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FCB e Borghi Lowe dizem colaborar com autoridades
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Fernando Rodrigues

Agência Heads, do Paraná, nega participação em esquema

O Blog contatou as agências de publicidade citadas no post “Agências na Lava Jato tiveram R$ 969 mi de publicidade nos anos Dilma”

A seguir, as respostas recebidas.

FCB BRASIL

O que motivou o crescimento expressivo da FCB Brasil na obtenção de contratos com o governo federal de 2011 a 2014?
Em 2011 atendíamos uma única conta de governo – Banco Central – e que era pequena. Em 2014 voltamos a atender uma única conta de governo – Petrobrás, junto com outras 2 agencias (a NBS e a Heads) – e que era maior que a anterior. Nunca atendemos mais que uma conta de cada vez.

Como a FCB Brasil responde à acusação ter pago R$ 311 mil a uma empresa fantasma do ex-deputado federal André Vargas (PR) em 26 de fevereiro de 2014?
A FCB Brasil esclarece que solicitou o pagamento efetuado pela O2 Filmes à LSI e lamenta que a produtora tenha tido seu nome exposto por esse fato. A transferência do crédito de fornecedor de produção a uma terceira empresa foi feita sem examinar adequadamente a propriedade dessa empresa.

Esta forma de pagamento foi uma solicitação de Ricardo Hoffman à FCB, como remuneração devida a ele por um único projeto de consultoria. Ações corretivas já foram tomadas pela FCB com relação a esse fato único e isolado. Estamos à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que forem necessários.

 

BORGHI LOWE (MULLEN LOWE)

O que motivou o volume expressivo de obtenção de contratos pela Borghi Lowe com o governo federal de 2011 a 2014?

Como a MullenLowe responde à citação do ex-diretor do seu escritório em Brasília, Ricardo Hoffmann, na Operação Lava Jato?

Esclarecemos que:

Ricardo Hoffmann é ex-diretor geral do escritório de Brasília e foi desligado da agência no final do ano passado, após os primeiros indícios de transações impróprias de uma investigação ainda em curso. Estamos cooperando ativamente com as investigações em andamento e continuaremos a fazê-lo.

A agência não permite o recebimento de bonificação por indicação de fornecedores, como produtoras de vídeo e áudio, na relação comercial com qualquer cliente, seja do setor público ou privado. Acreditamos que a indicação dos melhores fornecedores é uma obrigação, sendo parte integrante do processo de criação e produção de boas campanhas.

Aproximadamente 85% do valor dos contratos refere-se ao investimento para a veiculação de mídia. O restante é destinado à produção das campanhas, além da remuneração dos profissionais da agência envolvidos no atendimento da conta publicitária. A agência se remunera pelo bônus de volume da veiculação de mídia. Isso é válido para todos os nossos clientes, conforme as normas-padrão da atividade publicitária.

 

HEADS

O que motivou o crescimento expressivo da Heads na obtenção de contratos com o governo federal de 2011 a 2014?

O crescimento é explicado, principalmente, pela conquista da conta da Caixa Econômica Federal, em março de 2013. Trata-se da terceira maior instituição financeira do País, com quase R$ 1 trilhão em ativos, quarto maior anunciante do Brasil e com muitos investimentos em produtos disputados por todo o setor bancário. É importante esclarecer que, ao longo de seus 26 de anos de história, a Heads participou de 55 licitações públicas e ganhou apenas quatro do governo federal, sendo a Caixa uma delas. A Heads tem hoje 29 clientes, sendo 27 do setor privado e dois do setor público.

Segundo reportagem publicada pela revista “Veja” em abril de 2014, a Heads teria um “esquema” com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo”. Como a Heads responde a esse relato?
A Heads não faz parte, e nunca fez, de qualquer esquema. Sobre essa citação em reportagem de ‘Veja’, dois esclarecimentos: 1) A ex-ministra Gleisi declarou, em entrevista recente à ‘Folha de S. Paulo’, feita pelo próprio Fernando Rodrigues, que conhece o controlador da Heads, mas que “nunca teve nenhum serviço prestado pela agência, que nunca a assessorou em nada''. 2) A revista ‘Veja’, na semana seguinte à publicação da citada reportagem, veiculou na seção de carta dos leitores a carta anexa (reproduzida abaixo).

Reprodução

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Saiba como a hipótese do impeachment aparece nas conversas em Brasília
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Fernando Rodrigues

processo só andará se houver acordo sobre quem o comandará

De mansinho, nos bastidores, voltou aquela discussão recorrente na política sobre um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Nesta segunda-feira (29.jun.2015) cedo, deu-se uma conversa entre duas pessoas que acompanham a política muito de perto. Foi assim:

A Perguntaram-me hoje o que acontece se Dilma Rousseff sofre o impeachment. Queriam saber quando e em que hipótese haveria uma nova eleição…

B – Se só sair a presidente Dilma, assume Michel Temer até o final do mandato.

A – É, mas essa história de Lava Jato é sobre propina para a campanha da presidente… Se for confirmada, atinge a chapa inteira. Até porque votamos para presidente e vice-presidente de maneira conjunta. É a chapa completa que fica atingida…

B – Nesse caso, saem os dois, se houver impeachment. Saem Dilma Rousseff e Michel Temer. E aí, como ainda não foram cumpridos 2 anos de mandato, tem de assumir o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e novas eleições são convocadas em 90 dias.

