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Arquivo : César Maia

Eduardo Cunha na Câmara é mais democrático que Ulysses, diz Cesar Maia
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Fernando Rodrigues

Para o vereador do Rio, atual presidente da Câmara supera o ex-presidente do Congresso Constituinte

O vereador e ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) está impressionado com a performance do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como presidente da Câmara.

Em discurso na Câmara Municipal do Rio nesta 3ª feira (16.jun.2015), Maia afirmou que a performance de Cunha em relação à “democracia” com seus pares é superior à de Ulysses Guimarães (1916-1992), que presidiu o Congresso Constituinte de 1987 a 1988.

“Fui deputado federal constituinte, participei de plenários presididos por Ulisses Guimarães. (…) E, olhando a performance do deputado Eduardo Cunha presidindo uma sessão da Câmara, digo que a performance dele é superior à de Ulysses Guimarães e Ibsen Pinheiro, superior de qualquer ponto de vista, e superior também do ponto de vista da democracia do plenário”, disse Maia.

Maia também elogiou o controle de Cunha sobre suas emoções. “Trata-se de um político frio, as vitórias e derrotas não alteram a sobrancelha dele”, afirmou. Para o vereador carioca, a Câmara vive um “momento importante da política nacional”.

O DEM do Rio apoiou a eleição do governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB. Mesmo assim, a comparação soa inusitada. Cesar Maia é grande admirador de Ulysses. Ingressou no PMDB em 1991 e se lançou à prefeitura do Rio em 1992, em uma campanha vitoriosa, por insistência do próprio.

Já Eduardo Cunha tem feito fama na presidência da Câmara como um “trator” que utiliza, como poucos, o conhecimento do regimento da Casa e o poder do cargo para aprovar projetos de seu interesse. Passou por cima de um deputado do próprio partido, Marcelo Castro (PMDB-PI), relator da reforma política, para colocar em votação o seu projeto do distritão, que acabou derrotado.

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Cesar Maia detona proposta de voto distrital de José Serra para cidades
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Fernando Rodrigues

Ex-prefeito do Rio (do DEM) ataca ideia de senador do PSDB paulista

Divergência mostra que reforma política é algo ainda distante…

…E que não há o menor consenso mesmo entre partidos de oposição

Sérgio Lima/Folhapress - 27.mar.2014

O ex-prefeito da cidade do Rio Janeiro Cesar Maia divulgou uma crítica demolidora contra a proposta de voto distrital para vereadores em grandes cidades, com mais de 200 mil eleitores.

A ideia do voto distrital em grandes cidades tem como maior patrocinador o senador José Serra (PSDB-SP).

Maia não cita Serra em sua crítica, divulgada em seu boletim diário enviado pela internet. Mas deixa clara a sua ojeriza pelo projeto e faz um ataque indireto ao tucano: “Essa proposta é de quem não conhece o país e suas cidades. De quem nunca ouviu falar do coeficiente de Gini e sua distribuição regional urbana. E despolitiza o processo eleitoral na base. Essa é a pior proposta entre todas que foram apresentadas para a reforma política –dentro e fora– do Congresso Nacional”.

A diatribe de Cesar Maia mostra, como se já não estivesse explícito, que uma reforma política está longe de acontecer no Brasil.

Faltam ideias minimamente consensuais. Inclusive dentro dos dois principais partidos de oposição no país, o PSDB e o DEM.

Eis a íntegra da crítica de Cesar Maia ao voto distrital:

“ESSE VOTO DISTRITAL APROVADO NO SENADO QUEBRARIA A ESPINHA DORSAL DA FEDERAÇÃO, ATROPELARIA AS DIFERENÇAS SOCIAIS URBANAS, ETC….ETC….!”

“1. O Senado aprovou projeto de lei criando o Voto Distrital majoritário nos municípios com mais de 200 mil eleitores. Essa lei certamente não tramitará na Câmara de Deputados, por ser retrógrada, inconstitucional e inviável. A Constituição de 1988 elevou os Municípios à condição de entes federados, logo no primeiro artigo da Constituição. Portanto devem ter tratamento partidário com os Estados”.

“2. Essa lei ao não tratar dos Estados e só de parte dos Municípios cria um sistema eleitoral distinto para Estados e Municípios. Paradoxalmente, os municípios menores terão um sistema eleitoral igual ao dos Deputados estaduais e federais, e os maiores é que passarão a ter um novo sistema eleitoral. Uma aberração federativa”.

