Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : outubro 2014

Segundo turno deve confirmar encolhimento do PSB nos governos estaduais
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Fernando Rodrigues

Partido tem hoje 5 governadores e ficará com 2 ou 3 a partir de 2015

No Congresso, desempenho foi oposto; número de cadeiras do PSB cresceu 46%

O PSB terminará as eleições deste ano com um desempenho irregular quando comparado o resultado na disputa aos governos estaduais às cadeiras obtidas no Congresso Nacional.

O partido governa hoje 5 unidades da Federação e, a partir de 2015, deverá comandar apenas 2 ou 3.

O PSB venceu 1 disputa estadual no primeiro turno, em Pernambuco, onde elegeu Paulo Câmara com o apoio decisivo da família de Eduardo Campos (1965-2014) e da comoção gerada por sua morte trágica.

A vitória pessebista também se desenha no Distrito Federal, onde Rodrigo Rollemberg está 14 pontos percentuais à frente de Jofran Frejat, do PR. Na Paraíba, o governador Ricardo Coutinho, do PSB, está em primeiro lugar, em empate técnico com o tucano Cássio Cunha Lima.

O panorama é negativo para o PSB no Espírito Santo, onde o governador pessebista Renato Casagrande perdeu no primeiro turno para Paulo Hartung, do PMDB. Situação parecida ocorre no Amapá, onde o governador Camilo Capiberibe (PSB) caminha para perder a eleição para Waldez Goés (PDT), apoiado pela família Sarney e em primeiro lugar na pesquisa mais recente com vantagem de 32 pontos percentuais.

Em Roraima, hoje governado por Chico Rodrigues (PSB), a candidata oposicionista, Suely Campos (PP), lidera isolada e sairia vitoriosa se as eleições fossem hoje (tabela abaixo).

PSB-2T

O encolhimento do PSB nos Executivos estaduais ocorre ao mesmo tempo em que o partido fez sua bancada no Senado crescer de 4 para 7 cadeiras e, na Câmara, de 24 para 34 –aumento de 46% no Congresso.

O desempenho irregular mostra o cobertor curto do partido para implementar seu plano de expansão. O projeto presidencial de Eduardo Campos mobilizou recursos e energias da legenda ao longo de 2013 e 2014 e acabou abalado pela sua morte e a ascensão de Marina Silva à cabeça de chapa, que havia se filiado ao PSB de forma transitória.

No Legislativo, o robusto crescimento do PSB e seu recente apoio à candidatura do tucano Aécio Neves desenham dois caminhos para 2015. Se Dilma Rousseff for reeleita, encontrará nos pessebistas uma oposição renitente. Caso Aécio saia vitorioso das urnas, o PSB será ponto de apoio fundamental da base governista e credenciado a assumir ministérios importantes de um futuro governo tucano.

(Bruno Lupion)

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Debate foi ameno, mas nos comerciais e na web as pancadas continuam
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Fernando Rodrigues

Os casos derrogatórios já foram para a TV nos encontros anteriores

Agora, filmes na TV e acusações na internet farão o resto do serviço

Miguel Schincariol/AFP - 19.out.2014

O 3º debate presidencial entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) no segundo turno da corrida presidencial de 2014 foi, de fato, mais ameno. Os dois evitaram se atacar no plano pessoal no encontro promovido pela TV Record na noite de domingo (19.out.2014).

Mas ninguém deve se enganar a respeito desse tom mostrado no debate. Os dois candidatos simplesmente concluíram (com a ajuda de pesquisas qualitativas somadas à análise de seus marqueteiros) que o estrago necessário já estava feito. Agora, os ataques serão “terceirizados”. Comerciais na TV e no rádio e acusações na internet farão o resto do serviço.

Quem lê este post deve saber: tem sido massificante o bombardeio de mensagens vitriólicas nas redes sociais. E na TV, quem assiste aos intervalos comerciais certamente já viu um comercial do PSDB ou do PT fazendo ataque aos adversários.

Tanto Aécio como Dilma seguiram o básico do marketing: massificaram certas acusações pessoais em um uma rede nacional de TV (no SBT). Nesse debate  (16.out.2014), Aécio chamou Dilma de leviana, mentirosa, incompetente e levantou o caso do irmão da presidente que teria sido funcionário fantasma na Prefeitura de Belo Horizonte, sob controle do PT.

