A baixa aprovação de Dilma e o fantasma de setembro
Fernando Rodrigues
Ex-presidentes impopulares sempre tiveram pior momento nesse mês
Fernando Rodrigues
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Tags : Dilma Rousseff popularidade
Fernando Rodrigues
Eis aqui um resumo do que você precisa saber sobre a semana que começa.
Dilma lança planos para a agricultura familiar e de incentivo às exportações.
Empreiteiros presos na Operação Lava Jato depõem em Curitiba e Sérgio Moro decide se coloca alguns em liberdade.
Petrobras anuncia novo plano de negócios para os próximos 4 anos.
Dia de São João esvazia o Congresso, mas governo tenta aprovar na Câmara o projeto da desoneração em folha.
AVISO AOS LEITORES: o drive político da semana completo, com atualizações diárias, está disponível para assinantes. Se desejar assinar e receber a versão completa, escreva para frpolitica@gmail.com.
Esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.
2ª feira (22.jun.2015)
Dilma e Mercadante – presidente reúne-se com o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil). No Palácio do Planalto, às 9h30.
Dilma e a agricultura – às 11h, Dilma e o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) lançam o Plano Safra da Agricultura Familiar 2015/2016. Crédito para agricultores e pecuaristas de pequeno porte deve ficar em torno de R$ 25 bilhões. Às 11h.
Dilma e a política – às 15h, Dilma comanda reunião de articulação política.
Dilma e Suplicy – presidente recebe o ex-senador e atual secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy. Em pauta, a renda básica de cidadania, bandeira histórica de Suplicy. Às 17h.
3ª feira (23.jun.2015)
Dilma no Rio – presidente Dilma Rousseff vai ao Rio de Janeiro para a comemoração do Dia Olímpico e acompanhar os preparativos para a Olimpíada de 2016. O Comitê Olímpico do Brasil apresenta o mascote da delegação brasileira.
CPI do Futebol – prazo limite para os partidos indicarem os membros da CPI do Futebol. O senador mais velho entre os integrantes do colegiado convoca a 1ª reunião, que deve ocorrer na próxima semana ou na seguinte.
Serra e Pezão – senador José Serra (PSDB-SP) e governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, reúnem-se com prefeitos dos municípios fluminenses para discutir o futuro do setor petroleiro e defender mudanças no modelo de partilha na exploração do pré-sal. Pezão defende a aprovação do projeto de lei 131/2015, de autoria de Serra, que acaba com a obrigatoriedade de a Petrobras participar de ao menos 30% dos blocos de exploração e produção no pré-sal.
4ª feira (24.jun.2015)
Dilma e as exportações – presidente Dilma Rousseff e ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) lançam o Plano Nacional de Exportação, com medidas para facilitar financiamento, seguro e garantias para exportar.
Dilma e a mídia – presidente concede entrevista a Lally Weymouth, jornalista e editora do veículo norte-americano “Washington Post”.
Lava Jato – termina o prazo inicial de 5 dias da prisão temporária contra 4 executivos de empreiteiras detidos na 6ª feira (19.jun.2015). O juiz Sérgio Moro poderá liberá-los ou prorrogar o prazo –a decisão indicará como o magistrado atuará nesse episódio específico. Os presos temporários são: Alexandrino Alencar (diretor de relações institucionais da Odebrecht); Cristina da Silva Jorge (ligada à empresa Hayley, que supostamente intermediava repasse de propinas); Antônio Campelo de Souza (ex-diretor da Andrade Gutierrez); e Flávio Lúcio Magalhães (apontado como operador financeiro da Andrade Gutierrez).
Desoneração da folha – está na pauta do plenário da Câmara o projeto de lei 863/2015, de autoria do Palácio do Planalto, que reduz a desoneração em folha de pagamentos. Há possibilidade de a votação não ocorrer por falta de quórum.
Feriado de São João – deputados e senadores participam de comemorações do dia no Nordeste. Festas devem contribuir para esvaziamento do Congresso.
5ª feira (25.jun.2015)
Inflação – Conselho Monetário Nacional reúne-se em Brasília. Participam os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Deve ser definida a meta da inflação para 2017.
Petrobras – Corte de Nova York realiza audiência pública presencial para que a Petrobras apresente sua defesa na ação coletiva movida nos EUA por acionistas que pedem indenização por perdas decorrentes de corrupção na estatal.
6ª feira (26.jun.2015)
Petrobras – reunião do conselho de administração da estatal analisa o plano de negócios para o período de 2015 a 2019. Também devem ser discutidas proposta de reestruturação do alto escalão da empresa.
Alckmin e o Rodoanel – governador Geraldo Alckmin inaugura segunda etapa do trecho leste do Rodoanel, que liga a Rodovia Ayrton Senna à Dutra.
Aécio no Amazonas – senador Aécio Neves (PSDB-SP) deve ir a Manaus e a Parintins.
Sábado (27.jun.2015)
PR na TV – legenda tem 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.
Brasil X Paraguai – seleção brasileira de futebol enfrenta o Paraguai em partida válida pelas quartas de final da Copa América. No Estádio Municipal de Concépcion, no Chile. Às 18h30.
Domingo (28.jun.2015)
Dilma em Nova York – presidente Dilma Rousseff chega a Nova York, onde inicia seu périplo pelos Estados Unidos. Nesta data, terá encontro com empresários americanos, brasileiros e investidores.
Fernando Rodrigues
Popularidade da petista é de 7% contra inflação de 8,47%
Eis uma triste realidade para a presidente Dilma Rousseff: sua taxa de aprovação no Sudeste (7%) já está perdendo até para a inflação acumulada nos últimos 12 meses, que em maio atingiu 8,47%, segundo o IBGE.
A aprovação total da presidente da República está em 10%, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha em 17-18.jun.2015. Lei os dados no final deste post.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também falou sobre o assunto nesta semana, ao dizer que o PT fez uma pesquisa na região do ABC paulista:
“Acabamos de fazer uma pesquisa em Santo André e São Bernardo, e a nossa rejeição chega a 75%. Entreguei a pesquisa para Dilma, em que nós só temos 7% de bom e ótimo”.
Vários presidentes da República já estiveram perto desse fundo do poço no atual período democrático. José Sarney (5% de ótimo ou bom em setembro de 1989). Fernando Collor (9% em setembro de 1992). Fernando Henrique Cardoso (13% em setembro de 1999). Lula foi o único que passou os seus 2 mandatos no Planalto sempre com uma popularidade com um patamar mínimo de 28%.
A pergunta a ser feita no momento é: Dilma Rousseff conseguirá sair do atual atoleiro e se recuperar nos próximos 3 anos e meio de mandato que lhe restam?
Essa pergunta é difícil de ser respondida, pois há uma infinidade de fatores que são intangíveis.
