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Arquivo : Força Sindical

Paulinho promete neutralidade sobre impeachment à frente da Força Sindical
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Fernando Rodrigues

“A Força nasceu plural e será plural” diz deputado

Em dezembro, ele usou a central para ameaçar governistas

Volta repentina de Paulinho desagradou Miguel Torres

“Estou magoado. Eu sei que estava fazendo um bom trabalho”

Paulinho da Força (esq.) ao lado de Miguel Torres, que deixou a presidência da Força Sindical

O deputado Paulinho da Força (SD-SP) se comprometeu a respeitar a neutralidade da Força Sindical em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Com um discurso de aceitação da pluralidade dos sindicatos filiados, o congressista reassumiu o comando da Força Sindical na 3ª feira (12.jan), durante reunião da executiva nacional da entidade.

“Alguns companheiros têm dúvidas sobre essa questão da pluralidade. Pra mim, é um princípio. A Força nasceu plural e será plural”, afirmou o deputado no encontro da direção da Força na 3ª feira.

As informações são do repórter do UOL, Luiz Felipe Barbiéri.

A volta de Paulinho à presidência pegou parte da direção da central de surpresa. Inclusive Miguel Torres, que ocupava a presidência interina da Força Sindical desde out.2013.

Em conversa com Blog, Torres diz estar magoado. “Não tem uma crítica à minha atuação nesses últimos 2 anos como presidente. Mas, ali, ninguém iria peitar a atitude dele. Está no estatuto”.

[Contexto: Paulinho da Força é um ferrenho opositor do governo no Congresso. Presidente e fundador do Solidariedade, é membro da chamada “tropa de choque” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Embora tenha adotado discurso em respeito à pluralidade da Força Sindical, ele é visto com alguma desconfiança por parte dos dirigentes da organização. No dia 5.dez.2015, Paulinho tentou arrastar a central para o debate sobre o impedimento da presidente. Anunciou que a Força Sindical usaria carros de som e panfletos para constranger congressistas contrários ao impeachment em frente às suas respectivas residências. O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), seria o primeiro da lista. A informação era falsa. Os dirigentes da Força Sindical ficaram furiosos. Esclareceram que a central mantinha-se neutra na questão, mas respeitava a posição do deputado e do Solidariedade].

 A seguir, trechos de entrevista do Blog com Miguel Torres:

O senhor é próximo ao deputado Paulinho, mas ficou sabendo pela mídia do retorno dele à presidência da Força. Ficou chateado?
É lógico, magoa. Eu sei que estava fazendo um bom trabalho. Não tinha motivo administrativo nenhum. Mas ele se beneficiou de um direito estatuário dele.

O Paulinho atua em favor do impeachment da presidente no Congresso. O senhor acredita que a Força pode abandonar a neutralidade com o deputado no comando?
Ficou muito claro que a Força é neutra. O Paulinho inclusive precisou assumir isso no final da reunião [da executiva nacional]. Temos dirigentes sindicais de todos os espectros. Não tem condições de a central sair do seu DNA. Um DNA plural. Ela nasceu plural e vai continuar plural.

O senhor foi pego de surpresa com a decisão do deputado de voltar à presidência da Força?

Fui. Eu fiquei sabendo por outras pessoas que ele voltaria. Oficialmente, eu recebi a carta às 7h de 3ª feira (12.jan). Pegou todo mundo de surpresa. Eu, principalmente. Mas, de acordo com o estatuto, é um direito dele.

Quais as consequências desse episódio?
Eu estou trabalhando. Sou metalúrgico de base, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e vou continuar trabalhando por uma agenda positiva, para termos propostas e tirar o Brasil da crise. Bola pra frente. É lógico que eu estou magoado, mas agora é trabalhar.

Por que o Paulinho decidiu voltar agora?
Ele acredita que o momento da crise no Brasil é muito grave e que ele poderia ajudar muito dentro da Força nesse período, na articulação do movimento sindical. Foi esse o discurso dele.

Como reagiram os demais dirigentes da central?
Não tem uma crítica à minha atuação nesses últimos 2 anos como presidente. Pelo o contrário. Mas, ali, ninguém iria peitar a atitude dele. Está no estatuto. É uma constituição. Ninguém vai contra. Ficou claro que ele não vai parar nada do que estamos negociando e fazendo. Independente de governo ou de apoio de governo.

