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Arquivo : Xi Jinping

China é a maior cliente de offshores da Mossack Fonseca
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Fernando Rodrigues

Mercado chinês responde por 29% das offshores ativas

Mossack Fonseca possui hoje 8 escritórios na China

Cunhado do presidente chinês Xi Jinping possui offshore

Parentes de 8 membros do Comitê chinês têm offshores 

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O presidente chinês Xi Jinping visita Brasília, em julho de 2014

por Alexa Olesen e Wen Yu

Oito membros antigos e atuais do Comitê Permanente do Politburo, encarregado de tomar as decisões mais importantes para o país, têm parentes que são proprietários de companhias offshore secretas. Entre eles está um cunhado de Xi Jinping, atual presidente da China, e um neto de Mao Tsé Tung, o fundador da República Popular da China.

A China é hoje o principal mercado da Mossack Fonseca, respondendo por 29% das offshores ativas mantidas pela firma panamenha.

Há meses, Gu Kailai estava preocupada com um segredo que ameaçava acabar com sua vida confortável e interromper a ascensão de seu marido aos postos mais altos da liderança política da China. Então decidiu agir.

Num quarto de hotel na cidade de Chongqing, no sul da China, misturou chá com raticida numa garrafa; em seguida, despejou a mistura na boca do seu sócio, o britânico Neil Heywood, que estava prostrado na cama do hotel bêbado e zonzo. Os funcionários do hotel encontraram o corpo dois dias mais tarde.

Gu acabou confessando o crime ocorrido em 2011. Disse que foi levada a cometê-lo porque Heywood ameaçava revelar um perigoso segredo: milhões de dólares em imóveis numa conta offshore do outro lado do mundo.

Se ele contasse que ela usara a companhia nas Ilhas Virgens Britânicas para esconder a propriedade de um sitio no sul da França, o escândalo comprometeria o ingresso do marido, Bo Xilai, na Comissão Permanente do Politburo, um organismo composto por menos de 10 integrantes na mais alta esfera do poder político na China.

A série Panama Papers, que começou a ser publicada no domingo (3.abr.2016), é uma iniciativa do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), organização sem fins lucrativos e com sede em Washington, nos EUA. Os dados foram obtidos pelo jornal Süddeutsche Zeitung. O material está sendo investigado há cerca de 1 ano. Participam desse trabalho com exclusividade no Brasil o UOL, o jornal “O Estado de S.Paulo” e a RedeTV!.

Pouco mais de duas semanas após o assassinato – num documento agora revelado pela série Panama Papers – a propriedade da companhia offshore de Gu de repente mudou de mãos.

Suas ações na companhia foram transferidas para outro sócio, provavelmente na tentativa de criar uma cortina de fumaça em torno dos vínculos dela com a companhia ou com a finalidade de tornar mais fácil para o associado agir rapidamente à medida que os acontecimentos iam se desenrolando, segundo consta de alguns documentos secretos.

No fim, os segredos de Gu não puderam mais ser ocultados. Sua tentativa de manter no anonimato a propriedade offshore acabou em morte para Heywood e na prisão para ela e o marido – e acrescentou mais combustível às preocupações a respeito dos esconderijos utilizados pela elite chinesa para burlar o Fisco e ocultar sua riqueza.

Documentos fornecem novos detalhes sobre as transações de Gu no exterior e também revelam uma quantidade de novas informações sobre os bens que as famílias de outros chineses poderosos mantêm no exterior.

Os papéis mostram que Xi Jinping, considerado o ‘Presidente de Tudo’ na China – seus títulos incluem o de presidente, líder do Partido Comunista e comandante chefe militar – tem um cunhado proprietário de companhias estabelecidas em paraísos fiscais.

Os parentes de pelo menos sete outros ex-integrantes da restrita Comissão Permanente – inclusive dois que atualmente estão ao serviço de Xi – também possuem bens no exterior, segundo os registros. Um destes parentes é um neto de Mao Zedong, o fundador da República Popular da China.

Não é nenhum segredo que vários filhos e netos de heróis revolucionários da China tiveram sucesso no mundo dos negócios. A China é a segunda maior economia do mundo e tem centenas de bilionários.

Mas o fato de alguns dos indivíduos com vínculos políticos mais profundos terem se servido das redes offshore para ocultar seus bens dos olhos do público é bem pouco conhecido.

Entre os clientes chineses de alto escalão do escritório de advocacia está Deng Jiagui, cunhado do líder supremo Xi Jinping, que fez da luta contra a corrupção a marca do seu governo. Deng Jiagui adquiriu uma companhia offshore por intermédio da Mossack Fonseca em 2004 e mais duas em 2009.

As companhias foram chamadas Supreme Victory Enterprises Ltd., Best Effect Enterprises Ltd. e Wealth Ming International Ltd. Não está claro com que finalidade as empresas foram usadas, pois a Supreme Victory foi dissolvida em 2007 e as outras duas se tornaram inativas na época em que Xi se tornou líder do Partido Comunista em 2012.

Outra cliente de grande prestígio é a filha de Li Peng, o premiê chinês de 1987 a 1998. Li é mais conhecida internacionalmente por monitorar a sangrenta repressão militar dos protestos favoráveis à democracia na Praça de Tiananmen, em 1989.

Sua filha, Li Xaolin, e seu marido são proprietários da Cofic Investments, uma companhia criada nas Ilhas Virgens Britânicas e registrada em 1994. Em e-mails internos, os advogados de Li afirmam que os recursos da empresa são fruto da ajuda prestada para facilitar a exportação de equipamento industrial da Europa para a China.

