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Só 10 candidatos a prefeito nas capitais receberam doações pela internet
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Fernando Rodrigues

Contribuição on-line era vista como solução para esta campanha

Marcelo Freixo é quem mais arrecadou pela internet: R$405,8 mil

Dos 10 candidatos, 2 tiveram doações mínimas, abaixo de R$ 200

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Marcelo Freixo é o candidato que mais recebeu dinheiro para a campanha via internet

Entre todos os candidatos a prefeito nas 26 capitais, apenas 10 receberam alguma doação via internet neste ano. O valor ficou longe das cifras milionárias doadas por grandes empresas em anos anteriores. Segundo dados do DivulgaCand, do TSE, apenas 1 candidato teve mais da metade do valor arrecadado proveniente de plataformas on-line.

As informações são do repórter do UOL Pablo Marques

O candidato à prefeitura do Rio pelo Psol, Marcelo Freixo, recebeu R$ 405,8 mil por meio da internet. O valor corresponde a 53% do total de doações registradas por Freixo.

O 2º colocado nesse ranking é o candidato a reeleição na cidade de São Paulo, Fernando Haddad (PT). De acordo com a página do TSE, até 27 de setembro, ele havia arrecadado R$81,5 mil, valor 5 vezes menor do que o levantado por Freixo. Essa quantia corresponde a 1,6% das doações ao petista, de R$ 5,2 milhões.

Raul Pont (PT), candidato a prefeito de Porto Alegre, ocupa a 3ª posição. Seus eleitores contribuíram pela internet com R$ 23,5 mil reais. Esse valor equivale a 3,38% do dinheiro levantado por sua campanha.

Depois de Marcelo Freixo, o candidato com maior participação relativa de dinheiro recebido via internet é Alessandro Molon (Rede), também postulante à prefeitura do Rio. Ele obteve R$ 7mil em contribuições on-line, o correspondente a 5,3% de suas doações.

Os outros 6 candidatos a prefeituras das capitais com doações online registradas não alcançaram valores expressivos. Os 2 últimos da lista obtiveram montantes irrisórios. João Paulo (PT), candidato em Recife, e Carlos Eduardo Alves (PDT), concorrendo em Natal, receberam respectivamente R$150 e R$ 50 via doação pela internet.

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Só 8% dos deputados aderem a site da Câmara para participação social
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Fernando Rodrigues

Mais de 9 meses depois de ser relançado, Wikilegis enfrenta resistência

Laboratório Hacker da Câmara entrou em contato com todos os gabinetes

Apenas 40 deputados de 513 participam do site criado para garantir transparência

Projeto de lei sobre violência contra idosos recebeu uma sugestão de mudança

Apenas 8% dos deputados da atual legislatura usam o site Wikilegis, desenvolvido pelo setor de transparência da Câmara para receber sugestões de internautas sobre proposições que tramitam na Casa.

Relançado em 9.set.2015, o Wikilegis tem a proposta de estimular a participação social e aproximar deputado e eleitor. A plataforma havia entrado no ar para a discussão do Estatuto da Juventude, em 2004.

As informações são da repórter do UOL Gabriela Caesar.

Um dos responsáveis pelos trabalhos no Laboratório Hacker da Câmara, Walternor Brandão afirma que a equipe procurou todos os gabinetes, por e-mails e comunicados. Houve pouco interesse dos congressistas.

No momento, a plataforma mostra apenas 7 projetos. Com 20 sugestões, a proposição que mais mobilizou internautas aborda a proteção de dados pessoais.

Já o projeto para alterar o CPP (Código de Processo Penal) não recebeu sequer uma ideia de mudança.

Para que uma proposição entre no Wikilegis é necessário que o autor ou coautor faça contato com o Laboratório Hacker.

Quando o autor da proposição é um colegiado, o Poder Executivo ou a sociedade civil organizada, a autorização fica a cargo do relator da matéria.

A baixa adesão, segundo Brandão, é consequência da resistência de deputados, ainda desconectados das novas tecnologias.

