Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : março 2015

Marta fez aniversário
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Fernando Rodrigues

quase ex-petista recebe Sarney, Temer e Campos Machado. Ela quer mudar

Marta-e-Sarney

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) fez 70 anos.

Ofereceu numa recepção na sexta-feira (20.mar.2015) “no belo salão de festas do prédio em que mora com o marido, Márcio Toledo, nos Jardins, em São Paulo”, como mostrou o site Glamurama.

Marta Suplicy sugere estar num momento de renovação. “Após errar tanto, finalmente me sinto feliz”, dizia a aniversariante.

“O PT acabou. Aquele partido que eu ajudei a fundar fazendo reuniões na minha casa, indo de porta em porta, em assembleias, ele não existe mais”, disse ela no relato de Vera Magalhães.

A retórica de Marta sugere um momento de renovação política para ela.

Mas os “novos velhos amigos” e as alianças políticas da quase ex-petista emitem sinais ambíguos.

No rendez-vous de sexta-feira, Marta expressou outra vez intenção de sair do PT para entrar no PSB.

O PSB se divide nacionalmente. Não sabe se apoia o governo da presidente Dilma Rousseff ou se vai para a oposição.

Para Marta, “o PT acabou”. Ela sorria na sexta-feira. Ela quer mudar. No seu aniversário, havia alguns símbolos de mudança: o mais fotografado nas reportagens sobre o evento foi José Sarney, 84 anos.

José Sarney é um político tradicional do Maranhão. Fez carreira na Arena e no PDS, siglas de sustentação da ditadura militar (1964-1985). Filiou-se ao PMDB no crepúsculo do regime autocrático. Herdou a Presidência da República porque era vice de Tancredo Neves, que morreu antes da posse. Saiu do Planalto para se eleger senador seguidas vezes pelo Amapá, Estado no qual nunca morou.

Além de Sarney, estava presente à festa da renovação política de Marta Suplicy o vice-presidente da República, Michel Temer –principal dirigente nacional do PMDB.

O PMDB pode ser muita coisa, mas não é o epítome da renovação política no país.

Entre outros, também estiveram na festa de Marta, na sexta-feira, Campos Machado (deputado estadual em São Paulo pelo PTB), Ciro Moura (vice-presidente do Partido Trabalhista Cristão), José Roberto Faria Lima (ex- deputado federal, do PP, o partido de Paulo Maluf) e Naji Nahas (famoso investidor e especulador do mercado financeiro).

Convidados-Marta

Marta não convidou Luiz Inácio Lula da Silva para sua festa. “Lula é o maior estadista que este país tem, mas agora não faria sentido estar aqui”.

O momento é de renovação para Marta.

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“Há interesse público na revelação de contas do HSBC da Suíça”
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Fernando Rodrigues

Diretora-adjunta do ICIJ, Marina Walker Guevara defende divulgação de dados de quem tem papel ativo na vida social ou política dos países

Marina Walker Guevara na sede do ICIJ, em Washington

Marina Walker Guevara na sede do ICIJ, em Washington

A diretora-adjunta do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), Marina Walker Guevara, explica os critérios usados na apuração da série de reportagens que ficou conhecida como SwissLeaks.

Participam da investigação de maneira colaborativa 163 jornalistas de 55 países e de 65 veículos de comunicação. Sem essa interação multinacional entre repórteres teria sido impossível apurar todas as dezenas de histórias que estão sendo publicadas no mundo todo.

A seguir, trechos da entrevista da diretora-adjunta do ICIJ, uma organização sem fins lucrativos, com sede em Washington, nos EUA:

UOL/Globo – O que é e quando surgiu o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, em inglês)?
Marina Walker Guevara
 – O ICIJ é uma entidade sem fins lucrativos que surgiu nos Estados Unidos em 1997 para reunir jornalistas que trabalhavam isoladamente assuntos de interesse global, como o fluxo ilícito de dinheiro. Acreditamos que esses são temas que não podem ser tratados sob uma ótica nacionalista porque têm ramificações. Então nos reunimos. De lá para cá, já fizemos reportagens de grande impacto sobre empresas de tabaco e sobre contratos fechados pelos Estados Unidos no Iraque. Agora são os paraísos fiscais.

É a vez do SwissLeaks?
O SwissLeaks é o terceiro capítulo de uma trilogia. O primeiro foi o OffshoreLeaks, que nos permitiu saber mais sobre cerca de 100 mil empresas abertas em paraísos fiscais e sobre como políticos e celebridades escondiam dinheiro nelas. O segundo capítulo foi focado nas grandes corporações multinacionais e em como muitas delas conseguiram evadir impostos –a série ficou conhecida como Luxembourg Leaks. Falamos de Pepsi, Disney e Ikea, por exemplo. Agora trabalhamos com aqueles que possibilitam isso tudo: os bancos. O SwissLeaks.