No mesmo encontro do SBT, Dilma conseguiu introduzir ao grande público um episódio de 2011, quando Aécio foi barrado em uma blitz, no Rio, e se recusou a fazer o teste do bafômetro –além de estar com a carteira de motorista vencida. A petista também falou recorrentemente sobre o tucano empregar parentes na máquina pública e sobre o caso do aeroporto construído no interior de Minas Gerais, numa propriedade que havia sido da família de Aécio.

O estrago que Aécio e Dilma poderiam ter produzido um contra o outro já está feito. Agora, os comerciais na TV e no rádio farão o restante do serviço, bem como os e-mails e posts virais na internet –e nos aplicativos de comunicação direta, como o WhatsApp (que está completamente fora do controle da Justiça Eleitoral).

É claro que o TSE pode sempre retirar um comercial do ar e punir o candidato que fizer os ataques –vários filmes já foram proibidos. Mas essa é uma ação inútil da Justiça Eleitoral, pois uma vez transmitida a propaganda, o estrago está feito e é irreparável.

Nas redes sociais o ambiente fica incontrolável. Alguém poderá dizer: mas a internet ainda tem impacto limitado no Brasil. Mais ou menos. O ano de 2014 ficará marcado por um fato relevante no mundo digital brasileiro: cerca de metade da população do país já conta com acesso à internet, segundo dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2013, divulgado em 24.jul.2014.

Em sociedades desenvolvidas, esse é o “turning point” para a real influência da rede em assuntos gerais da sociedade. Nos Estados Unidos, metade da população passou a ter acesso à internet há cerca de 15 anos. Quando isso aconteceu por lá, a rede decolou e passou a ser relevante na política e na reformatação dos meios de comunicação. No Brasil, isso está acontecendo agora.

Em suma, ninguém se engane. O debate da TV Record teve um tom mais ameno apenas porque já não era mais necessário que naquele evento Aécio e Dilma partissem para o ataque frontal. A estratégia deletéria de ambos já estava aplicada e sendo usada em outras plataformas.

E para concluir, uma pergunta: é ruim a campanha negativa? Depende. É claro que mentiras devem ser repudiadas. Mas nada há de errado quando um candidato apontar o que considera de negativo no outro (seja do ponto de vista da capacidade de administração ou sobre aspectos pessoais que tenham interesse público). Até porque, o eleitor deve conhecer quem vai merecer seu voto.

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Empate técnico na disputa ao Planalto se repete em 7 de 14 UFs com 2° turno
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Fernando Rodrigues

A eleição apertada deste ano para presidente da República, com Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) em empate técnico há 2 semanas nas pesquisas, se repete na disputa ao governo de 7 das 14 unidades da Federação que também realizam segundo turno no domingo (26.out.2014).

Os levantamentos mais recentes mostram um eleitorado dividido ao meio no Acre, Amazonas, Ceará, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pará e Rondônia. Nesses 7 Estados, os dois candidatos que disputam a chefia do Executivo estão em empate técnico.

A margem estreita de espaço entre os candidatos aumenta a chance de ocorrerem viradas, quando o segundo colocado no primeiro turno vence o pleito.

Hoje há apenas 1 virada consolidada para o segundo turno, no Rio Grande do Norte, onde Robinson Faria (PSD) ultrapassou Henrique Eduardo Alves (PMDB) e lidera fora da margem de erro. Nos 7 Estados hoje em empate técnico, a eleição será decidida no “ajuste fino” com os eleitores indecisos.

Em 6 Estados, a tendência é o candidato que ficou na frente no primeiro turno confirmar a vitória. É o panorama para Amapá, Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Roraima (tabela abaixo).

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Políticos que vencem eleições disputadas palmo a palmo têm um desafio adicional no começo de governo. Além de montarem suas equipes, é necessário conclamar um “espírito de união” entre as forças políticas para viabilizar o início da gestão. Essa tônica deverá estar presente no primeiro discurso de Dilma ou Aécio após as eleições de domingo, a depender de quem sairá vitorioso nas urnas.

