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Arquivo : eleições 2014

Só 11 disputas para governos estaduais devem terminar no 1º turno
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Fernando Rodrigues

Número é um dos mais baixos desde que a regra dos 2 turnos foi adotada, em 1990

Dos 18 candidatos à reeleição, apenas 6 estão à frente nas pesquisas; 4 correm risco de derrota

PMDB, com 8 candidatos favoritos, e PSDB, com 6, são as siglas mais bem colocadas

As eleições caminham para ser concluídas em turno único em apenas 11 unidades da Federação. Nessas localidades, o 1º colocado ultrapassa as intenções de voto de todos os seus adversários somados, além da margem erro das pesquisas.

As 11 unidades da Federação nas quais a eleição pode ser decidida no 1° turno são as seguintes: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Para ler os detalhes da disputa, leia a tabela ao final deste post.

Trata-se de uma um número historicamente baixo de eleições de governadores em turno único. Desde 1990, quando passou a vigorar esse formato de escolha para chefes do Executivo, só em 1994 houve um número menor de eleitos no 1º turno (foram 9 naquela disputa). Eis os dados históricos:

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Na regra eleitoral atual, é necessário ter, pelo menos, 50% mais um dos votos válidos para ficar com a vaga na primeira votação. Quando isso não ocorre, os 2 mais bem colocados se enfrentam novamente num 2º turno.

O 1º turno é sempre, como definido na regra legal, no primeiro domingo do mês de outubro. O 2º turno, se necessário, é no último domingo de outubro. Neste ano de 2014, as datas são 5 e 26 de outubro.

Há curiosidades e coincidências sobre as eleições de governadores. Por exemplo, em apenas em 2 Estados o governador sempre foi eleito no 1º turno: Amazonas e Mato Grosso. Neste ano, segundo a pesquisa disponível, é possível que o Mato Grosso mantenha a tradição e encerre a disputa já no dia 5 de outubro, com a vitória do primeiro colocado (no momento), Pedro Taques (PDT).

No Amazonas, a decisão no 1º turno ainda é incerta. Eduardo Braga (PMDB) está empatado tecnicamente com a soma de todos os seus adversários –o que pode levar a disputa para uma segunda votação.

Só 1 Estado nunca teve até hoje uma eleição decidida no 1º turno: Pará. Neste ano de 2014, os paraenses têm, de acordo com as pesquisas, dois candidatos empatados em primeiro lugar: Helder Barbalho (PMDB) e Simão Jatene (PSDB), ambos com 40% no Ibope.

Quando se observa quais partidos mais venceram eleições de governadores no 1º turno, nota-se uma pulverização.

Na soma geral, de 1990 até 2010, as siglas que mais tiveram candidatos eleitos no 1º turno foram PMDB, com 17 vitoriosos na primeira votação em todas as eleições; DEM (incluindo o antigo PFL), com 16, e PSDB, com 15.

Neste ano de 2014, o partido que mais pode eleger governadores no 1º turno é o PMDB (em 4 Estados) e o PSDB (em 2 Estados) (tabela abaixo).

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REELEIÇÃO DIFÍCIL
Entre os 18 governadores candidatos à reeleição, apenas 6 estão em primeiro lugar nas pesquisas. E só 2 devem garantir uma vitória no 1º turno, considerados os levantamentos mais recentes de intenção de votos: Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, e Raimundo Colombo (PSD), em Santa Catarina. Todos os outros 16 enfrentam disputas acirradas.

Se as urnas confirmarem essa dificuldade de governadores que tentam se reeleger, há duas leituras mais óbvias para esse fato.

Primeiro, que o vento de mudança que assola o país não se aplica apenas ao plano federal. Nos Estados os eleitores parecem também desejar uma troca das forças no poder.

Segundo, que o senso comum contra o mecanismo da reeleição é falho –quando o eleitor não gosta do chefe do Executivo local, nunca há uma reeleição automática, independentemente da força da máquina eleitoral governista.

