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Poder e Política na semana – 13 a 19.out.2014
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Fernando Rodrigues

Faltam 13 dias para o segundo turno das eleições. Nos próximos dias, Dilma e Aécio viajam pelo país e se enfrentam em 3 debates televisivos –em nenhum deles haverá jornalistas fazendo perguntas. Esta semana também servirá para aferir o impacto dos apoios que cada candidato a presidente recebeu até agora, sobretudo como o eleitorado reagirá à adesão de Marina Silva à candidatura do PSDB.

A presidente Dilma Rousseff deve se reunir na 3ª feira com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para definir proposta de unificação de 2 tributos, o PIS e a Cofins. No sábado, a campanha de Dilma planeja um ato político em Belo Horizonte.

Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, faz campanha em Curitiba nesta 2ª feira. Na 4ª feira, em São Paulo, reúne-se com prefeitos paulistas que integram a base de apoio ao governador Geraldo Alckmin. Na 6ª feira, Aécio faz campanha em Salvador e João Pessoa. Ao longo da semana, o tucano também deve anunciar mais 2 novos nomes que comporão seu ministério se ele for eleito.

Dilma e Aécio também se enfrentam em 3 debates. O primeiro é o da Band, na 3ª feira. O SBT, o UOL e a rádio Jovem Pan organizam o debate da 5ª feira. No domingo, a petista e o tucano se encontram no debate da Record.

O Datafolha e o Ibope podem divulgar novas pesquisas presidenciais a partir de 4ª feira. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

No Congresso, sem muita chance de prosperar, a oposição tentará forçar a convocação de alguma reunião extraordinária da CPI da Petrobras para analisar os depoimentos do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

Na 2ª feira, o PSB elege seu novo presidente e a nova Executiva Nacional. A expectativa é que Roberto Amaral, que assumiu o comando do partido após a morte de Eduardo Campos, ocorrida há exatos 2 meses, seja substituído por Carlos Siqueira.

O Banco Central divulga na 5ª feira o IBC-BR, considerado a prévia do PIB nacional.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (13.out.2014)
Aécio no Paraná – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Curitiba.

Comando do PSB – partido elege seu novo presidente e a nova Executiva Nacional. A expectativa é que Roberto Amaral, que assumiu o comando do partido após a morte de Eduardo Campos, ocorrida há exatos 2 meses, seja substituído por Carlos Siqueira (foto), primeiro-secretário da legenda. Às 14 horas, no Hotel Nacional, em Brasília.

Pedro Ladeira/Folhapress - 21.ago.2014

Temer em SP – vice-presidente Michel Temer comanda encontro com prefeitos, deputados e líderes do PMDB paulista para cobrar empenho na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Temer tentará convencer os prefeitos que se uniram ao governador Geraldo Alckmin no primeiro turno a defenderem o voto em Dilma.

Pesquisas – a partir desta data o Ibope pode divulgar resultados de novas pesquisas sobre o segundo turno no Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.

Eleições no Rio – PC do B do Rio decide se apoiará a reeleição do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Ditadura e Pernambuco – Comissão Nacional da Verdade realiza diligência no antigo DOPS no Recife, local de ocorrência tortura durante o regime militar.

Ciência – governo federal promove a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

Salário de bancários – CUT, federações e sindicatos dos bancários assinam com a Federação Nacional dos Bancos convenção coletiva que estabelece reajuste salarial de 8,5%, equivalente a um aumento real de 2,02%.

Maconha – Senado promove a sexta audiência pública de uma série sobre regulamentação do uso recreativo e medicinal da maconha. Nesta edição, foram convidados especialistas contrários a qualquer tipo de legalização. A partir das 9h, com transmissão pela internet e aberto a perguntas do público.

 

3ª feira (14.out.2014)
Debate presidencial – Band promove o primeiro debate do segundo turno entre a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB. Os candidatos ficarão frente a frente, em pé. No primeiro bloco, a emissora escolherá um tema para ser debatido. Nos outros quatro, as perguntas serão feitas pelos candidatos. Às 22h.