CORREÇÃO: A primeira versão deste post trocou o nome de Rondônia por Roraima no segundo parágrafo do texto. O erro foi corrigido às 10h30.

(Bruno Lupion)

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Poder e Política na semana – 20 a 26.out.2014
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Fernando Rodrigues

Faltam 6 dias para o segundo turno das eleições. Dilma e Aécio fazem campanha pelo país e se enfrentam no debate da Globo.

Nesta 2ª feira, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, faz carreatas em Nova Iguaçu e Padre Miguel, de manhã, no Rio. À tarde, participa de comício em Itaquera, na zona leste de SP, acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À noite, comanda ato com intelectuais no Tuca, teatro da PUC-SP, acompanhada do vice-presidente Michel Temer. Na 3ª feira, Dilma e Lula fazem campanha no Recife. Na 4ª feira, Dilma e Lula comandam comício na Cinelândia, no Rio.

Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, faz campanha em Belo Horizonte e em Belém nesta 2ª feira. Na 3ª feira, Aécio pede votos em Campo Grande e Goiânia. Na 4ª feira, o tucano faz campanha em cidades mineiras. Na 5ª feira, Aécio deve ir ao Rio e pode se reunir com Romário, senador eleito pelo PSB, para receber seu apoio.

Dilma e Aécio também se encontram na 6ª feira, no debate presidencial organizado pela Rede Globo.

O Datafolha pode divulgar novas pesquisas presidenciais na 2ª feira e na 4ª feira. O Ibope, na 2ª feira e na 5ª feira. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (20.out.2014)
Dilma no Rio e em SP – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, faz carreatas em Nova Iguaçu e Padre Miguel, de manhã, no Rio. À tarde, participa de comício em Itaquera, na zona leste de SP, acompanhada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À noite, comanda ato com intelectuais no Tuca, teatro da PUC-SP, acompanhada do vice-presidente Michel Temer.

Aécio em Minas e Pará – Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, faz campanha em Belo Horizonte e em Belém.

Pesquisas – a partir desta data o Datafolha e o Ibope podem divulgar os resultados de novas pesquisas presidenciais. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Advogados no Rio – OAB promove a 22ª Conferência Nacional dos Advogados, no Rio de Janeiro. O vice-presidente Michel Temer, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, participam da abertura. O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, apresenta conferência sobre “Estado, Sociedade e Direito: diagnósticos e propostas para o Brasil”. O evento tem 16 mil inscritos e 250 palestrantes. Até 5ª feira (23.out.2014).

Dirceu em casa – advogados do ex-ministro José Dirceu pedem ao Supremo Tribunal Federal que autorize o petista a deixar o regime semiaberto para terminar de cumprir sua pena em prisão domiciliar.

Erro do IBGE – encerra o prazo de 30 dias para o governo federal concluir sindicância sobre o erro cometido pelo IBGE na divulgação da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) que indicou aumento na concentração de renda entre 2012 e 2013. Após a descoberta do erro, o IBGE informou que a concentração de renda havia caído no período. O prazo da sindicância pode ser prorrogado por mais 30 dias.

 

3ª feira (21.out.2014)
Dilma em Pernambuco – presidente Dilma Rousseff e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazem campanha no Recife.

Aécio no Centro-Oeste – Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, faz campanha em Campo Grande e Goiânia.

Trabalhadores agrícolas pró-Dilma – Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) planeja realizar ato em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) em apoio à reeleição de Dilma Rousseff.

Prisão de eleitores – a partir desta data, nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória.

Crise hídrica em SP – Assembleia Legislativa de SP sedia debate sobre a falta de água em São Paulo. Com Vicente Andreu, presidente da Agência Nacional de Águas, José Eduardo Ismael Lutti, promotor de Justiça do Meio Ambiente, e o vereador Laércio Benko (PHS), presidente da CPI da Sabesp na Câmara Municipal de SP.

Ditadura – Comissão Nacional da Verdade faz diligência na Base Naval de Ilhas das Flores, no Rio, acompanhada de ex-presos políticos. O local foi palco de tortura e mortes de opositores ao regime durante a ditadura.

Auditores reunidos – Instituto dos Auditores Internos do Brasil promove seu 35º congresso nacional. Mário Spinelli, controlador-geral da cidade de São Paulo, apresenta palestra sobre o combate à máfia dos fiscais do ISS. Em Goiânia.