De acordo com as pesquisas, há também 4 governadores que disputam um novo mandato e estão em 1º lugar, mas tendem a enfrentar um 2º turno: Marconi Perillo (PSDB), em Goiás, Simão Jatene (PSDB), no Pará, Beto Richa (PSDB), no Paraná, e Jackson Barreto (PMDB), em Sergipe. O Blog compilou os resultados das últimas pesquisas disponíveis:

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A reeleição está praticamente perdida para 4 candidatos à reeleição, já que seus adversários estão em posição de vencer a disputa no 1º turno de 5 de outubro. Esse é o panorama para Renato Casagrande (PSB), no Espírito Santo, Ricardo Coutinho (PSB), na Paraíba, Zé Filho (PMDB), do Piauí, e Sandoval Cardoso (SDD-TO).

O candidato a vice-presidente pelo PSB, Beto Albuquerque, afirmou em entrevista ao Poder e Política na 4ª feira (3.set.2014) que conta com a onda marinista para reverter o resultado ruim de Casagrande e Coutinho.

O PMDB é a legenda com mais candidatos em 1° lugar. São 8 nomes nessa situação. Em seguida vem o PSDB, com 6 tucanos liderando as pesquisas. O PT tem 3 candidatos próprios puxando a fila nas disputas estaduais.

ALIANÇAS
Na conta que soma os candidatos próprios de cada partido aos candidatos coligados, o PT influi sobre líderes de pesquisas em 14 Estados, incluindo nomes do PMDB, PR, PTB, PSD, PDT e PC do B.

O melhor desempenho de um cabeça de chapa petista é de Wellington Dias, no Piauí, que ganharia no primeiro turno se as eleições fossem hoje. É o único nome do partido hoje nessa situação confortável. O cenário também é bom para os petistas Fernando Pimentel, em Minas Gerais, e Delcídio do Amaral, no Mato Grosso do Sul. Eles lideram a disputa isolados, com vantagem sobre o segundo colocado superior à margem de erro.

O PSDB tem candidatos próprios ou coligados em 13 unidades da Federação. Essa conta inclui nomes do DEM, PR, PMDB, PC do B, PDT e PP. Há 2 tucanos com chance de vencer em turno único: Alckmin, em São Paulo, e Cássio Cunha Lima, na Paraíba. Outros 3 filiados ao partido estão em primeiro lugar isolados: Marconi Perillo, em Goiás, Beto Richa, no Paraná, e Expedito Júnior, em Rondônia.

O PSB, que projeta dobrar sua bancada ao Senado, está em situação muito mais difícil na disputa pelos governos. Tem 3 candidatos próprios ou coligados em primeiro lugar, sendo que apenas 1 deles é do PSB: Paulo Câmara, em Pernambuco, que lidera a disputa empatado numericamente com Armando Monteiro (PTB).

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

P.S. às 15h de 5.set.2014: A primeira versão deste post informava erroneamente que a disputa pelo governo de Minas Gerais em 1994 havia sido definda no primeiro turno por um candidato do PSDB. Os tucanos venceram aquele pleito no segundo turno.

P.S. às 17h de 9.set.2014: Nova pesquisa publicada no Acre coloca o governador Tião Viana (PT) como possível vencedor no 1º turno.

(Com Bruno Lupion)

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Lula pede a Facebook que retire do ar página sobre sua candidatura
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Fernando Rodrigues

Site “Lula 2014” não está mais acessível; perfis em redes sociais continuam ativos

Lula2014-site

O site “Lula2014.org“, que defendia a substituição da presidente Dilma Rousseff pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato do PT a presidente da República, não está mais acessível desde o final da tarde desta 5ª feira (4.set.2014). O post abaixo revelou a existência desse endereço, na manhã desta 5ª feira.

O autor do site é anônimo, embora surgiram na internet especulações, não confirmadas, sobre quem poderia estar bancando a operação, por exemplo, aqui.

O Instituto Lula, por meio de sua assessoria, informa que já requereu ao Facebook que retire o perfil Lula 2014 do ar. Também estuda pedir o mesmo para o Twitter.  A assessoria do ex-presidente diz não saber quem seria o responsável por essas páginas.

P.S. às 21h de 4.set.2014: A assessoria de imprensa do Facebook informa que recebeu um pedido do Instituto Lula, mas que não tomou nenhuma atitude porque a página não violava as políticas da comunidade. Não obstante, o perfil já não está mais disponível no Facebook. Às 21h, o perfil no Twitter também já havia sido excluído.

