Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : outubro 2013

Chapa Dilma-Temer perde no Sudeste para Marina-Eduardo
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Fernando Rodrigues

pesquisa Datafolha mostra fragilidades de todos os candidatos

petista é hoje a favorita, mas apresenta alguns pontos fracos

A notícia principal na pesquisa Datafolha realizada na sexta-feira (11.out.2013) é que Dilma Rousseff (PT) seria reeleita hoje no primeiro turno se os candidatos fossem apenas Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

A petista teria 42% contra 21% do tucano Aécio e 15% do socialista Eduardo. Ou seja, 42% X 36%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, a fatura estaria liquidada e Dilma passaria mais 4 anos no Palácio do Planalto.

Mas há outros aspectos que devem ser considerados numa análise neste momento, quando ainda falta 1 ano para a eleição. O levantamento do Datafolha mostra fragilidades presentes em todas as pré-candidaturas consideradas.

Um dos aspectos mais relevantes trata de uma simulação qualificada de um eventual segundo turno. O Datafolha indagou aos eleitores em quem votariam se a disputa final ficasse entre as chapas de Dilma Rousseff (PT) + Michel Temer (PMDB) contra Marina Silva + Eduardo Campos (PSB). Nesse caso, o resultado muda de figura. A petista fica em situação de empate técnico no país (44% X 42%) e perde no Sudeste (40% X 44%). Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

Uma má notícia para Eduardo Campos é que quando ele é o candidato a presidente (e Marina Silva ocupa a vaga de vice), a vitória da dupla Dilma-Temer seria certa se a eleição fosse hoje: 46% X 37%.

Mas há aí também um sinal de alerta para Dilma Rousseff. Mesmo com Eduardo Campos sendo o cabeça de chapa, a petista passa um aperto no Sudeste. Ela e Temer ficariam com 41% contra 40% da dupla Eduardo-Marina. Ou seja, empate técnico. Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

Os cenários de segundo turno são bem diferentes quando o Datafolha apresenta apenas o nome de Dilma e o de um possível adversário (situação que não existe na vida real, pois a urna eletrônica traz sempre os nomes e as fotos dos candidatos a presidente e a vice, juntos).

O confronto “seco” entre Dilma X Marina fica em 47% X 41% (e não os 44% X 42% do cenário qualificado, quando são informados os nomes dos candidatos a vice-presidente, quando a diferença cai para dois pontos percentuais).

No caso do embate “seco” Dilma X Eduardo Campos, esse eventual segundo turno é amplamente favorável à petista: 54% X 28%, uma diferença de 26 pontos. Mas o abismo se reduz a meros 9 pontos (como mostra o quadro acima) quando Eduardo é apresentado tendo Marina Silva como candidata a vice-presidente.

O que isso quer dizer? Que quando os eleitores são informados da situação que pode existir de fato, com a aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva, um pode realmente ajudar o outro, pois eles se transferem votos mutuamente.

Eis o quadro de segundo turno quando são apresentados aos eleitores apenas os nomes dos cabeças de chapa (clique na imagem para ampliar):

Vale olhar também os 4 cenários pesquisados pelo Datafolha para a disputa no primeiro turno (clique na imagem para ampliar):

Essas 4 simulações de primeiro turno mostram o seguinte, pelo menos:

 

