Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : setembro 2012

PT perdeu dois terços de seus eleitores pobres
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Fernando Rodrigues

O jornalista e pesquisador da FGV-SP, Fabiano Angélico, envia análise sobre onde o PT está fazendo água em São Paulo. Eis o artigo:

De 2008 a 2012, PT perdeu dois terços de seus eleitores de baixa renda

Movimento similar ocorreu entre os eleitores de baixa escolaridade

Por Fabiano Angélico, jornalista e pesquisador da FGV-SP

Com uma distância de exatos quatro anos, o Datafolha divulgou duas pesquisas eleitorais sobre a corrida à Prefeitura de São Paulo em que chama a atenção a disparidade na intenção de votos entre os dois candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT): 22 pontos percentuais separam a Marta de 18 de setembro de 2008 do Haddad de 18 de setembro de 2012:

Uma pergunta bastante pertinente para se fazer aos números é: em quais grupos de eleitores a diferença entre Marta e Haddad são mais pronunciadas?

As tabelas divulgadas no site do Datafolha ajudam a responder essa pergunta. Vamos então analisar o eleitorado que declara voto no PT nos recortes de renda, escolaridade e idade:

A maior diferença entre Marta e Haddad está na porção do eleitorado que ganha até 2 Salários Mínimos: 30 pontos percentuais. Isso quer dizer que de cada três eleitores do PT em setembro de 2008 apenas um mantém o voto no partido em setembro de 2012.

A segunda maior diferença está nos eleitores de 35 a 44 anos: 29 pontos.

E a terceira maior diferença localiza-se entre os eleitores com Ensino Fundamental: 28 pontos porcentuais.

Os menos escolarizados e de baixa renda mudaram a intenção de voto por causa do partido ou por causa do candidato? Por que a faixa etária dos 35 aos 44 anos mudou tanto, em relação ao candidato do PT?

Deixo aos sociólogos, cientistas políticos e observadores mais atentos as respostas a essas novas perguntas.

Acesse os dados do Datafolha de setembro de 2008 e os dados do Datafolha de 18 de setembro de 2012.

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Dilma entra no mensalão e responde a Joaquim
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Fernando Rodrigues

A presidente Dilma Rousseff acaba de soltar uma nota em resposta a declarações do ministro relator do julgamento do mensalão, Joaquim Barbosa.

É que Barbosa havia dito ontem (20.set.2012) que Dilma havia ficado “surpresa” com a rapidez com que uma medida para o setor elétrico tinha sido aprovada no início do governo Lula.  O ministro sugeriu, por óbvio, que Dilma teria ficado surpresa porque certamente desconfiaria de meios heterodoxos de convencimento dos congressistas.

A presidente respondeu tentando contextualizar de outra forma a expressão “surpresa”. Mas não fica muito clara a exegese do termo… No fundo, a nota serve para Dilma dar um recado para o público em geral (aos petistas, sobretudo): está entrando nesse infindável bate-boca sobre o mensalão. E é também, como o Blog ouviu no Planalto, um outro recado claro para Joaquim Barbosa: seria bom se o ministro não envolver a Presidência da República em suas conjecturas.

Eis a íntegra da nota presidencial:

 

Presidência da República

Secretaria de Comunicação Social

Secretaria de Imprensa

 

NOTA OFICIAL

 

Na leitura do voto, na sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal, o senhor ministro Joaquim Barbosa se referiu a depoimento que fiz à Justiça, em outubro de 2009. Creio ser necessário alguns esclarecimentos que eliminem qualquer sombra de dúvidas acerca das minhas declarações, dentro dos princípios do absoluto respeito que marcam as relações entre os Poderes Executivo e Judiciário.

Entre junho de 2001 e fevereiro de 2002, o Brasil atravessou uma histórica crise na geração e transmissão de energia elétrica, conhecida como “apagão”.

