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Arquivo : Piantella

Jobim circula em campanha para presidente e se encontra com Temer
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Fernando Rodrigues

Nelson Jobim jantou com o presidente no Jaburu

Ex-ministro tem se aconselhado sobre candidatura

Em nota, Jobim diz não estar fazendo campanha

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim fala na Comissão especial sobre o pacto federativo, durante audiência pública (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim: candidato

O ex-ministro Nelson Jobim jantou com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, na 3ª feira (6.dez). Fumaram charutos. Está tudo bem entre eles. Mas Jobim é nome recorrente em todas as discussões sobre quem poderia ser eleito pelo Congresso para a Presidência, se Temer perder a cadeira ou renunciar a partir de 2017.

O editor Tales Faria participou da apuração. A reportagem foi publicada no Poder360. Receba a newsletter.

A Constituição determina a realização de eleições indiretas em caso de vacância do mandato presidencial nos últimos 2 anos. O sucessor seria escolhido pelo Congresso.

Em plena campanha eleitoral, Nelson Jobim aproveitou a viagem para circular por Brasília. Esteve não só na reinauguração de um antigo reduto de políticos, o restaurante Piantella, como também visitou e ouviu amigos e políticos de diferentes partidos. Na 2ª feira (12.dez), em São Paulo, ele participou de almoço de fim de ano da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Em todos os lugares, o ex-ministro sempre se viu cercado por comentários sobre a possibilidade de ocupar mandato tampão até as eleições de 2018. Publicamente, ele tem dito que não leva a sério a hipótese. Mas reservadamente se mostra interessado. Perguntou a amigos do PT, do PSDB e do PMDB sobre a possibilidade de o Congresso o escolher.

Todos que foram ouvidos concordam que seria 1 nome bastante viável. Mas os mais próximos têm dito que terá grandes dificuldades de governar qualquer que seja o escolhido.

Amigo pessoal de Lula e FHC, Nelson Jobim foi deputado constituinte, líder do PMDB, ministro da Justiça e da Defesa dos governos do PSDB e do PT. Também foi presidente do Supremo Tribunal Federal.

É especialista na Operação Lava Jato. O que é 1 conhecimento valioso para os políticos. Já atuou como consultor de algumas empresas envolvidas no caso. Tornou-se há pouco tempo membro do Conselho de Administração do BTG Pactual. No banco, cuida de “Relações Institucionais e Políticas de Compliance”. O BTG passou momentos difíceis depois que a Lava Jato prendeu André Esteves, ex-presidente da instituição.

Eis o currículo de Jobim no site do BTG:

Imagem_Jobim

OS CUSTOS DAS ELEIÇÕES DIRETA E INDIRETA
Há no momento uma discussão intensa no Congresso e nos meios políticos sobre como deverá ser escolhido um eventual sucessor de Michel Temer. Os partidos de oposição e alguns governistas têm convicção de que somente a eleição indireta não daria legitimidade a um presidente para enfrentar a crise.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já deu entrevista dizendo que a saída é uma eleição direta.

Hoje, no entanto, parece haver uma franca maioria no Congresso que não deseja abrir mão de um direito constitucional. Além do mais, aprovar uma emenda constitucional e organizar uma eleição direta pode demorar 6 meses ou mais –e o país ficaria praticamente acéfalo nesse período.

Com bastante trânsito no PT, especialmente na cúpula do partido, Nelson Jobim é visto como um nome capaz de levar os petistas a aceitarem a eleição indireta. E de criar condições para um acordo de governabilidade até as eleições gerais de 2018.

Outros nomes que têm circulado como possíveis candidatos a presidente numa eleição indireta são 2 ministros do Supremo Tribunal Federal. A atual presidente da Corte, Cármen Lúcia, e Gilmar Mendes.

Ambos têm em comum uma qualidade que pode ajudar numa eleição indireta no Congresso: bom trânsito na mídia, sobretudo um contato amistoso com o Grupo Globo, a maior empresa jornalística do Brasil.

Gilmar tem uma vantagem quando se trata de contato com o Congresso. Os 2 magistrados, entretanto, enfrentam resistências da esquerda –um setor do espectro político com o qual Jobim cultivou uma relação mais sólida.