“3. Essa lei cristaliza as coligações nas eleições proporcionais nesses municípios, um atraso. Diz assim: “ § 2º O partido ou a coligação poderá registrar apenas um candidato a vereador por distrito eleitoral”. A escolha desse UM candidato será feita arbitrariamente pelo partido independentemente da região ou zona eleitoral do candidato. Ou seja a decantada representatividade local do sistema desmorona”.

“4. Os eleitos o serão por maioria simples. Um município como o Rio de Janeiro terá 51 vereadores/distritos, ou algo como 80 mil eleitores por distrito. Num distrito um vereador muito destacado pode se eleger com –digamos- 30 mil votos, seja pela tradição local, ou por ser um nome forte no município. Em outro distrito com uma eleição pulverizada um vereador poderá se eleger com 5 mil votos. A lei diz que a maioria do vencedor é simples. Majoritário com maioria Simples”.

“5. Os conchavos para a montagem das coligações, agora seriam por distribuição dos nomes em cada distrito. E surge um novo conchavo: partidos fortes combinando a distribuição de seus candidatos para não prejudicá-los, aqui ou acolá”.

“6. No Rio uma favela com 10 mil eleitores, será parte de um distrito com um entorno socialmente distinto, que prevalecerá na representação. Ou outro com uma grande favela como a Rocinha, em que seu entorno seria sub-representado. Esse voto distrital proposto supõe uma segmentação urbana com bairros homogêneos e periferias homogêneas. O Brasil –em geral- não é assim. O Rio é o exemplo maior. O país seria tratado de forma diferenciada. Cidades homogêneas no sul, e cidades heterogêneas no sudeste, norte e nordeste, teriam uma lógica de representatividade muito diferente”.

“7. Essa proposta é de quem não conhece o país e suas cidades. De quem nunca ouviu falar do coeficiente de Gini e sua distribuição regional urbana. E despolitiza o processo eleitoral na base. Essa é a pior proposta entre todas que foram apresentadas para a Reforma Política –dentro e fora- do Congresso Nacional”.

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Disputa pelo Senado no Rio: Cabral tem 26%; Romário, 22%, diz Ibope
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Fernando Rodrigues

Pesquisa foi realizada nos dias 7 a 11.jun; margem de erro é de 3 pontos percentuais

Beto Barata/Folhapress - 21.mar.2014

O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e os deputados federais Romário (PSB) e Jandira Feghali (PC do B) estão tecnicamente empatados na disputa pela única vaga ao Senado pelo Rio de Janeiro disponível nas eleições deste ano, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta 3ª feira (17.jun.2014).

Cabral tem 26% das intenções de voto, Romário, 22%, e Jandira, 20%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. Se a diferença entre os candidatos for igual ou menor do que 6 pontos percentuais, eles são considerados tecnicamente empatados. Votos em branco, nulos e indecisos somam 32%.

Governo

A corrida ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, também está embolada. O deputado federal Anthony Garotinho (PR) tem 18% das intenções de voto, seguido pelo senador Marcelo Crivella (PRB), com 16%. O atual governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), tem 13% das intenções de voto. O trio está tecnicamente empatado.

Em seguida aparecem o senador Lindbergh Farias (PT), com 11%, e o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), com 8%. O deputado federal Miro Teixeira (Pros) e Tarcísio Motta (PSOL) tiveram 1% das intenções de voto cada um. Consulte a tabela com as pesquisas disponíveis de todos os institutos para o Rio de Janeiro.

A pesquisa do Ibope foi custeada pela Firjan e entrevistou 1.240 pessoas nos dias 7 a 11 de junho de 2014. Está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo RJ-00006/2014.

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador.

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Erros de Aécio e PSDB levam à vitória de Dilma no 1º turno, diz Cesar Maia
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Fernando Rodrigues

O ex-deputado federal e ex-prefeito do Rio César Maia (DEM) faz duras críticas à forma como o principal partido de oposição conduz a campanha do seu pré-candidato a presidente, Aécio Neves. Para o político fluminense, os “erros” do tucano e a até agora baixa competividade de Eduardo Campos (PSB) podem levar a uma vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno da disputa pelo Planalto em outubro.