  •  muitos indecisos: um percentual alto de eleitores ainda diz preferir votar em branco, nulo ou nenhum (variando de 15% a 23%).Boa parte dessa turma indecisa tende a se dispersar entre todos os candidatos, na mesma proporção dos votos que cada um já tem. Só que essa regra de dispersão tende a ser incerta quando o percentual dos indecisos é maior: justamente quando os adversários de Dilma são Aécio e Eduardo Campos;
  •  Dilma vence no 1º turno só com os menos conhecidos: o cenário mais suave para a presidente petista é quando a disputa se dá contra Aécio Neves e Eduardo Campos, os candidatos hoje com menos projeção nacional. Eis a taxa de conhecimento de cada um dos pré-candidatos:Dilma Rousseff : 99%
    José Serra: 97%
    Marina Silva: 88%
    Aécio Neves: 78%
    Eduardo Campos: 57%O que esses percentuais significam? Que os menos conhecidos são os que têm mais chances de ainda conquistar novos eleitores –desde que, é claro, ao terem suas imagens mais divulgadas consigam cativar os brasileiros ainda indecisos.Chama a atenção o fato de que no caso de Eduardo Campos, meros 8% dos eleitores dizem conhecê-lo muito bem –contra 56% de Dilma, 23% de Marina, 40% de Serra e 17% de Aécio;
  •  Candidatos mais estáveis são os do PSB: Eduardo Campos tem 15% nas duas simulações em que é testado na pesquisa estimulada. Marina Silva oscila na margem de erro, com 28% e 29%. Os dois dão a impressão de terem votos mais cristalizados, pois ficam com seus eleitores independentemente de quem sejam os adversários.O mesmo não ocorre com Dilma Rousseff, cujo percentual de intenção de votos varia de 37% a 42%. Aécio Neves vai de 17% a 21%. E José Serra de 20% a 25%.

Outro dado relevante é a intenção de voto espontânea, quando o entrevistado é apenas indagado sobre em quem pretende votar, mas sem ver a cartela com os nomes dos possíveis candidatos. Eis o resultado (clique na imagem para ampliar):

Como se observa, Dilma Rousseff nesse gráfico não se recuperou nada desde o tombo do meio do ano. Tinha 16% em junho. Tem 17% agora.

Os demais pré-candidatos têm desempenho desprezível. Aécio e Marina registram 4% cada um. E Serra e Eduardo Campos empatam com 2%.

Esse gráfico demonstra que o grau de envolvimento do eleitorado brasileiro com o processo eleitoral ainda é mínimo: 53% dos entrevistados dizem não saber em quem votar. Outros 7% afirmam que votarão em branco, nulo ou nenhum. Ou seja, “eleição presidencial” é um tema que não faz parte do cotidiano de 60% dos eleitores.

Outra fragilidade dos candidatos no momento é a taxa de rejeição. Exceto Marina Silva, repelida apenas por 17% dos eleitores, todos os demais tem taxas na faixa ou acima de um quarto do eleitorado. Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

Chama a atenção a taxa alta de José Serra, com 36%. É um pré-candidato que já na saída perderia o voto de quase 4 entre 10 eleitores. Ou seja, sua competitividade é baixa.

Dilma (27% de rejeição), Eduardo (25%) e Aécio ( 24%) são repelidos por cerca de um terço dos eleitores cada um.

Nesse caso, o mais intrigante é a situação de Eduardo Campos: apesar de ser pouco conhecido, já é rejeitado por 25% dos eleitores.

A propósito, Eduardo Campos e Marina terão de gastar ainda muita sola de sapato para informar aos eleitores sobre a aliança que selaram há poucos dias. Até porque os brasileiros parecem desinteressados pelo assunto: só 14% dizem ter assistido, ainda que em parte, o programa partidário do PSB na TV da última 5ª feira, quando Eduardo e Marina se apresentaram juntos ao país. Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

Tudo considerado, a pesquisa Datafolha mostra fragilidades ainda presentes em todas as candidaturas. Se a disputa presidencial fosse hoje, Dilma Rousseff venceria até no primeiro turno só em um dos cenários (contra os menos conhecidos no momento).

Como a eleição é só em 5 de outubro de 2014, o desfecho ainda continua totalmente imprevisível.

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MPF cobra explicações sobre uso de helicóptero do Samu por Ideli Salvatti
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Fernando Rodrigues

Ideli (de costas) utiliza aeronave em Laguna (SC). Foto: Reprodução/CB

O MPF (Ministério Público Federal) em Santa Catarina deu 15 dias de prazo para que o superintendente da PRF (Polícia Rodoviária Federal) explique o empréstimo de um helicóptero destinado à remoção de vítimas de acidentes para o transporte da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, em seus périplos pelo Estado.