A – Aí começam os problemas. O PMDB do Michel Temer vai ser contra, pois serão todos colocados para fora do poder. O PMDB de Eduardo Cunha é mais modesto em tamanho e força para estar à frente do processo. Quem pode se interessar é o PSDB, pois pesquisas dizem que uma eleição hoje colocaria Aécio Neves na frente.

Aí terminou a conversa.

Como se observa, haver ou não haver impeachment depende de dois fatores.

O primeiro, por óbvio, é a existência de algum fato objetivo que complique criminalmente a presidente da República. O segundo é a necessidade de as forças políticas mais relevantes se entenderem sobre quem comandaria essa transição.

O indício sobre crime eleitoral na campanha de Dilma de 2014 já apareceu na delação premiada de Ricardo Pessoa, da empreiteira UTC. A petista declarou que não respeita delatores. O problema é outro: tem de dizer o que achou do conteúdo da delação –e responder de maneira objetiva no caso de acusação se transformar em denúncia.

A união de forças anti-Dilma hoje exigira muita engenharia política.

Quando o Brasil teve o impeachment de Fernando Collor, em 1992, havia partidos políticos muito mais sólidos e estruturados. PMDB e PFL dominavam o centro do espectro político.

Hoje, a fragmentação é completa.

Por que os 10 partidos no momento grudados ao governo largariam esse conforto para apoiar uma nova eleição de um tucano –possivelmente Aécio Neves? Só o farão depois de ter segurança de que ficarão no mesmo lugar no qual se encontram.

Por essa razão, o impeachment pode até estar voltando aos poucos ao debate em Brasília. Mas a viabilização dessa saída é muito mais complexa do que possa parecer.

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Poder e Política na semana – 29.jun a 5.jul.2015
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Fernando Rodrigues

Eis aqui um resumo sobre o que você precisa saber sobre a semana que começa.

Dilma Rousseff viaja para os EUA onde terá encontro com Barack Obama e reuniões com empresários e membros do mercado financeiro. Na Operação Lava Jato, grande tensão nos próximos dias por conta das revelações do conteúdo da delação premiada de Ricardo Pessoa, empreiteiro da UTC. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pode preparar nova lista de inquéritos antes das férias do Judiciário, que começa na 5ª feira (2.jul.2015).

Ex-presidente Lula deve se reunir com as bancadas do PT na Câmara e no Senado para tentar articular o partido no Congresso.

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), leva ao plenário votação da redução da maioridade penal para 16 anos.

AVISO AOS LEITORES: o drive político da semana completo, com atualizações diárias, está disponível para assinantes. Se desejar assinar e receber a versão completa, escreva para frpolitica@gmail.com.

Esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (29.jun.2015)
Dilma em Nova York
– presidente Dilma Rousseff tem encontro com os investidores do setor financeiro: Barry Sternlicht (Capital Group), Tim Geithner (Warburg Pincus), David Wichmann (United Health Group), James Tisch (Loews Corp e Diamond Offshore Drilling), Michael O'Neil (Citigroup), William R. Rhodes (Citigroup), Larry Flink (Blackrock), Willem Kooyker (Blenheim Capital Management), Eric Anderson (Blenheim Capital Management) e Gregory Jensen (Bridgewater). No Hotel St. Regis, em Nova York, às 8h30 (9h30 da manhã, em Brasília).

Dilma e o setor produtivo –presidente tem reunião com os empresários do setor produtivo: James Taiclet (American Tower Corporation), Carlos Brito (Anheuser-Busch InBev), David Cheesewright (Walmart), Judd O'Connor (Dupont América Latina), Andrés Gluski (AES Corporation), Dan Amman (GM) e Eduardo Santos (Hospira). No Hotel St. Regis, Sala Iridum I, em Nova York. Às 10h15 (11h15 em Brasília).

Dilma e Kissinger – presidente tem audiência com Henry Kissinger. No Hotel St. Regis, às 11h (meio-dia em Brasília).

Dilma e empresários – presidente participa de encerramento do Encontro Empresarial sobre Oportunidades de Investimento em Infraestrutura no Brasil. No Hotel New York Palace, às 12h30 (13h30 em Brasília).

Dilma em Washington – Dilma embarca às 14h30 (15h30 em Brasília) no Aeroporto Internacional John F. Kennedy para Washington.

Dilma e Obama – petista tem jantar com o presidente dos EUA, Barack Obama. Participam os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Jaques Wagner (Defesa), Joaquim Levy (Fazenda), Renato Janine Ribeiro (Educação), Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Nelson Barbosa (Planejamento), Ricardo Berzoini (Comunicações), Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia), Kátia Abreu (Agricultura) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente). Na Casa Branca. Às 18h (19h em Brasília).

Dilma e Obama cumprimentam-se em visita do presidente norte-americano ao Brasil em 2011

Dilma e Obama cumprimentam-se em visita do presidente norte-americano ao Brasil em 2011

Lula e o PT – ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se com as bancadas do PT no Senado e na Câmara, em Brasília. Ideia é afinar o discurso do partido em defesa própria no caso da Operação Lava Jato.

 

3ª feira (30.jun.2015)
Dilma em Washington
– pela manhã, presidente reúne-se com Obama no Salão Oval da Casa Branca. Às 10h15 (11h15 em Brasília)

Dilma e a imprensa – presidente brasileira faz declaração à imprensa no East Room, na Casa Branca. Às 12h (13h em Brasília).

