Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : PT

Comercial com discurso do medo foi eficaz para Dilma
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Pesquisa Ibope indica que presidente pode ter estancado erosão na sua taxa de intenção de votos

Reprodução

Saiu uma pesquisa Ibope realizada nos dias 15 a 19 de maio de 2014. O resultado mostra Dilma Rousseff (PT) com 40% das intenções de voto. Em segundo lugar está Aécio Neves (PSDB), com 20%. Depois, Eduardo Campos (PSB), com 11%.

Um levantamento do Datafolha, no início de maio, mostrava um cenário semelhante: Dilma com 37%, Aécio em 20% e Eduardo Campos com 11%.

O que significa o resultado da pesquisa Ibope? Duas coisas principais.

Primeiro, que aparentemente os pré-candidatos a presidente estão se consolidando cada um no seu patamar. É uma escadinha muito parecida como todas as eleições anteriores na parte de cima da disputa: 40%, 20% e 11%

Segundo, que o “comercial do medo” (reprodução acima), narrativa usada com vigor pelos petistas em todos os níveis, teve o efeito esperado: Dilma Rousseff parece ter estancado a erosão de seus percentuais de intenção de votos.

Interessa ao PT e a Dilma manter um patamar mínimo de 35% (ou, preferencialmente, 40%, como mostra o Ibope) para atravessar confortavelmente o “deserto” de dois meses (junho e julho), quando o país estará ligado na Copa do Mundo. Em agosto, a campanha estará mais aberta nas ruas. Como o PT terá o maior tempo de propaganda em rádio e TV, o marqueteiro João Santana espera massacrar os adversários com seus comerciais.

Neste momento, como apontado nesta análise, Dilma não pode deixar nenhum voto mais se desgarrar do seu rebanho mais fiel. Foi esse o objetivo principal do comercial do medo. Por enquanto, deu certo.

O blog está no Twitter e no Facebook.


TSE proíbe PT de usar comercial dos “fantasmas do passado”
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

fantasmas3

A ministra Laurita Vaz, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), proibiu o PT de continuar veiculando o comercial de televisão sobre os “fantasmas do passado”.

A propaganda foi transmitida pela primeira vez na 3ª feira (13.mai.2014) passada. O vídeo, antecipado pelo Blog, explora o discurso do medo para tentar alavancar a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição.

O diretório nacional do PSDB ingressou com ação na Justiça para tentar tirar a propaganda do ar. Os tucanos argumentaram que o comercial seria destinado a fazer propaganda eleitoral antes do prazo permitido em lei, com o objetivo de atacar os opositores ao governo federal.

Segundo o PSDB, a referência “ao passado” seria uma menção implícita ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e, portanto, aos tucanos.

A decisão da ministra Laurita Vaz, publicada na 2ª feira (19.mai.2014), foi divulgada apenas nesta 4ª feira (21.mai.2014). A magistrada afirma que a peça sinaliza, “ainda que de forma dissimulada”, para a continuidade do governo Dilma. Segundo ela, os petistas não poderiam ter utilizado o seu tempo de propaganda partidária com essa finalidade.

Para entender a decisão da ministra Vaz é necessário distinguir a propaganda partidária da propaganda eleitoral.

Os partidos têm direito a fazer propaganda partidária em um programa longo, de 10 minutos, e diversas inserções curtas a cada semestre. O objetivo é permitir que eles difundam seus programas partidários, transmitam mensagens aos filiados sobre eventos e divulguem sua posição sobre temas “político-comunitários”. Não é permitido fazer campanha eleitoral.

A propaganda eleitoral, que neste ano começa oficialmente em 6 de julho, é destinada à campanha. Mas é comum que os partidos tentem “anabolizar” as suas propagandas partidárias, sempre sob o risco de as verem barradas no TSE.

