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Arquivo : Dilma Rousseff

Dilma mantém viagem a NY e Michel Temer assume Presidência na 5ª
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Fernando Rodrigues

Petista participará de cerimônia de assinatura do Acordo de Paris

Temer será presidente por 3 dias em meio à tensão com o Planalto

Dilma-Temer

O vice, Michel Temer, e a presidente Dilma Rousseff

A presidente Dilma Rousseff decidiu confirmar sua participação na cerimônia de assinatura do Acordo de Paris em Nova York na 6ª feira. A petista viajará na 5ª pela manhã, abrindo espaço para o vice-presidente Michel Temer assumir a Presidência da República interinamente. Dilma voltará a Brasília no sáb. (23.abr).

Havia dúvidas sobre a presença da presidente no evento. Nas últimas semanas, Dilma cancelou 3 agendas internacionais por causa da crise política. Nesta 3ª feira pela manhã, ministros palacianos contatados pelo Blog acreditavam que a petista optaria por não viajar ao exterior.

A presidente não foi a uma cúpula sobre segurança nuclear realizada em Washington no final de março. Nesta semana, faltou à Assembleia Geral da ONU Sobre Drogas na 2ª e cancelou a participação na cerimônia de acendimento da tocha Olímpica que será realizada depois de amanhã, 5ª feira, na Grécia.

As informações são do repórter do UOL, Luiz Felipe Barbiéri.

Michel Temer  assumirá a Presidência no momento de maior tensão com o Palácio do Planalto. A presidente chama-o abertamente de golpista e o acusa de conspirar contra o seu governo.

Em outras oportunidades, o vice-presidente evitou usar o gabinete presidencial durante interinidades. Despacha do seu próprio escritório, na sede da Vice Presidência da República. Às vezes, nem fica em Brasília.

No Brasil, todas as vezes que a presidente viaja para o exterior, o vice precisa assumir oficialmente a função. Embora hoje em dia as comunicações digitais e via satélite permitam que o chefe de Estado e de governo possa tomar decisões de qualquer parte do planeta, essa tradição antiga foi mantida em todas as Constituições brasileiras.

A petista aproveitará a viagem a Nova York, entre outras razões, para criticar o que chama de “golpe” (o processo de impeachment) e falar sobre a situação política no país após a admissibilidade do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados no último dom.(17.abr.).

O governo tem tido boa acolhida de parte da mídia internacional a respeito da tese do golpe. Nesta 3ª feira (19.abr.2016), a rede de notícias a cabo norte-americana CNN transmitiu uma entrevista de mais de 9 minutos da apresentadora Christiane Amanpour com o repórter Glenn Greenwald, que mora no Rio.

Na conversa, Greenwald diz considerar o impeachment “anti-democrático”. É nessa onda que Dilma pretende surfar passando por Nova York, dando entrevistas para outros veículos internacionais.

CNN-Brasil-19abr2016

A apresentadora Christiane Amanpour, da CNN, fala sobre a crise política do Brasil

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Michel Temer prepara redução de ministérios e pacote de reformas
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Fernando Rodrigues

Vice deve cortar pastas atuais para faixa de 15 a 25

Hoje, Esplanada de Dilma Rousseff tem 32 ministérios

Pacote de reformas será apresentado logo depois da posse

Ideia é enviar para o Congresso mudanças estruturais

Dilma-Temer-Foto-MarceloCamargo-AgenciaBrasil-01jan2015

O vice-presidente, Michel Temer, que prepara plano de governo

No caso de assumir o Palácio do Planalto, o vice-presidente da República, Michel Temer, tem intenção de reduzir o número de ministérios já na largada.

As atuais 32 pastas vão cair para algo na faixa de 15 a 25. Dado o apetite dos aliados por cargos, está mais para 25 do que para 15.

A lógica do corte de ministérios, segundo os assessores de Michel Temer, é buscar como meta o número de prédios da Esplanada, a avenida de Brasília projetada para abrigar todas as pastas. Hoje, mais de 10 ministérios estão fora dali por falta de espaço.