Dilma e Joe Biden – Dilma almoça com vice-presidente norte-americano, Joe Biden. No Departamento de Estado, no Benjamin Franklin Room. Assunto deve ser a conferência global do clima que acontecerá no fim do ano, em Paris. Às 13h30 (14h30 em Brasília).

Dilma e Madeleine Albright – presidente tem encontro com a ex-secretária de Estado norte-americano Madeleine Albright. Às 15h30 (16h30 em Brasília).

Dilma e empresários – Dilma participa do encerramento de encontro empresarial promovido pela CNI e a Câmara de Comércio dos Estados Unidos, a APEX e a Amcham-Brasil.

Dilma na Califórnia – presidente embarca para São Francisco, Califórnia. Na base aérea de Andrews, Washington.

Desoneração da folha – plenário do Senado deve votar o projeto de lei 863/2015, de autoria do Palácio do Planalto, que reduz a desoneração em folha de pagamentos.

CPI do HSBC – comissão do Senado responsável por investigar contas de brasileiros no HSBC da Suíça deve votar pedidos de quebra de sigilo bancário de correntistas que se recusaram a responder ao questionário enviado pelo colegiado. Entre os requerimentos está a quebra de sigilo bancário do diretor-presidente do Grupo Galvão Engenharia, Dario de Queiroz Galvão Filho. Às 14h30.

Maioridade penal – presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve levar ao plenário a votação da PEC 171/93, que reduz a maioridade penal para 16 anos. As entidades estudantis UNE e UBES, contrárias a medida, prometem participar e protestar contra a aprovação durante a sessão.

 

4ª feira (1º.jul.2015)
Dilma na Califórnia – às 8h30, Dilma encontra-se com a presidente da Universidade da Califórnia, Janet Napolitano. Hotel Fairmont, San Francisco. Às 8h30 (12h30 em Brasília).

Dilma e o Google – presidente tem reunião com o presidente do Google, Larry Page. Google Partnerplex, Sala Tricorder, San Francisco. Às 10h30 (14h30 em Brasília).

Dilma e Condoleeza – Dilma é homenageada em almoço oferecido por Condoleeza Rice, ex-secretária de Estado dos EUA. Na Universidade Stanford. Às 12h30 (16h30 em Brasília).

Dilma e o SRI – presidente tem reunião com o presidente do SRI International, Bill Jeffrey. Na Universidade Stanford. Às 14h30 (18h30 em Brasília).

Dilma na NASA – Dilma tem reunião com empresários do setor aeroespacial. Em seguida, presidente visita o Centro de Pesquisa da NASA. NASA Ames Research Center, San Francisco. às 15h45 (19h45 em Brasília).

Ajuste fiscal – data em que começa a valer o reestabelecimento da cobrança de PIS e Cofins. PIS será de 0,65%, Cofins de 4%.

 

5ª feira (2.jul.2015)
Dilma retorna dos EUA –
presidente Dilma Rousseff chega a Brasília após viagem diplomática nos EUA para reatar relação bilateral e atrair investimentos. Às 12h40.

Jornalismo investigativoAbraji promove o 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. Juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato, e jornalista Fernando Rodrigues, responsável pelas investigações do SwissLeaks, participam. A partir das 9h. Campus Vila Olímpia da Universidade Anhembi Morumbi (SP). Até sábado (4.jul.2015).

Judiciário em férias mês de férias nos tribunais de todo o país. Prazos processuais ficam suspensos durante o período. Até 31.jul.2015.

 

6ª feira (3.jul.2015)
Extradição de Marin
– prazo final para que a Justiça dos EUA envie à Suíça o pedido oficial de extradição de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, preso em 27.mai.2015 em operação do FBI contra dirigentes da Fifa acusados de corrupção

Edemar e a Justiça – data em que prescreve a denúncia contra o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, condenado em 2006 por gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de dinheiro. Edemar teve sua pena suspensa pela Justiça em maio. Como o ex-banqueiro tem mais de 70 anos, a possibilidade de puni-lo não existe mais após 10 anos do recebimento da denúncia.

 

 

Sábado (4.jul.2015)
PSD na TV – legenda tem 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minutos.

 

Domingo (5.jul.2015)
Papa no Equador
– papa Francisco desembarca no Equador, onde inicia sua peregrinação por países da América do Sul.

Convenção PSDB – partido realiza sua 12ª Convenção Nacional. Centro de Convenções do Hotel Royal Tulip, em Brasília. Das 8h às 14h.

 

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Em 2014, ano da Lava Jato, BR Distribuidora gasta 46% a mais com propaganda
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Fernando Rodrigues

Sob Dilma, estatais aumentaram verbas publicitárias em 23%

Reprodução

Propaganda da BR Distribuidora veiculada em 2014 / Reprodução

Citada com frequência nos fatos apurados pela Operação Lava Jato, a BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras, gastou R$ 105 milhões em publicidade em 2014. Essa cifra representa um aumento de 46% sobre o consumido por essa estatal em 2013.

A Petrobras, principal empresa envolvida no escândalo da Lava Jato, teve uma retração nas verbas publicitárias em 2014, registrando gastos de R$ 327 milhões contra R$ 395 milhões em 2013.

