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Tucano Pimenta da Veiga pede “súplica” aos eleitores
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Fernando Rodrigues

Em cerimônia tradicional e em tom messiânico, PSDB lança seu nome para Minas Gerais

Já faz alguns dias que o PSDB lançou seu nome para o governo de Minas Gerais, mas algo ficou sem visibilidade no noticiário: o tom político fortemente tradicional do tucano Pimenta da Veiga, que pediu aos militantes presentes que erguessem seus braços “numa atitude de súplica”.

Havia ali, na última 5ª feira (20.fev.2014), um clima quase messiânico, religioso. Não parecia o comício de um partido, o PSDB, que no plano nacional vive pregando renovação e uma nova política.

É claro que a política mineira é realmente dada a tradicionalismos. Mas ao assistir ao vídeo fica uma impressão de algo meio antigo. Um discurso que não parece estar “embedado” no atual século 21. Eis o trecho da “súplica”:

 

Ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, Pimenta da Veiga tem 66 anos. No seu discurso da semana passada, explorou o sentimento de “pertencimento mineiro”, com forte carga regionalista: “Tolos, muito tolos, são aqueles que acham que os mineiros são bobos. Bobos são eles. E os mineiros saberão dar a resposta. Mas a resposta de Minas será, como sempre, altaneira, vigorosa e pacífica”.

É certamente um discurso que funciona para uma parcela significativa do eleitorado de Minas Gerais. Mas que também, certamente, não evoca renovação nem muito menos uma política diferente –como parece ser uma demanda dos brasileiros neste momento.

Pimenta venceu a disputa interna no PSDB contra o presidente da legenda em Minas Gerais, o deputado federal Marcus Pestana –que também queria ser candidato ao governo do Estado. O atual governador, Antonio Anastasia, lançará seu nome ao Senado.

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José Serra é ambíguo ao fazer declaração sobre Aécio
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Fernando Rodrigues

Política é uma arte na qual se usa muito o artifício das meias palavras. O político fala sem dizer. Assim deve ser entendida a declaração de José Serra postada por ele na sua página no Facebook no início da noite desta terça-feira (16.dez.2013).

Vale a pena reproduzir o que escreveu José Serra:

Para esclarecer a amigos que têm me perguntado: Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente”.

Serra ficou a um milímetro de declarar que não é mais, ele próprio, pré-candidato a presidente da República pelo PSDB. Mas faltou andar esse milímetro. Ainda que esse seja o efeito: ele está desistindo da disputa pelo Planalto no momento.

A desistência de Serra foi a interpretação imediata de todos que leram as poucas palavras que o ex-governador paulista escreveu. Mas ao reler o que disse o tucano nota-se a ambiguidade até quando toma decisão tão dramática.

Ao dizer que a direção do PSDB deve formalizar a candidatura de Aécio sem demora, Serra não está dizendo que sai ele próprio da pré-disputa pela vaga. É verdade que seguida escreve: “Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente”.

Há aí um certo tom de despedida. Mas também não dá para afirmar de maneira peremptória que foi uma despedida. Embora todos os serristas tenham divulgado que sim, ele desistiu.

Em resumo, tudo indica que José Serra está, sobretudo, expondo em público seu descontentamento pelo fato de haver um domínio quase absoluto da máquina partidária do PSDB por parte de Aécio Neves. Mais do que isso, Serra tem sentido que lideres tucanos como Fernando Henrique Cardoso e Aloysio Nunes Ferreira têm sinalizado apoio ao mineiro Aécio Neves.

Tudo considerado, é possível dizer que Aécio Neves acaba de ganhar mais uma batalha importante contra José Serra dentro do PSDB. Mas é igualmente relevante notar que o partido sai machucado, a oposição continua dividida e o PSDB mais rachado do que nunca.

Não são bons sinais para quem deseja ganhar a eleição em 2014.

p.s.: como se não bastasse, Aécio Neves parece estar, neste momento, sem marqueteiro definido para a eleição de 2014. Renato Pereira teria saído da canoa tucana. Outro sinal negativo para o PSDB.

