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Parceria Folha/UOL publicou 37 entrevistas exclusivas em 2012
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Fernando Rodrigues

O projeto “Poder e Política – Entrevista”, do jornal “Folha de S.Paulo” e do portal UOL, completa neste dezembro de 2012 1 ano e meio de existência. Foram realizadas 61 entrevistas exclusivas. Dessas 37 são de 2012.

Os entrevistados, pessoas públicas ou autoridades de vários níveis de governo, falaram sobre os principais temas relacionados ao poder neste ano: eleições municipais, mensalão, CPI do Cachoeira, sucessão da presidente Dilma Rousseff, Copa do Mundo e Olimpíadas.

As gravações são, em geral, no estúdio do Grupo Folha, em Brasília, ou no estúdio do UOL em São Paulo. Nesses locais foram recebidos o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o presidente da CBF, José Maria Marin. Também falaram ao “Poder e Política” os presidentes nacionais do PT, Rui Falcão, e do PSDB, Sérgio Guerra.

Vários ministros e aliados do governo Dilma participaram do “Poder e Política” em 2012, como Guido Mantega (Fazenda), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Aldo Rebelo (Esporte). E também líderes da oposição, como nos casos do senador mineiro Aécio Neves, lançado pelo PSDB como candidato a presidente em 2014, e ACM Neto, eleito prefeito de Salvador pelo DEM.

Abaixo, dois vídeos de restrospectiva do Poder e Política em 2012. Um com 59 segundos e outro com 2 minutos e 45 segundos. Esses vídeos estão disponíveis para smart phones e tablets, respectivamente, aqui e aqui.

 

 

Multiplataforma
O “Poder e Política” foi idealizado na sua origem para ser produto jornalístico para várias plataformas. Tem versões exclusivas para jornal impresso e para internet. Todas as entrevistas são publicadas na versão da “Folha” em papel. Na internet, o site da “Folha” e o UOL publicam reportagens sobre cada entrevista, a transcrição em texto dos depoimentos, o vídeo da entrevista na íntegra e também trechos em vídeo separados pelos temas das respostas. Ficam disponíveis ainda arquivos em áudio.

O vídeo abaixo explica o que é o “Poder e Política” (assista também em smart phones e em tablets):

 

 

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70% reprovam Agnelo (PT), governador de Brasília
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Fernando Rodrigues

Pesquisa do O&P mostra que petista não seria reeleito hoje na capital federal.

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), bateu recorde de desaprovação, segundo pesquisa do instituto O&P Brasil feita de 24 a 27.nov.2012 com 800 entrevistados. O estudo mostra que o petista é desaprovado por 70,3% da população da capital –maior índice registrado desde que a pesquisa começou a ser feita em maio de 2011.

Naquela 1ª pesquisa, 36,5% diziam desaprovar o governo recém-iniciado de Agnelo. Na 2ª pesquisa, de ago.2011, o governador foi rejeitado por 45,3% dos entrevistados. Em nov.2011, por 67,1%. Em mar.2012, por 65,5%.

O instituto também afirma que cresceu, desde mai.2011, o percentual de pessoas que avaliam negativamente o governo de Brasília. Essa taxa era 34% em mai.2011 e subiu para 45,2% em ago.2011. No levantamento seguinte, de nov.2011, também cresceu: 64%. Em mar.2012, foi 59,4%. E, agora, em nov.2012, chegou a 60,2%.

Brasília é uma das unidades da Federação mais ricas do Brasil. O orçamento anual da capital federal é de mais de R$ 20 bilhões, sendo que cerca de R$ 10 bilhões caem de mão beijada nos cofres da cidade: são fruto do Fundo Constitucional do Distrito Federal (dinheiro dos impostos de todos os brasileiros para sustentar o município). Ainda assim, apesar dessa fartura orçamentária, a cidade sofre com transporte público precário e sistema de saúde ruim.

A pesquisa do O&P (disponível aqui, na íntegra) simulou ainda 3 cenários possíveis na próxima eleição para governador do Distrito Federal, que acontecerá em 2014. Agnelo perde em todos e o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) aparece em vantagem.

