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Arquivo : Dilma Rousseff

Centrais sindicais se unem para defender Dilma Rousseff
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Fernando Rodrigues

Anuncios-centrais-sindicais-14ago2015

trecho de anúncio que sindicatos filiados a várias centrais publicam nesta 6ª feira

Sindicatos assinam manifesto a favor do “calendário eleitoral”

Falam em “desmontar” os “intentos desestabilizadores”

Quase sempre adversárias entre si, várias das principais centrais sindicais do país se uniram para assinar um manifesto, por meio de seus principais sindicatos, a favor da manutenção da presidente Dilma Rousseff no cargo.

Um anúncio (veja aqui uma reprodução) será publicado em jornais impressos desta 6ª feira (14.ago.2015) com a assinatura de importantes sindicalistas ligados a Força Sindical, CUT, UGT, CTB, Nova Central e CSB.

O manifesto prega o respeito ao “calendário eleitoral” e à “estabilidade institucional”. É bem explícito ao condenar proposta de parte dos partidos de oposição sobre troca de governo: “É necessário desmontar o cenário político em que prevalecem os intentos desestabilizadores”.

Houve uma tentativa inicial de fazer com que as próprias centrais sindicais assinassem o documento. Mas seria um processo demorado, com plenárias e muitas reuniões antes de a decisão ser tomada. Optou-se pela via rápida, com a escolha de sindicados representativos de todas elas para assumirem essa tomada de posição.

Trata-se de uma vitória política para Dilma Rousseff. Hoje à tarde (13.ago.2015), a maioria das centrais sindicais estava representada no ato montado a favor da presidente –embora em alguns momentos a plateia atacasse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.  Segundo relato do repórter Victor Fernandes, que acompanhou a cerimônia, os presentes cantavam: “Fora já, fora já daqui, o Eduardo Cunha junto com Levy”. E mais: “Ô, Levy, fala [sic] pra tu, volta pro Bradesco e pro banco Itaú”.

Um ministro presente comentou: “Isso é tudo lateral. O foco é mostrar que estão se organizando para ir às ruas, se necessário”. Em resumo: se a onda pró-impeachment das manifestações de domingo (16.ago.2015) ficar muito forte, as tropas governistas ancoradas em movimentos sociais vão reagir.

Isso fica claro no final do manifesto: “Os Sindicatos (…) conclamam os demais segmentos da sociedade civil organizada a restabelecer as pontes para o necessário diálogo visando a construção de compromissos e acordos para fortalecer a democracia, o crescimento econômico e o desenvolvimento nacional”.

O documento dos sindicatos fala também em crescimento da economia, mas o objetivo principal foi redigir um texto se contrapondo a setores da oposição que hoje flertam com a possibilidade de impeachment e convocação de novas eleições.

Leia a seguir a íntegra do manifesto dos sindicatos:

Chamado ao diálogo pela democracia,
por crescimento econômico, inclusão
social e desenvolvimento nacional

“Brasil já deu mostras de que é um país capaz de promover equidade, bem-estar social e qualidade de vida para todos. Por isto, precisamos retomar rapidamente o investimento e a atividade produtiva para aumentar as oportunidades, o emprego, melhorar a distribuição da renda e as políticas sociais”.

“Tais desafios exigem, das forças vivas da sociedade brasileira, um claro posicionamento em defesa da democracia, do calendário eleitoral, do pleno funcionamento dos Poderes da República, da estabilidade institucional e dos fundamentos constitucionais como condição para a rápida e sustentada transição para o crescimento econômico. Mais do que isto, é necessário desmontar o cenário político em que prevalecem os intentos desestabilizadores, que têm sido utilizados como o condão para a aplicação de uma política econômica recessiva e orientada ao retrocesso político-institucional”.