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Meirelles é opção de Kassab para governo de São Paulo
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Fernando Rodrigues

Candidatura do ex-presidente do Banco Central tende a enfraquecer reeleição de Geraldo Alckmin

O quadro sucessório para presidente e governadores de Estado tem sido alterado com grande velocidade nos últimos dias. Uma mudança que está sendo cogitada no PSD é lançar para o governo de São Paulo o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

A ideia tem sido gestada no PSD, partido de Meirelles. O comando do PSD é do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que gostaria ele próprio de disputar o Palácio dos Bandeirantes.

Ocorre que Kassab é adversário político do atual governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), que disputará a reeleição em 2014. Kassab também está no momento na canoa governista da presidente Dilma Rousseff –embora só vá mesmo fechar uma aliança formal sobre a disputa presidencial no ano que vem.

Interessa a Kassab e ao PSD derrotar os tucanos em São Paulo. Quanto mais candidatos competitivos ao Bandeirantes houver na eleição de 2014, mais provável fica a hipótese de a eleição ir para um segundo turno –e assim fica em risco a renovação do mandato de Geraldo Alckmin.

Hoje, o quadro sucessório paulista tem o próprio Alckmin e a pré-candidaturas de Alexandre Padilha (PT) e de Paulo Skaf (PMDB). Pode também entrar no páreo Walter Feldman, que tentava criar o Rede Sustentabilidade e acabou se filiando ao PSB, junto com Marina Silva.

A entrada de Henrique Meirelles na disputa embaralharia mais o jogo. Na avaliação de Gilberto Kassab, é quase certo que o PT consiga manter os seus cerca de 30% de votos em São Paulo e emplaque Padilha no segundo turno.

O grande desafio do PSD é tentar tirar Alckmin da disputa.

Não é fácil. Mas essa disposição de adversários do PSDB mostra como está cada vez mais difícil a vida dos tucanos, que governam São Paulo há 20 anos.

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Mensalão não prejudica PT, diz marqueteiro de Aécio
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Fernando Rodrigues

O antropólogo e marqueteiro político do PSDB, Renato Pereira, diz não acreditar que o mensalão “tenha muito impacto” na eleição de 2014.

“A gente acabou de sair de uma eleição, em 2012, em que se teve todo o drama público do julgamento, acontecendo diante da televisão. Não vi nenhuma candidatura do PT sendo prejudicada por conta disso”, diz ele.

 

Em entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do UOL, Renato Pereira afirma que há “uma sobrevalorização enorme” a respeito do possível efeito eleitoral do julgamento do mensalão, que envolve políticos do PT e deve se estender durante 2014, ano de sucessão presidencial e de escolha de governadores, deputados e senadores.

Aos 53 anos, Renato foi escolhido pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) para fazer os programas de TV tucanos. Deve comandar no ano que vem o marketing aecista na corrida presidencial, junto com seu sócio, o também marqueteiro Chico Mendez.

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DEM, no Rio, mostra ceticismo com Aécio
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Fernando Rodrigues

Cesar Maia dá “nota 5” para o programa tucano na TV

Sem o DEM, candidatura do PSDB torna-se mais difícil

O PSDB recebeu hoje uma crítica forte de um de seus aliados mais tradicionais, o DEM. A seção fluminense do Democratas, comandada pelo ex-prefeito do Rio Cesar Maia, não gostou da propaganda na TV e no rádio do pré-candidato tucano a presidente, o senador mineiro Aécio Neves.

Em seu boletim diário via e-mail, o chamado “ex-Blog”, Cesar Maia escreve que o “programa do PSDB/Aécio na TV não entusiasmou!”(assim mesmo, com uma exclamação no final da frase).

É necessário registrar que Aécio entrou em terreno minado no Rio ao contratar os marqueteiros Renato Pereira e Chico Mendez. A dupla trabalha para o governador fluminense, Sérgio Cabral (PMDB), aliado do governo federal do PT e arquirrival de Cesar Maia.