Em dezembro de 2003, o presidente Lula enviou ao Congresso as Medidas Provisórias 144 e 145, criando um marco regulatório para o setor de energia, com o objetivo de garantir segurança do abastecimento de energia elétrica e modicidade tarifária. Estas MPs foram votadas e aprovadas na Câmara dos Deputados, onde receberam 797 emendas, sendo 128 acatadas pelos relatores, deputados Fernando Ferro e Salvador Zimbaldi.

No Senado, as MPs foram aprovadas em março, sendo que o relator, senador Delcídio Amaral, construiu um histórico acordo entre os líderes de partidos, inclusive os da oposição. Por este acordo, o Marco Regulatório do setor de Energia Elétrica foi aprovado pelo Senado em votação simbólica, com apoio dos líderes de todos os partidos da Casa.

Na sessão do STF, o senhor ministro Joaquim Barbosa destacou a ‘surpresa’ que manifestei no meu depoimento judicial com a agilidade do processo legislativo sobre as MPs.  Surpresa, conforme afirmei no depoimento de 2009 e repito hoje, por termos conseguido uma rápida aprovação por parte de todas as forças políticas que compreenderam a gravidade do tema. Como disse no meu depoimento, em função do funcionamento equivocado do setor até então, “ou se reformava ou o setor quebrava. E quando se está em situações limites como esta, as coisas ficam muito urgentes e claras”.

Dilma Rousseff

Presidenta da República Federativa do Brasil

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Haddad tem menos da metade do PT em SP
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Fernando Rodrigues

33% dos paulistanos dizem achar “ótimo” ou “bom” o PT na Prefeitura

Mas o candidato de Lula só tem 15% e não consegue se conectar aos eleitores

Por que o candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, não decola?

Tem sido comum analisar essa situação procurando alguma razão exógena à disputa local. Algum fato externo estaria provocando o estancamento de Haddad. Seria o julgamento do mensalão? Seria o desgaste do PT? Seria a propaganda negativa que os adversários fazem contra ele?

Todos esses fatores podem influir, claro. Mas há também um aspecto real e mais objetivo: a dificuldade do próprio candidato para ser um “político eleitoral”, fazer campanha com gosto e empolgar os militantes de sua legenda e os eleitores paulistanos. Esses são predicados inexistentes até agora no desempenho pessoal de Haddad.

O Datafolha investigou o tema. Descobriu algo desolador para Fernando Haddad –e também, em grande medida, para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável direto pela escolha do candidato. Continua firme e forte na cidade de São Paulo a teoria de que um terço dos paulistanos “é PT”.

Hoje, 33% dos paulistanos dizem que consideram “ótimo” ou “bom” ter um prefeito do PT na capital do Estado. A esta altura da campanha, a maioria dos eleitores sabe quem é do PT e quem não é. O problema é que Haddad está hoje com uma taxa de intenção de votos de apenas 15%, menos da metade do que seria o potencial de seu partido. Mesmo com uma propaganda de TV de primeira linha. Mesmo com o apoio de petistas ilustres. E com recursos fartos para gastar.

Ou seja, o PT até que não vai tão mal na cidade de São Paulo. Aliás, o PT mantém uma popularidade muito boa com seus 33% de seguidores fiéis. Quem não está bem é o candidato do PT. E, por óbvio, todas as estrelas petistas que se apresentam como fiadores de Fernando Haddad.

Numa eventual derrota, o fracasso não terá sido só de Haddad. Serão sócios majoritários desse projeto o ex-presidente Lula (o maior responsável pela escolha do candidato), a presidente Dilma Rousseff e a ex-prefeita e agora ministra da Cultura, Marta Suplicy –que era contra Haddad, mas converteu-se ao “haddadismo” após ser bajulada pelo Palácio do Planalto.

Eis os dados do Datafolha sobre o que pensam os paulistanos e o partido do próximo prefeito da cidade:

A pesquisa Datafolha realizada na cidade de São Paulo nos dias 18 e 19 de setembro mostra um quadro de estagnação perigoso para Fernando Haddad. Ele oscilou em uma semana de 17% para 15%.