“Assim sendo, reafirmamos que qualquer projeto de desenvolvimento nacional deve ser cimentado pelo fortalecimento das instituições e da democracia, sem descuidar do combate à corrupção, e tem que guiar-se pela superação das graves desigualdades econômicas, sociais e regionais, promovendo”:

 

  • Combate à inflação;
  • Juros baixos;
  • Aumento do investimento público e privado em infraestrutura econômica e social;
  • Defesa do emprego e do poder de compra dos trabalhadores;
  • Política cambial que incentive a atividade produtiva, especialmente a industrial;
  • Investimentos na qualidade da educação;
  • Ciência, tecnologia e inovação para agregar valor à produção de bens e serviços;
  • Fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas;
  • Consolidação do mercado interno de consumo de massa;
  • Fortalecimento e estímulo da participação competitiva do Brasil;
  • Modernização das instituições, das leis e do Estado

 

“O momento exige diálogo, compromisso com o País, com a democracia e com a necessária afirmação de um projeto de desenvolvimento nacional ancorado na produção, em uma indústria forte, um setor de serviços dinâmico, um comércio vigoroso, uma agricultura pujante e em um Estado indutor e coordenador das estratégias de crescimento econômico e de desenvolvimento social”.

“Por isto, os Sindicatos abaixo assinados declaram-se dispostos, e conclamam os demais segmentos da sociedade civil organizada, a restabelecer as pontes para o necessário diálogo visando a construção de compromissos e acordos para fortalecer a democracia, o crescimento econômico e o desenvolvimento nacional”.

São Paulo, 14 de agosto de 2015.

Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes – Miguel Eduardo Torres, presidente

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – Rafael Marques, presidente

Sindicato dos Comerciários de São Paulo – Ricardo Patah, presidente

Sindicato dos Empregados em Hotéis de São Paulo – Francisco Calazans Lacerda, presidente

Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo – Rene Vicente dos Santos, presidente

Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo – Antonio Neto, presidente

Sindicato dos Bancários de São Paulo – Juvandia Moreira Leite, presidenta

Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo – Antonio de Sousa Ramalho, presidente

Federação dos Empregados do Comércio do Estado de São Paulo – Luiz Carlos Motta, presidente

Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo – Osvaldo da Silva Bezerra, coordenador-geral

Sindicato dos Telefônicos de São Paulo – Almir Munhoz, presidente

Sindicato dos Empregados em Edifícios de São Paulo – Paulo Ferrari, presidente

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P.S.: o Blog recebeu a seguinte mensagem por meio da assessoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, às 16h37 de 14.ago.2015:

NOTA DE ESCLARECIMENTO
sobre informação publicada no Blog de Fernando Rodrigues (UOL)

Nós, dirigentes sindicais da Força Sindical abaixo assinados, manifestamos nossa discordância em relação à informação divulgada pelo jornalista Fernando Rodrigues em seu blog, de que “Centrais sindicais se unem para defender Dilma Rousseff”.

Primeiramente, deixamos claro que a nota “Chamado ao diálogo pela democracia…” publicada nos jornais nesta sexta-feira, 14 de agosto de 2015, no nosso entendimento, não implica em apoio ao governo Dilma, que não dialoga com o movimento sindical, que vem adotando medidas contrárias aos interesses da classe trabalhadora, promovendo o esfacelamento da indústria, do setor agropecuário, aumento do desemprego, da inflação, dos juros e levando o país para um caminho contrário ao do crescimento e desenvolvimento econômico e social que tanto almejamos.

A classe trabalhadora continua pedindo diálogo para a organização e A retomada do crescimento. Neste sentido, defendemos, sim, esforços e ações claras e objetivas entre as forças políticas para a superação da crise e a retomada do desenvolvimento.

A informação publicada no blog, de que “optou-se pela via rápida, com a escolha de sindicatos representativos de todas elas para assumirem a tomada de posição”, para divulgação ágil da nota é tendenciosa. As centrais sindicais, bem como os sindicatos têm compromisso sério com suas bases e não podem, por falta de tempo, divulgar posições que não sejam discutidas democraticamente e tiradas por consenso.

Lamentamos a interpretação distorcida do jornalista, uma vez que é clara a nossa posição crítica às tantas medidas do governo, bem como em favor do combate à corrupção, à inflação, ao corte dos juros, sempre em defesa da classe trabalhadora.