Eis os gastos da Petrobras e subsidiárias e os principais veículos que receberam a maior parte das verbas (clique na imagem para ampliar):

BR-Petrobras

OUTRAS ESTATAIS
Comandada por indicados pelo PT, a Caixa Econômica Federal gastou R$ 559 milhões em propaganda durante 2014. Trata-se de uma alta de 29% sobre os R$ 432 milhões de 2013. Nos 4 anos de Dilma Rousseff no Palácio do Planalto (2011-2014), a Caixa acumulou gastos de R$ 2 bilhões e publicidade.

Embora num patamar mais modesto, o Banco do Nordeste (que também é um empresa estatal federal) registrou uma alta de despesas com publicidade de 56% em 2014, gastando R$ 28 milhões. Em 2013 havia consumido R$ 18 milhões.

Outra potência publicitária, os Correios tiveram uma freada nesse tipo de despesa em 2014. Mas o valor total consumido pela estatal chegou a R$ 616 milhões durante os 4 anos de Dilma no Planalto –uma alta de 325% em relação aos 4 anos anteriores, quando Luiz Inácio Lula da Silva era o presidente.

Todas essas cifras são inéditas e exclusivas do UOL. Os números foram processados pelo Blog e as informações foram checadas com a colaboração direta do repórter Bruno Lupion, do UOL, em Brasília.

O governo trata como sigilosas as informações detalhadas a respeito da publicidade das empresas estatais –sobretudo as que concorrem no mercado. O UOL fez um requerimento formal de informações, citando a Lei de Acesso a Informações. Por determinação do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, os dados foram fornecidos.

Essas informações permitem fazer uma radiografia nos gastos federais de publicidade. Em 2014, o UOL e o jornal “Folha de S.Paulo” tinham obtido esses dados apenas até o ano de 2013 –mas só depois de disputar por 3 anos na Justiça contra o governo. A ação foi vencida sob a coordenação da advogada Taís Gasparian.

Neste ano de 2015, entretanto, quando deveriam ter sido divulgados os dados de 2014, as informações não foram colocadas à disposição do público. Depois do requerimento do UOL, foram liberadas.

 

TODAS AS ESTATAIS
O aumento das verbas publicitárias federais em empresas estatais selecionadas pelo Blog, seguindo um critério de relevância jornalística, foi de 23% no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (2011-2014) na comparação com o segundo mandato de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva (2007-2010).

Em seus primeiros quatro anos no Palácio do Planalto, Dilma assistiu a um gasto total de R$ 6 bilhões de suas estatais. Sob Lula, no período imediatamente anterior ao de Dilma, o valor foi de R$ 4,9 bilhões.

Ao UOL, as estatais responderam não enxergar anormalidade em seus gastos. Leia as respostas das empresas neste post.

A seguir, os dados compilados pelo Blog para os gastos publicitários de empresas estatais federais (clique na imagem para ampliar):

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br5  BR6-Vale-Este
(Colaborou nesta reportagem Bruno Lupion, do UOL, em Brasília).

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TV Globo recebeu R$ 6,2 bilhões de publicidade federal com PT no Planalto
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Fernando Rodrigues

Já a Record teve R$ 2 bi de verbas nos 12 anos de Lula e Dilma

De 2003 a 2014, SBT recebeu R$ 1,6 bi; Band ficou com R$ 1 bi

UOL obteve dados inéditos e exclusivos sobre publicidade federal

Globo ainda lidera em verbas estatais, mas tem queda em anos recentes

Rede TV!, com menos de 1 ponto de audiência, recebeu R$ 408 mi nos anos petistas

A Rede Globo e as 5 emissoras de propriedade do Grupo Globo (em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília e Recife) receberam um total de R$ 6,2 bilhões em publicidade estatal federal durante os 12 anos dos governos Lula (2003 a 2010) e Dilma (2011 a 2014).

Como a cifra só considera TVs de propriedade do Grupo Globo, o montante ficaria maior se fossem agregados os valores pagos a emissoras afiliadas. Por exemplo, a RBS (afiliada da Globo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina) recebeu R$ 63,7 milhões de publicidade estatal federal de 2003 a 2014.

Outro exemplo: a Rede Bahia, afiliada da TV Globo em Salvador, que pertence aos herdeiros de Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), teve um faturamento de R$ 50,9 milhões de publicidade federal durante os 12 anos do PT no comando do Palácio do Planalto.

A TV Tem, que abrange uma parte do rico mercado do interior do Estado de São Paulo, em 4 regiões (com sedes nas cidades de São José do Rio Preto, Bauru, Itapetininga e Sorocaba), faturou R$ 8,5 milhões de publicidade estatal federal em 2014. Essa emissora é de propriedade do empresário José Hawilla, conhecido como J. Hawilla (pronuncia-se “Jota Ávila”), que está envolvido no escândalo de corrupção da Fifa.

Os dados deste post são inéditos. Nunca foram publicados com esse nível de detalhes até hoje. Os valores até 2013 estão corrigidos pelo IGP-M, o índice usado no mercado publicitário e também pelo governo quando se trata de informações dessa área. Os números de 2014 são correntes (sem atualização monetária).

A série histórica sobre publicidade do governo federal começou a ser construída de maneira mais consistente a partir do ano 2000. Não há dados confiáveis antes dessa data.

O volume total de publicidade federal destinado para emissoras próprias do Grupo Globo é quase a metade do que foi gasto pelas administrações de Lula e Dilma para fazer propaganda em todas as TVs do país. Ao todo, foram consumidos R$ 13,9 bilhões para veicular comerciais estatais em TVs abertas no período do PT na Presidência da República. As TVs da Globo tiveram R$ 6,2 bilhões nesse período.