Para Maia, o programa fica “sem atrair eleitor C, D e E, sem intensificar a imagem/nome de seu candidato e âncora do programa, senador Aécio Neves”.

“Outra falha foi o excesso de tempo em alguns “blocos”. Por exemplo, as artesãs de arranjos florais apresentadas como exemplo de empreendedorismo e culminando com uma ida a Londres (?!). Certamente não falou para o publico D e E”, escreve Maia.

“Nota 5 para o publicitário e menor ainda para a equipe que fez a revisão política do roteiro”, conclui o ex-prefeito Cesar Maia.

A seguir, a íntegra de seu comentário:

“O PROGRAMA DO PSDB/AÉCIO NA TV NÃO ENTUSIASMOU!”

“1. Com novo publicitário, que havia feito as duas últimas eleições do PMDB-RJ-RIO, o PSDB apresentou, na quinta-feira (30), um programa bem feito, mas sem despertar entusiasmo, sem atrair eleitor C, D e E, sem intensificar a imagem/nome de seu candidato e âncora do programa, senador Aécio Neves.

“2. O pior talvez tenha sido a repetição do mesmo roteiro que usou no Rio. Candidato no carro, na janela, mesmo plano, mesma dinâmica e mesmas frases óbvias. Clichê esse, aliás, que vem sendo usado e abusado há anos, o que leva o eleitor/ telespectador a achar que é mesmice.

“3. Outra falha foi o excesso de tempo em alguns “blocos”. Por exemplo, as artesãs de arranjos florais apresentadas como exemplo de empreendedorismo e culminando com uma ida a Londres (?!). Certamente não falou para o publico D e E.  Isso reduz o tempo de exposição do candidato e agrega nada. Melhor seria esse exemplo em área e cenário carente.

“4. Os demais “blocos” trataram, sem pedagogia, da boa herança de FHC, inflação, asfalto, produtor rural, uma artificial sala de aula em BH e os 9 anos de ensino fundamental desde 2004 (que, aliás, a prefeitura do Rio já tem desde 2000).

“5. Duas ausências temáticas são justificadas, embora sejam as duas principais prioridades em pesquisas nacionais: Segurança e Saúde. Justificadas pelos problemas locais que o PSDB enfrenta. Uma não justificada: a questão do emprego, talvez pelos números de ocupação que o IBGE divulga. O emprego precário está “quicando” e não foi usado.

“6. E uma –o carro chefe do ex-governador de Minas, o choque de gestão. Não se entende por que não produziu uma diferenciação fácil com Dilma. Poderia ter sido usada em 2 tempos no discurso de encerramento na convenção com um corte discreto.

“7. Nota 5 para o publicitário e menor ainda para a equipe que fez a revisão política do roteiro”.

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PSDB na TV tem apenas 8.615 tuítes em 1 hora
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Fernando Rodrigues

PT comanda reação; citações em grande parte (5.816) são negativas

Das 20h12 até 21h12, o programa do PSDB de hoje (30.mai.2013) foi citado em 8.615 mensagens no microblog Twitter. É um número modesto quando se considera que essa rede social tem milhões de seguidores.

Nesse período de uma hora, 3 termos relacionados ao programa tucano entraram no “Trending Topics Brasil”. A expressão mais citada, entretanto, era de caráter negativo, a “hashtag” (#) “psdbnuncamais”.

Eis as 3 citações e o número de menções de cada uma delas:

1) #psdbnuncamais – 5.816 citações
2) PSDB – 1.913 citações
3) Aécio Neves – 886 citações
fonte: www.bites.com.br

A hashtag #psdbnuncamais foi articulada de maneira bem organizada por militantes ou simpatizantes petistas, incluindo o próprio perfil do PT (de simpatizantes) que estimulou a militância a entrar no jogo.

Em uma hora foram 33 tuítes publicados pelo @ptnacional (de simpatizantes petistas). Já o perfil do PSDB na internet, o @Rede45 postou apenas 2 tuítes no mesmo período.