A Esplanada foi projetada com 17 edifícios iguais (os retangulares, parecidos com grandes caixas de sapato) e 2 diferentes (para abrigar as pastas mais antigas do país, a Justiça e as Relações Exteriores). São, portanto, 19 prédios, como mostra o quadro abaixo (clique na imagem para ampliar):

Esplanada-predios-2016

Outros 2 a 3 ministérios poderiam ser alojados (como hoje) dentro do Palácio do Planalto –Casa Civil, Secretaria de Governo e Secretaria de Comunicação.

O entorno de Michel Temer estima que há cerca de 20 posições robustas para atender aliados fora da Esplanada. Os comandos de Banco do Brasil, CEF, BNDES, Itaipu e outros estão na lista.

Não será fácil controlar o apetite dos aliados políticos no Congresso e ao mesmo tempo reduzir ministérios. Mas os peemedebistas ao lado do vice-presidente consideram vital que ele emita esse sinal de austeridade ao assumir.

PROJETO DE REFORMAS ECONÔMICAS
Amanhã (20.abr.2016), o peemedebista-quase-presidente fará uma reunião com sua equipe mais próxima. Não sabe ainda se será em São Paulo ou em Brasília.

No caso de ser confirmado o impeachment, o comando temerista defende que os novos ministros da área econômica já assumam com propostas prontas para as grandes reformas pendentes no país –fiscal, trabalhista e previdenciária.

A equipe enviaria esse pacote de reformas ao Congresso ainda na primeira semana do eventual novo governo, deixando claro quais são as prioridades.

ALIANÇA TEMER-CUNHA-RENAN
Embora a fotografia não favoreça (2 dos personagens são alvos de fortes acusações na Operação Lava Jato), os temeristas acreditam que o custo-benefício valerá a pena se o vice-presidente se aliar de maneira robusta a Eduardo Cunha e Renan Calheiros.

Os presidentes da Câmara e do Senado seriam vitais para amarrar algum tipo de “fast track”, como dizem os americanos sobre a tramitação a jato para certos projetos.

A ideia é aprovar pelo menos uma das reformas estruturais em até 45 dias para que a eventual nova administração ganhe tração e credibilidade perante os agentes políticos, econômicos e financeiros.

O vice-presidente sabe que não desfruta de popularidade e que seu partido tampouco é bem visto pelo eleitor brasileiro. Não buscará, portanto, apoio popular para as reformas. Mas sim tentará viabilizar um apoio congressual firme para aquilo que o establishment pede há décadas.

A crença dos temeristas é a de que a aprovação de uma dessas reformas em tempo recorde dará ao eventual novo presidente uma blindagem perante setores do establishment e da mídia tradicional.

Depois de 12 meses de governo, em teoria e de acordo com essa avaliação dos aliados de Michel Temer, a economia voltaria aos eixos e a administração federal do PMDB chegaria a 2018, ano de eleição, mais bem avaliada.

ACELERAR NO SENADO
Um dos elementos desse plano inclui a abreviação da eventual interinidade de Michel Temer no Planalto. Ele assume se Dilma Rousseff for afastada, mas a posse definitiva só se dará se a atual presidente for condenada pelo Senado –que tem um prazo de até 6 meses.

No pior cenário, se o afastamento de Dilma ocorrer em meados de maio, os 6 meses de julgamento terminam só na metade de novembro.

Ajustando o governo no início (com menos ministérios) e aprovando algo no Senado em até 2 meses, a administração do PMDB buscará forçar os senadores a não gastar os 6 meses possíveis para julgar Dilma Rousseff. Vão argumentar que 3 meses (como no caso de Fernando Collor, em 1992) é um prazo razoável.

Se isso der certo, Michel Temer poderia ser empossado como presidente definitivo no final de agosto.

O QUE PODE DAR ERRADO
O Blog ouviu todas as avaliações acima de aliados de Michel Temer.

A seguir, o que o Blog captou de políticos fora do grupo temerista a respeito do cenário das próximas semanas e meses –supondo que haverá obstáculos à frente:

1) recessão: a economia não dá sinais de melhora no curto prazo. O desemprego segue em alta. Mesmo o dólar valorizado sobre o real, que alavancou as exportações em tempos recentes, parece ter terminado esse ciclo;

2) protestos trabalhistas: com a inflação acima do teto da meta em 2015 e ainda alta neste ano, muitos sindicados vão pressionar por aumento de salários. Há risco de greves a partir de maio, quando várias categorias têm suas datas-base para reajuste;

3) resistência de Dilma Rousseff: a petista dá sinal de que não desistirá. Vai tentar usar ao máximo os prazos que tem disponíveis agora (pré-afastamento pelo Senado) e, se for o caso, depois, durante os até 6 meses de julgamento.