Como o senhor avalia a presença de um deputado na direção da 2ª maior central sindical do País em ano de eleições?
No nosso estatuto não tem nada que proíba a participação de um dirigente parlamentar. O Paulinho é um deputado muito ativo. É o deputado mais atuante em defesa dos trabalhadores no Congresso. Ele dá de lavada em qualquer um. É polêmico, mas está sempre presente.

O Paulinho é réu em uma ação penal no Supremo Tribunal Federal. O senhor acredita que isso prejudique a imagem da Força Sindical?
Isso aí é Justiça. Ele pode até ser absolvido, caso tenha argumento para isso. É uma questão dele, de tentar provar sua inocência. Por enquanto não tem nada de definitivo. A gente precisa dar esse tempo.

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Sindicalistas e empresários articulam pauta conjunta de desenvolvimento
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Fernando Rodrigues

Objetivo é definir medidas consensuais de retomada da produção

Documento fala em criação de empregos e oferta de crédito

Pautas serão entregue à presidente Dilma Rousseff em dezembro

VagnerFreitas-foto-DinoSantos-CUT-16out2015

Vagner Freitas, presidente da CUT, que está na organização da reunião

Dirigentes de 6 centrais sindicais convidaram grandes empresários e entidades patronais para discutir uma estratégia conjunta para a retomada do crescimento econômico do país.

O objetivo é elaborar um documento que será entregue à presidente Dilma Rousseff no dia 9 de dezembro, com sugestões consensuais de incentivo ao crédito, manutenção da produção industrial e geração de empregos.

Uma proposta preliminar dos sindicalistas, chamada de “Compromisso Permanente para o Desenvolvimento”, será apresentada aos empresários em encontro hoje (23.nov.2015) em São Paulo, para servir de base para as discussões.

Para o encontro, foram convidados representantes dos 4 setores da economia: serviços, comércio, agricultura e, principalmente, indústria. Entre os convidados, entidades patronais como a CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos) e dirigentes de grandes empresas como a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Magazine Luiza, Gerdau e Embraer.

Do lado dos sindicalistas, integram a iniciativa dirigentes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil), Nova Central e CSB (Central Sindical do Brasil). As informações são dos repórteres do UOL Mateus Netzel e André Shalders.

PROPOSTAS
Segundo o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, alguns temas que serão avaliados já são consensuais, como a criação de iniciativas de aumento do crédito produtivo e de facilitação do comércio exterior.

Outra posição consensual é o pedido para que a Presidência da República determine urgência constitucional para o projeto de lei 3.636 de 2015. De autoria do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), o projeto cria um “fast track” para os acordos de leniência, ao permitir que a advocacia pública e o Ministério Público conduzam e concluam tais negociações. O projeto é considerado vital para combater a paralisia das empreiteiras atingidas pela Operação Lava Jato.

“Com a cadeia da Petrobras paralisada, cria-se uma estagnação da economia. Que as instituições investiguem o que tenham que investigar, mas temos que pensar também em soluções para retomar o crescimento”, defende o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Para ele, o “Compromisso” precisar dar atenção a 3 eixos principais: medidas que estimulem a geração de empregos, a oferta de crédito para as empresas retomarem os níveis de produção e a criação de condições jurídicas de resolução de conflitos entre empresas e trabalhadores.

AGENDA
Para depois do encontro de hoje já estão planejados outras eventos para discussão da estratégia. No dia 3 de dezembro, sindicalistas e empresários voltam a se reunir em São Paulo. No dia 8 de dezembro, as centrais sindicais organizam uma manifestação no Rio de Janeiro.

A entrega do manifesto com as propostas consensuais para a presidente Dilma Rousseff está agendada para o dia 9 de dezembro, em Brasília, com presença dos sindicalistas e empresários.

Além do documento para ser entregue à presidente, há a perspectiva de que a discussão resulte num projeto de lei a ser apresentado ao Congresso Nacional ainda em 2015.