Em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, Maia faz um diagnóstico bem negativo de como vem sendo a atuação de Aécio Neves –a quem recebeu em sua residência, no Rio, no último domingo (22.mar.2014). O tucano está “priorizando a conversa com as elites. É um erro”. A crítica também é dirigida a Eduardo Campos, pré-candidato a presidente pelo PSB.

“Você vê fotografia deles em vários lugares. Não vê em nenhuma favela, por exemplo. Por que não? A gente não vê essa marca de nenhum deles. A gente vê com a Fiesp, com a Firjan, com a associação dos bancos, com o agronegócio”, reclama Maia. Para ele, o PSDB está “patinando ali naquela centro-elite brasileira, do Sudeste –a sudestina”.

No encontro que teve com Aécio, uma parte dessas críticas foram apresentadas de maneira direta. “Faça também essas reuniões [com a elite], mas não só elas. Aí a [colunista da Folha] Mônica Bergamo faz uma matéria dizendo quem estava presente na reunião, que foi servido salgadinho. Isso não dá em nada. Dá para a coluna dela, prestígio. Para o candidato, não dá um voto”.

Estrategista político, Maia diz ver um ruído no ressurgimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na linha de frente da campanha eleitoral dos tucanos. “Eles tinham que ter coragem de fazer uma pesquisa para saber se a impopularidade de Fernando Henrique continua a mesma. Se ele dá voto ou se ele tira. Tem que saber. Para saber se o Aécio tem que ter um mentor guardado, oculto, ou se tem que ter um mentor na linha de frente”.

Estudioso de novos meios de comunicação, Maia reclama da forma como os partidos atuam na internet. “O site do PSDB… O que que traz o site? O que o blog do PSDB agrega? Eu recebo mensagens. Estou no cadastro deles. Eu me mobilizaria em função daquelas informações que eu recebo? Zero, nada”.

Se continuar atuando como fez até agora, Aécio não ganha a eleição? “Ah, não. Não tem maioria”, responde. “Eu tenho 68 anos. Não tenho mais idade de entrar numa eleição achando que algumas coisas estão erradas e ficar calado”.

O ex-prefeito do Rio acha que ainda dá tempo para a oposição se reposicionar. Uma das estratégias defendidas por Maia é aumentar o nível de críticas ao governo de Dilma Rousseff, algo que ele já diz enxergar um pouco nos últimos dias. “O Eduardo Campos acelerou o discurso. Intensificou a marca. Ainda não tenho convicção de que ele tenha fôlego para crescer. Se eu tiver razão –posso não ter, né?–, eu acho que aí favorece Dilma vencer no primeiro turno”.

Um fenômeno que pode prejudicar a oposição neste ano é o desencanto com a política por parte do eleitorado. “Há uma probabilidade de o ‘não voto’ crescer nesta eleição. Chamo de ‘não voto’ o seguinte: abstenção, branco, nulo, não sabe, não respondeu. Há uma probabilidade de esse não voto se aproximar de 40%. Quem perde? A Dilma não perde –tem o voto do Nordeste, do interior, que tem uma máquina grande. Isso pode gerar um primeiro turno. Se essa massa de ‘não voto’ crescer, ela pode ganhar no primeiro turno com 40%”, especula.

Sobre a estratégia tucana de contratar 9.000 militantes digitais, como revelou a coluna “Painel”, da Folha, Maia classifica essa iniciativa de “antirrede social”. Para ele, “essa forçação de agências, de marketing de guerrilha e internet é um fracasso completo”.

O DEM é o principal possível aliado do PSDB na disputa presidencial e esperança dos tucanos de ter um pouco mais de tempo na propaganda de TV e rádio. Embora os demistas tenham ensaiado desistir da aliança no final do ano passado, Maia acha que esse é hoje um cenário remoto.

Neste ano, o PSDB tem considerado lançar uma chapa pura, só com tucanos. Um possível candidato a vice-presidente com Aécio deve ser o senador Aloysio Nunes Ferreira, de São Paulo. “Estão completamente errados”, afirma Maia. Para ele, o nome ideal para a vaga de vice seria o do senador José Agripino (DEM-RN), para dar diversidade geográfica ao projeto.

Na campanha presidencial em São Paulo, o PSDB teria de se fiar na força do próprio partido e de seus quadros. Mas e se José Serra não se engajar na campanha? Responde Maia: “O Serra é um poço de mágoa”. O tucano paulista estaria agora dando “o troco” para Aécio, de quem não teria recebido o apoio na campanha pelo Planalto em 2010.