4) reformas sem consenso: não é por uma razão fútil que as reformas fiscal, trabalhista e previdenciária nunca foram feitas no Brasil. Há um consenso a respeito de que precisam ser aprovadas, mas existe um gigantesco dissenso quando se inicia um debate sobre o conteúdo das propostas. A chance de uma equipe econômica de um presidente interino ter apoio quase instantâneo em uma semana ou 15 dias é limitada;

5) breve “efeito Mauricio Macri”: os empresários e financistas do eixo Rio-São Paulo falam muito sobre um oxigênio natural para Michel Temer quando e se ele assumir o Planalto. Seria algo semelhante ao que se passou com o presidente da Argentina, que desfrutou de uma lua-de-mel com os mercados logo após entrar para a Casa Rosada. No caso temerista, entretanto, esse refresco terá curtíssima duração –de 15 dias a 2 meses, no máximo. Sem resultados concretos, o clima mudaria e o eventual novo presidente ficaria isolado, levando água para o moinho da tese de novas eleições presidenciais;

6) novas eleições: embora frágil neste momento, essa proposta se robustece no caso de Michel Temer fracassar nos seus eventuais primeiros 60 dias de Planalto. É claro que novas eleições seriam mais fáceis se Dilma e Temer renunciassem –o que é uma hipótese altamente improvável. Mas um governo temerista fracassado serviria de combustível para o Tribunal Superior Eleitoral apressar a análise das ações que pedem a cassação da chapa presidencial vencedora de 2014. Nessa hipótese, se a decisão do TSE se der ainda em 2016, haveria nova disputa pelo voto direto;

7) novos fatos da Operação Lava Jato: esse é o fator mais intangível de todos. A investigação sobre corrupção na Petrobras envolvendo empreiteiras, políticos e empresários em geral guarda indícios de irregularidades cometidas por dezenas de pessoas que hoje se agrupam ao lado de Michel Temer. É absolutamente imprevisível o quanto novas revelações –ou prisões– terão impacto no desfecho da atual crise e no eventual governo temerista.

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Deus é mais citado que “crime de responsabilidade” na sessão do impeachment
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Fernando Rodrigues

“Deus” teve 66 menções; “crime de responsabilidade”, 62

Expressão “pela minha família” foi dita 44 vezes no domingo

“Golpe” teve 143 menções por deputados de ambos os lados

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Taquígrafos da Câmara anotam discursos na votação de domingo (17.abr)

As palavras “deus”, “família” e “golpe” estão entre as mais mencionadas pelos deputados na sessão de domingo (17.abr), quando a Câmara decidiu dar continuidade ao processo de impeachment.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Esses termos estão mais presentes nos votos dos deputados do que as expressões “crime de responsabilidade” e “pedaladas fiscais” e as palavras “decreto” e “decretos”.

Formalmente, o processo de impeachment baseia-se em supostas operações de crédito ilegais envolvendo bancos públicos (as “pedaladas”) e a edição de decretos orçamentários editados sem autorização do Congresso.

Leia aqui a íntegra das notas taquigráficas da votação.

“Família” aparece 151 vezes nas notas taquigráficas da votação de domingo (17.abr) e a expressão “Pela minha família” foi dita 44 vezes. “Deus” foi mencionado 66 vezes por 54 deputados. O termo “golpe” aparece 143 vezes.

A expressão “pedaladas fiscais” surge 13 vezes e “crime de responsabilidade” foi mencionado em 62 momentos. “Decreto” e “decretos” somam 16 ocorrências.

Menções a membros específicos das famílias dos deputados também foram populares nos votos. “Meu filho” e “minha filha” somam 23 registros e “minha esposa” é citada 18 vezes. “Netos” aparecem 20 vezes.

“DEUS TENHA MISERICÓRDIA”
O próprio presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contribuiu com uma menção a Deus no seu voto. “Que Deus tenha misericórdia desta nação. Voto ‘sim’”, disse ele antes de ser aplaudido pelos outros deputados.