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Centrais farão campanha para defender empregos contra efeitos da Lava Jato
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Fernando Rodrigues

Sindicalistas querem manter empresas em atividade

Entidades têm reunião em 9.nov sobre estratégia

Petroleiros iniciam greve neste domingo (01.nov)

Vista do canteiro de obra da refinaria de Abreu e Lima, no complexo industrial de Saupe, companhia petrolífera Petrobras, em Recife (PE). *** Picture taken during the construction of the Abreu e Lima refinery, at the Suape industrial complex of the Brazilian state oil company Petrobras, in Ipojuca, 46 km from Recife, in the Brazilian northeastern state of Pernambuco, on May 30, 2011. Petrobras, which presented the refinery to the press, said it is awaiting confirmation from the government of Venezuela to know if its Venezuelan counterpart PDVSA will join as a partner in the project, as it was initially planned. AFP PHOTO/ARI VERSIANI

Obras da refinaria de Abreu e Lima (PE), uma das atingidas pela Lava Jato

6 das principais centrais sindicais brasileiras lançarão uma campanha para defender os empregos nas empresas afetadas pela operação Lava Jato.

Um manifesto sobre o tema foi assinado por CUT, Força Sindical, CTB, NCST, UGT e CSB. Dirigentes sindicais se encontrarão para definir a agenda da campanha em 9.nov, em São Paulo.

O texto assinado pelas centrais não faz críticas às investigações. Diz apenas que é preciso conciliar o combate à corrupção com a manutenção da atividade econômica.

Discurso parecido é o adotado pelo coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel. A entidade deflagra greve na Petrobras neste domingo (01.nov), por tempo indeterminado.

“As investigações tem que penalizar aqueles que de fato cometeram crimes, e não o conjunto da sociedade. Estamos perdendo empregos, perdendo investimentos. Nossa pauta é a retomada dos investimentos da Petrobras”, disse ele.

“Consideramos que, a exemplo de outros países que enfrentaram esse mesmo problema, o Brasil precisa ter mecanismos céleres e eficazes de promover, ao mesmo tempo, a investigação, julgamento e punição dos culpados e criar instrumentos complementares que permitam aos órgão responsáveis liberar e viabilizar a atividade das empresas nas suas finalidades produtivas”, diz um trecho do manifesto.

O secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, estima que as empresas afetadas pela Lava Jato respondam por 2% do PIB do país. “O setor de construção tem um potencial de estímulo à economia. Essas empresas, embora denunciadas, são empresas de alta tecnologia e engenharia nacional”, disse.

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Centrais sindicais atacam ideia de fusão de Trabalho e Previdência
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Fernando Rodrigues

CUT e Força Sindical se unem contra reforma de Dilma

Leia aqui, em primeira mão, nota conjunta que será divulgada na 3ª

Miguel Torres (dir.) e Vagner Freitas, presidentes da Força e da CUT

Além de estar com dificuldades para acomodar os políticos governistas na Esplanada dos Ministérios com um corte de 10 pastas, agora a presidente Dilma Rousseff terá de enfrentar também o descontentamento do movimento sindical. Uma nota oficial de 6 centrais, a ser divulgada nesta terça-feira (29.set.2015), faz duras críticas à possível fusão dos Ministérios do Trabalho e da Previdência Social.

O Blog teve acesso ao conteúdo da nota (aqui). Dilma Rousseff conseguiu unir centrais normalmente antagônicas, como CUT e Força Sindical. Os trabalhadores classificam a aglutinação de Trabalho com Previdência Social de “retrocesso”. Aproveitam para falar que é “nefasta” a proposta de unir vários ministérios de áreas sociais em um só, como tem sido maquinado dentro do Planalto.

O texto é  assinado pelos presidentes da UGT, Ricardo Patah; da CTB, Adilson Araújo; da NCST, José Calixto Ramos; e da CSB, Antonio Neto. Pela CUT e Força, assinam os respectivos presidentes, Wagner Freitas e Miguel Torres.

Juntas, essas 6 centrais controlam 78% dos sindicatos do país, segundo a última aferição do MTE, divulgada em abril. Colaborou com este post o repórter do UOL André Shalders.