Ao mesmo tempo, José Serra (PSDB) oscilou de 20% para 21%. E Celso Russomanno (PRB) foi de 32% para 35%.

Tem sido usual nesta corrida paulistana ouvir a muitas perorações sobre o “fenômeno Russomanno” e sobre o “declínio de José Serra”. Quando o assunto é Haddad, o senso comum é um só: na reta final da campanha o candidato petista vai crescer, porque essa tem sido a lógica há décadas.

Por enquanto, essa profecia petista não tem se provado verdadeira quando se compara o que se passou em disputas anteriores.

A esta altura da disputa pela Prefeitura de São Paulo, todos os candidatos petistas que foram ao segundo turno em todas as eleições passadas já estavam em condições mais confortáveis se comparados aos 15% de Haddad hoje. Eis os dados:

 

1992 (23.set): Eduardo Suplicy tinha 22%

1996 (23.set): Luiza Erundina tinha 22%

2000 (22.set): Marta Suplicy tinha 35%

2004 (17.set): Marta Suplicy tinha 33%

2008 (18.set): Marta Suplicy tinha 37%

 

Nada impede que Fernando Haddad dê uma disparada nos próximos 17 dias até a data do primeiro turno (em 7 de outubro). Ocorre que os dados históricos mostram que ele terá de suar muito mais a camisa.

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Presidente do Egito adia visita ao Brasil
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Fernando Rodrigues

O presidente do Egito, Mohamed Morsi, cancelou a visita que faria à presidente Dilma Rousseff, em Brasília, na próxima 6ª feira (28.set.2012). Não foi marcada nova data para sua vinda ao Brasil. A Embaixada do Egito confirmou a informação ao Blog, mas não apresentou os motivos do cancelamento.

A mudança de planos ocorre em um momento conturbado para o mundo árabe. A região vivencia protestos violentos contra o filme “A Inocência dos mulçumanos”, produção americana que ridiculariza Maomé, líder da religião Islâmica.

A situação aguça a instabilidade da região, que ainda lida com o rescaldo das revoltas que derrubaram ditadores em vários países –como o próprio Egito– e com guerras civis ainda em curso –como na Síria, onde rebeldes pretendem derrubar o governo de Bashar al-Assad.

O governo egípcio já condenou o filme “A Inocência dos mulçumanos”, segundo noticiou a “Folha” em 12.set.2012, mas pediu que os protestos sejam moderados. “Este filme é ofensivo ao Profeta e imoral. Peço ao grande povo do Egito que expresse sua ira com moderação”, disse o primeiro-ministro Hisham Qandil.

O filme foi dirigido e produzido por Sam Bacile, corretor imobiliário israelense-americano de 54 anos, nativo do sul da Califórnia. Para ele, o Islã é “uma religião do ódio”.

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Tags : Egito


O efeito tardio do mensalão
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Fernando Rodrigues

BRASÍLIA – Seria o mensalão uma bomba eleitoral de efeito retardado, cujo impacto real sobre o PT se dará agora, nas disputas municipais, e em 2014? É cedo para dizer, embora existam sinais preocupantes para os dirigentes petistas. Leia mais (para assinantes do UOL e da Folha).


Em MG, 3 grandes cidades sem 2º turno
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Fernando Rodrigues

Pesquisas indicam fim da disputa já no 1º turno na…

…capital, Belo Horizonte, e em Betim e Uberlândia

O Estado de Minas Gerais tem 7 grandes cidades –as que abrigam mais de 200 mil eleitores e que podem realizar 2º turno quando nenhum candidato consegue, pelo menos, 50% mais um dos votos válidos. Em 3 desses municípios mineiros a disputa eleitoral pode terminar já no 1º turno, pois os candidatos favoritos apresentam larga vantagem sobre os demais.