Os arquivos mostram que a propriedade foi ocultada por muitos anos por meio da utilização de ações ao portador, que são registradas sem nomes – se caírem em suas mãos, você será o seu dono.

Elas foram consideradas por muito tempo um veículo para a lavagem de dinheiro e outros crimes, e desapareceram gradativamente em todo o mundo a medida que os governos foram endurecendo as regulamentações visando coibir o fluxo de dinheiro sujo.

Ao que tudo indica, a nova geração da chamada nobreza vermelha foi conhecendo o mundo das offshore ainda muito jovem. A neta de Jia Qinglin, que foi o membro No. 4 da Comissão Permanente até 2012, tem bens offshore. Jasmine Li Zidan tornou-se proprietária de uma companhia offshore chamada Harvest Sun Trading Ltd. em 2010 – quando ainda era caloura na Universidade de Stanford.

Desde então, Jasmine Li criou um empreendimento surpreendentemente grande para uma pessoa com menos de 30 anos: suas duas entidades de fachada nas ilhas Virgens Britânicas foram usadas para criar duas companhias em Pequim com um capital registrado de US$ 300 mil.

Como as duas companhias criadas nas IVB possuem ações de Li nas empresas de Pequim, ela pôde manter o nome da família fora dos documentos de registro.

O COMUNISMO CONHECE O CAPITALISMO
Os arquivos que vazaram põem em luz a utilização do mundo offshore por alguns membros da elite política chinesa para manter suas finanças na mais completa discrição.

Nem todas as transações offshore são ilegais, mas o registro de empresas nas IVB e em outros países pode ser utilizado para lançar uma sombra sobre as conexões financeiras entre as elites políticas e os ricos patronos, ocultar bens, sonegar impostos e possibilitar compras anônimas de ações.

Elas permitem também a figuras de grande prestígio estabelecer empreendimentos no próprio país em nome de sua companhia de fachada no exterior sem que ninguém saibam que elas são os seus proprietários. Estas são apenas algumas das técnicas que azeitam os mecanismos do moderno capitalismo chinês com características comunistas.

Assim como os ‘príncipes herdeiros’ com conexões políticas, os clientes chineses da Mossack Fonseca incluem os super ricos, como Shen Guojun, que fundou a cadeia de shopping centers chineses Intime. Shen era um acionista, juntamente com o astro do kung fu, Jackie Chan, e outros, de uma companhia chamada Dragon Stream Limited, criada e registrada nas Ilhas Virgens Britânicas em 2008.

Outra bilionária, Kelly Zong Fuli, a filha do bilionário dos refrigerantes Zong Qinghou, adquiriu em fevereiro de 2015 uma companhia de fachada nas IVB chamada Purple Mystery Investments, com a ajuda da Mossack Fonseca.

A correspondência mostra que o objetivo da companhia era “investir na China”. Shen Guojun, Jackie Chan e Kelly Zong Full não atenderam à solicitação de comentários da ICIJ.

O escritório de advocacia panamenho – considerado um dos cinco maiores empresas especializadas na constituição de companhias offshore do mundo – criou a Mossack Fonseca Secretaries Limited em Hong Kong em agosto de 1989, e, o começo, ela operava num escritório no Kowloon Centre em Tsim Sha Tsui, um bairro fervilhante de atividades, repleto de anúncios de neon conhecido por seus museus e lojas.

Ela estabeleceu seu primeiro escritório na China em 2000. Hoje, segundo seu site, ela tem escritórios em oito cidades importantes,: Shenzen, Ningbo, Qingdao, Dalian, Xangai, Hangzhou, Nanjing e Jinan.

CHINA É HOJE PRINCIPAL CLIENTE DA MOSSACK
Uma análise dos documentos vazados, realizada pela ICIJ, mostra que no final de 2015 a Mossack Fonseca coletava comissões para mais de 16.300 companhias offshore constituídas por intermédio dos escritórios de Hong Kong e da China.

Estas companhias representavam 29% das companhias ativas da Mossack Fonseca tornando a China o mercado líder da firma de advocacia. Seu escritório mais ativo na Ásia – e mesmo em todo o globo – é Hong Kong.

As leis internacionais sobre lavagem de dinheiro exigem que intermediários como a Mossack Fonseca empreendam uma análise mais rigorosa ainda de funcionários do governo e suas famílias para assegurar que suas fortunas não sejam a decorrência de propinas.

Alguns clientes, como Shi Youzhen, a mulher de Zong Qinghou, o magnata da Wahaha, foram objeto de “diligência prévia aprofundada”, inclusive de investigações a respeito dos ativos de suas companhias offshore.

Um exame dos registros mostra que o escritório aceitou também outros clientes sem determinar se eles tinham vínculos familiares com personagens dos altos escalões da política.

Os documentos mostram, por exemplo, que ninguém no escritório de advocacia reconheceu ou identificou Deng Jiguai como cunhado de Xi Jinping quando a firma ajudou Deng a registrar companhias offshore nas IVB em 2004 e 2009.

A Mossack Fonseca também não reconhece aparentemente há anos ou desconhece os vínculos familiares de Li Xaolin, a única filha do ex-premiê chinês Li Peng.

A Mossack Fonseca não levantou objeções à utilização de ações ao portador para controlar a companhia da qual Li Xaolin e o marido eram os proprietários, a Cofic Investments, até 2009, quando as Ilhas Virgens Britânicas introduziram normas mais rigorosas contra a lavagem de dinheiro que proíbem seu uso.