O ruim para Dilma é que o único elemento de análise favorável a ela é o fato de ninguém –nenhuma força política relevante – trabalhar de maneira intensiva para que ela saia do cargo.
Fora isso, todos os indicadores mostram que é mínima (quase zero) a chance de melhorar a popularidade da presidente no curto ou no médio prazo.
A crise na economia parece que entra agora na sua fase mais dramática. É fácil entender a razão. Os meses de agosto e setembro são os piores para o comércio –não têm nenhuma data especial e quase sempre são os mais parados ano. Não é à toa, como mostrado acima neste post, que Sarney, Collor e FHC tiveram suas piores taxas de aprovação sempre em um mês de setembro.
Como os efeitos do ajuste fiscal não serão sentidos no curto prazo, parece óbvio que a economia estará numa fase péssima nos próximos meses. E Dilma pode ter seu setembro a la Sarney-Collor-FHC. Ou seja, o fundo poço para ela pode ser mais embaixo do que mostra a pesquisa Datafolha.
Na política, nada indica melhora também para a presidente. A capacidade de articulação é mínima. Nem a fisiologia deslavada com distribuição de cargos e emendas do Orçamento para deputados e senadores está resolvendo.
A prisão de todos os principais empreiteiros do país adicionará gasolina à já instável incapacidade de articulação do Planalto. Em tempos normais, chama-se quem financia campanhas e os empresários pressionam deputados e senadores para que se alinhem ao governo. Agora, essa estratégia ficou trancada em celas da carceragem da Polícia Federal de Curitiba, por causa da Operação Lava Jato.
A reprovação das contas de 2014 do governo federal será o próximo capítulo na péssima relação do Planalto com o Congresso.
Seria então o caso de prever que o governo está numa espiral inevitável de insustentabilidade? E que há risco de a presidente não terminar o mandato, sem credibilidade para exercer o cargo? É temerário adotar tais vaticínios como verdadeiros. Sobretudo porque inexiste no momento uma força organizada trabalhando de maneira robusta por tal desfecho.
O certo a dizer é que tudo dependerá da capacidade de Dilma Rousseff de se articular politicamente –o que deixa muita gente em dúvida. Como a economia está em frangalhos, restará à presidente encontrar saídas políticas, ganhar oxigênio e torcer para que as medidas econômicas de 2015 surtam algum efeito em 2016 –ou, pelo menos, em 2017.
Fazer política não significa, é claro, obrigar empresários amigos a fazer discursos patéticos e escrever artigos em jornal dizendo que “as condições da economia brasileira” vão melhorar “significativamente a partir do terceiro e quarto trimestres”.
O autoengano é o último estágio de um político que se descolou da realidade. Dilma exorbitou nesse tipo de equívoco nos últimos meses. Tenta vender apenas um discurso otimista, quase panglossiano, sem relação com o cotidiano dos brasileiros.
A presidente, resumindo, tem de refazer sua análise de conjuntura, assumir os erros cometidos e se preparar para ter um desempenho muito melhor na política. É muito difícil que a petista consiga fazer isso?
É.
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Fernando Rodrigues
Ex-presidente: eu e Dilma estamos no “volume morto”
Petista faz relato sombrio sobre situação política
Para Lula, é “um sacrifício” convencer Dilma a viajar pelo país
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez na última quinta-feira (18.jun.2015) um relato sombrio e muito duro sobre a atual situação política do governo de Dilma Rousseff.
Num dos trechos de sua fala, reconheceu que a atual presidente mentiu durante a campanha eleitoral de 2014:
“Tem uma frase da companheira Dilma que é sagrada: ‘Eu não mexo no direito dos trabalhadores nem que a vaca tussa’. E mexeu. Tem outra frase, Gilberto [Carvalho], que é marcante, que é a frase que diz o seguinte: ‘Eu não vou fazer ajuste, ajuste é coisa de tucano’. E fez. E os tucanos sabiamente colocaram Dilma falando isso [no programa de TV do partido] e dizendo que ela mente. Era uma coisa muito forte. E fiquei muito preocupado”.
O PSDB fez programas duros contra o PT e Dilma. Em 10 de maio de 2015, mostrou comerciais curtos nos quais brasileiros aparecem em situação de desalento. Em 19 de maio, foram veiculadas as falas de Dilma na campanha de 2014, nas quais a petista promete não arrochar salários nem produzir desemprego.
O encontro de anteontem (18.jun.2015) foi com padres e dirigentes de entidades religiosas no auditório do Instituto Lula, segundo detalhadíssimo relato das repórteres Tatiana Farah e Julianna Granjeia, do “O Globo”. Ao descrever a conjuntura atual, o ex-presidente fez um desabafo:
“Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto, e eu estou no volume morto. Todos estão numa situação muito ruim. E olha que o PT ainda é o melhor partido. Estamos perdendo para nós mesmos”.
A expressão “volume morto” se refere à crise de abastecimento de água no Estado de São Paulo. Para manter o fornecimento, o governo paulista recorreu a uma reserva das represas conhecido como “volume morto”.
Como o encontro foi antes da prisões de sexta-feira (19.jun.2015) de empreiteiros por causa da Operação Lava Jato, Lula não fez menções a esse assunto.
Na conversa com religiosos, Lula deu um exemplo de como a situação está delicada para o governo federal e para o PT. Mencionou uma pesquisa interna do partido:
“Acabamos de fazer uma pesquisa em Santo André e São Bernardo, e a nossa rejeição chega a 75%. Entreguei a pesquisa para Dilma, em que nós só temos 7% de bom e ótimo”.
Segundo Lula, ele teria dito a Dilma que o resultado da pesquisa não deveria desanimá-la. “Isso é para você saber que a gente tem de mudar, que a gente pode se recuperar. E entre o PT, entre eu e você, quem tem mais capacidade de se recuperar é o governo, porque tem iniciativa, tem recurso, tem uma máquina poderosa para poder falar, executar, inaugurar”.
Lula falou por cerca de 50 minutos, segundo o relato de “O Globo”. Reclamou que o PT e o governo estão fazendo pouca política num momento de dificuldades econômicas para o país.
“Na falta de dinheiro, tem de entrar a política. Nesses últimos 5 anos, fizemos muito menos atividade política com o povo do que fizemos no outro período”.
O ex-presidente citou algumas vezes o ex-ministro Gilberto Carvalho, interlocutor frequente do PT com movimentos religiosos. Carvalho, presente ao evento de anteontem, participou do primeiro mandato de Dilma Rousseff, mas viu seu papel dentro da administração federal ser desidratado. No momento, está fora do governo.
“Gilberto sabe do sacrifício que é a gente pedir para a companheira Dilma viajar e falar. Porque na hora que a gente abraça, pega na mão, é outra coisa. Política é isso, o olhar no olho, o passar a mão na cabeça, o beijo”.