A ministra Vaz determinou liminarmente a suspensão imediata do comercial do PT sobre os “fantasmas do passado”, até decisão final do Tribunal. A punição não retira os minutos de inserções aos quais o PT tem direito e a legenda poderá usar esse tempo com outros comerciais.

O vídeo dos “fantasmas do passado”, de 1 minuto de duração, foi veiculado pelo PT na última 3ª feira (13.mai.2014) e 5ª feira (15.mai.2014), quando o PT teve direito a 3 minutos diários de inserções em todos os canais de televisão do país. O comercial também foi utilizado no início da propaganda partidária do PT de 10 minutos, veiculada na 5ª feira (15.mai.2014).

A decisão do TSE, na prática, neste momento não tem muito efeito. O PT já recorreu para derrubar essa decisão da ministra e terá tempo para buscar isso. Sua próxima janela de exibição nas televisões ocorre no dia 10 de junho.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Kassab reafirma a Dilma apoio à reeleição
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Ex-prefeito paulistano e presidente do PSD foi ao Planalto na última 4a feira

Kassab disse a Dilma que seu partido ficará com a presidente em outubro

Meirelles como candidato a vice-presidente de Aécio Neves é opção remota

Alan Marques/Folhapress - 20.nov.2013

Está próxima de zero a possibilidade de o PSD, do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, desertar do governo federal do PT e embarcar na canoa do PSDB na disputa presidencial.

Não foi noticiado, mas Kassab esteve com Dilma Rousseff para um encontro reservado na última quarta-feira (14.mai.2014), no Palácio do Planalto, em Brasília.

Nessa conversa, Kassab foi logo pedindo desculpas pelo tom de um comercial do PSD de Minas Gerais, que havia feito um ataque a Dilma Rousseff de maneira frontal na semana anterior. O Blog noticiou o assunto.

Dilma aceitou as desculpas de Kassab. Ouviu do ex-prefeito que o PSD deve reafirmar em convenção nacional em junho o apoio oficial à reeleição da petista.

Kassab entende que neste momento seria um desastre completo para o PSD desertar de Dilma Rousseff e escolher um outro candidato a presidente. O ganho seria pequeno e não compensaria o custo político, altíssimo.

O PSD é um partido que nasceu sob o signo da desconfiança, em 2011. Seria apenas mais uma sigla oportunista e de aluguel. Iria se mover ao sabor das ofertas do poder.

Para tentar debelar essa imagem, Kassab montou um sistema de consultas formais aos 27 diretórios do PSD nos Estados e no Distrito Federal. Essas consultas, por óbvio, tinham grande influência do próprio Kassab. Ainda assim, o método divulgado à mídia era uma novidade. É raro um partido não ideológico se comportar dessa forma.

As consultas resultaram numa ampla maioria dos diretórios do PSD a favor do apoio formal à campanha de reeleição de Dilma Rousseff. Essa adesão é muito relevante para a presidente. O PSD tem hoje o terceiro maior tempo de TV e de rádio no horário eleitoral, empatado (com diferença de alguns segundos) com o PSDB (os maiores tempos são do PT e do PMDB, nessa ordem).

Tempo de rádio e de TV é vital para campanhas políticas no Brasil.

Com o anúncio da adesão a Dilma de forma tão antecipada, Kassab deseja que o PSD ocupe um espaço vago na política brasileira. Esse papel era desempenhado pelo antigo PFL (agora Democratas), como uma sigla de centro-direita confiável quando se propunha a fazer acordos.

Desistir de Dilma Rousseff agora que a presidente está enfrentando dificuldades em nada colaboraria para construir a imagem pretendida por Kassab para o PSD. Insistir nessa aliança, mesmo num momento não tão positivo para o Planalto, faz o PSD subir mais alguns degraus na direção de ser uma sigla (embora não ideológica) confiável para fazer acertos políticos.

