Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : abril 2013

Harvard debate mídia e atentados em Boston
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Fernando Rodrigues

A Fundação Nieman, da Universidade de Harvard, nos EUA, realiza na tarde desta quarta-feira (1°.maio.2013) um debate sobre a cobertura dos atentados durante a Maratona de Boston. O evento será transmitido online, via streaming, e pode ser acompanhado do Brasil.

Ao anunciar o evento, a Nieman define a cobertura do atentado em Boston como a primeira tragédia nacional dos EUA reportada intensivamente por cidadãos com acesso a redes sociais –o chamado “jornalismo cidadão”. Nesse novo ambiente, “surgiram questões importantes sobre mídia social, repórteres-cidadãos, verificação dos fatos apurados e o papel dos meios de comunicação tradicionais”.

Na pressa por dar notícias em primeira mão, os grandes veículos também não escaparam de erros na cobertura. A rede CNN chegou a divulgar a prisão de um dos suspeitos do atentado quando, na realidade, a polícia de Boston ainda realizava as buscas.

Vários especialistas participam do debate. Entre eles, o repórter do “Boston Globe” David Abel, também bolsista da Nieman, que estava gravando um documentário para um de seus cursos em Harvard quando as bombas explodiram. Ele passou algumas horas no local fazendo entrevistas e foi um dos jornalistas que mais teve acesso imediato à cena dos atentados.

O debate será transmitido das 19h às 21h (20h às 22h, horário de Brasília). Para assistir, clique aqui.

Uma opção para o fim do feriado do 1º de Maio.

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Poder e política na semana – 29.abr a 5.mai.2013
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Fernando Rodrigues

O feriado do Dia do Trabalho, 1º de Maio, cai na 4ª feira. Brasília será mais improdutiva do que o costume –o Blog fez a conta: deputados e senadores poderão folgar até 5 meses em 2013. Apesar disso, deverá continuar em evidência a relação conturbada entre Legislativo e Judiciário. Aqui, uma coluna sobre o tema.

Nesta 2ª feira (29.abr.2013) devem se reunir os presidentes da Câmara, Henrique Alves, e do Senado, Renan Calheiros, com o ministro Gilmar Mendes, do STF. Tentarão jogar água na fervura.

A Câmara deve entregar no início da semana as explicações para o ministro Dias Toffoli, do STF, a respeito da PEC que retira poderes da mais alta Corte de Justiça do país. Vence nesta 2ª feira (29.abr.2013) o prazo de 72 horas concedido por Toffoli.

O clima pode piorar se o STF der um desfecho para o caso do deputado Natan Donadon (PMDB-RR). Condenado a 13 anos de prisão em 2010, ele continua livre e exercendo mandato. A ministra Carmen Lúcia precisa se manifestar sobre o último recurso apresentado pelo político.

A presidente Dilma Rousseff deverá começar a semana no Mato Grosso do Sul. Vai a Campo Grande na 2ª feira (29.abr.2013) para entregar ônibus escolares do programa “Caminhos da Escola”.

Na 3ª feira (30.abr.2013) acabará o prazo para os partidos políticos entregarem à Justiça Eleitoral suas prestações de contas referentes a 2012. Os que perderem a data deverão ficar sem os repasses do Fundo Partidário.

Na 4ª feira (1º de Maio), Dia do Trabalho, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) estarão em São Paulo para a festa organizada pelas centrais Força Sindical, CTB, UGT e Nova Central. A CUT, central ligada ao PT, fará uma festa separada, como tem acontecido nos últimos anos.

Na 5ª feira (2.mai.2013), terminará o prazo de 10 dias para advogados dos réus do mensalão entrarem com recursos contra as penas estabelecidas pelo STF.

Na Venezuela, Henrique Capriles, derrotado na eleição presidencial, ainda não aceitou a vitória do chavista Nicolas Maduro. Capriles tenta contestar o resultado do pleito e convocou uma manifestação da oposição para 4ª feira (1º.mai.2013).

E o brasileiro Roberto Azevêdo é finalista na disputa para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial de Comércio, segundo noticiou a “Folha”.