Dilma e Mantega – Dilma deve reunir-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para definir proposta de unificação de 2 tributos, o PIS e a Cofins.

Reforma política – entidades que realizaram um plebiscito popular pela convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política entregam resultado da consulta nas Presidências da República, do Supremo Tribunal Federal, do Senado e da Câmara. Integrantes do movimento também realizam plenária no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília.

Ruralistas – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil tenta realizar eleições internas, suspensas na última 6ª feira (10.out.2014) por decisão judicial. A atual presidente da entidade, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), é favorita para ser reeleita.

Dívidas fiscais e folha de pagamento – plenário da Câmara dos Deputados deve votar a reabertura do prazo do Refis da Crise e a desoneração da folha de pagamento de cerca de 60 setores da economia. Em seguida, o texto será encaminhado ao Senado.

Mobilização na PF – delegados da Polícia Federal realizam assembleias em todo o país para reivindicar a aprovação de uma lei orgânica para a instituição, eleição direta para diretor-geral e um gatilho para realização de concursos públicos, entre outros pontos.

Eleições na Libéria – país africano elege nova composição do Senado.

 

4ª feira (15.out.2014)
Aécio em SP – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, deve se reunir com prefeitos paulistas que integram a base de apoio ao governador Geraldo Alckmin (PSDB).

PTB e Aécio – Executiva Nacional do PTB reúne-se e deve reafirmar o apoio à eleição de Aécio Neves. Na sede do partido, em Brasília.

Pesquisas – a partir desta data o Datafolha e o Ibope podem divulgar os resultados de novas pesquisas presidenciais. O Ibope também pode divulgar pesquisa sobre o segundo turno no Rio Grande do Norte e em Goiás. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Aposentadoria – Supremo deve retomar o julgamento da reaposentadoria.

Árabes e Lewandowski – comunidade árabe realiza evento em homenagem ao ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal. O vice-presidente Michel Temer e José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, devem comparecer. Em Brasília.

Comércio – IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Comércio.

Sirkis e Sustentabilidade – deputado federal Alfredo Sirkis (PSB-RJ) apresenta palestra sobre os efeitos das mudanças climáticas nas grandes cidades, promovida pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em SP.

Economia nos EUA – Fed (Banco Central dos EUA) publica o Livro Bege, com perspectivas sobre a economia norte-americana.

Eleições em Moçambique – país africano lusófono elege novo presidente e composição do Legislativo.

 

5ª feira (16.out.2014)
Debate presidencialSBT, UOL e rádio Jovem Pan promovem debate entre a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB. Às 18h, com transmissão ao vivo por TV, internet e rádio.

Temer no Rio Grande do Sul – vice-presidente Michel Temer faz campanha pela reeleição de Dilma Rousseff em Porto Alegre, Rio Grande, Bagé, Santo Ângelo e Passo Fundo.

Pesquisas – a partir desta data o Ibope pode divulgar pesquisas sobre o segundo turno no Rio de Janeiro e no Ceará. Cabe ao instituto e ao contratante definir o dia e o horário da publicação.

Inflação – FGV divulga o IGP-10.

Economia nos EUA – Fed (Banco Central dos EUA) divulga dados sobre produção industrial norte-americana.

 

6ª feira (17.out.2014)
Aécio no Nordeste – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Salvador e João Pessoa.

Imprensa reunida – Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) promove sua 70ª Assembleia Geral, em Santiago.

Economia – FGV divulga o Iace (Indicador Antecedente Composto da Economia), que busca medir o cenário dos próximos meses para a atividade do país, e o ICCE (Indicador Coincidente Composto da Economia), que capta as condições atuais da economia.

 

Sábado (18.out.2014)
Dilma em Minas – presidente Dilma Rousseff deve comandar ato político em Belo Horizonte.

 

Domingo (19.out.2014)
Debate presidencialRecord promove debate entre a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB.