Em contrapartida, o deputado Julio Lopes (PP-RJ) levanta outra hipótese. Na análise dele, é mais fácil usar Twitter e Facebook para atingir as pessoas.

Eis as proposições que estiveram ou estão no Wikilegis:

De todos os gabinetes procurados pela equipe do Laboratório Hacker, apenas 20 manifestaram interesse e tiveram os assessores treinados.

Com essa divulgação, o Wikilegis ganhou adesões de 6 autores, 1 relator e uma coautora. Os demais continuam sem projetos na plataforma.

Eis os deputados que tiveram as equipes treinadas:

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Ministério Público aciona mais de 2.000 prefeitos para exigir transparência
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Fernando Rodrigues

Muitas cidades e Estados continuam sem cumprir a lei…

…embora ranking de acesso em 2016 tenha alguns avanços

Roraima, Bahia e Acre registram os piores desempenhos

Espírito Santo, Ceará e Rondônia tiveram nota máxima

Mato Grosso do Sul teve a melhor evolução em transparência

As 4 capitais mais transparentes do país são Curitiba (foto), Florianópolis, Porto Alegre e Recife

O Ministério Público Federal anunciou ontem (8.jun.2016) que vai acionar 2.109 gestores públicos, entre prefeitos e governadores, por não cumprirem o que determinam as leis de transparência no país. A decisão foi tomada a partir de um estudo sobre como as cidades e os Estados oferecem (ou não) acesso a dados públicos.

Numa escala de 0 a 10, o 2º Ranking Nacional da Transparência de 2016 registrou uma média de 5,14, segundo relatório divulgado pelo Ministério Público Federal.

O índice nacional anterior, produzido em dezembro de 2015, havia registrado 3,92.

As informações são da repórter do UOL Gabriela Caesar.

O Ministério Público diz que a iniciativa de mapear e expor o grau de transparência no Brasil “conseguiu, em apenas seis meses, elevar em 31% o índice nacional”. O resultado foi considerado “bastante expressivo”, sobretudo porque ainda “não traduz os efeitos positivos que ainda virão com a segunda divulgação do ranking e a propositura das ações civis públicas”.

No ano passado, em 2015, o Ministério Público apenas divulgou os resultados apurados. Agora, 6 meses depois, além de publicar o ranking da transparência no país, prefeitos e governadores serão acionados judicialmente nos casos em que as leis não estejam sendo cumpridas.

“Como nem todas as recomendações foram cumpridas, 2.109 ações civis públicas foram propostas em todo o país para forçar os gestores que ainda insistem em descumprir a legislação”, informa o Ministério Público.

O levantamento checa se os 26 Estados, o Distrito Federal e os 5.567 municípios cumprem as exigências legais e boas práticas no acesso e na divulgação de informações públicas. Trata-se de verificar se os entes da Federação oferecem acesso facilitado a dados públicos, uma ferramenta considera vital no combate à corrupção.

Entre os Estados, o ranking indica um mau desempenho de Roraima, Bahia e Acre. Os 3 pioraram na última avaliação em comparação com a primeira. Já Mato Grosso do Sul subiu de 1,40 para 9,10, uma alta de 550%.

Eis a comparação entre os índices de 2015 e 2016 para cidades, capitais e Estados e Distrito Federal (clique na imagem para ampliar):

Ranking-transparencia-2015-X-2016

Como se observa no nível de transparência nas capitais do país, o último lugar ficou com Campo Grande (MS), mesmo sendo a capital do Estado que apresentou a maior evolução no ranking estadual.

Lideram como capitais mais transparentes Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Curitiba (PR) e Recife (PE).

Quando são considerados todos os municípios, de maneira agregada, Santa Catarina lidera. Em seguida vêm Distrito Federal e o Rio Grande do Sul.

O destaque do ranking foi a melhora em transparência no Piauí: de 0,88 para 4,16 (aumento de 371,8%).

Maranhão, Alagoas e Amapá abrigam os governos municipais com os piores resultados.

Leia aqui o relatório completo do ranking de 2016.