O que esses números demonstram? Primeiro, que a estratégia petista surtiu efeito nas redes sociais. Segundo, que o número de menções positivas ou negativas, convenhamos, é muito baixo (o que demonstra que foi um erro os tucanos terem escolhido um feriado nacional para transmitir sua propaganda mais importante do semestre). Por fim, também fica claro que o PSDB e Aécio Neves têm de se preparar mais para entrar no ringue das redes sociais contra os petistas, um grupo muito mais coeso e preparado para esse tipo de embate.

p.s.1: a hashtag #psdbnuncamais  está nos TTs Brasil desde às 20h49. Neste momento, às 23h15, já alcança um volume de 16,366 tweets. Ou seja, está confirmado: o PSDB escolheu o pior dia para o programa e foi ingênuo se imaginou que o PT não reagiria.  O perfil do PT está com força total. Até 23h15, já havia postado nada menos do que  117 tweets e conseguiu 661 RTs.

p.s.2: o Blog esclarece que o perfil @ptnacional não é o oficial do PT. É do PT, como está escrito, no sentido de ser alimentado por simpatizantes da legenda. O perfil oficial da sigla é o @ptbrasil.

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PSDB só usa Aécio, FHC, Alckmin e Serra na TV
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Fernando Rodrigues

Presença de paulistas indica como o mineiro ainda depende da pacificação da legenda em São Paulo

O principal partido de oposição ao governo federal, o PSDB, foi à TV na noite de hoje (30.mai.2013) e escolheu apenas 4 de seus políticos para representar a legenda: o senador Aécio Neves (MG), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-governador José Serra.

Aécio foi a estrela do programa. O ocupou a maior do tempo. O programa amplia a estratégia já mostrada nos comerciais curtos, de 30 segundos, que estão sendo transmitidos há cerca de dez dias nos intervalos das programações das TVs e rádios: o senador tucano aparece descontraído, de calça jeans e  camisa social lisa para fora da calça (quem assiste pela TV pode conferir) e fala com pessoas “do povo”. Dirige-se à câmera para dizer como deve ser governado o país (a história antiga da “gestão”, um pouco incompreensível para a maioria).

O senador fala bem de perto. Na TV, o enquadramento é ostensivamente usado para mostrar a face de Aécio. É nítida a intenção de realçar a juventude do político de 53 anos que tentará tomar o lugar da atual ocupante do Planalto, a petista Dilma Rousseff, de 65 anos.

Aécio é mineiro. Precisa pacificar o PSDB para ser candidato a presidente em 2014, como deseja. A seção mais indômita da legenda é a paulista. Não por acaso, o programa partidário na TV e no rádio deu espaço a dois paulistas reticentes, Alckmin e Serra. E FHC, embora tenha nascido no Rio, fez toda a sua carreira política em São Paulo.

No caso da presença de FHC, o objetivo é um só: reconciliar o PSDB com seu passado. Tentar dar um mínimo de coesão para o discurso interno da legenda. O ex-presidente da República não é muito bom para ajudar Aécio a obter votos do público em geral, mas é um ímã para “tucanos de raiz” que se sentem órfãos de alguma referência no partido.

A propaganda funciona? Só as pesquisas dirão mais adiante.

Aécio está tentando calibrar seu discurso para 2014. É compreensível que tenha de fazer concessões ao público interno da legenda (com os espaços cedidos a FHC, Alckmin e Serra). Para o eleitorado mais amplo, a frase que tem sido mais repetida pelo senador mineiro é que o PSDB terá “tolerância zero” com a inflação –as pesquisas indicam que muita gente anda incomodada com a alta de preços.

Tudo considerado, apesar do mau momento da economia e das dificuldades políticas de Dilma Rousseff no Congresso, não está claro ainda se o discurso ensaiado por Aécio Neves será eficaz para alavancar a candidatura do tucano ao Planalto.