Segundo os documentos vazados, o escritório de advocacia não investigou a fundo os antecedentes dos verdadeiros detentores das ações da companhia, mesmo quando a estrutura de propriedade foi transferida, em 2010, das ações ao portador para outro arranjo secreto, uma fundação no minúsculo principado do Lichtenstein, na Europa Central.

Àquela altura, Li Xaolin se estabelecera na China como mais do que apenas a filha de um famoso líder político. Ela se tornara uma executiva de alto escalão no setor de energia do país – passando a ser chamada a Rainha da Energia da China – e delegada à Conferência Consultiva Política Popular da China, um organismo consultivo do Legislativo chinês.

E-mails mostram que em 2014 chegou finalmente ao conhecimento da Mossack Fonseca o fato de que Li Xaolin e seu marido eram os verdadeiros proprietários da Cofic Investments, numa investigação realizada pelas autoridades reguladoras do Fisco das Ilhas Virgens.

Os registros não explicam o que estava sendo investigado, mas mesmo então, alguns funcionários do escritório de advocacia aparentemente não fizeram a conexão de que Li Xaolin era uma participante ativa da política e do mundo dos negócios da China.

O advogado Charles-André Junod de Genebra, que foi diretor da Cofic Investments, não quis comentar, mas disse que sempre respeitou a legislação. Li Xaolin não respondeu a reiterados pedidos de comentários.

Numa carta ao ICIJ, a Mossack Fonseca disse que o escritório tinha “implantado as necessárias políticas e procedimentos” para a identificação e gestão de casos que envolviam políticos ou pessoas associadas a eles.

E afirmou que a companhia considera estes casos específicos “de alto risco” e empreende a diligência prévia e o seguimento periódico. “Realizamos uma diligência prévia completa de todos os novos clientes novos e dos clientes em potencial que muitas vezes é mais rigorosa do que as normas e padrões atualmente em vigor aos quais nós e os outros somos obrigados a obedecer”.

COMPANHIA DE US$ 1
Outro ‘príncipe herdeiro’ que driblou o processo de triagem da Mossack Fonseca sem muita atenção foi Jasmine Li, a neta de um ex-membro do Comitê Permanente. Li era estudante em Stanford quando ingressou no mundo offshore.

Não há nenhuma prova nos documentos vazados da Mossack Fonseca de que o escritório de advocacia tivesse uma cópia da sua cédula de identificação com foto, embora este fosse um procedimento padrão.

Se os funcionários da Mossack Fonseca tivessem verificado com mais cuidado, talvez tivessem descoberto um vínculo financeiro entre ela e outro dos seus clientes, Zhang Yuping, presidente e fundador da Hengdeli, uma distribuidora chinesa de relógios de luxo.

Zhang era o único acionista de uma companhia das IVB chamada Harvest Sun Trading Limited. Os registros públicos mostram que a Harvest Sun foi usada para comprar ações numa companhia listada na bolsa de Hong Kong chamada China Strategic Holdings, em abril de 2010.

Meses mais tarde, em agosto, a Harvest Sun vendeu algumas das ações, e em setembro descarregou seu patrimônio restante, segundo documentos da Bolsa de Hong Kong.

Em dezembro de 2010, os registros da firma de advocacia mostram que Zhang transferiu a propriedade da companhia de fachada agora vazia para Jasmine Li, que na época era caloura na Universidade Stanford, afirma sua página na rede social LinkedIn.

Os arquivos da Mossack Fonseca mostram que Li tem também uma segunda companhia nas IV B chamada Xin Sheng Investments Limited. Li usou a Harvest Sun e a Xin Sheng para criar duas empresas do mesmo nome em Pequim com negócios no setor do entretenimentos e de imóveis.

As companhias offshore funcionavam como blindagem para a sua identidade. O advogado de Zhang, Victor Lee, confirmou por e-mail que a Harvest Sun foi transferida de Zhang para Li em 2010. O advogado disse que não havia patrimônio na Harvest Sun na época e que Zhang considerou a transferência “razoável” porque a companhia era “apenas uma empresa de fachada sem ativos”.

“Nosso cliente não tinha nenhum vínculo com a sra. Li, que lhe foi apresentada por alguns sócios na empresa”, escreveu o advogado, sem fornecer maiores detalhes. Ele disse que a transferência significou que Jasmine Li poderia ser a proprietária da empresa “sem a necessidade de criar outra companhia de fachada”.

FAVORECIMENTO
Empresários na China frequentemente tentam granjear os favores de líderes dos altos escalões ajudando seus cônjuges, filhos, netos e outros parentes próximos.

A natureza destes vínculos simbióticos mas secretos foi escancarada durante o processo de Gu Kailai e seu marido Bo Xilai, que dependia em grande parte de um riquíssimo magnata do plástico do nordeste da China chamado Xu Ming.

Como Bo disse durante seu processo por corrupção em agosto de 2013: “Xu Ming prestou uma enorme assistência financeira à minha família (…) Eu o ajudei a conseguir ‘rápidos avanços’, e ele me ajudou a cuidar do meu filho”.

Bo cumpre pena de prisão perpétua por pagamento de propina, apropriação indébita e abuso de poder, embora ele afirme que algum dia ele poderá justificar-se.

Gu foi condenada à morte pelo assassinato de Heywood. Em dezembro de 2015, as autoridades chinesas mudaram a pena para prisão perpetua.

A sentença do tribunal contra Bo ordenou o confisco da chácara no sul da França pelo governo chinês. A imprensa oficial chinesa noticiou em 2014 que o imóvel fora posto à venda. Preço sugerido: US$ 8,5 milhões.