Reafirmamos nosso compromisso com o diálogo permanente como meio de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
São Paulo, 14 de agosto de 2015

MIGUEL TORRES
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes

ANTONIO DE SOUSA RAMALHO
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo

PAULO FERRARI
Presidente do Sindicato dos Empregados em Edifícios de São Paulo

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Janot recebe apoio da OAB e deve ser sabatinado na 4ª
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Fernando Rodrigues

O presidente da OAB, MarcusVinicius Furtado Coêlho, participa de audiência pública para agilizar processos e procedimentos administrativos na prática de ilícitos contra o patrimônio público(Antônio Cruz/Agência Brasil)

Marcus Vinicius, da OAB, que defende a recondução de Rodrigo Janot

O procurador-geral da República recebeu hoje (13.ago.2015) o apoio formal da Ordem do Advogados do Brasil por meio de uma declaração do presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho:

“O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, possui todos os requisitos constitucionais para sua recondução. O equilíbrio, a sensatez e o cumprimento da Constituição vem norteando a sua conduta à frente do Ministério Público Federal”.

Janot foi o mais votado numa eleição interna do Ministério Público para ser reconduzido ao cargo para mais um mandato de 2 anos. Seu mandato atual termina em 17 de setembro. A presidente Dilma Rousseff já encaminhou a indicação para o Senado.

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado pode sabatinar Janot já na semana que vem, na 4ª feira (19.ago.2015). Enquete realizada pelo Blog indica que, pelo menos, 20 dos 27 titulares da CCJ pretendem aprovar o nome do atual procurador-geral para mais um mandato.

Para sabatinar Janot na 4ª feira, entretanto, será necessário que os senadores abram mão do chamado período de interstício. Trata-se de um prazo mínimo de cinco dias entre o dia da indicação e a data da análise do caso. Depois de aprovado na CCJ, Janot precisa ainda obter o voto da maioria dos 81 senadores no plenário.

Se for respeitado o interstício, a sabatina ficaria apenas para daqui a duas quartas-feiras, em 26 de agosto. Há no momento conversas entre os senadores para antecipar essa análise para a semana que vem.

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Dilma marca encontro com senadores “independentes” no Planalto
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Fernando Rodrigues

Sérgio Lima/Folhapress - 23.set.2005

Cristovam Buarque (dir.), do PDT-DF, é um dos convidados para o encontro com Dilma

PDT, PSB e PSOL mandam representantes

A presidente Dilma Rousseff tem um encontro marcado para esta quinta-feira (13.ago.2015) com a ala “independente” do Senado. O encontro é mais um movimento para tentar acumular força política antes dos protestos antigoverno agendados para domingo (16.ago.2015).

Giles Azevedo, braço direito de Dilma no Planalto, começou a fazer os convites ontem, no final do dia. Entre outros, devem participar Cristovam Buarque (PDT-DF), Lasier Martins (PDT-RS), Lídice da Mata (PSB-BA,  João Capiberibe (PSB-AP),  Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Waldemir Moka (PMDB-MS).

O grupo de senadores se reúne quase toda semana em Brasília. Consideram-se “independentes” do governo, mas não seguem as orientações da oposição. José Medeiros (PPS-MT) também foi chamado, mas não confirmou presença. Ricardo Ferraço (PMDB-ES) foi convidado e recusou. A um assessor, disse: “Tenho mais o que fazer”.

Nas últimas semanas, Dilma ampliou os contatos com políticos. O último movimento do tipo ocorreu nesta 2ª feira, quando ela jantou com mais de 40 senadores aliados ao governo. Na semana anterior, foram os líderes de bancada dos partidos da base governista na Câmara.

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Planalto articula almoço entre Temer e deputados para enfraquecer Cunha
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Fernando Rodrigues

Encontro com peemedebistas está marcado para 4ª feira

Temer-Dilma-Foto-LulaMarques-Agencia-PT-11ago2015

Temer e Dilma, nesta 3ª feira, no Planalto (Foto: Lula Marques/ Agência PT)

Causou grande mal-estar entre o Palácio do Planalto e a Presidência da Câmara um almoço marcado para esta 4ª feira (12.ago.2015) entre o vice-presidente, Michel Temer, e cerca de 50 dos 67 deputados federais do PMDB.