O 1º cenário é:

Rodrigo Rollemberg (PSB) – 20,4%
Toninho (PSOL) – 15,6%
Agnelo (PT) – 10,6%
Fraga (DEM) – 10,4%
Valmir Campelo – 6%
Nenhum  – 26,6%
Não sabem/não responderam – 10,4%

Como a pesquisa tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos, o senador Rollemberg e Toninho do PSOL estão tecnicamente empatados –a diferença entre eles não supera a variação que o erro pode ocasionar em seus percentuais.

O 2º cenário:

Rodrigo Rollemberg (PSB) – 26%
Eliana Pedrosa (PSD) – 19,6%
Agnelo (PT) – 11,1%
Nenhum – 33,8%
Não sabem/não responderam – 9,5%

O 3º cenário:

Rodrigo Rollemberg (PSB) – 31,3%
Agnelo (PT) – 12,6%
Luiz Pitiman (PMDB)  – 8,5%
Nenhum – 35,8%
Não sabem/não responderam – 11,9%

O instituto O&P Brasil pertence ao sociólogo Fernando Jorge, irmão de Eduardo Jorge, um dos vice-presidentes do PSDB e ex-secretário-geral da Presidência no governo FHC. Fernando Jorge também é filiado ao PSDB. Seu instituto de pesquisas, no entanto, trabalha para diversas instituições e partidos. Entre os clientes do O&P, afirma, estão agências contratadas pelo atual governo do Distrito Federal –que solicitaram estudos de avaliação da comunicação do governador Agnelo– e o PSB, de Rollemberg. Na eleição de 2012, o instituto prestou serviços para o PP e o PSDB. Em 2010, para o PT e o PSC. Segundo Fernando Jorge, a pesquisa periódica de avaliação do governo é feita por iniciativa e com recursos próprios do O&P.

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Duda e Lavareda fundem suas agências
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Fernando Rodrigues

Marqueteiros fizeram carreira e fama trabalhando para PT, PP, PSDB e DEM.

O publicitário Duda Mendonça e o cientista político Antonio Lavareda anunciaram a fusão de suas empresas, a Duda Mendonça Propaganda e a Blackninja. A nova empresa, divulgada com o nome DM/Blackninja, terá contas nos ramos de varejo, telefonia, imóveis e bebidas, segundo comunicado enviado à imprensa. Os escritórios serão em São Paulo, Pernambuco, Distrito Federal e Maranhão.

Duda foi protagonista de notícias nos principais jornais do país nos últimos anos porque foi réu no processo do mensalão –o STF o absolveu em 15.out.2012. O escândalo foi um dos desdobramentos do serviço prestado por Duda ao PT na campanha de 2002 –que levou Lula ao poder pela 1ª vez e rendeu grande reconhecimento profissional ao publicitário. Ele também já fez campanhas para Paulo Maluf (PP) e Marta Suplicy (PT). Agora, depois de absolvido, tem dito que quer sair da área política.

Já Lavareda é velho conhecido dos partidos que hoje fazem oposição ao PT. Além da Blackninja, ele possui um instituto de pesquisas, o Ipespe. Foi um dos responsáveis, em 2007, pela sugestão malsucedida da troca do nome do PFL para DEM. Para o PSDB, seu último trabalho grande foi uma pesquisa apresentada em setembro de 2011, que orientou mudanças na comunicação do partido –entre elas, voltar a destacar a imagem do ex-presidente Fernando Henrique.

O comando da DM/Blackninja será compartilhado. Enquanto Duda será presidente de criação –responsável pelas campanhas– o presidente geral da empresa será Bejamin Azevedo, da Blackninja. E Lavareda dará eventuais pitacos nos trabalhos, segundo informou a assessoria da empresa.

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Cesar Maia psicanalisa João Santana
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Fernando Rodrigues

Para ex-prefeito do Rio, marqueteiro do PT prepara saída de Dilma da disputa em 2014.

A entrevista do marqueteiro João Santana publicada ontem (26.nov.2012) pela “Folha de S.Paulo” foi comentada na edição de hoje (27.nov.2012) do ex-Blog do Cesar Maia –boletim enviado por e-mail pelo ex-prefeito de Rio de Janeiro, filiado ao DEM e opositor do PT.

Maia cita um trecho da entrevista de João Santana e, em seguida, apresenta a opinião de um “conhecido psicanalista”, sem revelar quem seria o profissional. A análise afirma que, por trás do que disse o marqueteiro, está a vontade de tirar a presidente Dilma Rousseff da disputa pela reeleição para que o ex-presidente Lula possa ser o candidato do PT a presidente.