O foco então é no HSBC suíço e não em seus correntistas?
Sem dúvida. O HSBC é um dos maiores bancos do mundo e falhou em seu controle de qualidade. Deveria ter se preocupado em saber sobre seus clientes, em buscar informações sobre a origem dos valores que guardava e em não ser usado para lavar dinheiro. É um fato tão claro que essa barreira de controle falhou que, por iniciativa própria, o HSBC veio à público dizer que fez uma “limpeza” na carteira de clientes de 2006/2007 e que seu braço em Genebra abriu mão de 70% dos correntistas.

Mas as reportagens publicadas costumam trazer nomes.
O SwissLeaks já rendeu centenas de reportagens. São mais de 160 jornalistas, em 65 veículos de comunicação, espalhados por 55 países escrevendo sobre isso. Muitos revelam nomes porque isso torna a história mais local. Mas também há outra razão para publicarmos nomes. Há, de fato, interesse público em saber sobre contas no HSBC de empresários, políticos e pessoas que se envolveram em escândalos.

O que deve ser considerado como interesse público?
Informações que, apesar de serem de caráter privado, de origem bancária, disserem respeito a pessoas públicas, a cidadãos que têm um papel ativo na vida social ou política de um país. Não interessa revelar a conta secreta de pessoas comuns, que são irrelevantes e não influenciam no destino do país nem na opinião.

Por que não divulgar a lista completa de correntistas secretos do HSBC?
Divulgar a lista toda não seria fazer jornalismo. O trabalho do repórter é justamente pegar essa base de dados e aplicar sobre ela critérios de interesse público, avaliando que pessoas devem entrar em reportagens e que pessoas não precisam ser expostas. O mais importante é entender o que chamamos de esquemas sistêmicos. Nós do ICIJ estamos interessados em saber como traficantes de drogas e vendedores de diamantes usavam o banco, por exemplo.

Como avalia a atuação dos governos até agora?
Há ainda muitas dúvidas sobre a atuação deles. Por que o Reino Unido só agiu contra uma pessoa? Por que outros países se movem de forma mais lenta? É claro que há cumplicidade, mas também há a agenda política de cada lugar. Na Europa o assunto está quente porque o debate tributário está em pauta.

O que esperar dos governos?
Vamos ver se eles são oportunistas fiscais, que agem só porque há um dinheiro grande a ser recuperado, ou se estão dispostos a repensar estruturas e criar novos acordos.

Podemos confiar na base de dados que foi vazada?
Não encontramos nada que indique que foi manipulada. Nem todas as pessoas que aparecem ali foram à Suíça abrir contas. Há quem tenha sido agregado por familiares sem saber. Há quem tenha investido em fundos que reinvestiram na Suíça, e há quem tenha sido cliente de bancos comprados pelo HSBC. Encontramos muitos casos que não estavam em ordem (contas mantidas ilegalmente) e que há processos abertos em diferentes países. Para nós, isso é sinal claro de que havia mesmo muito o que questionar ali.

Participam da série sobre o SwissLeaks os jornalistas Fernando Rodrigues e Bruno Lupion, do UOL, e Chico Otavio, Cristina Tardáguila e Ruben Berta, do jornal “O Globo”.

SwissLeaks: no exterior, US$ 1,3 bilhão já recuperado

Leia tudo sobre o caso SwissLeaks-HSBC no Brasil

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SwissLeaks: no exterior, US$ 1,3 bilhão já recuperado
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Fernando Rodrigues

Valor é a soma de impostos sonegados e multas aplicadas aos criminosos

Desde 2010, quando as autoridades francesas passaram a dividir com outros países as planilhas que o ex-técnico de informática do HSBC Hervé Falciani havia vazado do banco dois anos antes, aproximadamente US$ 1,36 bilhão já foi recuperado na forma de impostos sonegados e multas. A cifra equivale, por exemplo, ao PIB das Ilhas Cayman, segundo dados do Banco Mundial.

A Bélgica, que tem 11 milhões de habitantes, está em primeiro lugar no ranking dos países que mais conseguiram repatriar valores –até agora, US$ 490 milhões. O país é o 10º no ranking dos valores depositados por seus habitantes nas contas secretas entre 2006 e 2007.

Num trabalho que se estende por quatro anos, os belgas conseguiram repatriar 7,8% do que havia sido depositado na Suíça. Determinaram o pagamento de impostos sonegados e aplicaram multas aos correntistas que não declararam a posse dos valores (tabela abaixo).