Segundo informa reportagem de hoje (11.out.2013) do jornal Correio Braziliense, o MPF enviou uma lista de 11 perguntas a serem respondidas pelo superintendente da PRF em Santa Catarina, Silvinei Vasquez. Entre os questionamentos, quem autorizou a viagem, o custo dos deslocamentos e se o sistema de serviço de socorro a vítimas foi desativado para que a aeronave transportasse a ministra.

Os procuradores instauraram inquérito civil público e também querem saber se houve registro de acidentes durante o empréstimo da aeronave para Ideli que demandavam o uso do helicóptero para resgate. A ministra é pré-candidata do PT de Santa Catarina ao Senado.

A aeronave conveniada ao Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), única do Estado preparada para o resgate de vítimas, é equipada com maca, tubo de oxigênio e materiais de primeiros socorros. Segundo o Correio Braziliense, quando está à disposição de Ideli, os equipamentos são retirados e a escala de atendimento é suspensa.

A Secretaria das Relações Institucionais afirma que o helicóptero usado pela ministra é “multifunção” e “utilizado para transporte de autoridades, policiamento e missões de resgate”. Segundo a nota oficial, Ideli fez uso da aeronave “sempre em agendas oficiais”, com respaldo de decreto presidencial.

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PSB na TV escolhe Erundina para aparecer ao lado de Eduardo Campos e Marina
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Fernando Rodrigues

 

O programa partidário do PSB desta quinta-feira (10.out.2013) mostra apenas 3 personalidades falando: Eduardo Campos, Marina Silva e Luiz Erundina.

A escolha da ex-prefeita de São Paulo para estar na tela serve como amálgama entre Eduardo Campos e Marina. É que Erundina, aos 78 anos, está filiada ao PSB e tornou-se com o passar dos anos uma espécie de reserva moral entre os políticos do centro para a esquerda do espectro partidário.

Em 2012, Erundina acabou saindo da condição de candidata a vice-prefeita de São Paulo na chapa com Fernando Haddad, do PT. O rompimento se deu depois que Haddad, ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva, receberam o apoio de Paulo Maluf, do PP.

No vídeo do PSB, Erundina diz que todos os partidos têm problemas. Mas afirma ter certeza de que o PSB procura sempre fazer o que é correto.

O programa do PSB faz ataques à atual administração da presidente Dilma Rousseff. Como publicou a “Folha”, um locutor fala o seguinte: “Cadê aquele país que há alguns anos despertou a admiração do mundo (…) e que agora voltou a ter receio da inflação? Que um dia levou um homem do povo ao poder e que agora sente que o poder não fala a língua do povo? Será que estamos no caminho errado?”.

Eduardo Campos responde: “Estamos no caminho que já deu o que tinha que dar”.

O Blog teve acesso à íntegra do programa do PSB, que foi produzido pelo publicitário Edinho Barbosa.

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Perfil de Dilma no Twitter cresce, por dia, uma conta de Eduardo Campos
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Fernando Rodrigues

Presidente estará entre os 10 políticos mais seguidos na rede até o final do ano, diz Planalto

Governador de Pernambuco retomou seu perfil no último domingo

Duas semanas depois de voltar ao Twitter dialogando com a paródia “Dilma Bolada”, o perfil oficial da presidente Dilma Rousseff (@dilmabr) ganhou 70 mil seguidores. O número equivale a 10% dos que acompanham a ex-senadora Marina Silva (@silva_marina) e a 3 vezes os seguidores do senador Aécio Neves (@aecioneves). Em média, a conta ganha 5 mil seguidores por dia – próximo ao total dos que acompanham o perfil do governador de Pernambuco Eduardo Campos (@eduardocampos40).