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Dilma fala em “participação popular” via internet “nas decisões do governo”
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Fernando Rodrigues

Presidente lança site de campanha e apresenta suas propostas

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A presidente Dilma Rousseff lançou neste domingo (6.jul.2014) o seu site oficial da campanha pela reeleição: www.dilma.com.br.

Num vídeo de 3 minutos e 26 segundos, a petista fala sobre sua intenção, “em um segundo mandato”, de implantar um programa que promova a “universalização do acesso de todos os brasileiros e brasileiras a um serviço de internet barato, rápido, potente e seguro”. Aí entra num tema polêmico: a participação popular em decisões governamentais.

Segundo Dilma, a universalização do acesso à web em seu governo permitirá “o uso da internet como ferramenta de educação, lazer e instrumento de participação popular, em especial nas decisões do governo”.

Dilma afirma que a atual “campanha tem que ser a campanha da valorização da política, essa atividade tão importante e, às vezes, tão desacreditada”. Para ela, “essa vai ser uma das campanhas mais politizadas da nossa história”.

No mês de junho de 2014, o governo baixou um decreto criando “conselhos populares” que poderiam opinar nas decisões da administração pública federal. O Congresso reagiu e está para vetar tal medida –que já havia sido excluída do programa oficial de governo de Dilma Rousseff registrado na Justiça Eleitoral.

Agora, o tema volta com uma outra denominação ao propor que a internet seja um “instrumento de participação popular, em especial nas decisões do governo”.

No seu vídeo de apresentação, Dilma começa falando que “é um belo sinal dos tempos que as campanhas brasileiras comecem pela internet. É prova não só de modernidade, como de ampliação dos canais da democracia”.

É uma declaração que embute um certo grau de contradição com o que a equipe da presidente tem dito. Dilma dá sinais de que recusará justamente a participação no único debate eleitoral preparado exclusivamente para a internet, promovido pelo jornal “Folha de S.Paulo” e pelo portal UOL (marcado para o dia 8 de setembro). O mesmo debate pioneiro do qual ela participou em 2010 –o único cujo formato permite convidar apenas os 3 candidatos mais bem colocados nas pesquisas de opinião para que seja realizada, de fato, uma troca de ideias de maneira produtiva.

Eis o vídeo de apresentação da presidente em seu site:

Quando o Blog assistiu ao vídeo de Dilma em seu site, ao final, o player sugeriu automaticamente outras gravações que poderiam ser de interesse de quem havia acessado à fala da presidente. As duas primeiras opções foram: “Marcelo Adnet mostra o absurdo que a Dilma fez com o Brasil” e “Papuda filmes e PT saudações apresentam: Amai-vos uns aos outros”. Eis a imagem:

Dilma-sugestoes-ao-final-dovideo

A seguir, a íntegra da fala de Dilma no vídeo de lançamento de seu site de campanha:

“Muito obrigado a você que acessou o nosso site”.

“Vai ser sempre um prazer ter você aqui conosco”.

“É um belo sinal dos tempos que as campanhas brasileiras comecem pela internet. É prova não só de modernidade, como de ampliação dos canais da democracia”.

“Como a presidenta que ajudou a criar o primeiro Marco Civil da Internet no mundo, eu me sinto muito à vontade de encontrar você aqui –neste ambiente tão interativo, tão instigante e motivador”.

“Quero estar sempre aqui, seja deixando mensagens gravadas ou em bate-papos ao vivo. Somos um dos países com mais acessos à internet no mundo, e uma das minhas prioridades, em um segundo, mandato será democratizar ainda mais o uso da internet no Brasil”.

“Durante a campanha, vou poder detalhar minhas propostas nesta área, sendo a principal o ‘projeto banda larga para todos’. A meta principal desse programa é promover a universalização do acesso de todos os brasileiros e brasileiras a um serviço de internet barato, rápido, potente e seguro. Mas ele será muito mais que isso, porque vai estimular também a expansão da infraestrutura de fibras óticas e equipamento de última geração. E o uso da internet como ferramenta de educação, lazer e instrumento de participação popular, em especial nas decisões do governo. Vamos ter tempo suficiente para expor e debater essa proposta”.

