Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : UGT

6 maiores centrais sindicais crescem 85% em 5 anos
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Fernando Rodrigues

Ligada ao PT, CUT foi a maior beneficiada de 2011 a 2015

UGT supera Força Sindical e torna-se a 2ª central do país

Organizações já  receberam R$ 1 bilhão em impostos desde 2008

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Centrais sindicais em ato pela defesa de melhorias nas condições do trabalho na Avenida Paulista

As 6 maiores centrais sindicais brasileiras (CUT, UGT, Força Sindical, CTB, NCST e CSB) alcançaram a marca de 9.818.853 trabalhadores associados em 2015.

É quase o dobro do registrado em 2011, quando o número ficou em 5.301.325, um crescimento de 85,22%.

A aferição de 2016 foi obtida com exclusividade pelo Blog. O Ministério do Trabalho deve divulgar os dados no Diário Oficial da União nos próximos dias.

As informações são do repórter do UOL, Luiz Felipe Barbiéri.

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) foi a que mais cresceu no período. Mais de 1 milhão de operários associaram-se à organização. Foram 518 mil só no ano passado.

Já a Força Sindical perdeu o status de 2ª maior central sindical do país para a União Geral dos Trabalhadores (UGT) em 2015.

A contabilidade de sindicalizados ligados às centrais é divulgada todos os anos pelo Ministério do Trabalho, Emprego e Previdência Social.

A contagem considera o número de sócios declarados nas atas eleitorais e o número de sindicatos filiados às organizações até o último dia útil do ano anterior.

Dessa forma, a aferição de 2012 leva em conta os dados referentes a 2011 e assim por diante. Eis a evolução do número de trabalhadores e sindicatos associados às 6 maiores centrais nos últimos 5 anos (clique nas imagens para ampliar).

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IMPOSTO SINDICAL
A lei que regulamentou a atuação das centrais sindicais foi sancionada pelo ex-presidente Lula em 2008.

A norma determina que 10% do arrecadado pelos sindicatos com o imposto recolhido de trabalhadores seja destinado às centrais.

A CUT arrecadou R$ 340 milhões desde 2008. Em 2015, a Força Sindical recebeu R$ 40 milhões e a UGT R$ 37 milhões.

Para ter acesso à fatia do imposto, entretanto, as centrais devem cumprir 4 requisitos estipulados na legislação.

O principal deles é filiar sindicatos que representem, no mínimo, 7% da soma de sindicalizados em âmbito nacional.

Por isso, é divulgada pelo Ministério do Trabalho desde 2008 a relação das organizações que cumprem tais exigências.

A aferição do número de associados é realizada por um grupo de trabalho formado por técnicos do órgão e representantes das centrais.

As únicas 6 organizações que têm acesso aos repasses são CUT, UGT, Força Sindical, CTB, NCST e CSB.

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Centrais farão campanha para defender empregos contra efeitos da Lava Jato
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Fernando Rodrigues

Sindicalistas querem manter empresas em atividade

Entidades têm reunião em 9.nov sobre estratégia

Petroleiros iniciam greve neste domingo (01.nov)

Vista do canteiro de obra da refinaria de Abreu e Lima, no complexo industrial de Saupe, companhia petrolífera Petrobras, em Recife (PE). *** Picture taken during the construction of the Abreu e Lima refinery, at the Suape industrial complex of the Brazilian state oil company Petrobras, in Ipojuca, 46 km from Recife, in the Brazilian northeastern state of Pernambuco, on May 30, 2011. Petrobras, which presented the refinery to the press, said it is awaiting confirmation from the government of Venezuela to know if its Venezuelan counterpart PDVSA will join as a partner in the project, as it was initially planned. AFP PHOTO/ARI VERSIANI

Obras da refinaria de Abreu e Lima (PE), uma das atingidas pela Lava Jato

6 das principais centrais sindicais brasileiras lançarão uma campanha para defender os empregos nas empresas afetadas pela operação Lava Jato.

