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PSDB quer desmontar noção de que Lula criou programas de proteção social
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Fernando Rodrigues

documento atribui a FHC a “arquitetura da rede de proteção social”

fim da inflação é apontado com essencial para programas criados

ideia é usar o argumento na campanha de Aécio Neves a presidente

O iFHC (Instituto Fernando Henrique Cardoso) publicou nesta 4ª (15.05.2013) um artigo que detalha as políticas sociais implementadas pelo tucano em sua passagem pelo Palácio do Planalto. A ideia é distribuí-lo no sábado (18.mai.2013), durante a convenção nacional do PSDB na qual o senador Aécio Neves será escolhido presidente da legenda –e dará mais um passo como pré-candidato da legenda ao Palácio do Planalto em 2014.

O documento faz parte do plano de Aécio Neves de valorizar o governo FHC, nunca bem defendido pelos candidatos tucanos à Presidência.

O texto enumera as datas e leis que fundamentaram os projetos sociais do governo tucano. E conclui que o Bolsa Família, criado pelo governo Lula, foi a união de quatro programas da era FHC: Bolsa Escola, Bolsa Família, Auxílio Gás e PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil).

Em outras palavras: o PSDB deseja alterar a noção sempre difundida pelo PT de que os programas de proteção social são criações do PT a partir da posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, em 2003.

Eis um trecho do documento, ao qual o Blog teve acesso e pode ser baixado aqui:

“As políticas sociais no Brasil mudaram de paradigma durante o período governamental de FHC. Antes, predominavam auxílios variados, quase sempre intermediados pelo poder público local: doações de cestas básicas, entrega de leite, distribuição de água na seca. Depois, estruturou-se uma rede de proteção social para combater a pobreza, introduzindo ações públicas coordenadas contra suas causas estruturais e transferências diretas de renda aos cidadãos”.

“A arquitetura da rede de proteção social construída no período governamental de FHC dependeu, inicialmente, da estabilização da economia. Com o fim do “imposto inflacionário”, que penalizava fortemente os mais pobres, pôde-se alcançar um novo patamar de combate à exclusão social, atacando as fontes geradoras da miséria”.

Xico Graziano, ex-chefe de gabinete de Fernando Henrique e autor do documento, afirma que o objetivo não é discutir o passado, mas “resgatar uma agenda liderada por FHC”.

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Nosso aliado preferencial é o PT, diz Kassab
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Fernando Rodrigues

O ex-prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, esteve em Brasília nesta semana para acelerar os acertos políticos de sua sigla para as disputas eleitorais de 2014. “Nosso aliado preferencial é o PT”, diz ele.

Num almoço ontem (9.mai.2013), Kassab se acertou com o senador Delcídio Amaral (PT-MS). Delcídio é candidato a governador de Mato Grosso do Sul e já fechou uma aliança com o PSD.

Hoje (10,mai.2013), Kassab passa o dia no Piauí fazendo acertos para as disputas desse Estado.

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Brasil mudou só com Lula e Dilma, diz PT na TV
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Fernando Rodrigues

O programa de 10 minutos que o PT coloca hoje (9.mai.2013) no ar em rede nacional de rádio e TV não deixa dúvidas sobre a mensagem da legenda daqui para a frente: o Brasil só mudou por causa da chegada dos petistas no poder.

Logo no início do programa, com direção do marqueteiro João Santana, aparece uma cena geológica do Brasil emergindo do globo terrestre, numa alusão à formação dos continentes. Aí vem um locutor e diz:

“Hoje, quase ninguém mais tem mais dúvida. Depois de dez anos de governo do PT, o Brasil decolou. Nosso país mudou de patamar. Quem fez a primeira grande mudança?”

Brasileiros aparecem na tela e respondem, em uníssono: “Lula”.

“Quem está fazendo a segunda grande mudança?”

E os eleitores, de novo, na tela: “Dilma”.