HENRIQUE MEIRELLES E JOSÉ SERRA
Mas então é impossível Kassab e o PSD desistirem de Dilma agora? Em política, nada é impossível. Mas há indicações reais de que são furadas, pelo menos, as especulações sobre Henrique Meirelles (o ex-presidente do Banco Central é filiado ao PSD) ser o candidato a vice-presidente do tucano Aécio Neves.

Há nuances que não foram captadas pelas notícias a respeito desse assunto.

Aécio Neves está à caça de um candidato a vice-presidente que de fato o ajude na campanha eleitoral –sobretudo em solo paulista. O PSD colaboraria muito por causa do seu tempo de TV.

Ocorre que Henrique Meirelles ao lado de Aécio Neves como candidato a vice-presidente seria também um problema de razoáveis proporções para o tucano na campanha em São Paulo.

Por quê? Porque Aécio Neves tem hoje 2 problemas em São Paulo (e um terceiro seria a escolha de Meirelles).

Primeiro, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), tentará se reeleger e não dá indicações de que fará algum esforço real para ajudar Aécio a ganhar o Planalto.

O segundo problema de Aécio em São Paulo se chama José Serra, o tucano paulista que sonhou a vida inteira em ser presidente da República. Serra não nutre admiração por Aécio. Por enquanto, nada indica que Serra vá ajudar na campanha presidencial do seu colega de partido (apesar, é claro, das declarações oficiais).

Em resumo, mais do que um candidato a vice-presidente, Aécio Neves precisa de um nome que o ajude a pacificar o PSDB de São Paulo. Serra seria esse nome. Se entrasse na chapa de Aécio, não teria como não fazer campanha. E como efeito colateral, empurraria Alckmin também para a linha de frente aecista.

Ocorre que Serra ontem (18.mai.2013) anunciou que não deseja ser candidato a vice-presidente.

Não há como saber se Serra faz tal declaração para aumentar ainda mais o valor de seu passe até a data da convenção nacional do PSDB, em 14 de junho, quando a chapa poderá ser anunciada –embora nessa data possa sair só o nome do candidato a presidente; o do vice ficaria para até o último minuto de 30 de junho, o prazo legal.

Noves fora as especulações, no momento, sabe-se que Serra está dizendo em público que não será o candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Aécio.

E onde entra Henrique Meirelles nessa equação como o “terceiro problema”? Simples: Meirelles é uma personalidade incompatível com José Serra. O tucano não tem admiração (para dizer o mínimo) pelas ideias do ex-presidente do Banco Central.

Se a chapa do PSDB fosse composta por Aécio Neves e Henrique Meirelles, os tucanos paulistas liderados por Serra ficariam muito insatisfeitos. A dupla Aécio-Meirelles seria desprezada pelos serristas.

Ou seja, o problema político de Aécio só vai piorar em São Paulo se o seu candidato a vice fosse Meirelles.

Este Blog notou nos últimos dias que esse balão de ensaio sobre Meirelles como vice de Aécio foi muito mais inflado pelo mercado financeiro do que por forças políticas reais na disputa presidencial.

Para terminar, mais uma informação dos bastidores desse processo. No caso de ocorrer o altamente improvável descolamento do PSD de Dilma Rousseff, o partido teria um nome certo para ser candidato a vice-presidente República: Gilberto Kassab, que agora só aparece como possível candidato a vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin, em São Paulo.

Kassab é amigo de Serra, a quem é muito fiel.

Kassab resolveria os problemas de Serra se fosse vice de Aécio. O tucano teria alguém de sua inteira confiança política dentro do projeto presidencial do PSDB. Não precisaria se humilhar ficando na posição subalterna de vice de alguém que não aprecia verdadeiramente.

E Kassab resolveria também os problemas de Aécio: daria mais tempo de TV e de rádio para o tucano. E pacificaria o cenário no PSDB de São Paulo.

Mas as chances de toda essa bruxaria política se materializar são mínimas, quase inexistentes. Tão pequenas quanto as de Luiz Inácio Lula da Silva tomar o lugar de Dilma Rousseff na corrida pelo Planalto.

