Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Benjamin Steinbruch

Na Fiesp, “falta de credibilidade” do governo Dilma dominou debate
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Fernando Rodrigues

Ninguém se dispôs a defender o administração federal

Michel Temer foi neutro, sem ataques mas sem elogios

Impeachment não foi mencionado durante o jantar

Jantar-Fiesp-27ago2015

Jantar de empresários ontem na Fiesp – Foto: Ayrton Vignola/Fiesp (27.ago.2015)

O jantar promovido ontem (27.ago.2015) ontem pela Fiesp para 25 convidados foi cheio de discursos pessimistas a respeito do estado da economia. Todos os presentes (a lista está no final deste post) se mostraram também pouco confiantes na capacidade do governo para se recuperar, sobretudo pela falta de credibilidade que enxergam na administração atual comandada pela presidente Dilma Rousseff.

Embora o tema “impeachment” não tenha sido tratado de maneira aberta, a expressão “falta de credibilidade” foi a pedra de toque do encontro. Mesmo empresários que falam bem do governo em público, como Rubens Ometto (da Cosan), foram duros em suas críticas. Ometto reclamou da política federal para o uso de etanol, que é a sua área.

Quando alguém fazia alguma ressalva era quase sempre em causa própria. Murilo Portugal (Febraban) e Fábio Barbosa (conselheiro do Itaú) defenderam a política de alta dos juros. Argumentaram que agora o Banco Central apenas está corrigindo o erro cometido no primeiro mandato de Dilma, quando a taxa Selic foi rebaixada de maneira equivocada, no entender do mercado.

Benjamin Steinbruch (CSN), que em abril deste ano escreveu que a economia melhoraria “significativamente a partir do terceiro e quarto trimestres“, ontem misturou pessimismo com otimismo: “Eu duvido que tenha país do mundo, com uma taxa de juros dessa, com uma inflação que não é de demanda, e esteja ainda em pé. E é isso que ainda dá alguma esperança”.

Na sua intervenção, Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), disse que um dos grandes problemas do país no momento é “a falta de confiança” combinada com a “falta de esperança”.

Um dos mais inflamados a respeito da crise atual foi Jorge Gerdau Johannpeter (Grupo Gerdau), afirmando que a indústria está “morrendo”.

Michel Temer, o último a falar, fez um discurso ponderando sobre os conceitos de “governo”, “governança” e “governabilidade”. Não criticou a administração da qual participa, mas tampouco fez uma defesa enfática da presidente Dilma Rousseff.

Paulo Skaf, anfitrião da noite, concedeu entrevista ao final. Disse que não há mais voto de confiança ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A razão teria sido a defesa que Levy fez do aumento de impostos sobre a folha de pagamento das empresas.

“Foi a gota d’água. Tivemos 500 mil postos de trabalho fechados no primeiro semestre, e a previsão de fechar mais 1 milhão no segundo semestre”, afirmou o presidente da Fiesp.

Sobre a volta da CPMF para financiar a saúde, Skaf posicionou-se enfaticamente contra. “Não tem o mínimo sentido criar uma contribuição para a saúde. Depois vão querer criar uma contribuição para a educação, para a segurança… (…) Nós vamos bombardear no Congresso esta iniciativa do governo ou qualquer outra que esteja ligada ao aumento de impostos”.

QUEM FOI AO JANTAR
Além do staff da Fiesp, os principais convidados ao jantar de ontem foram os seguintes (em ordem alfabética):

1) Antonio Delfim Netto (ex-ministro da Fazenda);

2) Benjamin Steinbruch (CSN);

3) Carlos Alberto de Oliveira Andrade (presidente da Caoa);

4) Fábio Barbosa (conselheiro do Itaú);

5) Flavio Rocha (Riachuelo);

6) Gustavo Diniz Junqueira (presidente da Sociedade Rural Brasileira);

7) Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central);

8) Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau);

9) José Antônio Fernandes Martins (Marcopolo)