O programa é uma criação dos marqueteiros Renato Pereira e Chico Mendez. Eis o vídeo:

[uolmais type=”video” ]http://mais.uol.com.br/view/14474133[/uolmais]

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PSDB boicota evento com ministro da Justiça em SP
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Fernando Rodrigues

O PSDB faltou em peso a um evento com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em São Paulo.

Cardozo assinou hoje (24.mai.2013) o Termo de Adesão ao Programa “Crack, é Possível Vencer” com cidades paulistas e fez a entrega das bases móveis de videomonitoramento.

A cerimônia foi na parte da manhã, na Secretaria de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), não compareceu. Nenhum secretário relevante o representou. Prefeitos paulistas tucanos também fizeram “forfait”.

Irritado, o ministro José Eduardo Cardozo soltou algumas farpas ao discursar. “O Estado é mais forte do que o crime organizado. Só não é quando os poderes, as instituições não se unem”, disse.

Cardozo, do PT, é um dos pré-candidatos a governador de São Paulo em 2014. Contra Alckmin e usando a bandeira da segurança pública.

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Na TV, Aécio pede: “Vamos conversar”
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Fernando Rodrigues

Em 3 comerciais, tucano se apresenta na sua pré-campanha ao Planalto
Metade do tempo é gasto para falar do passado e do que não vai bem

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) protagoniza a partir de hoje (21.mai.2013) três comerciais de 30 segundos cada um. O Blog teve acesso aos filmes, que vão ar também em rede nacional no próximo sábado (25.maio.2013) e na terça-feira (28.maio.2013) durante os intervalos publicitário das emissoras de TV.

Um dos 3 comerciais de Aécio é uma biografia. O tucano apresenta suas realizações do passado (a ligação com políticos famosos que aparecem em fotos preto e branco) e suas atividades recentes (no Congresso ou como governador de Minas Gerais).

 

O outro comercial é sobre inflação, com críticas ao governo federal e elogios ao PSDB. “A gente levou muito tempo para acabar com a inflação. Foi graças ao Plano Real, do PSDB, que a gente venceu esse desafio”, diz ele.

Em seguida: “Mas hoje, a alta de preços voltou a bater à porta dos brasileiros. E os alimentos então, não param de subir. Para evitar que a inflação volte de vez, a primeira coisa a fazer é equilibrar as contas do governo. É ter foco na gestão. Hoje, o governo federal gasta mais do que arrecada e aí, claro, a conta não fecha. Eu sou Aécio Neves. E para o PSDB, a hora é de tolerância zero com a inflação”.

 

O terceiro comercial é o mais ameno. “Quem governa, tem que estar próximo”, diz Aécio. Ele aparece andando e cumprimentando pessoas de maneira amigável. Fala sobre Minas Gerais ter virado “referência na educação” entre outros feitos –que certamente serão questionados pelos seus adversários na campanha eleitoral do ano que vem. Mas o tom do comercial é mais aprazível que os demais.

Ao final desse terceiro filme de 30 segundos, ele termina dizendo: “Eu sou Aécio Neves e se você também acredita que a gente pode cuidar melhor do Brasil, vamos conversar”.

 

Mas o que os comerciais de Aécio têm de bom e de ruim? Ou melhor, no que são eficazes (ou não) do ponto de vista eleitoral?

De bom para o candidato é a sua aparência, de cara limpa, camisa branca, sem gravata. Exala a imagem de um político boa praça, jovem, fazendo um convite ao eleitor: “vamos conversar”. A frase é uma boa sacada dos marqueteiros Renato Pereira e Chico Mendez, responsáveis pela criação dos comerciais.

Com um tom suave nas imagens, os filmes têm uma pegada agradável. Essa é a parte positiva.

Mas há alguns problemas do ponto de vista da eficácia do marketing perseguido.

Quando se consideram os 90 segundos dos 3 comerciais somados, nota-se que cerca de metade desse tempo é usado para falar do passado e para criticar o que está indo errado no país.

Eleitor gosta de quem oferece esperança e é propositivo. No fundo, é isso: a eleição é um processo no qual sai melhor quem vende melhor a esperança de um país melhor.