Levantamento do Blog com as pesquisas eleitorais mais recentes mostra que poderão terminar no 1º turno de 7 de outubro as eleições de Belo Horizonte, Betim e Uberlândia.

O favorito na capital Belo Horizonte (1,9 milhão de eleitores) é Márcio Lacerda (PSB), que é apoiado pelo PSDB e tem 44% nas pesquisas. Como os demais concorrentes têm 30% somados, a eleição pode ser liquidada em 7 de outubro –a se manter o quadro atual.

Em Uberlândia (445 mil eleitores), está na frente Gilmar Machado (PT), com 59,4%. Os demais concorrentes têm apenas 28,1%.

Em Betim, o líder é Carlaile Pedrosa (PSDB), com 60% das intenções de voto. Os outros candidatos somam só 23%.

Onde vai dar 2º turno em MG
De acordo com as pesquisas, há chances de haver 2º turno em Minas Gerais nas cidades de Contagem, Juiz de Fora e Uberaba.

Em Montes Claros, não há pesquisas disponíveis. O cenário é incerto nessa cidade também porque o candidato Athos Avelino (PSB) desistiu da disputa em 10.set.2012. Ele estava sob risco de ser barrado por causa da Lei da Ficha Limpa, de acordo com notícia publicada pelo jornal “O Tempo”. Nenhuma pesquisa realizada após essa data, com o novo cenário, estava disponível até a manhã desta 4ª feira (19.set.2012).

Para o levantamento deste post, o Blog considerou apenas pesquisas realizadas no mês de setembro –ou seja, as que já captaram o efeito das propagandas em rádio e TV.

Este Blog, a página de política em atividade mais antiga da internet brasileira, também disponibiliza o mais completo acervo de pesquisas eleitorais da web. Estão arquivadas no Blog pesquisas desde a eleição do ano 2000.

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Ministra do Paraguai diz ter doutorado que não existe
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Fernando Rodrigues

Titular da pasta da Defesa afirmou ter título da Unipar

Escola do Paraná nega e caso vira escândalo no país vizinho

A ministra da Defesa do Paraguai, María Liz García de Arnold, divulgou em seu currículo que é detentora de um doutorado concedido em 2009 pela Universidade Paranaense (Unipar), no campus de Umuarama. O jornal “ABC Color” desconfiou da informação, pois a ministra não havia morado nessa cidade para obter tal título. Hoje (18.set.2012), após este Blog ter obtido uma negativa da instituição de ensino, “ABC Color” publicou: “Mentiu sobre o doutorado“.

O título da tese de doutorado chamava a atenção. Em espanhol: “Aplicabilidad de los derechos humanos en la seguridad multidimensional para lograr medidas de confianza en la República del Paraguay”. Na realidade, tratou-se apenas de uma palestra que María Liz apresentou em 22 de maio de 2009 na Unipar, na cidade Umuarama, no oeste do Paraná.

Segundo o professor Celso Hiroshi Iocohama, coordenador do Mestrado da Unipar, em maio de 2009 foi firmado um “convênio de cooperação acadêmica, científica e cultural internacional firmado entre a Unipar e a UMA (Universidad Metropolitana de Asunción)”. Na ocasião, María Liz fez uma apresentação, pois era a reitora da UMA.

“Foram apresentados alguns trabalhos dos professores visitantes perante a comunidade acadêmica, dentre os quais o da professora Maria Liz García de Arnold, sem que, entretanto, pudesse ser atribuído qualquer título acadêmico, em especial o de doutorado, já que a universidade não estava e ainda não está contemplada com programa deste nível. Nenhum título acadêmico foi atribuído aos professores visitantes que apresentaram trabalhos”, escreveu o professor Celso Hiroshi Iocohama a respeito do episódio.

No Paraguai, a repórter Mabel Rehnfeldt, do jornal ABC Color, entrevistou há alguns dias María Liz. A ministra da Defesa declarou que tinha o título de doutora da Unipar, tal como está em seu currículo.