Arte

A Espanha está em 2º lugar na lista de valores recuperados, tendo repatriado US$ 298 milhões. Percentualmente, é o país que teve melhor desempenho até agora, 13% do que seus cidadãos mantinham no HSBC.

Em 3º lugar está a França (US$ 286 milhões). Por lá, além do foco na recuperação do dinheiro sonegado, as autoridades também se dedicaram à responsabilização de dirigentes do HSBC. A principal acusação foi a de que a filial do banco na Suíça oferecia aos franceses produtos que permitiam burlar o Fisco –prática relatada pelo jornal “Le Monde”.

As investigações francesas terminaram em fevereiro e o órgão equivalente à Receita Federal da França tem até maio para definir as medidas jurídicas que serão adotadas para tentar punir os dirigentes da instituição financeira.

No 4º lugar da lista dos países que mais conseguiram recuperar dinheiro aparece o Reino Unido (US$ 205 milhões). Entre os britânicos, a divulgação do SwissLeaks causou polêmica pela falta de reação das autoridades. A justificativa do poder público foi a dificuldade de acessar dados completos. Stephen Green, ministro do Comércio até 2013, saiu desgastado por ter ocupado um alto cargo no HSBC.

Na América do Sul, a Argentina saiu na frente. Desde setembro analisa seus dados.

O Brasil está para solicitar oficialmente as informações para o governo francês. No Senado, deve ser instalada na 3ª feira a CPI do SwissLeaks-HSBC, que pretende investigar tanto a instituição bancária como os contribuintes brasileiros que mantiveram depósitos na Suíça.

Participam da apuração da série de reportagens SwissLeaks os jornalistas Fernando Rodrigues e Bruno Lupion, do UOL, e Chico Otavio, Cristina Tardáguila e Ruben Berta, do jornal “O Globo”.

“Há interesse público na revelação de contas do HSBC da Suíça”

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No clã Gomes, sai Ciro e entra Cid como candidato a presidente em 2018
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Fernando Rodrigues

Cid Gomes saiu do Ministério da Educação “atirando” contra o Congresso

Nas redes sociais, seu nome foi associado a adjetivos como “herói” e “corajoso”

CidGomes-8mar2015-Foto-AgCamara

O episódio da saída espalhafatosa do Ministério da Educação teve muito de cálculo político para a família Gomes. O irmão mais novo, Cid Gomes, deve ser o escolhido para representar o clã numa eventual disputa presidencial em 2018.

A família já teve Ciro Gomes, 57 anos, duas vezes candidato ao Palácio do Planalto (1998 e 2002). Agora, Cid, de 51 anos entrou na fila.

A ideia é simples e tem passado na cabeça de inúmeros políticos: a) O PT está desgastado com o governo de Dilma Rousseff se segurando pelas tabelas até 2018; b) o PSDB está em constante crise de personalidade e não consegue de fato incorporar o desejo de mudança que existe na sociedade; c) finalmente teria chegado a hora de haver uma terceira via.

Marina Silva (ex-PT, ex-PV, momentaneamente no PSB e a caminho do Rede Sustentabilidade) já tenta ocupar esse espaço.

Para os Gomes, a ex-senadora pelo Acre e candidata duas vezes a presidente (2010 e 2014) não preenche no imaginário do eleitor todos os requisitos para ocupar o Palácio do Planalto –entre outras razões por nunca ter sido eleita para exercer função executiva.

Cid Gomes (ex-PMDB, ex-PSDB, ex-PPS, ex-PSB e hoje no minúsculo Pros) pretende preencher a demanda falando o que acredita que os eleitores querem ouvir: críticas fortes ao sistema político, como as que fez recentemente ao Congresso, dizendo que ali há de 300 a 400 achacadores.

Cid estava ministro da Educação e perdeu o cargo na última quarta-feira (18.mar.2015). Ele foi até o plenário da Câmara e reiterou suas críticas aos deputados. Apontou o dedo para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

No micromundo da política, em Brasília, Cid foi visto como intempestivo e irresponsável. Para os eleitores que frequentam a internet, a avaliação foi diversa.

Do dia 18 até 13h de ontem, sexta-feira (20.mar.2015), o ex-governador do Ceará Cid Gomes “conseguiu 78.518 menções no Twitter, 2.138 em sites de notícias, 1.699 em blogs e 83 em fóruns abertos”, segundo levantamento da consultoria Bites.

“Apenas no Twitter foram 616 milhões de impressões (número de vezes que o assunto foi exibido nas contas do usuário do serviço no Brasil)”, diz a Bites. Cid Gomes teve uma exposição muito maior até do que a Operação Lava Jato, que no mesmo período de tempo produziu 188 milhões de impressões no Twitter.