“Hoje, eu quero especialmente renovar meu compromisso de fazer uma campanha de alto nível, propositiva e com discussão de ideias. Para mim, essa campanha eleitoral é apenas uma etapa da luta incessante que nós do PT e dos partidos aliados estamos fazendo para mudar para melhor o Brasil. Para transformá-lo a cada dia num país mais justo e de oportunidades para todos. O mais importante é que possamos transformar essa campanha em um grande debate em favor do Brasil”.

“Para mim, essa campanha tem que ser a campanha da valorização da política, essa atividade tão importante e, às vezes, tão desacreditada. Ao contrário do que pensam alguns, acho que essa vai ser uma das campanhas mais politizadas da nossa história. Espero que essa politização se dê em torno da discussão, das grandes reformas que o Brasil precisa fazer para caminhar melhor e mais rápido. Que nos ajude a trazer mais mudanças e mais futuro”.

“Obrigada. E dê uma boa navegada neste site. Ele é muito dinâmico e interessante. Vai nos permitir grandes debates e grandes encontros. Nos vemos em breve”.

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Eleitores do Distrito Federal são os mais conectados à internet
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Fernando Rodrigues

Entre os moradores do DF aptos a votar, 74,3% acessam a web; taxa nacional é de 46%

Colégio eleitoral de Minas é menos conectado que a média do país: apenas 42,8%

A atenção dos políticos para as redes sociais na campanha deste ano tem tamanho definido: quase metade dos eleitores brasileiros acessa a internet.

Segundo levantamento da consultoria Bites, 64,5 milhões dos 140,6 milhões de eleitores –46% do total– estão conectados à rede.

O estudo cruzou a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE com a base de dados do Tribunal Superior Eleitoral das eleições de 2012.

Mas a distribuição desses eleitores-internautas é desigual entre as unidades da Federação.

O Distrito Federal tem o colégio eleitoral mais conectado, em termos relativos. Entre seus 1,3 milhão de eleitores, 74,2% acessam a rede mundial de computadores. Uma avenida aberta para políticos que querem se aventurar em campanhas digitais.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, 59,4% dos 31,2 milhões de pessoas aptas a votar são internautas. No Rio, com seus 11,9 milhões de eleitores, 55,6% estão conectados à web.

A decepção fica por conta de Minas Gerais, dona do segundo maior colégio eleitoral do Brasil. Segundo a Bites, o Estado está abaixo da média nacional de conectividade –apenas 42,8% dos seus 15 milhões de eleitores acessam a rede (tabela abaixo).

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Sozinha, Dilma é mais citada no Twitter do que todos os partidos juntos
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Fernando Rodrigues

Analógicas, siglas brasileiras têm baixa taxa de citação na web

Em 2013, partidos tiveram, juntos, 173 mil menções no Twitter

Perfil de Dilma Rousseff recebeu 281 mil citações no microblog

Até Obama ganha dos partidos no Brasil: ele teve 196 mil citações

Os partidos e os políticos brasileiros continuam na primeira infância quando se trata de participação no mundo digital. A presença em redes sociais é quase nula, com algumas poucas exceções.

O Brasil tem 32 siglas registradas. Esses partidos tiveram, juntos, apenas 173 mil citações no Twitter em 2013. O número é insignificante.

De acordo com a consultoria Bites, que lança hoje (10.fev.2014) um estudo a respeito, a presidente Dilma Rousseff foi citada 281 mil vezes no Twitter em 2013 –mais do que todas as citações a todos os partidos políticos brasileiros no microblog no ano passado.

Até o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, supera os partidos políticos no ambiente do Twitter brasileiro em 2013. O norte-americano teve seu perfil citado 196 mil vezes no ano passado (repetindo: no Twitter brasileiro).

Ou seja, um político dos EUA teve seu perfil mais citado dentro do Twitter brasileiro do que todos os partidos existentes por aqui.

Um dado chama a atenção na quase irrelevância da vida digital dos partidos políticos brasileiros: eles reproduzem no topo da lista a polarização vista no plano nacional analógico entre PT e PSDB. Juntos, petistas e tucanos têm cerca de 70% de todas as menções a perfis de partidos brasileiros.

Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

Partidos-Twitter-2013

E aqui um gráfico com os primeiros colocados em citações no Twitter em 2013:

Partidos-Twitter-grafico-2013
Um erro comum dos políticos no Brasil é considerar apenas o número de seguidores no Twitter ou de fãs no Facebook para argumentar que estão presentes na web.

Internet e redes sociais só existem com interação. Hoje, é possível comprar seguidores ou fãs, pois as redes sociais são negócios e oferecem oportunidades para quem deseja ter um perfil mais visto.

Só que essa manobra artificial é muito diferente da adesão espontânea dos internautas. É também algo distante do engajamento que um político espera por parte de um militante-eleitor.

Um indicador dessa distorção é o minúsculo PEN. O Partido Ecológico Nacional “lidera” nas redes sociais. Com meros 7.538 filiados, tem 103 mil fãs no Facebook e 54 mil seguidores no Twitter. É mais do que qualquer outra sigla no Brasil.

Eis os dados:

Partidos-na-web-2014

No total, os 32 partidos políticos do Brasil têm 15,2 milhões de filiados e 681 mil seguidores em seus perfis nas redes sociais (Twitter, Facebook, Google+, inscritos no canal do Youtube e Instagram), segundo dados da Bites.

O PEN não tem representatividade no Congresso. Sua expressão política é mínima, com 0,32% dos filiados do PMDB. Nas últimas semanas, a sigla tem sinalizado que a ex-diretora da Agência Nacional de Agência Civil Denise Abreu pode ser sua candidata a presidente nas eleições deste ano.

De acordo com a análise da Bites, os partidos políticos brasileiros ainda estão longe de fazer um bom uso dos instrumentos de comunicação disponíveis nas redes sociais. “A liderança do PEN e falta de ânimo do PMDB são paradoxos dessa realidade”, diz a consultoria.

“As siglas mais votadas parecem não ter descoberto ainda esse instrumento de comunicação de massa e ficam na dependência de atuações localizadas, como o deputado Romário Dias (PSB-RJ), que tem mais de 1 milhão de fãs e seguidores nos seus perfis sociais”.

Para a Bites, “comprar mídia para fazer crescer a sua base de fãs no Facebook ou no Twitter não é uma ação sustentável. O fator determinante para a longevidade de um projeto nessa área é a capacidade de engajamento dos usuários. Quem vem pago pode sair de graça sem interagir com a marca e muito menos propagar a mensagem do produto”.

 

PRESIDENCIÁVEIS
Quando se observa o conjunto dos presidenciáveis no Brasil, nota-se que apenas um nome tem uma interação maior com os internautas: o da presidente Dilma Rousseff.

Os números da tabela a seguir falam por si só, sobretudo na coluna a respeito de citações:

Presidenciaveis-redes-sociais-2014

No Twitter, o que conta para dar relevância ao perfil é o número de pessoas que citam o que é dito por uma determinada personalidade.

No caso de Dilma, ela teve 280 mil citações em 2013, das quais cerca de metade (144 mil) foram RTs (retweets): ou seja, alguém que achou algum interesse no que ela escreveu e resolveu enviar para a sua rede de seguidores (não necessariamente apoiando).

O número de citações a Dilma é muito maior do que o de Marina Silva (55 mil), cuja atuação na web tem sido construída há mais tempo e de maneira sólida.

Apesar de sua vantagem em relação aos demais, é necessário relativizar o desempenho de Dilma na web. Seu colega Barack Obama teve em 2013 muito mais citações no Twitter: 9.864.579. Ou seja, os políticos brasileiros ainda têm muito espaço para avançar.

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Dilma prepara cúpula global sobre internet no Brasil
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Fernando Rodrigues

Presidente continua a surfar na onda do caso de espionagem dos Estados Unidos

Ideia é entrar no debate sobre internet, tema relevante entre eleitores jovens

Dirigente da Icann Fadi Chehadé em entrevista ao Blog do Planalto para elogiar Dilma Rousseff

A presidente Dilma Rousseff acertou hoje (9.out.2013) com a Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (Icann – Internet Corporation for Assigned Names and Numbers) a realização no Brasil de um encontro de cúpula mundial sobre como melhorar governança na internet.