A seguir, o drive político da semana:

 

Segunda (29.abr.2013)
Dilma no Mato Grosso do Sul – irá a Campo Grande, pela manhã, para entregar 300 ônibus escolares do programa “Caminhos da Escola”.

Câmara, Senado e STF – devem se reunir os presidentes da Câmara, Henrique Alves, e do Senado, Renan Calheiros, com o ministro Gilmar Mendes, do STF. Vão tentar normalizar as relações entre o Legislativo e Judiciário.

Ex-presidentes no cinema – estreará no Shopping Frei Caneca, em São Paulo, o filme “O Brasil deu certo. E agora?”, que mostra depoimentos de FHC, Fernando Collor e José Sarney. Estará presente Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda de Sarney e idealizador do filme, que foi dirigido por Louise Sottomaior.

Câmara e o trabalho – Casa fará, já na 2ª feira, sessão solene em homenagem ao Dia do Trabalho, que cairá na 4ª feira desta semana (o 1º de Maio).

CUT x racismo – Central Única dos Trabalhadores fará o seminário “30 anos de CUT e a Luta pela Equidade Racial”, no Comfort Hotel, em São Paulo.

Aluguéis – FGV divulgará o IGP-M de abril. O índice é usado para reajuste de contratos imobiliários.

Serviços – FGV publicará sondagem sobre o setor.

Eleição em Bangladesh país asiático, vizinho da Índia, fará eleição presidencial. Na semana passada, o desabamento de um prédio que abrigava fábricas têxteis matou centenas de pessoas na capital, Daca. Trabalhadores do setor fizeram manifestações reprimidas pela polícia.

 

Terça (30.abr.2013)
Dinheiro dos partidos acabará o prazo para os partidos entregarem à Justiça Eleitoral suas prestações de contas referentes a 2012. A punição para os que perderem a data é ficar sem os repasses do Fundo Partidário.

Bolsa família e o empreendedorismo – é um dos temas da pesquisa que será apresentada pelo Ipea. A partir de 14h30, em Brasília. Haverá transmissão ao vivo pela internet.

Empresários na Bahia – este será o último dia do Fórum de Comandatuba, evento anual do Lide, grupo de João Dória. Diversos políticos e autoridades também são convidados.

Indústria – FGV divulgará sondagem sobre o setor.

 

Quarta (1º.mai.2013)
CUT x outras centrais – mais uma vez as centrais sindicais estarão separadas nas comemorações do 1º de Maio em todo o país. De um lado, a CUT, ligada ao PT. De outro, Força Sindical, CTB, UGT e Nova Central.

Aécio e Eduardo Campos – os pré-candidatos do PSDB e do PSB ao Palácio do Planalto confirmaram presença no evento da Força Sindical e das outras 3 centrais na cidade de São Paulo. O governador Geraldo Alckmin deverá estar presente. Será na Praça Campo de Bagatelle, das 9h às 15h.

Ministros e a Força – também deverão ir à festa que não tem a presença da CUT os ministros Manoel Dias (Trabalho), que é do PDT, e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), do PT.

Festa da CUT – a central ligada ao PT fará sozinha sua própria festa, uma em cada capital. Em São Paulo haverá duas grandes comemorações: uma no Vale do Anhangabaú e outra em São Bernardo do Campo.

Crise na Venezuela – o candidato derrotado na eleição presidencial, Henrique Capriles, chamou uma manifestação da oposição contra o resultado eleitoral. Ele contesta a vitória de seu adversário, o chavista Nicolas Maduro.

 

Quinta (2.mai.2013)
Mensalão – terminará o prazo de 10 dias para advogados dos réus do mensalão entrarem com recursos contra as penas estabelecidas pelo STF.

Vaga no STF – o próximo capítulo do julgamento do mensalão será a apreciação dos recursos. A vaga deixada por Ayres Britto na Corte ainda não foi preenchida. A presidente Dilma precisa indicar um novo ministro.

PTC na TV Partido Trabalhista Cristão terá 5 minutos em rede nacional. Das 20h05 às 20h05, no rádio. Das 20h30 às 20h35, na TV. Na próxima 5ª feira (9.mai.2013), o PT de Dilma e de Lula terá 10 minutos.