Eis o que diz o psicanalista que Cesar Maia diz ter consultado:

“Se João Santana fosse um publicitário recém-formado, seriam ‘arroubos da juventude’. Mas um profissional maduro, que já venceu e perdeu eleições em todos os níveis e com a avaliação que o mercado lhe dá, suas palavras devem ser lidas pelo que ocultam. Os exageros em relação à Dilma apenas denotam a preocupação de Santana quanto às possibilidades dela em 2014. Porém, há outra possibilidade de ocultamento. É o que se chama de promoção para baixo nas empresas. Lendo o que não foi dito, mas oculto, se pode garantir das duas uma e, em ambas, sua preocupação com a competitividade de Dilma. Uma é tentar levantá-la junto à opinião pública, com adjetivos de imagem que nem os publicitários de Kennedy ou Clinton ousariam usar. Outra é que o verdadeiro candidato dele é Lula. E nada melhor que exaltar Dilma para que ela ‘desista’ da candidatura, orgulhosa e com a alma cheia por uma missão cumprida. Eu aposto nesta segunda hipótese. Mas há uma certeza: Dilma não faz parte do jogo dele para 2014. Repare neste trecho da resposta de Santana e entenda o que ele pensa e tenta ocultar: ‘(…) ela sabe fazer parcerias, especialmente com Lula’. Parceria, especialmente com Lula, é sair e passar, com pompas e circunstâncias, a candidatura para Lula”.

O comentário foi feito com base na seguinte fala de João Santana:

“Dilma Rousseff será candidata e vai ganhar a eleição. Provavelmente no primeiro turno. Se a eleição fosse hoje, novembro de 2012, ganharia no primeiro turno. Ela está firmando uma imagem vigorosa de grande consolidadora das políticas sociais, de ampliadora dos direitos da classe média, de reformadora moral e modernizadora do país. Está se formando a imagem de uma mulher firme, honesta, que não tem medo de tomar medidas duras. Uma mulher que não se deixa mandar. Que sabe fazer parcerias e alianças com setores importantes, especialmente com Lula. Uma presidenta que enfrenta uma das maiores crises da economia internacional sem titubear. Uma mulher de raça. Que enfrenta os bancos para abaixar os juros, as empresas de energia para abaixar a tarifa elétrica. Eu não estou inventando: estou relatando a leitura de estudos profundos de opinião”.

Filiado ao DEM, Cesar Maia despontou no passado como um dos principais analistas de conjuntura política da oposição. Foi até cotado para disputar a Presidência da República –fato recentemente lembrado por ACM Neto (DEM), prefeito eleito de Salvador, em entrevista ao “Poder e Política”, do UOL e da “Folha”. Mas, assim como seu partido, Maia decaiu e, em 2012, elegeu-se vereador no Rio de Janeiro e viu seu filho, Rodrigo Maia (DEM), perder a eleição para prefeito da cidade.

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PT acertou ao se coligar a Maluf, afirma Santana
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Fernando Rodrigues

O marqueteiro João Santana concedeu uma entrevista à Folha na qual fala sobre a aliança do PT com o PP, de Paulo Maluf:

“Foi uma decisão acertada a aliança com o PP de Maluf, que no resultado final ajudou mais do que prejudicou. Pode nem mesmo ter ganho os votos malufistas, mas funcionou no geral, pois nos ajudou naquilo que mais precisávamos que era tornar o candidato mais conhecido. Nós não ganhamos apenas dois minutos a mais. Deixamos de perder quatro, pois se não pegássemos, o Serra iria pegar”.

Leia a entrevista completa de Santana à Folha na edição de 26.nov.2012.

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Até debate sem regra terá influência do marketing, diz João Santana
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Fernando Rodrigues

Para publicitário do PT, uso do marketing por políticos é comum desde “o tempo das cavernas”.

Internet ainda não teve o efeito esperado, diz responsável pelo marketing do PT em São Paulo.

O marqueteiro João Santana deu longa entrevista para a Folha na edição desta segunda-feira (26.nov.2012) na qual fala sobre o uso intensivo do marketing em campanhas eleitorais. Responsável pela campanha que levou o petista Fernando Haddad a vencer a disputa pela Prefeitura de São Paulo, ele acha que debates eleitorais com menos regras também terão muita influência dos publicitários. O Blog publicou no post abaixo links para entrevistas dadas por Santana em 2006 e em 2010 também à Folha.