Lula falou mal do ambiente dentro do Palácio do Planalto: “Aquele gabinete [presidencial] é uma desgraça. Não entra ninguém para dar notícia boa. Os caras só entram para pedir alguma coisa. E como a maioria que vai lá é gente grã-fina… Só entrou hanseniano porque eu tava [sic] no governo, só entrou catador de papel porque eu tava [sic] no governo”.
Para o ex-presidente, Dilma precisa “ir para a rua, viajar por esse país, botar o pé na estrada”.
Sobrou também uma reprovação para os ministros petistas: “Os ministros têm de falar. Parece um governo de mudos. Os ministros que viajam são os que não são do PT. [Gilberto] Kassab [Cidades] já visitou 23 Estados”. Kassab, ex-prefeito de São Paulo, é presidente nacional do PSD.
Para o titular da Casa Civil, Aloizio Mercadante, uma observação direta: “Pelo amor de Deus, Aloizio, você é um tremendo orador. É certo que é pouco simpático”.
“Falar é uma arma sagrada. Estamos há 6 meses discutindo ajuste. Ajuste não é programa de governo. Em vez de falar de ajuste… Depois de ajuste vem o quê?”. Para o ex-presidente, é necessário “fazer as pessoas acreditarem que o que vem pela frente é muito bom”.
A reportagem de Tatiana Farah e de Julianna Granjeia, no jornal “O Globo”, pode ser lida aqui.
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Fernando Rodrigues
Nome do dono da InBev não estava com lista de seguranças
Ninguém o esperava na garagem; teve de usar o elevador comum
Na agenda de Dilma, foi citado como “empresário suíço-brasileiro”
Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil e um dos donos da maior cervejaria do mundo, passou por alguns constrangimentos ontem (17.jun.2015) no Palácio do Planalto.
Com uma visita agendada para 15h para conversar com a presidente Dilma Rousseff, o empresário de 75 anos chegou ao local um pouco antes. Seu nome não estava na relação mantida equipe de segurança do Palácio do Planalto.
Depois que um assessor de Lemann ligou para o cerimonial do Planalto, a entrada do empresário foi liberada. Mas nada de ter alguém esperando na garagem, como é praxe para visitas importantes. Nada de elevador privativo.
O sócio da 3G Capital –que detém marcas como Heinz, Burger King e Kraft – teve de esperar um pouco e embarcar no elevador usado pelo público em geral. Foi nesse momento que o repórter Antonio Temóteo deu um furo: viu e fotografou o empresário que arquitetou a criação da InBev, gigante mundial das cervejas.
O tratamento pouco amistoso do Planalto em relação a Lemann começou com o anúncio da visita. Na agenda oficial da presidente Dilma Rousseff, Lemann é identificado como “empresário suíço-brasileiro”. Embora seus pais tenham emigrado da Suíça para o Brasil, ele nasceu no Rio de Janeiro, em 1939.
Identificar Lemann como suíço-brasileiro não é tecnicamente um erro. É apenas incomum. Seria o mesmo que descrever a presidente Dilma Rousseff como “política búlgara-brasileira”, uma vez que o pai da petista era da Bulgária.
Eis a imagem da agenda divulgada pelo Planalto:
Jorge Paulo Lemann foi um dos empreendedores que viabilizou a criação da AB InBev em 2004. Trata-se de uma companhia de bebidas belga-brasileira, que nasceu com a fusão da brasileira Ambev e com a belga Interbrew. Entre outras marcas, produz as cervejas Stella Artois, Budweiser, Brahma e Antarctica.
A razão de o Planalto conceder um tratamento protocolar a Lemann tem origem na campanha eleitoral de 2014. O PT identificou uma preferência do empresário por Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial. Esse fato esfriou as relações entre ele e Dilma Rousseff.
Na lista da revista “Forbes”, Lemann é classificado como o 26º mais rico do planeta, com uma fortuna estimada em US$ 24,8 bilhões (R$ 76,9 bilhões pela cotação de hoje do dólar).
SÓCIOS E AÉCIO NEVES
A simpatia de Lemann por Aécio Neves é mais visível por parte de um de seus sócios, Carlos Alberto da Veiga Sicupira, o Beto Sicupira.
Num encontro recente com Aécio Neves e outros senadores do PSDB, Sicupira demonstrou ser um grande crítico sobre a forma como o Brasil tem sido conduzido.
Quem relata o episódio é o próprio senador Aécio Neves, numa entrevista concedida ao UOL:
“A política externa brasileira é vergonhosa. Privilegia um alinhamento ideológico que nenhum benefício traz ao país. Nós estamos isolados. Eu e senadores do PSDB recebemos uma visita do talvez maior empresário brasileiro hoje. É um dos sócios da InBev. Esteve no nosso gabinete falando um pouco sobre o mundo, sobre China. Beto. Sicupira [Carlos Alberto da Veiga Sicupira]. Um dos senadores perguntou: ‘E o Brasil hoje? Você que está vivendo mais lá do que cá, não é?’. Ele falou uma frase diferente de todas as outras que costumamos ouvir: ‘Simplesmente o Brasil não existe. É ignorado’.
“[Ou seja,] ninguém olha. Ninguém mais está preocupado com o que está acontecendo no Brasil. Passou. Esse foi o grande crime que esse alinhamento ideológico da política externa cometeu com o Brasil”.
Fernando Rodrigues
A presidente Dilma Rousseff passa só 2 dias desta semana em Brasília. Amanhã, lança um pacote de concessões de aeroportos e rodovias. De noite, na 3ª feira, viaja para reuniões na Europa.
A Câmara deve começar a apreciar o projeto de lei sobre o fim da desoneração das folhas de pagamentos de alguns setores na 4ª feira.
O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, negocia uma visita ao Senado para falar com os políticos antes de ser convocado para a CPI do Futebol.
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2ª feira (8.jun.2015)
Dilma e Levy – às 16h30, Dilma reúne-se com o ministro Joaquim Levy (Fazenda), no Palácio do Planalto.
Cunha e Renan na Rússia – presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), participam com congressistas brasileiros de reunião parlamentar dos Brics, na Rússia.
Crise na CBF – Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, comanda reunião com presidentes dos clubes, no Rio. Alguns clubes planejam boicotar o encontro e se reunir em São Paulo, na mesma data, para discutir a formação de uma liga independente.
3ª feira (9.jun.2015)
Dilma e a infraestrutura – presidente Dilma Rousseff anuncia pacote de concessões de infraestrutura no valor de R$ 110 bilhões a R$ 130 bilhões. Medida deve incluir 11 rodovias e em 4 aeroportos (Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis).
Alckmin em Brasília – governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, participa, em Brasília, de reunião na Câmara sobre a revisão do pacto federativo.