Salário de aeroviários – Sindicato dos Aeroviários do Estado de São Paulo lança campanha salarial, com ato no saguão do Aeroporto de Congonhas. A categoria pede reajuste salarial de 11% nos salários e 20% de reajuste nos benefícios.

Inflação – IBGE divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15.

 

4ª feira (22.out.2014)
Dilma no Rio – presidente Dilma Rousseff e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizam comício na Cinelândia, no Rio.

Aécio em Minas – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em cidades mineiras.

Pesquisas – a partir desta data o Datafolha pode divulgar os resultados de nova pesquisa presidencial. Cabe ao instituto e ao contratante definir o dia e o horário da publicação.

Petrobras – CPI Mista da Petrobras ouve o atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, sucessor de Paulo Roberto Costa na estatal.

Serviços – IBGE divulga sua Pesquisa Mensal de Serviços.

 

5ª feira (23.out.2014)
Aécio no Rio – Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, deve fazer campanha no Rio e pode se reunir com Romário, senador eleito pelo PSB, para receber seu apoio.

Pesquisas – a partir desta data o Ibope pode divulgar os resultados de nova pesquisa presidencial. Cabe ao instituto e ao contratante definir o dia e o horário da publicação.

Comícios – último dia para a realização de comícios eleitorais.

Tesouro – Conselho Monetário Nacional reúne-se em Brasília.

Emprego – IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Emprego.

Indústria – FGV apresenta a prévia da Sondagem da Indústria.

Consumo – FGV divulga o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores e a Sondagem do Consumidor.

 

6ª feira (24.out.2014)
Debate presidencial – Globo promove o último debate presidencial entre Dilma Rousseff e Aécio Neves. Um dos blocos terá perguntas formuladas por eleitores indecisos selecionados pela emissora.

Folhapress

Propaganda eleitoral – último dia da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão e publicidade paga na imprensa escrita.

Caças suecos – governo brasileiro pretende assinar o contrato de aquisição de 36 caças Gripen NG, produzidos pela empresa sueca Saab, no valor estimado de US$ 4,5 bilhões.

 

Sábado (25.out.2014)
Fim da campanha – último dia para a propaganda eleitoral com alto-falantes ou amplificadores de som, distribuição de material gráfico e a realização de caminhada, carreata, passeata ou carro de som com divulgação de jingles e mensagens.

 

Domingo (26.out.2014)
Eleições – Brasil realiza segundo turno das eleições presidenciais e em 14 unidades da Federação.

Uruguai vota – país latino-americano vai às urnas escolher o novo presidente e votar para o Legislativo. Também será realizado um plebiscito sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.

Turquia vota – país realiza eleições para o Legislativo.

 

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Aécio vai à Justiça processar Dilma por injúria e difamação
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Fernando Rodrigues

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Novo comercial da petista sugere que tucano tem “dificuldades em respeitar as mulheres”

O candidato do PSDB a presidente, Aécio Neves, decidiu neste sábado (18.out.2014) processar sua adversária no segundo turno, Dilma Rousseff por “injúria e difamação”, segundo informou a assessoria do tucano.

A razão que levou Aécio a decidir processar Dilma foi o mais novo comercial da petista, que foi ao ar hoje. Trata-se de uma peça de 30 segundos no qual um locutor diz que “Aécio tem mostrado dificuldades em respeitar as mulheres”.

A campanha tucana também está entrando ainda hoje, neste sábado, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para requerer a retirado comercial dilmista do ar.

Eis, a seguir, o filme de 30 segundos no qual o marketing de Dilma escolhe cenas de Aécio falando de forma dura contra Luciana Genro (PSOL) e contra a própria petista, e termina perguntando se “você acha que um candidato a presidente pode agir desta maneira?”:

 

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Na TV, Dilma faz comercial sobre Aécio ter recusado teste do bafômetro
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Fernando Rodrigues

Filme vai ao ar menos de 24 horas depois que assunto foi abordado em debate

Demorou menos de 24 horas para que Dilma Rousseff colocasse no ar um comercial citando o episódio no qual Aécio Neves uma vez foi barrado numa blitz e se recusou a fazer o teste do bafômetro. O assunto foi abordado pela primeira vez pela presidente no debate organizado pelo UOL, SBT e rádio Jovem Pan na 5ª feira (16.out.2014).