Segundo esse estudo da Bites, “na nuvem de palavras formada em torno das referências a Gomes, citações como corajoso, herói e ‘macho’, expressão nordestina utilizada para definir aqueles que não têm medo de falar a verdade e enfrentar situações adversas, apareceram de maneira recorrente”.

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Oito doleiros envolvidos em escândalos de corrupção estão no SwissLeaks
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Fernando Rodrigues

Personagens da Lava Jato, mensalão e propinoduto estão ligados a contas no HSBC da Suíça

Doleiros citados em escândalos como a Operação Lava Jato, o mensalão e o caso PC Farias aparecem na lista dos 8.667 brasileiros relacionados a contas no HSBC da Suíça. Em todos os casos, foram investigados pela suspeita de terem operado dinheiro de origem duvidosa e acobertado operações financeiras ilegais. Eles negam ter cometido irregularidades.

No acervo de dados do HSBC suíço, vazado em 2008 por um ex-funcionário do banco, aparecem Henrique José Chueke e sua filha, Lisabelle Chueke (caso PC Farias); Favel Bergman Vianna e Oscar Frederico Jager (propinoduto); Benjamin Katz (Banestado); Dario Messer (mensalão); Raul Henrique Srour (Lava-Jato) e Chaim Henoch Zalcberg (Operações Roupa Suja e Sexta-feira 13).

Chueke, tido nos anos 1990 como um dos doleiros mais ricos do Rio de Janeiro, foi acusado de ter alimentado contas do empresário Paulo Cesar Farias, tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Melo, e de Ana Acioli, secretária do ex-presidente. Quando o escândalo veio à tona, os jornais publicaram que entre maio de 1991 e junho de 1992 o escritório de Chueke, situado no mesmo endereço da Belle Tours, empresa de sua filha Lisabelle, havia recebido 27 telefonemas da EPC, empresa de PC Farias. Nos registros do HSBC, Chueke e sua filha mantiveram uma conta conjunta de 24 de janeiro de 1989 a 28 de outubro de 2004.

MERCADO PARALELO
Vianna e Jager foram envolvidos no escândalo do propinoduto, revelado em 2003. Vianna foi assassinado com um tiro dentro de seu Audi, na Avenida Atlântica, no Leme, no Rio, em março daquele ano — 23 dias depois de o Departamento de Justiça dos Estados Unidos ter bloqueado US$ 9 milhões que ele mantinha em uma conta bancária em Nova York. O bloqueio estabelecido pelos americanos atendia a um pedido da Justiça suíça. Na época, as autoridades brasileiras suspeitaram que a conta de Vianna havia sido usada para remeter ao exterior dinheiro obtido ilegalmente pelos fiscais da Receita envolvidos no escândalo. O Ministério Público Federal também suspeitou que a conta de Vianna servia para lavar dinheiro da contravenção no Rio de Janeiro.

Mais recentemente, em 2004, os Chuekes, Jager e Vianna apareceram numa ação do Ministério Público Federal decorrente da Operação Farol da Colina, da PF. Eles foram acusados de evasão de divisas, formação de quadrilha e operação de instituição financeira sem a devida autorização.

Nessa ação, Vianna ainda foi acusado pelos procuradores de ter sido sócio de Jager em uma empresa chamada Eleven Finance Corporation, aberta nas Ilhas Virgens Britânicas. Segundo o MPF, a offshore teria sido criada para administrar uma conta com recursos de operações ilegais de câmbio. Nas planilhas do HSBC, os dois surgem dividindo uma conta identificada pelo nome “Eleven”. Ela foi criada em 24 de outubro de 1988 e fechada em 15 outubro de 1991. Em 2006/2007, estava zerada.

Abaixo, os dados das referidas contas (clique na imagem para ampliar):

Arte

Benjamin Katz foi investigado pela CPI do Banestado por “operar fortemente no mercado paralelo”. Não houve relatório final por divergência entre os membros da comissão. O nome de Katz aparece no caso SwissLeaks ligado a uma conta que durou apenas 15 dias, de 1º a 16 de outubro de 1991.

No episódio do mensalão, o doleiro Antonio Oliveira Claramunt, mais conhecido como Toninho da Barcelona, disse que Dario Messer recebia dólares do PT em uma offshore no Panamá e entregava ao partido o valor correspondente em reais no Banco Rural. Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, entre 1998 e 2003, Messer teria enviado irregularmente ao exterior pelo menos US$ 1 bilhão. Em 2005, a CPI dos Correios pediu à PF que o localizasse, mas ele havia embarcado para Paris. As planilhas do HSBC indicam que, em 2006/2007, Messer tinha US$ 69 mil depositados na Suíça.