10) José Ricardo Roriz Coelho (presidente da Abiplast – Associação Brasileira da Indústria do Plástico);

11) José Yunes (advogado e amigo de Michel Temer);

12) Josué Gomes da Silva (Coteminas);

13) Luiz Carlos Trabuco (Bradesco);

14) Luiz Moan (presidente da Anfavea e diretor da GM);

15) Marcos da Costa (presidente OAB-SP);

16) Michel Temer (vice-presidente da República);

17) Nelson Jobim (ex-ministro da Justiça, da Defesa, ex-presidente do STF e filiado ao PMDB);

18) Murilo Portugal (presidente da Febraban);

19) Paulo Skaf (presidente da Fiesp);

20) Rafael Cervone Netto (presidente da Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil);

21) Rodrigo Rocha Loures Filho (Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República);

23) Rubens Ometto Silveira Mello (Cosan);

24) Thierry Fournier (Saint Gobain);

25) Waldemar Verdi Júnior (Rodobens).

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CPI do HSBC protege Steinbruch, da CSN
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Fernando Rodrigues

Apesar dos indícios contra si, empresário não teve sigilo quebrado

Ainda assim, CPI conseguiu avançar e aprovou alguns requerimentos

Foto-AnaVolpe-Agencia Senado

(esq. para a dir.) Ferraço, Paulo Rocha e Randolfe, nesta terça (30.jun.2015), na CPI

Os senadores da CPI do HSBC decidiram na tarde desta terça-feira (30.jun.2015) determinar a quebra dos sigilos fiscal e bancário de brasileiros com contas secretas na unidade suíça do banco.

Os senadores rejeitaram, entretanto, o pedido de quebra de sigilos do empresário Benjamin Steinbruch, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Autor dos requerimentos de quebra de sigilos, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), vice-presidente da CPI, lamentou a decisão da comissão. “O empresário Steinbruch chegou a ofender a CPI na sua resposta à uma solicitação dos senadores. Há indícios a respeito dele e de integrantes de sua família. Mas houve avanços em outras áreas e podemos mais adiante reapresentar o pedido de quebra de sigilo dos Steinbruchs”.

O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), relator da comissão, também acha que houve os avanços possíveis com as quebras de sigilo nesta terça-feira. Ferraço conseguiu ontem que fosse aprovado um requerimento no qual solicita ao HSBC o envio à CPI da listagem completa dos brasileiros que possuíam conta na unidade do banco na Suíça nos anos de 2006 e 2007.

Um dos integrantes da tropa de choque para barrar os avanços da CPI, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), saiu ontem em defesa de Benjamin Steinbruch. Usou um argumento que não foi o mesmo em relação aos demais que tiveram seus sigilos quebrados. “Quebrar o sigilo de um empresário multinacional não é tão simples, pois pode ter repercussão até em bolsas de valores”, declarou Ciro Nogueira, que teve ajuda do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) na operação abafa desta terça-feira.

A CPI do HSBC foi criada para apurar o escândalo que ficou conhecido como SwissLeaks, que revelou uma lista de correntistas de contas secretas na agência de Genebra desse banco. O trabalho de investigação foi coordenado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). No Brasil, o UOL foi o primeiro veículo a participar da apuração, por meio do Blog do jornalista Fernando Rodrigues, em 8.fev.2015.

Os dados do SwissLeaks se referem aos arquivos da agência de “private bank” do HSBC em Genebra, na Suíça, nos anos de 2006 e 2007. Nesse período, havia  registros de 8.667 correntistas com ligações com o Brasil. O depósitos dessas pessoas totalizavam cerca de US$ 7 bilhões.

FAMÍLIA STEINBRUCH
No topo do ranking dos milionários estão integrantes da família Steinbruch. Sete deles (Eliezer, Dorothea, Mendel, Clarice, Ricardo, Benjamim e Elizabeth) chegaram a ter, ao todo, um depósito máximo de US$ 543,8 milhões ao longo de 2006 e 2007, a maior parte em 15 contas compartilhadas. O dinheiro era controlado por meio de empresas em paraísos fiscais como Ilhas Virgens Britânicas, Panamá e Uruguai.