Fachin em São Paulo – Luiz Fachin, confirmado para uma vaga de ministro do STF, e Carlos Ayres Britto, ex-presidente da Corte, participam de seminário internacional sobre os 800 anos da carta magna da Inglaterra promovido pelo escritório Pinheiro Neto Advogados. Em SP.
4ª feira (10.jun.2015)
Dilma em Bruxelas – presidente da República, Dilma Rousseff, participa da II Cúpula dos Estados Latinos Americanos (Celec) e União Europeia. Na Bélgica, até 5ª feira (11.jun.2016)
Desoneração da folha – plenário da Câmara pode votar projeto de lei 863/15, de autoria do Palácio do Planalto, que reduz a desoneração em folha de pagamentos. Trata-se de um dos pilares do ajuste fiscal. O relator, Leonardo Picciani (RJ), líder do PMDB na Câmara, pretende manter o benefício para alguns setores da economia.
Reforma política – plenário da Câmara dos Deputados também pode retomar a votação da reforma política. Em pauta, a duração dos mandatos, unificação das eleições, cotas para mulheres, voto facultativo, data da posse presidencial e federações partidárias. Até 5ª feira (11.jun.2015).
Reforma política 2 – ministra Rosa Weber, do STF, recebe manifesto assinado por advogados como Fábio Konder Comparato, Dalmo Dallari e Celso Bandeira de Mello e ex-presidentes e conselheiros da OAB. Weber é a relatora de mandado de segurança que contesta a aprovação, pela Câmara, da legalização das doações de empresas a partidos. Os autores do mandado de segurança alegam que houve manobra regimental do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante a votação da proposta.
Biografias – plenário do STF julga ação sobre a necessidade de autorização para publicar biografias e a possibilidade de censura pelo biografado ou familiares.
5ª feira (11.jun.2015)
Congresso do PT – partido realiza seu 5º Congresso Nacional, em Salvador. Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da abertura. Em pauta, ajuste fiscal, financiamento de campanha e futuro da legenda. Até sábado (13.jun.2015). Há expectativa que a presidente Dilma participe do evento no sábado (13.jun.2015), data em que a petista chegará de volta ao Brasil depois do giro europeu.
CPI da Petrobras – comissão deve realizar reunião fechada com Snezana Gebauer, representante da Kroll. A empresa britânica foi contratada pela Câmara para buscar contas em outros países de pessoas investigadas pela Operação Lava Jato.
Crise na CBF – Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, comanda reunião extraordinária com dirigentes das 27 federações estaduais de futebol. Em pauta, reforma do estatuto da entidade. Há rumores sobre uma possível renúncia de Del Nero e articulações para sua sucessão.
6ª feira (12.jun.2015)
Fusão PPS-PSB – PPS promove reunião extraordinária de seu diretório nacional, em Brasília, para deliberar sobre a proposta de fusão com o PSB. Há poucas chances que a iniciativa seja aprovada neste momento. Antes do encontro, os presidentes do PPS, Roberto Freire, e do PSB, Carlos Siqueira, devem enviar ao Tribunal Superior Eleitoral consulta para indagar se a fusão de legendas equivale à criação de um novo partido no tocante ao acesso ao fundo partidário e à divisão do tempo de TV.
Sábado (13.jun.2015)
Legalização da maconha – movimentos organizam ato a favor da legalização da maconha para uso medicinal e recreativo em João Pessoa (PB) e Campinas (SP).
Domingo (14.jun.2015)
Dirigentes tucanos – PSDB realiza convenções estaduais para escolher o comando de seus diretórios.
Fernando Rodrigues
Nesta semana, o Congresso começa a apurar acusações de corrupção contra a CBF e a presidente Dilma Rousseff anuncia o Plano Safra 2015/2016.
Dilma comanda nesta 2ª feira pela manhã reunião de articulação política. À tarde, reúne-se com Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos. Na 3ª feira, lança o Plano Safra 2015/2016.
Na 2ª feira, será lido na Câmara o requerimento para criar a CPI do Futebol na Casa, para investigar acusações de corrupção envolvendo a CBF.
Na 4ª feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central anuncia a nova taxa básica de juros, a Selic, no momento em 13,25% ao ano.
A seguir, o drive político da semana. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.
AVISO AOS LEITORES: o drive político da semana completo, com atualizações diárias, está disponível para assinantes. Se desejar assinar e receber a versão completa, escreva para frpolitica@gmail.com
2ª feira (1º.jun.2015)
Dilma e a política – presidente Dilma Rousseff comanda reunião de articulação política. Às 9h, no Palácio do Planalto.
Dilma e as Olimpíadas – às 15h, Dilma reúne-se com Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos. No Palácio do Planalto.
CPI do Futebol – requerimento para instalar a CPI do Futebol na Câmara é lido em plenário.
Agronegócio 1 – ministra Kátia Abreu (Agricultura) apresenta detalhes do Plano Safra 2015/2106 a integrantes da bancada ruralista. Na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária, em Brasília. O plano será lançado pela presidente Dilma Rousseff na 3ª feira (2.jun.2015).
Agronegócio 2 – Kátia Abreu estava no exterior semana passada. Terá agora de responder a respeito de uma reportagem do Canal Rural que mostra ela como beneficiária de terras públicas no Estado do Tocantins: comprou um lote por preço baixo e teve um lucro imobiliário de 16.000% em 9 anos.
3ª feira (2.jun.2015)
Dilma e o agronegócio – presidente Dilma Rousseff e ministra Kátia Abreu (Agricultura) lançam o Plano Safra 2015/2016. Produtores rurais esperam um volume de recursos para financiamento similar ao do ano passado, de cerca de R$ 170 bilhões, mas com juros mais elevados. As taxas devem ser 8,75% a 9% ao ano para custeio e de 7% a 7,5% para financiamentos com menor limite, contra taxa média de 6,5% do atual plano. Às 11h, no Planalto.
Levy em Paris – ministro Joaquim Levy (Fazenda) participa de fórum da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e reunião dos ministros dos países associados à instituição, em Paris.
4ª feira (3.jun.2015)
Taxa Selic – Comitê de Política Monetária do Banco Central anuncia no final do dia a nova taxa básica de juros, a Selic, no momento em 13,25% ao ano. Mercado espera por alta de 0,5 p.p. da taxa.
Cunha em Tel Aviv – Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, reúne-se no Knesset, o parlamento de Israel, com Yuli-Yoel Edelstein, presidente da Casa, e Isaac Herzog, líder da oposição. Cunha também participa de encontro com o grupo parlamentar da amizade Israel-Brasil e visita o Museu do Holocausto. Em seguida, o peemedebista deve ser recebido pelo presidente de Israel, Reuven Rivlin, ou pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Brasil e OCDE – ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) assina acordo de cooperação com o secretário-geral da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Angel Gurria. Marco pavimenta caminho para futura adesão do Brasil à entidade.