Como dosar essa parte propagandística sem perder o pé na política? Difícil.

O comercial da biografia de Aécio gasta 30 segundos falando sobre quem ele foi até hoje, mostra foto em preto e branco de políticos do passado, a atuação do tucano no Congresso, como governador de Minas Gerais. Não é um filme com defeito visível, mas é um tempo gasto para promover um político que passou os últimos 2 anos como senador negligenciando a necessidade de massificar seu nome pelo país (considerando-se que o tucano desde sempre sonhou em ser candidato a presidente). Foi um político acanhado no Senado. Agora, precisa se tornar conhecido –mas poderia ter feito isso antes.

No comercial de 30 segundos sobre a inflação, Aécio fala de um tema relevante. Dá uma chapuletada no governo por causa do nível atual da inflação. É importante falar sobre a dura realidade em uma campanha? É, claro que sim. Só que o tucano insiste em usar expressões que o eleitor médio talvez não entenda, como “ter foco na gestão”.

Campanha eleitoral é assim mesmo. Tem de falar um pouco contra adversário (a inflação está alta). Tem de mostrar a biografia do pré-candidato a presidente.

Mas deve haver uma fórmula mais atraente do que fotos antigas em preto e branco deslizando na tela. E expressões menos herméticas do que “ter foco na gestão”.

Este Blog acompanha de perto eleições há algum tempo. Há uma fricção natural entre políticos e marqueteiros sobre como deve ser o tom dos discursos. No caso de Aécio Neves, o mínimo denominador comum parece ainda não atingido.

Quem assiste aos 3 comerciais do tucano não fica de mau humor. Mas também não leva uma ideia nova na cabeça. “A gente pode cuidar melhor do Brasil”, diz o tucano e propõe conversar a respeito. Há até um site na tela, o www.conversacombrasileiros.com.br.

Esse endereço na web pretende ser um local no qual estejam reunidos todos os URLs de redes sociais do PSDB, links dos tucanos em Twitter e Facebook, entre outros. Por enquanto, é ainda uma janela de uma via só: o internauta manda a pergunta e fica esperando uma resposta. Ou assiste aos vídeos de Aécio viajando pelo país. Sem mais interação, o efeito será limitado.

Há também ali um esforço de ensinar o que são os problemas do país. Um deles, a inflação. O site tucano faz um trocadilho com o slogan “país rico é país sem pobreza”, de Dilma Rousseff. No endereço da pré-campanha de Aécio Neves na internet, “país rico é país sem inflação”. Eis a imagem:

Como primeiro passo da sua pré-campanha ao Planalto, Aécio apresenta-se em comerciais que não comprometem. Ajudam a difundir sua imagem. Mas talvez ele devesse considerar arriscar mais se deseja derrotar uma candidata à reeleição, Dilma Rousseff, que tem mais de 60% ou 70% de aprovação em todas as pesquisas de opinião.

p.s.: esses 3 comerciais com Aécio como estrela são responsabilidade do PSDB nacional. Mas o partido também tem direito a fazer propagandas regionais, em cada Estado. Há alguns dias em Brasília está no ar um filme de 30 segundos no qual a câmera está desregulada e Aécio aparece falando e olhando para “o além” –um ponto no infinito. O resultado é um horror e demonstra que falta ainda coordenação entre os tucanos sobre como fazer uma campanha política-eleitoral de maneira eficaz.

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Poder e política na semana – 20 a 26.mai.2013
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Fernando Rodrigues

Eis os fatos mais relevantes do poder e da política nesta semana: 1) Dilma Rousseff e Eduardo Campos se encontram duas vezes nesta 2ª feira, em Pernambuco. De manhã, num evento no Porto de Suape. À tarde, na cerimônia de inauguração da Arena Pernambuco, em Recife; 2) na 3ª feira, Dilma e seu vice, Michel Temer, participam de jantar no Palácio do Jaburu com os governadores e vice-governadores do PMDB; 3) também na 3ª, a Comissão Nacional da Verdade divulga relatório de um ano de seus trabalhos; 4) o PSDB veicula suas propagandas partidárias na TV e no rádio para massificar a imagem do senador Aécio Neves (MG), virtual candidato a presidente da legenda em 2014 (na 3ª e no sábado). Na 5ª feira, Aécio também participa do “Programa do Ratinho”, do SBT.