O blog está no Twitter e no Facebook.


YouTube derrubou página do PT por várias horas
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Comercial do partido ficou inacessível; legenda suspeita de ataque antipetista

A disputa eleitoral nos meios digitais será pesada neste ano. Um exemplo se deu na noite de 5ª feira (15.mai.2014), quando a página do PT no YouTube foi derrubada e ficou fora do ar até por volta das 11h desta 6ª feira (16.mai.2014).

A queda da página petista ocorreu justamente no momento em que o partido tinha interesse em promover o vídeo de 10 minutos do programa de TV que colocou no ar na noite de 5ª feira, mostrando o que considera avanços da gestão de Dilma Rousseff (assista abaixo).

 

Segundo o Blog apurou, a página petista caiu porque muitos usuários (possivelmente adversários do PT) “denunciaram” o vídeo dizendo que o conteúdo era impróprio. O YouTube derruba as páginas automaticamente quando há muitas reclamações. Depois, um funcionário verifica o que houve. No caso do PT, ficou provado que não havia conteúdo que ferisse a política do site e os vídeos voltaram a ficar disponíveis.

Quem tentava acessar a página encontrava a seguinte mensagem:

“Esta conta foi suspensa devido a múltiplas ou graves violações da política do YouTube relacionada a spam, jogos, conteúdo enganoso ou outras violações dos Termos de Serviço” (reprodução abaixo).

PT-YouTube2

O ocorrido foi um revés para o PT, que pretendia aumentar a repercussão do seu programa de TV exibido na 5ª feira. O programa repete o comercial de 1 minuto que havia sido exibido no início da semana, mostrando o que o partido chama de “fantasmas do passado”, como inflação e desemprego. Esse vídeo está na TV UOL.

Todos os vídeos do YouTube permitem aos usuários denunciar conteúdo abusivo nas seguintes categorias: Conteúdo sexual, Conteúdo violento ou repulsivo, Conteúdo abominável ou abusivo, Atos perigosos, Abuso infantil, Spam ou enganoso, Infringe meus direitos e Relatório de legendas (CVAA).

O YouTube informa: “Vídeos e usuários denunciados são analisados pela equipe do YouTube 24 horas por dia, sete dias por semana, para determinar se eles violam as Diretrizes da comunidade. As contas são penalizadas por violações dessas diretrizes, sendo que violações graves ou repetidas podem levar ao encerramento da conta”.

O blog está no Twitter e no Facebook.


PT copia FHC de 1998 e usa discurso do medo para alavancar Dilma
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

O PT divulga na noite desta 3ª feira (13.mai.2014) comercial de televisão de 1 minuto no qual explora o discurso do medo para tentar alavancar a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição.

As imagens mostram pessoas empregadas, com acesso a remédios, estudo e lazer, em contraposição com pessoas desempregadas, passando fome e pedindo dinheiro em semáforos, que seriam “fantasmas do passado”, o título do comercial petista. Assista ao comercial abaixo:

 

O locutor, em tom dramático, alerta: “Não podemos deixar que os fantasmas do passado voltem e levem tudo o que conseguimos”. Ao final, diz que “não podemos dar ouvidos a falsas promessas”, em referência indireta às propostas que vêm sendo feitas por candidatos da oposição a presidente da República, como Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

Aécio tem falado, por exemplo, em adotar “decisões impopulares” na economia, e Campos promete buscar uma inflação anual de 3% a partir de 2019.

Essa estratégia é muito semelhante à utilizada em 1998 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que enfrentava dificuldades com sua taxa de popularidade e o estado geral da economia.

À época, FHC usou o discurso do medo dizendo que só ele seria preparado para continuar a combater a inflação, que havia começado a ser debelada em 1994. O adversário do tucano, em 98, era Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que perdeu aquela eleição.

