Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Dilma Rousseff

Dilma supera Lula e FHC em ida a debates durante campanha à reeleição
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Petista é a primeira candidata à reeleição ao Planalto que vai a debates no 1° turno

No entanto, Dilma se recusou a participar de confronto direto na web com Marina e Aécio

Presidente esteve em 13 grandes entrevistas e sabatinas neste ano; concorrentes foram a 17

Com o debate desta 5ª feira (2.out.2014), a presidente Dilma Rousseff (PT) terá participado de 5 eventos desse tipo e de 17 grandes entrevistas e sabatinas nesta sua campanha por mais 4 anos no Palácio do Planalto. Trata-se de exposição muito superior à enfrentada pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1998 e 2006, quando ambos renovaram seus mandatos.

Além do debate presidencial organizado nesta 5ª feira à noite pela Rede Globo, ela também já foi aos debates da TV Bandeirantes (26 de agosto), UOL, “Folha”, SBT e Jovem Pan (1° de setembro), CNBB (16 de setembro) e Record (28 de setembro).

A presidente e sua equipe não aceitaram neste ano de 2014, entretanto, um debate apenas na internet que permitiria ter apenas os 2 ou 3 principais colocados se enfrentando. Em 2010, UOL e “Folha” promoveram um evento desse tipo apenas com Dilma, o tucano José Serra e Marina Silva, então filiada ao PV.

Mas Dilma é a primeira candidata à reeleição ao Planalto que participa de debates no primeiro turno. FHC, em 1998, e Lula, em 2006, se recusaram a ir a esses programas (tabela abaixo). O tucano venceu em turno único. Lula, no segundo turno, aceitou debater com Geraldo Alckmin (PSDB).

debates_tabela3
Em 2006, cobrado por sua negativa em participar de debates no primeiro turno, Lula afirmou que “o presidente da República não pode se expor, tem de preservar a instituição”.

À época, o antecessor servia de exemplo. “Não é hábito do presidente ir a debate. O Fernando Henrique não foi a nenhum debate. Eu nunca vi ninguém cobrar dele”, disse.

Enfrentamentos diretos entre os candidatos ajudam o eleitor a decidir seu voto. Pesquisa feita pela consultoria Expertise com 1.188 eleitores aponta que os debates contam mais que as notícias e os programas eleitorais na escolha do candidato.

 

ENTREVISTAS
O espaço reservado para entrevistas e sabatinas na agenda de Dilma nesta campanha também é superior à da sua primeira disputa, em 2010, e à campanha de Lula em 2006.

Neste ano, houve 17 entrevistas e sabatinas organizadas por grandes veículos de comunicação ou entidades setoriais com os principais candidatos.

Marina Silva (PSB) –ou Eduardo Campos, que morreu em 13.ago.2014– e Aécio Neves (PSDB) foram a todas elas. Dilma, a 13. A petista não concedeu entrevistas ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, ao portal “G1”, ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, e ao Jornal da Globo.

Em 2010, houve 12 entrevistas e sabatinas do gênero. Dilma faltou a 4: as organizadas pelos jornais “Folha de S.Paulo”, “O Globo” e “O Estado de S.Paulo” e à sabatina da CNA (Confederação Nacional da Agricultura). Naquele ano, José Serra (PSDB) foi a todos os eventos e Marina não participou apenas da sabatina na CNA. Os 3 foram a um debate exclusivo pela internet promovido pelo UOL e a “Folha”.

Em 2006, 10 entrevistas tentaram reunir os principais candidatos no primeiro turno. Lula foi a 7 e negou convites dos jornais “Folha de S.Paulo”, “O Globo” e “O Estado de S.Paulo”. Geraldo Alckmin (PSDB) e Heloísa Helena (PSOL) participaram de todos os eventos.

Compare abaixo a participação dos 3 principais candidatos em entrevistas, sabatinas e debates nas eleições presidenciais de 2006, 2010 e 2014:

presidenciaveis_midiav4

(Bruno Lupion)

O blog está no Twitter e no Facebook.


Fortalecida, Dilma agora pode escolher quem prefere enfrentar no 2º turno
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Estratégia eficaz na TV permite à petista influir sobre quem será seu adversário

A presidente Dilma Rousseff (PT) chegou a esta fase da campanha eleitoral de 2014 com um trunfo nada desprezível: está em suas mãos a decisão de colocar no segundo turno Marina Silva (PSB) ou Aécio Neves (PSDB). A petista vai escolher quem preferirá enfrentar.

É evidente que Dilma gostaria de vencer ela própria a disputa já no primeiro turno do dia 5.out.2014. Mas essa é uma possibilidade incerta e mais improvável, como mostrou a pesquisa Datafolha realizada ontem e anteontem (29-30.out.2014).

Dilma tem 40% contra 25% de Marina. Aécio está em terceiro, com 20%. As curvas de intenção de voto do Datafolha mostram que Dilma pode ter chegado muito perto de seu limite máximo. Ela tem agora os mesmos 40% da semana passada.

Já Marina parece ainda não ter chegado ao seu piso. E Aécio tem se beneficiado dos votos perdidos pela pessebista. É o tucano, e não Dilma, que parece estar herdando os eleitores em processo de descolamento do marinismo

O que isso significa? Quatro coisas principais:

1) Narrativa do medo deu certo: funcionou muito bem para Dilma a estratégia de bater sem dó nem piedade em Marina nos comerciais de TV. Entrou na cabeça de muitos eleitores o sentimento de dúvida e de medo do desconhecido. A pessebista entrou em curva descendente acentuada;

2) PT aproxima-se do seu patamar: ainda falta um pouco, mas a presidente em busca da reeleição começa a ficar mais perto da taxa de intenção de votos que teve nesta mesma época em 2010 (tinha 47%) e à de Lula às vésperas do primeiro turno em 2006 (46%);

3) Marina desidratou: a candidata a presidente pelo PSB guarda semelhanças com a equipe de futebol do Santos contra a do Barcelona, em Tóquio, na final do campeonato mundial de times da Fifa, em 2011. Mesmo com excelentes jogadores (Neymar e Ganso em forma), o Santos ficou de joelhos enquanto apanhava do Barcelona, até que o placar de 4 a 0 para os espanhóis encerrou o sofrimento. A impressão hoje é que se a eleição fosse apenas em dezembro, Marina terminaria devendo votos, pois reage mal ou não reage aos ataques dos quais vem sendo alvo;

4) Aécio ajudou a tática do PT: mesmo com apenas cerca de 4 minutos na TV, o tucano escolheu bater em Marina. Pode parecer pouco, mas ao dizer que “a Marina é a Dilma com outra roupa”, Aécio contribuiu para a afirmação do nefando processo de “assemelhamento” da política (“os políticos são todos iguais”). De um lado, a campanha presidencial do PT mostrava as inconsistências programáticas de Marina. Do outro, o PSDB dizia que as duas eram a mesma coisa.

Em meio a esse cenário, o eleitor viu ser alimentado o sentimento de desencanto com a política.

Tudo isso levou a uma vitamização inaudita de Dilma Rousseff e da arriscada (e arrojada) estratégia desenhada pelo seu marqueteiro, João Santana.

Hoje, com seus 12 minutos na TV, dezenas e dezenas de comerciais ainda para colocar no ar, Dilma tem duas decisões pela frente. Pode continuar a malhar Marina nos próximos dias antes da eleição e acabar de destruir as chances da candidata do PSB. Alternativamente, pode retirar o pé do acelerador e ajudar o marinismo a passar para o segundo turno no olho mecânico –até porque o processo está em curso e nada pode ser feito de maneira automática, simplesmente apertando um botão.

A definição de Dilma e de João Santana parece clara: o PT prefere mil vezes enfrentar Aécio no segundo turno. E não Marina. Assim como lá atrás, o maior temor dos petistas era que Eduardo Campos (que morreu em 13.ago.2014) pudesse crescer e passar para a fase final da disputa.

Por que havia (com Eduardo) e há (com Marina) esse temor? Simples. Instalou-se no Brasil ao longo dos últimos anos uma fadiga entre os eleitores a respeito da política tradicional. Ninguém mais aguenta chegar em casa, ligar a TV e assistir a mais uma reportagem sobre roubalheira em Brasília com políticos engravatados dizendo “eu posso explicar”.

Num cenário como o atual, quando a eleição torna-se mais equânime (no segundo turno), fica sempre em vantagem política aquele candidato que evoca o “novo” e tem um discurso mais afinado com as manifestações de junho de 2013. Não importa que seja apenas retórica. Há uma demanda aguda na sociedade por mudanças. Mesmo que apareça alguém preenchendo essa necessidade só no gogó, sempre terá chances de prosperar –para o bem e para o mal, diga-se.