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Site faz contagem regressiva para que Lula substitua Dilma como candidato
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Fernando Rodrigues

Página anônima agradece à “guerreira” Dilma, mas pede troca já

Justiça Eleitoral permite que mudança seja feita até 15 de setembro

Um site lançado nesta 4ª feira (3.set.2014) faz campanha para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva substitua Dilma Rousseff e seja o candidato do PT na corrida pelo Palácio do Planalto neste ano.

Dilma perde para Marina Silva (PSB) em simulações de segundo turno em todos os institutos de pesquisa. Lula ainda é tido, dentro do PT, como o único capaz de manter a Presidência da República sob o comando da legenda.

Os partidos têm até o dia 15 de setembro para indicar um novo nome para a disputa. Esse é o mote da página “Lula 2014”, editada com uma qualidade visual que não deve em nada às páginas oficiais dos candidatos. Tem, inclusive, uma certa identidade gráfica com o site do PT para a campanha de Dilma, o Muda Mais.

O site Lula 2014 faz contagem regressiva para que o ex-presidente assuma a candidatura pelo PT, em 15 de setembro. Diz que a conjuntura destas eleições pede “medidas contundentes” para garantir que o país “continue crescendo e mudando para melhor”.

O “Movimento Lula 2014”, com se intitulam os autores anônimos do site, agradece a Dilma Rousseff pela sua “garra” e competência” e diz que sua missão “foi cumprida com louvor”. Em seguida, fulmina a atual presidente: “Mas o momento conclama por Lula da Silva, e sabemos que poderemos contar com o seu irrestrito apoio”.

Não é possível identificar a autoria da página, registrada em nome de uma empresa dos EUA.

FACEBOOK
A primeira postagem no Facebook vinculado à página é de 14.abr.2014, quando surgia com força a onda do “volta Lula” dentro do PT. O logo “Lula 2014” é copiado do logo da Copa 2014, que ocorreu em junho-julho. As primeiras postagens mostram Lula com a camisa da seleção.

A página no Facebook destaca iniciativas recentes de Lula, como o lançamento de um site com dados dos governos Lula e Dilma e a estreia do ex-presidente no Twitter. Nas últimas semanas, há uma média de 1 postagem por dia. A página parece ter perdido fôlego de crescimento –comemorou, em 15 de julho, a marca de 80 mil curtidas. Hoje está em 81.005. No Twitter a última postagem é de 30.jun.2014.

Agora, com o site na internet, o movimento parece de novo disposto a ganhar tração para tentar substituir Dilma por Lula.

P.S. às 18h20 de 4.set.2014: O site “Lula2014.org” foi retirado da internet na tarde desta 5ª feira. O Instituto Lula, por meio de sua assessoria, informa que já requereu ao Facebook que retire o perfil Lula 2014 do ar. Também estuda pedir o mesmo para o Twitter. Leia mais no post acima.

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8 de cada 10 eleitores de Aécio vão para Marina no 2º turno, diz Beto
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Fernando Rodrigues

O candidato a vice-presidente da República pelo PSB, Beto Albuquerque, acha que 8 em cada 10 eleitores de Aécio Neves devem votar em Marina Silva para presidente num eventual segundo turno. Os outros dois “talvez votariam em Marina”.

Em entrevista ao UOL e à “Folha”, Beto, 51 anos e deputado federal do Rio Grande do Sul há quatro mandatos, diz não pretender ser “desrespeitoso com nenhuma das candidaturas”, até por se declarar amigo de Aécio Neves, o nome do PSDB nesta corrida presidencial.

Para justificar a possível transferência em massa dos votos tucanos para Marina Silva, o gaúcho diz que isso vai ocorrer “porque são eleitores que querem mudar o país”. E Aécio, também iria de Marina? “É natural. Seria até uma incoerência pensar o contrário. Acho que ninguém pode ficar neutro”.