Daslu no Nordeste – será inaugurada uma loja no Recife. A marca foi associada a um escândalo em 2005, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Narciso, que investigou sonegação fiscal nas importações da Daslu.

 

Sexta (3.mai.2013)
Indústria – IBGE divulgará pesquisa sobre produção nacional do setor.

Inflação – Fipe divulgará IPC referente a abril de 2013.

 

Domingo (5.abr.2013)
Eleição na Malásia país do Sudeste Asiático fará eleições parlamentares.

 

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Democracia em movimento
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Fernando Rodrigues

BRASÍLIA – É grande a chance de não darem em nada as recentes escaramuças entre o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Esse embate é próprio de democracias em formação, como a brasileira. Leia mais (para assinantes do UOL e da Folha).


Na TV, Dilma copia Campos e diz ser “possível fazer mais”
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Fernando Rodrigues

Presidente é a estrela de novos comerciais do PT

Slogan usado é parecido com o do eventual rival em 2014

Eduardo Campos tem dito que “é possível fazer mais”

O PT coloca no ar partir de hoje 4 comerciais de 30 segundos nos quais exalta os governos de Lula e de Dilma Rousseff. O que chama mais a atenção é a presidente da República emulando o slogan que um dos seus possíveis adversários em 2014 já adotou: “É possível fazer cada vez mais”.

A frase é quase idêntica à usada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB. Ele tem repetido nos últimos meses a frase “é possível fazer mais”. Aliado de Lula e de Dilma, ele deseja se apresentar como opção aos eleitores em 2014 na corrida pelo Palácio do Planalto –com a ideia de que o Brasil está indo bem, mas há como melhorar o que já foi obtido.

Campos pronuncia seu slogan no comercial partidário do PSB, que foi ao ar na última quinta-feira, dia 25.abr.2013. A frase surge aos 4 minutos e 19 segundos do filme.

Já no comercial do PT, Dilma diz: “É possível fazer cada vez mais”.

O Blog teve acesso aos 4 comerciais do PT que foram produzidos pelo marqueteiro João Santana e começam a ser transmitidos hoje à noite (27.abr.2013). Eis o texto e o vídeo que foi batizado de “Jogral”, pois apresenta na tela o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva intercalando frases com Dilma Rousseff:

Lula: Os brasileiros já aprenderam…
Dilma: …que é possível ter sempre mais.
Lula: Depois da geladeira, a casinha, o caro.
Dilma: A casa mais confortável, com transporte, posto de saúde e escola perto.
Lula: O curso médio, a universidade, depois, o doutorado no exterior.
Dilma
: Nosso governo também aprendeu…
Lula
: … com o Brasil e os brasileiros…
Dilma: …que é possível fazer cada vez mais
Lula e Dilma (juntos na tela): Tem sido assim. Vai ser assim.

Eis o vídeo “Jogral”, uma criação de João Santana com direção compartilhada de Luis Ferré e de Marcelo Kertész:

 

Os 4 comerciais do PT de 30 segundos ocuparão 40 inserções a partir de hoje (27.abr.2013) à noite na TV. Serão transmitidos nos intervalos da programação de todas as redes de TV do país também  nos dias 30.abr.2013 e 2 e 4.maio.2013.

Um dos filmes se chama “Corpos”. Fala das mudanças no país durante os 10 anos em que o PT esteve à frente do governo federal. Imagens do ex-presidente Lula e da presidente Dilma são projetadas sobre corpos de brasileiros, enquanto um locutor menciona avanços para “três personagens que foram para a linha de frente: o homem simples do povo, a mulher e os negros”.

Ao final, aparecem Lula e Dilma projetados sobre corpos dizendo: “Nosso Brasil vai ser cada vez mais o Brasil de todos os brasileiros”. Há um cuidado técnico incomum para esse tipo de propaganda.

Eis o filme “Corpos”, com criação de João Santana e de Marcelo Kertész. A direção é de Luis Ferré:

No filme “Morphing” é usada uma técnica de computação gráfica que permite sobrepor imagens de várias pessoas enquanto suas faces vão se fundindo na tela, com naturalidade.