Ou seja, antes de PT, Lula e Dilma, nada a mencionar. O Brasil passa a ser, portanto, aPT (antes do PT) e dPT (depois do PT)

Esse é um tom diferente da carta que a presidente Dilma Rousseff enviou para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando o tucano fez 80 anos, em junho de 2011:

Naquela correspondência, Dilma Rousseff classificou FHC como “acadêmico inovador”, “político habilidoso” e “o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica”. No texto, a presidente escreveu que o tucano acredita no “diálogo como força motriz da política”, “foi essencial para a consolidação da democracia brasileira” e luta por seus ideais “até os dias de hoje”.

O programa partidário do PT na TV é uma grande exaltação aos feitos que o partido acumulou nos últimos dez anos. O filme tem o apuro técnico já conhecido do marqueteiro João Santana. A seguir, a íntegra do programa obtido pelo Blog:

 

 

Na montagem do programa, João Santana aproveitou as ideias dos comerciais curtos de 30 segundos que o partido estava veiculando desde o final de abril.

Estão presentes no programa as boas soluções técnicas de imagens de Lula e de Dilma projetadas sobre corpos despidos. E o efeito de computação gráfica conhecido como “morphing”, que mistura suavemente a imagem do rosto de uma criança à de um adulto.

Como se trata de um programa partidário, além de Lula e de Dilma aparece o presidente nacional da legenda, Rui Falcão (deputado estadual em São Paulo). Ele fala brevemente, por 26 segundos.

É pouco, mas é mais do que o concedido a cada um dos 9 ministros petistas que aparecem no programa. Eis quais foram os ministros e o tempo de cada um:

Guido Mantega (Fazenda): 24 seg.

Marta Suplicy (Cultura): 16 seg.

Alexandre Padilha (Saúde): 15 seg.

Aloizio Mercadante (Educação): 14 seg.

José Eduardo Cardozo (Justiça): 9 seg.

Gleisi Hoffmann (Casa Civil) : 9 seg.

Tereza Campello (Combate à Fome): 8 seg.

Fernando Pimentel (Indústria e Comércio Exterior): 8 seg.

Miriam Belchior (Planejamento): 5 seg.

O tempo maior para Guido Mantega é compreensível: ele fala sobre o combate à inflação, uma das maiores preocupações atuais do governo Dilma.

Bem feito e eficaz do ponto de vista técnico, o programa do PT testa qual deve ser o discurso eleitoral de Dilma em 2014 ao tentar a reeleição: agora, é só ela, Lula e o PT. O resto não conta.

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Adendo: a pesquisa do PT sobre Aécio e Campos
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Fernando Rodrigues

Sobre o post aqui embaixo (PT apura chances de Aécio e de Eduardo Campos), uma retificação necessária.

Quem leu de fato as pesquisas que têm orientado o PT e o projeto reeleitoral de Dilma Rousseff em 2014 informa: “Nossas análises caminham para outra direção. Dos 3 candidatos citados como de oposição –Marina Silva, Aécio Neves e Eduardo Campos– este último, aparentemente, é quem tem menos chance de se viabilizar eleitoralmente. Pode divulgar!”.

Ou seja, a palavra oficial da cúpula petista é que Eduardo Campos não é visto como o nome com maior potencial de crescimento numa eventual campanha presidencial em 2014.

Registro feito. Agora, é só acompanhar.

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No Paraná, irmãos Dias se enfrentam por uma vaga no Senado
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Fernando Rodrigues

Álvaro Dias, do PSDB, quer se reeleger senador em 2014.

Osmar Dias, do PDT, tem apoio do PT para derrotar o irmão.

Os irmãos Álvaro e Osmar Dias estarão em campos opostos na eleição de 2014: ambos querem a única vaga de senador em disputa no Estado do Paraná.

O Senado tem 81 cadeiras, 3 para cada uma das 27 unidades da Federação. Os senadores têm mandato de 8 anos. Só que a renovação da Casa se dá a cada 4 anos, de maneira alternada. Em 2010, cada Estado elegeu 2 senadores. Em 2014, será apenas 1 senador por Estado. Em 2018, novamente 2 senadores. E assim por diante.