No texto, as centrais consideram um “grave retrocesso” a possível fusão do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com qualquer outro ministério. Cobram ainda o fortalecimento da pasta.  “(…) Não nos parece razoável qualquer tipo de fusão do MTE com outros Ministérios, o que constituiria grave retrocesso. Assim como também é nefasta a tentativa de fusão de outros Ministérios, voltados para o desenvolvimento social, que visam desenvolver políticas aos menos favorecidos”, diz um trecho.

O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) também está cotado para ser “fundido” na reforma. Pastas voltadas para mulheres, negros e direitos humanos devem ser aglutinadas em uma só.

As centrais ressaltam ainda que o MTE é o “órgão de interlocução” do governo com os “representantes dos trabalhadores”. “A ideia da fusão (do MTE com a Previdência) já foi levantada antes, resultando, por força da realidade, no modelo atual, com dos Ministérios distintos”, continua a nota. Os sindicalistas avaliam julgam que a fusão prejudicará a atuação dos dois ministérios, e “não trará benefícios” para a sociedade.

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Novos cortes irritam CUT e movimentos sociais
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Fernando Rodrigues

Medidas foram mal recebidas por sindicalistas

Haverá atos de protesto já nesta 3ª e 6ª feiras

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O presidente da CUT, Vagner Freitas, em reunião no Planalto em abril

Movimentos sociais organizam-se para ir às ruas contra as medidas de corte de gastos e aumento de impostos anunciadas pelo governo nesta 2ª feira (14.set.2015). A CUT (Central Única dos Trabalhadores), a CSP-Conlutas (Central ligada ao PSTU) e o MTST (Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Teto) farão atos nos próximos dias contra o ajuste fiscal e os itens apresentados na proposta de orçamento do ano que vem.

As informações são dos repórteres do UOL Victor Fernandes e André Shalders.

A CUT organiza ato nesta 3ª feira (15.set.2015), em São Paulo. A manifestação será feita por categorias que têm data-base (rediscussão de contratos de trabalho) neste semestre. O grupo reúne-se em frente à sede da Fiesp, na Avenida Paulista. Os atos já estavam marcados antes do anúncio dos novos cortes, mas agora ganharam importância.

Vagner Freitas, presidente da CUT, afirmou que haverá novos protestos contra o adiamento do reajuste de servidores públicos.

“Não vamos aceitar. A crise existe, mas há outras saídas. Não é possível que os trabalhadores paguem por isso”, afirmou. Freitas defende a taxação de grandes fortunas como forma de aumentar a arrecadação da União.

Além de adiar o reajuste de servidores públicos, o governo anunciou a suspensão de concursos públicos previstos para o ano que vem.

O MTST (Movimento de Trabalhadores Sem Teto) irá às ruas a partir da semana que vem. O líder do movimento, Guilherme Boulos, disse que o grupo não aceita as propostas que prejudicam os investimentos do Minha Casa, Minha Vida, principal programa habitacional do governo.

“A crise não pode ser jogada nas costas dos mais pobres. Faremos uma ampla mobilização, pois essas medidas não serão aceitas”, disse ao Blog.

O Minha Casa, Minha Vida (MCMV) terá cortes de R$ 4,8 bilhões. A faixa 1 do programa (voltada para clientes de menor renda) poderá ser custeada com recursos do FGTS, segundo a proposta anunciada ontem (14.set.2015) pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).

A CSP-Conlutas organiza protesto nesta 6ª feira (18.ago.2015) contra o governo. Ajuste fiscal e a chamada “Agenda Brasil” serão criticados.

A central reclama da ausência de medidas direcionadas ao “andar de cima” e avalia que os novos cortes apresentados por Levy e Barbosa prejudicarão os assalariados. “Pelo lado dos trabalhadores, significará mais e maiores manifestações”, disse um integrante da central.

Dirigentes da Força Sindical, que já fazia oposição ao governo, disseram que a central engrossará as manifestações, especialmente contra o adiamento nos reajustes de servidores.

“Se até a CUT vai para a rua, é porque a coisa está feia mesmo”, disse o presidente licenciado da central sindical, deputado Paulinho da Força (SD-SP). Paulinho ressaltou que não fala oficialmente pela Força.