Isso não significa que se o segundo turno for entre Dilma e Marina a vitória é certa para o PSB. Claro que não. Mas certamente terminaria o estado de catatonia a que Marina se acorrentou no momento. Não seria tão fácil Dilma pelear com a pessebista se as duas tivessem as mesmas armas (tempo de TV igual e dinheiro).

Na dúvida, Dilma e João Santana sabem que é muito melhor disputar contra algo que já se conhece. O segundo turno do PT contra o PSDB não seria uma moleza para ninguém, mas as táticas já são todas manjadas.

Há também o fato de que Aécio, mesmo que passe para o segundo turno, estará bem debilitado em seu Estado natal, Minas Gerais, onde há reais chances de derrota do candidato do PSDB ao governo mineiro, Pimenta da Veiga. Pior: pode vencer o nome petista, Fernando Pimentel, que vem a ser amigo pessoal de Dilma Rousseff –ambos militaram na luta armada no final dos anos 1960.

Minas Gerais, nunca é demais lembrar, é o segundo maior colégio eleitoral do país. Em 2010, com pouquíssima estrutura, Marina teve forte votação entre os mineiros e poderia repeti-la neste ano, num eventual segundo turno.

Por todas essas razões, Dilma e João Santana tendem a acelerar o quanto puderem o processo de desconstrução de Marina. O comercial que vai à TV nesta quarta-feira (1º.out.2014) é prova disso. A diferença de 5 pontos percentuais que separa a pessebista de Aécio no Datafolha pode ser dilapidada até domingo, dia da eleição, 5.out.2014.

É claro que alguma reação poderá surgir por parte de Marina. Mas essa atitude deveria ter surgido há pelo menos umas duas semanas, no mínimo. Por exemplo, não deixando no ar acusações tão graves como a de que teria mentido a respeito de como votou, no Senado, no caso da CPMF, o imposto do cheque para a saúde.

Talvez nenhum eleitor brasileiro escolherá seu candidato a presidente pensando em como Marina votou sobre a CPMF. É verdade. Mas esse episódio é apenas um entre vários que ajudaram a produzir buracos na embarcação marinista.

João Santana não fez nenhum comercial mortal, para produzir um nocaute. Como numa luta de boxe, foi dando “socos de 30 segundos” no fígado do adversário. E continua na mesma toada.

É curioso que uma política experiente como Marina tenha ficado até agora em estado quase catatônico, sem tentar algum tipo de reação ou resposta mais convincente quando foi atacada. Não vale dizer que ela não teve tempo de TV para se explicar. É só observar que o PSB tampouco teve tempo de TV quando a candidata estava quase 10 pontos percentuais à frente de Dilma, na média das pesquisas.

A OPÇÃO DE AÉCIO
Seria um erro ou uma injustiça dizer que Aécio foi apenas linha auxiliar do PT, incorporando bovinamente a estratégia de João Santana e sentando a pua em Marina? Talvez.

Mas foi exatamente o que aconteceu.

O tucano pode até disparar e vir a vencer a eleição presidencial mais adiante. Tomará posse em 1º de janeiro de 2015. Tudo então será esquecido.

Mas se a vitória não vier, terá de ser creditada ao fato de Aécio não ter enxergado em anos recentes o sentimento geral dos brasileiros a respeito de mudanças. Houve uma última chance para ele em junho de 2013. Aécio poderia ter pensado: “Vai ser difícil eu ganhar uma eleição presidencial apenas com a política tradicional, aliando-me ao DEM e falando com a mesma entonação de meu avô nos discursos públicos”.

A palavra chave na política do século 21 é “conexão”. Os eleitores desejam se sentir conectados aos governantes. Aspiram a um outro tipo de interação em vez de apenas votar uma vez a cada 4 anos para presidente. Querem se sentir participantes do processo.

Aécio ficou longe de incorporar atitudes que pudessem ensejar essa nova abordagem. Até meados deste ano de 2014, o tucano sequer participava de redes sociais. Não tinha perfil no Facebook nem no Twitter.

Alguns dirão: mas se tudo isso é verdade, por que Dilma tem 40% nas pesquisas e pode ganhar? Afinal, a petista pode ser tudo, mas não tem nada a ver com formas modernas de fazer política,

A resposta é simples. Essa nova embocadura dos políticos é esperada de quem pretende fazer oposição. Dilma e todos os governadores que fazem administrações medíocres, mas sem nenhuma grande catástrofe para o dia a dia dos cidadãos, continuam bem fortes.

Contrariamente ao senso comum, o brasileiro é, antes de mais nada, um conservador. Basta ver o sucesso das propagandas com a narrativa do medo, estimulando a dúvida das pessoas a respeito do desconhecido que é Marina –como já elaborei neste post aqui.

Cabe ao opositor estruturado se apresentar como novidade, mas ofertando segurança na transição de um modelo para o outro. Aécio e a política tradicional do PSDB não oferecem isso.

O tucano, é sempre bom ressaltar, pode até acabar vencendo –sobretudo numa eleição com tantas surpresas como a atual. Mas não é o que mostra a lógica do atual ciclo eleitoral. Alguém acredita em docilidade de Dilma e de João Santana no segundo turno?

E é muito importante também olhar para São Paulo. O Estado não está uma maravilha. Sofre com a iminência do esgotamento da água. A sensação de que a segurança vai mal é generalizada. Ainda assim os tucanos, agora com Geraldo Alckmin, vão ficando no poder. Por quê? Porque as alternativas não oferecem, aos olhos dos eleitores, uma relação custo-benefício aceitável: mudar com chances de tudo melhorar.

Os paulistas podem ser classificados de conservadores, mas ninguém pode acusá-los de não enxergar grandes alternativas e novidades em Paulo Skaf (presidente da Fiesp) nem em Alexandre Padilha (político profissional).

No plano federal, Aécio acerta ao dizer que faz campanha contra o PT e contra Dilma. De fato, há eleitores no país que gostariam de mudar.

Só que quando Eduardo Campos morreu, em 13 de agosto, o tucano começou a ficar em pânico porque despencou nas intenções de voto, tendo seus votos corroídos pela onda pró-Marina. A reação espasmódica –e não política– foi atacar a pessebista: “Marina me tira votos? Vou espancá-la”.

Aécio e seus marqueteiros jogaram dama e não xadrez. Não tentaram ganhar o jogo pensando no máximo de movimentos possíveis do adversário. Ao atacarem Marina, desidrataram quem talvez pudesse se robustecer para, de fato, derrotar o PT no segundo turno.

Os tucanos então vão reclamar dizendo: mas você escreve que Aécio está sendo linha auxiliar do PT e está sugerindo que ele fosse linha auxiliar da Marina?

Não, não é nada disso.

Em política ganha o jogo quem faz a melhor análise de conjuntura. Não adianta ficar emburrado e achando que vai ganhar a eleição dizendo “esta é minha vez”. Ulysses Guimarães, venerado por tantos (não por mim), cometeu esse erro. Em 1989 colocou na cabeça que aquela era a vez dele. Teve 4% dos votos. Se em algum momento tivesse optado por montar uma frente ampla contra Fernando Collor, talvez o Brasil pudesse ter sido privado daquele que foi um dos piores presidentes da história do país.

No caso de Aécio, faltou sangue frio. Ele é jovem. Poderia ter participado de uma estratégia mais ampla. Marina vive dizendo que se ganhar ficará só um mandato no Planalto. Em política quatro anos é muito tempo. É sempre temerário firmar um acordo com essa antecedência. Mas essa parecia ser uma janela real para o PSDB tentar retornar ao poder em 2018.

O PSDB e Aécio poderiam ter continuado, como vinham fazendo até agosto, na sua estratégia de falar aos eleitores a respeito do que consideram não funcionar na administração federal do PT. Ao abdicar dessa tarefa e se juntar a Dilma na cruzada anti-Marina, o tucano pode até –isso ainda não é certo– ter conseguido um passe para entrar no segundo turno.

Mas entrará como? Possivelmente, Aécio indo ao segundo turno terá aproximadamente 23% a 25% dos votos totais do dia 5 de outubro. Marina estará um pouco abaixo. Dilma estará lá em cima, com algo na casa dos 40%. Em todas as eleições brasileiras, quem terminou o primeiro turno bem à frente, sempre ganhou a rodada final –essa não é uma regra imutável, mas alguma coisa de lógica existe aí.

O tucano terá então ajudado para que se autocumprisse a “profecia de João Santana”. O marqueteiro disse uma vez que Dilma ficaria nesta eleição flanando no Olimpo enquanto os anões políticos se digladiariam na planície. É exatamente o que está se passando.