Filiado ao PSDB, Álvaro Dias é um dos mais ácidos opositores do governo petista de Dilma Rousseff. O seu mandato de senador está no final. Sua candidatura à reeleição já foi lançada pelo governador do Paraná, Beto Richa, na convenção estadual do PSDB, no último 28 de abril.

Osmar Dias, por sua vez, é um grande apoiador de Dilma no Paraná. No passado, ele foi senador e esteve filiado ao PSDB. Agora, está no PDT. Aliou-se ao PT e pretende disputar o Senado na chapa da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), provável candidata petista ao governo do Paraná.

Osmar já teve apoio do PT em 2010 quando disputou o governo do Paraná. Perdeu. Com Dilma Rousseff no Planalto, foi acomodado num cargo no Banco do Brasil: vice-presidente de agronegócios e de pequenas empresas.

O Blog ouviu os irmãos Dias. Negam que vão concorrer um contra o outro para o Senado. Mas nos bastidores, todas as conversas são no sentido oposto. Álvaro e Osmar têm grandes chances de disputar a mesma vaga em 2014.

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Infeliz no PSDB, Arthur Virgílio almoça com Dilma
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Fernando Rodrigues

Presidente convidou prefeito de Manaus para conversar sobre política.

Encontro será nesta 6ª feira (10.mai.2013) com tempo indeterminado.

A presidente Dilma Rousseff (PT) receberá nesta 6ª feira (10.mai.2013) o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), no Palácio do Planalto. A partir das 10h30, segundo apurou o Blog, eles discutirão por cerca de 1 hora parcerias entre o governo federal e a capital do Amazonas. Participarão desse encontro ministros e secretários municipais. Depois da reunião, haverá um almoço em que a presidente pretende conversar com o prefeito sobre política. Ela não determinou tempo de duração para essa conversa.

O encontro acontece no momento em que Arthur Virgílio fala abertamente em deixar o PSDB. O jornal “A Crítica”, de Manaus, publicou a seguinte declaração do prefeito: “Apenas estou esperando, nesse episódio do ICMS, coerência e sobriedade do meu partido. Se votarem contra a diferenciação do ICMS, não vou nem discutir, vou mandar minha desfiliação e está acabada a conversa.”

A saída de Virgílio do PSDB não é uma vitória para Dilma nem para o PT. Será vitória caso ele deixe o partido e também a oposição, como fizeram Gilberto Kassab, que era filiado ao DEM e fundou o PSD, e Gustavo Fruet, que era do PSDB e foi para o PDT.

Os problemas de Arthur Virgílio com o PSDB tem a ver com a Zona Franca de Manaus. Líderes tucanos, como o governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, defendem mudanças nos impostos, como o ICMS, que podem reduzir os ganhos de Manaus e da Zona Franca.

Caso os representantes do PSDB no Congresso aprovem medidas que prejudiquem a Zona Franca, Virgílio disse que deixará o partido. A reforma do ICMS foi aprovada nesta 3ª feira (7.mai.2013) na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e, em breve, poderá ser votada no plenário da Casa. Com a votação se aproximando, sabe-se que o almoço oferecido por Dilma a Virgílio têm tudo a ver com a possibilidade de cooptá-lo para o projeto governista.

 

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Nomeação de Afif sinaliza aliança gigante pró-Dilma
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Fernando Rodrigues

Ainda é cedo para fazer o cálculo completo. O Congresso pode votar uma lei mudando as regras. Deputados podem pular o muro e alterar a história. Escândalos às vezes brotam do nada e desarranjam o rumo das coisas.

Mas mesmo com tantas ressalvas, Dilma Rousseff caminha para montar a mais robusta aliança partidária-eleitoral em 2014 –no que diz respeito ao tempo de rádio e de TV, calculado com base nas bancadas de cada legenda dentro de uma coligação. É isso o que sinaliza a nomeação de Guilherme Afif Domingos para ser ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa.

Afif pertence ao PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab. Esse partido é hoje o 3º maior dentro da Câmara, apenas atrás do PT e do PMDB.