Horário de verão – começa o horário de verão. Relógios devem ser adiantados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

 

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Áudios de depoimento de Paulo Roberto são devastadores para PT e PMDB
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Fernando Rodrigues

Ueslei Marcelino/Reuters - 17.set.1982

É estarrecedor ouvir o que disse Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, a respeito de como eram divididas as propinas que recebia e dividia com partidos políticos. Tudo está ficando público hoje, como mostra reportagem de Mário Cesar Carvalho e de Flávio Ferreira. O PT, sigla de Dilma Rousseff, seria um dos beneficiados.

Não há como imaginar essas revelações deixando de impactar no processo eleitoral em curso. A rigor, já se sabia a respeito das propinas. Mas ouvir o diretor relatando torna tudo mais chocante. Paulo Roberto fala de dinheiro de propina entregue ao PT e ao PMDB, exatamente os partidos de Dilma Rousseff e de Michel Temer, que formam a chapa de presidente e vice em busca da reeleição.

A emissora de notícias Globonews colocou no ar trechos dos áudios no início da tarde de hoje (09.out.2014). Na reportagem de Marcelo Cosme, a partir de 1 minutos e 30 segundos, é possível ouvir o seguinte trecho que fala Paulo Roberto Costa, transcrita a seguir:

Em relação à Diretoria de Serviços, todos sabiam que eu tinha um percentual desses contratos da área de Abastecimento. Dos 3%, 2% eram para atender ao PT, através da Diretoria de Serviços. Outras diretorias, como Gás e Energia e como Exploração e Produção, também eram PT. Então se tinha PT na Diretoria de Exploração e Produção, PT na Diretoria de Gás e Energia e PT na área de Serviços. Então o comentário que pautava lá dentro da companhia era que, nesse caso, os 3% ficavam diretamente… diretamente para o PT. Não era… não tinha participação do PP, porque eram diretorias indicadas, tanto para execução do serviço quanto para o negócio, PT com PT. Então, o que rezava dentro da companhia era que esse valor seria integral para o PT. A Diretoria Internacional tinha indicação do PMDB. Então tinha também recursos que eram repassados para o PMDB, na Diretoria Internacional

Aí Paulo Roberto é interrogado da seguinte forma: “Certo, mas a pergunta que eu fiz especificamente é se os diretores especificamente, por exemplo, o sr. recebia parte desses valores?”. E Paulo Roberto responde:

Sim. Então, o que que normalmente, em valores médios, acontecia? Do 1% que era para o PP –em média, obviamente que dependendo do contrato poderia ser um pouco mais, um pouco menos– , 60% iam para o partido, 20% eram para despesas (às vezes, nota fiscal, despesa para envio etc.). São todos valores médios. Podem ter alteração nesses valores. E [dos] 20% restantes eram repassados 70% para mim e 30% para o [José] Janene [ex-deputado federal, do PP do Paraná, que já morreu] ou para o Alberto Youssef”.

Outra pergunta para Paulo Roberto: “E como o sr. recebia a sua parcela?”

Paulo Roberto: “Eu recebia em espécie, normalmente na minha casa, ou no shopping, ou no escritório, depois que eu abri a companhia minha lá de consultoria”.

Pergunta: “Quem entregava esses valores para o sr.?”

Paulo Roberto: “Normalmente, o Alberto Youssef ou o Janene”.

Pergunta: E nas outras agremiações políticas? O sr. sabe quem eram os distribuidores?

Paulo Roberto: “Dentro do PT, a ligação que o diretor de Serviços tinha era com o tesoureiro na época do PT, o sr. João Vaccari. No PMDB, da Diretoria Internacional, o nome que fazia essa articulação toda chama-se Fernando Soares”.

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Marina mente sobre CPMF, diz comercial de Dilma na TV
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Fernando Rodrigues

Marina-comercial-Dilma-PT-mentira-28set2014

A campanha de Dilma Rousseff (PT) colocou hoje (28.set.2014) no ar um comercial de 30 segundos no qual afirma que Marina Silva (PSB) mentiu sobre como foi seu voto no Senado a respeito da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Eis o vídeo:

Vários veículos da mídia já haviam registrado essa contradição na fala da candidata do PSB, repetida em alguns eventos de campanha. Ela afirmou em 26.ago.2014, durante o debate entre presidenciáveis na TV Bandeirantes, que seu voto foi a favor da CPMF durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Ocorre que os registros do site do Senado indicam que Marina votou contra a CPMF em 1995 e em 1999.