Ao UOL, os Steinbruchs negaram ter cometido atos irregulares. Nunca mostraram, entretanto, declarações de Imposto de Renda demonstrando ter informado ao Fisco brasileiro a existência das contas no exterior. Tampouco foi apresentado comprovação da saída do dinheiro do Brasil, por meio de registro no Banco Central.

A CPI do HSBC enviou cartas para centenas de brasileiros que aparecerem no acervo do HSBC. O senadores quis saber se os citados poderiam comprovar a existência legal das contas no exterior. Poucos enviaram respostas convincentes. Benjamin Steinbruch não deu esclarecimentos e também afirmou que a fonte para as investigações do SwissLeaks era ilegal e não merecia credibilidade. Indiretamente, disse que a CPI estava trabalhando de maneira errada.

Na realidade, os dados foram obtidos pelo governo francês por meio de um ex-funcionário do HSBC que resolveu colaborar com a Justiça daquele país. Para os franceses, os documentos são legais. A Receita Federal já tem a cópia completa do acervo. O Ministério Público Federal e o Ministério da Justiça devem receber em breve também toda a documentação –que poderá ser repassada à CPI.

RABINOVITCH E METRÔ DE SÃO PAULO
Não obstante todas essas ações legais tomadas, a CPI preferiu aceitar o argumento de Benjamin Steinbruch. Curiosamente, o raciocínio e o argumento não serviram para um ex-sócio do empresário. A CPI dfo HSBC aceitou quebrar o sigilo de Jacks Rabinovich, ex-proprietário do Grupo Vicunha e que foi associado a Steinbruch no passado.

Também foram quebrados os sigilos dos ex-diretores do Metrô de São Paulo Paulo Celso Mano Moreira e Ademir Venâncio de Araújo e os do ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Saad Silveira.

Houve muita discussão durante o processo de aprovação dos requerimentos de quebra de sigilo. O presidente da CPI, Paulo Rocha (PT-PA), começou o processo informando que a comissão pediu a titulares de contas no HSBC suíço que prestassem informações. No entanto, nem todos responderam. “Assim, a CPI decidiu avançar com o pedido de quebra de sigilo”, disse Paulo Rocha.

“A CPI precisa investigar e, para isso, precisamos de matéria-prima, que é a quebra de sigilo. Quem está limpo não tem o que temer”, disse Randolfe Rodrigues.

O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) propôs que alguns requerimentos fossem retirados de pauta para que os investigados prestassem mais informações. Esse foi o caso do apresentador de televisão Carlos Roberto Massa, o Ratinho, e a mulher dele, Solange Martinez Massa. Segundo o senador, uma operação financeira atípica não é necessariamente ilegal. “Quebrar sigilo não é um ato político, mas jurídico. Eu não quero que haja pré-julgamento”, disse.

FAMÍLIA BARATA
Entre os sigilos quebrados pela CPI do HSBC estão os de Jacob Barata e os de várias pessoas de sua família e de sócios. Barata é conhecido no Rio de Janeiro como o “Rei do ônibus”. A lista completa de sigilos quebrados pode ser vista no site da comissão.

Reportagem deste Blog em 25.fev.2015 demonstrou que havia 31 pessoas ligadas a empresas de ônibus do Rio cujos nomes apareciam na lista de correntistas do HSBC na Suíça. Muitos eram parentes ou sócios de Jacob Barata, que negou ter contas na Suíça.