5ª feira (4.jun.2015)
Corpus Christi – ponto facultativo tratado como feriado: ninguém trabalha em Brasília. Quantos feriados legais há no Brasil? Apenas 8. Lei mais aqui.
Cunha em Ramallah – Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, reúne-se com representantes do Conselho Nacional Palestino e Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina.
Professores de SP – greve dos professores de São Paulo chega ao seu 81ª dia e se torna a mais longa da história da categoria. Paralisação de 1989 durou 80 dias.
6ª feira (5.jun.2015)
Dilma e o meio ambiente – há expectativa de que a presidente Dilma Rousseff anuncie a ampliação das áreas de preservação legal na Amazônia. Percentual do território protegido dos municípios da região pode subir de 73% para 85%. Nesta data se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Setor sucroalcooleiro – prazo limite para interessados na aquisição do Grupo Ruette apresentarem propostas. Avaliam a compra as gestoras Black River e Brookfield e os grupos Guarani, Nardini e Santa Isabel. Empresa tem 2 unidades em SP com capacidade de moagem de 3,6 milhões de toneladas de cana e dívida de R$ 600 milhões, valor próximo ao avaliado para as usinas.
Sábado (6.jun.2015)
Graziano na ONU – FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) realiza sua 39ª conferência. José Graziano, ex-ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, deve ser reeleito para o cargo de diretor-geral.
Protestos de rua – manifestações de junho de 2013 completam 2 anos. Em 6.jun.2013, Movimento Passe Livre organizava a primeira passeata contra o reajuste da tarifa de ônibus em São Paulo.
Domingo (7.jun.2015)
Cunha em Moscou – Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, participa de encontro parlamentar dos Brics na Duma, o parlamento russo.
Dirigentes tucanos – PSDB realiza convenções estaduais para escolher o comando de seus diretórios.
PSDB na TV – legenda tem 2,5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.
Fernando Rodrigues
Nesta semana, a Câmara vota a proposta de reforma política e as centrais sindicais promovem paralisações contra o ajuste fiscal.
Na 2ª feira, a presidente Dilma Rousseff viaja ao México, onde se encontrará com o presidente Enrique Peña Nieto, para firmar acordos comerciais. Dilma volta ao Brasil na 4ª feira (27.mai.2015).
A pauta da Câmara dos Deputados estará dedicada à proposta de reforma política. Na 2ª feira, a comissão especial sobre o tema vota o texto. Mesmo se não houver acordo, a proposta será submetida ao plenário da Casa, em votações fatiadas, de 3ª feira a 5ª feira. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tenta emplacar o “distritão” nas eleições para deputados, mas enfrenta resistência do próprio partido, do PT e do PSDB. Também serão discutidos financiamento eleitoral e fórmulas para reduzir o número de partidos.
Na 3ª feira, o Senado vota em plenário a medida provisória 665, que restringe a concessão do seguro-desemprego. Senadores da base de apoio o governo, como Lindbergh Farias (PT-RJ) e Paulo Paim (PT-RS), já anunciaram que votarão contra a medida.
Enquanto o governo tenta passar o ajuste fiscal no Congresso, os professores e funcionários de universidades e instituições de ensino federais cogitam entrar em greve na 5ª feira e centrais sindicais promovem na 6ª feira paralisações contra cortes no Orçamento e a ampliação da terceirização.
Também na 6ª feira, o IBGE divulga o resultado do PIB no primeiro trimestre.
Ainda nesta semana, Marina Silva vai ao Tribunal Superior Eleitoral pedir o registro oficial da Rede como partido político. O ministro Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) viaja aos Estados Unidos para discutir parcerias em pesquisas e desenvolvimento tecnológico.
E a presidente Dilma, após vetar texto aprovado pelo Congresso que acabava com o fim do sigilo nas operações do BNDES, deve liberar dados sobre operações do banco em Angola e Cuba.
Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.
2ª feira (25.mai.2015)
Dilma e a política – presidente Dilma Rousseff comanda reunião de articulação política, às 9h, no Palácio do Planalto.
Dilma no México – às 11h, Dilma viaja ao México, onde se encontrará com o presidente Enrique Peña Nieto. Devem ser firmados acordos nas áreas agrícola, comercial, industrial e de intercâmbio acadêmico entre os dois países. Até 4ª feira (27.mai.2015).
Petrobras – assembleia geral extraordinária de acionistas examina resultados da estatal em 2014.
Reforma política – Comissão Especial da Câmara sobre reforma política vota relatório sobre a PEC 182/07. Se não houver consenso, texto pode ir direto ao plenário da Câmara na 3ª feira (26.mai.2015). Proposta estabelece o sistema de “distritão” na eleição de deputados, segundo o qual seriam eleitos os políticos individualmente mais votados em cada Estado, mandatos de 5 anos para todos os cargos, inclusive senador, e cláusula de desempenho, entre outros pontos.
Reforma política 2 – presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reúne-se com representantes do PT e do PSDB para tentar costurar um acordo sobre a reforma política. Cunha defende o “distritão”. PT e PSDB analisam fechar acordo em torno do sistema distrital misto.
Reforma política 3 – Valdir Raupp, vice-presidente do PMDB, janta com o presidente do PT, Rui Falcão, e com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, para articular a derrubada do “distritão” do projeto de reforma política. Raupp é contra o modelo, apoiado por 2 pemedebistas de peso: Eduardo Cunha e o vice-presidente da República, Michel Temer.
Prefeitos em Brasília – Confederação Nacional de Municípios promove a 18ª Marcha a Brasília. Prefeitos devem cumprir périplo em gabinetes de deputados e senadores e visitar ministérios para reclamar dos cortes no Orçamento e pedir mais verbas para seus municípios. Até 5ª feira (28.mai.2015).
Ricardo Pessoa em Brasília – Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, em prisão domiciliar em São Paulo, foi autorizado pelo juiz Sérgio Moro a ficar em Brasília até 6ª feira (29.mai.2015) para discutir os termos de sua delação premiada na sede da Procuradoria-Geral da República. O ministro Teori Zavascki pediu na última semana que Rodrigo Janot, procurador-geral da República, faça modificações no termo de delação, o que pode reduzir o efeito da ida de Pessoa à capital.
Crise na indústria automotiva – Mercedes-Benz e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reúnem-se para discutir a possível demissão de 500 trabalhadores da Fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Montadora quer efetivar os cortes até 6ª feira (29.mai.2015).
Dívida – Tesouro Nacional divulga relatório mensal da dívida pública de abril.
Supersimples – Comissão especial da Câmara sobre o projeto de lei complementar 25/2007, que simplifica a metodologia de apuração do Simples Nacional, realiza seminário na Assembleia Legislativa do Estado de SP.