Saiba como foi feita a série Panama Papers

Leia tudo sobre os Panama Papers

O que é e quando é legal possuir uma empresa offshore

Participaram da série Panama Papers  os repórteres Fernando Rodrigues, André Shalders, Mateus Netzel e Douglas Pereira (do UOL), Diego Vega e Mauro Tagliaferri (da RedeTV!) e José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Isabela Bonfim (de O Estado de S. Paulo).

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11,5 milhões de registros financeiros expõem corrupção global
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Fernando Rodrigues

Chefes de Estado, criminosos e celebridades usam offshores

Dados da Mossack Fonseca, do Panamá, revelam segredos

Aliados de Vladimir Putin movimentaram US$ 2 bilhões

Premiês da Islândia e do Paquistão e rei da Arábia Saudita também aparecem

Membros do Politburo da China, inclusive do cunhado Xi Jinping, têm offshores

Presidente da Argentina, Mauricio Macri, operou nas Bahamas

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Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China), David Gunnlaugsson (Islândia) e Mauricio Macri (Argentina)

Por Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos

O acervo de 11,5 milhões de registros financeiros de um paraíso fiscal expõe uma rede de empresas offshore de líderes do cenário político mundial  – inclusive 12 chefes de Estado atuais e antigos–  e revela como integrantes do círculo de poder do presidente russo Vladimir Putin movimentaram secretamente US$ 2 bilhões por meio de bancos e companhias com atuação obscura.

Os documentos revelam 4 décadas de registros da empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá e com escritórios em 39 localidades ao redor do globo. Também há detalhes de acordos financeiros secretos de outros 128 políticos e funcionários públicos ao redor do mundo.

O conjunto de dados mostra como a indústria global de bancas de advocacia e grandes bancos vende sigilo para políticos, fraudadores e traficantes de drogas, assim como para bilionários, celebridades e astros dos esportes.

Estas são algumas das descobertas de um trabalho de investigação que durou 1 ano e foi realizado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, pelo jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” e por mais de 100 outras organizações de mídia.

No Brasil, o UOL, por meio do Blog do Fernando Rodrigues, participou da investigação jornalística. Outros 2 veículos brasileiros que estão nessa parceria são o jornal “O Estado de S.Paulo” e a Rede TV!.

Os arquivos expõem a existência de companhias offshore controladas pelos primeiros-ministros da Islândia e do Paquistão, pelo rei da Arábia Saudita e pelos filhos do presidente do Azerbaijão. Eles também incluem pelo menos 33 pessoas e empresas que integram uma lista negra do governo dos Estados Unidos por causa de indícios de que realizaram negócios com barões da droga mexicanos, organizações extremistas como o Hezbollah ou países vistos como “párias” pelos norte-americanos, como a Coreia do Norte e o Irã.

“Estas descobertas mostram o quão profundamente estão arraigadas as práticas nocivas e a criminalidade no mundo dos paraísos fiscais”, disse Gabriel Zucman, economista da Universidade da Califórnia, Berkeley, e autor de “A Riqueza Oculta das Nações: o Flagelo dos Paraísos Fiscais”.

Zucman, que recebeu informações sobre a investigação, disse que a divulgação dos documentos deve fazer com que governos busquem “sanções concretas” contra jurisdições e instituições que vendem sigilo por meio de empresas offshore.

Os dados cobrem um período de quase 40 anos, de 1977 até o final de 2015. Permitem um panorama inédito das entranhas do mundo dos paraísos fiscais, fornecendo uma visão dia a dia, década a década, de como dinheiro sujo flui pelo sistema financeiro global, alimentando a criminalidade e pilhando recursos públicos.

A maioria dos serviços que a indústria de offshores fornece está de acordo com a lei, em tese. Mas os documentos mostram que bancos, escritórios de advocacia e outras engrenagens desse mundo geralmente falham em cumprir as exigências legais que evitariam sua ligação com clientes envolvidos em atividades criminosas, sonegação fiscal ou corrupção política.

Em alguns casos, os arquivos mostram que intermediários de offshores protegeram a si e a seus clientes escondendo transações suspeitas ou manipulando registros oficiais.

Os documentos deixam claro que grandes bancos são os principais articuladores da criação de companhias que são difíceis de rastrear, sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas, no Panamá e outros paraísos fiscais. Os arquivos mostram a existência de cerca de 15.600 “empresas de papel”  –que existem formalmente, mas não têm qualquer atividade. São abertas por bancos para clientes que querem manter suas finanças sob sigilo. Milhares delas foram criadas por gigantes internacionais como UBS e HSBC.

VLADIMIR PUTIN
Os registros revelam a existência um padrão de manobras usado para encobrir bancos, empresas e pessoas ligadas ao líder russo Vladimir Putin. Os documentos mostram companhias offshore ligadas a esta rede movimentando quantias que chegam a U$ 200 milhões a cada transação.

Os associados de Putin disfarçaram pagamentos, alteraram datas de documentos e estenderam um braço oculto de influência sobre  os meios de comunicação do país e a indústria automotiva.

Um porta-voz do Kremlin se recusou a responder a questões relacionadas a esta reportagem. Em vez disso, veio a público no dia 28 de março com acusações de que o ICIJ e seus parceiros estavam preparando um enganoso “ataque informativo” contra Putin e pessoas próximas a ele.

A INVESTIGAÇÃO
Os arquivos foram analisados por um grupo de mais de 370 jornalistas de 76 países. São procedentes de uma pouco conhecida, embora poderosa, firma de advocacia sediada no Panamá, a Mossack Fonseca, que tem filiais em Hong Kong, Zurique, São Paulo e outros centros financeiros.