O comercial do PT começa mostrando uma criança que aos poucos vai se transformando em adolescente e adulto. Essas personagens vão falando sobre as mudanças do país. Um dos atores repete um dos possíveis slogans que Dilma Rousseff usará em sua campanha pela reeleição, em 2014: “O fim da miséria é só o começo”. Ao final do filme, aparecem o ex-presidente Lula e a presidente Dilma dizendo, intercalando frases: “Nosso Brasil vai ser cada vez mais o Brasil de todos os brasileiros”.

Eis o filme “Morphing”, criação de Maurício Carvalho e de João Santana, com direção Aylê Santana (filho de João):

 

O quarto filme de 30 segundos foi batizado por João Santana de “Saltos”. É o mais eleitoral de todos. Fica a um passo de pedir votos para a reeleição de Dilma Rousseff –o que seria crime eleitoral, pois a propaganda é para que o partido fale de seu programa (e não de seus candidatos).

Nesse filme, pessoas aparecem correndo e saltando “obstáculos” cenográficos: palavras como “atraso”, “miséria” e “discriminação”. Dilma Rousseff é apresentada como a presidente que “ampliou o Bolsa Família” e está “moralizando o setor público” –nesse caso, é uma referência à fase inicial da administração dilmista, quando ela demitiu vários ministros encrencados com acusações de corrupção.

Ao final, aparecem pessoas correndo com bandeiras do Brasil e do PT enquanto o locutor diz: “O governo Dilma… prepara o segundo grande salto brasileiro. O salto mais definitivo da nossa história”. Fica subentendido que a referência é à possível campanha de reeleição de Dilma, em 2014.

Eis o filme “Saltos”, que teve criação de João Santana, Eduardo Costa e Marcelo Kertész, com direção de Luis Ferré:

 

A seguir, as imagens com o slogan repetido.

Eduardo Campos, em 25.abr.2013:

E Dilma Rousseff, em 27.abr.2013:

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Amazon e Cultura pedem incentivo ao e-book no Congresso
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Fernando Rodrigues

Empresas estarão em evento da Câmara em 8.mai.2013.

Representantes da Amazon e da Livraria Cultura estarão na Câmara dos Deputados em 8.mai.2013 para um seminário sobre “os desafios do livro digital no Brasil”. O evento, na verdade, servirá para os empresários discutirem benefícios fiscais para seus leitores de e-books, o Kindle e o Kobo, respectivamente. O negócio ainda engatinha no Brasil.

Estará presente no seminário a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), relatora do Projeto de Lei 4534, que inclui os livros digitais na política nacional de incentivo à leitura. O texto já foi aprovado no Senado e, agora, tramita na Câmara, onde os deputados podem sugerir mudanças.

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Atravessar fora da faixa e CD falso são os desvios mais comuns, diz FGV
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Fernando Rodrigues

Pesquisa também mostra que certeza de punição é menor para essas atitudes.

Estudo da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo mostra que as ações questionáveis mais realizadas pelos brasileiros são atravessar a rua fora da faixa de pedestres e comprar CD ou DVD pirata.

Segundo o levantamento, 72% dos entrevistados disseram ter atravessado a rua fora da faixa nos 12 meses que antecederam a pesquisa. E 60% afirmaram ter comprado discos falsificados.

Os desvios menos cometidos são “levar itens baratos de uma loja sem pagar” e “dar dinheiro a um policial ou outro funcionário público para evitar ser multado”. Essas condutas foram adotadas por 3% dos entrevistados.

Não por acaso, os desvios mais praticados são aqueles que inspiram menos certeza de punição. Só 54% consideraram “provável” ou “muito provável” que seja punido o cidadão que comprar CDs e DVDs falsos. E o percentual cai para 52% com relação a atravessar fora da faixa. Mas 80% acham que serão sancionados por saírem com itens baratos sem pagar; 79% têm essa opinião sobre dirigirem depois de beber; e 78% por pararem em local proibido.

No contexto do debate sobre a redução da maioridade penal, é interessante saber que a incidência de uma atitude questionável aumenta quando a certeza da punição é menor. Talvez o problema não seja a forma como a pena é cumprida (numa prisão de adolescentes ou em outra de adultos), mas sim a incapacidade do Estado brasileiro de garantir que uma ação errada será punida.