JOBIM ENVIA NOTA
“O ex-ministro Nelson Jobim informa que esteve em Brasília recentemente para uma reunião do BTG Pactual e uma audiência profissional no STJ. Nega estar em campanha para cargos públicos”.

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Armínio Fraga é conselheiro econômico mais influente de Aécio
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Fernando Rodrigues

Ex-presidente do BC recomenda “decisões duras” no caso de tucano chegar ao Planalto

Em foto de 27.jun.2001, Aécio, então presidente da Câmara dos Deputados, reúne-se com o ex-miinstro da Fazenda Pedro Malan e ex-presidente do BC Armínio Fraga. Sérgio Lima/Folhapress

Em foto de 27.jun.2001, Aécio Neves, à época presidente da Câmara, reúne-se com o então ministro da Fazenda Pedro Malan e o então presidente do BC Armínio Fraga. Crédito: Sérgio Lima/Folhapress

O senador e presidente nacional do PSDB Aécio Neves tem encontrado no ex-presidente do BC (Banco Central) Armínio Fraga seu maior conselheiro na área econômica e principal ponte com o mundo empresarial e financeiro.

Durante jantar na noite de 4ª feira (11.dez.2013) com jornalistas em Brasília, Aécio relatou encontros frequentes com Armínio. Disse que ambos estão sintonizados em torno de um ponto: avaliam ter ocorrido uma quebra de confiança entre o setor privado e o governo Dilma Rousseff e ser necessário que a condução da política econômica “recupere a credibilidade” junto aos investidores.

Para isso, Aécio estaria disposto inclusive a “tomar decisões duras” no começo de um eventual mandato como presidente da República –sem mencionar quais seriam tais decisões.

Liberal, Armínio presidiu o Banco Central no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, quando o país passava por uma grave crise cambial. Antes, o economista formado pela PUC do Rio de Janeiro havia dirigido por 6 anos o fundo de investimentos de George Soros, em Nova York.

Armínio é hoje associado da Casa das Garças, centro de estudos liberal instalado no Rio de Janeiro no início de 2003. A instituição funciona como contraponto ao pensamento econômico da atual gestão petista no governo federal.

No jantar da 4ª feira, Aécio relatou ter almoçado neste mês com Armínio, Fernando Henrique, o senador paulista Aloysio Nunes e o governador de Minas, Antonio Anastasia, para discutir as eleições de 2014. O tucano afirmou também que se encontraria nesta 5ª feira (12.dez.2013) com vários empresários no Rio, em uma reunião articulada por Armínio.

Cronograma

Aécio estima que a sucessão presidencial só começará a ganhar espaço no noticiário após o Carnaval, que em 2014 ocorre na primeira semana de março. Em abril, ele calcula que o PSDB esteja definitivamente unido em torno de seu nome, incluindo nessa equação o ex-governador José Serra. Seria o “primeiro lampejo” de sua candidatura. Nessa análise aecista, a pré-campanha engrenaria de fato somente depois da Copa (12.jun.14 a 13.jul.14), quando o tucano prevê ganhar mais exposição na mídia.

Um vice serrista

A presença de Aloysio Nunes no almoço com Fernando Henrique e Armínio foi sugerida pelos jornalistas no jantar de 4ª feira como um sinal de que o senador mineiro já teria sido escolhido seu candidato a vice-presidente. Aécio desconversou. Repete sempre que isso será definido no próximo ano.

O senador paulista chegou ao final do jantar, sorridente e sintonizado com Aécio. Em tom informal, fez uma blague: “O problema é que nós vamos ganhar e eu não quero morar naquele Palácio do Jaburu”, disse, referindo-se à residência oficial do vice-presidente da República –hoje ocupada por Michel Temer (PMDB).

Aloysio Nunes é política e historicamente alinhado a José Serra. Paulista e serrista, seria uma espécie de amálgama para minimizar o racha hoje existente entre o PSDB de São Paulo e do restante do país, sobretudo o mineiro.

O jantar de 4ª feira foi realizado no restaurante Piantella, tradicional reduto de políticos da capital do país. Aécio e os jornalistas foram acomodados no segundo andar do estabelecimento, onde Tancredo Neves (1910-1985) –avô de Aécio– e Ulysses Guimarães (1916-1992) reuniam-se para discutir a redemocratização do país. O repasto foi oferecido pelo dono do Piantella, Marco Aurélio Costa.

(Bruno Lupion)

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