Um manifesto sobre o tema foi assinado por CUT, Força Sindical, CTB, NCST, UGT e CSB. Dirigentes sindicais se encontrarão para definir a agenda da campanha em 9.nov, em São Paulo.

O texto assinado pelas centrais não faz críticas às investigações. Diz apenas que é preciso conciliar o combate à corrupção com a manutenção da atividade econômica.

Discurso parecido é o adotado pelo coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel. A entidade deflagra greve na Petrobras neste domingo (01.nov), por tempo indeterminado.

“As investigações tem que penalizar aqueles que de fato cometeram crimes, e não o conjunto da sociedade. Estamos perdendo empregos, perdendo investimentos. Nossa pauta é a retomada dos investimentos da Petrobras”, disse ele.

“Consideramos que, a exemplo de outros países que enfrentaram esse mesmo problema, o Brasil precisa ter mecanismos céleres e eficazes de promover, ao mesmo tempo, a investigação, julgamento e punição dos culpados e criar instrumentos complementares que permitam aos órgão responsáveis liberar e viabilizar a atividade das empresas nas suas finalidades produtivas”, diz um trecho do manifesto.

O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, estima que as empresas afetadas pela Lava Jato respondam por 2% do PIB do país. “O setor de construção tem um potencial de estímulo à economia. Essas empresas, embora denunciadas, são empresas de alta tecnologia e engenharia nacional”, disse.

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Centrais sindicais atacam ideia de fusão de Trabalho e Previdência
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Fernando Rodrigues

CUT e Força Sindical se unem contra reforma de Dilma

Leia aqui, em primeira mão, nota conjunta que será divulgada na 3ª

Miguel Torres (dir.) e Vagner Freitas, presidentes da Força e da CUT

Além de estar com dificuldades para acomodar os políticos governistas na Esplanada dos Ministérios com um corte de 10 pastas, agora a presidente Dilma Rousseff terá de enfrentar também o descontentamento do movimento sindical. Uma nota oficial de 6 centrais, a ser divulgada nesta terça-feira (29.set.2015), faz duras críticas à possível fusão dos Ministérios do Trabalho e da Previdência Social.

O Blog teve acesso ao conteúdo da nota (aqui). Dilma Rousseff conseguiu unir centrais normalmente antagônicas, como CUT e Força Sindical. Os trabalhadores classificam a aglutinação de Trabalho com Previdência Social de “retrocesso”. Aproveitam para falar que é “nefasta” a proposta de unir vários ministérios de áreas sociais em um só, como tem sido maquinado dentro do Planalto.

O texto é  assinado pelos presidentes da UGT, Ricardo Patah; da CTB, Adilson Araújo; da NCST, José Calixto Ramos; e da CSB, Antonio Neto. Pela CUT e Força, assinam os respectivos presidentes, Wagner Freitas e Miguel Torres.

Juntas, essas 6 centrais controlam 78% dos sindicatos do país, segundo a última aferição do MTE, divulgada em abril. Colaborou com este post o repórter do UOL André Shalders.

No texto, as centrais consideram um “grave retrocesso” a possível fusão do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com qualquer outro ministério. Cobram ainda o fortalecimento da pasta.  “(…) Não nos parece razoável qualquer tipo de fusão do MTE com outros Ministérios, o que constituiria grave retrocesso. Assim como também é nefasta a tentativa de fusão de outros Ministérios, voltados para o desenvolvimento social, que visam desenvolver políticas aos menos favorecidos”, diz um trecho.

O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) também está cotado para ser “fundido” na reforma. Pastas voltadas para mulheres, negros e direitos humanos devem ser aglutinadas em uma só.

