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FHC diz que PT parece “criança” e faz “picuinha” sobre governo tucano
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Fernando Rodrigues

Em vídeo, ex-presidente diz que gostaria que os petistas fossem “mais felizes”

Tucano responde previamente a comparação entre governos do PT e do PSDB

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acaba de postar um vídeo na internet no qual rebate previamente a comparação entre as administrações do PT e do PSDB no Palácio do Planalto. Os petistas fazem uma festa amanhã (20.fev.2013) pelos 33 anos da fundação da sigla e 10 anos no comando da República.

FHC governou o Brasil por 8 anos, de 1995 a 2002. No vídeo, diz achar “uma coisa engraçada” a forma “de o PT comemorar”. Para o tucano, que aparenta estar de bom humor, o PT “em vez de ficar satisfeito com o que fez, não, ficam falando o que o outro não fez”. O PT governa o Brasil há 10 anos: de 2003 a 2010, com Lula, e de 2011 até agora, com Dilma Rousseff.

O tucano defende “comemorar a vitória do Brasil”, e não ficar “o tempo todo olhando pra trás”. Para FHC, “isso é coisa de criança, parece picuinha”. Na sua festa neste 20.fev.2013, o PT pretende apresentar números para argumentar que administra melhor o país do que na época do PSDB.

“Ainda bem que eu já estou maduro o suficiente para deixar para lá. Eles são assim mesmo. O que eu vou fazer? Preferiria que eles fossem mais espontâneos, mais felizes com o que estão fazendo e com o que o Brasil está fazendo. Mas cada um tem seu jeito. Deixa lá”.

Eis o vídeo de 48 segundos postado no Observador Político:

Eis a íntegra da fala de FHC:

Uma coisa engraçada é o modo de o PT comemorar. Em vez de ficar satisfeito com o que fez, não, ficam falando o que o outro não fez. E esquecem… Eles pensam que o Brasil começou agora. Não começou. No meu governo, eu mudei o rumo do Brasil, que estava muito desorganizado. Mas eu sei reconhecer o que no passado se fez de bom no Brasil. E cada vez que o PT acerta, meu Deus, é bom para o Brasil. O mal é quando ele erra. Quando atrapalha a Petrobras, atrapalha a Eletrobras. Aí, complica. Complica não é a mim, complica o Brasil. Mas é curioso. A gente deve comemorar a vitória do Brasil, e não ficar o tempo todo olhando pra trás. Isso é coisa de criança, parece picuinha. Meu Deus. Ainda bem que eu já estou maduro o suficiente para deixar para lá. Eles são assim mesmo. O que eu vou fazer? Preferiria que eles fossem mais espontâneos, mais felizes com o que estão fazendo e com o que o Brasil está fazendo. Mas cada um tem seu jeito. Deixa lá”.

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Morre Luiz Carlos Santos, articulador da emenda da reeleição de FHC
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Fernando Rodrigues

político habilidoso, foi do PDC, PMDB, PFL e PSD e era conhecido por dar “nó em fumaça”

Morreu hoje (31.jan.2013) o ex-deputado e ex-ministro Luiz Carlos Santos. Ele tinha 80 anos.

As causas da morte não foram divulgadas, mas a suspeita é que Santos tenha morrido dormindo, depois de sofrer um infarto. Ele tinha boa saúde e só se queixava nos últimos tempos de uma bursite (inflamação) na cabeça do fêmur de uma das pernas.  O velório será a partir das 16h30 de hoje, na Assembleia Legislativa de São Paulo. O enterro está marcado para amanhã, 01.fev.2013, no cemitério Gethsemani, no bairro do Morumbi, em São Paulo.

Luiz Carlos, como era mais conhecido, fazia parte de um grupo de políticos tradicionais que fizeram carreira em São Paulo: sempre negociando, atuando nos bastidores e tocando grandes projetos de poder. Era um exímio negociador,

Luiz Carlos dos Santos nasceu em Araxá (MG), em 26 de maio de 1932. Estudou direito na USP (54-58). Foi o mais relevante articulador político do primeiro mandato (1995-1998) do tucano Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Planalto.