Beto é um congressista que fala sempre de maneira cuidadosa sobre adversários. Pontua com ressalvas suas assertivas a respeito de um eventual segundo turno. Quando menciona o eventual futuro aliado PSDB, sempre usa um tom ameno. “Desejo ao Aécio que ele tenha êxito na empreitada dele, para não ficarmos nos imiscuindo na realidade de cada um. [Mas] no segundo turno, para quem pregou na campanha inteira mudar o Brasil, o lugar é um lado só. Não há dois lados”.

A entrevista foi concedida na terça-feira (2.set) à noite. Não eram conhecidos os números da pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (4.set). Beto ainda estava sob o efeito da grande euforia a respeito da possibilidade de crescimento das intenções de voto de sua companheira de chapa.

Para ele, “pode, sim, alguém ganhar no primeiro turno” a disputa pelo Planalto. Quem? “Neste momento, quem pode ganhar no primeiro turno é a Marina Silva”. Faz, entretanto, uma ponderação: “Há espaço para ela crescer mais. Mas há também espaço para cair se a gente não continuar de forma humilde, com os pés no chão”.

APOIO NO CONGRESSO
Se eleita, Marina procurará apoio da maioria dos partidos. Mas ela própria escolherá, diz Beto, as pessoas de legendas aliadas para estarem no governo. Ou seja, muitas siglas poderão estar numa eventual administração marinista, só que será sempre a presidente quem vai decidir quais quadros desejará para estar ao seu lado.

Como hoje essa prática não funciona, o candidato a vice pelo PSB acredita que possa ocorrer “um ou outro impasse”, mas um novo modelo de relação com o Congresso será perseguido.

O PSB espera fazer uma bancada próxima a 50 deputados nesta eleição. Hoje, tem apenas 24 cadeiras na Câmara. E quando a Rede Sustentabilidade, partido montado por Marina, estiver com registro na Justiça Eleitoral? “Ela não está obrigada a continuar no PSB. Nós sabemos disso. Nós pactuamos isso com ela. Isso não diminui a nossa responsabilidade com o governo da Marina. Ela pode e continuará tendo apoio irrestrito do Partido Socialista Brasileiro”.

AGRONEGÓCIO
Nesta quinta-feira (4), Marina Silva estará no Rio Grande do Sul num dos maiores eventos agropecuários do ano, a Expointer, que começou no último dia 30 e vai até o 7 de Setembro. A ideia é que a candidata faça um discurso de conciliação para o público local.

Segundo Beto, em síntese, Marina dirá que vai manter o crédito para o setor agropecuário e que não atrapalhará o agronegócio.

Como será a atuação do vice-presidente no caso de vitória de Marina? “Quem dará limites para o vice é a presidente”, responde.

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Pesquisa Ibope mostra equilíbrio e disputa segue indefinida
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Fernando Rodrigues

Datafolha também indica possível estabilização do quadro

Os números da pesquisa Ibope realizada de domingo (31.ago) a terça-feira (2.set) indicam que a disputa pelo Palácio do Planalto ainda está longe de uma definição –contrariando algumas análises sobre o efeito do crescimento fulminante das intenções de voto de Marina Silva (PSB) nas últimas semanas.

Os números mostram um possível equilíbrio do quadro, quando se consideram os levantamentos mais recentes, tanto do próprio Ibope como do Datafolha [leia ao final do post uma análise específica sobre o Datafolha]. Dilma apenas voltou para o patamar em que esteve nos últimos meses. Marina parece começar a reduzir sua velocidade de crescimento.

O fato é que os números do Ibope demonstram também que a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), teve algum poder de reação nesta semana, variando de 34% para 37% das intenções de voto –num momento em que se ouvia aqui e ali que ela estava começando a esfarelar. O que aconteceu de 26 de agosto (quando foi divulgado o último levantamento) até agora? Somente a grande exposição dos candidatos, cada um do seu jeito.

Se Dilma melhorou seu desempenho, o crédito deve ir para as propagandas no horário eleitoral, ao “minuto do candidato” diário no “Jornal Nacional” (algo sempre tratado como assunto da maior prioridade em todas as campanhas) e às suas duas participações em debates presidenciais (dia 26 de agosto, na Band, e dia 1º de setembro, no SBT).