Eleições como esta de 2014 são vencidas na política. Dilma fez o diabo, como ela própria disse que poderia fazer. Marina ficou paralisada, esperando a providência divina. E Aécio pensou que ser eleito presidente era como ganhar a eleição para governador de Minas Gerais.

EFEITO COLATERAL
Para terminar este texto excessivamente longo, uma última observação.

Imagine o que acontecerá se Dilma vencer a disputa com a fórmula que todos estamos vendo: muito tempo de TV + aliança ampla de partidos não-ideológicos (perdão pelo pleonasmo “partidos não-ideológicos”) + propaganda negativa tecnicamente perfeita quando as coisas apertam?

Essa passará a ser a receita de ouro de todos os políticos, sejam candidatos a presidente, governador ou a prefeito.

E daí? Daí que as forças hegemônicas farão de tudo e mais um pouco para jamais alterar as bases deste sistema perverso que permite a montagem de alianças na base da fisiologia, como Dilma, Lula e FHC já fizeram.

Quem se importa que os debates no primeiro turno sejam um lixo, com figuras tristes como a de Levy Fidelix produzindo despautérios? O que importa é ganhar a eleição. E o modelo atual dá a muitos políticos o acesso ao paraíso.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Em novo ataque, Dilma diz que Marina anda com “gente da ditadura”
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Comercial de 30 segundos mostra candidata do PSB ao lado de Jorge Bornhausen

Marina-velha-politica

Em novo comercial de 30 segundos, que começa a ser exibido amanhã (01º.out.2014), na TV, a campanha de Dilma Rousseff (PT) faz mais um ataque frontal a Marina Silva (PSB).

O filme mostra a imagem da candidata do PSB a presidente ao lado das de Jorge Bornhausen e de Heráclito Fortes, dois políticos que no passado foram importantes líderes do PFL (hoje DEM).

Ao descrever Bornhausen, o comercial preparado pelo marqueteiro João Santana diz que se trata de representante “dos ruralistas e dos banqueiros. Gente que vem lá do tempo da Arena e da ditadura”. Político de Santa Catarina, Bornahusen militou na Arena, o partido de sustentação da ditadura militar. Eis o filme:

No início do comercial, um locutor diz que Marina “revelou com quem pretende renovar a política”. Ao final, conclui: “Se Marina tem alguma coisa de novo, certamente não são as suas companhias”.

Na realidade, hoje os principais candidatos a presidente têm entre seus apoiadores políticos que foram, no passado, ligados à ditadura. Dilma Rousseff, por exemplo, tem ao seu lado o senador José Sarney (PMDB-AP).

Ocorre que se Marina entrar nesse debate, terá de admitir que todos os candidatos, de alguma forma, se relacionam à chamada “velha política”. É um ataque que só pode piorar se o PSB responder no mesmo nível.

Eis a íntegra do roteiro do comercial “Marina e a velha política”:

[Tela escura com a foto de Marina ao centro]

[Música incidental de tom trágico]

Locutor: Finalmente, Marina apresentou uma grande novidade nesta campanha: ela revelou com quem pretende renovar a política…

[surge na tela aparece uma reportagem da Folha com o seguinte título: “Marina negociará com ‘velha polítca’, diz coordenador de Marina”, numa referência a uma frase de Walter Feldman]

Locutor: …com os Bornhausen, por exemplo…

[surge na tela a foto de Jorge Borhausen, ao lado da de Marina]

Locutor: … representantes dos ruralistas e dos banqueiros. Gente que vem lá do tempo da Arena e da ditadura… E Heráclito Fortes…

[surge do outro lado da tela, a foto de Heráclito Fortes]

Locutor: … ex-Arena, ex-PFL e ex-DEM. Se Marina tem alguma coisa de novo, certamente não são as suas companhias”.

Esse comercial é mais uma peça que compõe a “narrativa do medo” usada por João Santana na campanha de Dilma Rousseff: despertar na mente dos eleitores dúvidas a respeito de como seria um eventual governo Marina Silva quando se compara o que a candidata do PSB diz com o que ela poderia fazer se estivesse no Palácio do Planalto.

Essa estratégia já foi analisada aqui neste Blog num post de 20.set.2014. Além do comercial de amanhã sobre “velha política”, outros que se destacam mostram uma comparação da pessebista com Jânio Quadros e com Fernando Collor. Uma insinuação de que um Banco Central independente tira a comida do prato dos mais pobres. Outro no qual se afirma o pré-sal no marinismo seria relegado ao segundo plano, resultando em menos dinheiro de bancos públicos para programas como o Minha Casa, Minha Vida. E o filme no Marina é acusada de ter mentido sobre como votou no Senado sobre a CPMF.

p.s.: este post foi corrigido em 18.out.2014 (às 14h30) no trecho que cita Jorge Bornhausen e Heráclito Fortes como “dois políticos que no passado foram importantes líderes do DEM (hoje PFL)”. O certo (como já está no texto) é “líderes do PFL (hoje DEM)”.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Poder e Política na semana – 29.set a 5.out.2014
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

As eleições serão realizadas neste domingo. Falta uma semana. Até lá, os candidatos viajam o país em campanha.

Nesta 2ª feira, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, realiza comício com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Campo Limpo, zona sul de SP. Na 6ª feira, Dilma deve fazer caminhada de campanha no centro de SP.

Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Recife nesta 2ª feira. Na 3ª feira, Marina reúne apoiadores da sua candidatura em ato em SP. Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, deve comparecer. Na 4ª feira e na 5ª feira, Marina faz campanha no Rio. Na 6ª feira, Marina vai a Rio, São Paulo e Belo Horizonte e, no sábado, passa o dia em Rio Branco.

Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, participa de ato na manhã desta 2ª feira em SP com o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição pelo PSDB. À tarde, Aécio faz campanha em Uberlândia (MG) e Belo Horizonte. Na 3ª feira, Aécio faz campanha no Rio.

Os candidatos a presidente participam, na 5ª feira, de debate promovido pela Rede Globo.

Na 3ª feira, Ibope e Datafolha podem divulgar nova rodada de pesquisas presidenciais e nos Estados. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Guido Mantega, ministro da Fazenda, reúne-se nesta 2ª feira em SP com Benjamin Steinbruch, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e da CSN, Robson de Andrade, presidente da Confederação Nacional das Indústrias, e diversos empresários para anunciar medidas de estímulo às exportações.

Ainda nesta semana, o ministro do STF Teori Zavascki pode decidir se abre inquérito contra congressistas citados na delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. O Banco Central também divulga, em data a definir, seu Relatório Trimestral da Inflação.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (29.set.2014)
Dilma e Lula em SP – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, realiza comício com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Campo Limpo, zona sul de SP.

Lula e Padilha em Franco da Rocha – antes do comício com Dilma, Lula participa de ato com Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, em Franco da Rocha.

Atos do PT – legenda realiza 26 atos em diversas unidades da Federação com a presença de ministros.

Marina em Pernambuco – Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, faz campanha no Recife.

Aécio em SP e Minas – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, participa de ato de manhã em SP com o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição pelo PSDB. À tarde, Aécio faz campanha em Uberlândia (MG) e Belo Horizonte.

Luciana em SP – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz campanha na capital paulista e em Campinas.

Pesquisa – Vox Populi pode divulgar nova pesquisa presidencial. A data exata de divulgação é decidida pelo instituto.

Mantega e empresários em SP – Guido Mantega, ministro da Fazenda, reúne-se com Benjamin Steinbruch, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e da CSN, Robson de Andrade, presidente da Confederação Nacional das Indústrias, e diversos empresários para anunciar medidas de estímulo às exportações.

Petrobras – Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, deve deixar o presídio onde está no Paraná e seguir para prisão domiciliar no Rio de Janeiro, com uso de tornozeleira eletrônica.

Indústria – IBGE divulga a Pesquisa Industrial Mensal sobre Produção Física. FGV apresenta resultado da Sondagem da Indústria.

Inflação – FGV divulga o IGP-M de setembro.

 

3ª feira (30.set.2014)
Marina em SP – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, reúne apoiadores da sua candidatura em ato em SP. Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, deve comparecer. Imagens do encontro serão usadas na sua propaganda de TV.

Aécio no Rio – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha no mercado de Madureira, no Rio.

Pesquisas – Ibope e Datafolha podem divulgar nova rodada de pesquisas presidenciais e nos Estados. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Greve dos bancários – categoria inicia greve nacional. Os bancários pedem reajuste de 12,5%, ganho real de 5,8% descontada a inflação pelo INPC.