Exerceu a função de líder do governo FHC na Câmara, de 95 a 96. Antes, havia sido também líder de Itamar Franco. Assumiu o Ministério da Coordenação de Assuntos Políticos de FHC em maio de 96. Ao nomeá-lo para o posto, o tucano enfrentava dificuldades para coordenar sua base de apoio no Poder Legislativo. No discurso em que apresentou seu novo ministro, Fernando Henrique disse que Luiz Carlos sabia “dar nó em fumaça”.

No Ministério de Assuntos Políticos, Luiz Carlos deu o nó na principal fumaça à sua frente: foi o articulador-chefe da aprovação da emenda constitucional que deu a FHC o direito de disputar a reeleição. Os trabalhos de convencimento dos congressistas se arrastaram durante o segundo semestre de 1996, até que o texto foi aprovado em 28 de janeiro de 1997. O gabinete ocupado por Luiz Carlos centralizava todas as demandas de deputados e de senadores que prometiam votar a favor do projeto político de interesse do governo tucano.

Quando surgiu o escândalo da compra de votos para aprovar a emenda da reeleição, em 13 maio de 1997, Luiz Carlos soube como manobrar politicamente para abafar o caso, apesar dos fortes indícios de irregularidades. O Palácio do Planalto conseguiu conter o ímpeto da oposição e uma CPI nunca foi instalada. O governo posterior ao de FHC, o de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nunca teve um articulador no Planalto do estilo e com a habilidade de Luiz Carlos Santos –o Blog aqui não faz juízo de valor se o que era articulado era bom ou ruim para o país. O fato é que Luiz Carlos Santos trabalhava com grande competência a favor do sucesso do governo ao qual servia. Era um dos mais fieis colaboradores do tucano FHC, mesmo sendo um político do PMDB.

Luiz Carlos começou sua carreira  como vereador em São Paulo (1963-1968), pelo antigo PDC. Depois, foi deputado estadual (1979-1982; 1983-1996 e 1987-1990), pelo MDB/PMDB, partido ao qual ficou filiado muitos anos.

Na sua encarnação peemedebista foi também eleito deputado federal três vezes (1991-1995; 1995-1999 e 2003-2007). No final de 1997, filiou-se ao PFL.

Pouco depois de ingressar no PFL, já no início de 1998, deixou de ser ministro de FHC. Teve de se desincompatibilizar do cargo para concorrer à vaga de vice-governador paulista na chapa encabeçada por Paulo Maluf (PP). Luiz Carlos tomou esse caminho com o consentimento e aval total de FHC –que disputava a reeleição para presidente e desejava ter dois palanques naquela eleição em São Paulo (o outro palanque foi o do candidato à reeleição para o Palácio dos Bandeirantes, o tucano Mário Covas, que venceu).

Com a derrota de Maluf em 1998, Luiz Carlos ficou sem mandato a partir de 1999. Sentiu-se, no começo, abandonado por FHC. Até que em maio de 1999 assumiu a presidência de Furnas (empresa estatal federal de energia). Foi uma indicação política explícita de Fernando Henrique para compensar o amigo e aliado derrotado na eleição do ano anterior.

Ficou no posto de presidente de Furnas até 5 de abril de 2002. Saiu do cargo para disputar uma vaga de deputado federal naquele ano. Foi eleito para exercer seu último mandato na Câmara, até o início de 2007.

Em 2011, Luiz Carlos deixou o PFL (já então chamado de Democratas) para entrar no novo PSD, sigla criada pelo seu amigo e então prefeito paulistano, Gilberto Kassab. Encantou-se com o projeto da nova sigla e passou a ser um defensor incasável de uma Constituinte para o Brasil.

Luiz Carlos era casado com Maria Aparecida de Faria Santos. Teve duas filhas, Ana Lúcia e Ana Laura, e três netos.

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Dilma ataca governo FHC em discurso
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Fernando Rodrigues

presidente diz que governo tucano privatizou e “torrou patrimônio público para pagar dívida, e ainda terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência”

No seu pronunciamento em rede nacional de TV para comemorar o 7 de Setembro, a presidente Dilma Rousseff atacou fortemente o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Dilma falava sobre o seu plano de concessões de serviços públicos à iniciativa privada. Afirmou que será “um novo tipo de parceria” e “que trará benefícios para todos os setores da economia e para todo o povo brasileiro”.