O tema foi tratado por Dilma numa reunião com o principal dirigente da Ican, Fadi Chehadé.

Não está claro quando será essa reunião de cúpula (deve ser em abril de 2014) nem quem participará. Esses detalhes são menos relevantes.

Interessa a Dilma o saldo político dessa ação. A petista deseja manter o assunto em evidência pelo potencial de mídia positiva que espera receber por defender a proposta –pouco importa se os países que têm o controle dos principais “backbones” da internet vão aderir ou não.

Ocorre que o governo detectou que uma parcela grande do eleitorado (sobretudo jovens) sempre aprova quando a presidente fala contra a espionagem norte-americana no Brasil e a favor de regras mais claras na internet.

Há um grande desconhecimento das pessoas em geral sobre como funciona a internet –o senso comum é que “só o governo” tem poder para impedir espionagem, melhorar a velocidade do tráfego de dados e fazer da rede um lugar mais democrático.

Não por outro motivo foi arranjada essa reunião com Chehadé no Palácio do Planalto para tratar de “governança da internet” (uma expressão vaga e na qual cabem muitos conceitos diferentes). O chefe da Icann se dispôs, inclusive, a gravar um vídeo elogiando Dilma. A gravação cheia de de elogios à presidente do Brasil foi prontamente legendada para o português (o original é em inglês) e postada no Blog do Planalto.

p.s.: a Icann é uma corporação internacional sem fins lucrativos, mas subordinada ao governo dos Estados Unidos. A vinda de Chehadé ao Brasil para fazer elogios públicos a Dilma Rousseff é um certo afago da administração de Barack Obama –por conta do episódio de espionagem dos serviços secretos dos EUA. O custo para Obama desse tipo de ação é zero. Até porque o efeito prático também tende a ser nulo no que diz respeito a mudanças significativas no manejo da internet. Já para a presidente brasileira, o saldo de marketing sempre é positivo.

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Ex-lobista do Google trabalha no Planalto
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Fernando Rodrigues

subchefe da Casa Civil foi diretor do Google Brasil de 2008 a 2011

O subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Ivo da Motta Azevedo Corrêa (foto ao lado), ilustra como funciona a porta-giratória dentro do governo federal.

Segundo extensa reportagem no jornal “Correio Brasiliense” de hoje (15.jul.2013), Ivo Corrêa fez a seguinte carreira:

1) formou-se advogado pela USP e especializou-se em Políticas Públicas e Gestão Governamental pela Escola Nacional de Administração Pública. Aprovado em um concurso público no governo federal, foi nomeado para o cargo efetivo de especialista em políticas públicas no Ministério do Planejamento. Antes, havia “ocupado diversos cargos no setor público (no Ministério da Justiça, na Presidência da República, no Senado Federal, bem como na Câmara dos Vereadores e na Prefeitura de São Paulo)”, diz seu perfil no Comitê Gestor da Internet no Brasil. Ou seja, Ivo Corrêa entendia de assuntos governamentais;

2) em maio de 2008, trocou o conforto do cargo público por uma “proposta de um salário ainda maior”. Aceitou convite do Google Brasil para ser de diretor de Relações Governamentais desse gigante da internet. No Brasil, a expressão/função “diretor de relações governamentais” é um eufemismo para lobby;

3) ficou no Google Brasil até 2011. Aí voltou para o governo federal. Está hoje na função de subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República.

No desempenho de sua função atual, cabe a Ivo Corrêa representar o governo do Brasil no Comitê Gestor da Internet no Brasil, o órgão que comanda a web.

A reportagem do “Correio” levanta dúvidas sobre a entrada e saída de pessoas na administração pública: “De interlocutor com o governo indicado pelo Google a negociador do governo com o Google e outros atores do ciberespaço, a mudança de posições de Corrêa pode suscitar questões se considerar a batalha bilionária de interesses comerciais divergentes de operadoras de telefonia e multinacionais poderosas”.

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