Leilão do 4G – governo realiza leilão da faixa de 700 MHz para uso de telefonia celular 4G. Expectativa é arrecadar pelo menos R$ 7,7 bilhões.

Prisão em flagrante – data a partir da qual e até 48 horas depois do encerramento da eleição nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, salvo em flagrante delito, ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável.

Ditadura – Comissão Nacional da Verdade realiza diligencia no 12º Regimento de Infantaria, em Belo Horizonte.

 

4ª feira (1°.out.2014)
Marina no Rio – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Rio.

Aposentadoria no STJ – ministro Gilson Dipp, do STJ, completa 70 anos e se aposenta da Corte.

Serviços – FGV divulga sua Sondagem de Serviços.

 

5ª feira (2.out.2014)
Debate presidencial – TV Globo promove debate entre os principais candidatos a presidente da República.

Marina no Rio – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Rio.

Eduardo Jorge em SP e Rio – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente, faz caminhada de campanha em São Paulo, de manhã, e no Rio, à tarde.

Propaganda eleitoral – último dia para a divulgação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.

Comícios – último dia para a realização de comícios com aparelhagem de sonorização fixa.

Pesquisas – Ibope divulga nova rodada de pesquisa presidencial e nos Estados. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

 

6ª feira (3.out.2014)
Dilma em SP – Dilma Rousseff pode fazer caminhada de campanha no centro de SP.

Marina no Rio, SP e BH – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Rio, em São Paulo e Belo Horizonte.

Luciana no Rio – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz campanha no Rio.

Propaganda eleitoral – último dia para a divulgação paga, na imprensa escrita, e a reprodução na internet do jornal impresso, de propaganda eleitoral.

 

Sábado (4.out.2014)
Encerramento da campanha – último dia para a propaganda eleitoral com uso de alto-falantes ou amplificadores de som, entre as 8 e as 22 horas. Também é o último dia para a distribuição de material gráfico e a promoção de caminhada, carreata, passeata ou carro de som que transite pela cidade divulgando jingles ou mensagens de candidatos.

Marina no Acre – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, passa o dia em Rio Branco.

 

Domingo (5.out.2014)
Eleição – data das eleições para presidente, senador, deputado federal, governador e deputado estadual.

Rivaldo Gomes/Folhapress - 3.out.2010

 

O blog está no Twitter e no Facebook.


Marina mente sobre CPMF, diz comercial de Dilma na TV
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Marina-comercial-Dilma-PT-mentira-28set2014

A campanha de Dilma Rousseff (PT) colocou hoje (28.set.2014) no ar um comercial de 30 segundos no qual afirma que Marina Silva (PSB) mentiu sobre como foi seu voto no Senado a respeito da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Eis o vídeo:

Vários veículos da mídia já haviam registrado essa contradição na fala da candidata do PSB, repetida em alguns eventos de campanha. Ela afirmou em 26.ago.2014, durante o debate entre presidenciáveis na TV Bandeirantes, que seu voto foi a favor da CPMF durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Ocorre que os registros do site do Senado indicam que Marina votou contra a CPMF em 1995 e em 1999.

O comercial de Dilma Rousseff é duríssimo contra Marina. Faz parte da estratégia conduzida pelo marqueteiro João Santana de desconstruir a imagem da candidata do PSB. Eis o roteiro integral da propaganda:

[Imagem de Marina Silva – Locutor inicia narração]: Marina diz que não quer ser eleita em cima de uma mentira.

[Imagem de Marina falando no debate da Band, em 26.ago.2014]: Quando foi a votação da CPMF, ainda que o meu partido fosse contra, em nome da saúde, em nome de respeitar os interesses dos brasileiros, eu votei favorável, mesmo sendo do seu governo, o PSDB [era uma resposta ao tucano Aécio Neves].

[Locutor narra sobre imagens de arquivos oficiais de votações do Senado]: Os documentos do Senado registram a verdade. Marina fez duas vezes o contrário do que diz. Mudar de opinião, ainda vá lá… Agora, falar que fez o que não fez, isso tem outro nome”.

[Fim do comercial de 30 segundos].

A eficácia da “narrativa do medo” usada por João Santana na campanha de Dilma Rousseff já foi analisada aqui neste Blog num post de 20.set.2014. Além do comercial de hoje sobre a “mentira de Marina sobre a CPMF”, já foram veiculados outros. Um fazendo comparação da pessebista com Jânio Quadros e com Fernando Collor. Insinuação de que um Banco Central independente tira a comida do prato dos mais pobres. E um no qual se afirma o pré-sal no marinismo seria relegado ao segundo plano, resultando em menos dinheiro de bancos públicos para programas como o Minha Casa, Minha Vida.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Ibope cristaliza embate Dilma-Marina e mostra Aécio quase fora do jogo
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Pesquisa também debela boatos sobre alta de tucano e 2º turno mais folgado para a petista

Arte

A pesquisa Ibope sobre intenções de voto para presidente traz os seguintes recados, além de debelar alguns boatos plantados nos últimos dias na “cracolândia digital” que se tornou o ambiente de militantes políticos nas redes sociais:

1) 2º turno cristalizado: só um fato de proporções inauditas pode, a esta altura, alterar a disputa final na corrida pelo Planalto. Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) devem estar na rodada de votação do dia 26 de outubro.

O Ibope realizou seu levantamento de 20 a 22.set.2014. Deu o seguinte: Dilma com 38%, seguida por Marina, com 29%, e Aécio Neves (PSDB), em terceiro lugar, com 19%.

O tucano teve o mesmo percentual registrado na semana passada. Não apresentou sinais de crescimento –apesar de uma grande onda de rumores a esse respeito plantada na internet por alguns de seus seguidores.

Nunca nas eleições presidenciais brasileiras dos últimos 20 anos um 3º colocado com 19% conseguiu passar os demais concorrentes para ir ao 2º turno –nesta fase da campanha. Tecnicamente, é claro, isso seria cenário possível. Mas não se trata de algo usual. Longe disso;

 

2) Dilma tem um teto no 2º turno: a presidente que tenta a reeleição tem oscilado, subindo e descendo, na faixa de 36% a 42% nas simulações de 2º turno desde a entrada de Marina Silva na disputa –após a morte de Eduardo Campos, em 13.ago.2014.

Na semana passada, Dilma tinha 40%. Agora, tem 41%. Há duas semanas, o percentual era de 42%. A pesquisa Ibope serviu também para demolir os boatos espalhados por parte dos militantes petistas a respeito de uma suposta melhora da candidata à reeleição nas simulações de 2º turno;

 

3) Marina também tem seu teto: depois da onda emocional forte no início da sua empreitada como candidata a presidente, a pessebista se acomodou em simulações de 2º turno na faixa de 41% a 43%. Agora, está em 41%;

 

4) Narrativa do medo segurou Dilma na frente: a série de comerciais de ataque do PT e do PSDB contra Marina Silva teve dois efeitos. Primeiro, impediu que a pessebista continuasse a surfar sem nenhum tipo de contraditório no horário eleitoral. Segundo, serviu para que a petista se segurasse em 1º lugar nas simulações de primeiro turno, o que é muita coisa –do ponto de vista psicológico, para animar a militância.

Um terceiro possível efeito –ainda a ser comprovado– teria sido a volta de Aécio Neves para os 19% que ostentava no fim de agosto. É possível, mas o tucano e seu partido nunca chegaram ao final de uma eleição presidencial, desde 1994, com menos de 20%. Talvez esse movimento fosse ocorrer até por inércia, mesmo que o candidato tivesse continuado com sua estratégia anterior de campanha.

 

E O QUE VAI ACONTECER AGORA?
Esta é uma das mais acirradas disputas presidenciais desde 1989, a primeira eleição direta pós-ditadura militar.

O componente do medo do desconhecido será muito importante e presente agora dentro das estratégias de campanha. Dilma vai reforçar esse sentimento na cabeça dos eleitores. Marina vai se esforçar para debelar a ideia de que seu governo será um tiro no escuro.

Quem leva vantagem? Difícil dizer, pois o quadro parece quase congelado no momento.

Só que é necessário registrar um fato objetivo. Hoje, Dilma tem cerca de 11 minutos no horário eleitoral. Marina, só 2 minutos.

No 2º turno, o tempo será igual para ambas: 10 minutos para cada candidatura.

P.S.1: vale a pena dar uma sapeada na tabela e no gráfico do post abaixo, “Apoio a Dilma cai em Estados mais dependentes do Bolsa Família”. São mais alguns elementos a respeito de como pode ser o 2º turno da eleição presidencial.