Para minimizar o fato de o DEM não indicar o candidato a vice-presidente na chapa do PSDB, Maia sugere uma compensação pragmática. Por exemplo, exigir que os tucanos ajudem demistas a se elegerem deputados federais em alguns Estados. A meta do partido é tentar chegar neste ano ao mesmo número de representantes eleitos em 2010 –foram 43, mas agora só restam 26, pois a sigla foi canibalizada por novas legendas.

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DEM, no Rio, mostra ceticismo com Aécio
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Fernando Rodrigues

Cesar Maia dá “nota 5” para o programa tucano na TV

Sem o DEM, candidatura do PSDB torna-se mais difícil

O PSDB recebeu hoje uma crítica forte de um de seus aliados mais tradicionais, o DEM. A seção fluminense do Democratas, comandada pelo ex-prefeito do Rio Cesar Maia, não gostou da propaganda na TV e no rádio do pré-candidato tucano a presidente, o senador mineiro Aécio Neves.

Em seu boletim diário via e-mail, o chamado “ex-Blog”, Cesar Maia escreve que o “programa do PSDB/Aécio na TV não entusiasmou!”(assim mesmo, com uma exclamação no final da frase).

É necessário registrar que Aécio entrou em terreno minado no Rio ao contratar os marqueteiros Renato Pereira e Chico Mendez. A dupla trabalha para o governador fluminense, Sérgio Cabral (PMDB), aliado do governo federal do PT e arquirrival de Cesar Maia.

Para Maia, o programa fica “sem atrair eleitor C, D e E, sem intensificar a imagem/nome de seu candidato e âncora do programa, senador Aécio Neves”.

“Outra falha foi o excesso de tempo em alguns “blocos”. Por exemplo, as artesãs de arranjos florais apresentadas como exemplo de empreendedorismo e culminando com uma ida a Londres (?!). Certamente não falou para o publico D e E”, escreve Maia.

“Nota 5 para o publicitário e menor ainda para a equipe que fez a revisão política do roteiro”, conclui o ex-prefeito Cesar Maia.

A seguir, a íntegra de seu comentário:

“O PROGRAMA DO PSDB/AÉCIO NA TV NÃO ENTUSIASMOU!”

“1. Com novo publicitário, que havia feito as duas últimas eleições do PMDB-RJ-RIO, o PSDB apresentou, na quinta-feira (30), um programa bem feito, mas sem despertar entusiasmo, sem atrair eleitor C, D e E, sem intensificar a imagem/nome de seu candidato e âncora do programa, senador Aécio Neves.

“2. O pior talvez tenha sido a repetição do mesmo roteiro que usou no Rio. Candidato no carro, na janela, mesmo plano, mesma dinâmica e mesmas frases óbvias. Clichê esse, aliás, que vem sendo usado e abusado há anos, o que leva o eleitor/ telespectador a achar que é mesmice.

“3. Outra falha foi o excesso de tempo em alguns “blocos”. Por exemplo, as artesãs de arranjos florais apresentadas como exemplo de empreendedorismo e culminando com uma ida a Londres (?!). Certamente não falou para o publico D e E.  Isso reduz o tempo de exposição do candidato e agrega nada. Melhor seria esse exemplo em área e cenário carente.

“4. Os demais “blocos” trataram, sem pedagogia, da boa herança de FHC, inflação, asfalto, produtor rural, uma artificial sala de aula em BH e os 9 anos de ensino fundamental desde 2004 (que, aliás, a prefeitura do Rio já tem desde 2000).

“5. Duas ausências temáticas são justificadas, embora sejam as duas principais prioridades em pesquisas nacionais: Segurança e Saúde. Justificadas pelos problemas locais que o PSDB enfrenta. Uma não justificada: a questão do emprego, talvez pelos números de ocupação que o IBGE divulga. O emprego precário está “quicando” e não foi usado.

“6. E uma –o carro chefe do ex-governador de Minas, o choque de gestão. Não se entende por que não produziu uma diferenciação fácil com Dilma. Poderia ter sido usada em 2 tempos no discurso de encerramento na convenção com um corte discreto.

“7. Nota 5 para o publicitário e menor ainda para a equipe que fez a revisão política do roteiro”.