Segundo relata o “ABC Color”, a ministra da Defesa do Paraguai respondeu o seguinte: “Eu sou uma pessoa da academia, respeito a academia, estudei muitíssimo e este é um trabalho de investigação de três anos, que está à vista de todos”.

Indagada sobre o diploma, respondeu: “O ato existiu, o documento existe e isso é algo que tenho em minhas mãos”. María Liz nunca mostrou o diploma, mas apenas um vídeo de sua apresentação em 2009 na Unipar.

Hoje (18.set.2012), ao receber a negativa da Unipar, este Blog perguntou de maneira bem explícita: “A Unipar nunca outorgou um título de doutora para a sra. María Liz, certo?”. E a resposta do professor Celso Hiroshi Iocohama: “Nenhum título foi outorgado aos professores paraguaios visitantes, dentre eles, a professora [María Liz]”.

Depois de conhecida a versão da Unipar, a ministra da Defesa do Paraguai não voltou a dar declarações.

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PSB avança em capitais desafiando o PT
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Fernando Rodrigues

Socialistas podem dobrar nº de prefeitos de capitais.

Partido de Eduardo Campos tende a passar o de Lula.

Acesse pesquisas eleitorais em 22 capitais.

O rompimento com o PT em algumas disputas municipais relevantes deu ao PSB mais competitividade. Nas capitais de Estado isso fica bem visível conforme indica levantamento do Blog com as pesquisas eleitorais mais recentes.

 

A sigla de Eduardo Campos, governador de Pernambuco e possível candidato a presidente em 2014 ou em 2018, controla hoje só 3 das 26 capitais (Belo Horizonte, Curitiba e Boa Vista), mas poderá dobrar esse nº após as eleições deste ano de 2012. Isso só é possível porque os socialistas decidiram enfrentar o PT. Os partidos são adversários em todas as capitais em que o PSB está no páreo.

 

Foram consideradas no levantamento só as 22 capitais para as quais estavam disponíveis pesquisas realizadas no mês de setembro (até a manhã desta 3ª feira, 18.set.2012).

 

Dos 6 candidatos competitivos do PSB, 3 estão em 1º lugar nas pesquisas –petistas ocupam o 2º lugar. Os outros 3 socialistas competitivos concorrem com petistas por 1 vaga no segundo turno.

 

Em BH, o líder é Márcio Lacerda (PSB) e o 2º é Patrus Ananias (PT). No Recife, Geraldo Júlio (PSB) está à frente de Humberto Costa (PT). Em Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) está em 1º, mas empatado com o 2º, Lúdio Cabral (PT).

 

Em Curitiba, Luciano Ducci (PSB) tem disputado vaga no segundo turno com outros 2 candidatos. Um é Ratinho Jr. (PSC). O outro é o candidato apoiado pelo PT, Gustavo Fruet (PDT).

 

Em Fortaleza, Roberto Cláudio (PSB) concorre com Elmano Freitas (PT) –estão tecnicamente empatados em 2º lugar. Se as pesquisas estiverem corretas, 1 deles enfrentará Moroni Torgan (DEM) na segunda etapa.

 

O mesmo ocorre em Porto Velho: Mauro Nazif (PSB) e Fátima Fátima Cleide (PT) estão tecnicamente empatados e têm chances de ir para o 2º turno contra o 1º colocado, Lindomar Garçon (PV).

 

Ranking
O PT é o partido que mais controla prefeituras entre as 22 analisadas: tem 6 desses prefeitos. Mas essa liderança não se traduz em força para o partido. O PSDB, com só 1 prefeito, tem mais candidatos competitivos que o PT (10 contra 8). São competitivos os políticos em 1º lugar nas pesquisas ou que estão em 2º e têm chances de disputar segundo turno.

 

O quadro abaixo mostra a situação dos partidos nas 22 capitais incluídas no levantamento: quantos prefeitos e quantos competitivos cada um tem na atual fase da campanha.