O perfil de Eduardo Campos, embora exista há algum tempo, foi assumido pelo candidato há cerca de 1 mês, segundo sua assessoria. Depois de um longo período de inatividade, a conta voltou a ser usada no último domingo (5.out.2013) — durante a primeira coletiva de imprensa de Eduardo Campos ao lado de Marina Silva já filiada ao PSB. Até hoje (10.out.2013), o perfil tinha 25 tuítes próprios. Aécio Neves nunca enviou uma mensagem pelo Twitter.

Além dos 1,97 milhão de seguidores do @dilmabr, as mensagens são seguidamente retuitadas, ampliando seu alcance. Nessas primeiras 2 semanas, as mensagens do @dilmabr foram retuitadas 28.125 vezes, segundo informações apuradas pelo Palácio do Planalto –que tem festejado os resultados da operação.

Segundo o Planalto, quem tuita é a própria presidente.

O @dilmabr é o terceiro perfil mais retuitado do país (atrás de @paulocoelho e @programapanico). Está à frente de celebridades com milhões de seguidores como Neymar, Kaká e Ivete Sangalo. Considerando a média de retuítes, as mensagens postadas pela presidente chegam a cerca de 7 milhões de pessoas.

A curiosidade pelo perfil da presidente também pode ser medida pelas buscas no Google. Em 14 dias, segundo dados apurados pelo Planalto, o site registrou 1.310 pesquisas com a expressão “Twitter Dilma”, um terço das 3.600 buscas pela palavra-chave “Dilma presidente”.

O Planalto calcula que a conta de Dilma entrará na lista dos 10 políticos com maior número de seguidores do mundo até o final do ano se o atual ritmo de crescimento for mantido.

A assessoria de Dilma faz até uma comparação com a ex-secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton (possível candidata à sucessão de Barack Obama). Hillary obteve 2.212 retuítes nas últimas duas semanas, o que equivale a 12,7 vezes menos que Dilma.

A estratégia de Dilma é estar cada vez mais presente na internet e no debate a respeito da rede. A avaliação da petista é que isso a aproxima de uma parcela do eleitorado que escolheu as plataformas digitais como principal opção para se comunicar. Não é por outra razão que a presidente acaba de anunciar também que fará uma cúpula global sobre “governança na internet” no ano que vem, quando vai disputar a reeleição.

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Greve dos bancários já é a mais longa em 9 anos
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Fernando Rodrigues

Categoria entra hoje no 22º dia de paralisação

Os bancários completam hoje (10.out.2013) 22 dias em greve, a mais longa paralisação em 9 anos da categoria. Desde 2004, quando as agências ficaram fechadas por 30 dias, o impasse entre funcionários e patrões do setor não demorava tanto tempo para ser resolvido.

A Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), filiada à CUT, senta à mesa hoje com a Fenaban (Federanação Nacional de Bancos) para discutir uma nova proposta salarial. Na última rodada de negociações, o sindicato patronal ofereceu reajuste de 7,1% (aumento real de 0,9% além da inflação), recusado pela categoria, que pede 11,9% (aumento real de 5,7%). Os bancários farão novas assembleias amanhã (11.out.2013) ou na 2ª feira (14.out.2013) – a data ainda não foi definida – para deliberar sobre a continuidade da greve.

Outras paralisações estão em curso no país. Os professores municipais do Rio estão em greve há 2 meses. Hoje os funcionários da Toyota em Sorocaba (SP) entram no 8º dia de paralisação e a Federação Única dos Petroleiros realiza assembleias para decidir se a categoria cruzará os braços por tempo indeterminado a partir de 17.out.2013.

Inflação

Apenas 7 das 33 negociações coletivas fechadas por metalúrgicos neste ano tiveram ganhos reais maiores do que no ano passado, segundo estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos) divulgado na 3ª feira (8.out.2013). A média do ganho real do trabalhador do setor está 0,54% menor que no ano passado.