O filme de 30 segundos, batizado de “O que será”, tem um locutor perguntando várias vezes “o que será que Aécio tem para esconder?”.

Uma das perguntas é assim:

“Aécio diz que combate os privilégios dos políticos, mas se recusou a fazer o bafômetro quando foi pego na blitz… O que será que Aécio tem para esconder?” (assista abaixo).

Esse caso do bafômetro ocorreu no Rio de Janeiro em 17.abr.2011. Na ocasião, Aécio era senador e o assunto teve breve repercussão na mídia. Na atual campanha, não havia sido mencionado nas propagandas de TV nem nos debates, até o encontro promovido por UOL, SBT e Jovem Pan.

Provocado pela presidente, Aécio respondeu que trazer o assunto ao debate era “desespero” e se disse arrependido de não ter feito o teste do bafômetro.

Segundo pesquisas internas do PT, cerca de 90% dos eleitores desconheciam o episódio envolvendo Aécio. A narrativa interna na campanha petista é que isso nada teria a ver com campanha negativa.

Eis o que o Blog ouviu: “Imagine nos Estados Unidos, se um candidato a presidente tivesse passado por algo assim? Seria noticiado por toda a mídia ou não? Os eleitores dos EUA tomariam conhecimento do caso? É isso o que estamos fazendo: dando o direito ao eleitor de saber a respeito de um fato, que não tem nada de inventado”.

A seguir, o roteiro do comercial:

Locutor: “O que será que Aécio tem para esconder?

Aécio diz que vai tomar medidas impopulares para equilibrar a economia, mas não diz quais são elas.

[pessoa coloca na mesa um papel onde está escrito “medidas impopulares”]

Aécio diz que vai enxugar a máquina pública, mas não diz quantas pessoas vai demitir.

[pessoa abre cartão onde está escrito “enxugar” e “demitir”]

Ele defende a meritocracia, mas, aos 25 anos, foi indicado pelo primo para a diretoria da Caixa.

[pessoa abre cartão onde está escrito “meritocracia” e “nepotismo”]

Aécio diz que combate os privilégios dos políticos, mas se recusou a fazer o bafômetro quando foi pego na blitz.

[pessoa alterna telas em um tablet onde está escrito “combater privilégios” e “desfrutar privilégios”]

O que será que Aécio tem para esconder?”

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Com poucos dias de campanha, tática do ataque vai prevalecer
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Fernando Rodrigues

Baixo nível ajuda a mostrar como está falido o modelo de campanha eleitoral no país

Debate-SBT-16out2014

É unânime a opinião de que o nível baixou nos debates entre os candidatos a presidente, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff. Foi o que se pode ler nos comentários nas redes sociais sobre o debate promovido por SBT, UOL e rádio Jovem Pan, nesta quinta-feira, 16.out.2014.

Mas são esses ataques que chamam a atenção dos eleitores. Até porque não há mais tempo de um candidato aparecer na TV e apresentar um plano revolucionário para a saúde ou para a educação.

E, convenhamos, a imensa maioria dos eleitores já sabe, em linhas gerais, como será um governo do PSDB ou do PT.

O que sobra para os candidatos é tentar falar sobre atributos pessoais de cada um –quase sempre, atacando.

Vai funcionar? Difícil saber. Mas é essa a tônica da campanha. É será assim até o final.

Talvez seja também um sinal bem claro de como está perto da falência o modelo brasileiro para a troca de ideias no processo eleitoral.

No 1º turno, uma enxurrada de candidatos que não têm importância interditam o debate.

No 2º turno, quando restam só 2 candidatos, não há tempo de campanha para expor propostas de maneira mais alentada.

Alguma coisa está bem errada. Nesse sentido, a eleição de 2014 está sendo didática ao expor como nunca o que não funciona no modelo eleitoral da jovem democracia do Brasil.