O comercial do PT usa agora uma estratégia que já rechaçou e conseguiu derrotar em 2002. Naquele ano, o PSDB novamente tentou usar o discurso do medo para eleger José Serra, apresentado ao eleitorado como o único capacitado para manter as conquistas de estabilidade econômica dos anos FHC (e até usou a atriz Regina Duarte em um filme). Lula era o candidato de oposição pela quarta vez consecutiva. O publicitário petista à época, Duda Mendonça, criou o slogan “a esperança vai vencer o medo”. O PT ganhou.

O comercial de hoje foi produzido pela Polis, do marqueteiro João Santana. A criação é de Antonio Meirelles, João Santana e Marcelo Kertész. O filme foi dirigido por Henry Meziat, com direção de fotografia de Franco Pinochi e locução de Antonio Grassi.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Bateu, levou: Dilma rebate críticas do PSD sobre obras em Minas Gerais
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

A presidente Dilma Rousseff, que foi a Ipatinga (MG) nesta 2ª feira (12.mai.2014) assinar ordem de serviço para duplicar a BR-381, usou sua conta no Twitter para responder a críticas feitas pelo PSD mineiro em comercial de TV sobre obras prometidas e não realizadas no Estado.

O Blog noticiou (no post abaixo) que a propaganda, veiculada na 6ª feira (9.mai.2014), tinha como pano de fundo uma imagem de Dilma dando as mãos ao ex-ministro Fernando Pimentel, candidato do PT a governador do Estado, e uma locutora questionando a não realização de 3 obras: duplicação da BR-381, Anel Rodoviário de Belo Horizonte e ampliação do Metrô da capital mineira. “Mesmo Pimentel sendo o melhor amigo da presidenta”, enfatizava o comercial.

Dilma usou seu perfil no Twitter para rebater os 3 ataques do PSD, de Gilberto Kassab, que em público tem prometido apoiar a reeleição da presidente:

1) Duplicação da BR-381: disse que investirá R$ 2,5 bilhões para “cumprir o compromisso” de duplicar a rodovia.

2) Anel Rodoviário: afirmou ter colocado R$ 1,3 bilhão em recursos federais à disposição para a obra, mas sua execução cabe ao governo do Estado.

3) Expansão do Metrô: disse que desde abril de 2012 estariam assegurados recursos federais para a ampliação da linha 1 e a construção das linhas 2 e 3, mas sugeriu que o início das obras depende do governo mineiro: “O governo do Estado, através da Metrominas, prometeu entregar o projeto executivo do metrô de BH agora em maio”, escreveu.

Dilma mostra estar atenta às últimas orientações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu para ela não deixar nenhuma crítica sem resposta e adotar a linha do “bateu, levou”. Leia, abaixo, os posts de Dilma no Twitter:

printdilmaEm nota divulgada na noite desta 2ª feira, o governo de Minas Gerais afirma que a obra do Anel Rodoviário “sempre foi e continua sendo de responsabilidade do governo federal” e que o governo mineiro “se ofereceu para elaborar o projeto de engenharia do empreendimento”, já concluído. Segundo a nota, o governo federal até o momento “não repassou ao governo do Estado nenhum centavo para execução das obras”.

Sobre a expansão do Metrô de Belo Horizonte, a nota informa que a linha 2 será feita por Parceria Público-Privada, e não pelo governo federal, e que os projetos para a extensão da linha 1  e a construção da linha 3 “estão prontos, dentro do prazo estabelecido, que é neste mês de maio”.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Dilma tem vitória apertada no PT para escolher Arlindo Chinaglia
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Planalto jogou pesado para indicar o novo vice-presidente da Câmara

Chinaglia teve 44 votos contra 38 de Luiz Sérgio na bancada do PT

Partido está rachado a respeito de apoiar Dilma com vigor na eleição de outubro

A escolha do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) para ser o vice-presidente da Câmara significa uma vitória do Palácio do Planalto, que se envolveu diretamente na disputa.