Tudo indica que Dilma terá, portanto, os 3 maiores partidos do Congresso ao seu lado na campanha da reeleição: PT, PMDB e PSD. Pode também (pelo menos está tentando encaçapar) para sua aliança o PP, o PR e o PDT –as 5ª, 6ª e 8ª maiores legendas da Câmara. Isso sem contar siglas menores como PC do B, PRB e outras.

O 4º maior partido hoje é o PSDB, do provável principal candidato de oposição na corrida presidencial de 2014, o senador mineiro Aécio Neves.

Ocorre que o PSDB de hoje é bem diferente do de 2010. Está desidratado, assim como o DEM, seu maior aliado.

Em 2010, a dobradinha PSDB-DEM deu apoio a José Serra como candidato a presidente. Os tucanos tinham um tempo de TV correspondente aos seus 66 deputados eleitos em 2006. E os demos faturavam em cima de 65 cadeiras. Total: 131 deputados. Um número respeitável.

Hoje, o PSDB tem 49 deputados. O DEM está com apenas 28. Total: 77 deputados. Ou seja, juntos agora valem cerca de metade do que valiam há 4 anos.

Eduardo Campos, do PSB, é outro que terá grandes obstáculos para fechar acordos formais para a eleição de 2014. Seu partido tem apenas 26 cadeiras na Câmara.

Marina Silva, do ainda em formação Rede, também deve ficar à míngua.

Tudo considerado, a nomeação de Afif pode ser a primeira pedra na pavimentação da gigantesca aliança que Dilma Rousseff e o PT pretende montar para 2014.

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Na TV, Dilma copia Campos e diz ser “possível fazer mais”
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Fernando Rodrigues

Presidente é a estrela de novos comerciais do PT

Slogan usado é parecido com o do eventual rival em 2014

Eduardo Campos tem dito que “é possível fazer mais”

O PT coloca no ar partir de hoje 4 comerciais de 30 segundos nos quais exalta os governos de Lula e de Dilma Rousseff. O que chama mais a atenção é a presidente da República emulando o slogan que um dos seus possíveis adversários em 2014 já adotou: “É possível fazer cada vez mais”.

A frase é quase idêntica à usada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do PSB. Ele tem repetido nos últimos meses a frase “é possível fazer mais”. Aliado de Lula e de Dilma, ele deseja se apresentar como opção aos eleitores em 2014 na corrida pelo Palácio do Planalto –com a ideia de que o Brasil está indo bem, mas há como melhorar o que já foi obtido.

Campos pronuncia seu slogan no comercial partidário do PSB, que foi ao ar na última quinta-feira, dia 25.abr.2013. A frase surge aos 4 minutos e 19 segundos do filme.

Já no comercial do PT, Dilma diz: “É possível fazer cada vez mais”.

O Blog teve acesso aos 4 comerciais do PT que foram produzidos pelo marqueteiro João Santana e começam a ser transmitidos hoje à noite (27.abr.2013). Eis o texto e o vídeo que foi batizado de “Jogral”, pois apresenta na tela o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva intercalando frases com Dilma Rousseff:

Lula: Os brasileiros já aprenderam…
Dilma: …que é possível ter sempre mais.
Lula: Depois da geladeira, a casinha, o caro.
Dilma: A casa mais confortável, com transporte, posto de saúde e escola perto.
Lula: O curso médio, a universidade, depois, o doutorado no exterior.
Dilma
: Nosso governo também aprendeu…
Lula
: … com o Brasil e os brasileiros…
Dilma: …que é possível fazer cada vez mais
Lula e Dilma (juntos na tela): Tem sido assim. Vai ser assim.

Eis o vídeo “Jogral”, uma criação de João Santana com direção compartilhada de Luis Ferré e de Marcelo Kertész:

 

Os 4 comerciais do PT de 30 segundos ocuparão 40 inserções a partir de hoje (27.abr.2013) à noite na TV. Serão transmitidos nos intervalos da programação de todas as redes de TV do país também  nos dias 30.abr.2013 e 2 e 4.maio.2013.