Leia tudo sobre o caso SwissLeaks-HSBC no Brasil

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Steinbruch e Rabinovich se negam a prestar informações à CPI do HSBC
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Fernando Rodrigues

Senadores se sentiram afrontados por recusa explícita em colaborar

Comissão deve votar na 3ª feira quebra de sigilos; aprovação é improvável

Há operação em curso para minimizar o alcance da investigação

Benjamin Steinbruch, em foto de 2014, e Jacks Rabinovich, em registro de 1995

Senadores da CPI do HSBC manifestaram nesta 3ª feira (23.jun.2015) incômodo com as respostas enviadas à comissão pelos empresários Benjamin Steinbruch, da Companhia Siderúrgica Nacional, e Jacks Rabinovich, ex-proprietário do Grupo Vicunha.

Eles explicitamente se recusaram a enviar esclarecimentos sobre contas ligadas aos seus nomes na agência suíça do banco.

Nas últimas semanas, a comissão enviou ofício a 362 pessoas perguntando se elas reconheciam a titularidade dos valores e se eles haviam sido declarados à Receita Federal e ao Banco do Brasil. Desses, 68 negaram ser titulares das contas, 55 não responderam, 23 assumiram a titularidade e enviaram documentos comprovando sua regularidade e 7 já haviam morrido.

O que chamou a atenção dos senadores, contudo, foi o pequeno universo de 5 pessoas composto por membros das famílias Steinbruch e Rabinovich. Eles enviaram respostas curtas à comissão dizendo que se recusavam a prestar as informações solicitadas. Um dos argumentos foi o de que a prova seria ilícita.

As Comissões Parlamentares de Inquérito têm poder investigativo similar ao do Ministério Público. Podem convocar pessoas a depor, quebrar sigilos fiscais e bancários e requerer informações a órgãos públicos. Os nomes dos empresários que se recusaram a responder, apurados pelo Blog, não foram mencionados publicamente na reunião desta 3ª feira.

A decisão de contestar formalmente a autoridade da CPI irritou alguns dos membros da comissão. Provocou um efeito pior do que se simplesmente não tivessem respondido. Algumas amostras:

“Essas pessoas não podem achar que isso aqui é de brincadeira. Não podemos permitir que a CPI seja feita de boba”, afirmou o senador José Medeiros (PPS-MT).  “Precisamos elevar o tom e afirmar a autoridade da CPI”, afirmou o relator, Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

“Imagina se eles respondessem a um promotor de Justiça, a um procurador da República, a um juiz dessa forma? Essa CPI tem poderes judiciários”, disse Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), autor do requerimento que criou a comissão. Para ele, a CPI precisa quebrar o sigilo fiscal e bancário “no mínimo desses 5, senão se desmoraliza”.

Os senadores convocaram uma sessão para a próxima 3ª feira (30.jun.2015), quando serão votados os requerimentos de quebra de sigilo contra cerca de 30 pessoas, inclusive de Steinbruch e Rabinovich, a pedido de Randolfe.

Em abril, indagada pela reportagem, a família Steinbruch afirmou que seus ativos no exterior tinham finalidades licitas e estavam de acordo com a lei. Na mesma oportunidade, Rabinovich foi contatado por meio de seu filho, Eduardo, mas não houve resposta.

O caso, que ficou conhecido como SwissLeaks, faz parte de uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). No Brasil, o UOL foi o primeiro veículo a fazer a investigação, por meio do Blog do jornalista Fernando Rodrigues. Os dados se referem aos arquivos da agência de “private bank” do HSBC em Genebra, na Suíça, nos anos de 2006 e 2007. Nesse período, havia nos registros do banco uma lista de 8.667 correntistas com ligações com o Brasil. O depósitos dessas pessoas totalizavam cerca de US$ 7 bilhões.

 

OPERAÇÃO ABAFA
Apesar da indignação vocalizada pelos 3 senadores, é remota a chance de a quebra de sigilo ser aprovada na 3ª feira. Há uma operação em curso para minimizar o alcance da CPI, cujo prazo de funcionamento se encerra em 19 de setembro.