A vaga de vice-presidente da Câmara estava para ser preenchida porque André Vargas renunciou ao cargo. Vargas era filiado ao PT do Paraná. Agora está sem partido por causa da eclosão do escândalo que o envolveu com o doleiro Alberto Youssef.

Arlindo Chinaglia, o novo vice-presidente da Câmara, era até hoje (7.mai.2014) o líder do governo de Dilma Rousseff na Casa. Ou seja, é um nome de confiança do Palácio do Planalto.

Mas o mais significativo foi a dificuldade que a presidente da República enfrentou para emplacar o nome de Chinaglia dentro do próprio PT. Foi uma vitória magra.

A bancada petista se reuniu para decidir quem seria indicado para ser o vice-presidente da Câmara e dois candidatos se apresentaram. Um foi Chinaglia. O outro, Luiz Sérgio, deputado petista eleito pelo Rio de Janeiro, ligado ao movimento “Volta, Lula” e do mesmo grupo de André Vargas.

O resultado da votação foi apertado: 44 deputados petistas escolheram Chinaglia contra 38 que preferiram Luiz Sérgio. Um petista votou nulo.

Ou seja, apesar de o Planalto ter jogado todo o seu peso na escolha de Chinaglia, com ministros telefonando para cabalar votos, Dilma teve uma vitória desidratada.

O que isso significa? Que o PT hoje está rachado a respeito do futuro de Dilma Rousseff. A presidente não tem força hoje para chegar a um consenso dentro da legenda quando precisa indicar alguém para um cargo secundário dentro do Congresso.

O blog está no Twitter e no Facebook.

 


Relação de Vargas com doleiro “não encontra justificativa”, diz Gleisi
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) acha que a relação entre o deputado petista André Vargas, do Paraná, com um doleiro “é um envolvimento que não encontra justificativa para ter acontecido e acaba impactando no PT e na política”.

Em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, a ex-ministra da Casa Civil afirma que a eventual renúncia de André Vargas ao mandato de deputado “é uma decisão de foro íntimo” que só cabe a ele. “Não me cabe fazer julgamentos nem condená-lo nem absolvê-lo”, declarou.

Antes de ficar conhecida a relação entre Vargas e o doleiro Alberto Youssef, no momento preso, o petista faria parte da coordenação da campanha de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná. A senadora acha que o colega de partido “tem direito de fazer a sua defesa” e “decidir se vai renunciar ou não”. E se ele preferir ficar no Congresso? “As instituições a que ele está ligado, tanto o PT como a Câmara dos Deputados, têm processos próprios de averiguação”.

Na avaliação de Gleisi, mesmo com a renúncia de Vargas o impacto político do episódio tende a se arrastar durante toda a campanha eleitoral deste ano no Paraná. “O fato em si foi muito negativo. Não só para o PT, mas para a política brasileira. É mais uma denúncia, é mais uma descrença na política que a gente tem que recuperar. Não sei se o fato de renunciar, de esclarecer, pode recuperar tudo isso”.

Ao comentar uma reportagem da revista “Veja” que cita um comentário que Vargas teria feito a colegas afirmando que a empresa de publicidade Heads, do Paraná, teria um esquema para favorecer a ela e a seu marido, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), Gleisi respondeu que não há “nenhum fato concreto, a não ser insinuações de que alguém disse que havia alguma coisa”.

Sobre a agência Heads, a senadora disse conhecer Cláudio Loureiro, presidente da empresa. “Temos uma relação cordial com ele, um empresário do Estado, mas nunca tive nenhum serviço prestado pela Heads, que nunca fez nenhuma campanha, nunca me assessorou em nada”, diz.

Uma das mais ativas defensoras do governo no Senado, Gleisi acha que se tornou inevitável a instalação de uma CPI da Petrobras e prefere que a investigação seja a que foi proposta só no Senado, e não no Congresso (que incluiria deputados e senadores).