É claro que a participação da presidente no horário eleitoral foi muito criticada por causa do “discurso do medo”. Muitos também enxergaram um desempenho ruim de Dilma nos debates. Mas nessas horas quem decide são os eleitores, não os analistas. Por enquanto, a petista consegue manter seu eleitorado cativo, flutuando em torno de 35%.

A missão nada fácil de Dilma agora é ampliar suas intenções de voto num eventual segundo turno. Até porque, hoje ela perderia para Marina Silva –46% a 39%, uma diferença de 7 pontos. Só que na semana passada a derrota seria maior: 45% a 36%, uma distância de 9 pontos.

Já Marina Silva enfrenta nesta semana o momento de maior questionamento até agora em toda a sua curta trajetória como candidata a presidente. Teve muita coisa. Eis 3 temas: o caso do programa de governo divulgado na sexta e corrigido no domingo (sobre política LGBT e usinas nucleares), mostrando uma certa insegurança gerencial por parte da pessebista; as palestras remuneradas sem divulgar os nomes de quem pagou, indicando uma cheiro de incompatibilidade com a chamada “nova política”; e os ataques sofridos no horário eleitoral quando foi comparada a Jânio Quadros e a Fernando Collor.

Ainda assim, em meio a intenso tiroteio, Marina subiu de 29% para 33% de intenções de voto. É um grande patrimônio formado, sem contar o favoritismo que continua a manter num eventual segundo turno.

Por fim, Aécio Neves (PSDB) pontuou 15% no Ibope e parece que vai mesmo se acomodando na posição de coadjuvante neste processo. Pelo menos, por enquanto. E é necessário ressaltar o “por enquanto”– afinal, esta é talvez a eleição presidencial pós-ditadura com mais fatos inesperados nesta fase final da campanha.

Quem poderia dizer, há um mês, que Marina Silva despontaria agora como uma das favoritas? Ou que o tucano Aécio Neves estaria despencando nas pesquisas?

Tudo considerado, o mais prudente é dizer que esta eleição continua distante de um desfecho previsível. Teremos de esperar até o dia 5 de outubro. Ou até 26 de outubro, no 2º turno –se houver.

Sobre o Datafolha e o remanso

Divulgada no início da noite desta quarta-feira (3.set.2014), a pesquisa realizada pelo Datafolha de 1º a 3 de setembro tem números que corroboram o levantamento do Ibope. São estudos com metodologias diferentes, mas que chegaram a resultados muito próximos.

O Datafolha, na comparação com seu levantamento anterior, reforça a possibilidade de a campanha ter entrado nestes dias em um certo remanso. O efeito da onda pró-Marina parece ter arrefecido. Dilma estancou uma possível queda mais acentuada e manteve-se em seu patamar. E Aécio Neves confirmou sua desidratação na atual fase da disputa.

O que aconteceu? A morte trágica de Eduardo Campos no dia 13 de agosto teve o efeito de desarrumar o cenário que estava mais ou menos estável até aquela data –Dilma liderava, Aécio segurava de maneira sólida o segundo lugar e Campos era o coadjuvante que iria propiciar um segundo turno.

Houve a onda fortíssima pró-Marina e isso produziu uma miragem para quem não está acostumado com os humores voláteis de campanhas eleitorais. Parecia que a candidata do PSB estava se aprumando para liquefazer seus adversários e até vencer no primeiro turno.

Agora, o cenário parece mais estabilizado. Se os eleitores vão manter essa tendência até o final é outra história.

Por falar em história, em geral, as grandes mudanças nas intenções de voto se dão nos primeiros 10 dias do horário eleitoral. Depois, outras alterações acentuadas podem ocorrer nos 10 dias finais da campanha –ou seja, só a partir de 25 de setembro. Isto é: se esta campanha não trouxer mais fatos e acontecimentos mirabolantes.

p.s.: este post foi atualizado às 20h30.

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Há um movimento de desmobilização no PSDB de Minas Gerais
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Fernando Rodrigues

Comitês de campanha do tucano Pimenta da Veiga começam avisar sobre demissões

Divulgação

Há desde ontem (2.set.2014) um clima de desalento na campanha do PSDB pelo governo de Minas Gerais. Alguns comitês do candidato tucano Pimenta da Veiga estão sendo praticamente desativados. Algumas pessoas já foram notificadas que serão dispensadas.