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Líder do DEM elogia “eficácia” de Haddad (PT)
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Fernando Rodrigues

César Maia disse que prefeito petista vê educação e saúde como serviços públicos.

O ex-prefeito do Rio e hoje vereador César Maia (DEM) deixou de lado o discurso anti-PT e elogiou de forma inusitada a gestão de Fernando Haddad (PT) na cidade de São Paulo. A análise favorável aos petistas vem em péssimo momento para a oposição, diminuída no Congresso e com dificuldades para encontrar um discurso que aumente seu eleitorado nacional.

Um dos mais destacados analistas políticos da oposição, César Maia escreveu em seu boletim eletrônico de hoje (5.abr.2013) que Haddad mostra, nos 3 primeiros meses de gestão, “alto índice de eficácia” e valorização do interesse público.

O ex-prefeito não é o primeiro expoente do DEM a elogiar uma gestão petista. ACM Neto, logo após eleito prefeito de Salvador em 2012, disse, em entrevista ao UOL e à Folha, que a presidente Dilma Rousseff tem “respeitabilidade” e faz um governo “melhor que o do Lula”.

Mas o discurso de César Maia é mais incisivo. Sob o comando de Haddad, afirmou, “a Educação e a Saúde voltam a ser vistas como públicas” e “a Cultura volta a ser vista como o amplo campo do conhecimento”. Além disso, para ele a Prefeitura de São Paulo estabeleceu “a relação correta entre setor público e setor imobiliário com prevalência e hegemonia da razão pública e do interesse público”.

Maia não fez os elogios de graça. Quis comparar a administração de Haddad, que é seu adversário, com a do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que é seu super-mega-adversário. Mesmo assim, sua apreciação favorável ao petista é muito incomum.

O fato merece atenção. Sobretudo porque, há pouquíssimo tempo, em 2011, a oposição perdeu grande parte de seus integrantes para o PSD, de Gilberto Kassab, uma sigla criada com a finalidade de levar oposicionistas para o campo do governo.

Um dos efeitos mais imediatos da deserção em massa foi o encolhimento da bancada de deputados federais do DEM de 43 para 28 integrantes. Outro é o agravamento de uma crise que faz a oposição perder votos a cada eleição. Desde 2003, quando Lula chegou ao poder, a representatividade da oposição no Congresso, por exemplo, diminuiu mais de 50%. E nas eleições presidenciais, uma derrota após a outra.

 

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Cesar Maia psicanalisa João Santana
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Fernando Rodrigues

Para ex-prefeito do Rio, marqueteiro do PT prepara saída de Dilma da disputa em 2014.

A entrevista do marqueteiro João Santana publicada ontem (26.nov.2012) pela “Folha de S.Paulo” foi comentada na edição de hoje (27.nov.2012) do ex-Blog do Cesar Maia –boletim enviado por e-mail pelo ex-prefeito de Rio de Janeiro, filiado ao DEM e opositor do PT.

Maia cita um trecho da entrevista de João Santana e, em seguida, apresenta a opinião de um “conhecido psicanalista”, sem revelar quem seria o profissional. A análise afirma que, por trás do que disse o marqueteiro, está a vontade de tirar a presidente Dilma Rousseff da disputa pela reeleição para que o ex-presidente Lula possa ser o candidato do PT a presidente.

Eis o que diz o psicanalista que Cesar Maia diz ter consultado:

“Se João Santana fosse um publicitário recém-formado, seriam ‘arroubos da juventude’. Mas um profissional maduro, que já venceu e perdeu eleições em todos os níveis e com a avaliação que o mercado lhe dá, suas palavras devem ser lidas pelo que ocultam. Os exageros em relação à Dilma apenas denotam a preocupação de Santana quanto às possibilidades dela em 2014. Porém, há outra possibilidade de ocultamento. É o que se chama de promoção para baixo nas empresas. Lendo o que não foi dito, mas oculto, se pode garantir das duas uma e, em ambas, sua preocupação com a competitividade de Dilma. Uma é tentar levantá-la junto à opinião pública, com adjetivos de imagem que nem os publicitários de Kennedy ou Clinton ousariam usar. Outra é que o verdadeiro candidato dele é Lula. E nada melhor que exaltar Dilma para que ela ‘desista’ da candidatura, orgulhosa e com a alma cheia por uma missão cumprida. Eu aposto nesta segunda hipótese. Mas há uma certeza: Dilma não faz parte do jogo dele para 2014. Repare neste trecho da resposta de Santana e entenda o que ele pensa e tenta ocultar: ‘(…) ela sabe fazer parcerias, especialmente com Lula’. Parceria, especialmente com Lula, é sair e passar, com pompas e circunstâncias, a candidatura para Lula”.