Assim como Cunha, outros 4 deputados pediram a Deus que se compadeça do Brasil. Foram eles: João Campos (PRB-GO), Conceição Sampaio (PP-AM), Paulo Freire (PR-SP) e Wadih Damous (PT-RJ).

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Deputados pró-impeachment comemoram com pizza em Brasília
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Fernando Rodrigues

Encontro é na casa da filha de Heráclito Fortes (PSB-PI)

Michel Temer e Eduardo Cunha são esperados no jantar

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O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI)

A continuidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff será comemorada na noite deste domingo (17.abr) com um jantar na casa da filha do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), no Lago Sul, área nobre de Brasília.

São esperados o vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e mais de uma centena de deputados pró-impeachment. O cardápio: pizza.

Participou desta apuração o repórter do UOL André Shalders.

Desde o começo da votação, circulavam pelo Plenário da Câmara pequenos convites em cartolina para o evento.

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O deputado Paulinho da Força (SD-SP) diz que foram convidados para o evento deputados de vários partidos, inclusive aqueles que integraram a base de apoio ao governo de Dilma Rousseff.

Desde abril de 2015, Heráclito organizou uma série de jantares com deputados, senadores e outras pessoas favoráveis ao impedimento.

Participaram desses encontros o economista Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central sob FHC) e o ex-ministro do STF Nelson Jobim.

O vice-presidente Michel Temer participou de 2 encontros com o grupo que costuma ir aos jantares de Heráclito nos últimos dias. O piauiense e outros deputados do PSB também se reuniram com Temer neste sábado (16.abr).

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Grupo pró-impeachment escolhe Renan Calheiros como alvo após domingo
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Fernando Rodrigues

Se impeachment vencer domingo, MBL focará em Renan

Candidatos a prefeito e aliados do alagoano serão o foco

Renan definirá data da votação que pode afastar Dilma

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Renan Calheiros, o presidente do Senado

Se o impeachment for aprovado na Câmara neste domingo (17.abr), o Movimento Brasil Livre fará uma campanha para pressionar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Em caso de aprovação do impeachment, caberá ao peemedebista marcar a data da votação da admissibilidade do processo no Senado. Renan não age sozinho, mas tem poder para acelerar ou retardar o trâmite.

O MBL é um dos principais grupos de pressão pelo impeachment de Dilma Rousseff. A tática é atacar candidatos a prefeitos e aliados ao político alagoano com carros de som, outdoors e correntes no Facebook e no WhatsApp.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

“É falar: ‘o candidato fulano de tal quer ser prefeito da nossa cidade mas está com Renan, que apoia a Dilma’. A gente sabe que os políticos são feitos de alianças. A ideia é deixar as alianças machucadas”, explica Renan Santos, um dos coordenadores do grupo.

No Senado, a admissibilidade do impeachment se dá por maioria simples: havendo quórum (41 dos 81 senadores presentes), basta que metade + 1 seja a favor.

“PADRÃO PTN”
A campanha contra Calheiros a partir de 2a feira segue o que o coordenador do MBL chama de “Padrão PTN”. A referência é ao partido da deputada Renata Abreu (SP), que foi alvo de campanha parecida semanas atrás.

Na ocasião, o MBL lançou nota cobrando que Renata Abreu “fechasse questão” no partido, à favor do impeachment.

“Vamos escolher os elos fracos. Não necessariamente quem negocia com o governo, mas quem está em posição vulnerável, e que pode espanar na hora da pressão. São os políticos jovens, os candidatos a prefeito”, explica Renan Santos.

“Até acho que ‘na hora H’ ele não vai querer contrariar o que a Câmara decidiu, mas… é para deixar ele esperto. Acho que a pressão tem que continuar”, diz o coordenador do MBL.