A escolha de Pimenta da Veiga como candidato a governador pelo PSDB em Minas Gerais foi uma decisão consensual entre Aécio Neves (que disputa o Palácio do Planalto pelo partido) e Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente). FHC é amigo de Pimenta.

Ocorre que a campanha de Pimenta nunca decolou, como mostram as últimas pesquisas. Quem lidera a disputa é o candidato do PT, Fernando Pimentel.

Não está claro ainda se o movimento de desmobilização no PSDB mineiro se dá por falta de recursos ou por desânimo geral com a candidatura –ou até por causa desses dois motivos.

O efeito é ruim também para a campanha presidencial de Aécio, que perderá musculatura eleitoral em seu próprio Estado.

p.s.: o jornal “O Tempo” noticiou que “pelo menos 2.000 cortes são esperados para os próximos dias no comitê de Pimenta da Veiga (PSDB)“.

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Aécio liga para aliados e nega renúncia
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Fernando Rodrigues

O candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves, ligou para aliados hoje para negar que estivesse propenso a desistir.

O tucano permanecerá candidato, apesar de sua posição ruim nas pesquisas (está em 3º lugar).

Houve uma forte onda de boatos nesta semana dando conta de uma possível desistência de Aécio.

A um grande empresário, o tucano afirmou que o importante é se manter na disputa e acumular capital para eleições seguintes. E que agora precisa dar muita atenção para Minas Gerais, seu Estado natal, pois o PSDB está com dificuldades para manter o governo de lá, como mostram os últimos levantamentos de intenção de voto.

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Dilma compara Marina a Jânio Quadros e a Fernando Collor
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Fernando Rodrigues

Petista volta ao discurso do medo, que já apareceu em comercial do partido

Menção a Collor é indireta, pois ele é hoje aliado do PT e de Dilma em Alagoas

Tática já foi usada contra Lula e petista rebatia: “Esperança vencerá o medo”

A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, partiu de uma vez para o ataque hoje (2.set.2014) ao comparar sua principal adversária, Marina Silva (PSB), a dois presidentes que tiveram problemas para governar e acabaram deixando a cadeira antes do fim do mandato.

“A base de apoio de Marina Silva tem hoje 33 deputados. Sabe de quantos ela precisaria para aprovar um simples projeto de lei? No mínimo, 129. E uma emenda constitucional? 308. Como é que você acha que ela vai conseguir esse apoio sem fazer acordos? E será que ela quer? Será que ela tem jeito para negociar?”, pergunta o locutor da propaganda dilmista de 2.set.2014, no início da tarde, enquanto na tela aparecem slides sobre esses números.

Em seguida, vem a comparação, mostrando as imagens de Jânio Quadros (1917-1992) e de Fernando Collor de Mello (hoje senador pelo PTB de Alagoas). Ambos, Jânio e Collor, tiveram problemas com o Congresso e não concluíram seus mandatos.

“Duas vezes na nossa história, o Brasil elegeu salvadores da pátria. Chefes do partido do ‘eu sozinho’… E a gente sabe como isso acabou. Sonhar é bom, mas eleição é hora de botar o pé no chão e voltar à realidade”. Eis as imagens mostradas neste trecho do programa de Dilma:

Dilma-Janio-2set2014
Dilma-Collor-2set2014
É curioso e compreensível que Dilma e seu marqueteiro, João Santana, tenham usado a imagem explícita de Jânio Quadros, mas não a de Fernando Collor –de quem apenas mostra uma manchete sobre o seu impeachment. Hoje, Fernando Collor se transformou em um aliado do PT e de Dilma Rousseff no Congresso e nesta campanha eleitoral de 2014.

Não é a primeira vez que o PT, Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva usam o expediente do medo para se contrapor a adversários políticos.

Em um discurso para empresários em março de 2014, Lula comparou Eduardo Campos a Fernando Collor. Naquele momento, Campos (que morreu num acidente em 13.ago.2014) era pré-candidato a presidente e representava um risco para o PT se manter no Palácio do Planalto.