O Blog entrou em contato com o presidente atual da Força Sindical, Miguel Torres, que também é o presidente do Sindicato do Metalúrgicos de São Paulo. Ele disse que se o pacote fiscal de Dilma for implantado “vai sobrar de novo para população, que vai pagar o pato”. Para o sindicalista, “aumentar imposto não resolve o problema, afeta toda a sociedade, sobretudo os mais pobres”.

A posição oficial da Força Sindical, disse Miguel Torres, será tomada ainda nesta semana.

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Apoio a Eduardo Cunha racha Força Sindical
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Fernando Rodrigues

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Paulinho que articulou apoio da Força Sindical para Eduardo Cunha

Dirigente culpa Paulinho da Força por “cena lamentável”

Secretário-geral, Juruna, pede que deputado “siga seu caminho”

Presidente da Força nega divisão e lamenta opinião divergente

Uma parte dos dirigentes da Força Sindical ficou insatisfeita com a manifestação de apoio que a central deu ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na última 6ª feira (21.ago.2015).

Em duro artigo enviado ao Blog, o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, descreve como “cena lamentável” o ato no qual militantes gritavam “Cunha, guerreiro, do povo brasileiro”.

O que era para ser “uma atividade institucional e imparcial, para conversar sobre as leis e medidas que estão em tramitação” acabou se transformando em “apoio a um político que está sendo denunciado pelo Ministério Público”, escreve o sindicalista.

Juruna atribui a responsabilidade pela manifestação ao deputado federal Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP), o Paulinho da Força, que é “presidente licenciado” da central, como mostra o site da entidade.

“Talvez tenha chegado o momento de o companheiro Paulinho seguir o seu caminho” e seguir “exclusivamente pela atividade partidária”, opina o secretário-geral da Força Sindical.

Paulinho é fundador da Força Sindical, uma central que foi articulada no final dos anos 1980s e fundada em 1991 para se opor à CUT, que é historicamente ligada ao PT. Mais pragmática e menos política (adotou desde o início o “sindicalismo de resultados”), a Força sempre procura ter uma atuação menos ideológica do que a rival petista,

Juruna afirma que Paulinho deveria “seguir o (…) exemplo do companheiro Luiz Antônio de Medeiros” e deixar que a central “siga o seu próprio caminho”. Medeiros é outro integrante histórico da Força Sindical, mas que seguiu carreira política e hoje não influi mais na entidade.

O presidente interino da Força Sindical é Miguel Torres, que também é o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Em seu artigo, Juruna poupa Torres de críticas, embora o ato pró-Eduardo Cunha tenha acontecido num auditório da sede do sindicato.

Apesar de não ter sido atacado, Miguel Torres enviou ao Blog uma nota depois que este post foi publicado (a íntegra está ao final deste texto). O presidente da Força diz que a entidade defende a “pluralidade”. Cita o fato de a central ter recebido em sua sede “o ex-ministro José Dirceu (durante o processo do Mensalão)”.

Sobre Eduardo Cunha, o presidente da Força afirma que “o atual presidente da Câmara tem atuado de forma transparente, e se mostrado sensível à pauta de interesse dos trabalhadores”. E por essa razão foi recebido de “forma carinhosa”. Para Miguel Torres, “não há racha na Força Sindical”.

Eis a seguir a íntegra do artigo do secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, exclusivo para o Blog:

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Manter a unidade e a pluralidade da Central

Por João Carlos Gonçalves (*)

O ato de sexta-feira, dia 21 de agosto de 2015, no Palácio do Trabalhador, sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, quando a Força Sindical recebeu o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, descambou para uma cena lamentável: o que era para ser uma atividade institucional e imparcial, para conversar sobre as leis e medidas que estão em tramitação ou que já foram votadas, transformou-se num ato partidarizado, de apoio a um político que está sendo denunciado pelo Ministério Público.

Os gritos de guerra a favor de Cunha, ouvidos no ato, configuraram uma ação deslocada e sem sentido no atual contexto. Isso porque a democracia deve funcionar para todos. Ninguém está acima da justiça e, neste sentido, precisamos aguardar as conclusões do judiciário no processo que envolve o político em questão.

Repito: o que era para ser uma atividade sindical, meramente institucional, com pauta definida pelo presidente Miguel Torres, transformou-se em um ato de apoio político, e isso não estava na pauta.