P.S.2: e para saber como estão todas as pesquisas eleitorais nos Estados, visite a mais completa compilação de levantamentos de intenção de voto na internet brasileira.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Apoio a Dilma cai em Estados mais dependentes do Bolsa Família
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

7 Estados com mais de 40% das famílias beneficiadas dão menos votos hoje à petista do que em 2010

No total, intenção de voto em Dilma é menor do que sua votação em 2010 em 19 Estados

Em 8 deles, presidente está 10 ou mais pontos abaixo do que estava na última eleição

A votação estrondosa que Dilma Rousseff (PT) obteve em 2010 nos Estados mais beneficiados pelo Bolsa Família não deve se repetir neste ano, segundo as últimas pesquisas.

Sete Estados onde o programa de transferência de renda tem grande impacto dão menos votos hoje para o PT do que na última eleição presidencial: Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Pará e Amazonas.

A petista só está hoje melhor do que em 2010 em 4 dos 12 Estados com mais de 40% das famílias no programa federal, segundo as últimas pesquisas disponíveis: Paraíba, Sergipe, Roraima e Acre.

Em 2006 e 2010, o mapa eleitoral repetiu um padrão duocromático de vermelho (PT) no Nordeste e Norte e azul (PSDB) no Sul e Sudeste, com exceções pontuais.

Mantido o cenário atual nos Estados mais beneficiados pelo Bolsa Família, Dilma terá menos fôlego eleitoral para compensar baixas votações na porção mais ao sul do país.

A tabela abaixo mostra o desempenho da petista por Estado e o alcance do Bolsa Família. A intenção de voto em Dilma é hoje menor do que sua votação em 2010 em 19 Estados. Em 8 deles, ela está 10 ou mais pontos abaixo do que estava em 2010.

Arte

Há uma correlação direta entre o percentual de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família e a intenção de voto em Dilma. A tendência é o PT ter melhor desempenho nos Estados mais dependentes do programa de transferência de renda.

Algumas unidades da Federação fogem à regra. Roraima e Acre são exemplos. Têm mais de 40% das famílias inscritas no Bolsa Família, mas registram intenção de votos válidos na petista de 34% e 27%, respectivamente, abaixo da média de Estados com o mesmo patamar de dependência do programa.

Também há pontos fora da curva que beneficiam a petista. Rio Grande do Sul tem 13% das famílias atendidas pelo Bolsa Família e Santa Catarina, 7% –o Estado menos dependente do programa–, e oferecem bons índices de voto para a reeleição da presidente.

O gráfico abaixo mostra essa correlação:

Arte

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

Pesquisas utilizadas (instituto, data de entrevistas, margem de erro e registro): AC (Ibope, 9-11.set.2014, 3 p.p., AC-00042/2014), AL (Ipespe, 13-15.set.2014, 2,4 p.p., AL-00014/2014), AM (Ibope, 8-11.set.2014, 3 p.p, AM-00039/2014), AP (Ibope, 9-11.set.2014, 3 p.p., AP-00010/2014), BA (Ibope, 6-9.set.2014, 3 p.p., BA-00020/2014), CE (Datafolha, 18-19.set.2014, 3 p.p., CE-00022/2014), DF (Ibope, 16-17.set.2014, 3 p.p., DF-00043/2014), ES (Ibope, 9-11.set.2014, 3 p.p., ES-00020/2014), GO (Ibope, 7-9.set.2014, 3 p.p., GO-112/2014), MA (Ibope, 17-19.set.2014, 3 p.p., MA-00052/2014), MG (Ibope, 13-15.set.2014, 2 p.p., MG-00092/2014), MS (Famasul, 29.ago-4.set.2014, 3,1 p.p., MS-00031/2014), MT (Gazeta Dados, 5-8.set.2014, 3 p.p., MT-00079/2014), PA (Ibope, 8-11.set.2014, 3 p.p., PA-00026/2014), PB (Ibope, 16-18.set.2014, 3 p.p., PB-00029/2014), PE (Ipespe, 18-19.set.2014, 2 p.p., PE-00027/2014), PI (Ibope, 7-9.set.2014, 2 p.p., PI-00127/2014), PR (Ibope, 16-18.set.2014, 3 p.p., PR-00037/2014), RJ (Datafolha, 8-9.set.2014, 3 p.p., RJ-00034/2014), RN (Seta, 16-18.set.2014, 3 p.p., RN-00029/2014), RO (Ibope, 13-15.set.2014, 3 p.p., RO-00032/2014), RR (Ibope, 9-11.set.2014, 3 p.p., RR-00008/2014), RS (Ibope, 7-9.set.2014, 3 p.p., RS-00016/2014), SC (Ibope, 14-16.set.2014, 3 p.p., SC-00024/2014), SE (Datavox, 31.ago-2.set.2014, 3,5 p.p., SE-00021/2014), SP (Datafolha, 8-9.set.2014, 2 p.p., SP-00029/2014), TO (Ibope, 8-10.set.2014, 3 p.p., TO-00025/2014), BR (Datafolha, 17-18.set.2014, 2 p.p., BR-0064/2014).

O blog está no Twitter e no Facebook.


Poder e Política na semana – 22 a 28.set.2014
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Faltam 13 dias para as eleições. Nesta semana, Dilma vai a Nova York e Ceilândia (DF) e Marina e Aécio viajam pelo país. A Record promove debate presidencial no domingo.

A presidente Dilma Rousseff faz campanha em Ribeirão das Neves (MG) nesta 2ª feira ao lado de Fernando Pimentel, candidato do PT ao governo mineiro. Na 4ª feira, estará em Nova York para proferir o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU. Na 5ª feira, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participa de comício com o governador do DF Agnelo Queiroz, candidato à reeleição pelo PT, em Ceilândia. Na 6ª feira, Dilma concede entrevista para blogueiros no Palácio da Alvorada. No sábado, Dilma deve liderar comício em Porto Alegre com Tarso Genro, governador gaúcho e candidato à reeleção pelo PT.

Marina Silva, candidata do PSB a presidente, reúne-se com ciclistas e apresenta palestra em Brasília nesta 2ª feira. À tarde, participa de evento sobre acesso à banda larga, em SP. Na 3ª feira, Marina faz campanha em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. No dia seguinte, estará em São Paulo e no Rio. Na 5ª feira, Marina visita a Central Única de Favelas, no Rio. Na 6ª feira, Marina faz campanha em cidades mineiras e, no sábado, na capital paulista.

Aécio Neves, candidato do PSDB, faz campanha nas cidades mineiras de Belo Horizonte, Betim e Contagem na 2ª feira. Na 3ª feira, participa de eventos políticos em Niterói, no Rio. Na 4ª feira retorna a Minas, para atos em Belo Horizonte e Uberaba. Na 5ª feira o tucano faz um giro pela região Sul e pede votos em Santa Maria e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, em Blumenau, em Santa Catarina, e Pinhais, no Paraná. Na 6ª feira, Aécio estará em São Paulo.

Ainda no mundo tucano, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, participam de almoço na 2ª feira organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em SP.

No domingo, os candidatos a presidente da República confrontam-se em debate promovido pela Record. E ao longo da semana novas pesquisas retratam o fôlego dos candidatos na disputa. Levantamento do Vox Populi pode ser divulgado pela Record a partir de 2ª feira; Ibope, na Globo e jornal “O Estado de S.Paulo”, e CNT/MDA a partir de 3ª feira; e Datafolha a partir de 4ª feira. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras continuam a repercutir. Na 3ª feira, integrantes da CPI mista sobre a estatal reúnem-se com Ricardo Lewandowski, presidente do STF, e Rodrigo Janot, procurador-geral da República. Os congressistas vão insistir para terem acesso à liberação da íntegra da delação de Paulo Roberto Costa.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados

 

2ª feira (22.set.2014)
Dilma em Minas – presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, faz campanha em Ribeirão das Neves (MG) ao lado de Fernando Pimentel, candidato do PT ao governo mineiro.

Marina em Brasília e SP – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, reúne-se com ciclistas na “Vaga Viva”, na Asa Sul, em Brasília, às 9h. Em seguida, apresenta palestra para a Associação Nacional de Educação Católica, na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio, também em Brasília. Às 17h, Marina participa de debate sobre acesso à banda larga, em SP.

Aécio em Minas – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Belo Horizonte, Betim e Contagem. À noite, segue para o Rio de Janeiro.

FHC e Armínio em SP – ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, participam de almoço-debate sobre “Uma agenda econômica viável para a retomada do crescimento brasileiro”. Organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo.

Jorge em NY – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente, participa de cerimônia de premiação, promovida pelo C40, das dez cidades líderes em ações para mitigar e adaptar as mudanças climáticas. No The Mahattan Center, em Nova York.