O almoço será na casa de Tadeu Fillipelli, ex-vice-governador do Distrito Federal e ex-deputado federal e hoje chefe de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais do Palácio do Planalto. Fillipelli é do PMDB e ligado politicamente a Michel Temer.

Até a noite desta 3ª feira não estava claro se o presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), compareceria ao almoço da 4ª.

A avaliação entre peemedebistas foi a de que o almoço faz parte de esforço de Temer para criar uma linha direta com a bancada do PMDB, hoje dominada por Eduardo Cunha. O vice-presidente tenta se robustecer politicamente –e ao mesmo tempo drenar a energia do presidente da Câmara.

O encontro estava sendo preparado em reserva. Hoje, o líder do PMDB, Leonardo Picciani, disse a alguns deputados que a articulação era inoportuna. Até porque nesta 4ª feira já estava marcada, para as 15h, uma reunião da bancada peemedebista na Câmara.

O almoço é mais um passo na escalada do Planalto –por meio da ação de Temer– para se contrapor ao comportamento considerado beligerante de Cunha.

BASTIDORES
Segundo apuração do repórter André Shalders, a ideia incial de realizar o almoço surgiu dentro da bancada do PMDB na Câmara. Partiu de um grupo de deputados da legenda –entre outros, Darcísio Perondi (RS), Lúcio Vieira Lima (BA) e Osmar Terra (RS). Eles comunicaram então o plano a Tadeu Fillipelli e a Eliseu Padilha. No momento, Padilha ocupa interinamente o cargo de ministro da Secretaria de Relações Institucionais do Planalto.

Coube a Lúcio Vieira Lima distribuir hoje, no plenário da Câmara, o endereço da casa de Tadeu Filipelli. Um dos peemedebistas procurados pelo Blog mostrou um convite mandado por Darcísio Perondi via WhatsApp.

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Conheça a “Agenda Brasil”, tentativa do governo para debelar a crise
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Fernando Rodrigues

Joaquim Levy fala à imprensa após reunião com Renan – 10.ago.2015 (Ag. Brasil)

Planalto negocia 28 propostas polêmicas:

– regulamentar trabalhadores terceirizados

– revisar marcos jurídicos de áreas indígenas

– acelerar a liberação de licenças ambientais

– cobrar dos mais ricos pelo uso do SUS

– ampliar a idade mínima para aposentadoria

– vender terrenos da Marinha e prédio militares

A presidente Dilma Roussseff autorizou a sua equipe econômica a negociar com os governistas do Senado uma ampla pauta com medidas que possam ajudar a arrefecer a crise política e sinalizar para o final das dificuldades econômicas do país.

O documento “Agenda Brasil” contém itens polêmicos. Tudo foi formatado ao longo do dia de hoje (10.ago.2015). Participaram das reuniões na residência oficial da presidência do Senado os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Edinho Silva (Secom) e Eduardo Braga (Minas e Energia). Por parte dos senadores estiveram os peemedebistas Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE).

O ministro Joaquim Levy ficou de dar uma resposta às 16h de 4ª feira (12.ago.2015) a respeito de quais temas o Planalto considera mais prioritários  -e politicamente viáveis. O ministro da Fazenda deverá apresentar a posição do governo a Renan Calheiros e a um grupo de líderes de siglas pró-Dilma.

O Senado, do seu lado, também analisará todos os itens e dirá ao ministro quais são as votações mais exequíveis da chamada “Agenda Brasil”. Nesta 3ª feira (11.ago.2015), às 15h, o presidente do Senado, Renan Calheiros, comanda uma reunião de líderes partidários para definir a pauta da Casa.

PAUTA POLÊMICA
A chamada “Agenda Brasil” está dividida em três áreas: “Melhoria do ambiente de negócios e infraestrutura”, “Equilíbrio Fiscal” e “Proteção Social”. O texto traz propostas novas e defende algumas que já estão em discussão, como a “Lei de Responsabilidade das Estatais”.