As centrais ressaltam ainda que o MTE é o “órgão de interlocução” do governo com os “representantes dos trabalhadores”. “A ideia da fusão (do MTE com a Previdência) já foi levantada antes, resultando, por força da realidade, no modelo atual, com dos Ministérios distintos”, continua a nota. Os sindicalistas avaliam julgam que a fusão prejudicará a atuação dos dois ministérios, e “não trará benefícios” para a sociedade.

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Centrais sindicais se unem para defender Dilma Rousseff
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Fernando Rodrigues

Anuncios-centrais-sindicais-14ago2015

trecho de anúncio que sindicatos filiados a várias centrais publicam nesta 6ª feira

Sindicatos assinam manifesto a favor do “calendário eleitoral”

Falam em “desmontar” os “intentos desestabilizadores”

Quase sempre adversárias entre si, várias das principais centrais sindicais do país se uniram para assinar um manifesto, por meio de seus principais sindicatos, a favor da manutenção da presidente Dilma Rousseff no cargo.

Um anúncio (veja aqui uma reprodução) será publicado em jornais impressos desta 6ª feira (14.ago.2015) com a assinatura de importantes sindicalistas ligados a Força Sindical, CUT, UGT, CTB, Nova Central e CSB.

O manifesto prega o respeito ao “calendário eleitoral” e à “estabilidade institucional”. É bem explícito ao condenar proposta de parte dos partidos de oposição sobre troca de governo: “É necessário desmontar o cenário político em que prevalecem os intentos desestabilizadores”.

Houve uma tentativa inicial de fazer com que as próprias centrais sindicais assinassem o documento. Mas seria um processo demorado, com plenárias e muitas reuniões antes de a decisão ser tomada. Optou-se pela via rápida, com a escolha de sindicados representativos de todas elas para assumirem essa tomada de posição.

Trata-se de uma vitória política para Dilma Rousseff. Hoje à tarde (13.ago.2015), a maioria das centrais sindicais estava representada no ato montado a favor da presidente –embora em alguns momentos a plateia atacasse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.  Segundo relato do repórter Victor Fernandes, que acompanhou a cerimônia, os presentes cantavam: “Fora já, fora já daqui, o Eduardo Cunha junto com Levy”. E mais: “Ô, Levy, fala [sic] pra tu, volta pro Bradesco e pro banco Itaú”.

Um ministro presente comentou: “Isso é tudo lateral. O foco é mostrar que estão se organizando para ir às ruas, se necessário”. Em resumo: se a onda pró-impeachment das manifestações de domingo (16.ago.2015) ficar muito forte, as tropas governistas ancoradas em movimentos sociais vão reagir.

Isso fica claro no final do manifesto: “Os Sindicatos (…) conclamam os demais segmentos da sociedade civil organizada a restabelecer as pontes para o necessário diálogo visando a construção de compromissos e acordos para fortalecer a democracia, o crescimento econômico e o desenvolvimento nacional”.

O documento dos sindicatos fala também em crescimento da economia, mas o objetivo principal foi redigir um texto se contrapondo a setores da oposição que hoje flertam com a possibilidade de impeachment e convocação de novas eleições.

Leia a seguir a íntegra do manifesto dos sindicatos:

Chamado ao diálogo pela democracia,
por crescimento econômico, inclusão
social e desenvolvimento nacional

“Brasil já deu mostras de que é um país capaz de promover equidade, bem-estar social e qualidade de vida para todos. Por isto, precisamos retomar rapidamente o investimento e a atividade produtiva para aumentar as oportunidades, o emprego, melhorar a distribuição da renda e as políticas sociais”.

“Tais desafios exigem, das forças vivas da sociedade brasileira, um claro posicionamento em defesa da democracia, do calendário eleitoral, do pleno funcionamento dos Poderes da República, da estabilidade institucional e dos fundamentos constitucionais como condição para a rápida e sustentada transição para o crescimento econômico. Mais do que isto, é necessário desmontar o cenário político em que prevalecem os intentos desestabilizadores, que têm sido utilizados como o condão para a aplicação de uma política econômica recessiva e orientada ao retrocesso político-institucional”.