Um dos filmes se chama “Corpos”. Fala das mudanças no país durante os 10 anos em que o PT esteve à frente do governo federal. Imagens do ex-presidente Lula e da presidente Dilma são projetadas sobre corpos de brasileiros, enquanto um locutor menciona avanços para “três personagens que foram para a linha de frente: o homem simples do povo, a mulher e os negros”.

Ao final, aparecem Lula e Dilma projetados sobre corpos dizendo: “Nosso Brasil vai ser cada vez mais o Brasil de todos os brasileiros”. Há um cuidado técnico incomum para esse tipo de propaganda.

Eis o filme “Corpos”, com criação de João Santana e de Marcelo Kertész. A direção é de Luis Ferré:

No filme “Morphing” é usada uma técnica de computação gráfica que permite sobrepor imagens de várias pessoas enquanto suas faces vão se fundindo na tela, com naturalidade.

O comercial do PT começa mostrando uma criança que aos poucos vai se transformando em adolescente e adulto. Essas personagens vão falando sobre as mudanças do país. Um dos atores repete um dos possíveis slogans que Dilma Rousseff usará em sua campanha pela reeleição, em 2014: “O fim da miséria é só o começo”. Ao final do filme, aparecem o ex-presidente Lula e a presidente Dilma dizendo, intercalando frases: “Nosso Brasil vai ser cada vez mais o Brasil de todos os brasileiros”.

Eis o filme “Morphing”, criação de Maurício Carvalho e de João Santana, com direção Aylê Santana (filho de João):

 

O quarto filme de 30 segundos foi batizado por João Santana de “Saltos”. É o mais eleitoral de todos. Fica a um passo de pedir votos para a reeleição de Dilma Rousseff –o que seria crime eleitoral, pois a propaganda é para que o partido fale de seu programa (e não de seus candidatos).

Nesse filme, pessoas aparecem correndo e saltando “obstáculos” cenográficos: palavras como “atraso”, “miséria” e “discriminação”. Dilma Rousseff é apresentada como a presidente que “ampliou o Bolsa Família” e está “moralizando o setor público” –nesse caso, é uma referência à fase inicial da administração dilmista, quando ela demitiu vários ministros encrencados com acusações de corrupção.

Ao final, aparecem pessoas correndo com bandeiras do Brasil e do PT enquanto o locutor diz: “O governo Dilma… prepara o segundo grande salto brasileiro. O salto mais definitivo da nossa história”. Fica subentendido que a referência é à possível campanha de reeleição de Dilma, em 2014.

Eis o filme “Saltos”, que teve criação de João Santana, Eduardo Costa e Marcelo Kertész, com direção de Luis Ferré:

 

A seguir, as imagens com o slogan repetido.

Eduardo Campos, em 25.abr.2013:

E Dilma Rousseff, em 27.abr.2013:

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Líder do DEM elogia “eficácia” de Haddad (PT)
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Fernando Rodrigues

César Maia disse que prefeito petista vê educação e saúde como serviços públicos.

O ex-prefeito do Rio e hoje vereador César Maia (DEM) deixou de lado o discurso anti-PT e elogiou de forma inusitada a gestão de Fernando Haddad (PT) na cidade de São Paulo. A análise favorável aos petistas vem em péssimo momento para a oposição, diminuída no Congresso e com dificuldades para encontrar um discurso que aumente seu eleitorado nacional.

Um dos mais destacados analistas políticos da oposição, César Maia escreveu em seu boletim eletrônico de hoje (5.abr.2013) que Haddad mostra, nos 3 primeiros meses de gestão, “alto índice de eficácia” e valorização do interesse público.

O ex-prefeito não é o primeiro expoente do DEM a elogiar uma gestão petista. ACM Neto, logo após eleito prefeito de Salvador em 2012, disse, em entrevista ao UOL e à Folha, que a presidente Dilma Rousseff tem “respeitabilidade” e faz um governo “melhor que o do Lula”.

Mas o discurso de César Maia é mais incisivo. Sob o comando de Haddad, afirmou, “a Educação e a Saúde voltam a ser vistas como públicas” e “a Cultura volta a ser vista como o amplo campo do conhecimento”. Além disso, para ele a Prefeitura de São Paulo estabeleceu “a relação correta entre setor público e setor imobiliário com prevalência e hegemonia da razão pública e do interesse público”.