Para o economista André Cardoso, do Dieese, os ganhos reais estão menores em comparação ao ano passado devido à alta da inflação na última data-base.

Segundo a pesquisa, os trabalhadores do setor metalúrgico de sindicatos ligados à CUT no Estado de São Paulo acumulam ganhos reais de 28,99% a 37,34% nos últimos 11 anos, de 2002 a 2013. O maior índice foi alcançado pelos funcionários do setor automobilístico.

Salário X PIB

O presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Pattah, avalia que 2013 deve repetir o alto número de greves do ano passado, quando o Diesse registrou 873 paralisações – alta de 58% sobre o ano anterior e maior resultado absoluto desde 1996.

Para Pattah, o crescimento do movimento grevista reflete o menor resultado do PIB (Produto Interno Bruto). Ele diz que os trabalhadores “se acostumaram” a ter ganhos reais de salário nos anos de bonança e agora não se conformam com o argumento do governo e de empresários de que, com PIB baixo, não há espaço para aumentos.

“Em 2012 os patrões tentaram usar uma regra do salário mínimo [reajuste vinculado ao PIB] para os trabalhadores em geral, o que levou a uma reação muito forte”, afirma o sindicalista, filiado ao PSD de Gilberto Kassab.

Pattah calcula cenário parecido para 2013. “Neste ano isso está se projetando novamente e teremos um número importante de paralisações”, diz.

Acompanhe abaixo a evolução anual do número de greves na última década, segundo o Dieese.

(Bruno Lupion)

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Marina é ‘intolerante e hostil’ com o agronegócio, diz Ronaldo Caiado
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Fernando Rodrigues

Apoiador da candidatura de Eduardo Campos reage a provocação da líder da Rede

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), apoiador de primeira hora da pré-candidatura de Eduardo Campos (PSB) à presidência da República, divulgou nota hoje (9.out.2013) fustigando a ex-senadora Marina Silva, que se juntou ao projeto presidencial do governador de Pernambuco.

Caiado afirma que Marina é intolerante e hostil e desconhece o setor agropecuário brasileiro. Em entrevista publicada pela Folha hoje, Marina disse que Caiado, em nome da sua coerência, deveria abandonar a aliança com Campos. “Ele mesmo vai pedir para sair, se é que não está pedindo”, provocou a líder da Rede.

Defensor dos interesses da bancada ruralista desde a Constituinte, Caiado diz que o veto de Marina à sua pessoa representa um veto ao setor agropecuário e à liberdade de iniciativa. “Sempre convivi em ambiente democrático e civilizado, sabendo lidar com o contraditório. Veemência não é intolerância. Frequentemente, bem ao contrário, a intolerância se apresenta com a veste da delicadeza”, afirma o deputado.

Em entrevista ao programa “Poder e Política publicada hoje, a senadora e também ruralista Kátia Abreu (PMDB-TO) afirmou que o sucesso eleitoral de Marina seria “desastroso” e que torce para que Eduardo Campos pense diferente da ambientalista.

Leia abaixo a íntegra da nota divulgada por Caiado:

“O veto da candidata Marina Silva não é à minha pessoa, mas ao que represento, em três décadas de vida pública: o setor agropecuário e a liberdade de iniciativa.

É preocupante que alguém, que postula a Presidência da República, seja intolerante e hostil exatamente ao setor mais produtivo da economia, responsável por 23% do PIB e por mais de um terço dos empregos formais do país.

Lamento que alguém, com tais pretensões, demonstre tamanho desconhecimento da realidade agropecuária brasileira e veja no produtor rural – o maior empregador do país – um inimigo do trabalhador. É um colossal contrassenso. Em meu estado, Goiás, o agronegócio emprega nada menos que a metade da mão de obra ativa e responde por 67% do PIB.

