Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Datafolha

Eleitor vê Lula como o mais preparado para administrar a economia e lidar com protestos
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Fernando Rodrigues

No Sudeste, Joaquim Barbosa é o segundo colocado

Além de ainda estar à frente nas simulações pela disputa presidencial de 2014, Luiz Inácio Lula da Silva é visto pelos eleitores como “o mais preparado para administrar a economia” e “o mais preparado para lidar com os protestos que têm ocorrido no país”.

Para 39% dos entrevistados pelo Datafolha na semana passada, o ex-presidente Lula é o político mais preparado para cuidar da economia. E 35% acham que ele é quem sabe como lidar com os protestos de rua.

Depois de Lula, estão empatados em segundo lugar Dilma Rousseff (PT), Joaquim Barbosa (presidente do STF), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (Rede), como mostram as tabelas no final deste post.

Chama a atenção, entretanto, que no Sudeste as coisas sejam um pouco diferentes. Na região mais rica e com mais eleitores do Brasil, a liderança de Lula é 33% (contra 39% na média nacional) sobre quem é o mais preparado para cuidar da economia.

Em segundo lugar estão empatados Aécio Neves (15%) e Joaquim Barbosa (14%). Dilma e Marina Silva aparecem com apenas 9% nessa resposta sobre quem está mais preparado para cuidar da economia.

Joaquim Barbosa é o segundo colocado isolado no Sudeste quando é a pergunta é “qual o mais preparado para lidar com os protestos que têm ocorrido no país?”. Lula lidera, com 31%. Barbosa tem 16%, contra 12% de Marina e 10% de Dilma. Aécio surge com 8% – uma indicação de que os eleitores do Sudeste não enxergam ainda grande liderança no pré-candidato tucano.

Qual é a relevância desses dados? Se Lula está na frente pela disputa presidencial de 2014, seria natural que ele também liderasse, na visão dos eleitores pesquisados, como o mais preparado para cuidar da economia e lidar com os protestos. Até aí, tudo certo.

O ponto a ser notado, entretanto, é outro. Dilma Rousseff também lidera a corrida presidencial de 2014 quando ela, e não Lula, é colocada como candidata do PT. A liderança de Dilma sobre os demais ainda é grande quando se pergunta “em quem pretende votar para presidente em 2014”. Mas essa vantagem dilmista se esvai quando o entrevistado é indagado sobre quem é o melhor para cuidar da economia e lidar com protestos.

Essas questões mais reflexivas são indicadores de como o eleitor vai se comportar quando chegar o momento de definir, de fato, em quem votar em 2014. Hoje, Dilma Rousseff parece ter uma fragilidade incômoda para uma presidente em busca da reeleição.

Eis os quadros da pesquisa do Datafolha sobre quem é mais preparado para administrar a economia e lidar com protestos:

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Eleitores do Nordeste, mais velhos, menos instruídos, pobres e do interior sustentam Dilma Rousseff
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Fernando Rodrigues

Marina Silva já está à frente no Sudeste e entre jovens

Quando se faz um recorte na taxa de intenção de voto de Dilma Rousseff para presidente (29% a 30%, segundo o Datafolha), nota-se que a presidente se sustenta com base em eleitores do Nordeste, mais velhos, menos instruídos e os que vivem no interior.

O cenário ainda mais provável para a sucessão de 2014 inclui Dilma, Marina Silva (Rede), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Eles pontuam 30%, 23%, 17% e 7%, respectivamente.

Mas veja o que acontece com os 30% Dilma Rousseff quando se estratifica o resultado:

 

– Região: a presidente tem 45% no Nordeste contra apenas 22% no Sudeste, 27% no Sul e 28% no Norte/Centro-Oeste;

– Natureza do município: Dilma tem 24% em capitais e regiões metropolitanas e 34% em cidades do interior;

– Idade: a petista tem 33% entre os eleitores de 60 anos ou mais e 27% na faixa de 16 a 24 anos;

– Escolaridade: Dilma tem 38% dos votos dos eleitores com ensino fundamental, mas só 19% daqueles que têm curso superior;

– Renda familiar mensal: a presidente recebe o apoio de 36% da faixa até 2 salários mínimos e 19% no grupo que ganha mais de 10 salários mínimos.

 

O que tudo isso significa? Que o voto de Dilma Rousseff é bem menos homogêneo do que foi em levantamentos passados. E que os apoios estão no estrato do eleitorado que até hoje mais se beneficiou das políticas sociais petistas.

Nesse cenário (a petista contra Marina, Aécio e Campos), Dilma Rousseff já perde numericamente para Marina Silva no Sudeste (24% a 22%) e no Norte/Centro-Oeste (30% a 28%). A diferença percentual nesses casos está dentro da margem de erro, mas ainda assim é um sinal inédito para a presidente no atual ciclo eleitoral.

Entre os jovens de 16 a 24 anos, Marina Silva tem 31% contra 27% de Dilma.

No caso dos eleitores com nível superior, a diferença é grande: Marina vaia 33% contra apenas 19% de Dilma.

Eis as tabelas do Datafolha com todos esses dados (clique nas imagens para ampliar) apurados no levantamento de 27 e 28 de junho, com 4.717 pessoas em 196 cidades país (e margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos):

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Influência de Dilma tende a derreter no Congresso
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Fernando Rodrigues

Chegou a hora de a presidente Dilma Rousseff experimentar para valer a antipatia que construiu laboriosamente nos últimos dois anos e meio entre deputados e senadores. A queda de 27 pontos em sua popularidade, medida pelo Datafolha, será sentida agora a cada necessidade de negociação.