O comentário foi feito com base na seguinte fala de João Santana:

“Dilma Rousseff será candidata e vai ganhar a eleição. Provavelmente no primeiro turno. Se a eleição fosse hoje, novembro de 2012, ganharia no primeiro turno. Ela está firmando uma imagem vigorosa de grande consolidadora das políticas sociais, de ampliadora dos direitos da classe média, de reformadora moral e modernizadora do país. Está se formando a imagem de uma mulher firme, honesta, que não tem medo de tomar medidas duras. Uma mulher que não se deixa mandar. Que sabe fazer parcerias e alianças com setores importantes, especialmente com Lula. Uma presidenta que enfrenta uma das maiores crises da economia internacional sem titubear. Uma mulher de raça. Que enfrenta os bancos para abaixar os juros, as empresas de energia para abaixar a tarifa elétrica. Eu não estou inventando: estou relatando a leitura de estudos profundos de opinião”.

Filiado ao DEM, Cesar Maia despontou no passado como um dos principais analistas de conjuntura política da oposição. Foi até cotado para disputar a Presidência da República –fato recentemente lembrado por ACM Neto (DEM), prefeito eleito de Salvador, em entrevista ao “Poder e Política”, do UOL e da “Folha”. Mas, assim como seu partido, Maia decaiu e, em 2012, elegeu-se vereador no Rio de Janeiro e viu seu filho, Rodrigo Maia (DEM), perder a eleição para prefeito da cidade.

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Avaliação diferente: oposição vence 2º turno
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Fernando Rodrigues

para ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) quem ganhou foram partidos anti-governo

Eis a análise de Cesar Maia em seu boletim diário chamado “ex-Blog”:

1. O segundo turno foi marcado por vitórias da Oposição em grandes cidades. A começar pelo Rio, em que Cabral perdeu nos dois maiores municípios depois da capital, São Gonçalo e Caxias, assim como em Petrópolis, “capital” Serrana e imperial. E, em todos esses, esteve junto com o vice-presidente, seu vice e candidato a governador e o reeleito prefeito do Rio.

2. Haddad venceu em SP, vencendo o prefeito que apoiava Serra e a superação do estilo arrogante deste. Lula tem como mérito propor um nome de renovação, evitando seguir com Marta, que sofreria dos mesmos males de Serra. Em Campinas, perdeu o PT com outro candidato do colete de Lula, confirmando que, na capital, Serra perdeu, não foi Lula que venceu.

3. Lula e Dilma se empenharam e perderam em Fortaleza, Salvador e Manaus. Jogaram tudo, oferecendo ao eleitor uma equação cínica de voto vinculado a apoio federal futuro. Em Vitória venceu a oposição ao ex-governador, com o PPS. Paraná confirmou a vitória do PDT, a quem o governador excluiu como candidato do PSDB, a que pertencia.

4. O DEM respira forte com a vitória em Salvador. Em Santa Catarina, o PSD venceu na capital, que é apenas administrativa, porém  perdeu em Joinville, maior cidade do Estado e em Blumenau, economicamente muito mais importante que a capital.

5. O PT foi varrido das capitais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No norte e nordeste, Lula flutuava como santo-imbatível em 2010. E agora perdeu em todas as capitais. João Pessoa foi a exceção que reforça a regra. Lula e Dilma estiveram presentes em todas elas com toda a coreografia possível.

6. Com isso, as cartas embaralharam para 2014. Embaralharam para presidente e para governadores. Não há mais favoritos de partida. O jogo terá que ser jogado. Todo mundo está no jogo. Todos os partidos estão no páreo. O leque de personagens está aberto.

7. Que a eleição de 2012 e seus sensores: rejeição marcada pela abstenção-brancos-nulos/ renovação em grande parte dos municípios importantes / perdas para a maior parte dos governadores / e debacle em geral, de Lula e Dilma. Na capital de SP devem acender uma vela a São Serra e sua decisão de se candidatar.

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