Há muitos temas polêmicos propostos. Por exemplo, “regulamentar o ambiente institucional dos trabalhadores terceirizados, melhorando a segurança jurídica face ao passivo trabalhista potencial existente e a necessidade de regras claras para o setor”.

Segundo Renan Calheiros, não será um “liberou geral”, mas uma regularização de quem já atua de maneira terceirizada. “O país não pode ignorar que existem hoje 13 milhões de trabalhadores terceirizados”, diz o peemedebista. Para o presidente do Senado, o país precisa enfrentar esse passivo regulatório para se tornar mais atraente para investimentos e “para que o Brasil não perca o grau de investimento que está para ser reavaliado pelas agências de classificação de risco”.

O trecho sobre infraestrutura da “Agenda Brasil” propõe, a “revisão dos marcos jurídicos que regulam áreas indígenas“, com o objetivo de “compatibilizá-las com as atividades produtivas”. Também será revista a legislação sobre “investimentos na zona costeira, áreas naturais protegidas e cidades históricas“, para “incentivar novos investimentos produtivos”.

O governo quer ainda acelerar a liberação de licenças ambientais, estabelecendo prazos para a liberação deste tipo de autorização.

Chamada de “PEC [proposta de emenda constitucionais] das obras estruturantes”, essa medida se propõe a “estabelecer processo de fast track [caminho rápido] para o licenciamento ambiental” para obras listada no PAC (programa de aceleração do crescimento).

No trecho sobre os programas sociais, o documento sugere mudanças no funcionamento do SUS. Eis uma medida proposta: “Avaliar a possibilidade de cobrança diferenciada de procedimentos do SUS por faixa de renda. Considerar as faixas de renda do IRPF”. Ou seja, em teoria, passar a cobrar de quem é mais rico por atendimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde –que hoje é universal e trata de pobres e ricos, indistintamente.

Ainda sobre o sistema de saúde: “Avaliar a proibição de liminares judiciais que determinam o tratamento com procedimentos experimentais onerosos ou não homologados pelo SUS“. Nesse caso, hospitais e planos de saúde privados poderiam mais facilmente se livrar de alguns atendimentos aos seus clientes.

Para a Previdência Social, a “Agenda Brasil” fala em outra medida há muito tempo desejada pelo governo: “Ampliar a idade mínima para aposentadoria“.

De interesse do governo, para aumentar a arrecadação, há medidas como a imposto sobre heranças com alíquota de 25%,  venda de terrenos da Marinha e de edificações militares e “favorecer maior desvinculação orçamentária, dando maior flexibilidade ao gasto público“.

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Todas as intrusões de Lula têm sido muito ruins, diz Ciro Gomes
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Fernando Rodrigues

Ex-candidato a presidente vê “golpe em marcha”

Dilma Rousseff perdeu “a capacidade de iniciativa”

Ciro-Foto-AlanMarques-Folhapress-17nov2011

Ciro Gomes, que acha que Lula passou os últimos meses “conspirando” e “dando sustos” em Dilma

Ex-ministro da Fazenda e candidato a presidente duas vezes, Ciro Gomes acha que “todas as intrusões de Lula têm sido muito ruins” para a atual conjuntura política brasileira.

Na avaliação de Ciro Gomes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trabalhou nos últimos meses “conspirando” e “dando sustos” em Dilma Rousseff. Não contribuiu para acalmar o ambiente, disse ele ao Blog.

“Se estivesse se preservando, uma palavra dele [Lula] seria muito importante agora”, diz Ciro –que no momento atua na iniciativa privada, na CSN, onde é diretor e responde pelo projeto da ferrovia Transnordestina.

Sobre voltar à política, Ciro responde de maneira aberta: “Não tenho obsessão de ser candidato”. Ele e o irmão, Cid Gomes, estão próximos de uma filiação ao PDT. Farão uma grande reunião com o grupo político que lideram no dia 17 de agosto, em Fortaleza (CE).