Raul Henrique Srour foi citado na investigação da Operação Lava-Jato. De acordo com o MPF, ele fez parte do grupo do doleiro Alberto Youssef e atuou no mercado negro, fraudando identidades para realizar cerca de 900 operações de câmbio. Segundo os dados do banco suíço, Srour teve três contas, mas todas já haviam sido fechadas em 2006/2007, quando os dados foram extraídos do HSBC.

Henoch Zalcberg foi alvo de duas operações da Polícia Federal, a Roupa Suja e a Sexta-feira 13, realizadas em 2005 e 2009, respectivamente, para desbaratar uma quadrilha acusada de fraudar licitações, evadir divisas e lavar dinheiro. Em 2006/2007, a conta de Zalcberg no HSBC também já havia sido encerrada.

Participaram da apuração desta reportagem os jornalistas Bruno Lupion, do UOL, e Chico Otavio, Cristina Tardáguila e Ruben Berta, do “Globo”.

Doleiros negam ter cometido irregularidades ou permanecem em silêncio

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Doleiros negam ter cometido irregularidades ou permanecem em silêncio
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Fernando Rodrigues

Os doleiros citados nas planilhas do HSBC suíço localizados pelo UOL e o “Globo” negaram ter cometido irregularidades na realização de operações financeiras ou não quiseram fazer comentários sobre as contas.

Em relação a Oscar Frederico Jager, o advogado Bruno Saccani afirmou que seu cliente não quis dar declaração sobre as contas do HSBC suíço. Sobre o processo ao qual Jager responde na Justiça Federal por evasão de divisas, de 2004, Saccani disse que a pena foi extinta por prescrição. Sobre o nome “Eleven”, que é citado num dos processos da Justiça Federal como sendo uma offshore e também aparece na lista do HSBC, o advogado disse que deve se tratar de uma coincidência. Saccani também afirmou que não há qualquer pendência de processos anteriores a 2004 em relação a seu cliente.

Saccani também representa o empresário José Henrique Chueke, filho de Henrique José Chueke e irmão de Lisabelle. Em nome da família, ele informou que todas as operações realizadas no exterior foram devidamente declaradas e feitas com a autorização do Banco Central. Ele negou que o pai tivesse tido uma conta secreta no HSBC da Suíça.

Benjamin Katz afirmou que jamais teve conta no HSBC do exterior e considera “um disparate” as informações extraídas da planilha do banco e  atreladas a seu nome. “Não faz sentido nenhum abrir uma conta no dia 1º e fechar no dia 16 do mesmo mês. Acho que isso daí só pode ter sido feito por alguém interessado em fisgar clientes”, disse.

Katz acrescentou que é um empresário do ramo da construção civil. Quanto ao Banestado,  afirma que “no relatório da CPI, foi acusado de lavar dinheiro e excluído do mesmo sem jamais ter sido chamado para depor ou prestar esclarecimentos e que recentemente venceu um processo contra o Google, conseguindo que qualquer referência a seu nome vinculada a este caso fosse retirada da internet”.

Dario Messer foi contatado através do advogado Luciano Saldanha Coelho, por e-mail e telefone. Ele informou que falaria com seu cliente e, caso Messer desejasse, enviaria uma resposta. Até a conclusão deste material Coelho não havia respondido.

Favel Bergman Vianna foi assassinado em 27 de março de 2003, na Avenida Atlântica, no Leme.

Na semana passada, o advogado Ubiratan Guedes, que representa Chaim Henoch Zalcberg —citado no primeiro capítulo da série sobre o SwissLeaks— disse que seu cliente tem 92 anos de idade e aguarda ansiosamente uma decisão da Justiça para provar sua inocência. “Ele é a pessoa mais injustiçada que eu conheço, um homem ilibado, com mais de 60 anos de exercício da advocacia”, diz Guedes. Sobre a conta numerada na Suíça, o advogado disse não ver qualquer ilegalidade . “Ter dinheiro no exterior não é algo proibido. Não há nenhum ilícito, e ele não responde na Justiça por isso”, afirmou.

Raul Srour, por meio de seu advogado, Luiz Gustavo Pujol, afirmou que a conta mais recente ligada a seu nome, encerrada em 23 de janeiro de 2004, “foi objeto da delação premiada por ele firmada com o Ministério Público Federal atuante em São Paulo no ano de 2006, de modo que qualquer questionamento a respeito já foi esclarecido às autoridades competentes”. Quanto às demais contas, “todas encerradas no início da década de 90”, Srour preferiu não fazer comentários.

Oito doleiros envolvidos em escândalos de corrupção estão no SwissLeaks

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A função dos doleiros no Brasil
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Fernando Rodrigues

Nas décadas de 1970 e 1980, a classe média brasileira não vivia sem um doleiro. A moeda norte-americana servia para proteger o dinheiro da inflação. Quem viajava para o exterior tinha um limite pequeno para comprar dólares. E não existia ainda cartão de crédito internacional.