Aí veio a pancada em FHC: “Ao contrário do antigo e questionável modelo de privatização de ferrovias, que torrou patrimônio público para pagar dívida, e ainda terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência, o nosso sistema de concessão vai reforçar o poder regulador do Estado para garantir qualidade, acabar com os monopólios, e assegurar o mais baixo custo de frete possível”.

Esse é mais um capítulo da troca de acusações entre Dilma e FHC, que começou na semana passada. FHC escreveu um artigo atacando Lula. Dilma respondeu em nota oficial.

Pelo jeito, vai ficar no passado a relação amena entre Dilma e FHC. É no mínimo incomum que a presidente da República use uma rede nacional de TV para festejar o 7 de Setembro e ataque tão duramente o governo passado de um partido adversário.

Está em jogo, é claro, a sucessão de 2014.

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Dilma deve ir à África, Peru e Espanha no 2º semestre
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Fernando Rodrigues

Confirmadas as viagens, petista terminará 2º ano de mandato visitando 24 países…

…no mesmo período, Lula foi a 34; FHC, a 21…

…agenda também inclui ida aos EUA e recepção ao presidente egípcio.

A agenda internacional da presidente Dilma Rousseff para o 2º semestre inclui mais 4 países além da Inglaterra –onde ela já esteve, de 25 a 28.jul.2012, por causa das Olimpíadas. De setembro a novembro, a presidente deve passar por EUA, Peru, Guiné Equatorial e Espanha, levantou o Blog com assessores da área internacional do governo.

Se Dilma cumprir a agenda esperada, fechará seu 2º ano de governo tendo visitado 24 países –menos do que fez Lula e mais do que fez Fernando Henrique. Com 2 anos de mandato, Lula foi a 34 países. No mesmo período, FHC foi a 21.

A presidente, como seu antecessor, segue o ritmo de visitas a países africanos –mesmo que sejam governados por ditaduras, como Guiné Equatorial.

Abaixo, quadro com comparação entre os presidentes:

Calendário de Dilma
Em setembro, nos EUA, a presidente deverá abrir pela 2ª vez o debate geral da Assembleia Geral da ONU, em 25.set.2012. A viagem está confirmada e os preparativos já começaram. É uma tradição da ONU que o Brasil sempre tenha o direito de fazer o primeiro discurso nessas ocasiões.

Essa visita fará dos EUA, junto com a Argentina, o país que Dilma mais visitou: 3 vezes cada. Para os EUA terão sido 2 idas ao evento da ONU (18 a 22.set.2011 e 25.set.2012) e uma visita de Estado (8 a 10.abr.2012). Para a Argentina, 1 visita de Estado (31.jan.2011), ida à posse de Cristina Kirchner (9 e 10.dez.2011) e ida a uma cúpula do Mercosul (29.jun.2011).

Em outubro, será a vez do Peru. A expectativa dos assessores da presidente é que ela confirme presença na Cúpula América do Sul-Países Árabes, marcada para 1º e 2.out.2012 em Lima. Se for ao encontro, será a 2ª visita aos peruanos –a 1ª foi em 28.jul.2011 para a posse do presidente Ollanta Humala.

Em novembro, a presidente poderá ir à Guiné Equatorial para a Cúpula América do Sul-África. Será a 2ª visita da petista à África, onde já esteve de 17 a 20.out.2011 na África do Sul, em Moçambique e em Angola.

Para encerrar o calendário internacional de 2012, ainda em novembro, Dilma poderá ir pela 1ª vez à Espanha. O país receberá, em 16 e 17.nov.2012, em Cádiz, a Cúpula Ibero-Americana (que reúne países da América Latina, Portugal e Espanha).

Egito e Mercosul
Em Brasília, Dilma deverá receber no 2º semestre o presidente do Egito, Mohamed Morsi, e presidentes do Mercosul e Estados associados ao bloco.

A visita do mandatário árabe é esperada pela área internacional do governo, mas ainda não tem data para acontecer. Já a visita dos chefes do Mercosul ocorrerá em 7.dez.2012, quando haverá uma reunião do grupo no Brasil.

 

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Foto com Maluf: repercussão é boa, diz Lula
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Fernando Rodrigues

Numa rápida conversa ontem (20.jun.2012) no plenário da Rio+20, Luiz Inácio Lula da Silva foi indagado sobre o que achara da repercussão da aliança e da foto sua com Paulo Maluf, do PP, na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O ex-presidente reagiu assim: “Pior seria se não houvesse repercussão”.