 

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O preconceito na escolha de juízes em SP
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Fernando Rodrigues

Candidatos são submetidos a perguntas constrangedoras

Religião e aborto são temas de entrevistas secretas

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) marcou para amanhã (18.set.2012) o julgamento de seis procedimentos de controle administrativo que pedem a anulação das provas orais do 183º Concurso para juízes realizado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.=

Em resumo, o Tribunal de Justiça de São Paulo é acusado de realizar “entrevista pessoal e secreta com cada candidato em momento anterior à divulgação das notas das provas orais, bem como a abertura dos envelopes com as notas das provas orais em sessão secreta”.

Nessas entrevistas, os candidatos são constrangidos a respeito de suas convicções pessoais. As perguntas exalam preconceito e conservadorismo. Eis alguns dos questionamento feitos durante as entrevistas secretas feitas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo com candidatos a juiz:

 

– “Mas a senhora está grávida. Não acha que já começaria a carreira como um estorvo para o Poder Judiciário?”

– “Gente de Brasília não costuma se adaptar a São Paulo. O senhor está convicto de seus propósitos?”

– “Qual sua religião?”

– “O senhor concorda com a decisão do Supremo em relação à interrupção de gravidez de fetos anencéfalos?”

– “Sua esposa trabalha? Qual a profissão dela? Tem certeza de que se adaptaria?”

– “Como é a sua família? Tem bases sólidas?”

 

As informações acima são do site Direito Global. O relator do caso no CNJ é o conselheiro Gilberto Valente.

O concurso 18º do TJ de São Paulo está suspenso desde o primeiro semestre. A magistratura paulista tento, sem sucesso, levantar esse embargo, como noticiou Frederico Vasconcelos.

Os magistrados de São Paulo alegam que não houve irregularidades. Um dos argumentos para rebater um dos candidatos que reclamou do concurso foi o seguinte: “Longe de procurar prejudicá-lo, [a Comissão] concedeu-lhe a oportunidade de mostrar suas aptidões no exame oral, ao deixar de conferir valor absoluto ao laudo que o desfavorecia e poderia conduzir à sua eliminação na terceira etapa. (…). Sua reprovação, portanto, decorreu única e exclusivamente de seu próprio e insuficiente desempenho no exame oral (…) Busca o candidato, por meio de artificiosa criação mental desprovida de suporte fático, creditar sua reprovação a suposto ato de puro arbítrio da Comissão de Concurso, em decorrência de sua entrevista pessoal”.

A suspensão do concurso 183º foi mantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão do vice-presidente do Tribunal, ministro Joaquim Barbosa que faz referência a fatos incontroversos, reconhecidos pela própria Comissão Examinadora.

Segundo o professor Luís Roberto Barroso, que representa os candidatos preteridos e fará a sustentação oral amanhã no CNJ, “a realização de entrevistas secretas reedita uma antiga prática do regime militar, que permitia a distinção entre os candidatos adequados e inadequados, naturalmente segundo os critérios pessoais dos examinadores”.

Um candidato havia obtido 8,25 na média das provas escritas para ingressar na magistratura em São Paulo. Essa média equivalia a 13ª maior nota entre todos os concorrentes. Na prova oral, depois da entrevista secreta, acabou eliminado por meio ponto.

Nessa última fase oral do concurso, o Tribunal de Justiça de São Paulo reprovou 146 dos 216 candidatos habilitados para esse exame.

O CNJ terá de decidir se vai anular apenas a etapa de provas orais (e todos os 216 que estavam classificados continuam habilitados a concorrer) ou se declara nulo o concurso inteiro, que teve cerca de 15 mil inscritos.

Outra possibilidade seria garantir a posse como juízes para os 70 candidatos que já foram aprovados, sem prejuízo de que a prova seja refeita para os demais.

Tudo considerado, a decisão do CNJ vai mexer com os costumes do até recentemente intocado Tribunal de Justiça de São Paulo. Outros tempos para a magistratura paulista.

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