Mortalidade juvenil – CPI do Senado que investiga o assassinato de jovens promove audiência com representantes de entidades da sociedade civil.
Enem – abertura do período de inscrição para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2015. Prazo vai até 5.jun.2015.
Construção civil – Confederação Nacional da Indústria divulga Sondagem Indústria da Construção de abril, com dados sobre a utilização da capacidade de operação, o nível de atividade das empresas e o número de empregados.
Infraestrutura – Confederação Nacional do Transporte divulga estudo sobre entraves logísticos ao escoamento de soja e milho.
Água em SP – reunião na Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo com representantes da Agência Nacional de Águas, do Departamento de Água e Energia Elétrica e da Sabesp define vazões de retirada do Sistema Cantareira para o período seco, de 1 de junho a 30 de novembro de 2015.
Saúde em SP – programa “Roda Viva”, da TV Cultura, entrevista David Uip, secretário da saúde no Estado de São Paulo.
Inflação – FGV divulga o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores.
Dawkins no Brasil – biólogo britânico Richard Dawkins apresenta palestra em Porto Alegre no ciclo de debates “Fronteiras do Pensamento”.
Suriname vota – país elege sua nova Assembleia Nacional.
3ª feira (26.mai.2015)
Reforma política – plenário da Câmara inicia análise da PEC 182/07, sobre reforma política, e deve votar texto até 5ª feira (28.mai.2015). O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), propõe votar o texto por temas, na seguinte ordem: sistema eleitoral, financiamento de campanhas, proibição ou não da reeleição, duração dos mandatos de cargos eletivos, coincidência de mandatos, cota de 30% para as mulheres, fim da coligação proporcional e cláusula de barreira.
Ajuste fiscal – Senado começa a votar em plenário 3 medidas provisórias, que estão trancando a pauta: a MP 665/2014 (que endurece as regras de concessão do seguro-desemprego, abono salarial e do seguro-defeso); a MP 664/2014 (que torna mais rígido o acesso ao direito à pensão por morte e acaba com o fator previdenciário); e a MP 668/2015 (que aumenta as alíquotas de contribuições incidentes sobre as importações, o PIS/Pasep-Importação e a Cofins-Importação). As duas primeiras MPs (665 e 664) precisam ser votadas até 1º de junho, quando perdem a validade. Problemas para o governo: senadores da base de apoio o governo, como Lindbergh Farias (PT-RJ) e Paulo Paim (PT-RS), já anunciaram que votarão contra a medida.
Congresso e os vetos – Congresso Nacional promove sessão para analisar 5 vetos da presidente Dilma Rousseff, incluindo a trechos da Lei Orçamentária Anual de 2015, ao novo Código do Processo Civil e às novas regras para fusão de partidos.
CPI da Petrobras – comissão da Câmara realiza oitiva com Eduardo Leite, ex-vice-presidente da Camargo Corrêa, João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, e José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS.
Ação contra Dilma – PSDB, DEM, PPS e SD protocolam na Procuradoria-Geral da República pedido de abertura de investigação contra a presidente Dilma Rousseff por suposto crime na prática das “pedaladas” fiscais. Medida é alternativa ao pedido de impeachment, descartado na semana passada. PSDB também tenta convencer o PSC a assinar o documento.
Toffoli e Lava Jato – ministro Dias Toffoli assume, por 1 ano, a presidência da 2ª turma do Supremo Tribunal Federal, que julgará os processos da Operação Lava Jato.
Petrobras – empresa deve anunciar seu novo plano de investimentos para os próximos 5 anos.
Greve em SP – funcionários do Metrô e da CPTM em São Paulo realizam assembleia para decidir se entram em greve. Os funcionários do Metrô reivindicam 9,49% de reajuste salarial acima da inflação, além de reposição de 8,24%. O Metrô oferece 7,21% de aumento. Os ferroviários pede reajuste de 7,89% mais 10% de aumento real, e a CPTM oferece 6,65%.
CPI do HSBC – comissão do Senado que apura possível sonegação fiscal cometida por brasileiros que tinham conta no HSBC da Suíça analisam requerimentos. Na pauta, decisão sobre possível viagem dos senadores à França para ouvir Hervé Falciani, ex-funcionário do HSBC que vazou os dados, e a quebra de sigilo fiscal de brasileiros citados no SwissLeaks.
Tombini no Senado – Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, participa de audiência pública conjunta no Congresso sobre o cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetárias, creditícia e cambial.
Mangabeira e a educação – ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) participa de audiência na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado sobre a qualificação do ensino básico.
Paes em SP – Eduardo Paes, prefeito do Rio, apresenta oportunidades de investimento no município em evento promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em SP.
Financiamento imobiliário – conselho curador do FGTS decide se recursos do fundo poderão utilizados para conceder crédito de até R$ 300 mil na compra de imóveis. Hoje o teto é de R$ 190 mil.
Crise na indústria automotiva – GM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano reúnem-se para discutir a possível demissão de 819 trabalhadores da fábrica de São Caetano do Sul (SP) que estão em lay-off (suspensão temporária do contrato) até 9.jun.2015.
STF julga políticos – está na pauta da 2ª turma do Supremo ação penal contra o deputado Alberto Fraga (DEM-DF). Na 1ª turma, consta na pauta inquérito contra o ex-deputado Julio Campos (DEM-MT).
Pesquisas com animais – Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado realiza audiência pública para analisar a vedação da utilização de animais em atividades de ensino, pesquisas e testes laboratoriais.
Eletrobras – CVM (Comissão de Valores Mobiliários) julga processo em que a União é acusada de voto abusivo na aprovação da renovação das concessões da Eletrobras, em 2012.
Diplomacia – Luis Almagro, ex-chanceler uruguaio, assume cargo de secretário-geral da Organização dos Estados Americanos.
Comunicação empresarial – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial promove o 18º Congresso de Comunicação Corporativa. Em SP, até 5ª feira (28.mai.2015).
PP na TV – legenda tem 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.
Construção civil – FGV divulga o Índice Nacional de Custo da Construção e a Sondagem da Construção.
Consumo – FGV divulga a Sondagem do Consumidor.
4ª feira (27.mai.2015)
Protesto contra Dilma – integrantes de marcha pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff que saiu de São Paulo no final de abril e chegou em Brasília no domingo (24.mai.2015) organizam ato e protocolam na Câmara pedido de impeachment da presidente. Grupo está insatisfeito com a decisão do PSDB de desistir, por ora, de apoiar a iniciativa. Agricultores e pecuaristas também prometem realizar “tratoraço” contra o governo e por mais segurança jurídica no campo.
Barbosa no Senado – Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Senado realiza audiência pública com o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) sobre o projeto de Orçamento para 2016.
