Com derrota de 3 a 0, Marin agora fala em aceitar demissão de Felipão
Fernando Rodrigues
Acerto até antes do jogo era pela permanência do técnico
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, disse neste sábado (12.jul.2014) à noite que estava propenso a anunciar a “dissolução da comissão técnica” da seleção. Foi uma mudança radical de sua intenção até antes de o time do Brasil perder por 3 a 0 para a equipe da Holanda.
Antes da partida, o acerto entre Marin, seu sucessor já eleito, Marco Polo Del Nero (que assume a CBF em abril de 2015), e o técnico Luiz Felipe Scolari era para manter o atual comando da seleção. “Não costumo abandonar ninguém na estrada”, dizia Marin a todos que perguntavam sobre o futuro de Felipão.
Mas e se houvesse uma derrota contra a Holanda? O presidente da CBF respondia que tinha “99% de segurança” sobre manter Felipão no cargo. Citava os quatro jogos amistosos que a seleção terá ainda neste ano, o primeiro já em 5 de setembro, contra Colômbia, em Miami, nos Estados Unidos. O comando deveria ser mantido.
Mas a derrota por 3 a 0 deixou Marin e os outros dirigentes atônitos já no estádio Mané Garrincha, em Brasília, onde se deu o novo vexame brasileiro, com muitas vaias ao final para o time comandado por Felipão.
“Acho que ficou insustentável”, disse Marin a um dirigente. Não queria ainda demitir Felipão imediatamente. Falou com ele antes da entrevista coletiva na qual técnico anunciou que estava, como é praxe após Copas do Mundo, entregando o cargo. Foi tudo combinado com o presidente da CBF, que ficou à vontade para executar a demissão sem ter de dizer que partiu dele a iniciativa.
Nesta segunda-feira, conforme for a repercussão da derrota para a Holanda, a demissão de Felipão deverá ser consumada. Na noite de sábado, tornou-se mínima a chance de sua manutenção no cargo. Marin esperava que a seleção brasileira pelo menos apresentasse um futebol mais consistente no jogo contra a Holanda, ganhando ou empatando. Mesmo uma derrota por diferença pequena seria digerível. O placar elástico de 3 a 0 é que assustou a direção da CBF.
Como Marin de fato desejava que Felipão permanecesse, há grandes dúvidas sobre quem deverá assumir a equipe com a consumação da demissão da comissão técnica. A alternativa mais imediata deve ser entregar o time a Alexandre Gallo, que já atuou como jogador e agora é coordenador das categorias de base da CBF. Se Gallo assumir, será com um mandato “tampão” até que seja contratado o técnico definitivo.