Nossa central tem tentado buscar o equilibro. O presidente Miguel Torres tem conversado com os principais atores sociais, como os presidentes de centrais sindicais, encontrou-se com o ex-presidente Lula, marcou para conversar também com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o vice-presidente da República, Michel Temer. Visitou os jornais “Folha de S. Paulo”, “O Globo”, e “O Estado de S. Paulo”. Tem publicado artigos em páginas nobres dos principais jornais sempre na defesa dos interesses dos trabalhadores.

O que aconteceu na última sexta-feira, dia 21, com a transformação de uma atividade sindical em uma ação partidária, não condiz com o caminho que temos tomado. Milhares de sindicalistas filiados à Força Sindical em todo Brasil foram pegos de surpresa pelo noticiário gerando um grande constrangimento para a central.

Esse tipo de envolvimento pode levar à desqualificação e vulgarização de nosso presidente, que nunca pode perder de vista que representa uma entidade grandiosa em números quantitativos, mas sujeita a “testes de qualidade” diariamente.

A Força Sindical para ser levada em conta cada vez com mais seriedade pelos atores que decidem no país –representações de trabalhadores, empresários, intelectuais, universidades, grandes entidades da sociedade civil, Igrejas dignas, Congresso Nacional, Poder Judiciário e Governos–, deve se dar o respeito como entidade sindical multipartidária, como está colocado desde a fundação, e não joguete e instrumento de partidos ou pessoas, como tem se caracterizado os companheiros da CUT ao longo de sua história.

Nós somos diferentes deles desde a nossa fundação.

Talvez tenha chegado o momento de falarmos com muita franqueza e sempre com lealdade, se já não é a hora de o companheiro Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que por sua própria vontade e decisão optou exclusivamente pela atividade partidária, seguir o seu caminho e a exemplo do companheiro Luiz Antônio de Medeiros, no passado, continuar ao nosso lado, nos apoiando, nos ajudando com a sua experiência e bagagem, mas deixando que a central siga o seu próprio caminho, tenha a sua posição permanente em defesa de políticas democráticas, do respeito a institucionalização do Estado de Direito Democrático a duras penas conquistado e, sobretudo, de uma coerente e combativa política sindical em defesa dos trabalhadores e suas famílias, que é o nosso objetivo maior.
______________________
(*) João Carlos Gonçalves, o Juruna, é secretário-geral da Força Sindical.

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A seguir, íntegra da nota da Força Sindical enviada ao Blog às 14h49 de hoje (24.ago.2015):

Nota de esclarecimento

A Força Sindical sempre defendeu a pluralidade. E sempre acreditou que o debate de ideias é um dos pilares da democracia.

No entanto, gostaríamos de esclarecer que o texto publicado no blog do jornalista Fernando Rodrigues, intitulado “Apoio a Eduardo Cunha racha a Força Sindical”, diz respeito a uma opinião extremamente pessoal do secretário-geral da Central.

Vale ressaltar que a Força Sindical já recebeu, em sua sede, políticos das mais diversas tendências e partidos. Como exemplo, podemos citar o ex-ministro José Dirceu (durante o processo do Mensalão); os ex-presidentes da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti, Marco Maia e Aldo Rebelo; o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e dezenas de ministros de Estado.

A visita do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, faz parte do processo democrático que visa fortalecer o diálogo com todas as instâncias públicas.

Destacamos que o atual presidente da Câmara tem atuado de forma transparente, e se mostrado sensível à pauta de interesse dos trabalhadores. E isto se refletiu na forma carinhosa com que militantes e sindicalistas receberam Eduardo Cunha na última sexta-feira, ocasião em que sindicalistas do PDT, do PSDB e do Solidariedade, entre outros, fizeram uso da palavra em defesa de Cunha.

Também queremos destacar o trabalho voltado à defesa dos trabalhadores realizado pelo deputado federal Paulinho da Força, que é uma referência no Congresso em matérias de interesse da classe trabalhadora.

Lamentamos que, uma opinião pessoal de um integrante da direção da Força Sindical tenha causado tal desconforto a ponto de o citado jornalista tê-la interpretado como um ”racha político”.

Reafirmamos que não há racha na Força Sindical. Continuamos, como sempre, unidos na defesa dos interesses dos trabalhadores.