O comercial de Dilma Rousseff é duríssimo contra Marina. Faz parte da estratégia conduzida pelo marqueteiro João Santana de desconstruir a imagem da candidata do PSB. Eis o roteiro integral da propaganda:

[Imagem de Marina Silva – Locutor inicia narração]: Marina diz que não quer ser eleita em cima de uma mentira.

[Imagem de Marina falando no debate da Band, em 26.ago.2014]: Quando foi a votação da CPMF, ainda que o meu partido fosse contra, em nome da saúde, em nome de respeitar os interesses dos brasileiros, eu votei favorável, mesmo sendo do seu governo, o PSDB [era uma resposta ao tucano Aécio Neves].

[Locutor narra sobre imagens de arquivos oficiais de votações do Senado]: Os documentos do Senado registram a verdade. Marina fez duas vezes o contrário do que diz. Mudar de opinião, ainda vá lá… Agora, falar que fez o que não fez, isso tem outro nome”.

[Fim do comercial de 30 segundos].

A eficácia da “narrativa do medo” usada por João Santana na campanha de Dilma Rousseff já foi analisada aqui neste Blog num post de 20.set.2014. Além do comercial de hoje sobre a “mentira de Marina sobre a CPMF”, já foram veiculados outros. Um fazendo comparação da pessebista com Jânio Quadros e com Fernando Collor. Insinuação de que um Banco Central independente tira a comida do prato dos mais pobres. E um no qual se afirma o pré-sal no marinismo seria relegado ao segundo plano, resultando em menos dinheiro de bancos públicos para programas como o Minha Casa, Minha Vida.

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Aécio só tem uma saída: dedicar-se a Minas Gerais
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Fernando Rodrigues

Candidato tucano ao governo mineiro, Pimenta da Veiga corre risco de derrota

Se perder no próprio Estado, Aécio fica fragilizado dentro do PSDB para 2018

Os 19% do tucano na eleição presidencial são insuficientes para sonhar com 2º turno

Vanderlei Almeida/AFP - 10.set.2014

O resultado divulgado hoje pelo Ibope sobre a disputa para governador de Minas Gerais não deixa opções para o candidato a presidente pelo PSDB, Aécio Neves: o tucano está quase obrigado a retornar para seu Estado natal para não sofrer uma derrota humilhante entre os mineiros.

Segundo o Ibope, o candidato do PT a governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, tem 43% de intenções de voto. O nome do PSDB, Pimenta da Veiga, tem apenas 23%, ou seja, 20 pontos a menos do que o petista.

É verdade que Aécio Neves está com honrosos 19% na pesquisa presidencial Ibope, mas continua muito distante de Dilma Rousseff (PT) e de Marina Silva (PSB). Ocorre que esses 19% são a mesma pontuação que o tucano tinha no final de agosto no Ibope. Ou seja, ele não saiu do lugar.

O que ainda dá algum alento ao PSDB é o fato de os mineiros continuarem honrando a fama de esconderem o jogo até a última hora. Na pesquisa Ibope, 10% dizem que vão votar em branco ou nulo. E outros 17% declaram ainda não terem decidido –apesar de faltarem só 19 dias para a eleição.

Aécio está em um distante terceiro lugar na disputa presidencial. Se sofrer uma derrota na disputa pelo governo de Minas Gerais, o tucano ficará fragilizado em seu próprio partido.

Em 2018, o PSDB novamente tentará disputar a Presidência da República –o tamanho da votação de Aécio e o seu desempenho em solo mineiro é que vai determinar se ele terá chances de ser candidato novamente.

Tudo considerado, sobra para Aécio nesta fase final do ciclo eleitoral se concentrar em Minas Gerais para tentar reverter o cenário que é, por enquanto, péssimo para o tucano em seu próprio Estado.