Para Ciro, “está em marcha um golpe” que “vai tornar o país ingovernável por uns 20 anos”. A situação se agrava porque “a população está se sentido traída, enganada. A Dilma mentiu para a população. O PT e Lula, também”.

Uma solução possível seria usar a “virtude do fundo do poço”. Como tudo está muito ruim nas frentes política e econômica, restaria a Dilma “reconciliar-se com quem a elegeu”. Por exemplo, “adotar uma política para impedir a desindustrialização do país”.

O problema, diz Ciro, é que a presidente “perdeu completamente a capacidade de iniciativa”. Deveria fazer agora o ajuste na economia que sempre quis. “Deveria ‘apagar a luz’ no mercado de câmbio e deixar flutuar a cotação do dólar. Abaixar a taxa de juros drasticamente. O cenário da inflação fica imponderável, mas não é que a inflação vai necessariamente subir”.

Na avaliação do ex-ministro, “se ela [Dilma] não tomar essas decisões agora, fará tudo depois, de maneira selvagem”. Por quê? “Porque vai cair o ‘rating’ do Brasil. Não tem saída. Depois vai ficar muito mais difícil”. O “rating” é a nota que as agências de classificação de risco dão para países e empresas.

Outra dificuldade apontada por Ciro é a qualidade da equipe da presidente. Por exemplo, o ministro da Fazenda. “Joaquim Levy é uma boa pessoa para ser tesoureiro. Ele está construindo uma erosão fiscal sem precedentes. Nesse ritmo, as reservas do país duram só um ano e meio”.

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Dilma empodera Renan e manda equipe econômica discutir com ele nova agenda
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Fernando Rodrigues

O presidente do Senado, Renan Calheiros, durante entrevista no Congresso Nacional (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Renan Calheiros, que discute uma nova agenda com a equipe econômica nesta semana

Presidente do Senado tem reunião nesta 2ª com Nelson Barbosa

Ideia é montar pauta positiva para afastar crise do Congresso

A presidente Dilma Rousseff está cada vez mais próxima do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). É uma tentativa do governo para se contrapor ao isolamento político entre o Executivo e o Legislativo.

O Planalto tem empoderado Renan na esteira das divergências que surgiram –e parecem instransponíveis– com Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que anunciou rompimento com o governo.

Nesta segunda-feira, Dilma pediu ao ministro Nelson Barbosa (Planejamento) que fosse a uma reunião com Renan às 14h para tratar de uma nova agenda que possa suplantar a pauta negativa que dominou o Congresso nos últimos meses.

Trata-se de uma vitória política de Renan. Há meses o peemedebista vem discursando a respeito da necessidade de o Planalto sinalizar com algo mais além do amargo ajuste fiscal e os cortes no Orçamento.

Na semana passada, Renan teve encontros separados com Joaquim Levy e com a própria Dilma. “Temos de mudar essa pauta ruim que tem nos sufocado”, tem dito o presidente do Senado em repetidas entrevistas.

A ideia é definir alguns eixos de atuação, que vão incluir algum reforço de programas na área social. Devem também ser fechadas prioridades na área fiscal, na de infraestrutura e o que Renan chama e ambiente mais propício para os negócios no país.

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Depois dos deputados, Dilma recebe senadores para megajantar no Alvorada
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Fernando Rodrigues

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Palácio da Alvorada, onde Dilma oferecerá jantar a senadores na 2ª feira

Encontro na 2ª feira terá cerca de 70 convidados

Além dos senadores, ministros também participam

Presidente quer ganhar tração política e demonstrar reação

As portas do Palácio da Alvorada serão novamente abertas nesta 2ª feira (10.ago.2015), como na semana anterior. Desta vez, a presidente Dilma Rousseff convidou todos os senadores considerados governistas para um megajantar junto com seus ministros.

O objetivo é tentar alinhar os governistas para que evitem votar propostas que possam criar ainda mais problemas para o controle das contas do governo. Dilma também deseja convencer os senadores a votar projetos pendentes do ajuste fiscal. Por fim, a presidente busca ganhar um pouco de tração na área política, para demonstrar que pode sair da posição de grande fragilidade em que se encontra.