“Não pense que o marketing deixará de influenciar um debate com menos regras. No período anterior a esse encontro haverá uma fase grande de treinamento. Será feito por pessoas da política e do marketing. As técnicas de debate, de retórica e mesmo de expressão facial terão influência do marketing. Haverá um trabalho maior de “coaching” no bastidor, de linha argumentativa, de construção de discurso. Isso é feito pelo marketing. Como foi feito a vida inteira pelos consultores, conselheiros das monarquias e das antigas repúblicas. Querem vender o marketing como um mal dos tempos modernos. Não é. É um comportamento que vem de séculos. Ele só vai se aperfeiçoando ou se instrumentalizando a partir da infraestrutura física que se tem, dos meios de comunicação, da forma de fazer política”.

Santana foi confrontado com uma declaração recente do publicitário Washington Olivetto, que disse que só gosta “de anunciar coisas que as pessoas possam devolver se não gostarem”. Olivetto disse também: “Minha ideologia criativa, que se baseia na verdade bem contada, não combina com o marketing político”.

Eis o que comentou Santana: “A comunicação e o marketing político causam um certo estranhamento e uma má compreensão entre os próprios políticos e entre os profissionais de comunicação. Não estou me referindo especificamente a Olivetto, mas alguns, por baixo entendimento da política, sofrem de um falso conflito moral –além de uma pretensa superioridade estética. Muitos acham que é mais nobre fazer propaganda para bancos, operadoras de cartões de crédito, plano de saúde, telefônicas (que atendem mal e até escorcham os seu clientes), do que para políticos. É uma questão de ponto de vista”.

Quando indagado sobre “trabalhar com produtos que possam ser devolvidos”, disse: “Um político não é um produto. O político é um líder, um condutor, é um gestor. Se fosse para fazer uma analogia com o mercado, mesmo que inapropriada, seria melhor compará-lo com um investimento. Um título de prazo fixo que a pessoa compra e depois pode recomprar ou não. E a democracia é o modelo que tem o melhor e mais eficiente sistema de devolução: o voto. Ele funciona melhor do que qualquer Procon da vida”.

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Poder e política na semana – 19 a 23.nov.2012
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Fernando Rodrigues

Eis os destaques da semana: 1) no STF, continua o julgamento da mensalão já nesta 2ª feira (19.nov.2012) e a posse de Joaquim Barbosa como presidente na 5ª feira (22.nov.2012); 2) a presidente Dilma continua com pendências: deve se posicionar sobre a redistribuição dos royalties do petróleo, sobre a lei de crimes virtuais e sobre a lei que obriga comerciantes a incluírem na nota fiscal o valor dos impostos cobrados; 3) a Justiça mineira começará a julgar o caso do ex-goleiro Bruno, do Flamengo; 4) o relatório final da CPI do Cachoeira será entregue na 3ª feira (20.nov.2012) sem que a comissão tenha acrescentado nada de relevante às investigações; 5) internacionalmente, as notícias mais importantes são sobre o conflito armado entre Israel e o Hamas e outros grupos islâmicos que atuam na Palestina: o Egito faz mediação pelo cessar fogo, mas há chances de os ataques se intensificarem.

Na 2ª feira (19.nov.2012), a presidente Dilma Rousseff fará uma visita oficial a Madri, na Espanha, país no qual está por ter participado, no fim da semana, da Cúpula Ibero-Americana. No mesmo dia, em Minas Gerais, terra da presidente, começará o julgamento do ex-goleiro Bruno, réu no caso da morte de sua ex-namorada Eliza Samúdio.

Em Brasília, também na 2ª feira, o STF retomará a fase final do julgamento do mensalão, em que define as penas dos condenados pelo escândalo. A sessão será presidida por Joaquim Barbosa porque Ayres Britto se aposentou na semana passada.

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), ex-prefeito de São Paulo, aparecerá em destaque nestes dias. Por causa de um escândalo, é claro. A Corte Real de Jersey, paraíso fiscal britânico, divulgou no fim da semana passada sentença que condena empresas relacionadas ao político e a seus familiares a devolver US$ 22 milhões (R$ 45,8 milhões) aos cofres da Prefeitura de São Paulo.