Os gráficos publicados neste post foram produzidos pela FGV:

Polícia e o jeitinho brasileiro
A pesquisa mostra ainda que só 43% das pessoas acham necessário fazer o que a polícia manda, mesmo discordando da ordem recebida. Quando a autoridade em questão é um juiz, o resultado muda: 81% dizem que é preciso obedecê-lo, mesmo não concordando com a decisão.

Um outro dado interessante divulgado pela FGV dá conta da percepção sobre o famigerado “jeitinho brasileiro”. Para 82% das pessoas, “é fácil desobedecer as leis no Brasil”. Outros 79% dizem que “sempre que possível o brasileiro opta pelo ‘jeitinho’ ao invés de obedecer a lei”. E 54% afirmam que “existem poucas razões para uma pessoa como eu obedecer a lei”.

A pesquisa foi realizada de out.2012 a mar.2013 no Distrito Federal e em 7 Estados (Amazonas, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul). Foram ouvidas, pelo menos, 300 pessoas por Estado e no Distrito Federal.

 

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Tags : FGV


Na TV, Campos critica Dilma e diz que é hora de avançar
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Fernando Rodrigues

Governador de Pernambuco pretende ser candidato a presidente da República em 2014.

Na propaganda de seu partido, o PSB, ele diz que contraria os “interesses da velha política”.

Possível adversário de Dilma Rousseff em 2014, repete seu slogan nos últimos meses: “É possível fazer mais”.

O programa partidário do PSB neste semestre é a aposta mais alta do partido para fazer deslanchar a pré-candidatura a presidente do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Ele é a estrela principal da propaganda de 10 minutos de duração à qual o Blog teve acesso. O filme vai ao ar em rede nacional de TV a partir das 20h30 de hoje (25.abr.2013). O vídeo está publicado neste post.

O programa do PSB  reforça o discurso de Eduardo Campos nos últimos meses. Há no filme várias críticas ao governo de Dilma Rousseff, mesmo sem citar o nome da petista.

Campos aparece sempre em supercloses –uma mensagem subliminar para enfatizar a juventude do político pernambucano, que tem hoje 47 anos. Em três trechos do filme, o foco fica apenas nos olhos claros do pré-candidato.

Eis uma das falas de Campos: “Avançamos [no Brasil], mas deixamos de fazer mudanças fundamentais. Temos um Estado antigo, quer seja na esfera municipal, estadual ou federal. Ainda traz as marcas do atraso e do elitismo (…) Ou avançamos agora, ou corremos o risco de regredir nas conquistas do nosso povo. Temos que ter a humildade de admitir e a coragem de enfrentar os problemas que estão aí, batendo à nossa porta. O Brasil precisa dar um passo adiante. E nós do PSB vamos dar esse passo junto com o Brasil.”

Na propaganda do PSB, Eduardo Campos aparece pronunciando o slogan que adotou para esta fase em que tenta viabilizar sua campanha ao Planalto. Primeiro, um locutor diz: “Temos um país que nos estimula, e dentro dele um país que nos pede para fazer mais”. Aí aparece Eduardo Campos na tela aos 4 minutos e 19 segundos da propaganda: “É possível fazer mais. Essa responsabilidade não é apenas do governo federal. É também dos Estados e municípios, que precisam adotar uma nova prática política”.

 

O governador é popular em seu Estado, Pernambuco, e entre os políticos de todos os partidos. Mas é ainda pouco conhecido do grande eleitorado do Sul e do Sudeste. Na última pesquisa Datafolha sobre a eleição presidencial, Eduardo Campos apareceu como preferido de 6% do eleitorado. Dilma teve 58%; Marina Silva, que tenta fundar um novo partido chamado “Rede”, ficou com 16%; Aécio Neves (PSDB), com 10%.

O filme do PSB faz uma opção pela politização do discurso. Começa com um texto e imagens em preto e branco falando da redemocratização. São citados políticos de todos os partidos.

Esse tipo de discurso é correto do ponto de vista histórico, pois dá crédito a todos que ajudaram a construir a atual democracia brasileira. Mas marqueteiros em geral fogem desse assunto como o diabo da cruz –sob o argumento de que a maioria do eleitorado rejeita esse tipo de abordagem.