A empresa é uma das maiores criadoras de empresas de fachada do mundo, estruturas corporativas que podem ser usadas para esconder patrimônio.

Os arquivos internos foram vazados de dentro do escritório de advocacia da Mossack Fonseca. Contêm informações sobre 214.488 organizações offshore ligadas a pessoas de mais de 200 países e territórios. O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos vai divulgar a lista completa de empresas e pessoas ligadas a elas no início de maio.

Os dados incluem e-mails, planilhas financeiras, passaportes e registros financeiros que revelam os proprietários secretos de contas bancárias e empresas em 21 jurisdições offshore, de Nevada a Cingapura, passando pelas Ilhas Virgens Britânicas.

As mãos da Mossack Fonseca estão no comércio de diamantes na África, no mercado internacional de arte e em outros negócios que prosperam em sigilo. A empresa prestou serviços para uma quantidade de membros da realeza do Oriente Médio suficiente para encher um palácio. Ajudou 2 reis, Mohammed VI, do Marrocos, e Salman, da Arábia Saudita, a sair para o mar em iates de luxo.

Na Islândia, os arquivos vazados mostram que o primeiro-ministro Sigmundur David Gunnlaugsson e sua mulher eram proprietários de uma empresa que detinha milhões de dólares em títulos de bancos islandeses durante a crise financeira no país.

Dentre as pessoas que aparecem nos documentos está um condenado por lavagem de dinheiro que afirmou ter conseguido uma contribuição ilegal de campanha no valor de US$ 50 mil usada para pagar os homens que invadiram da sede do comitê do Partido Republicano, no edifício Watergate, na capital Washington; 29 bilionários que aparecem na lista dos 500 mais ricos da revista Forbes e o astro de cinema Jackie Chan, que tem pelo menos seis empresas gerenciadas pelo escritório de advocacia.

Tal como acontece com muitos dos clientes da Mossack Fonseca, não há provas de que Chan usou suas companhias para propósitos indevidos. Ter uma empresa offshore não é ilegal. Para algumas transações comerciais internacionais, trata-se de uma escolha lógica.

Os documentos da Mossack Fonseca indicam, porém, que dentre os clientes da empresa há pessoas que criaram operações fraudulentas do tipo pirâmide (também conhecidas como esquema Ponzi), chefões do tráfico, sonegadores e pelo menos um preso por crimes sexuais.

Um empresário norte-americano condenado por viajar para a Rússia para fazer sexo com menores órfãs assinou os papéis para a abertura de uma empresa offshore enquanto cumpria sua sentença de reclusão em Nova Jersey, mostram os registros.

Os arquivos contêm novos detalhes sobre importantes escândalos que vão do maior roubo de ouro da Inglaterra a acusações de suborno que abalam a Fifa, a organização que regulamenta o futebol internacional.

Independentemente de serem famosos ou anônimos, a Mossack Fonseca trabalha agressivamente para proteger os segredos de seus clientes. Os arquivos vazados mostram que a empresa ofereceu regularmente a troca de datas de documentos para ajudar seus clientes a obter vantagens em seus assuntos financeiros. A prática era tão comum que uma troca de e-mails de 2007 mostra funcionários falando sobre o estabelecimento de uma estrutura de preços –os clientes deveriam pagar US$ 8,75 para cada mês em que a data de um documento corporativo fosse atrasada.

Em resposta por escrito a perguntas feitas pelo ICIJ e seus parceiros, a empresa disse que “não acolhe ou promove” atos ilegais. “Suas alegações de que provemos acionistas com estruturas supostamente desenhadas para esconder a identidade de seus verdadeiros proprietários são completamente infundadas ou falsas.”

Até recentemente, a Mossack Fonseca vinha operando parcialmente nas sombras. Mas o escritório de advocacia está cada vez mais sob os holofotes, na medida em que governos obtêm informações parciais de vazamentos dos arquivos da empresa e autoridades na Alemanha e no Brasil começam a examinar suas práticas.

Em fevereiro de 2015, o jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” publicou que autoridades haviam lançado uma série de ações cujo alvo era um dos maiores bancos do país, o Commerzbank, em uma investigação de fraude fiscal que pode levar a acusações criminais contra funcionários da Mossack Fonseca.

No Brasil, o escritório de advocacia tornou-se um dos alvos da Operação Lava Jato, que já resultou em acusações criminais contra importantes políticos. A Lava Jato no momento investiga o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também ameaça o cargo da atual presidente, Dilma Rousseff. A Mossack Fonseca, que teve funcionários detidos, nega ter cometido qualquer delito no Brasil.

As revelações descobertas nos arquivos do escritório de advocacia expandem dramaticamente os vazamentos anteriores a respeito de registros de offshores que o ICIJ e seus parceiros revelaram nos últimos quatro anos.

Na maior colaboração entre órgãos de imprensa já realizada, jornalistas que escrevem em mais de 25 línguas se aprofundaram nos arquivos internos e rastrearam os acordos secretos dos clientes do escritório de advocacia em todo o mundo.

Os repórteres compartilharam informações e buscaram pistas geradas pelos documentos usando arquivos corporativos, registros de propriedade, declarações financeiras, documentos do Judiciário e entrevistas com especialistas em lavagem de dinheiro e funcionários encarregados de aplicar a lei.

Jornalistas do “Süddeutsche Zeitung” obtiveram milhões de registros de uma fonte confidencial e os compartilharam com o ICIJ e outros parceiros.