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Hoje à meia-noite termina de uma vez o “volta, Lula”
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Fernando Rodrigues

Resolução do TSE estabelece 15 de setembro como prazo limite para substituição de candidatos

A partir de amanhã, só podem ser trocados candidatos em “caso de falecimento”

Sergio Moraes/Reuters - 15.set.2014

Lula participa de ato na manhã desta 2ª feira (15.set.2014) em frente à sede da Petrobras, no Rio. Foto: Sergio Moraes/Reuters

Um espectro que rondou o atual processo eleitoral –e o PT, em particular– vai sumir do cenário nesta 2ª feira (15.set.2014) à meia-noite. É quando termina o prazo oficial para a substituição de candidaturas. Ficará definitivamente inviabilizado o movimento “volta, Lula”, defendido com muito vigor por várias alas petistas até bem recentemente.

Mas a data de hoje talvez seja ainda mais emblemática.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 68 anos. Não sendo candidato neste ano de 2014, terá 72 anos em 2018, na próxima disputa presidencial. Será candidato daqui a 4 anos? Impossível prever.

Não há casos na história brasileira de presidentes que tenham ficado 8 anos fora do poder (Lula governou 8 anos, de 1º.jan.2003 a 31.dez.2010) e retornado depois ao comando do país. Lula seria uma exceção.

Se se consolidar no Brasil a ideia de “nova política” e de forte rejeição aos políticos mais tradicionais, uma volta de Lula em 2018 seria ainda mais incerta.

No atual período democrático, iniciado em 1985, sempre falou-se esporadicamente na possibilidade de um ex-presidente voltar ao Planalto. No início de 1989, era muito presente a especulação sobre Jânio Quadros se candidatar. Em 1998, Itamar Franco fez de tudo para ser indicado pelo PMDB para a corrida presidencial.

Agora, em 2014, o movimento “volta, Lula” rondou os cenários políticos de forma incessante –até bem recentemente, como mostra este post de 4.set.2014.

Tudo somado, este 15 de setembro de 2014 pode ser não só o fim do movimento “volta, Lula”. Se o ex-presidente não voltar a se candidatar agora ou em 2018 –como muitos ainda desejam–, hoje poderá representar também o fim oficial da carreira eleitoral presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva.

Sobrará para o petista, é claro, a possibilidade de disputar outros cargos. Por exemplo, o de governador de São Paulo, como uma vez sugeriu João Santana, para dar ao PT o Estado no qual o PT nunca esteve no comando.

A informação sobre o prazo limite para a substituição de candidaturas agora em 2014 está na agenda “Poder e Política na semana”, mais conhecida como “o drive político da semana”. É mais completa agenda do poder –divulgada sempre nas manhãs de segunda-feira, aqui no Blog.

Eis o trecho da resolução 23.405, do TSE, que trata do prazo limite para substituição de candidatos na eleição de 2014 (grifos do Blog):

RESOLUÇÃO Nº 23.405

CAPÍTULO VII

DA SUBSTITUIÇÃO DE CANDIDATOS E DO CANCELAMENTO DE REGISTRO

Art. 60. O partido político poderá requerer, até a data da eleição, o cancelamento do registro do candidato que dele for expulso, em processo no qual seja assegurada a ampla defesa, com observância das normas estatutárias (Lei nº 9.504/97, art. 14).

Art. 61. É facultado ao partido político ou à coligação substituir candidato que tiver seu registro indeferido, inclusive por inelegibilidade, cancelado ou cassado, ou, ainda, que renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro (Lei nº 9.504/97, art. 13, caput; LC nº 64/90, art. 17; Código Eleitoral, art. 101, § 1º).

§ 1º A escolha do substituto será feita na forma estabelecida no estatuto do partido político a que pertencer o substituído, devendo o pedido de registro ser requerido até 10 dias contados do fato ou da notificação do partido da decisão judicial que deu origem à substituição (Lei nº 9.504/97, art. 13, § 1º).

§ 2º A substituição poderá ser requerida até 20 dias antes do pleito, exceto no caso de falecimento, quando poderá ser solicitada mesmo após esse prazo, observado em qualquer hipótese o prazo previsto no parágrafo anterior.