Em certa medida, portanto, o filme do PSB para promover Eduardo Campos contém uma dose razoável de risco. Não há como saber como será a reação dos telespectadores-eleitores.

Em um dos trechos do programa, por exemplo, Eduardo Campos relata que é herdeiro da “esquerda democrática” de seu avô, Miguel Arraes, e que é fiel a seus aliados, mas que faz críticas quando necessário. A mensagem implícita: o PSB participa do governo do PT, mas quer mudanças.

“Somos um partido [o PSB] que defende as suas alianças, mas seremos sempre um aliado participante, propositivo, crítico quando a crítica é necessária. Mudanças fundamentais continuam sendo adiadas hoje como sempre foram no passado. A reforma fiscal, a revisão do pacto federativo, a reforma politica. Para avançar não temos outra escolha. É preciso contrariar os interesses da velha politica, que está instalada na maquina pública. Cargo público tem que ser ocupado por quem tem capacidade, mérito, sobretudo espirito de liderança. E não por um incompetente que é nomeado só porque tem um padrinho político forte.”

Também aparece no vídeo o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, do Rio Grande do Sul. Ele exalta feitos dos governos do PSB no Ceará, em Belo Horizonte e em Pernambuco.

A fala de Beto Albuquerque tem um endereço óbvio. Ao afagar a administração do PSB no Ceará sua intenção é agradar ao governador daquele Estado, Cid Gomes, que tem dado a entender que prefere apoiar a reeleição de Dilma Rousseff em 2014.

No caso do prefeito de BH, Márcio Lacerda, a tendência mais natural é que se desgarre do PSB e dê apoio ao tucano Aécio Neves na corrida pelo Planalto.

O líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg, que pretende disputar a eleição para governador do Distrito Federal, também aparece, mas por pouco tempo. Ele fala sobre o apoio que o PSB deu no Congresso à aprovação da PEC das Domésticas, que estendeu benefícios da CLT à categoria.

Abaixo, a íntegra do vídeo do PSB:

 

 

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Com Legislativo e Judiciário em confronto, todos perdem
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Fernando Rodrigues

As decisões de ontem da Câmara (na sua Comissão de Constituição e Justiça) e do STF (por meio do ministro Gilmar Mendes) indicam que há um clima beligerante além do normal para um país que se pretende uma democracia estável.

É o caso típico em que ninguém parece ter razão. E todos perdem.

A Câmara puxa a faca para o Judiciário ao dar sinal verde para que tramite uma proposta de emenda constitucional que cerceia o direito do STF de tomar decisões de maneira independente.

Não tem cabimento imaginar que certas decisões do Supremo Tribunal Federal só poderão valer depois de votadas pelo Congresso. É isso o que estão querendo alguns deputados, magoados com as condenações recentes de políticos em processos rumorosos, como foi o do mensalão.

Um pouco depois, veio a resposta do STF.

O ministro Gilmar Mendes concedeu liminar (decisão temporária) suspendendo a tramitação de um projeto de lei dentro do Congresso.

Trata-se do projeto que inibe a criação de novas siglas. Por mais absurda que seja uma proposta de lei, não são assim que as coisas funcionam numa democracia. Se o Congresso vota uma lei ou emenda constitucional que fere os princípios do direito, é facultado a qualquer cidadão reclamar na Justiça –algo que tem acontecido com frequência.

O que Gilmar Mendes fez foi dar um recado: o STF pode definir o que o Congresso pode ou não pode debater. É um evidente despautério.

Ou seja, erraram Câmara e STF.

O problema é que não existe no horizonte ainda ninguém se candidatando para jogar água nessa fervura. Nessa conjuntura, quem perde são as instituições. E cai a qualidade da democracia brasileira.

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Valores e culturas diferentes
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Fernando Rodrigues

BRASÍLIA – Quando há mortes em série nos EUA, a reação no Brasil é quase sempre a mesma. No calor do fato, é comum ouvir: a sociedade norte-americana é doente e cheia de malucos atirando uns nos outros. Leia mais (para assinantes do UOL e da Folha).