Na 4ª feira, o ex-presidente Lula fará palestra em seminário sobre o potencial de desenvolvimento econômico da África, ao lado de empresários brasileiros, do ministro dos Transportes de Moçambique e do embaixador da Argélia.

Na 5ª feira, o IBGE divulga os dados da Pesquisa Mensal de Emprego.

Na mesma data, o emergente PSC (Partido Social Cristão) estará na TV e no rádio. A sigla já conta com 16 deputados federais na Câmara (inclusive o pastor Marco Feliciano) e 1 senador. Veiculará 10 minutos de propaganda partidária em rede nacional. Deve massificar a imagem de defensora da família e de valores tradicionais e conservadores. O PSC diz pretender lançar candidato próprio a presidente em 2014, o seu vice-presidente nacional, pastor Everaldo Dias Pereira, da Assembleia de Deus.

Brasília estará cheia de personalidades da política na 5ª e na 6ª feiras. Durante esses dois dias, o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que tem entre seus sócios o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), promove um seminário sobre administração pública e recebe os governadores Geraldo Alckmim (SP), Eduardo Campos (PE), Tarso Genro (RS), Tião Viana (AC) e André Puccinelli (MS) e o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto.

O governo deve enviar nesta semana sua proposta para regulamentar a PEC das Domésticas. O relator da Comissão Mista de Consolidação das Leis e Regulamentação da Constituição, senador Romero Jucá (PMDB-RR), quer remeter o texto ao plenário até 6ª.

Também podem ser anunciados nesta semana os cortes aos Orçamento de 2013. A tesoura sobre as emendas parlamentares corre o risco de insuflar o movimento de deputados que querem aprovar o Orçamento Impositivo.

Abaixo, o drive político da semana:

 

Segunda (20.mai.2013)

Dilma e Eduardo – a presidente Dilma Rousseff e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, inauguram às 11h30 o navio petroleiro Zumbi dos Palmares, no estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE). A cerimônia ocorre no complexo industrial do Porto de Suape, ponto de atrito entre ambos durante a aprovação da MP dos Portos.

A presidente almoça no próprio estaleiro, ao lado de operários. Às 15h, Dilma e Eduardo voltam a se encontrar na inauguração da Arena Pernambuco, em Recife.

Think tank – o ex-presidente do BNDES Carlos Lessa, o escritor Fernando Morais e o líder do MST João Pedro Stédile, ao lado de outros políticos e intelectuais, lançam o Instituto de Estudos Políticos e Sociais, em evento no Rio.

Indústria brasileira – a CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulga a Sondagem Industrial de abril, que revela a percepção dos empresários sobre a produção, o emprego e a utilização da capacidade instalada da indústria.

Inflação – FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulga os números do IGP-M.

 

Terça (21.mai.2013)

Dilma, Temer e governadores do PMDB – a presidente e seu vice participam de jantar no Palácio do Jaburu com os governadores e vice-governadores do PMDB. Será mais um passo para reafirmar a aliança PT-PMDB em 2014, que enfrenta ainda muitos problemas regionais.

Deputados estaduais reunidos – a União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais realiza, em Recife (PE), a sua XVII Conferência Nacional, sob o tema “Os desafios para o futuro que queremos”. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o prefeito de Recife, Geraldo Julio, confirmaram presença. São aguardados políticos de todos Estados, além de delegações de outros 10 países. O evento vai até 6ª (24.mai.2013).

Ditadura militar – a Comissão Nacional da Verdade divulga balanço de um ano de seus trabalhos. O documento indicará centros de tortura clandestinos utilizados na repressão e nomes de militares e agentes que atuavam nesses locais. Às 10h, em Brasília.