A candidata tem razão num ponto: somos, eu e ela, coerentes. Só que – e essa é nossa diferença – não sou intolerante. Não confundo adversário com inimigo. Democracia não é política de terra arrasada, nem se aprimora em ambiente de duelo. Fui – e sou – um político afirmativo. Jamais escondi minhas ideias. Mas sempre convivi em ambiente democrático e civilizado, sabendo lidar com o contraditório. Veemência não é intolerância. Frequentemente, bem ao contrário, a intolerância se apresenta com a veste da delicadeza.

Fui um dos primeiros políticos do País a defender a candidatura do governador Eduardo Campos, por entender que ele poderia ter uma postura nova na politica brasileira, democrática, firme e corajosa.

Foi por crer na pluralidade que tinha me associado ao projeto político do governador Eduardo Campos, cujo discurso rejeitava radicalismos. E foi em nome do pluralismo e do diálogo que dei boas vindas à candidata, que agora me exibe a face da intolerância.

Essa ideia de “inimigo histórico” é antiga, retrógrada e preconceituosa e não atende aos interesses do País. Continuarei defendendo, no Congresso Nacional, os interesses do Brasil e do agronegócio, debatendo e apresentando propostas que harmonizem o desenvolvimento do país, compatibilizando-o com a preservação do meio ambiente.

Ronaldo Caiado

Líder do Democratas na Câmara dos Deputados”

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Desafinados
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Fernando Rodrigues

BRASÍLIA – Demorou pouquíssimo para surgirem as contradições na recém-anunciada aliança eleitoral entre Marina Silva e Eduardo Campos. Leia mais (para assinantes do UOL e da Folha).


Dilma prepara cúpula global sobre internet no Brasil
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Fernando Rodrigues

Presidente continua a surfar na onda do caso de espionagem dos Estados Unidos

Ideia é entrar no debate sobre internet, tema relevante entre eleitores jovens

Dirigente da Icann Fadi Chehadé em entrevista ao Blog do Planalto para elogiar Dilma Rousseff

A presidente Dilma Rousseff acertou hoje (9.out.2013) com a Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (Icann – Internet Corporation for Assigned Names and Numbers) a realização no Brasil de um encontro de cúpula mundial sobre como melhorar governança na internet.

O tema foi tratado por Dilma numa reunião com o principal dirigente da Ican, Fadi Chehadé.

Não está claro quando será essa reunião de cúpula (deve ser em abril de 2014) nem quem participará. Esses detalhes são menos relevantes.

Interessa a Dilma o saldo político dessa ação. A petista deseja manter o assunto em evidência pelo potencial de mídia positiva que espera receber por defender a proposta –pouco importa se os países que têm o controle dos principais “backbones” da internet vão aderir ou não.

Ocorre que o governo detectou que uma parcela grande do eleitorado (sobretudo jovens) sempre aprova quando a presidente fala contra a espionagem norte-americana no Brasil e a favor de regras mais claras na internet.

Há um grande desconhecimento das pessoas em geral sobre como funciona a internet –o senso comum é que “só o governo” tem poder para impedir espionagem, melhorar a velocidade do tráfego de dados e fazer da rede um lugar mais democrático.

Não por outro motivo foi arranjada essa reunião com Chehadé no Palácio do Planalto para tratar de “governança da internet” (uma expressão vaga e na qual cabem muitos conceitos diferentes). O chefe da Icann se dispôs, inclusive, a gravar um vídeo elogiando Dilma. A gravação cheia de de elogios à presidente do Brasil foi prontamente legendada para o português (o original é em inglês) e postada no Blog do Planalto.

p.s.: a Icann é uma corporação internacional sem fins lucrativos, mas subordinada ao governo dos Estados Unidos. A vinda de Chehadé ao Brasil para fazer elogios públicos a Dilma Rousseff é um certo afago da administração de Barack Obama –por conta do episódio de espionagem dos serviços secretos dos EUA. O custo para Obama desse tipo de ação é zero. Até porque o efeito prático também tende a ser nulo no que diz respeito a mudanças significativas no manejo da internet. Já para a presidente brasileira, o saldo de marketing sempre é positivo.