Miguel Torres – presidente da Força Sindical

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Centrais sindicais se unem para defender Dilma Rousseff
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Fernando Rodrigues

Anuncios-centrais-sindicais-14ago2015

trecho de anúncio que sindicatos filiados a várias centrais publicam nesta 6ª feira

Sindicatos assinam manifesto a favor do “calendário eleitoral”

Falam em “desmontar” os “intentos desestabilizadores”

Quase sempre adversárias entre si, várias das principais centrais sindicais do país se uniram para assinar um manifesto, por meio de seus principais sindicatos, a favor da manutenção da presidente Dilma Rousseff no cargo.

Um anúncio (veja aqui uma reprodução) será publicado em jornais impressos desta 6ª feira (14.ago.2015) com a assinatura de importantes sindicalistas ligados a Força Sindical, CUT, UGT, CTB, Nova Central e CSB.

O manifesto prega o respeito ao “calendário eleitoral” e à “estabilidade institucional”. É bem explícito ao condenar proposta de parte dos partidos de oposição sobre troca de governo: “É necessário desmontar o cenário político em que prevalecem os intentos desestabilizadores”.

Houve uma tentativa inicial de fazer com que as próprias centrais sindicais assinassem o documento. Mas seria um processo demorado, com plenárias e muitas reuniões antes de a decisão ser tomada. Optou-se pela via rápida, com a escolha de sindicados representativos de todas elas para assumirem essa tomada de posição.

Trata-se de uma vitória política para Dilma Rousseff. Hoje à tarde (13.ago.2015), a maioria das centrais sindicais estava representada no ato montado a favor da presidente –embora em alguns momentos a plateia atacasse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.  Segundo relato do repórter Victor Fernandes, que acompanhou a cerimônia, os presentes cantavam: “Fora já, fora já daqui, o Eduardo Cunha junto com Levy”. E mais: “Ô, Levy, fala [sic] pra tu, volta pro Bradesco e pro banco Itaú”.

Um ministro presente comentou: “Isso é tudo lateral. O foco é mostrar que estão se organizando para ir às ruas, se necessário”. Em resumo: se a onda pró-impeachment das manifestações de domingo (16.ago.2015) ficar muito forte, as tropas governistas ancoradas em movimentos sociais vão reagir.

Isso fica claro no final do manifesto: “Os Sindicatos (…) conclamam os demais segmentos da sociedade civil organizada a restabelecer as pontes para o necessário diálogo visando a construção de compromissos e acordos para fortalecer a democracia, o crescimento econômico e o desenvolvimento nacional”.

O documento dos sindicatos fala também em crescimento da economia, mas o objetivo principal foi redigir um texto se contrapondo a setores da oposição que hoje flertam com a possibilidade de impeachment e convocação de novas eleições.

Leia a seguir a íntegra do manifesto dos sindicatos:

Chamado ao diálogo pela democracia,
por crescimento econômico, inclusão
social e desenvolvimento nacional

“Brasil já deu mostras de que é um país capaz de promover equidade, bem-estar social e qualidade de vida para todos. Por isto, precisamos retomar rapidamente o investimento e a atividade produtiva para aumentar as oportunidades, o emprego, melhorar a distribuição da renda e as políticas sociais”.

“Tais desafios exigem, das forças vivas da sociedade brasileira, um claro posicionamento em defesa da democracia, do calendário eleitoral, do pleno funcionamento dos Poderes da República, da estabilidade institucional e dos fundamentos constitucionais como condição para a rápida e sustentada transição para o crescimento econômico. Mais do que isto, é necessário desmontar o cenário político em que prevalecem os intentos desestabilizadores, que têm sido utilizados como o condão para a aplicação de uma política econômica recessiva e orientada ao retrocesso político-institucional”.