“Assim sendo, reafirmamos que qualquer projeto de desenvolvimento nacional deve ser cimentado pelo fortalecimento das instituições e da democracia, sem descuidar do combate à corrupção, e tem que guiar-se pela superação das graves desigualdades econômicas, sociais e regionais, promovendo”:

 

  • Combate à inflação;
  • Juros baixos;
  • Aumento do investimento público e privado em infraestrutura econômica e social;
  • Defesa do emprego e do poder de compra dos trabalhadores;
  • Política cambial que incentive a atividade produtiva, especialmente a industrial;
  • Investimentos na qualidade da educação;
  • Ciência, tecnologia e inovação para agregar valor à produção de bens e serviços;
  • Fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas;
  • Consolidação do mercado interno de consumo de massa;
  • Fortalecimento e estímulo da participação competitiva do Brasil;
  • Modernização das instituições, das leis e do Estado

 

“O momento exige diálogo, compromisso com o País, com a democracia e com a necessária afirmação de um projeto de desenvolvimento nacional ancorado na produção, em uma indústria forte, um setor de serviços dinâmico, um comércio vigoroso, uma agricultura pujante e em um Estado indutor e coordenador das estratégias de crescimento econômico e de desenvolvimento social”.

“Por isto, os Sindicatos abaixo assinados declaram-se dispostos, e conclamam os demais segmentos da sociedade civil organizada, a restabelecer as pontes para o necessário diálogo visando a construção de compromissos e acordos para fortalecer a democracia, o crescimento econômico e o desenvolvimento nacional”.

São Paulo, 14 de agosto de 2015.

Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes – Miguel Eduardo Torres, presidente

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – Rafael Marques, presidente

Sindicato dos Comerciários de São Paulo – Ricardo Patah, presidente

Sindicato dos Empregados em Hotéis de São Paulo – Francisco Calazans Lacerda, presidente

Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo – Rene Vicente dos Santos, presidente

Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo – Antonio Neto, presidente

Sindicato dos Bancários de São Paulo – Juvandia Moreira Leite, presidenta

Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo – Antonio de Sousa Ramalho, presidente

Federação dos Empregados do Comércio do Estado de São Paulo – Luiz Carlos Motta, presidente

Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo – Osvaldo da Silva Bezerra, coordenador-geral

Sindicato dos Telefônicos de São Paulo – Almir Munhoz, presidente

Sindicato dos Empregados em Edifícios de São Paulo – Paulo Ferrari, presidente

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P.S.: o Blog recebeu a seguinte mensagem por meio da assessoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, às 16h37 de 14.ago.2015:

NOTA DE ESCLARECIMENTO
sobre informação publicada no Blog de Fernando Rodrigues (UOL)

Nós, dirigentes sindicais da Força Sindical abaixo assinados, manifestamos nossa discordância em relação à informação divulgada pelo jornalista Fernando Rodrigues em seu blog, de que “Centrais sindicais se unem para defender Dilma Rousseff”.

Primeiramente, deixamos claro que a nota “Chamado ao diálogo pela democracia…” publicada nos jornais nesta sexta-feira, 14 de agosto de 2015, no nosso entendimento, não implica em apoio ao governo Dilma, que não dialoga com o movimento sindical, que vem adotando medidas contrárias aos interesses da classe trabalhadora, promovendo o esfacelamento da indústria, do setor agropecuário, aumento do desemprego, da inflação, dos juros e levando o país para um caminho contrário ao do crescimento e desenvolvimento econômico e social que tanto almejamos.

A classe trabalhadora continua pedindo diálogo para a organização e A retomada do crescimento. Neste sentido, defendemos, sim, esforços e ações claras e objetivas entre as forças políticas para a superação da crise e a retomada do desenvolvimento.