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Redes sociais mostram grupo pró-impeachment estável e no limite de 342
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Fernando Rodrigues

A 1 dia da votação, placar é apertado; desfecho é incerto

Estudo considera só quem se manifesta de forma aberta

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Plenário da Câmara na 6ª feira (15.abr.2016) durante o debate sobre o impeachment

Depois de avançar de maneira consistente nas últimas semanas, o grupo de deputados pró-impeachment parou de crescer há 2 dias. Ontem (15.abr.2016), chegou a 343 votos. Hoje, recuou para 342 –o limite mínimo para aprovar o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Ao mesmo tempo, a curva dos que se dizem a favor do Palácio do Planalto e vão votar contra o impedimento segue com um aumento gradual, porém constante. Ontem cedo, havia 126 deputados pró-Dilma. Hoje, sábado, o número foi a 134.

Para impedir o impeachment, Dilma precisa garantir, pelo menos, 172 deputados a seu favor –votando ou faltando à sessão  marcada para este domingo (17.abr.2016).

Há ainda, no momento, 35 deputados que não se manifestam claramente se estão a favor ou contra o impeachment. E 2 que não devem comparecer à sessão de votação do impeachment: Clarissa Garotinho (PR-RJ) e Aníbal Gomes (PMDB-CE), ambos em licença por determinação médica.

São monitorados os perfis dos 513 deputados no Twitter e no Facebook. Também são consideradas entrevistas públicas, com frases gravadas ou entre aspas (na mídia impressa). Só quem se manifesta abertamente é contado pela consultoria digital Bites.

Os números apurados até agora não são suficientes para dizer que o desfecho seja certo, para um lado ou para o outro. Muitas negociações continuam em curso, dos 2 lados, e há instabilidade no número de votos pró e contra o impeachment

Os dados apurados pela Bites são publicados com exclusividade pelo Blog (clique nas imagens para ampliar):

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Placar-Bites-impeachment-16abr2016

 

As redes sociais mostram que os 134 deputados contra o impeachment ganharam, de ontem para hoje, a adesão de 3 votos que estavam estacionados no grupo de “indecisos”: Adalberto Cavalcanti (PTB-PE), Beto Salame (PP-PA) e Macedo (PP-CE).

OS AUSENTES
Deputados que faltarem amanhã (domingo) ajudam o grupo contra o impeachment. É impossível saber quais não estarão presentes, mas há 1 indicador disponível: aqueles que desde ontem (6ª) cedo não registraram seus nomes na Câmara. Pelo menos 21 deputados estavam nesta situação no final da manhã de hoje:

1. Alberto Filho (PMDB-MA)
2. Aníbal Gomes (PMDB-CE)
3. Antônio Jácome (PTN-RN)
4. Clarissa Garotinho (PR-RJ)
5. Diego Andrade (PSD-MG)
6. Édio Lopes (PR-RR)
7. Elcione Barbalho (PMDB-PA)
8. Gabriel Guimarães (PT-MG)
9. Hiran Gonçalves (PP-RR)
10. Iracema Portella (PP-PI)
11. Josué Bengston (PTB-PA)
12. Junior Marreca (PEN-MA)
13. Luís Tibé (PT do B-MG)
14. Nelson Marquezelli (PTB-SP)
15. Odair Cunha (PT-MG)
16. Pedro Fernandes (PTB-MA)
17. Rodrigo Pacheco (PMDB-MG)
18. Sarney Filho (PV-MA)
19. Simone Morgado (PMDB-PA)
20. Toninho Pinheiro (PP-MG)
21. Washington Reis (PMDB-RJ)

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Oposição mergulhou país na instabilidade e brecou crescimento, diz Dilma
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Fernando Rodrigues

Presidente gravou vídeo para TV, mas publicou na web

Petista acusa “golpistas” de tramar fim do Bolsa Família

Dilma diz que impeachment é “fraude jurídica e política”

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Cena do pronunciamento de Dilma Rousseff em 15.abr.2016

A presidente Dilma Rousseff gravou um pronunciamento em vídeo no qual acusa a oposição de ser responsável pelo baixo crescimento econômico do Brasil.

“Os derrotados [da eleição de 2014] mergulharam o país num estado permanente de instabilidade política, impedindo a recuperação da economia com um único objetivo: tomar à força o que não conquistaram nas urnas”, diz a petista.

O pronunciamento era para ter sido transmitido em rede nacional de TV na noite da 6ª feira (15.abr.2016), mas o Palácio do Planalto preferiu cancelar com receio de contestações jurídicas.

No vídeo, a presidente afirma que o processo de impeachment é “a maior fraude jurídica e política da história do país”.