A lógica de Lula é simples. Fernando Haddad, o candidato do PT a prefeito de São Paulo, é pouco conhecido da população (só cerca de 40% dos eleitores sabem quem ele é). Com o episódio da foto Lula-Maluf-Haddad, o petista neófito em eleições apareceu extensivamente na mídia. E Lula acha isso bom.

Mas e o possível efeito ruim, de estar ao lado de um adversário histórico no cenário paulistano? Lula responde que o PP, de Maluf, está junto com o governo federal há mais de meia década, no comando do Ministério das Cidades.

Tudo considerado, Lula acha que não cometeu nenhum erro de estratégia nem de tática ao aceitar se deixar fotografar no jardim da mansão de Paulo Maluf nesta semana. E Fernando Haddad ainda ganhou cerca de 1 minuto e meio a mais para a sua propaganda eleitoral.

Outro ex-presidente que estava ontem (20.jun.2012) na Rio+20 era Fernando Henrique Cardoso. Convidado a avaliar o episódio da foto Lula-Maluf-Haddad, ele disse que essa aliança é sinal de aproximação cada vez maior dos partidos que ficam compelidos a ampliar suas coligações para conseguir vencer uma eleição –por causa da necessidade de ter tempo de TV no horário eleitoral.

A respeito do efeito político eleitoral da foto, FHC diz o seguinte: “Vai depender de como a oposição usará esse fato na campanha. Mas não acredito que muitos possam fazer uso desse episódio, pois já se aliaram também ao Maluf e a outros partidos”.

Indagado se José Serra (PSDB), candidato a prefeito de São Paulo, poderia usar a foto Lula-Maluf-Haddad para atacar o PT, FHC disse que não. “No fundo, o efeito dessa aliança vai depender de como vocês, a mídia, usarão o caso”, afirmou. E concluiu que o 1 minuto e meio que Haddad recebeu no seu tempo de propaganda eleitoral (por causa do apoio de Maluf) pode até compensar mais adiante os efeitos negativos produzidos pelo episódio no momento.

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Dilma viaja mais que FH e menos que Lula
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Fernando Rodrigues

Até junho presidente deve completar tour por 21 países…

…com 1,5 ano de governo, FHC tinha ido a 18 países e Lula a 28.

A presidente Dilma Rousseff começa sua semana na Alemanha e seu histórico de viagens internacionais deve contar 21 países até jun.2012, quando ela completar 1,5 ano de mandato. Com esse mesmo tempo no poder, FHC tinha ido a 18 países. Lula, a 29.

Mas Dilma fica atrás dos 2 antecessores se contados os dias que cada presidente dedicou a viagens internacionais nos primeiros 18 meses de mandato. Ela terá cerca de 2 meses (54 dias) dedicados às viagens. FHC teve quase 3 meses (88 dias). Lula, quase 4 meses (111 dias), informa o repórter do UOL Fábio Brandt.

 

Outra diferença entre os 3 presidentes é o nº de repetições de destinos. Apesar de EUA e Argentina estarem na lista de destinos repetidos pelos 3, Lula foi quem mais repetiu viagens com 1,5 ano de governo. O petista foi 3 vezes a México, EUA, Suíça e Venezuela, e 2 vezes a Argentina, Colômbia, Espanha, França, Paraguai e Peru. Já FHC esteve na Argentina 5 vezes, e 2 vezes nos EUA e no Uruguai. Dilma repetiu menos: até junho, terá ido 2 vezes aos EUA, ao Uruguai e à Argentina.

 

Os números foram obtidos pelo Blog com informações disponíveis nos sites da Biblioteca da Presidência (para Lula e FHC) e da Secretaria de Imprensa (para Dilma). Foram levados em conta os períodos de viagens indicados pelos dados oficiais, incluindo datas de realização de deslocamentos.

Na agenda da presidente Dilma foram incluídas no levantamento viagens ainda previstas para este 1º semestre de 2012: Índia, em 29.mar.2012 (cúpula dos Brics); EUA, de 9 a 11.abr.2012 (visita oficial a Barack Obama); Colômbia, 14 e 15.abr.2012 (Cúpula das Américas) e México, em 18 e 19.jun.2012 (cúpula do G-20).

 

 

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