Neste fim de ano, a vida do Congresso girará em torno das articulações para a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, que acontecerão em 1º.fev.2012. Na Câmara, o único deputado que oficializou sua candidatura é Henrique Alves (PMDB-RN), que já tem o apoio de 5 partidos. Nos próximos dias, ele deverá fazer reuniões com outras legendas para conquistar mais apoios.

Sem ter oficializado a candidatura, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) é, até agora, o único oponente de Alves. Ele tem feito reuniões com colegas e também tem procurado bancadas. Mas não conseguiu nenhuma declaração formal de apoio.

No Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) trabalha para voltar à Presidência da Casa e tem o apoio de seu partido e do PT. Mas um grupo minoritário de senadores tenta lançar outro candidato. Articulam essa oposição os senadores Randolfe (PSOL-AP), Pedro Taques (PDT-MT), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PR), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Requião (PMDB-PR) e Luiz Henrique (PMDB-SC), entre outros.

Na 3ª feira (20.nov.2012), o Congresso Nacional produzirá mais uma pizza. O deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira, apresentará seu relatório final e colocará fim aos trabalhos da comissão, que terminou em pizza. Os recursos, funcionários e tempo dispendidos pelo Congresso não acrescentaram nada de relevante às investigações sobre o elo de Cachoeira com autoridades.

Também na 3ª feira, a Câmara dos Deputados deverá ter em sua pauta o projeto do Marco Civil da Internet. Na última semana, deputados não chegaram a acordo sobre o texto –principalmente no ponto sobre a neutralidade da rede– e deixaram a votação para esta semana.

Na 4ª feira (21.nov.2012), a Comissão da Moeda e do Crédito (Comoc) fará sua reunião, em Brasília. Na 5ª feira (22.nov.2012), acontecerá a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), também em Brasília.

Na 6ª feira (23.nov.2012), a Câmara dos Deputados fará uma sessão solene em homenagem ao Dia do Músico.

A seguir, o drive político da semana:

 

Segunda (19.nov.2012)
Dilma na Espanha – presidente fará visita oficial a Madri. Ela vai tirar fotos com estudantes do programa Ciência sem fronteiras, terá reunião com o chefe de governo Mariano Rajoy e almoçará com o rei Juan Carlos I.

Pendências de Dilma – no Brasil, uma série de projetos aprovados pelo Congresso aguardam posicionamento da presidente. Além dos royalties do petróleo e da lei de crimes na internet, agora está na fila o projeto que obriga comerciantes a colocarem nas notas fiscais o valor dos tributos cobrados em seus produtos e serviços.

Mensalão – STF retomará definição das penas dos condenados pelo escândalo. Mas Ayres Britto já não presidirá o Tribunal porque completou 70 anos no domingo (18.nov.2012) e teve que se aposentar compulsoriamente.

Goleiro Bruno – Justiça de Minas Gerais começa a julgar o ex-atleta do Flamengo e outros 4 réus acusados pela morte de Eliza Samúdio.

Barbosa presidente – o novo presidente da Corte será Joaquim Barbosa, ministro relator do mensalão e algoz dos réus. Ele assumirá a Presidência do STF a partir desta 2ª feira, mas a cerimônia de posse, com todas as formalidades, será só na 5ª feira (22.nov.2012).

Deputados em São Paulo – a onda de violência que aflige a capital paulista serve de motivo para congressistas deixarem Brasília e visitarem a cidade nesta semana. Segundo o site da Câmara, integrantes da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado vão “acompanhar as medidas que estão sendo tomadas pelo governo do estado em conjunto com o governo federal para conter a escalada da violência na região metropolitana”.

USP e a ditadura – Faculdade de Direito criará sua própria Comissão da Verdade para apurar a colaboração que deu ao regime militar.

Inflação – FGV divulga IPC-S, IPC-S Capitais e IGP-M Segundo Decêndio.

 

Terça (20.nov.2012)
CPI acaba em pizza – o deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira, deverá apresentar seu relatório final. A comissão não deu em nada porque a cassação do mandato de senador de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) foi decidida pelo Senado, não pela CPI.

Viúvas de Collor – Senado já aprovou e agora cabe à Câmara votar o projeto que dá 180 dias para que funcionários públicos demitidos durante o governo do ex-presidente requeiram retorno ao serviço público. O prazo passa a contar a partir da sanção da lei.