Código Florestal – a Câmara dos Deputados promove um balanço de um ano da entrada em vigor do novo código. O evento pretende discutir entraves, avanços e retrocessos identificados nesse período.

Mapa da indústria – CNI divulga o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, com a presença do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, do senador Lindberg Farias (PT/RJ), do senador Armando Monteiro (PTB/PE) e do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB/SP).

Belchior na Câmara – a Comissão de Viação e Transportes da Câmara convidou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para audiência pública sobre o RDC (Regime Diferenciado de Contratações Públicas). Às 14h.

Tombini na Câmara – o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participa de audiência conjunta no Congresso sobre os objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial do país. Às 15h.

Novos municípios – o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), coloca em votação projeto de lei que cria novas regras para a criação, o desmembramento e a fusão de municípios. O texto também confirma a validade de 57 cidades criadas de 1996 até 2007.

PSDB na TV – partido veicula 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto. O senador Aécio Neves (MG) deve ser o protagonista das inserções. Os comerciais foram produzidos pelo publicitátio Renato Pereira, que pode vir a ser o principal marqueteiro tucano em 2014. Pereira já fez campanhas para o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) e para o candidato persidencial de oposição na Venezuela, Henrique Capriles.

Parcerias Público-Privadas – empresários e gestores públicos se reúnem em São Paulo para discutir essa modalidade de contratação no PPP Summit 2013. O evento vai até a 4ª (22.mai.2013).

 

Quarta (22.mai.2013)

Lula e a África – ex-presidente faz palestra no seminário “As relações do Brasil com a África, a nova fronteira do desenvolvimento global”, em Brasília, promovido pelo jornal Valor Econômico. Também estarão o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, o embaixador da Argélia, Djamel Bennaoum, e o ministro dos Transportes de Moçambique, Paulo Zucula, além de empresários brasileiros.

Graça Foster na Câmara – presidente da Petrobrás é a convidada de audiência pública para esclarecer a aquisição da refinaria de Pasadena, no Texas, EUA.

Transparência – o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, e o ministro da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, participam de debate sobre os 4 anos de vigência da Lei da Transparência. No Conselho Federal da OAB, em Brasília. Às 10h30.

Inflação – IBGE divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor.

Eleições nas Ilhas Cayman – o paraíso fiscal caribenho realiza eleições legislativas.

 

Quinta (23.mai.2013)

Administração pública – o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) recebe os governadores Geraldo Alckmim (SP), Eduardo Campos (PE) e Tarso Genro (RS), e o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, para um seminário sobre direito administrativo e administração pública. O evento termina na 6ª (24.mai.2013).

Azevêdo no Senado – o embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo, eleito novo diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), estará na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Às 10h.

Dívida pública – Tesouro Nacional divulga o relatório mensal da dívida pública federal referente ao mês de abril.

Moeda – Conselho Monetário Nacional se reúne em Brasília.

Emprego – IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Emprego.

PSC na TV – sigla do pastor Marco Feliciano veicula 10 minutos de propaganda partidária no rádio (20h) e na TV (20h30),  em rede nacional. É um teste para tentar lançar candidato próprio a presidente em 2014, o vice-presidente nacional da legenda, pastor Everaldo Dias Pereira, da Assembleia de Deus.

PTB na TV – partido veicula 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

Aécio no Ratinho – Aécio Neves participa do “Programa do Ratinho”, no SBT.

 

Sexta (24.mai.2013)

Administração pública – o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) recebe os governadores Tião Viana (AC) e André Puccinelli (MS) para um seminário sobre direito administrativo e administração pública.

Financiamento de campanha – STF realiza a última audiência pública sobre o financiamento de campanhas. O evento prepara o terreno para os ministros julgarem uma ação direta de inconstitucionalidade, proposta pela OAB federal, que quer proibir doações de empresas a políticos.

 

Sábado (25.mai.2013)

PSDB na TV – tucanos veiculam 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

 

Domingo (26.mai.2013)

Guiné Equatorial – país africano realiza eleições parlamentares

 

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