A estratégia não funcionou na semana passada. Dilma recebeu os líderes de partidos aliados ao Planalto com representação na Câmara –19 siglas. Foram também alguns senadores, mas o evento era para tentar unificar os governistas da Câmara.

Na 3ª feira passada, um dia depois de terem sido recebidos por Dilma no Alvorada, os partidos ditos governistas impuseram várias derrotas à presidente.

Agora, no Senado, a tentativa será na mesma linha. Como o número de partidos é menor, será possível chamar não só os líderes de cada sigla, mas todos os considerados aliados –o total de convidados deve ficar entre 40 e 50 senadores.

Dilma passará a 2ª feira no Maranhão, onde vai entregar unidades do programa Minha Casa, Minha Vida. Ela tem chegada prevista de volta a Brasília às 17h40. A petista pretende fazer uma reunião preliminar apenas com os líderes partidários, antes do jantar, para afinar os discursos.

Não estava claro se o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), será convidado para o jantar de 2ª feira. Ele esteve com Dilma na semana passada e tem se reaproximado do Planalto.

O problema é que, na semana anterior, não foi convidado para o jantar com deputados o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Se Renan estiver no jantar desta 2ª feira, ficará mais explícito que Dilma decidiu mesmo se afastar de Cunha para se aproximar de Renan.

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Dilma convoca reunião da coordenação política para domingo à noite
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Fernando Rodrigues

Boa Vista - RR, 07/08/2015. Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de entrega de 747 unidades habitacionais dos Residenciais Pérola VI e VII e Ajuricaba, do Programa Minha Casa Minha Vida. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Dilma foi hoje (7.ago) a Roraima. Segunda, vai ao Maranhão. A crise fica em Brasília

Presidente que reagrupar aliados no Congresso

PT e PMDB terão de ceder cargos a aliados

Alteração no ministério estará em pauta

Mercadante continua sendo o mais criticado

Como viajará para o Maranhão na 2ª feira (10.ago.2015) cedo, a presidente Dilma Rousseff antecipou para domingo à noite a reunião de sua coordenação política. Será às 19h, no Palácio da Alvorada.

Participam os ministros palacianos, o vice-presidente da República e alguns líderes governistas no Congresso.

A pauta é densa. Entre outros temas, estará em discussão algum tipo de reforma ministerial, a demissão de pessoas que ocupam cargos federais, mas seus partidos não dão votos no Congresso. E, mais sensível de tudo, a eventual troca de ministros palacianos.

O titular da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é dado como um peso morto na articulação política pela maioria dos partidos aliados ao governo. Além de ter sido citado na Operação Lava Jato (ele nega envolvimento), Mercadante não interage com o Congresso de maneira positiva.

Nesta semana, Mercadante fez elogios públicos à oposição. Um aliado que assistia disse: “Agora ele se superou. Além de não agradar quem é do governo, passou a afagar a oposição”.

Essa inoperância das ações erráticas do Planalto, como as de Mercadante, serão tema do encontro de domingo à noite.

ROUPA SUJA – PT X PMDB
Fale com o PMDB e a frase é sempre a mesma: “O PT não entrega os cargos e não temos como atender aos outros partidos aliados”.

Fale com o PT e a frase é sempre a mesma: ‘O PMDB não entrega os cargos e não temos como atender aos outros partidos aliados”.

Trata-se da típica situação em que os dois lados têm razão. O PT, em número de cargos, está mais bem servido. Mas o PMDB tem postos considerados mais “saborosos” (por terem orçamentos maiores).

Um exemplo sempre citado por petistas é o caso do PSD, de Gilberto Kassab, atual ministro das Cidades. Com uma bancada de 34 deputados, o PSD é altamente infiel ao Planalto.

A gênese da traição do PSD está sobretudo em 4 Estados, nos quais cobiça indicar pessoas para cargos federais hoje ocupados por peemedebistas –nas áreas de portos, pesca e saúde. No Pará, o domínio é de Jader Barbalho. No Amazonas, de Eduardo Braga. Em São Paulo, Michel Temer é o grande cacique dos cargos do PMDB. No Maranhão, o ex-senador José Sarney continua a ser influente.