Marco Civil da Internet – votação deveria ter ocorrido na semana passada, mas foi adiada por falta de acordo entre deputados e será recolocada na pauta da Câmara desta 3ª feira.

Fator previdenciário – Câmara também pode votar proposta de acabar com o mecanismo de cálculo do valor das aposentadorias.

Reforma política – o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), espera votar o tema nesta semana. Mas com o atraso na votação do Marco Civil, pode ficar para depois, mais uma vez.

Câmara e a família – Casa fará sessão solene em homenagem ao Dia Nacional de Valorização da Família. Os deputados responsáveis pelo evento são André Moura (PSC-SE), João Campos (PSDB-GO) e Arolde de Oliveira (PSD-RJ).

Orçamento 2013 – a Comissão Mista que trata do assunto no Congresso fará reunião para tentar votar o parecer preliminar do senador Romero Jucá (PMDB-RR) ao projeto da Lei Orçamentária de 2013.

 

Quarta (21.nov.2012)
Política econômica – reunião da Comissão da Moeda e do Crédito (Comoc), em Brasília.

Inflação – Fipe divulga IPC referente ao período de 16.out a 15.nov.2012.

 

Quinta (22.nov.2012)
Posse de Barbosa – STF realizará, às 15h, a cerimônia de posse do ministro, relator do mensalão, como presidente da Corte. Tudo indica que o evento tenha apoio generalizado nas redes sociais, onde já desponta o movimento “Barbosa 2014“.

Política econômica – reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), em Brasília.

Emprego – IBGE publica estudo sobre o tema.

Inflação – IBGE divulga Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15.

 

Sexta (23.nov.2012)
Música na Câmara – Casa fará sessão solene em homenagem ao Dia do Músico.

Inflação – FGV divulga IPC-S.

 

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Henrique Alves finaliza apoios para presidir Câmara
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Fernando Rodrigues

Líder do PMDB tenta acordos com PSD, PC do B, PPS e PP nesta semana

O líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte, espera obter o apoio formal de 4 partidos nesta semana para sua candidatura a presidente da Casa. O PR (que tem 36 deputados em exercício) já declarou apoio à sua candidatura e o PT (85 deputados) tem um acordo estabelecido há anos para apoiar o candidato peemedebista em 2013.

Na eleição para presidente da Câmara, o processo é por votação secreta e vence quem tiver a maioria absoluta dos apoios dos 513 colegas.

Em geral, por tradição, o partido que tem a maior bancada indica um nome esse é o escolhido –mas há exceções, como no caso atual, em que PT e PMDB se revezam a cada 2 anos no comando da Câmara.

A eleição para presidente da Câmara será em 1º.fev.2013. Na mesma data, o Senado escolhe o seu presidente.

Nesta semana, a expectativa de Alves é ter reuniões e formalizar alianças com as bancadas do PSD (48 deputados), do PC do B (13 deputados), do PPS (9 deputados) e do PP (39 deputados). Na próxima semana, será vez de tratar com os 2 maiores partidos da oposição, PSDB (50 deputados) e DEM (28 deputados).

Somadas, as bancadas desses 8 partidos têm 308 deputados. Com os 78 do PMDB, são 386 –muito mais do que a metade dos 513 deputados da Casa, e, portanto, suficiente para dar a vitória a Henrique Eduardo Alves.

Até agora o único oponente de Alves é Júlio Delgado (PSB-MG). A candidatura do mineiro tem servido de desculpa para alguns partidos ainda não terem fechado apoio ao candidato do PMDB. O PSB tem 32 deputados e também precisaria fazer muitas alianças para que Delgado tenha sucesso.

Não está claro, no entanto, se Delgado receberá o apoio formal da direção de seu partido. O presidente da sigla, o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, mantém-se ambíguo sobre o assunto.

A indefinição de Eduardo Campos é ruim para Delgado. Pode fazer com o candidato do PSB acabe desidratado nas próximas semanas.

Presidência da Câmara
O comando da Câmara tem muita relevância política por dois motivos principais.

Primeiro, o poder de definir a pauta de votações da Casa –ou seja: qual projeto, por exemplo, pode ser votado ou não.

Segundo, trata-se do o 3º cargo na hierarquia da República. Quando o presidente e o vice-presidente estão fora do país ou impedidos de exercer a função, quem assume é o presidente da Câmara.