O discurso de Dilma é muito duro e mostra uma certa ciclotimia da petista. Na última 4ª feira (13.abr.2016), a presidente concedeu longa entrevista propondo um pacto político amplo, inclusive com a oposição.

Agora, Dilma deu uma guinada e atacou duramente quem está contra o seu governo: “Os golpistas dizem que, se conseguirem usurpar o poder, será necessário impor sacrifícios à população brasileira. Com que legitimidade? Querem revogar direitos e cortar programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida”.

A presidente também afirmou que os que hoje são a favor de seu impeachment pretendem “abrir mão da soberania nacional” e “entregar os recursos do pré-sal às multinacionais estrangeiras”.

Assista ao vídeo a seguir, com 6 minutos e 39 segundos:

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Apoio explícito ao impeachment chega a 343 deputados nas redes sociais
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Fernando Rodrigues

Estudo considera manifestações publicadas no Facebook e no Twitter

Termômetro na web é o mais claro de todos os mapas de votação

Curva anti-Dilma cresce desde 18.mar, quando medição começou

Carama-plenario-impeachment-Foto- MarceloCamargo-AgenciaBrasil-15abr2016

Sessão da Câmara em 17.abr.2016 para debater o impeachment

Já são 343 os deputados federais que declaram de maneira explícita nas redes sociais ser a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para aprovar o impedimento no domingo (17.abr.2016) bastam 342.

Os deputados contrários ao impeachment são 130 nas redes sociais. Há 38 indecisos. Também foram registradas duas abstenções: Clarissa Garotinho (PP-RJ), que está grávida e tirou uma licença, e Aníbal Gomes (PMDB-CE), que se submeterá a uma cirurgia na coluna.

O levantamento vem sendo feito diariamente pela consultoria digital Bites. É publicado com exclusividade aqui no Blog. Trata-se de um monitoramento minucioso nos perfis de todos os 513 deputados nas redes sociais Twitter e Facebook.

Um algoritmo é usado para fazer a varredura diária, desde 18.mar.2016, de todos os posts de deputados federais. Analistas da Bites checam todos os resultados.

“Quando um deputado escreve que vai votar a favor ou contra o impeachment numa rede social, esse é um indicador muito firme e quase imutável a ser considerado. Os outros levantamentos levam em conta declarações em plenário ou não muito firmes. No caso desse quadro produzido pela Bites, temos uma segurança muito grande a respeito de como está a tendência”, diz Manoel Fernandes, fundador e diretor da Bites.

Como se observa no gráfico a seguir, o bloco pró-impeachment só cresceu desde 18 de março. Nesse período, o governo tentou várias estratégias e vendeu a ideia de que havia uma reação em curso. Quem acompanhava o que os deputados falavam nas redes sociais sabia que a realidade só piorava para a presidente Dilma Rousseff.

Eis, a seguir, o gráfico evolutivo das declarações de votos dos deputados e uma tabela (por partido) captada nesta 6ª feira (clique na imagem para ampliar):

Placar-Bites-impeachment-15abr2016-graficoPlacar-Bites-impeachment-15abr2016-vale

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Gilberto Kassab acerta saída do governo na 2ª feira, pós-impeachment
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Fernando Rodrigues

Ministro das Cidades não conseguiu votos para ajudar Dilma

PSD tem 38 deputados e 31 devem votar pelo impeachment

Dilma já foi informada e carta deve ser entregue até domingo

Kassab-Foto-MarceloCamargo-AgenciaBrasil-30mar2016

Gilberto Kassab, que já comunicou a Dilma Roussef que está saindo do governo

Aumenta a debandada de aliados de Dilma Rousseff.

O ministro das Cidades e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, sairá do governo na 2ª feria (18.abr.2016). A decisão já foi tomada e a presidente Dilma Rousseff foi informada pelo próprio Kassab.

A carta formalizando a demissão pode ser entregue ainda hoje (6ª). Mas o mais provável é que o documento seja protocolado amanhã ou domingo (17.abr.2016).

Kassab nunca conseguiu entregar os votos de seu partido de maneira robusta para o Planalto. Nas últimas duas semanas, houve uma tentativa de associação entre PSD, PR e PP, que juntos têm cerca de 120 deputados. Essas 3 siglas seriam o esteio de Dilma para barrar o impeachment.