O CRIME DO SÉCULO
Na madrugada de 26 de novembro de 1983, seis assaltantes entraram no depósito da Brink’s-Mat no aeroporto de Heathrow, em Londres.

Os bandidos amarraram os seguranças, jogaram gasolina sobre eles, acenderam um palito de fósforo e ameaçaram atear fogo a não ser que eles abrissem o cofre do depósito. No interior, os ladrões encontraram cerca de 7 mil barras de ouro, diamantes e dinheiro vivo.

Meios de comunicação britânicos apelidaram o assalto de “o crime do século”. A maior parte do que foi roubado –incluindo o dinheiro obtido com o derretimento e venda do ouro– nunca foi recuperado. Onde o dinheiro foi parar é um mistério que continua a fascinar pesquisadores do submundo da Inglaterra.

Agora, documentos que estão entre os arquivos vazados da Mossack Fonseca relevam que o escritório de advocacia e seu cofundador, Jürgen Mossack, podem ter ajudado os criminosos a manter o espólio longe das mãos das autoridades, ao proteger uma companhia ligada a Gordon Parry, um vendedor de automóveis de Londres que lavou dinheiro para a quadrilha que assaltou a Brink’s-Mat.

A Mossack Fonseca afirmou ao ICIJ que segue “tanto a letra quanto o espírito” da lei. “Por causa disso, nenhuma vez, em quase 40 anos de operação fomos acusados de delito criminal.”

Os homens que fundaram a empresa décadas atrás –e continuam atualmente como principais parceiros do empreendimento– são figuras bem conhecidas da sociedade e política panamenhas.

Jürgen Mossack é um imigrante alemão cujo pai buscou uma nova vida no Panamá para sua família após ter servido na Waffen-SS de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. Ramón Fonseca é um premiado escritor que nos últimos anos tem trabalhado como conselheiro do presidente do Panamá. Ele se afastou da função de conselheiro presidencial em março, depois de sua empresa ter sido implicada no escândalo brasileiro da Lava Jato e o ICIJ e seus parceiros terem começado a fazer perguntas sobre as práticas do escritório de advocacia.

No total, um analista do ICIJ que trabalhou nos arquivos da Mossack Fonseca identificou 58 parentes e associados de primeiros-ministros, presidentes e reis.

Familiares de pelos menos 8 ex e atuais integrantes do Comitê Permanente do Politburo da China, o principal organismo de governo do país, têm companhias offshore abertas por meio da Mossack Fonseca. Dentre eles está o cunhado do presidente Xi Jinping.

A lista de líderes mundiais que usaram a Mossack Fonseca para abrir organizações offshore inclui o atual presidente da Argentina, Mauricio Macri, que foi diretor e vice-presidente de uma companhia sediada nas Bahamas gerenciada pela Mossack Fonseca quando era empresário e prefeito da capital argentina.

Um porta-voz de Macri disse que o presidente nunca teve, como pessoa física, ações da empresa, que é parte dos negócios da família.

Documentos mostram que, durante os dias mais sangrentos da invasão de 2014 da Rússia à região ucraniana de Donbas (também conhecida como Donets), representantes do líder ucraniano Petro Poroshenko esforçavam-se para encontrar uma cópia de uma conta doméstica (como de água ou eletricidade) para completar a papelada necessária para a criação de uma holding nas Ilhas Virgens Britânicas.

Um porta-voz de Poroshenko disse que a criação da companhia não teve nada a ver com “quaisquer eventos políticos ou militares na Ucrânia”.

Quando Sigmundur David Gunnlaugsson tornou-se primeiro-ministro da Islândia, em 2013, ele ocultou um segredo que poderia ter prejudicado sua carreira política. Ele e sua mulher compartilhavam a posse de uma empresa offshore sediada nas Ilhas Virgens Britânicas quando entrou no Parlamento, em 2009. Gunnlaugsson vendeu sua participação nas empresas para sua mulher, meses mais tarde, por US$ 1,00.

Originalmente, a companhia detinha títulos avaliados em milhões de dólares de três bancos islandeses que quebraram durante a crise financeira de 2008, tornando-o credor dessas falências. O governo de Gunnlaugsson negociou um acordo com os credores no ano passado, sem divulgar a participação financeira de sua família no resultado da questão.

No caso da Operação Lava Jato, no Brasil, os promotores alegam que funcionários da Mossack Fonseca destruíram ou esconderam documentos para mascarar o envolvimento do escritório de advocacia na lavagem de dinheiro. Documento policial diz que, em um dos exemplos, um funcionário da filial brasileira enviou um e-mail instruindo colegas de trabalho a esconder registros envolvendo um cliente que poderia ser alvo da investigação policial. “Não deixe nada. Eu os guardarei no meu carro ou na minha casa.”

Esta reportagem foi produzida pelos seguintes jornalistas, sob coordenação do ICIJ: Bastian Obermayer, Gerard Ryle, Marina Walker Guevara, Michael Hudson, Jake Bernstein, Will Fitzgibbon, Mar Cabra, Martha M. Hamilton, Frederik Obermaier, Ryan Chittum, Emilia Díaz-Struck, Rigoberto Carvajal, Cécile Schilis-Gallego, Marcos García Rey, Delphine Reuter, Matthew Caruana-Galizia, Hamish Boland-Rudder, Miguel Fiandor e Mago Torres.

No Brasil, participaram da série Panama Papers os repórteres Fernando Rodrigues, André Shalders, Mateus Netzel e Douglas Pereira (do UOL), Diego Vega e Mauro Tagliaferri (da RedeTV!) e José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Isabela Bonfim (de O Estado de S. Paulo).