Direito do trabalho – Comissão de Assuntos Sociais do Senado vota projeto de lei que autoriza a suspensão de contratos de trabalho pelo período de 2 a 5 meses quando o empregador, em razão de crise econômica, comprovar que não pode manter a produção ou o fornecimento de serviços.
Mineiros em Brasília – cerca de 300 prefeitos de cidades de Minas Gerais devem participar da reunião com a bancada de deputados e senadores do Estado.
Fies – está na pauta do plenário do STF ação promovida pelo PSB que questiona alteração da regras do Fies para exigir desempenho mínimo no Enem de estudantes inscritos no programa. O ministro Luís Roberto Barroso já deferiu liminar para afastar a exigência para estudantes já inscritos e manteve a regra para novos contratos.
Aposentadoria de juízes – também está na pauta do plenário do Supremo diversas ações ajuizadas por associações de magistrados que pedem que os juízes sejam excluídos da reforma da previdência iniciada pela emenda constitucional 20/98 e aprofundada pela emenda 41/03.
Hilton na Câmara – ministro George Hilton (Esportes) participa de comissão geral no plenário da Câmara e presta esclarecimentos aos deputados sobre ações de sua pasta.
CPI da Petrobras – comissão colhe depoimentos dos representantes do Grupo Schahin: Carlos Eduardo Schahin, Milton Toufic Schahin, Salin Toufic Schahin, Rubens Toufic Schahin e Pedro Schahin.
Aviação – deputada Clarissa Garotinho (PMDB-RJ) deve apresentar à Comissão de Viação e Transporte da Câmara seu parecer sobre o projeto de lei 8.255/14, que garante 12 folgas mensais aos pilotos e comissários de bordo.
Indústria calçadista – empresa de calçados Via Uno, em falência, vai à leilão. Companhia é avaliada em R$ 10 milhões. Na sede da empresa, em Novo Hamburgo (RS).
Direitos humanos – Plataforma Dhesca no Brasil, formada por 40 organizações da sociedade civil, apresenta relatório de 2012/2014 sobre direitos humanos no país. Na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
Amado Batista na Câmara – cantor participa de audiência pública sobre redução da maioridade penal, da qual seria a favor.
Transparência – Valdir Simão, ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, participa de seminário da OAB sobre a Lei Complementar 131, que estabelece a publicação de dados da administração pública. Na sede da OAB, em Brasília.
Dawkins no Brasil – biólogo britânico Richard Dawkins apresenta palestra em São Paulo no ciclo de debates “Fronteiras do Pensamento”.
Indústria – FGV divulga a Sondagem da Indústria.
Emprego – Dieese divulga a Pesquisa do Emprego e Desemprego.
5ª feira (28.mai.2015)
Federais em greve – professores e funcionários de universidades e instituições de ensino federais cogitam entrar em greve. Categoria reivindica melhores salários e condições de trabalho.
CPI da Petrobras – comissão da Câmara realiza oitiva com Mateus Coutinho de Sá Oliveira e Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia, e José Ricardo Nogueira Brechirolli, da OAS.
Sistema financeiro – Conselho Monetário Nacional reúne-se em Brasília. Participam os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Política para drogas – IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais) e Cesec (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania) lançam a Plataforma Brasileira de Política de Drogas e a campanha “Da proibição nasce o tráfico”. Na Faculdade de Direito da USP, em SP.
PSC na TV – legenda veicula propaganda partidária de 10 minutos de duração em rádio e televisão. No rádio, às 20h, e na TV, às 20h30.
PDT na TV – legenda tem 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.
Inflação – FGV divulga o IGP-M, índice que orienta o reajuste de alugueis. IBGE divulga o Índice de Preços ao Produtor – Indústrias de Transformação.
Comércio – FGV divulga a Sondagem do Comércio:
Comunicação empresarial – Mega Brasil lança “Anuário da Comunicação Corporativa 2015”, com levantamento sobre o mercado.
6ª feira (29.mai.2015)
Greve geral – centrais sindicais promovem dia nacional de paralisação e manifestações contra a terceirização e o ajuste fiscal.
PIB – IBGE divulga o resultado do PIB no primeiro trimestre.
Crise na indústria automotiva – prazo limite estabelecido pela Mercedes-Benz para demitir 500 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo (SP).
Casamento de Jefferson – Roberto Jefferson, ex-deputado do PTB condenado no mensalão, que hoje cumpre pensa em regime aberto, se casa em Três Rios, no interior fluminense.
PC do B reunido – partido realiza sua 10ª Conferência Nacional. Até domingo (31.mai.2015), em São Paulo.
Renovação do Fies – termina o prazo para que estudantes já beneficiados pelo Fies solicitem a renovação dos contratos em vigor.
Exame da OAB – Renato Janine Ribeiro, ministro da Educação, e Gilmar Mendes, ministro do STF, participam de seminário sobre o impacto do exame da OAB na qualidade do ensino jurídico. Na sede do Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.
Energia – Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) realiza leilão de energia de reserva.
Cuba e EUA – fim do prazo para o Congresso americano opor-se à exclusão de Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo. Após esta data, Cuba estará formalmente autorizada a reabrir sua embaixada nos Estados Unidos e vice-versa. Países ainda negociam condições.
Imigrantes na Ásia – cúpula regional discute crise da imigração e emigração nos países do sudeste asiático, que veio à tona com a fuga em massa do grupo étnico rohingya de Myanmar.
Igualdade de gênero – palestra TEDx discute igualdade de gênero e empoderamento das mulheres. Na Embaixada da França, em Brasília.
Legalização da maconha – movimentos organizam ato a favor da legalização da maconha para uso medicinal e recreativo em Juiz de Fora (MG), Foz do Iguaçu (PR) e Natal (RN).
Sábado (30.mai.2015)
PDT na TV – legenda tem 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.
Legalização da maconha – movimentos organizam atos a favor da legalização da maconha para uso medicinal e recreativo em Belo Horizonte, Ribeirão Preto, Santo André (SP), São Carlos (SP) e São Gonçalo (RJ).
Domingo (31.mai.2015)
Dirigentes do PSDB – partido realiza convenções municipais em cidades com mais de 500 mil eleitores. Em São Paulo, disputam a presidência do diretório Mário Covas Neto, Ramalho da Construção e Fábio Leqique.
Crise na siderurgia – Usiminas deve desligar alto-forno de siderúrgica em Cubatão (SP). Empresa diz ser necessário adequar a produção à demanda do mercado.
Extradição de Pizzolato – Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado no mensalão e detido na Itália, pode ser solto temporariamente por brecha legal. Nesta data terminaria o período para que o Brasil efetivasse sua extradição, mas há recurso pendente no Tribunal Administrativo de Roma, com julgamento previsto para a próxima 4ª feira (3.jun.2015).
Neutralidade de rede – prazo final para envio de contribuições ao Ministério da Justiça sobre a regulamentação do Marco Civil da Internet.