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Dilma teria de demitir toda a diretoria da Petrobras, diz Eduardo Cunha
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Fernando Rodrigues

A presidente Dilma Rousseff cometeu muitos erros políticos em seu governo e por essa razão sofre agora as consequências na campanha pela reeleição. Por exemplo, a petista teria de ter demitido a diretoria inteira da Petrobras quando começaram a surgir as acusações de corrupção dentro da estatal, diz o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha, do Rio de Janeiro. Dá tempo ainda? “Agora é inócuo”, responde ele.

Aos 56 anos e prestes a iniciar seu quarto mandato consecutivo de deputado, Cunha é pré-candidato a presidente da Câmara em 2015. Em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, ele afirmou que a eleição presidencial está muito “dura” para Dilma, que pareceu “nervosa” no debate da terça-feira (14) na TV Bandeirantes. Aécio Neves (PSDB) “estava mais à vontade”.

O peemedebista acredita que em 2015 deve ser instalada uma nova CPI da Petrobras. A depender do andamento, devem ocorrer cassações de mandato de congressistas. Para a presidente, se reeleita, será um momento complicado. Se não mudar sua forma de fazer política, seu segundo governo “certamente será pior”, avalia o deputado. “Pior e pode terminar bem mais isolada do que começou”.

O possível futuro presidente da Câmara não esconde um certo ressentimento do PT e de Dilma, com quem sempre teve uma relação conflituosa. Para Cunha, o PT usou PMDB apenas “para um aluguel de tempo de TV”. Foi humilhante? Ele responde que sim.

Se Aécio Neves for eleito presidente, o PMDB terá alterações no seu poder interno. Michel Temer, atual presidente nacional da legenda, “dificilmente terá condição política de conduzir” o eventual processo de realinhamento do partido ao governo tucano.

Outro assunto para 2015: a reação do Congresso quando o STF (Supremo Tribunal Federal) finalizar o julgamento que deve proibir a doação de empresas para partidos e políticos em campanha. Com o fim dessa modalidade de financiamento, Cunha prevê uma explosão do uso do caixa dois e imagina um desfecho eloquente: “Vamos mudar o Congresso para a Papuda”. A Papuda é a penitenciária de Brasília.

Diferentemente do que estava sendo anunciado nos últimos dias, a bancada do PMDB não deve fazer uma manifestação pública de apoio à candidatura de Aécio Neves. Exceto manifestações individuais, diz Cunha, que estima uma divisão ao meio dos 66 deputados eleitos pela legenda –hoje, seriam 33 pró-Dilma e 33 a favor de Aécio.

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Empate nas pesquisas exigirá mais agressividade das campanhas
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Fernando Rodrigues

O empate persistente entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas de intenção de voto vai exigir das duas campanhas um aprofundamento nos ataques mútuos.

Se cada um tem cerca de metade do eleitorado, como mostra o Datafolha, só vencerá de maneira mais folgada aquele que conseguir arrancar mais votos do outro. É claro que existe um contingente de indecisos, mas esses tendem a se dividir na mesma proporção das intenções de voto de cada candidato.

Ou seja, Dilma precisa convencer alguns aecistas a mudarem de opinião. E Aécio precisa fazer o mesmo com parte dos dilmistas. Não é fácil.

Nesta fase da campanha, apenas dizer que vai fazer um governo melhor pode parecer bonito, mas tende a não mudar a opinião de quem já está convencido a votar em algum candidato. A saída é desconstruir o adversário.

Dessa forma, tende a ser aprofundado o tom de agressividade que já foi ser observado no debate da TV Bandeirantes, na terça-feira (14.out.2014). O mais provável é que Dilma siga tentando desqualificar Aécio e o tucano faça o mesmo com a petista.

A primeira oportunidade para aferir esse movimento na corrida presidencial será nesta quinta-feira (16.out.2014), quando haverá o segundo debate direto entre os candidatos –promovido em conjunto pelo UOL, STB e rádio Jovem Pan.

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Senado vai batizar prédio com nome de senador que deu 2 tiros em adversário
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Fernando Rodrigues

Paraibano Ronaldo Cunha Lima morreu em 2012 sem ter sido julgado

Ele renunciou a mandato para escapar do Supremo Tribunal Federal

Seu filho Cássio Cunha Lima está no 2º turno das eleições para o governo da Paraíba

Sérgio Lima/Folhapress - 18.out.1995
O ex-senador Ronaldo Cunha Lima (1936-2012) (foto), que em 1993 atirou 2 vezes à queima-roupa em um adversário político, será homenageado dando seu nome a um dos prédios do Senado Federal. A decisão foi confirmada na 3ª feira da semana passada (7.out.2014) pela comissão diretora da Casa e um busto em bronze do ex-senador já está sendo esculpido.