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Poder e Política na semana – 14 a 20.jul.2014
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Fernando Rodrigues

Acabou a Copa do Mundo e nesta semana o Brasil recebe diversos chefes de Estado para encontro dos Brics e da Unasul. Na economia, destaque para o Banco Central que anuncia a nova taxa básica de juros, a Selic.

A presidente Dilma Rousseff reúne-se nesta 2ª feira com Vladimir Putin, presidente da Rússia, no Palácio do Planalto. Na 3ª feira, comanda em Fortaleza a 6ª Cúpula dos Brics, com Putin e Xi Jinping, presidente da China, Jacob Zuma, presidente da África do Sul, e Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia. Na 4ª feira, Dilma recebe Modi para audiência do Palácio da Alvorada e comanda encontro dos chefes de Estado dos países dos Brics com presidentes de países da Unasul, no Palácio do Itamaraty. Na 5ª feira, reúne-se em audiência particular com Jinping, no Planalto.

Joseph Blatter, presidente da Fifa, divulga nesta 2ª feira balanço da Copa do Mundo do Brasil, em coletiva de imprensa no Rio com Aldo Rebelo, ministro do Esporte, José Maria Marin, presidente da CBF, e Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa.

UOL, “Folha”, SBT e rádio Jovem Pan sabatinam Eduardo Campos, candidato do PSB a presidente da República, na 3ª feira, em SP. No dia seguinte, é a vez de Aécio Neves, candidato do PSDB. Dilma disse ter intenção de participar, mas não disse ainda em qual data.

Na 4ª feira, o Comitê de Política Monetária do Banco Central anuncia a nova taxa básica de juros, a Selic, no momento em 11% ao ano. A expectativa do mercado é a manutenção da taxa no mesmo patamar.

Na 3ª e na 4ª feira o Datafolha vai a campo fazer pesquisa nacional sobre eleições presidenciais, organização da Copa do Mundo e comando da seleção brasileira de futebol. Nesse mesmo levantamento, o Datafolha vai sondar a intenção de voto sobre as eleições para governador em São Paulo e no Rio.

Na 6ª feira, Aécio viaja a Queimados, no Rio, para ato de pemedebistas do movimento “Aezão”, que defende o tucano para presidente e Luiz Fernando Pezão (PMDB) para governador do Estado.

Também na 6ª feira, Dilma deve tirar uma última casquinha da Copa do Mundo e pode se reunir com o chamado movimento Bom Senso F.C., que pede mudanças na gestão do futebol do país. Sobre os efeitos político-eleitorais de outras derrotas da seleção brasileira, o Blog publicou post a respeito com comparações históricas.

Na manhã de sábado, Campos participa de ato da campanha de Benedito de Lira (PP) ao governo de Alagoas, que tem como vice Alexandre Toledo (PSB). À tarde, vai a debate sobre a bacia do Rio São Francisco em Juazeiro, na Bahia.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (14.jul.2014)
Dilma e Putin – presidente Dilma Rousseff recebe Vladimir Putin, presidente da Rússia, no Palácio do Planalto. Entre os temas em pauta, a organização da Copa do Mundo, que em 2018 será realizada na Rússia.

Brics em Fortaleza6ª Cúpula dos Brics (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Fortaleza. Encontro será aberto com reunião dos presidentes dos Bancos Centrais e ministros de Comércio Exterior e da Fazenda dos 5 países. A cúpula termina na 4ª feira (16.jul.2014) e deve anunciar a criação de um novo banco de desenvolvimento, o “Banco dos Brics”. Empresários e organizações civis das nações envolvidas realizam encontros paralelos.

Balanço da Copa – Fifa e Comitê Organizador Local divulgam balanço da Copa do Mundo no Brasil. Participam da coletiva de imprensa Joseph Blatter, presidente da Fifa, Aldo Rebelo, ministro do Esporte, José Maria Marin, presidente da CBF, Ronaldo, membro do Comitê Organizador Local, e Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa. No Maracanã, no Rio.

Campanha de Dilma – coordenadores da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição reúnem-se em Brasília.

Presidência do STF – ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal –que adiou a sua aposentadoria para 6 de agosto–, entra em férias até 31 de julho. Nesse período, o ministro Ricardo Lewandowski, atual vice-presidente da Corte, assume o comando do Tribunal.

Psique da seleção – Regina Brandão, psicóloga da seleção brasileira, é entrevistada no programa Roda Viva, da TV Cultura. Às 22h.

Conselhos populares – Câmara realiza esforço concentrado. Na pauta do plenário, está a votação de decreto legislativo que suspende os efeitos do decreto da presidente Dilma Rousseff sobre a criação dos conselhos populares.

 

3ª feira (15.jul.2014)
Brics em Fortaleza – presidente Dilma Rousseff reúne-se com os presidentes da Rússia (Vladimir Putin), China (Xi Jinping) e África do Sul (Jacob Zuma) e o primeiro-ministro da Índia (Narendra Modi) em Fortaleza na 6ª Cúpula dos Brics.

Sergei Karpukhin/Reuters - 5.set.2013

Dilma Rousseff, Manmohan Singh (ex-primeiro-ministro da Índia), Vladimir Putin (presidente da Rússia), Xi Jinping (presidente da China) e Jacob Zuma (presidente da África do Sul) em encontro dos Brics na Rússia, em 5.set.2013

Sabatina com CamposUOL, “Folha”, SBT e rádio Jovem Pan sabatinam Eduardo Campos, candidato do PSB a presidente da República. Às 11h, no Teatro Folha em SP, com transmissão ao vivo.