Com a abertura da economia, a maior parte dessas operações hoje pode ser feita à luz do dia e sem a ajuda de um doleiro. Mas essa profissão ilegal continua a existir, como se observa nos vários escândalos sucessivos descobertos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.

Os doleiros têm hoje basicamente duas funções principais. A primeira é facilitar operações internacionais que são feitas com dinheiro ilegal. Uma compra de um produto caro no exterior, por exemplo. Entrega-se o valor em reais no Brasil e a mercadoria é comprada em outro país.

Outra função do doleiro é a de acobertar operações financeiras. Por exemplo, uma pessoa vende um terreno ou casa no Brasil e não deseja pagar imposto sobre o eventual lucro imobiliário. A venda é registrada por um montante diminuto e o pagamento é feito em dinheiro. O vendedor então entrega o valor em espécie a um doleiro e pode receber depois, em dólares (ou outra moeda) aqui ou no exterior.

Há também a operação inversa. Uma pessoa tem dinheiro no exterior e precisa trazê-lo de volta para o Brasil. Nesse caso, o doleiro pode ficar com os dólares que estão em outro país e entregar o valor em espécie ao interessado aqui.

Os doleiros são uma espécie de “private bank” informal para operações financeiras ilegais. Servem a um mercado no qual muitas pessoas querem fugir dos registros das autoridades.

Hoje, de acordo com as regras determinadas pelo Banco Central, é obrigatório fazer uma comunicação prévia ao banco, com um dia útil de antecedência, para saques em espécie de valor igual ou superior a R$ 100 mil reais. Essa exigência também vale para transferências ao exterior. Além disso, todas essas operações são comunicadas ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Oito doleiros envolvidos em escândalos de corrupção estão no SwissLeaks

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Por que há tantos brasileiros no SwissLeaks
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Fernando Rodrigues

País aparece muito bem representado no vazamento de dados do HSBC

Só Suíça, França e Reino Unido registravam mais clientes do que o Brasil na agência de “private bank”, em Genebra, do HSBC quando vazaram os dados completos da instituição, na virada de 2007 para 2008.

Eis o ranking dos países com mais clientes citados no SwissLeaks, tudo compilado pelo ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos):

1º Suíça: 11.235
2º França: 9.187
3º Reino Unido: 8.844
4º Brasil: 8.667
5º Itália: 7.499
6º Israel: 6.554
7º Estados Unidos: 4.183
8º Argentina: 3.625
9º Turquia: 3.105
10º Bélgica: 3.002

Como se observa, os 8.667 clientes brasileiros no HSBC suíço (com cerca de US$ 7 bilhões de saldo) ficam à frente de italianos e israelenses. O Brasil tem mais do que dobro de nomes na comparação com os Estados Unidos (4.183).

Por que existiu essa predileção de brasileiros por um banco como o HSBC, que nem tem uma história tão antiga por aqui? Afinal, o HSBC só entrou no Brasil para valer ao comprar o antigo banco Bamerindus, nos anos 1990.

Uma das razões que explicam esse fenômeno é o fato de o HSBC ter expandido seus negócios na década de 90, comprando alguns bancos de investimentos nos quais havia uma presença maior de brasileiros.

Em 1999, o HSBC adquiriu por cerca de US$ 10 bilhões os bancos Republic New York Corporation, nos Estados Unidos, e o Safra Republic Holding, na Europa. Ambos pertenciam ao banqueiro Edmond Safra –irmão de Joseph e Moise Safra, donos do Banco Safra no Brasil.

Durante muitos anos, os endinheirados brasileiros enxergaram na família Safra um sinônimo de segurança para guardar suas fortunas, seja no Brasil ou no exterior. Quando o HSBC assumiu as carteiras do Republic New York e do Safra Republic Holding, muitos clientes brasileiros foram juntos.

Todos os arquivos dos dois bancos vendidos por Edmond Safra foram parar na Suíça. Nesse pacote estavam as informações pessoais e financeiras de muitos brasileiros que tiveram conta há 20 anos ou mais no Republic New York e do Safra Republic Holding. Mesmo que as contas já estivessem fechadas, os dados passaram a fazer parte do acervo histórico do HSBC em Genebra. Por essa razão, alguns hoje se surpreendem as descobrir seus nomes na lista do SwissLeaks.

Os arquivos do HSBC foram furtados em 2008 por Hervé Falciani, funcionário do banco na área de informática. Ele retirou dos computadores tudo o que encontrou a respeito de clientes da instituição.