Até agora o governo jogou com todas as possibilidades de CPI, propondo investigações apenas no Senado e também no Congresso, sempre incluindo a Petrobras e outros casos como o do Metrô de São Paulo (para atingir o PSDB) e sobre o porto de Suape, em Pernambuco (para alvejar o PSB).

A senadora avalia que na semana que vem, depois do feriado de Páscoa, tanto o plenário do Senado como o Supremo Tribunal Federal devem dar resposta a pendências que até agora impediram a instalação da CPI da Petrobras.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Site próximo ao PT aponta uso de “robôs” por Campos e Aécio na web
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Técnica eleva artificialmente a relevância de páginas nas redes sociais

Campos nega prática e afirma que perfil foi atacado; Aécio se diz alvo de calúnias

(texto atualizado às 19h42)

A equipe de comunicação de Eduardo Campos, pré-candidato do PSB à Presidência da República, estaria utilizando perfis falsos nas redes sociais, conhecidos como “robôs”, para aumentar a sua influência, acusou na 4ª feira (9.abr.2014) o “Muda Mais”. Esse site tem registro anônimo no exterior e é comandado por pessoas que trabalham próximas ao PT, segundo apurou o Blog.

A acusação do site pró-PT não pode ser comprovada.

O “Muda Mais” diz ter analisado 4 posts de Campos no Twitter e concluiu que cada um deles havia sido replicado por 5 mil “robôs” diferentes. Também publicou uma lista dos supostos 5 mil “robôs” que teriam replicado os posts de Campos. Nesta 5ª feira (10.abr.2014), o site acusou a campanha do tucano Aécio Neves de também usar “robôs”.

A prática é malvista nas redes sociais pois atribuiu uma falsa aparência de relevância para determinados perfis ou mensagens.

Este pode ser um dos primeiros episódios de ataque virtual em massa na campanha presidencial deste ano. Para desmoralizar um determinado perfil no Twitter, basta inundá-los de retuítes de “robôs”, algo facilmente perceptível.

Este caso envolvendo o uso de “robôs” tem vários aspectos obscuros.

O “Muda Mais” fez a acusação contra Eduardo Campos na tarde do dia 9.abr.2014, por volta de 16h. Ao descrever o uso de “robôs”, o site pró-PT indicou que sua equipe monitora as operações de internet de adversários de Dilma Rousseff.

No final desse mesmo dia 9.abr.2014, a equipe de Eduardo Campos escreveu a respeito do caso dos perfis falsos em suas páginas no Facebook e no Twitter. Afirmou que condenava “veementemente” o uso de “robôs” nas redes sociais. Como essa postagem se deu por volta de 19h, parecia ser uma resposta à acusação do “Muda Mais”.

Ocorre que bem antes disso, conforme pode comprovar o Blog, a própria equipe de Campos havia enviado uma notificação ao Twitter na qual relatava ter detectado uma enxurrada de retuítes feitos por perfis fakes/”robôs”, todos com zero seguidor. O mesmo procedimento também foi registrado contra o perfil da Marina Silva.

As postagens de Campos e de Marina começaram a ser afetadas por “robôs” a partir do início de abril.

A campanha de Campos também afirmou que o suposto ataque “dificilmente se trata de coincidência, visto que o mesmo aconteceu com o perfil de Marina Silva”, mas não apontou quem teria sido o autor.

Em nota à imprensa, a campanha de Aécio não nega explicitamente o uso de “robôs”, mas diz ser alvo de calúnias de uma “rede clandestina” a serviço do PT.

Abaixo, reprodução da acusação do “Muda Mais” e a postagem de Campos.

 

mudamais

 

eduardo

O blog está no Twitter e no Facebook.