Globo teve R$ 5,9 bi de propaganda federal desde 2000
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Fernando Rodrigues

Ainda assim, emissora líder é a que mais perdeu no bolo de verbas do governo

TVs nesse período tiveram R$ 10, 7 bilhões para veicular propaganda  estatal

No último dia 14 de abril a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) atualizou o seu site com os dados gerais de gastos de publicidade estatal federal até o ano de 2012. Como de costume, os valores são apenas globais e por tipo de meio, omitindo quanto cada veículo ganha.

Mas num artigo de Roberto Bocorny Messias, secretário-executivo da Secom, pela primeira vez foram divulgados de maneira aberta, pelo próprio governo, os dados sobre cada uma das principais emissoras de TV do país. O texto foi publicado pelo site “Observatório da Imprensa” em 16 de abril de 2013.

O dado a ser destacado é a ainda fantástica prevalência das TVs abertas como meio preferencial para o governo fazer sua propaganda. E entre as TVs, a maior de todas é a Globo, apesar da queda em anos recentes.

Desde o ano 2000 (quando os dados passaram a ser compilados de maneira mais precisa), a TV Globo recebeu R$ 5,9 bilhões para veicular publicidade estatal federal –tanto da administração direta como indireta.

A imagem abaixo traz os dados sobre o que o governo federal gastou com TVs no ano passado e o acumulado desde o ano 2000:

Ao divulgar esses dados, a Secom afirma fazer “mídia técnica” e dar a publicidade de acordo com o tamanho de audiência de cada veículo. Nota-se que a preocupação principal foi usar o caso da TV Globo como exemplo. A fatia da emissora no bolo entre TVs caiu de 54,96% (em 2000) para 43,98% (em 2012) –muito por causa do avanço das TVs fechadas e da Record, como se pode observar no gráfico:

Embora com a Globo tenha acontecido uma acomodação compatível com o recuo da liderança dessa emissora na audiência das TVs abertas, não há como verificar se esse mesmo procedimento ocorre com todos os mais de 5.000 veículos cadastrados pelo governo federal para receberem verbas publicitárias.

As tabelas completas dos valores individuais investidos não são divulgadas. Não se conhece o montante exato enviado a cada um dos meios de comunicação por conta de propaganda estatal federal.

Ao divulgar os dados via “Observatório da Imprensa”, a Secom tampouco entra muito no mérito do uso de propaganda estatal de maneira tão disseminada. O silêncio é compreensível. Esse é um costume de todos os governos no Brasil, em todos os níveis, não importando o partido ao qual está filiado o chefe da administração.

O problema é que assim nunca é respondida a pergunta mais importante: por que um país como o Brasil precisou gastar R$ 1,797 bilhão em propaganda em 2012?

Há o argumento de que nesse bolo estão as empresas estatais que concorrem no mercado. Precisam anunciar para sobreviver. De fato, é uma ponderação a ser levada em conta. Mas levanta uma dúvida adicional: por que então os gastos dessas estatais não são divulgados em detalhes, para que se saiba em quais meios de comunicação estão investindo?

Aí a resposta do governo é conhecida. Trata-se de informação de caráter reservado. Os concorrentes privados das estatais poderiam tirar proveito se conhecessem os dados. Bom, essa é uma disputa que no futuro certamente será arbitrada na Justiça, pois está em conflito com a Lei de Acesso à Informação.

TVs abertas e outros meios
No caso da prevalência no Brasil das TV abertas na propaganda estatal federal, há mudanças no horizonte. Sem prejuízo desse meio de comunicação, é possível notar que tem ocorrido uma redistribuição na parte que sobra do bolo.

De 2000 a 2012, as TVs abertas continuaram soberanas. Aumentaram sua fatia nas verbas de propaganda estatal federal: tinham 54,4% e hoje pularam para 62,3%.

Os jornais impressos caíram de 21,1% para 8,2% desde o ano 2000 no bolo publicitário federal. Emissoras de rádio e revistas saíram da faixa dos 9% e recuaram para a dos 7%.

Já internet e mídia externa, que representavam quase nada no início da década passada, agora ficam, somadas, com mais de 12%. Eis o gráfico evolutivo:

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