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Vitória de Marina Silva seria desastrosa, diz Kátia Abreu
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Fernando Rodrigues

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) disse ontem que Marina Silva propaga preconceitos a respeito do setor do agronegócio. Por essa razão, seria “desastroso” o sucesso de Marina na eleição presidencial do ano que vem, ao lado de Eduardo Campos (PSB).

 

Líder dos interesses dos ruralistas no Congresso e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Kátia Abreu deu entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, e afirmou torcer para Eduardo Campos pensar diferente de Marina.

“Ela [Marina] fez um artigo na Folha dizendo o quanto o setor [do agronegócio] é retrógrado, o quanto o setor é atrasado. Colaborou para que alguns preconceitos fossem construídos com relação ao produtor rural brasileiro, como um destruidor do meio ambiente. E nós não somos isso. Produzimos uma das maiores agriculturas do planeta em apenas 27% do território nacional”, diz a senadora tocantinense, hoje uma interlocutora frequente da presidente Dilma Rousseff.

Kátia Abreu acaba de se filiar ao PMDB depois de ter passado dois anos no PSD, partido que ajudou a fundar com o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab – ambos egressos do DEM. Neste ano, ela alega que teve sua atuação política inviabilizada no PSD do Tocantins. Como pretende concorrer em 2014 a mais um mandato como senadora ou disputar a eleição para governadora do Estado, teve de procurar outra sigla.

Sobre sua aproximação com a presidente Dilma, afirmou que o primeiro contato se deu em 2009, quando a petista se tratou de um câncer no sistema linfático. À época, ainda na oposição, Kátia escreveu uma carta desejando pronto restabelecimento à então pré-candidata a presidente.

Em 2010, quando a senadora ainda estava filiada ao DEM, não quis votar em Dilma. Enganou-se? “Sinceramente, sim”, responde. No início da administração da petista no Planalto, Kátia Abreu passou a levar diretamente para a presidente as demandas do setor do agronegócio.

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Ex-líder do PSB vai comandar bancada de 21 deputados do Pros
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Fernando Rodrigues

Givaldo Carimbão (AL) rompeu com Eduardo Campos. Foto: Alan Marques/Folhapress 5.mar.2009

O recém-criado Pros (Partido Republicano da Ordem Social) escolheu na noite de 2ª feira (7.out.2013) o deputado federal Gilvaldo Carimbão, do Alagoas, para liderar sua bancada de 21 deputados na Câmara.

Carimbão é ex-líder do PSB na Câmara e trocou de partido como reação à interferência do presidente nacional da legenda, Eduardo Campos, no diretório estadual.

O presidente do Pros, Euripedes Jr., que coletou assinaturas durante 3 anos para criar o partido, participa nesta 3ª feira (8.out.2013) da primeira reunião da bancada.

Veja abaixo a lista de deputados do Pros, por Estado. Ao lado, o partido do qual o congressista migrou.

ALAGOAS: Givaldo Carimbão – PSB
BAHIA: Mauricio Trindade – PR
CEARÁ: Vicente Arruda – PR, Domingos Neto – PR, Ariosto – PSB, Balhmann – PSB e Edson Silva –PSB
BRASILIA: Ronaldo Fonseca – PR
ESPÍRITO SANTO: Jorge Silva- PDT
MARANHÃO: José Vieira – PR
MATO GROSSO: Valtenir – PSB
MINAS GERAIS: Ademir Camilo – PSD
PARÁ: Dubimar Paxiuba – PSDB
PARAÍBA: Major Fábio – DEM
PARANÁ: Aparecida Borghetti – PP
PERNAMBUCO: Augusto Maia – PTB
RIO: Miro Teixeira – PDT, Hugo Leal – PSC, Lilian Sá – PR
RORAIMA: Márcio Junqueira – PP
SÃO PAULO: Salvador Zimbaldi – PDT

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