PT precisa fazer concessões, diz Berzoini, articulador de Dilma
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Com um discurso moderado e visando a reduzir a temperatura elevada nas relações entre o Palácio do Planalto e o Congresso, o novo ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, declara que seu partido, o PT, “tem que fazer concessões” para as outras agremiações que compõem a aliança de sustentação à presidente Dilma Rousseff.

Em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, ele disse: “Sou daqueles que defende que o PT aproxime a sua estratégia política em todo o Brasil com o PMDB. Também com o PP, PSD, PC do B. Com todos os partidos que fazem parte da base, no sentido de buscar uma maior harmonia na convivência. Não dá para a gente ter um foco de tensão muito forte nos Estados e ter uma aliança nacional. Quero ter harmonia nos Estados, nos municípios e no Parlamento”.

A estratégia descrita por Berzoini é a mesma defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o indicou para o cargo de ministro de Dilma Rousseff. A chegada do novo articulador político ao Planalto tem como objetivo reagrupar a aliança vitoriosa na disputa de 2010.

Como o PT já tem a maior bancada na Câmara e avança também para ampliar sua presença no Senado, há um temor de outras siglas governistas de que possam ser canibalizadas nas urnas pelos petistas. Berzoini nega essa intenção.

“Comandamos uma aliança de centro-esquerda que é responsável hoje por grandes avanços. Queremos que o PMDB, o PP, o PSD, o PC do B, o PDT e outros aliados se apropriem desses bons resultados também junto com o PT para disputar a política nacional. Não queremos uma hegemonia só do PT. Queremos uma hegemonia do conjunto da base”.

Aos 54 anos, ministro duas vezes durante o governo Lula (Previdência Social e Trabalho) e presidente nacional do PT logo depois do escândalo do mensalão, em 2005, Berzoini é hoje um político moderado nas suas respostas. “Precisamos construir no Brasil uma estratégia que vá muito além dos limites do PT. Isso significa dialogar de uma maneira muito ampla com os demais partidos”.

Na prática, o trabalho de Berzoini vai consistir de duas tarefas principais. Honrar a liberação de emendas ao Orçamento que ficaram pendentes de 2013 e assim acalmar deputados e senadores aliados. Em segundo lugar, mas não menos importante, tentará evitar que o Congresso se ocupe de votar projetos que possam ter repercussão negativa nos cofres do governo. Assim espera repetir a partir de junho uma coalizão eleitoral para sustentar a reeleição de Dilma com um número de partidos semelhante ao de 2010.

Disposto a debelar de uma vez o foco de insatisfação do PMDB na Câmara dos Deputados, Berzoini faz elogios ao acordo entre esse partido e o PT para se revezarem no comando da Casa. “Não temos qualquer tipo de dificuldade de fazer uma discussão sobre essa questão da composição do Parlamento, da composição da Mesa”, declara.

Uma das principais críticas recentes de congressistas sobre a articulação política do Planalto era a falta de poder da ex-ministra Ideli Salvatti, a quem Berzoini sucedeu. A partir de agora, diz ele, haverá “clareza e transparência nos acordos”. Promete “não fazer nenhum tipo de compromisso que não possa ser cumprido” entre o governo e o Congresso.

A fala diplomática se esvai quando o assunto é a CPI da Petrobras proposta por adversários do Planalto. A iniciativa seria só “fato político” para “encobrir o vazio programático da oposição”. Nesse contexto, “é fundamental que haja uma espécie de CPI para todos”, com investigação que atinja PSDB e PSB.

O sinal de “volatilidade” na popularidade do governo Dilma em pesquisas deve ser creditado a “um noticiário muito intenso, negativo”. Essa dúvida sobre o projeto reeleitoral dilmista reacenderá o movimento “volta, Lula”? O ministro nega: “A imensa maioria da bancada do PT não tem qualquer cogitação em relação a isso. Se tiver dois, três ou quatro pessoas que tenham essa perspectiva, não falam abertamente”.

O blog está no Twitter e no Facebook.