Luciana no Sul – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente faz campanha em Porto Alegre.

Pesquisas presidenciais – a partir desta data pode ser divulgada nova pesquisa Vox Populi contratada pela Record sobre a sucessão presidencial. Cabe ao instituto e à contratante definirem o dia e o horário da publicação.

Pesquisas em debate – Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, apresenta palestra na Cátedra de Jornalismo Octavio Frias de Oliveira, do Centro Universitário Fiam-Faam, sobre a interpretação de pesquisas eleitorais. Às 20h, no campus Liberdade da Fiam-Faam.

Poder Judiciário em números – FGV do Rio divulga a pesquisa “O Supremo e o Tempo” sobre a tramitação de processos no Supremo Tribunal Federal entre 1988 e 2013 e o desempenho de cada ministro.  A FGV de SP e a “Folha” promovem debate sobre “Lentidão da Justiça brasileira e prejuízos ao cidadão” na Justiça com o ministro Luís Roberto Barroso, em SP, a partir das 9h30.

Ditadura – Comissão Nacional da Verdade colhe depoimentos de familiares de Raul Amaro Nin Ferreira, engenheiro mecânico morto em 12 de agosto de 1971 após ser preso por agentes do regime militar. No Arquivo Nacional, no Rio.

Maconha – Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado promove audiência pública sobre a regulamentação do uso recreativo, medicinal e industrial da maconha. Com transmissão pela internet.

USP e a greve – universidade volta às atividades após 116 de greve. Na 3ª feira (23.set.2014), comissão retoma análise sobre a reforma do estatuto da USP.

 

3ª feira (23.set.2014)
Marina no Sul – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, participa de eventos de campanha em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre.

Aécio no Rio – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Niterói.

Propostas de Luciana – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, lança seu programa de governo com ato às 16h em São Paulo. Em seguida, participa de conversa sobre protagonismo feminino com a cantora Marina Lima, a escritora Márcia Tiburi e a blogueira Clara Averbuck. À noite, é entrevista por Rafinha Bastos no programa “Agora é tarde”.

Pesquisas presidenciais – a partir desta data podem ser divulgadas novas pesquisas Ibope, contratada pela Rede Globo, e CNT/MDA sobre a sucessão presidencial. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Petrobras – integrantes da CPI mista sobre a Petrobras reúnem-se com Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, e Rodrigo Janot, procurador-geral da República. Os congressistas pressionam para ter acesso à íntegra da delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal. A comitiva deve ser composta pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o vice-presidente, senador Gim Argelo (PTB-DF), o relator, deputado Marco Maia (PT-RS), e o líder do DEM no Senado, José Agripino (DEM-RN). Às 18h, no STF.

Lula em Guarulhos – ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz campanha ao lado de Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo do Estado, em Guarulhos.

Meio ambiente – Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente participa da Cúpula do Clima na ONU, em Nova York.

Ditadura – Comissão Nacional da Verdade realiza diligências no 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio, local da morte do deputado Rubens Paiva e um dos principais centros de tortura na cidade durante o regime militar.

Leilão do 4G – empresas interessadas na nova banda para o 4G devem apresentar suas propostas. O leilão está agendado para o dia 30.set.2014.

Greve nos Correios – funcionários dos Correios no Amazonas, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Piauí, São José do Rio Preto (SP), Campinas (SP) e Vale do Paraíba (SP) fazem assembleia para decidir se aderem à greve da categoria.

STF julga políticos – está na pauta da Primeira Turma do Supremo a análise de inquéritos contra os deputado Eliene Lima (PSD-MT), Rodrigo Garcia (DEM-SP) e Pedro Chaves (PMDB-GO) e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Na Segunda Turma, há dois inquéritos contra o deputado Paulo Cesar Quartiero (DEM-RR).

Inflação – FGV divulga o IPC-S e o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores.

Indústria – FGV apresenta a prévia da Sondagem da Indústria.

 

4ª feira (24.set.2014)
Dilma em Nova York – presidente Dilma Rousseff (foto) faz discurso de abertura na 69ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Richard Drew/AP - 24.set.2013

Marina no Sudeste – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, participa de ato com líderes sindicais em São Paulo. Depois, segue para o Rio de Janeiro.

Aécio em Minas – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Belo Horizonte e Uberaba.

Luciana em Pernambuco – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz campanha em cidades pernambucanas.

Jorge no Rio – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente, faz campanha no Rio.

Pesquisa presidencial – a partir desta data pode ser divulgada nova pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial. Cabe ao instituto definir o dia e o horário da publicação.

Lula no ABC – ex-presidente Lula faz campanha em Santo André e Mauá com Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP.

Urbanismo – conferência Arq.Futuro discute soluções urbanísticas para grandes cidades. Devem comparecer os prefeitos Fernando Haddad (São Paulo), Gabriel Ferrato (Piracicaba), Paulo Alexandre Barbosa (Santos), Rui Moreira (Porto) e Mark Holland (Kansas City).

Consumo – FGV divulga a Sondagem do Consumidor.

Inflação – FGV apresenta resultado do IPC-S Capitais.

Emprego – Dieese divulga pesquisa sobre emprego e desemprego.

 

5ª feira (25.set.2014)
Dilma e Lula com Agnelo – presidente Dilma Rousseff, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Agnelo Queiroz, governador do DF candidato à reeleição, fazem comício na Praça da Bíblia, em Ceilândia (DF). Às 19h.

Marina no Rio – Marina Silva (foto), candidata do PSB a presidente, visita a Central Única de Favelas, em Madureira, no Rio.

Eduardo Anizelli/Folhapress - 20.set.2014

Aécio no Sul – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Santa Maria e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, em Blumenau, em Santa Catarina, e Pinhais, no Paraná.

Luciana no Rio – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz campanha no Rio e apresenta palestra na UERJ, em São Gonçalo.

Annan em SP – Kofi Annan, Nobel da Paz e secretário-geral da ONU de 1997 a 2006, apresenta palestra em evento de comemoração de 25 anos da agência Heads. No Copacabana Palace, no Rio.

Telefonia – assembleia de acionistas da Telecom Italia decide futuro da TIM Brasil, segunda maior operadora de celular no país. Uma das alternativas estudadas é usar a TIM para comprar a Oi, quarta maior operadora de celular no Brasil.

Eleições na CNC – Confederação Nacional do Comércio elege sua nova diretoria. Estão na disputa o atual presidente, Antonio de Oliveira Santos, que comanda o órgão há 34 anos e busca seu nono mandato, e Orlando Diniz, oriundo da Fecomércio do Rio.

Pesquisa no Legislativo – Interlegis, órgão do Congresso Nacional, promove o I Seminário de Estudos e Pesquisas no Poder Legislativo.

Cobertura política – Vera Magalhães, editora licenciada da coluna Painel, da “Folha”, apresenta palestra na Cátedra de Jornalismo Octavio Frias de Oliveira, do Centro Universitário Fiam-Faam, sobre características e dificuldades da cobertura política. Às 20h, no campus Liberdade da Fiam-Faam.

Construção civil – FGV divulga o INCC e a Sondagem da Construção.

Emprego – IBGE apresenta resultados da Pesquisa Mensal de Emprego.

Moeda – Conselho Monetário Nacional reúne-se em Brasília.

Dívida – Tesouro Nacional divulga resultado da dívida pública federal de agosto.

.

6ª feira (26.set.2014)
Dilma e blogueiros – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, concede entrevista para blogueiros. Às 11h, no Palácio da Alvorada.

Marina em Minas – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha em cidades mineiras.

Aécio em SP – Aécio Neves (foto), candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Guarulhos e São Paulo.

Moacyr Lopes Júnior/Folhapress - 1°.abr.2014

Jorge em Santa Catarina – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente, faz campanha em Tubarão (SC).

Disputa pelo Bandeirantes – Record promove debate entre os candidatos ao governo de SP.

Imprensa – Associação Brasileira de Imprensa realiza eleição interna.

Indústria – IBGE divulga o Índice de Preços ao Produtor nas Indústrias de Transformação.

Comércio – FGV divulga a Sondagem do Comércio.

 

Sábado (27.set.2014)
Dilma no Sul – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, deve fazer comício em Porto Alegre com Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul e candidato à reeleição pelo PT.

Marina em SP – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha na capital paulista.

Jorge no Paraná – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente, faz campanha em Curitiba.

 

Domingo (28.set.2014)
Debate presidencial – Rede Record promove debate entre os candidatos à Presidência da República.

Saúde na Suíça – suíços realizam referendo para decidir se o país deve criar um seguro público de saúde.

 

O blog está no Twitter e no Facebook.