Cunha Lima era governador da Paraíba pelo PMDB quando tentou assassinar seu antecessor, Tarcísio de Miranda Burity, do PFL (hoje DEM), dentro do restaurante Gulliver, em João Pessoa, em 5 de novembro de 1993. Os tiros atingiram a boca e o tórax de Buriti, que sobreviveu ao atentado. Ele morreu 10 anos depois, de problemas cardíacos.

Segundo testemunhas, Ronaldo Cunha Lima entrou no restaurante, bateu nas costas de Burity e, antes de atirar, disse: “É você mesmo que eu quero pegar”. Ele chegou a ser preso na noite do crime, mas foi liberado em seguida.

O motivo do ataque teriam sido acusações de corrupção feitas no dia anterior por Burity contra o filho de Ronaldo Cunha Lima, Cássio Cunha Lima, à época superintendente da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste). Cássio seguiu o caminho do pai e hoje é senador pelo PSDB e disputa o segundo turno das eleições para o governo da Paraíba contra Ricardo Coutinho, do PSB.

Manobras
Ronaldo Cunha Lima morreu sem nunca ter sido julgado pela tentativa de homicídio, graças a manobras protelatórias de seus advogados e à lentidão da Justiça brasileira.

Em 2007, 14 anos após o crime, o Supremo Tribunal Federal colocou seu julgamento em pauta. Uma semana antes do caso ser analisado, Ronaldo Cunha Lima, então deputado federal, renunciou ao mandato e seu processo retornou à Justiça da Paraíba. O ex-ministro Joaquim Barbosa, que relatava o caso no STF, classificou a manobra como “escárnio”.

O nome de Ronaldo Cunha Lima batizará o edifício do Interlegis, órgão do Senado que tem o objetivo de desenvolver projetos para modernizar o Poder Legislativo em todo o país. A assessoria do Senado informou que ainda não há data prevista para a cerimônia de nomeação do prédio e inauguração do busto.

P.S. às 19h de 14.out.2014: O Senado enviou uma nota ao Blog que será reproduzida abaixo. Ela informa que a ideia original de nomear o prédio do Interlegis com o nome do ex-senador Ronaldo Cunha Lima foi do senador José Agripino (DEM-RN), que atualmente é um dos coordenadores da campanha de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República.

Eis a íntegra da nota: “A propósito de nota publicada nesta terça-feira, 14, em seu blog, a Assessoria de Imprensa informa que o plenário do Senado Federal aprovou, por unanimidade, em 18 de dezembro de 2012, a escolha do nome do ex-senador Ronaldo Cunha Lima para denominar o prédio do Programa Interlegis. Antes de ir à deliberação do plenário, o Projeto de Resolução nº 50, de 2012, apresentado pelo senador José Agripino, recebeu aprovação do conjunto dos senadores da Comissão de Educação, Cultura e Esporte e da Comissão Diretora. Na justificativa do projeto, o senador José Agripino afirma que “o senador Ronaldo Cunha Lima, cuja perda sofremos há alguns meses, participava da Mesa Diretora do Senado Federal  na relevante função de Primeiro-Secretário e, nessa condição, ofereceu contribuição entusiástica e decisiva seja para o processo de implantação do Interlegis seja para a consolidação desse importante programa”. “Conceder ao Edifício-Sede do Programa Interlegis a designação de Edifício Senador Ronaldo Cunha Lima”, acrescentou, “nada mais é do que o reconhecimento adequado e tempestivo da atividade desse Senador da República em prol do fortalecimento do processo legislativo brasileiro em todas as suas esferas”. A Resolução nº 70, de 2012, que resultou da iniciativa, determina a nova designação do Interlegis, bem como a instalação de busto do Senador Ronaldo Cunha Lima em frente ao prédio, sugerido por meio de emenda do senador Roberto Requião, aprovada pela Comissão de Educação.”

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