PDT
Haverá um certo clima de lavagem de roupa suja nessa reunião de domingo à noite. A ideia é verificar o quanto a fisiologia poderá ser usada nos próximos dias –na distribuição de cargos– para recompor, de maneira eficaz, um número mínimo de deputados fiéis ao Planalto.

Para resolver essa equação, alguns partidos hoje no governo podem ser ejetados. É o caso do PDT, que nesta semana anunciou o rompimento com o Palácio do Planalto –mesmo sendo “dono” do Ministério do Trabalho (ocupado por Manoel Dias) e de vários cargos federais nos Estados.

O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), foi o porta-voz nesta semana do rompimento com o governo. Curiosamente, Figueiredo tem indicados seus em uma diretoria do Banco do Nordeste e no comando da Delegacia Regional do Trabalho no Ceará.

Casos como o do PDT de André Figueiredo serão avaliados no domingo à noite por Dilma e sua coordenação política. No raciocínio do governo, será não vale a pena manter pseudoaliados. Muito menos congressistas que rompem com o Planalto, mas mantém indicados seus em cargos federais.

PTB
Uma pendência fisiológica curiosa envolve o PTB, outra sigla que anunciou rompimento com o Planalto nesta semana.

O PTB está de olho num cargo de direção na Casa da Moeda. Mas o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não cede por achar que ali não se deve lotear os espaços de maneira política.

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Janot já tem 20 dos 27 votos na CCJ do Senado
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Fernando Rodrigues

14 senadores revelam seus votos e dão vitória a procurador-geral

Dilma sinalizou que pretende indicar Janot para ser reconduzido

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já tem o apoio de 20 dos 27 senadores titulares da Comissão de Constituição e Justiça, onde será sabatinado se for indicado para mais um mandato no cargo.

A equipe do Blog (os repórteres André Shalders, Mateus Netzel e Victor Fernandes) ouviu todos os 27 senadores titulares da CCJ. Entre os 20 senadores que disseram ser a favor da recondução de Janot, 14 permitiram que seus nomes fossem revelados.

Para ficar mais 2 anos no cargo, Janot precisa ser indicado pela presidente Dilma Rousseff e passar por duas votações secretas no Senado –na CCJ e no plenário da Casa.

A tabela a seguir mostra quais são os senadores da CCJ que já se declararam abertamente a favor da recondução de Janot (clique na imagem para ampliar):

Janot-CCJ-14votos-abertos

Apenas esses 14 nomes já seriam suficientes para a aprovação do nome de Janot na CCJ. É incomum nesses processos que tantos senadores se disponham a declarar o voto antecipadamente, com tanta antecedência –pois a presidente Dilma Rousseff não formalizou a indicação.

Essa expressiva manifestação de apoio entre senadores é mais um indício da força política atual do atual procurador-geral, que conduz no plano federal as investigações sobre políticos envolvidos na Operação Lava Jato.

Ele já foi o mais votado na eleição realizada nesta quarta-feira (5.ago.2015) por procuradores para escolher os nomes que vão compor a lista tríplice de indicados para ocupar a Procuradoria Geral da República pelos próximos 2 anos.

Janot teve 799 votos –foram 288 votos a mais do que em 2013, quando também ficou em primeiro lugar na votação preparada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

Desde a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, em 2003, tem sido tradição o presidente da República indicar para o cargo de procurador o nome mais votado na lista da ANPR. O Palácio do Planalto já sinalizou que vai escolher o nome de Janot para ser referendado pelo Senado.

Depois de passar pela CCJ, Janot enfrentará uma possível situação mais adversa no plenário do Senado –13 senadores são hoje alvo de investigações da Operação Lava Jato.

Um dos investigados, o senador Fernando Collor (PTB-AL), discursou na tribuna ontem (5.ago.2015) e chamou o procurador-geral de “filho da puta”.

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