Apesar do valor expressivo destinado à Globo, há uma nítida trajetória de queda quando se considera a proporção que cabe à emissora no bolo total dessas verbas.

As emissoras globais terminaram o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, em 2002, com 49% das verbas estatais comandadas pelo Palácio do Planalto e investidas em propaganda em TVs abertas.

No ano seguinte, em 2003, já com o petista Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência, a fatia da Globo pulou para 59% de tudo o que a administração pública federal gastava em publicidade nas TVs abertas. Esse salto não se sustentou.

Nos anos seguintes, com algumas oscilações, a curva global foi decrescente. No ano passado, 2014, a Globo ainda liderava (recebeu R$ 453,5 milhões), mas chegou ao seu nível baixo de participação no bolo estatal federal entre TVs abertas: 36% do total da publicidade.

Todos esses dados podem ser observados em detalhes no quadro a seguir (clique na imagem para ampliar):

tv1 tv2 TV3-Vale-Este

Como se observa, a queda de participação das TVs é também sentida na audiência da maior emissora brasileira. Segundo a aferição realizada pelo Ibope Media Workstation (Painel Nacional de Televisão, com base 15 mercados, durante 24 horas, todos os dias), a TV Globo teve 12 pontos de audiência domiciliar média em 2014.

Todas as 4 maiores emissoras de TV aberta enfrentaram quedas de audiência ao longo dos últimos anos. Essa menor presença nas casas das pessoas, entretanto, nem sempre está refletida em menos verbas publicitárias federais.

A Record, por exemplo, recebeu um verba de R$ 264 milhões em 2014 contra R$ 244 milhões em 2013 (aumento de 8,4%), apesar da queda da audiência da emissora de um ano para o outro (de 4,5 para 4,2 pontos no Ibope, das 6h à 0h).

Já o SBT, terceira TV aberta no Brasil (cuja audiência ficou quase estável, variando de 4,5 para 4,4 pontos no Ibope, de 2013 para 2014), registrou uma queda no faturamento de publicidade estatal federal: saiu de R$ 182 milhões para R$ 162 milhões.

Nota-se, portanto, uma assimetria no tratamento dado pelo governo para as 2 maiores TVs que ficam abaixo da Globo quando se considera audiência e valores de publicidade recebida.

Record e SBT tiveram audiências muito semelhantes em 2014, na casa de 4 pontos no Ibope. Só que a Record, emissora do Bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, recebeu cerca de R$ 100 milhões a mais de verbas publicitárias federais no ano passado na comparação com o SBT, do empresário e apresentador Silvio Santos.

Já a Band (com apenas 1,7 ponto de audiência média no Ibope em 2014) teve R$ 102,4 milhões de propaganda dilmista no ano passado. A Rede TV! (0,6 ponto de audiência) ficou com R$ 37,8 milhões.

 

JORNAIS IMPRESSOS
Nos governos Lula e Dilma (2003-2014), os jornais impressos arrecadaram R$ 2,1 bilhões com a publicação de propagandas da administração petista. Desse total, R$ 730,3 milhões (35%) foram destinados a apenas 4 publicações: “O Globo”, “Folha de S.Paulo”, “O Estado de S.Paulo” e “Valor Econômico”.

Alguns aspectos chamam a atenção a respeito da publicidade estatal federal para jornais diários impressos.

Um deles é que durante os anos de 2000, 2001 e 2002 (no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso) essas 4 publicações tiveram um volume de receita de publicidade estatal proporcionalmente igual ao do período subsequente, com o PT no poder.

Como está registrado acima neste post, não existem dados disponíveis e confiáveis sobre gastos em propaganda antes do ano 2000.

Dessa forma, só é possível somar os valores dos 3 últimos anos do segundo mandato de FHC, quando todos os jornais diários brasileiros receberam R$ 701,4 milhões de verbas de propaganda do governo federal. Desse total, a quadra “Globo-Folha-Estado-Valor” ficou com R$ 243,1 milhões –ou seja, 35% do bolo completo do meio jornal.

A conclusão é simples: embora o discurso do PT no poder tenha sido crítico em relação à cobertura jornalística feita pelos grandes jornais impressos diários, os petistas no Palácio do Planalto continuaram a conceder proporcionalmente a esses veículos o mesmo que o governo do PSDB concedia.

Eis os dados sobre publicidade estatal nos principais jornais impressos do país (clique na imagem para ampliar):

jornal1jornal2jornal4b
jornal5

 

JORNAIS DIGITAIS
Há um dado que merece ser visto com mais atenção quando se observa o valor recebido pelos mais tradicionais jornais impressos do país para veicular publicidade estatal federal: quanto vai para as suas operações na internet.

O quadro acima neste post mostra o valor total recebido por “O Globo”, “Folha de S.Paulo”, “O Estado de S.Paulo” e “Valor Econômico”. Mas é possível saber exatamente quanto essas empresas faturaram desses anúncios para veiculá-los apenas em suas edições online. E também existem dados sobre quantas edições desses 4 jornais são de fato impressas, em papel, e quantas são apenas assinaturas digitais. Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

Jornal3

Como se observa, há uma curva de crescimento para todos os 4 veículos ao longo dos últimos anos, com algumas oscilações. Em 2014, o líder das verbas estatais federais em suas edições digitais foi o jornal “O Estado de S.Paulo”, que recebeu R$ 2,743 milhões. Outro dado interessante: a queda continua das edições impressas. E no mês de maio de 2015, o jornal ''O Globo'' se tornando o de maior tiragem impressa entre os veículos de qualidade do país, à frente da ''Folha de S.Paulo'' –que há décadas liderava esse ranking.