A informação publicada no blog, de que “optou-se pela via rápida, com a escolha de sindicatos representativos de todas elas para assumirem a tomada de posição”, para divulgação ágil da nota é tendenciosa. As centrais sindicais, bem como os sindicatos têm compromisso sério com suas bases e não podem, por falta de tempo, divulgar posições que não sejam discutidas democraticamente e tiradas por consenso.

Lamentamos a interpretação distorcida do jornalista, uma vez que é clara a nossa posição crítica às tantas medidas do governo, bem como em favor do combate à corrupção, à inflação, ao corte dos juros, sempre em defesa da classe trabalhadora.

Reafirmamos nosso compromisso com o diálogo permanente como meio de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
São Paulo, 14 de agosto de 2015

MIGUEL TORRES
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes

ANTONIO DE SOUSA RAMALHO
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo

PAULO FERRARI
Presidente do Sindicato dos Empregados em Edifícios de São Paulo

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Greve dos bancários já é a mais longa em 9 anos
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Fernando Rodrigues

Categoria entra hoje no 22º dia de paralisação

Os bancários completam hoje (10.out.2013) 22 dias em greve, a mais longa paralisação em 9 anos da categoria. Desde 2004, quando as agências ficaram fechadas por 30 dias, o impasse entre funcionários e patrões do setor não demorava tanto tempo para ser resolvido.

A Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), filiada à CUT, senta à mesa hoje com a Fenaban (Federanação Nacional de Bancos) para discutir uma nova proposta salarial. Na última rodada de negociações, o sindicato patronal ofereceu reajuste de 7,1% (aumento real de 0,9% além da inflação), recusado pela categoria, que pede 11,9% (aumento real de 5,7%). Os bancários farão novas assembleias amanhã (11.out.2013) ou na 2ª feira (14.out.2013) – a data ainda não foi definida – para deliberar sobre a continuidade da greve.

Outras paralisações estão em curso no país. Os professores municipais do Rio estão em greve há 2 meses. Hoje os funcionários da Toyota em Sorocaba (SP) entram no 8º dia de paralisação e a Federação Única dos Petroleiros realiza assembleias para decidir se a categoria cruzará os braços por tempo indeterminado a partir de 17.out.2013.

Inflação

Apenas 7 das 33 negociações coletivas fechadas por metalúrgicos neste ano tiveram ganhos reais maiores do que no ano passado, segundo estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos) divulgado na 3ª feira (8.out.2013). A média do ganho real do trabalhador do setor está 0,54% menor que no ano passado.

Para o economista André Cardoso, do Dieese, os ganhos reais estão menores em comparação ao ano passado devido à alta da inflação na última data-base.

Segundo a pesquisa, os trabalhadores do setor metalúrgico de sindicatos ligados à CUT no Estado de São Paulo acumulam ganhos reais de 28,99% a 37,34% nos últimos 11 anos, de 2002 a 2013. O maior índice foi alcançado pelos funcionários do setor automobilístico.

Salário X PIB

O presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Pattah, avalia que 2013 deve repetir o alto número de greves do ano passado, quando o Diesse registrou 873 paralisações – alta de 58% sobre o ano anterior e maior resultado absoluto desde 1996.

Para Pattah, o crescimento do movimento grevista reflete o menor resultado do PIB (Produto Interno Bruto). Ele diz que os trabalhadores “se acostumaram” a ter ganhos reais de salário nos anos de bonança e agora não se conformam com o argumento do governo e de empresários de que, com PIB baixo, não há espaço para aumentos.

“Em 2012 os patrões tentaram usar uma regra do salário mínimo [reajuste vinculado ao PIB] para os trabalhadores em geral, o que levou a uma reação muito forte”, afirma o sindicalista, filiado ao PSD de Gilberto Kassab.

Pattah calcula cenário parecido para 2013. “Neste ano isso está se projetando novamente e teremos um número importante de paralisações”, diz.

Acompanhe abaixo a evolução anual do número de greves na última década, segundo o Dieese.

(Bruno Lupion)

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