Lobistas têm pressionado os senadores a não criarem marola com o assunto. Entre os argumentos contrários à comissão, há quem lembre que o HSBC no Brasil está à venda. Outros citam o acordo firmado na Suíça para encerrar as investigações naquele país. Também se menciona que a Receita Federal e a Procuradoria Geral da República já acompanham o caso.

O presidente do colegiado, senador Paulo Rocha (PT-PA), é contra a quebra de sigilos antes que o governo da França envie a lista oficial dos brasileiros ligados a contas no HSBC da Suíça.

Paulo Bauer (PSDB-SC) concorda: “Precisamos de informação oficial”. Ferraço também defende que antes da quebra é necessária a lista oficial compilada na França.

A CPI já tem em suas mãos uma lista enviada pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, indicando que pelo menos 50 brasileiros ligados a contas da agência do banco na Suíça realizaram transações financeiras com “indícios de ilícitos” nos últimos anos. O documento não foi suficiente para convencer os senadores a avançar na apuração.

No Brasil, apenas a Receita Federal já obteve a lista completa dos brasileiros ligados a contas no HSBC suíço. O órgão se recusa a compartilhá-la com a CPI e já indicou que perdoará quem for flagrado cometendo sonegação fiscal.

A Procuradoria-Geral da República e os senadores ainda aguardam uma posição do governo da França sobre o acesso à lista.

Com o recesso de julho, que esvaziará o Congresso, e o prazo curto para a  entrega do relatório, em 19 de setembro, é pouco provável que a CPI colabore para repatriar divisas ou punir sonegadores.

Até lá, a disputa entre os senadores será de quem conseguirá escapar ileso da imagem de pizzaiolo.

(Bruno Lupion)

Leia tudo sobre o caso SwissLeaks-HSBC no Brasil

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Posso até ‘dilmar’, diz Benjamin Steinbruch
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Fernando Rodrigues

Nas últimas semanas, Benjamin Steinbruch demonstrou em entrevistas e conversas privadas simpatia pela candidata a presidente pelo PSB, Marina Silva. Agora, resolveu modular essa interpretação. “Meu voto é a favor das mudanças”, afirma.

Mas pode votar em Dilma Rousseff? “Se a presidente Dilma propor mudanças com relação ao futuro do Brasil, ela tem chance de ter meu voto”. Repete esse axioma também para Marina e para Aécio Neves (PSDB). Na entrevista ao programa Poder e Política, da “Folha” e do UOL, ressaltou: “Não sei em quem vou votar ainda. Posso até ‘dilmar’. Desde que atendidas algumas mudanças”.

O presidente da Fiesp e dono da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) diz não ter intenção de revelar em quem votará para presidente. Para ele, empresários podem sofrer perseguição “de toda ordem” se declararem abertamente em quem vão votar.

Benjamin tem negócios imbricados com o governo federal. Por exemplo, a concessão para construção e operação da ferrovia Transnordestina, obra com 1.750 km de extensão.

O recuo retórico de Benjamin ocorre depois de ele ter começado a falar de maneira mais explícita sobre eventuais qualidades de Marina Silva. Na semana passada, o Palácio do Planalto enviou recados ao empresário, dizendo que a presidente da República estava desapontada com suas declarações.

Por algum momento, o governo cogitou transferir para Brasília um evento com empresários que estava marcado para esta segunda-feira (29), às 10h, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Passado um mal-estar inicial, o encontro foi mantido. Devem estar presentes dezenas de empresários para ouvir o ministro da Fazenda Guido Mantega, tendo Benjamin Steinbruch como um dos anfitriões.

Não que o presidente da Fiesp tenha recuado completamente das observações positivas que faz sobre candidatos de oposição. Apesar de dizer que pode até “dilmar”, Benjamin cita Aécio Neves como “boa opção”, o mesmo qualificativo usado para Marina. Sobre o tucano, faz uma ressalva: “Poderia ser mais agressivo nas [propostas de] mudanças”.