 

REVISTAS
O meio revista tem experimentado também uma grande queda no faturamento com verbas publicitárias federais. A semanal “Veja”, líder do mercado, já chegou a ter R$ 43,7 milhões dessas verbas em 2009 (o seu recorde). Em 2014, desceu para R$ 19,9 milhões.

Eis os dados detalhados sobre as 4 principais revistas do país (clique na imagem para ampliar):

revistas1revistas2  revistas4  revistas5revistas3

 

PORTAIS DE INTERNET
O meio internet já é o segundo que mais recebe publicidade estatal do governo federal. Esse dado fica bem visível quando se observam os valores destinados a 4 grandes portais brasileiros.

O UOL, maior portal do país com 39,8 milhões de visitantes únicos em dezembro de 2014, teve R$ 14,7 milhões de faturamento para veicular propaganda estatal federal nesse ano. O UOL pertence ao Grupo Folha.

O G1 e o portal Globo.com, somados, tiveram uma audiência de 34,1 milhões de visitantes únicos em dezembro de 2014. Receberam R$ 13,5 milhões de verbas federais de publicidade nesse ano.

Eis os dados detalhados de 4 grandes portais de internet (clique na imagem para ampliar):

portais1portais2b
portais3Metodologia-vale-este

(Colaborou nesta reportagem Bruno Lupion, do UOL, em Brasília).

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Facebook dispara na publicidade da União e ultrapassa veículos tradicionais

Agências na Lava Jato tiveram R$ 969 mi de publicidade nos anos Dilma

FCB e Borghi Lowe dizem colaborar com autoridades; Heads defende contratos

Em 2014, ano da Lava Jato, BR Distribuidora gasta 46% a mais com propaganda

Em 4 anos, Dilma gastou R$ 9 bilhões em publicidade, 23% a mais que Lula

Secom e BR Distribuidora defendem gastos com publicidade

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Em 4 anos, Dilma gastou R$ 9 bilhões em publicidade, 23% a mais que Lula
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Fernando Rodrigues

No seu primeiro mandato (2003-2014), a presidente Dilma Rousseff gastou 23% a mais com propaganda do que seu antecessor, o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com dados obtidos pelo UOL, a administração dilmista destinou nos 4 anos de seu primeiro governo R$ 9 bilhões para publicidade em emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, sites de internet, outdoors, cinemas e em outros tipos de mídia.

Lula consumiu R$ 7,3 bilhões nos seu segundo mandato (2007-2010) com publicidade estatal.

Para a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), o ideal é fazer a comparação apenas com os dois últimos anos (2009 e 2010) do segundo mandato de Lula. A Secom prefere comparar gastos de Dilma apenas com final do mandato de Lula.

Nos seus primeiros 4 anos no Palácio do Planalto (2003-2006), Lula gastou R$ 5,9 bilhões com esse tipo de despesa. Essas cifras são todas atualizadas monetariamente pelo IGP-M, o índice usado no mercado publicitário e também pelo governo quando se trata de informações dessa área.

Já o tucano Fernando Henrique Cardoso gastou R$ 4,1 bilhões com publicidade em seus últimos três anos de mandato (2000 a 2002). Não há dados disponíveis anteriores ao ano 2000.

Eis os dados compilados comparando os gastos publicitários de FHC, Lula e Dilma (clique na imagem para ampliar):

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DIVISÃO POR MEIOS
Nas três administrações, segundo dados oficiais, o governo federal (administrações direta e indireta), gastou R$ 26,4 bilhões em propaganda.

As TVs são as campeãs no recebimento dessas verbas. Em 2014, tiveram 67% do total. Não há novidade a respeito desse fato, que persiste desde quando esta série história de dados vem sendo coletada.

As diferenças são vistas na participação dos veículos de outras plataformas no bolo de publicidade estatal federal.

Por exemplo, os jornais impressos ficavam com 21% das verbas de propaganda da União no ano 2000. Agora, têm apenas 6%. Essa foi a queda mais abrupta.

Revistas tiveram apenas 5% em 2014. Perderam para as rádios, com 6%.

O meio que mais tem avançado nos últimos anos é internet. Portais, sites, blogs, redes sociais receberam 8% do total das verbas estatais federais de publicidade em 2014. Ficaram em segundo lugar, perdendo apenas para as TVs.

Eis os dados detalhados, ano a ano, da divisão de receitas publicitárias da União por meios, de 2000 a 2014 (clique na imagem para ampliar):

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(Colaborou nesta reportagem Bruno Lupion, do UOL, em Brasília).

Leia mais sobre publicidade estatal:

Publicidade federal para mídia alternativa vai a R$ 9,2 milhões em 2014

“Dados técnicos” justificam investir em mídia alternativa, diz Secom

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Secom e BR Distribuidora defendem gastos com publicidade
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Fernando Rodrigues

O Blog contatou a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) e a BR Distribuidora a respeito de suas políticas de propaganda.