Por fim, há um aspecto intangível, mas que também vale muito para os políticos: o presidente da Câmara pode ter muita exposição na mídia e assim turbinar suas possibilidades eleitorais e disputas futuras.

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PSD deve apoiar reeleição de Dilma, diz Kassab
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Fernando Rodrigues

Prefeito de São Paulo jantou nesta 2ª feira com a presidente da República no Alvorada

No jantar, Kassab mostrou disposição pessoal para apoiar a reeleição da petista em 2014

O prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, jantou nesta segunda-feira (12.nov.2012) com a presidente Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada. Só os dois estiveram à mesa.

Relatos do jantar indicam que Kassab manifestou a Dilma “disposição pessoal” de apoiar a reeleição da presidente em 2014. O prefeito disse também que enxerga um PSD “amplamente” favorável a essa posição. Mas pediu um tempo para formalizar a aliança.

A partir de janeiro de 1º de janeiro de 2013, quando já tiver terminado o seu mandato como prefeito de São Paulo, Kassab pretende iniciar um processo de consulta formal a todos os diretórios estaduais do PSD e à bancada de congressistas da sigla. Só depois de a maioria concordar com a adesão ao governo de Dilma Rousseff a sigla vai se declarar da base de apoio ao Planalto. Aí poderá ter um cargo na Esplanada dos Ministérios.

É claro que Kassab tem o controle quase total do PSD. A chance de o resultado da consulta ser anti-Dilma é próxima a zero. Ainda assim, o prefeito paulistano prefere fazer todo o processo interno para começar a criar uma cultura partidária que inexiste em quase todas as outras agremiações políticas brasileiras. Explicou esse ponto a Dilma.

Embora seja um partido criado de um “catado” de políticos do DEM e de outras siglas de menor expressão, o apoio do PSD numa campanha presidencial é muito relevante. A legenda tem hoje 48 deputados e um dos maiores tempos de rádio e TV na propaganda eleitoral. Esse é o maior “ativo” que Kassab oferecerá a Dilma em 2014.

Mas há dúvidas em setores do PT a respeito da sinceridade de Kassab quando fala que poderá apoiar a reeleição de uma presidente petista em 2014. Neste ano de 2012, ele começou dizendo que apoiaria a candidatura de Fernando Haddad (PT) a prefeito de São Paulo, mas depois acabou embarcando na aliança pró-José Serra (PSDB) na disputa paulistana.

Kassab responde a esse episódio dizendo que no caso de São Paulo era só uma posição local e pessoal dele –nunca escondida do PT. Agora, seria uma atitude de um partido que atua em nível nacional e não há hipótese de declarar apoio a Dilma em 2014 e depois recuar, mesmo que o candidato a presidente pelo PSDB venha a ser José Serra.

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DEM é “inimigo de classe”, diz Luciana Genro
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Fernando Rodrigues

Líder política do PSOL, ex-deputada rebate discurso conciliador de Clécio Luís, prefeito eleito de Macapá.

A ex-deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS), uma das principais líderes do seu partido, envia carta para rebater os argumentos apresentados pelo prefeito eleito de Macapá, Clécio Luís.

Em entrevista ao “Poder e Política“, Clécio, o primeiro prefeito eleito pelo PSOL em uma capital, disse não ver erro em receber apoio de qualquer partido político, inclusive do DEM. Dependente de ajuda do governo federal, ele também não fez críticas ao governo de Dilma Rousseff. Acesse os textos e vídeos da entrevista de Clécio Luís.

Luciana Genro constestou: “Não rompemos com o PT para repetir o mesmo caminho. Por isso não aceitaremos alianças indiscriminadas com os partidos do governo Dilma, que são hoje os gerentes dos negócios do capitalismo brasileiro. Também não apresentaremos inimigos de classe como grandes aliados, como fizeram Clécio e o Senador Randolfe [Rodrigues, PSOL-AP] ao receber o apoio do líder do DEM em Macapá”.

