparência e lisura”.

Já o deputado Fernando Francischini divulgou em sua página no Facebook um ofício encaminhado por ele hoje ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, em que responde às acusações.

No ofício, Francischini afirma que nunca esteve em Brasília às segundas-feiras nos últimos 5 anos, conforme mostram suas passagens aéreas. Diz também que nunca realizou qualquer movimentação financeira atípica. Por fim, argumenta que era adversário político de Delcídio, que estaria tentando prejudicá-lo.

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Ideli usa helicóptero do Samu em périplos por Santa Catarina
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Fernando Rodrigues

Transporte da ministra suspende o atendimento de emergências

Ideli (de costas) utiliza aeronave em Laguna (SC). Foto: Reprodução/CB

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, pré-candidata pelo PT ao Senado em Santa Catarina, tem utilizado em suas andanças pelo Estado um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal destinado à remoção de vítimas de acidentes e tragédias naturais. A informação foi divulgada pelo jornal “Correio Braziliense” nesta 2ª feira (7.out.2013).

A aeronave conveniada ao Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), única do Estado preparada para o resgate de vítimas, é equipada com maca, tubo de oxigênio e materiais de primeiros socorros. Quando está à disposição de Ideli, os equipamentos são retirados e a escala de atendimento é suspensa.

O levantamento feito pelo “Correio” mostra que a ministra usou o helicóptero para eventos não relacionados à finalidade de sua pasta, que é cuidar da articulação política entre governo e Congresso. O Bell 407 da Polícia Rodoviária foi requisitado para levá-la a entregas de casas, inaugurações de obras, lançamento de projetos e participação em formatura de bombeiros.

Em 24.ago.2012, a aeronave ficou à disposição da ministra das 9h às 18h. Nessa data, ela foi a Santa Catarina para lançar edital de duplicação de rodovia e reunir-se com empresários.

A Secretaria das Relações Institucionais afirmou, ao “Correio”, que o helicóptero usado pela ministra é “multifunção” e “utilizado para transporte de autoridades, policiamento e missões de resgate”. Segundo a nota oficial, Ideli fez uso da aeronave “sempre em agendas oficiais”, com respaldo de decreto presidencial. Neste ano, Ideli participou de 18 eventos públicos em Santa Catarina.

‘Uso eleitoreiro’

O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou que o uso do helicóptero por Ideli é “imoral”. “Isso que a ministra está fazendo é uso eleitoreiro de um bem público para pavimentar sua campanha. Essa prática imoral tem sido usada nesses anos todos por este governo”, disse.

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