Assim como na Escócia, medo do desconhecido ajuda Dilma no Brasil
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

narrativa do medo funcionou até agora para a petista, que lidera a disputa

ainda assim, Dilma e PT enfrentam em Marina a adversária mais forte até hoje

nunca o 3º colocado numa disputa  foi tão anti-PT como Aécio Neves

Por que os eleitores na Escócia rejeitaram se separar do Reino Unido? Há muitos motivos, mas certamente um dos componentes foi o medo do desconhecido, o temor de que a divisão pudesse, eventualmente, trazer mais problemas do que benefícios.

O medo é um dos sentimentos inconscientes mais presentes no dia a dia de qualquer pessoa. Para simplificar, ninguém atravessa uma rua de olhos fechados. Ninguém desce uma escada correndo no escuro.

Em eleições presidenciais, quando o país está mais ou menos estável (embora com a economia tendo um desempenho medíocre), o medo do desconhecido é relevante na hora em que as pessoas tomam suas decisões.

No Brasil, assim como na Escócia, há um sentimento difuso a favor de mudanças.

Os escoceses acham que contribuem mais com o Reino Unido do que recebem de volta. Ainda assim, a maioria achou que deveria manter as coisas como estão.

Entre os brasileiros, esse desejo a favor de mudanças apareceu com força nas manifestações de junho de 2013. O Datafolha mostra, pesquisa depois de pesquisa, que mais de 70% gostariam de ter uma forma diferente de governo no país.

Mas esses mesmos brasileiros, em grande parte, dão hoje a dianteira para Dilma Rousseff (PT), na disputa presidencial, e para Geraldo Alckmin (PSDB), na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Só para lembrar, o PT governa o Brasil há 12 anos. O PSDB manda em São Paulo há 20 anos.

Há uma contradição apenas parcial entre o desejo de mudança e o voto em políticos tradicionais. Mudar, qualquer um sempre quer. Mas como se faz essa mudança? Há riscos? Pode acontecer de as coisas ficarem ainda piores? Essas dúvidas e sentimentos são explorados “ad nauseam” pelos políticos e por seus marqueteiros em uma campanha. É assim no mundo inteiro onde se adota a democracia representativa de modelo ocidental.

Giuseppe Tomasi di Lampedusa, em “O Leopardo”, estava certíssimo ao formular uma de suas frases mais conhecidas: “Se queremos que tudo permaneça como está, é preciso que tudo mude”.

No Brasil, no atual ciclo eleitoral, a equipe de marketing de Dilma Rousseff preparou uma bateria de comerciais sobre como poderia ser (no entender dela e do PT) uma eventual administração Marina Silva.

É o chamado processo de “desconstrução” da candidata a presidente pelo PSB. Quando se observam as curvas da pesquisa Datafolha realizada nos dias 17 e 18 de setembro, nota-se uma tendência a favor de Dilma e negativa para Marina. Eis os gráficos:Datafolha-1oturno-17-18set2014

Dilma Rousseff (PT) lidera com 37%. É seguida por Marina Silva (PSB), com 30%. Num distante terceiro lugar está Aécio Neves (PSDB), com 17%.

A taxa de brancos, nulos e a dos que ainda dizem não saber em quem votar está compatível com esta fase da campanha, comparando com eleições anteriores –13% estão nessa categoria. Em geral, quando esses brasileiros resolvem escolher alguém em quem votar, o grupo de divide na mesma proporção das intenções de voto de cada candidato no dia da eleição.

NARRATIVA DO MEDO
Muitos políticos e analistas não gostaram do tom das propagandas de Dilma Rousseff na TV. Houve comparação da pessebista com Jânio Quadros e com Fernando Collor. Insinuação de que um Banco Central independente tira a comida do prato dos mais pobres. Que o pré-sal seria relegado a segundo plano. E que haveria menos dinheiro de bancos públicos para programas como o Minha Casa, Minha Vida.

A campanha de Marina Silva reagiu. Disse que tudo era mentira.

Do ponto de vista estritamente legal, não houve crime eleitoral. O Tribunal Superior Eleitoral julgou improcedente um pedido de direito de resposta de Marina Silva em relação ao comercial dilmista sobre os riscos de conceder autonomia ao Banco Central.

A esta altura da campanha, parece comprovada em parte a eficácia da “narrativa do medo” usada pelo marqueteiro do PT, João Santana. É inegável que o efeito foi positivo (ainda que limitado) para Dilma Rousseff.

Para julgar o impacto da estratégia dilmista, entretanto, é necessário considerar o cenário da corrida presidencial de 2014: a) cerca de 70% dos eleitores brasileiros dizem desejar mudanças; b) a economia sob Dilma Rousseff, não importa a métrica usada, apresenta um desempenho sempre muito ruim ou medíocre; c) a presidente é uma política pouco loquaz (para dizer o mínimo) e seu carisma tende a ser zero; d) surgiu uma adversária respeitável, Marina Silva, com ares sacralizados depois da morte de Eduardo Campos.

Marina é, sem chance de errar na assertiva, a adversária mais forte que o PT enfrenta desde que ascendeu ao poder federal.

Em meio a todo esse ambiente adverso, Dilma Rousseff nunca chegou a perder votos dentro daquele um terço do eleitorado que há mais de uma década estacionou no petismo. Mais do que isso, a presidente agora mostra que está se aproximando de um patamar superior nas intenções de voto.

O que aconteceu nos últimos 30 dias? A presença maciça dos candidatos na TV e os comerciais no horário eleitoral –e, mais recentemente, os filmes negativos que bateram em Marina Silva para tentar desconstruir a imagem da pessebista.

Em resumo e de forma bem direta, só há uma conclusão (pelo menos, por enquanto): Dilma Rousseff melhorou sua posição nas pesquisas porque bateu em Marina Silva.

Pode-se, é claro, discutir o tamanho desse impacto. Ou se essa estratégia é sustentável até o final do 2º turno. Antes de elaborar a respeito desses tópicos, vale a pena verificar como estavam as pesquisas de intenção de voto para presidente nesta mesma época em todos os ciclos eleitorais anteriores desde 1994:

A-2-semanas-do10turno-20set2014

Como se observa, quem estava à frente numa simulação de 2º turno nesta mesma época em 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010, acabou vencendo a disputa.

Ocorre que desta vez ninguém está à frente. Há um empate técnico entre Marina, com 46%, e Dilma, com 44%.

É possível inferir que Dilma continuará a recuperar terreno numa velocidade de 2 pontos percentuais por semana? Impossível saber. A petista de fato fez o que estava ao seu alcance até agora. Daqui para a frente, esta eleição continua sem um desfecho claro, pelas suas especificidades.

É útil analisar o que Dilma e Marina têm de pontos a favor e contra.

DILMA E SUAS ARMAS
Os principais ativos de Dilma Rousseff são os seguintes: a) a força do governo e de suas alianças formais pelo país; b) a equipe de marketing mais bem estruturada na comparação com as outras campanhas; c) a aversão ao desconhecido que parte do eleitorado nutre a respeito de Marina Silva; d) a força do PT em momentos decisivos, quando o instinto de sobrevivência do partido fala mais alto e militantes vão para as ruas para empurrar seus candidatos na reta final de uma eleição.

Em teoria, todos esses fatores somados podem fazer com que Dilma acabe suplantando todas as dificuldades. Mas é também necessário confrontar tudo isso com as ferramentas que Marina tem a seu favor.

MARINA E SUAS ARMAS
A candidata do PSB parece ter desidratado um pouco nos últimos 20 dias. Mas para quem tem apenas cerca de 2 minutos na TV, chega a ser quase inacreditável que ela continue com 30% das intenções de voto. Ainda mais considerando-se que sua campanha inteira foi redesenhada há cerca de 30 dias, depois da morte de Eduardo Campos (em 13.ago.2014).

Marina tem alguns fatores que jogam a seu favor. A saber: a) ela é a candidata que mais incorporou em sua narrativa o desejo de mudanças expresso nas manifestações de junho de 2013. Quando fala de uma “nova política”, está falando aos milhões de brasileiros que não toleram mais assistir todas as noites aos telejornais mostrando as mesmas caras de políticos antigos em Brasília; b) no eventual segundo turno contra Dilma, os tempos de propaganda eleitoral na TV e no rádio são iguais, com cada uma das candidatas recebendo 10 minutos; c) o PT enfrenta cenários adversos nos 2 principais cenários do Nordeste, Bahia e Pernambuco; d) o terceiro colocado da eleição deste ano deve ser Aécio Neves (PSDB), cujo eleitorado é preponderantemente anti-PT, anti-Lula e anti-Dilma. Nas 3 últimas eleições presidenciais (2002, 2006 e 2010), os terceiros e quartos colocados tinham eleitores mais propensos a votar no candidato no PT (Anthony Garotinho, Ciro Gomes, Heloisa Helena, Cristovam Buarque, Plínio de Arruda Sampaio e Marina Silva). Não será simples para Dilma Rousseff ter os votos de eleitores aecistas mais adiante.