No caso do Brasil, são 8.667 nomes de pessoas que estão relacionadas a operações no HSBC de Genebra, mas que podem não ter aberto originalmente essas contas nessa instituição. Uma das possibilidades é que alguns possam ter mantido contas em outros bancos que foram comprados pelo HSBC, como os de Edmond Safra.

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CPI do SwissLeaks-HSBC deve ser instalada na 3ª feira no Senado
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Fernando Rodrigues

Comissão analisará quebra de sigilo de brasileiros que tinham conta na Suíça

Objetivo é confirmar se valores depositados em Genebra foram declarados à Receita

Marial Trezzini/AP - 18.fev.2015

A CPI do SwissLeaks-HSBC, que investigará as contas de brasileiros mantidas na agência de “private bank” do HSBC na cidade de Genebra, na Suíça, deve ser instalada no Senado na próxima 3ª feira (24.mar.2015).

O senador Wellington Fagundes (PR-MT), que presidia a sessão do Senado na noite de 4ª feira (18.mar.2015), leu, em plenário, a lista com os nomes indicados para compor a SwissLeaks-HSBC.

A iniciativa de criar a CPI partiu do senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá. Ele afirma que o primeiro requerimento a ser apresentado à comissão será a quebra de sigilo de todos os correntistas já conhecidos do HSBC na Suíça para saber se eles declararam à Receita Federal o dinheiro depositado no exterior.

Eis a lista dos membros da CPI do SwissLeaks-HSBC:

Titulares
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)
Paulo Rocha (PT-PA)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Regina Souza (PT-PI)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Blairo Maggi (PR-MT)
Ricardo Ferraço (PMDB-ES)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Sergio Petecão (PSD-AC)
Acir Gurgacz (PDT-RO)

Suplentes
Ciro Nogueira (PP-PI)
Paulo Paim (PT-RS)
Aloysio Nunes (PSDB-SP)
José Medeiros (PPS-MT)
Wellington Fagundes (PR-MT)

O PSDB tem direito a indicar mais um membro titular.

A série de reportagens que analisa os dados vazados do HSBC da Suíça em 2008 é uma iniciativa do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) em parceria com o jornal francês “Le Monde”. No Brasil, a apuração é conduzida com exclusividade pelo UOL e pelo “Globo”.

O material foi retirado do banco por Hervé Falciani, um ex-funcionário da instituição, e entregue a autoridades francesas em 2008. Em 2010, o governo da França passou a compartilhar o acervo vazado do HSBC com outros países que demonstraram interesse –não foi o caso do Brasil até o SwissLeaks vir à tona, em 8.fev.2015.

O governo federal não tem a listagem completa dos 8.667 correntistas com ligações com o Brasil e que mantinham recursos depositados no HSBC na Suíça em 2006 e 2007. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniu no início de março com o embaixador da França no Brasil, Denis Pietton, e discutiu todas as possibilidades de colaboração para ter acesso aos dados.

A Receita Federal também afirma estar em contato com autoridades europeias para obter os dados, em atuação coordenada com o Banco Central e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

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16 doadores de campanha estão nos arquivos do HSBC da Suíça
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Fernando Rodrigues

Empresários deram R$ 5,824 milhões para candidatos do PSDB, PT e outros partidos em 2014

Doadores incluem Armínio Fraga (ex-BC), Benjamin Steinbruch (CSN) e apresentador Ratinho (SBT)

Alguns mostram documentos e negam irregularidades; outros não falam – leia texto abaixo

Ao menos 16 grandes doadores da campanha eleitoral de 2014 também estiveram, em algum momento, relacionados a contas na agência do HSBC, em Genebra, na Suíça. Essas pessoas deram R$ 5,824 milhões a políticos e a partidos no ano passado.

Os dados são o resultado de um meticuloso cruzamento das doações acima de R$ 50 mil com os registros de 8.667 clientes relacionados ao Brasil e presentes nos arquivos do HSBC da Suíça nos anos 2006 e 2007.

Ao todo, 142.568 pessoas físicas doaram para campanhas políticas em 2014 –nem sempre dinheiro, mas também algum serviço ou produto que foi precificado na prestação de contas. Nesse universo, apenas 976 doaram R$ 50 mil ou mais para candidatos no ano passado.

Esses 976 deram R$ 170,6 milhões para as campanhas de 2014. O UOL analisou esse grupo de financiadores, cruzando cada um dos nomes com o banco de dados dos 8.667 clientes relacionados a contas no HSBC na Suíça.

Foram encontrados 16 grandes doadores de 2014 citados no caso SwissLeaks –a série de reportagens que analisa dados vazados do HSBC em 2008, numa iniciativa do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) em parceria com o jornal francês “Le Monde”. No Brasil, a apuração é conduzida com exclusividade pelo UOL e pelo “Globo”.