Legalização da maconha – movimentos organizam ato a favor da legalização da maconha para uso medicinal e recreativo em Curitiba.
Nono dígito – a partir desta data deve ser incluído o dígito “9” em todos os números celulares de Alagoas (DDD 82), Ceará (85 e 88), Paraíba (83), Pernambuco (81 e 87), Piauí (86 e 89) e Rio Grande do Norte (84).
Fernando Rodrigues
Ministro da Fazenda se sentiu desautorizado por corte abaixo de R$ 70 bilhões
Irritado com colega do Planejamento, Levy não quis participar de entrevista
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ficou altamente irritado com o seu colega da pasta do Planejamento, Nelson Barbosa, pelo fato de o valor total dos cortes no Orçamento ter ficado abaixo de R$ 70 bilhões –ficou em R$ 69,9 bilhões.
Levy havia declarado publicamente na segunda-feira (18.mai.2015), após se reunir com o vice-presidente, Michel Temer, que a ordem de grandeza dos cortes ficaria entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões.
A partir daí, Nelson Barbosa se uniu ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para tentar de todas as formas estipular um valor fora da faixa anunciada por Joaquim Levy. A decisão final foi tomada na quinta-feira (21.mai.2015), e chancelada pela presidente Dilma Rousseff.
Nesta sexta-feira (22.mai.2015), Levy tentou durante parte da manhã reverter sua derrota do dia anterior. Em vão. A presidente da República e o Ministério do Planejamento mantiveram o valor.
No início da tarde, antes de começar a entrevista coletiva que estava programada para ser estrelada por Levy e Barbosa, o titular da Fazenda informou ao colega do Planejamento, por telefone, que não participaria. Foi uma conversa dura.
A desculpa formal dada aos jornalistas à tarde foi que Levy estava com gripe. De fato, ele está resfriado. Mas a razão real para ter faltado à entrevista foi a irritação por causa do valor de R$ 69,9 bilhões.
Durante a entrevista, outro fato foi notado pelo Ministro da Fazenda. Nelson Barbosa não deu a palavra ao secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Barbosa Saintive, que é subordinado a Levy. Foi uma retaliação de Nelson Barbosa contra Levy.
Por enquanto, segundo o Blog apurou, não há risco de Levy deixar a Fazenda ou ser demitido.
Outra razão pela qual ele não quis participar da entrevista coletiva desta sexta foi o fato de que sua apresentação seria muito mais realista do que a de Nelson Barbosa. Para Levy, muitos no Brasil, no meio empresarial e no governo, ainda não passaram pelo momento de “cair a ficha” em relação à real situação da economia.
O ministro da Fazenda sente-se só neste momento. Não enxergou ninguém no alto escalão da administração federal se solidarizando com sua cruzada pelo ajuste fiscal. De maneira tímida, a presidente da República tem dado apoio. Mas não no caso simbólico de fixar o valor dos cortes no Orçamento um pouco acima de R$ 70 bilhões.
Quem conhece as contas do governo sabe que não faria diferença, em termos econômicos reais, fixar os cortes do Orçamento em R$ 69,9 bilhões ou em R$ 70,1 bilhões. Até porque, é mínima a chance de o valor anunciado nesta sexta ser cortado exatamente tal qual o governo está prometendo.
A diferença que haveria seria política. Se Dilma tivesse permitido que o contingenciamento ficasse em R$ 70,1 bilhões, estaria “empoderando” um pouco mais seu ministro da Fazenda. Mas, nesse episódio, a presidente preferiu ouvir mais os argumentos de Nelson Barbosa do que os de Joaquim Levy.
O ministro da Fazenda se vê cada vez mais isolado dentro do governo. No Congresso, sente-se atacado por aliados do Planalto. No PT, enxerga o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vocalizado críticas por achar que o ajuste fiscal é mais duro do que o necessário. Por enquanto, Levy só se ampara em Dilma. Menos nesta sexta, quando a presidente também não quis segui-lo a respeito do valor dos cortes no Orçamento.
Fernando Rodrigues
Ministro teme que todas as demandas acabem chegando à Fazenda
Ao fazer uma análise do noticiário sobre sua atuação ontem (19.mai.2015) para entrar no prédio invadido do Ministério da Fazenda, o titular da pasta ficou incomodado. Joaquim Levy achou que passou a imagem de que poderia estar se tornando uma espécie de “resolvedor-geral” do governo –algo que não quer e que poderia atrapalhar sua atuação na construção de consensos no Congresso para aprovar as medidas do ajuste fiscal.
Depois de algumas conversas internas no governo, ficou acertado que Levy será preservado, quando possível, de receber associações, federações ou outros grupos de pressão.
O ministro da Fazenda ficou surpreso com a repercussão de sua breve conversa com representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), que ocuparam o prédio do ministério na terça-feira (19.mai.2015). Embora o noticiário tenha descrito o episódio como uma negociação entre Levy e os agricultores, o que se passou foi algo diferente –conforme relato do ministro para integrantes do governo.
O ministro afirma que sua conversa com os manifestantes durou poucos minutos e não teria entrado no mérito das reivindicações. Ao chegar para trabalhar, ele apenas pediu aos manifestantes que o deixassem entrar no prédio da Fazenda, que desocupassem o edifício e que se preparassem para ser recebidos às 11h30 da manhã no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o que acabou ocorrendo.
O noticiário (inclusive o da agência oficial do governo, a EBC) registrou a frase do ministro quando estava na porta da Fazenda falando com os manifestantes: “O governo brasileiro tem canais institucionais para responder às reivindicações. Então, temos que ajudar esses canais institucionais. Há disposição para conversar, particularmente no Ministério do Desenvolvimento Agrário, para vermos qual é a pauta. Ainda não sei qual é a pauta”.
Hoje (20.mai.2015), Levy fez esse relato a alguns integrantes do governo. Disse que seria desconfortável para ele ter de receber reinvindicações que não são diretamente ligadas à Fazenda.
Outro motivo de desconforto do ministro foi o fato de que a Fetraf é filiada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), ligada ao Partidos dos Trabalhadores –que é a legenda da presidente Dilma Rousseff.
Joaquim Levy e muitos integrantes do governo, conforme o Blog ouviu mais de uma vez no Palácio do Planalto, entendem que setores do PT têm atuado nas últimas semanas de maneira hostil em relação às medidas do ajuste fiscal em discussão no Congresso.
O caso dos trabalhadores na agricultura familiar é emblemático. Essa área é comandada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, que tem o petista Patrus Ananias à frente. Ainda assim, embora os manifestantes sejam ligados à CUT (e ao PT), foram bater à porta do Ministério da Fazenda, invadindo o edifício de Joaquim Levy numa tentativa de constranger o ministro que foi comissionado pela presidente Dilma Rousseff para consertar as contas públicas.