Taxa Selic – Comitê de Política Monetária do Banco Central reúne-se para definir a nova taxa básica de juros, a Selic, hoje em 11% ao ano. A reunião termina na 4ª feira (16.jul.2014).

Congresso e os vetos – sessão do Congresso Nacional vota 21 vetos totais ou parciais da presidente Dilma Rousseff a projetos aprovados pelo Legislativo. Entre eles, ao texto que estabelece novas regras para a criação de municípios e a trechos da minirreforma eleitoral.

Pesquisas – Datafolha vai a campo fazer pesquisa nacional sobre eleições presidenciais, organização da Copa do Mundo e comando da seleção brasileira de futebol e pesquisas estaduais sobre as eleições em São Paulo e no Rio. Até 4ª feira (16.jul.2014).

Padilha e empresários – Lide (Grupo de Líderes Empresariais) realiza seminário sobre propostas para o governo de São Paulo com Alexandre Padilha, candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes.

Vargas e Argôlo – Conselho de Ética da Câmara colhe depoimento de testemunhas no processo contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) e dá andamento ao processo contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA).

Trabalho escravo – Comissão Mista do Congresso analisa emendas a projeto de lei que estabelece a expropriação de propriedades rurais e urbanas onde for constatada a prática de trabalho escravo.

Trabalho doméstico – Comissão Mista do Congresso analisa emenda a projeto de lei que regulamenta os direitos de empregados domésticos.

Orçamento – Comissão Mista de Orçamento vota relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2015.

Alianças do PMDB – bancada do PMDB no Congresso reúne-se para fazer balanço das alianças nos Estados.

Voto em trânsito – abertura do prazo para o eleitor que está fora do seu domicílio eleitoral e deseja votar em trânsito habilitar-se perante a Justiça Eleitoral. Nessa modalidade, é possível votar apenas para presidente, em municípios com mais de 200 mil eleitores.

 

4ª feira (16.jul.2014)
Dilma e Modi – presidente Dilma Rousseff reúne-se com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, no Palácio da Alvorada.

Brics e latinos em Brasília – presidente Dilma Rousseff comanda encontro de chefes de Estado dos países dos Brics com presidentes de países da Unasul. No Palácio do Itamaraty, em Brasília.

Jinping no Congresso – Xi Jinping, presidente da China, participa de sessão solene do Congresso Nacional sobre os 40 anos de relações diplomáticas entre o Brasil e o país asiático.

Sabatina com AécioUOL, “Folha”, SBT e rádio Jovem Pan sabatinam Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República. Às 11h, no Teatro Folha em SP, com transmissão ao vivo.

Luciana e a OAB – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, reúne-se com Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Em Brasília.

Taxa Selic – Comitê de Política Monetária do Banco Central anuncia no final do dia a nova taxa básica de juros, a Selic, no momento em 11% ao ano. A expectativa do mercado é a manutenção da taxa no mesmo patamar.

Aumento para juízes e promotores – plenário do Senado realiza 5ª sessão de discussão e pode votar em 1º turno a PEC 63/2013, que estabelece o pagamento de adicional por tempo de serviço a juízes e membros do Ministério Público.

Propaganda eleitoral – ministro Dias Toffoli, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, conduz audiência pública com representantes dos partidos e das emissoras de rádio e televisão e define o tempo do horário eleitoral gratuito de cada coligação. Em Brasília.

Petrobras – CPI Mista da Petrobras vota a quebra de sigilos fiscal, telefônico e telemático do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal.

Comércio – IBGE divulga pesquisa mensal sobre o comércio.

Inflação – FGV divulga o IGP-10.

Indústria nos EUA – Banco Central dos EUA divulga índice da produção industrial do país.

 

5ª feira (17.jul.2014)
Dilma e Jinping – presidente Dilma Rousseff recebe Xi Jinping, presidente da China, no Palácio do Planalto.

Durão Barroso no Brasil – José Manuel Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, inicia visita oficial ao Brasil. Ele permanece no país até 2ª feira (21.jul.2014).

Congresso em recesso – Congresso Nacional entra em recesso branco até o dia 1º de agosto.

Serviços – IBGE divulga pesquisa mensal sobre o setor de serviços.

 

6ª feira (18.jul.2014)
Aezão – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, participa em Queimados, no Rio, de ato de pemedebistas do movimento “Aezão”, que defende o tucano para presidente e Luiz Fernando Pezão (PMDB) para governador do Estado.

Padilha e Lula em campanha – Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, faz caminhada no centro da capital paulista, entre o Teatro Municipal e a Praça da Sé, e vai à cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato dos Bancários de SP. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparece aos 2 eventos.

Luciana em SP – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, faz caminhada de campanha na Avenida Paulista, em SP.

Hackers reunidos – início da conferência “Hackers on Planet Earth”, em Nova York. Até domingo (20.jul.2014).

 

Sábado (19.jul.2014)
Campos em Alagoas e Bahia – Eduardo Campos, candidato do PSB a presidente da República, participa de ato da campanha de Benedito de Lira (PP) ao governo de Alagoas, que tem como vice Alexandre Toledo (PSB). Às 10h, em Maceió. À tarde, Campos vai a debate sobre a bacia do Rio São Francisco em Juazeiro, na Bahia.

 

Domingo (20.jul.2014)
Voos da Copa – último dia da malha viária especial da Copa do Mundo, que aumentou a frequência de alguns voos a pedido das companhias aéreas.

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