Marina Silva, afirma, “sintetiza (…) o voto contra as condições que existem, [desejo] que foi manifestado nos movimentos de rua”. A pessebista “é consistente, uma pessoa que evoluiu (…). Não acho um risco”.

Gostaria de participar de algum governo como ministro? “Se eu tivesse condições do ponto de vista da iniciativa privada, ter certeza que os negócios estariam bem administrados, aceitaria sim”. Em que área? “Qualquer uma. Eu tenho uma característica de ser fazedor. Educação, saúde, cultura, habitação”.

ECONOMIA
Benjamin Steinbruch acha que se Dilma for reeleita, o ideal é que anuncie logo em seguida quem será o novo ministro da Fazenda, para acalmar os agentes econômicos. Em entrevista recente, a petista já afirmou que trocará sua equipe.

“Se for do desejo dela [Dilma] que saia [o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega], quanto antes nomeasse, melhor. Até mesmo para ter uma transição tranquila, já segue jogando”, afirma Benjamin. Para ele, “em caso de continuidade do governo, quanto antes as coisas claras, melhor”.

O presidente da Fiesp afirma que Mantega “tem feito um esforço grande de aumentar a interlocução com os empresários”. Acha que tem sido um “esforço brutal” para diminuir as divergências entre os empresários e o governo.

ALMOÇO MAIS CURTO
Defensor de uma flexibilização nas leis trabalhistas, Steinbruch considera possível conseguir novas regras sem retirar direitos como FGTS, gratificação de férias ou 13º salário. Fala em mudar aspectos mais laterais, como o horário de almoço.

“Aqui temos uma hora de almoço. Normalmente, não precisa de uma hora. Se você vai numa empresa nos EUA, você vê [o funcionário] comendo o sanduíche com a mão esquerda e operando a máquina com a mão direita. Tem 15 minutos para o almoço. Se for vontade dos empregados, por que não? Será que não é mais legal ele voltar antes para casa do que ficar uma hora sem ter o que fazer? Estou falando em benefício do empregado também. Poderia ser negociado”, explica.

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Poder e Política na semana – 29.set a 5.out.2014
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Fernando Rodrigues

As eleições serão realizadas neste domingo. Falta uma semana. Até lá, os candidatos viajam o país em campanha.

Nesta 2ª feira, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, realiza comício com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Campo Limpo, zona sul de SP. Na 6ª feira, Dilma deve fazer caminhada de campanha no centro de SP.

Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Recife nesta 2ª feira. Na 3ª feira, Marina reúne apoiadores da sua candidatura em ato em SP. Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, deve comparecer. Na 4ª feira e na 5ª feira, Marina faz campanha no Rio. Na 6ª feira, Marina vai a Rio, São Paulo e Belo Horizonte e, no sábado, passa o dia em Rio Branco.

Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, participa de ato na manhã desta 2ª feira em SP com o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição pelo PSDB. À tarde, Aécio faz campanha em Uberlândia (MG) e Belo Horizonte. Na 3ª feira, Aécio faz campanha no Rio.

Os candidatos a presidente participam, na 5ª feira, de debate promovido pela Rede Globo.

Na 3ª feira, Ibope e Datafolha podem divulgar nova rodada de pesquisas presidenciais e nos Estados. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Guido Mantega, ministro da Fazenda, reúne-se nesta 2ª feira em SP com Benjamin Steinbruch, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e da CSN, Robson de Andrade, presidente da Confederação Nacional das Indústrias, e diversos empresários para anunciar medidas de estímulo às exportações.

Ainda nesta semana, o ministro do STF Teori Zavascki pode decidir se abre inquérito contra congressistas citados na delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. O Banco Central também divulga, em data a definir, seu Relatório Trimestral da Inflação.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (29.set.2014)
Dilma e Lula em SP – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, realiza comício com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Campo Limpo, zona sul de SP.

Lula e Padilha em Franco da Rocha – antes do comício com Dilma, Lula participa de ato com Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, em Franco da Rocha.