Maia não fez os elogios de graça. Quis comparar a administração de Haddad, que é seu adversário, com a do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que é seu super-mega-adversário. Mesmo assim, sua apreciação favorável ao petista é muito incomum.

O fato merece atenção. Sobretudo porque, há pouquíssimo tempo, em 2011, a oposição perdeu grande parte de seus integrantes para o PSD, de Gilberto Kassab, uma sigla criada com a finalidade de levar oposicionistas para o campo do governo.

Um dos efeitos mais imediatos da deserção em massa foi o encolhimento da bancada de deputados federais do DEM de 43 para 28 integrantes. Outro é o agravamento de uma crise que faz a oposição perder votos a cada eleição. Desde 2003, quando Lula chegou ao poder, a representatividade da oposição no Congresso, por exemplo, diminuiu mais de 50%. E nas eleições presidenciais, uma derrota após a outra.

 

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Dilma força Fifa a liberar o acarajé na Copa
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Fernando Rodrigues

Presidente convidou vendedoras de acarajé para cerimônia de hoje no estádio da Fonte Nova.

Gesto foi recebido como apoio à liberação do comércio no entorno dos estádios da Copa.

Além de proibir que o estádio Mané Garrincha seja chamado pelo nome durante suas copas, a Fifa também vetou a venda de acarajés nos arredores do estádio de futebol de Salvador (BA) durante os seus eventos.

Na manhã de hoje (5.abr.2013), a presidente Dilma Rousseff sinalizou que pode encrencar com essa proibição da Fifa. Partiu da Presidência da República o convite para que as baianas vendedoras de acarajé estivessem dentro da Arena Fonte Nova no evento oficial de inauguração do estádio, em Salvador. O gesto sinaliza apoio do governo brasileiro à tentativa das baianas de derrubar a proibição da Fifa ao comércio nos arredores dos estádios da Copa.

A atitude de Dilma vai na mesma linha adotada pelo governador Jaques Wagner, aliado da presidente e também filiado ao PT. Ele tem apoiado publicamente a liberação do acarajé no estádio.

Antes da inauguração, outro funcionário do governo federal também se posicionou publicamente a favor da venda de acarajé na Fonte Nova: o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento e Turismo, Fábio Mota, que falou sobre o assunto em entrevista a uma rádio.

As baianas aproveitaram a presença das autoridades para entregar um abaixo-assinado com mais de 16 mil assinaturas a favor da venda de acarajé a um assessor de Dilma.

Ronaldo e Aldo Rebelo
O movimento espera ainda que o ex-jogador Ronaldo, do Comitê Organizador Local da Copa, e o ministro Aldo Rebelo (Esporte) recebam o abaixo-assinado e também ajudem a pressionar a Fifa a não proibir a venda de acarajé. Os dois estão entre os destinatários do abaixo-assinado entregue hoje à Presidência da República.

A coleta de assinaturas começou em outubro de 2012 por meio do site Change.org. A Associação das Baianas de Acarajé e Vendedoras de Mingau é a autora da petição.

Além do empenho próprio em divulgar a causa, as baianas contam ainda com apoio da equipe do Change.org, que ajuda os autores de alguns abaixo-assinados a levarem suas reivindicações adiante.

Presente em 196 países, o Change.org tem no currículo alguns resultados de peso. Já conseguiu fazer Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos EUA, mudar de opinião e apoiar publicamente o direito de as mulheres dirigirem carros após uma petição iniciada por mulheres sauditas conseguir 22.986 apoiadores.

Post scriptum: acarajé, para quem não sabe, é um petisco da culinária afro-brasileira, muito tradicional na Bahia. É um bolinho frito em azeite de dendê e feito com massa de feijão-fradinho, cebola e sal. Após a fritura, é cortado ao meio e recheado –em geral, com camarão. O produto é também considerado bem cultural de natureza imaterial pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

 

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