Eis as informações prestadas para as perguntas enviadas pelo Blog:

SECOM

Em valores corrigidos, o governo federal gastou, ao longo dos 4 anos do 1º mandato de Dilma Rousseff (2011-2014), R$ 9 bilhões em publicidade (administração direta + indireta). É 22,6% a mais do que gasto nos 4 anos do 2º mandato do ex-presidente Lula (2007-2010) na mesma rubrica. E 52,9% maior que as despesas com publicidade no 1º mandato Lula (2003-2006). Por que foi necessário, no 1º governo Dilma, elevar em 22,7% os gastos com publicidade em relação ao mandato anterior?
A média de investimentos do primeiro mandato do Governo Dilma manteve-se próxima a média de investimentos dos últimos dois anos do Governo Lula (aumento de apenas 6%).

O aumento do investimento nos últimos dois anos do governo Lula, deveu-se principalmente ao início de contrato publicitário do Ministério das Cidades com recursos significativos, que passou a realizar prioritariamente campanhas de utilidade pública de prevenção aos acidentes de trânsito, além de aumento de outras ações de utilidade pública de demais órgãos (Saúde, Turismo, etc).

O investimento de estatais que concorrem no mercado também apresentou crescimento no período, respondendo principalmente à atuação de empresas concorrentes em seus segmentos. Vale salientar que o este investimento correspondeu a 64,5% do total realizado pelo Governo Federal no primeiro mandato da Presidenta Dilma.

Os valores executados pela SECOM, através de seus contratos de publicidade, que executa campanhas de prestação de contas e de utilidade pública, não sofreram substancial alteração, tendo inclusive atingido em 2014 seu menor valor nos últimos 7 anos

Ao final do 2º mandato do governo Dilma, a perspectiva é que, na soma dos 4 anos (2015-2018), o gasto com publicidade seja igual, maior ou menor do que o do 1º mandato, em valores corrigidos?
Ainda não há como prever, pois tal execução depende do desempenho orçamentário.

O ajuste fiscal do governo atingirá também os gastos com publicidade em 2015? Caso positivo, qual será o tamanho do corte –nas administrações direta e indireta?
O contingenciamento segue o critério estabelecido pelo decreto nº 8.456, de 22 de maio de 2015.

Qual critério orienta as decisões da Secom para escolher a agência de publicidade e o veículo no qual a propaganda será veiculada?
O processo de seleção de agências para condução de campanhas e ações publicitárias da SECOMestá descrito em seu manual de procedimentos e é feito em função dos recursos estimados para  realização de cada ação, de acordo com a metodologia adotada neste procedimento e em sintonia com os princípios da economicidade, da eficiência e da razoabilidade (item 5 do manual).

Quanto aos critérios técnicos de planejamento, seleção e negociação dos meios e veículos, deve-se esclarecer que são utilizados os critérios constantes da Seção IV – Dos critérios Técnicos de planejamento e negociação de mídia, da Instrução Normativa SECOM nº 7/2014, de 19 de dezembro de 2014. A norma orienta a utilização de pesquisas e dados técnicos de mercado para identificar e selecionar a programação mais adequada, conforme as características de cada ação publicitária, além de orientar para realização de programações abrangentes sempre que existirem outros veículos do mesmo segmento com situação regular no Cadastro de Veículos da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Midiacad).

A instrução normativa e o manual estão disponíveis no site secom.gov.br.

Em 2014, a receita da Record com União cresceu 8%; na Globo, caiu 9%. Há algum motivo específico que justifique essa evolução?
Esta SECOM não possui dados finalísticos de pagamentos a veículos de comunicação realizados por todos os órgãos do Governo Federal que possam confirmar esta informação. Tais informações só podem ser obtidas por solicitação direta e individual a cada órgão.

Controle de planejamento de ações desta SECOM, a partir de dados enviados pelos órgãos, que considera os espaços publicitários adquiridos e utilizados para veiculação em 2014, indica que houve uma retração média de 5% na participação nas duas emissoras em relação a 2013.

Vale salientar que a base de dados do IAP é constituída a partir dos Pedidos de Inserção que lhe foram fornecidos voluntariamente por agências de propaganda contratadas por integrantes da administração direta e indireta do Poder Executivo Federal.

Tal metodologia de apuração pode suscitar inconsistências de informação ou falhas em dados dos veículos, todas de integral responsabilidade do Instituto responsável pela consolidação das informações.

Os dados de PI ali considerados também podem trazer valor total relativo à compra de espaços publicitários em diferentes anos, ou seja, de projetos iniciados em um ano e finalizados nos seguintes. Assim, podem não representar adequadamente os espaços adquiridos e utilizados no período.

Por estas razões, quando a SECOM utiliza os dados do IAP em estudos e divulgações, são previamente checados e falhas evidentes são devidamente ajustadas.

 

BR DISTRIBUIDORA

Em 2014, a BR Distribuidora gastou R$ 105 milhões em publicidade, 46% a mais que em 2013 (R$ 72,1 milhões), em valores corrigidos pelo IGP-M. De 2012 (R$ 57,7 milhões) para 2014, a despesa subiu 82%. Qual o motivo para essa alta expressiva?
Em 2014, tivemos o lançamento da gasolina aditivada Petrobras Grid. Esse lançamento teve como objetivo posicionar o produto na linha de combustíveis aditivados, bem como gerar grande visibilidade para atrair consumidores da gasolina comum e também de outras bandeiras. A BR realizou investimento de porte neste lançamento, adequado às estratégias de marketing da companhia. Principalmente com essa ação, a BR  conseguiu se posicionar com visibilidade necessária diante da concorrência.