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Na TV, Marina cobra Lula e diz que PT usa “preconceitos” e “mentiras”
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Fernando Rodrigues

Candidata do PSB faz ataque direto ao ex-aliado e ao PT

Marina-programa-13set2014

Cena do programa eleitoral do PSB de 12.set.2014, no qual Marina cobra PT e Lula

 

A candidata a presidente pelo PSB, Marina Silva, faz hoje sua resposta mais emocionada na TV contra as críticas que vem recebendo nos comerciais de sua adversária, Dilma Rousseff (PT). A pessebista acusa o petismo de usar contra ela “os mesmos preconceitos, as mesmas mentiras” das quais no passado Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo.

Na prática, Marina afirma que hoje Lula e o PT mentem e são preconceituosos contra ela. No programa eleitoral do PSB que vai ao ar hoje, às 13h na TV, Marina começa dizendo que no passado, ajudou a combater os ataques a Lula (pois foi filiada ao PT nos anos 80 e 90).

Eis a fala inicial da candidata do PSB em seu programa:

Eu colocava a camisa do Lula e ia combater cada preconceito que era lançado contra ele: ‘Não tem experiência administrativa, não tem como governar o Brasil, é analfabeto”… Tudo o que é defeito. E a gente ia pra frente de batalha para defender…. Olhe, eu nunca imaginei que eles iriam usar os mesmos preconceitos, as mesma mentiras. Nem criativos são. Não me abalo. O povo brasileiro vai fazer a sua escolha”.

Em seguida vem uma biografia da candidata, exaltando o fato de ela ter sido alfabetizada aos 16 anos. O programa termina com um coro de militantes cantando e batendo palmas: “Olha a Marina chegando, olha a Dilma saindo. Ela tá chegando pra mudar nosso destino. Ela tá chegando pra mudar nosso destino”.

A campanha do PSB está começando a se estruturar mais. O programa de TV deste sábado foi testado em grupos de eleitores antes de ser aprovado para ir ao ar. O impacto sobre as pessoas que assistiram foi considerado bem positivo para reforçar a imagem de Marina nesta fase do processo eleitoral.

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Há um movimento de desmobilização no PSDB de Minas Gerais
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Fernando Rodrigues

Comitês de campanha do tucano Pimenta da Veiga começam avisar sobre demissões

Divulgação

Há desde ontem (2.set.2014) um clima de desalento na campanha do PSDB pelo governo de Minas Gerais. Alguns comitês do candidato tucano Pimenta da Veiga estão sendo praticamente desativados. Algumas pessoas já foram notificadas que serão dispensadas.

A escolha de Pimenta da Veiga como candidato a governador pelo PSDB em Minas Gerais foi uma decisão consensual entre Aécio Neves (que disputa o Palácio do Planalto pelo partido) e Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente). FHC é amigo de Pimenta.

Ocorre que a campanha de Pimenta nunca decolou, como mostram as últimas pesquisas. Quem lidera a disputa é o candidato do PT, Fernando Pimentel.

Não está claro ainda se o movimento de desmobilização no PSDB mineiro se dá por falta de recursos ou por desânimo geral com a candidatura –ou até por causa desses dois motivos.

O efeito é ruim também para a campanha presidencial de Aécio, que perderá musculatura eleitoral em seu próprio Estado.

p.s.: o jornal “O Tempo” noticiou que “pelo menos 2.000 cortes são esperados para os próximos dias no comitê de Pimenta da Veiga (PSDB)“.

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PT e PSDB só têm 4 candidatos cada um com chances de vencer nos Estados
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Fernando Rodrigues

Nas 27 disputas, quem está mais bem posicionado é o PMDB, com 9 nomes na liderança

PSB, que hoje governa 5 Estados, não tem agora nenhum franco favorito nas pesquisas

Principais postulantes ao Palácio do Planalto há 20 anos, o PT e o PSDB têm apenas 4 candidatos cada um com chances de sucesso nas disputas pelos governos dos 26 Estados e do Distrito Federal.