Em maio de 2014, o comercial do PT na TV usou o discurso do medo. Um locutor, em tom dramático, alertava: “Não podemos deixar que os fantasmas do passado voltem e levem tudo o que conseguimos”. Ao final, dizia: “Não podemos dar ouvidos a falsas promessas”. Era uma referência indireta às propostas de candidatos da oposição a presidente da República, como Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). No comercial de Dilma hoje, o tom foi muito parecido.

A tática do discurso do medo –estimular no eleitor um temor a respeito de mudanças– já foi usada amplamente em eleições brasileiras. Inclusive contra o PT, que agora faz o mesmo com seus adversários.

Em 1989, muitos elegeram Fernando Collor (à época no PRN) por medo de como seria um governo Lula. Em 1998, o país enfrentava sérias dificuldades econômicas e o então presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), explorou o temor dos eleitores a respeito de uma piora do quadro se Lula fosse eleito.

Em 2002, o PSDB de novo tentou usar a tática do medo contra Lula, mas o então marqueteiro petista, Duda Mendonça, incentivou o candidato a dizer que “a esperança vai vencer o medo”. Deu certo naquela eleição e o PT chegou ao poder.

A seguir, o vídeo da propaganda de Dilma Rousseff nesta terça-feira, 2.set.2014 (o trecho do discurso do medo começa aos 9min e 2seg).

 

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A difícil situação de Aécio Neves
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Fernando Rodrigues

Tucano fica sozinho ao final do debate e ainda ouviu piada de Dilma

O debate entre os candidatos a presidente da República promovido por SBT-Folha-UOL-Jovem Pan não teve um vencedor claro, mas ficou evidente que há duas protagonistas neste momento da corrida pelo Palácio do Planalto –Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB).

E Aécio Neves (PSDB), que até outro dia era dado como presença certa no segundo turno? O tucano vive situação dificílima.

O Blog relata a seguir o que se passou logo depois do debate realizado nesta segunda-feira, dia 1º.set.2014.

Quando esses debates terminam, os repórteres dos principais veículos de comunicação correm para o palco para falar com os candidatos mais importantes.

Nesta segunda-feira, foram procuradas, majoritariamente, apenas as candidatas Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB). Os outros candidatos ficaram ali, parados, torcendo para serem abordados por algum repórter.

Aécio Neves ficou nesse segundo time, esperando que alguém se dirigisse a ele. Finalmente, chegou uma repórter do SBT que o entrevistou, por dever de ofício –o SBT era promotor do evento e mandou repórteres entrevistar todos os candidatos.

Aécio foi saindo por trás dos púlpitos onde ficaram os candidatos e deu uma pequena parada no local que havia sido ocupado por Dilma, que ainda estava por perto. Como Aécio fez menção de se sentar no banquinho usado pela petista, ainda teve de ouvir uma piada da presidente. “Ô, Aécio, vai querer sentar na minha cadeira?”, brincou Dilma. Todos sorriram amarelo.

O que quer dizer esse episódio prosaico? É um retrato da situação de uma espécie de ocaso vivido pelo candidato do PSDB a presidente. Pelo menos, é essa a sua situação neste momento.

É possível que Aécio se recupere? Possível, tudo é. Esta tem sido uma campanha de muitas surpresas. Mas parece muito improvável que a sorte volte para o tucano no atual ciclo eleitoral.

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Aécio recebeu menos perguntas e ficou em posição secundária no debate
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Fernando Rodrigues

Junior Lago/UOL

Diante das regras do debate desta segunda-feira (1°.set.2014) entre os candidatos a presidente da República, que permitiam a alguns candidatos serem mais ou menos alvo de perguntas, Aécio Neves, do PSDB, acabou recebendo menos questões que Marina Silva, do PSB, e Dilma Rousseff, do PT.

Aécio Neves respondeu a um total de 3 perguntas. Dilma e Marina responderam, cada uma, a 4 perguntas. Isso deixou o tucano em uma posição secundária, o que reflete em certa medida as últimas pesquisas de intenção de voto.

O tucano também, em determinado momento, acabou fazendo uma aliança tácita com o microcandidato Levy Fidelix, do PRTB, quando trocaram perguntas e respostas sem se atacar, o que o nivelou por baixo da polarização principal no momento, que é entre Marina e Dilma.

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