É bem verdade que Aécio Neves tem feito uma propaganda forte contra Marina Silva nas últimas semanas (“Marina é a Dilma com outra roupa”). Ainda assim, não está claro se o eleitorado do PSDB –possivelmente perto de 20% dos votos válidos nesta eleição– vai preferir dar mais 4 anos ao PT no Palácio do Planalto ou se vai arriscar uma novidade, apoiando a candidata do PSB no 2º turno.

A decisão dos aecistas –e de muitos outros eleitores– vai depender de como Marina Silva reagirá nas próximas duas semanas (até o 1º turno, em 5.out.2014). Se a pessebista demonstrar fragilidade excessiva e entrar muito desidratada na fase final da campanha, a profecia de que ela não tem como ganhar vai se autocumprir.

Como se observa na tabela acima deste post, nunca um candidato que entrou no 2º turno muito atrás nas pesquisas conseguiu reverter o quadro para vencer a disputa.

Desde a semana passada, Marina Silva resolveu reagir dentro do campo em que se dá melhor: o da emoção. No sábado (13.set.2014), ela começou a mostrar sua artilharia. Mais recentemente, falou sobre como foi sentir fome quando era criança no Acre, seu Estado natal. Todas as pesquisas internas das campanhas presidenciais indicam que esses comerciais tiveram impacto positivo para Marina.

É claro que ninguém faz campanha até o último dia apenas provocando emoção nos eleitores ao relatar uma infância difícil. Mas essa foi uma amostra grátis de como será Marina no 2º turno, quando terá reforço na campanha de TV e rádio –hoje basicamente sob o comando de Diego Brandy, que trabalha com poucos recursos e tempo exíguo. O cineasta Fernando Meirelles deve ser incorporado ao time em breve.

Ocorre que Marina precisa também dissipar o medo do desconhecido que existe no eleitorado em relação a ela. Nesse caso, seus programas e exposição midiática terão de encontrar uma narrativa que satisfaça aqueles que estão hoje em dúvida. Não é fácil, embora tampouco seja impossível.

E COMO FICA O PSDB
É importante fazer um último registro antes que tucanos se irritem e digam que o próprio Aécio tem chances de ir ao 2º turno. Tudo ainda é possível numa eleição tão cheia de surpresas como a atual. É claro que, tecnicamente, qualquer um dos 11 candidatos inscritos na corrida pelo Planalto pode chegar à rodada final de votação.

Mas a história recente das disputas presidenciais mostra que seria um fato realmente muito inaudito ver o candidato hoje com 17% conseguir passar ao 2º turno. Basta olhar a tabela acima neste post e verificar que isso nunca ocorreu no Brasil.

O segundo turno será realizado, como determina a Constituição, no último domingo de outubro, que neste ano é o dia 26. E tudo indica que o PSDB está fora desse jogo.

A se confirmar esse cenário, Aécio Neves terá sido o candidato a presidente pelo PSDB com o pior desempenho nos últimos 20 anos. O estrago poderá ser ainda maior se ele também registrar um revés em Minas Gerais, com o seu candidato a governador, Pimenta da Veiga, sendo derrotado, como sinalizam as pesquisas.

Tudo considerado, esta é a eleição presidencial brasileira mais cheia de possibilidades desde a de 1989. E como não poderia deixar de ser, o desfecho continua completamente indefinido.

O blog está no Twitter e no Facebook.

 


Agora, Dilma diz que Marina vai reduzir Minha Casa, Minha Vida
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Comercial acusa candidata do PSB de querer reduzir “os subsídios dados pelos bancos públicos”

Cenas repetem “narrativa do medo”: financistas tramando contra pequenos produtores e programas sociais

Dilma-ataca-Marina-MinhaCasaMinhaVida-17set2014

O novo comercial da série petista que tenta desconstruir a imagem pública de Marina Silva acusa a candidata a presidente pelo PSB de querer “reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos”.

Como nos dois comerciais anteriores de Dilma Rousseff na sua “campanha do medo” (um sobre autonomia do Banco Central e outro a respeito da exploração do pré-sal), o filme de hoje (17.set.2014) tem 30 segundos e uma lógica simples.

Primeiro, uma assertiva: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”

Em seguida, vem uma “explicação” em tom grave, com música incidental ajudando a criar um clima de medo e insegurança. No caso, pequenos produtores de morango trabalhando em um galpão começam a ver os produtos sumirem. O cenário é de desolação.

Além dos pequenos produtores afetados, diz o comercial, a política de Marina seria “um grande risco para programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o Prouni…”

E a conclusão, na voz de um locutor: “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”.

Eis a íntegra do comercial sobre subsídios a bancos públicos e como isso afetaria pequenos produtores e também programas maiores, como o Minha Casa, Minha Vida:

ANÁLISE
Esses comerciais de Dilma Rousseff estão funcionando? É difícil responder a essa pergunta com precisão. A resposta possível é que algum efeito existe, mas talvez não seja exatamente como esperavam a petista e seu marqueteiro, João Santana.

Por um lado, é inegável que nas últimas duas semanas Dilma Rousseff se segurou nas pesquisas de intenção de voto no 1º turno, sempre ficando numericamente à frente de Marina Silva –embora empatadas na margem de erro. Nas simulações de 2º turno, a petista também reduziu a distância que a separava da pessebista.

Essa reação de Dilma, ainda que tímida, coincidiu com a campanha negativa contra Marina. O PT prefere evitar e rejeita expressões como “discurso do medo” ou “desconstrução”. Dilma e sua equipe dizem que estão fazendo o debate político e apresentando aos eleitores argumentos úteis na hora do voto. Outro eufemismo usado pelos dilmistas é que estão trabalhando para “dessacralizar” a principal adversária.

O fato é que Dilma está se mantendo de maneira sólida acima dos 30% nas pesquisas e até demonstrou, em alguns levantamentos, uma leve recuperação. Também vale registrar que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considerou legal a narrativa usada em um dos comerciais do PT (sobre o Banco Central) e essa decisão deve valer para os demais filmes da série.

Mas se os comerciais funcionam, porque Dilma só fica pouco acima dos 30%, aparentemente sem sair do lugar e sem conseguir alargar a vantagem sobre os adversários?

Aí entra a tese da eficácia limitada dos comerciais de João Santana. Para começar, a propaganda negativa sempre dá mais resultado quando ataca um predicado bem conhecido do político que está sendo alvo.

Exemplo: um candidato é visto como uma pessoa muito honesta e alguém descobre uma prova de que se trata de um ladrão e corrupto. Tal revelação vai ecoar de maneira forte nas mentes dos eleitores.

No caso de Marina Silva, os ataques dilmo-petistas são sobre aspectos que não estão no imaginário popular a respeito da candidata do PSB. Poucos eleitores relacionam Marina com Banco Central (aliás, a imensa maioria nem sabe o que é o BC), com pré-sal ou com “subsídios dados pelos bancos públicos”. Dessa forma, a propaganda de João Santana pode até causar um ruído, mas não um deslocamento de placas tectônicas no eleitorado.

E um comentário extra: quantos dos 142 milhões de eleitores brasileiros sabem definir o que são “subsídios dados pelos bancos públicos” (frase da propaganda de hoje)? Esse é outro problema dos comerciais petistas. Talvez sejam muito elaborados e tenham uma linguagem sofisticada que não esteja ao alcance da maioria dos eleitores.

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial ao que se refere este post:

[cenário: homens e mulheres em trajes sociais discutem em torno de monitores, evocando um ambiente empresarial. Em uma das telas, um gráfico sobre o Minha Casa, Minha Vida].

Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”.

[música incidental de tom grave, quase fúnebre].

[corte para cena de uma pequena empresa com pessoas produzindo e embalando geleia de morango].

Locutor: “…Isso significaria menos financiamento para a agricultura familiar e para a indústria. E um grande risco para programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o Prouni…”.

[corte para os empresários demonstrando preocupação. Uma das telas exibe a foto de formatura de estudantes].

Locutor: “…Ou seja, milhões de brasileiros com menos acesso ao crédito, à educação e à casa própria…”.

[neste momento, os potes de geleia ficam vazios].

Locutor:  “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”.

[câmera volta para a pequena empresa. A mesa fica vazia e os produtores  ficam com expressão de espanto e tristeza].

O blog está no Twitter e no Facebook.