Atos do PT – legenda realiza 26 atos em diversas unidades da Federação com a presença de ministros.

Marina em Pernambuco – Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, faz campanha no Recife.

Aécio em SP e Minas – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, participa de ato de manhã em SP com o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição pelo PSDB. À tarde, Aécio faz campanha em Uberlândia (MG) e Belo Horizonte.

Luciana em SP – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz campanha na capital paulista e em Campinas.

Pesquisa – Vox Populi pode divulgar nova pesquisa presidencial. A data exata de divulgação é decidida pelo instituto.

Mantega e empresários em SP – Guido Mantega, ministro da Fazenda, reúne-se com Benjamin Steinbruch, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e da CSN, Robson de Andrade, presidente da Confederação Nacional das Indústrias, e diversos empresários para anunciar medidas de estímulo às exportações.

Petrobras – Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, deve deixar o presídio onde está no Paraná e seguir para prisão domiciliar no Rio de Janeiro, com uso de tornozeleira eletrônica.

Indústria – IBGE divulga a Pesquisa Industrial Mensal sobre Produção Física. FGV apresenta resultado da Sondagem da Indústria.

Inflação – FGV divulga o IGP-M de setembro.

 

3ª feira (30.set.2014)
Marina em SP – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, reúne apoiadores da sua candidatura em ato em SP. Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, deve comparecer. Imagens do encontro serão usadas na sua propaganda de TV.

Aécio no Rio – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha no mercado de Madureira, no Rio.

Pesquisas – Ibope e Datafolha podem divulgar nova rodada de pesquisas presidenciais e nos Estados. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Greve dos bancários – categoria inicia greve nacional. Os bancários pedem reajuste de 12,5%, ganho real de 5,8% descontada a inflação pelo INPC.

Leilão do 4G – governo realiza leilão da faixa de 700 MHz para uso de telefonia celular 4G. Expectativa é arrecadar pelo menos R$ 7,7 bilhões.

Prisão em flagrante – data a partir da qual e até 48 horas depois do encerramento da eleição nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, salvo em flagrante delito, ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável.

Ditadura – Comissão Nacional da Verdade realiza diligencia no 12º Regimento de Infantaria, em Belo Horizonte.

 

4ª feira (1°.out.2014)
Marina no Rio – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Rio.

Aposentadoria no STJ – ministro Gilson Dipp, do STJ, completa 70 anos e se aposenta da Corte.

Serviços – FGV divulga sua Sondagem de Serviços.

 

5ª feira (2.out.2014)
Debate presidencial – TV Globo promove debate entre os principais candidatos a presidente da República.

Marina no Rio – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Rio.

Eduardo Jorge em SP e Rio – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente, faz caminhada de campanha em São Paulo, de manhã, e no Rio, à tarde.

Propaganda eleitoral – último dia para a divulgação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.

Comícios – último dia para a realização de comícios com aparelhagem de sonorização fixa.

Pesquisas – Ibope divulga nova rodada de pesquisa presidencial e nos Estados. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

 

6ª feira (3.out.2014)
Dilma em SP – Dilma Rousseff pode fazer caminhada de campanha no centro de SP.

Marina no Rio, SP e BH – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Rio, em São Paulo e Belo Horizonte.

Luciana no Rio – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz campanha no Rio.

Propaganda eleitoral – último dia para a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na internet do jornal impresso, de propaganda eleitoral.

 

Sábado (4.out.2014)
Encerramento da campanha – último dia para a propaganda eleitoral com uso de alto-falantes ou amplificadores de som, entre as 8 e as 22 horas. Também é o último dia para a distribuição de material gráfico e a promoção de caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos.

Marina no Acre – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, passa o dia em Rio Branco.

 

Domingo (5.out.2014)
Eleição – data das eleições para presidente, senador, deputado federal, governador e deputado estadual.

Rivaldo Gomes/Folhapress - 3.out.2010

 

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