A seguir, a íntegra da carta de Luciana Genro:

Não rompemos com o PT para repetir o mesmo caminho

Por Luciana Genro

Prezado Fernando Rodrigues,

Gostaria de fazer algumas considerações sobre a entrevista que o prefeito eleito Clécio Luís lhe concedeu no programa Poder e Política. Antes de mais nada registro minha avaliação de que o PSOL obteve uma grande vitória política e eleitoral. Nosso partido está ligado ao povo para poder cumprir seu dever de impulsionar as lutas sociais pelas demandas necessárias para melhorar a vida. Num momento em que o capitalismo encontra-se em crise e despejando sobre os trabalhadores, jovens e aposentados o peso desta crise, é decisivo avançar na mesma direção pela qual fundamos o PSOL: organizar um partido por uma nova política, conectada com as lutas anticapitalistas, independente, democrático e socialista.

Mas sempre que um partido aumenta seu peso social as pressões sobre seu rumo político aumentam. Até a classe dominante tenta incidir nas definições de sua linha estratégica. Com o crescimento do peso do PSOL, os debates sobre os rumos do partido tendem a ser tornar públicos. Vou aqui fazer um contraponto ao Prefeito Clécio porque considero que suas posições são bem minoritárias no partido. E seria muito ruim que posições minoritárias erradas apareçam como se fossem do PSOL. Não digo que foi esta a intenção do companheiro, mas se a mesma não tem um contraponto pode parecer assim.

Sobre a política de alianças do PSOL, o prefeito eleito diz que é “daqueles que defende que o PSOL deve ter uma política de reaproximação com o PC do B, com o próprio PPS, com o PV, com o PT”. Em seguida, em relação ao financiamento das campanhas, Clécio diz que a sua posição é de que “ nós podemos aceitar, sim, o financiamento, na atual conjuntura, de empresas e bancos”. Ao final, perguntado sobre uma avaliação do governo Dilma, Clécio limita-se a dizer que é uma continuidade de Lula, e mesmo diante da insistência do repórter nega-se a fazer um juízo sobre a qualidade do governo.

As três questões estão interligadas. É claro que o Prefeito tem todo o direito de propor mudanças no Estatuto e no Programa do PSOL. Mas afirmo, e tenho certeza que falo em nome da maioria da militância do PSOL , estas mudanças não passarão. Não passarão porque nós, que fundamos o PSOL, rompemos com o PT justamente por que este partido abandonou a defesa dos interesses dos trabalhadores. A reforma da previdência, cujo voto contra foi o estopim da nossa expulsão (minha, de Heloísa Helena, Babá e João Fontes), foi o ápice desta mutação do PT, que se transformou em um agente dos interesses do capital. O interesse dos bancos e empreiteiras em financiar o PT não aconteceu por acaso. Deu- se justamente por que o partido, ao ocupar prefeituras e governos estaduais, iniciou este processo de mudança de lado, consolidado ao chegar no gover no federal. Esta é a definição necessária, que Clécio não fez na sua entrevista.

Não rompemos com o PT para repetir o mesmo caminho. Por isso não aceitaremos alianças indiscriminadas com os partidos do governo Dilma, que são hoje os gerentes dos negócios do capitalismo brasileiro. Também não apresentaremos inimigos de classe como grandes aliados, como fizeram Clécio e o Senador Randolfe ao receber o apoio do líder do DEM em Macapá.

Bom exemplo dá o prefeito do PSOL eleito em Itaocara, RJ. Gelsimar Gonzaga anunciou que reduzirá o próprio salário, cortará cargos de confiança e garantirá a participação do povo em seu governo através de Conselhos Populares. A campanha do PSOL no Rio de Janeiro, onde chegamos a 30% dos votos, sem alianças espúrias e sem financiamento de empreiteiras e bancos , mostra que é possível sim uma disputa real pelo poder nas capitais sem mudar de lado.

Nossa atividade eleitoral – campanhas e eventuais vitórias – devem servir para que o PSOL demonstre o sentido da sua existência. Este sentido só é dado pela nossa prática de negação da velha política e pela construção de uma alternativa política e eleitoral que responda aos interesses da maioria do povo. Esta é a grande tarefa colocada para o PSOL, ainda mais desafiadora agora que conquistamos duas prefeituras. De minha parte aposto sempre que a influência da juventude combativa e dos trabalhadores em luta tenham peso cada vez maior nas definições estratégicas de nosso partido. Por isso sempre convido a todos estes para que participem dos comitês, núcleos e plenárias do partido, que tomem o PSOL para si, pois a participação ativa da militância é que pode assegurar um partido cada vez mais conectado com a luta anticapitalista.

Grata pela atenção, Luciana Genro.

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