Qual critério orienta as decisões da BR para escolher a agência de publicidade e o veículo no qual a propaganda será veiculada?
As agências que prestam serviço à Petrobras Distribuidora são contratadas através de processo licitatório, na modalidade ''Concorrência Pública'', tipo Melhor Técnica e Preço. O processo segue todos os trâmites legais, e também a orientação da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SECOM), com base na Lei 12.232, de 29 de abril de 2010.

A escolha dos veículos nos quais as propagandas são veiculadas se dá através de diversos critérios técnicos, como: estratégia de marketing, verba disponível, público-alvo e abrangência da ação, além de audiência e afinidade dos meios com os públicos que a BR pretende atingir. Também usamos os recursos de pesquisas internas e de mercado para nos auxiliar na estratégia de mídia. Toda a mídia da BR é submetida à validação da SECOM e segue a Instrução Normativa SECOM-PR Nº7, de 19 de Dezembro de 2014.

Publicidade federal para mídia alternativa vai a R$ 9,2 milhões em 2014

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TV Globo recebeu R$ 6,2 bilhões de publicidade federal com PT no Planalto

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Crise da Lava Jato faz Mercadante cancelar ida aos EUA
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Fernando Rodrigues

Mercadante-Foto-JoseCruz-AgenciaBrasil-01abr2015

O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que cancelou ida aos EUA

Chefe da Casa Civil foi citado na delação de Ricardo Pessoa, da UTC

O ministro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, desistiu de viajar hoje (27.jun.2015) para os Estados Unidos com a presidente Dilma Rousseff e colegas de ministério. O cancelamento ocorreu um dia após a revelação parcial do teor da delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da UTC, à Procuradoria-Geral da República.

No depoimento prestado no âmbito da Operação Lava Jato, Pessoa afirmou que foram feitos repasses irregulares de dinheiro a campanhas do PT, entre as quais, a de Mercadante ao governo de São Paulo, em 2010. O ministro da Casa Civil negou ter recebido dinheiro de forma irregular.

O tesoureiro da campanha de Mercadante em 2010, Eduardo Tadeu Pereira, disse que não conhece pessoalmente o dono da UTC. “Não o conheço. Nunca conversei com ele. Não tenho como saber por que ele teria citado a campanha de Mercadante como alvo de caixa 2”, afirmou. Pereira confirmou que a empreiteira doou dinheiro para a campanha, mas disse que o repasse foi informado na prestação de contas.

Diante da crise provocada pelo teor do depoimento de Pessoa, a presidente Dilma Rousseff convocou hoje Mercadante e os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social) para uma reunião emergencial no Palácio da Alvorada, nesta manhã (27.jun.2015).

A reunião atrasou o embarque da comitiva presidencial para os Estados Unidos, que estava agendado para as 9h. A decolagem ocorreu perto de 10h45. Dilma tem uma agenda extensa nos próximos dias. A presidente vai se reunir com o presidente Barack Obama e com empresários para tentar atrair investimentos para o país.

Além de Mercadante, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não embarcou no avião presidencial. Na sexta-feira, ele foi internado em um hospital em Brasília com suspeita de embolia pulmonar. Apesar da gravidade do problema de saúde, o Planalto tem a expectativa de que Levy embarque hoje (27.jun.2015) ou amanhã (28.jun.2015) para os EUA, possivelmente em um voo comercial.

Enquanto Dilma permanece no exterior, a crise política será administrada, dentro do Palácio do Planalto, pelos ministros Aloizio Mercadante e Edinho Silva. Hoje ainda (27.jun.2015), os ministro José Eduardo Cardozo e Edinho Silva devem conceder uma entrevista coletiva para falar sobre as citações ao governo no âmbito da Operação Lava Jato.

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Senador José Medeiros protocola projeto para tirar Venezuela do Mercosul
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Fernando Rodrigues

Congressista participou de missão a Caracas na última semana

Medeiros diz que Venezuela descumpre cláusula democrática do bloco

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José Medeiros cita necessidade de ''vigência de instituições democráticas'' a países do Mercosul

O senador José Medeiros (PPS-MT) protocolou nesta 4ª feira (24.jun.2015) na Mesa Diretora da do Senado um projeto de decreto legislativo que revoga a aprovação do Congresso Nacional à adesão da Venezuela ao Mercosul. O texto afirma que a Venezuela teria violado a cláusula democrática do bloco.

Medeiros foi um dos congressistas brasileiros que integrou a comitiva oficial do Senado a Caracas, na última semana, que pretendia prestar solidariedade aos membros da oposição venezuelana que estão presos.

O Senado brasileiro aprovou a entrada da Venezuela no Mercosul em 2009, sob protestos da oposição, que criticava a “falta de democracia” no país vizinho. A adesão passou por 35 votos a favor e 27 contra.

A Venezuela foi admitida oficialmente no Mercosul em julho de 2012, após a aprovação de Brasil, Argentina e Uruguai. À época, o Paraguai estava suspenso do bloco como punição pela destituição do ex-presidente Fernando Lugo. O Senado paraguaio ratificou o tema em dezembro de 2013.

José Medeiros afirma que a Venezuela está descumprindo o Protocolo de Ushuaia sobre compromisso democrático no Mercosul. “É condição essencial ao desenvolvimento do processo de integração [do Mercosul] a plena vigência de instituições democráticas”, diz.

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