Deu tudo errado. Primeiro, porque não houve acordo com as bancadas dessas 3 legendas médias a respeito de cargos que poderiam ser oferecidos. Segundo, porque a pressão política geral a favor do impeachment produziu um movimento de manada e a maioria dos congressistas aderiu à oposição.

Kassab começou pensando em oferecer de 13 a 16 votos contra o impedimento da presidente. Nesta semana, a bancada decidiu majoritariamente se posicionar a favor do impeachment.

Nos cálculos internos do PSD, haverá 38 deputados federais da legenda aptos a votar no domingo (nessa data, várias legendas estão convocando deputados licenciados para reforçarem suas bancadas). Desses, de 30 a 31 devem votar contra Dilma Rousseff.

A conversa de Kassab com a presidente sempre foi franca. Ele disse à petista que não teria como permanecer no cargo após a votação do impeachment.

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PP deve expulsar deputados que votarem contra o impeachment
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Fernando Rodrigues

Partido chegou até a organizar resistência de Dilma

Agora, Dilma irritou sigla ao nomear novos ministros

Presidente passou por cima da direção nacional do PP

Ala beneficiada da legenda é minoria e receberá ultimato

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Ciro Nogueira (de gravata vermelha), presidente nacional do PP

O PP (Partido Progressista) deve fazer uma reunião hoje (6ª) de sua bancada na Câmara para “fechar questão” e tornar obrigatório que todos os deputados votem pelo impeachment de Dilma Rousseff. Os que discordarem dessa posição correm o risco de expulsão.

Até ontem, o PP estava numa posição intermediária. A maioria dos 46 deputados (no domingo devem ser 48) votaria pelo impeachment, mas seriam tolerados dissidentes. O presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira (do Piauí), tentou negociar algum acordo com o Palácio do Planalto, mas foi superado pela maciça adesão dos deputados pepistas ao impeachment.

O que provocou um azedamento ainda maior no clima entre o PP e o Planalto foi a decisão de Dilma Rousseff de tentar cooptar uma parte dos deputados da legenda passando por cima da direção da sigla.

Na 3ª feira, a bancada do PP decidiu entregar os cargos no governo federal, inclusive o Ministério da Integração Nacional, ocupado até então por Gilberto Occhi. No dia seguinte, Dilma Rousseff e seus emissários começaram a falar individualmente com deputados pepistas para tentar garantir alguns votos da legenda na batalha do impeachment.

O principal interlocutor com o Planalto foi o deputado Dudu da Fonte (PP-PE) –um antigo aliado do presidente da legenda, Ciro Nogueira. Dudu se descolou de Ciro Nogueira por ter sido preterido numa disputa interna no início de 2016 sobre quem seria o líder da bancada na Câmara –venceu o deputado Agnaldo Ribeiro (da Paraíba).

Houve uma sucessão de ações trapalhadas então do Planalto. Primeiro, ao nomear José Rodrigues Pinheiro Dória para a Integração Nacional ontem, 5ª feira (14.abr.2016).

Dória durou cerca de 24 horas na cadeira. O Planalto não checou direito o nome antes da nomeação. Descobriu depois que se tratava de uma pessoa que havia sido secretário-adjunto de Transporte e Obras Públicas no governo de Minas Gerais e tinha proximidade com o grupo político de Aécio Neves (PSDB).

Em seguida, hoje (6ª), a presidente Dilma Rousseff nomeou outra pessoa para a Integração Nacional: Josélio de Andrade Moura. É o 2º nome indicado para a pasta em 2 dias. Ele é ligado aos deputados Roberto Britto (PP-BA) e Ronaldo Carletto (PP-BA).

A nomeação de Josélio enfureceu a direção do PP, que hoje pretende determinar o fechamento de questão da bancada da legenda.

No momento, apenas 7 dos atuais 46 deputados do PP pretendem votar contra o impeachment de Dilma Rousseff. Após a reunião do final desta 6ª feira, a ideia é reduzir esse grupo para apenas 3 a 4 votos.

O PP já está negociando com Michel Temer uma participação no eventual futuro governo do peemedebista.

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