Os 16 nomes encontrados foram os seguintes: Alceu Elias Feldmann (Grupo Fertipar); Armínio Fraga Neto (ex-presidente do Banco Central); Benjamin Steinbruch (CSN); Carlos Roberto Massa (o apresentador Ratinho, do SBT); Cesar Ades (presidente do Banco Rendimento); Cláudio Szajman (VR, Vale Refeição); Edmundo Rossi Cuppoloni (ex-sócio da Rossi Residencial); Fábio Roberto Chimenti Auriemo (acionista da incorporadora JHSF); Francisco Humberto Bezerra (ex-sócio do BicBanco); Gabriel Gananian (dono da Steco Construtora); Hilda Diruhy Burmaian (Banco Sofisa); Jacks Rabinovich (CSN); José Antonio de Magalhães Lins (sócio da Axelpar); Miguel Ricardo Gatti Calmon Nogueira da Gama (advogado, OAB-SP); Paulo Roberto Cesso (nono do Colégio Torricelli) e Roberto Balls Sallouti (BTG Pactual).

Abaixo, os dados das referidas contas (clique na imagem para ampliar):

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Consultados, esses doadores em sua maioria negaram irregularidades. Em alguns casos, foram generosos na apresentação de documentos para explicar a legalidade de suas contas na Suíça, como mostra o post abaixo.

Ter uma conta na Suíça ou em qualquer outro país não é ilegal, desde que seja uma operação declarada à Receita Federal e informada ao Banco Central.

As doações eleitorais foram para candidatos de vários partidos. Receberam dinheiro desse grupo de 16 financiadores relacionados a contas na Suíça as campanhas a presidente em 2014 de Aécio Neves (PSDB) e de Marina Silva (PSB). O comitê de Dilma Rousseff não ganhou recursos diretamente, mas o PT está na lista por meio de diretórios da legenda.

Ao todo, os tucanos se saíram melhores na coleta de fundos nesse ecossistema de doadores relacionados ao SwissLeaks. Aécio Neves e outros candidatos do PSDB e diretórios do partido receberam R$ 2,925 milhões. Já o PT e seus candidatos tiveram R$ 1,505 milhão de doações desses financiadores em 2014.

Foram 12 os partidos dos políticos que receberam doações dos clientes do HSBC. Além de PSDB e PT, as outras siglas foram as seguintes: PMDB (R$ 578 mil); PSC (R$ 254,1 mil); PTB (R$ 200 mil); Pros (R$ 120 mil); PSB (R$ 100 mil); PRB (R$ 50 mil); PPS (R$ 50 mil); DEM (R$ 30 mil); PV (R$ 10 mil) e PSDC (R$ 2.272,50).

É difícil precisar quanto esses 16 doadores de dinheiro para políticos guardavam na Suíça nos anos de 2006 e de 2007, período ao qual se referem as informações vazadas do HSBC de Genebra. Muitas vezes, os dados mostram apenas o “maior valor registrado”, mas isso não é o mesmo que o saldo total.

Em alguns casos, como o do empresário Benjamin Steinbruch (que afirma ter declarado todos os depósitos), aparecem vários números de contas e cifras. Ele tem atribuído ao seu nome um valor máximo depositado de US$ 207,3 milhões no HSBC de Genebra nos anos de 2006 e 2007.

Há também situações em que o dinheiro está relacionado no HSBC apenas a um fundo ou empresa. Mas os vazamentos de informações do banco incluíram arquivos que relacionam fundos de investimentos e empresas em paraísos fiscais aos seus verdadeiros donos. Dessa forma é possível saber a quem pertence cada conta.

Há ainda clientes que são apenas beneficiários de uma determinada conta –e não têm necessariamente acesso total ao valor depositado. Chama a atenção também o fato de que a maioria dos clientes do HSBC tem uma preferência por abrir empresas em paraísos fiscais como Ilhas Virgens Britânicas ou Panamá. Com menos frequência aparecem Uruguai e Bahamas.

Dos 16 clientes do HSBC analisados neste cruzamento com doadores de campanha, 10 ainda apareciam no banco com contas abertas e em operação quando os dados foram vazados.

Na tabela abaixo, as respostas enviadas à reportagem pelas pessoas citadas e para quem eles doaram (clique para ampliar):

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Participaram da apuração desta reportagem os jornalistas Bruno Lupion, do UOL, e Chico Otavio, Cristina Tardáguila e Ruben Berta, do “Globo”.

Alguns doadores provam legalidade das contas; outros negam ou não falam

Leia tudo sobre o caso SwissLeaks-HSBC no Brasil

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