Essa é uma das conclusões de um levantamento que o Blog acaba de fazer com as 27 pesquisas mais recentes sobre as eleições de governadores.

O Blog tem o maior acervo de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com dados desde o ano 2000.

Neste ano, de acordo com as últimas pesquisas realizadas antes do início da propaganda eleitoral em rádio e TV (em 19.ago.2014), momento considerado o da largada da campanha, o PSDB aparece com candidatos a governador numericamente em primeiro lugar em Goiás, Paraíba, Paraná e São Paulo. O PT lidera no Acre, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Piauí.

Eis como está a disputa nas 27 unidades da Federação, segundo as últimas pesquisas disponíveis:

tabelanova

Como se observa na tabela acima (e também no post abaixo), os tucanos governam hoje 5 Estados (Alagoas, Goiás, Pará, Paraná e São Paulo). Nesse universo, estão no páreo como favoritos absolutos apenas em 3.

Os petistas estão no comando hoje do Acre, Bahia, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. Nessas localidades, lideram apenas no Acre –Estado sob o PT há 16 anos (leia o histórico dos partidos dos Estados no post abaixo).

Este ano, 18 dos 27 governadores disputam a reeleição. Desses, apenas 3 despontam com favoritos para ganhar já no primeiro turno de 5 de outubro.

A seguir, uma compilação com o número de candidatos competitivos de cada partido:

projecoesEste Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

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Só 1 Estado tem o mesmo partido no governo desde 1994: São Paulo
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Fernando Rodrigues

Desde quando as eleições para governadores passaram a ser casadas (no mesmo dia, mês e ano) com a disputa presidencial, em 1994, só uma das 27 unidades da Federação foi comandada por apenas um partido: São Paulo, sob a égide do PSDB há 20 anos.

Em todos os outros 25 Estados e no Distrito Federal houve alguma alternância de poder.

Depois do PSDB em São Paulo, a dinastia mais longeva é a do PT, no Acre, onde os petistas chegaram ao poder em 1998.

Neste ano de 2014, o PSDB desponta como favorito claro em São Paulo (com a reeleição de Geraldo Alckmin). E o PT também tende a ficar no comando do Acre (Tião Viana está à frente nas pesquisas).

Eis uma compilação do Blog com o histórico dos partidos que venceram as eleições nos Estados e no Distrito Federal desde 1994:

Governadores-historico-1994-2014

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

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Lula protesta contra TV Globo em comício
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Fernando Rodrigues

ex-presidente reclama do critério da emissora para dar cobertura a candidatos na campanha eleitoral

Dilma e Lula em ato de centrais sindicais, em São Paulo (7.ago.2014) - reprodução

Dilma e Lula em ato de centrais sindicais, em São Paulo (7.ago.2014) – reprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma crítica à TV Globo na noite desta quinta-feira (07.ago.2014) durante um comício na cidade de São Paulo.

No evento promovido por centrais sindicais para a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, Lula disse ao final de sua fala que iria fazer “um protesto”.

Afirmou que já foi “vítima de todas as sacanagens que vocês podem imaginar” em eleições passadas. Aí, de maneira indireta, mencionou que nesta semana começou a cobertura eleitoral no noticiário televisivo –referindo-se à TV Globo, que desde segunda-feira (4.ago.2014) menciona em seus telejornais as atividades de candidatos a presidente e a governador.

Aí Lula disse que no caso de candidatos a presidente, o critério usado pela TV Globo inclui os que estejam pontuando acima de 6% nas pesquisas de intenção de voto. “Como eles criticam o governo o tempo todo, eles querem fazer os adversários crescer”, afirmou o ex-presidente. No caso, “eles” foi uma referência à Globo, indicando que a emissora teria interesse em colocar o máximo de adversários de Dilma Rousseff no seu noticiário nacional.

Em seguida, o petista falou que no Estado de São Paulo o critério foi outro. “Aqui [em São Paulo] é 10%”, afirmou. E explicou: “É para tirar o Padilha da TV”. O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, tem menos de 10% nas pesquisas. O favorito no momento na disputa paulista é o atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB).

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