“Assim sendo, reafirmamos que qualquer projeto de desenvolvimento nacional deve ser cimentado pelo fortalecimento das instituições e da democracia, sem descuidar do combate à corrupção, e tem que guiar-se pela superação das graves desigualdades econômicas, sociais e regionais, promovendo”:

 

  • Combate à inflação;
  • Juros baixos;
  • Aumento do investimento público e privado em infraestrutura econômica e social;
  • Defesa do emprego e do poder de compra dos trabalhadores;
  • Política cambial que incentive a atividade produtiva, especialmente a industrial;
  • Investimentos na qualidade da educação;
  • Ciência, tecnologia e inovação para agregar valor à produção de bens e serviços;
  • Fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas;
  • Consolidação do mercado interno de consumo de massa;
  • Fortalecimento e estímulo da participação competitiva do Brasil;
  • Modernização das instituições, das leis e do Estado

 

“O momento exige diálogo, compromisso com o País, com a democracia e com a necessária afirmação de um projeto de desenvolvimento nacional ancorado na produção, em uma indústria forte, um setor de serviços dinâmico, um comércio vigoroso, uma agricultura pujante e em um Estado indutor e coordenador das estratégias de crescimento econômico e de desenvolvimento social”.

“Por isto, os Sindicatos abaixo assinados declaram-se dispostos, e conclamam os demais segmentos da sociedade civil organizada, a restabelecer as pontes para o necessário diálogo visando a construção de compromissos e acordos para fortalecer a democracia, o crescimento econômico e o desenvolvimento nacional”.

São Paulo, 14 de agosto de 2015.

Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes – Miguel Eduardo Torres, presidente

Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – Rafael Marques, presidente

Sindicato dos Comerciários de São Paulo – Ricardo Patah, presidente

Sindicato dos Empregados em Hotéis de São Paulo – Francisco Calazans Lacerda, presidente

Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo – Rene Vicente dos Santos, presidente

Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação de São Paulo – Antonio Neto, presidente

Sindicato dos Bancários de São Paulo – Juvandia Moreira Leite, presidenta

Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo – Antonio de Sousa Ramalho, presidente

Federação dos Empregados do Comércio do Estado de São Paulo – Luiz Carlos Motta, presidente

Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo – Osvaldo da Silva Bezerra, coordenador-geral

Sindicato dos Telefônicos de São Paulo – Almir Munhoz, presidente

Sindicato dos Empregados em Edifícios de São Paulo – Paulo Ferrari, presidente

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P.S.: o Blog recebeu a seguinte mensagem por meio da assessoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, às 16h37 de 14.ago.2015:

NOTA DE ESCLARECIMENTO
sobre informação publicada no Blog de Fernando Rodrigues (UOL)

Nós, dirigentes sindicais da Força Sindical abaixo assinados, manifestamos nossa discordância em relação à informação divulgada pelo jornalista Fernando Rodrigues em seu blog, de que “Centrais sindicais se unem para defender Dilma Rousseff”.

Primeiramente, deixamos claro que a nota “Chamado ao diálogo pela democracia…” publicada nos jornais nesta sexta-feira, 14 de agosto de 2015, no nosso entendimento, não implica em apoio ao governo Dilma, que não dialoga com o movimento sindical, que vem adotando medidas contrárias aos interesses da classe trabalhadora, promovendo o esfacelamento da indústria, do setor agropecuário, aumento do desemprego, da inflação, dos juros e levando o país para um caminho contrário ao do crescimento e desenvolvimento econômico e social que tanto almejamos.

A classe trabalhadora continua pedindo diálogo para a organização e A retomada do crescimento. Neste sentido, defendemos, sim, esforços e ações claras e objetivas entre as forças políticas para a superação da crise e a retomada do desenvolvimento.

A informação publicada no blog, de que “optou-se pela via rápida, com a escolha de sindicatos representativos de todas elas para assumirem a tomada de posição”, para divulgação ágil da nota é tendenciosa. As centrais sindicais, bem como os sindicatos têm compromisso sério com suas bases e não podem, por falta de tempo, divulgar posições que não sejam discutidas democraticamente e tiradas por consenso.

Lamentamos a interpretação distorcida do jornalista, uma vez que é clara a nossa posição crítica às tantas medidas do governo, bem como em favor do combate à corrupção, à inflação, ao corte dos juros, sempre em defesa da classe trabalhadora.

Reafirmamos nosso compromisso com o diálogo permanente como meio de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
São Paulo, 14 de agosto de 2015

MIGUEL TORRES
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes

ANTONIO DE SOUSA RAMALHO
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo

PAULO FERRARI
Presidente do Sindicato dos Empregados em Edifícios de São Paulo

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