Na relação com os congressistas, presidentes da República são temidos ou admirados. Às vezes, raramente, as duas coisas. Dilma era sempre muito temida até maio passado, pois tinha a popularidade mais alta entre todos os ocupantes do Palácio do Planalto pós-ditadura nesta fase do primeiro mandato.

Do alto de sua aprovação popular, a petista acostumou-se a agir de forma imperial. Não dava entrevistas, exceto para a mídia amiga com quem podia opinar sobre novelas e culinária.

Até agora, foi fácil se comportar como um Emílio Garrastazu Médici sentado dentro do Planalto, ouvindo o jogo da seleção brasileira pelo rádio e olhando com desdém para o Congresso, do outro lado da Praça dos Três Poderes. Agora, com uma aprovação mais próxima da de João Figueiredo, o cenário ganha em complexidade.

Políticos são pragmáticos. Não gostam de arranjar briga com uma presidente da República que é bem avaliada e ruma para a reeleição.

Na nova conjuntura em formação, entretanto, o poder da presidente tende a derreter momentaneamente dentro do Congresso. Ela poderia compensar essa perda de popularidade com as relações pessoais e políticas. Ocorre que essas relações sempre foram muito tímidas ou inexistentes, por decisão da própria Dilma.

O Blog conversou ao longo da sexta-feira, 28.jun.2013, com vários presidentes de partidos e com líderes governistas no Congresso. Todos apoiaram a ideia do plebiscito para a reforma política de nariz virado. Em público, fingiram muito bem. Faz parte.

Na semana que vem, a conjuntura talvez mude. Os deputados e senadores devem se sentir mais à vontade para exercer sua sinceridade em público, quando tiverem de manifestar suas impressões sobre a forma como Dilma Rousseff conduz seu governo.

Mas é importante fazer duas ressalvas.

Primeiro: essa pesquisa foi realizada agora, no auge dos protestos de cidadãos indignados. Não é certo que algum outro político possa herdar de maneira definitiva o capital político-eleitoral que antes estava com Dilma e o PT para 2014. É necessário esperar mais algum tempo, talvez alguns meses, para saber como o cenário atual vai decantar.

Segundo: no auge do mensalão, em 2005, Luiz Inácio Lula da Silva também foi dado como morto e sua popularidade ficou num nível baixo e similar ao de Dilma agora. O restante da história é conhecido: o país voltar a crescer de maneira vigorosa e o petista foi reeleito em 2006.

O que diferencia o cenário de hoje do de 2005 é algo muito simples. O presidente lá atrás era Lula: um político esculpido na escola das negociações difíceis e das relações pessoais sólidas com seus aliados. Hoje, a presidente é Dilma, uma política quase sem grupo de confiança com quem possa governar nem um círculo generoso de amizades no Congresso.

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Mesmo com queda, Dilma ainda supera Lula e FHC com folga
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Fernando Rodrigues

Quando sai uma pesquisa de opinião sobre a popularidade presidencial é sempre bom analisar os números em relação ao que se passou no Brasil em anos recentes.

No caso da presidente Dilma Rousseff, que enfrentou uma queda de 8 pontos percentuais na sua taxa de “ótimo e bom”, de 65% para 57%, um dos fatos a ser destacado é que ela ainda está bem melhor do que estavam seus dois antecessores imediatos nesta mesma época –com dois anos e meio no primeiro mandato.

Dilma tem hoje, segundo o Datafolha, 57% de “ótimo e bom” como respostas para a avaliação de seu governo. Outros 33% consideram que a petista faz uma administração regular. E 9% acham o dilmismo no Planalto “ruim ou péssimo”.

Luís Inácio Lula da Silva governou ou Brasil de 2003 a 2010. Em junho de 2005 (2 anos e meio do seu primeiro mandato) tinha 22 pontos percentuais a menos de “bom e ótimo” do que Dilma na atualidade.

Fernando Henrique Cardoso governou de 1995 a 2002. Em junho de 1997, marcava 18 pontos a menos de “bom e ótimo” do que Dilma hoje.

Eis os dados, todos coletados da página de pesquisas deste Blog:

Lula com 2 anos e meio (1º mandato): 35% (bom e ótimo) e 45% (regular) e 18% (ruim e péssimo)

FHC com 2 anos e meio (1º mandato): 39% (bom e ótimo) e 42% (regular) e 16% (ruim e péssimo)

Essa superação de Dilma Rousseff sobre Lula e FHC significa que a presidente deve relaxar e achar que está tudo bem? Não. Mas é um indicador que mostra não haver se instalado uma situação caótica para a atual ocupante do Palácio do Planalto.

O que determinará a competitividade eleitoral de Dilma Rousseff em 2014 não é a queda de sua popularidade agora. Mas sim como será a trajetória daqui para a frente.

Como mostra o Datafolha, a deterioração da imagem de Dilma é um reflexo do aumento do pessimismo dos brasileiros com a situação econômica do país. A população está mais preocupada com a inflação e o desemprego.

Para 51% dos entrevistados, a inflação vai subir. Em março, essa taxa era de 45%. Há também pessimismo sobre desemprego, poder de compra do salário, situação econômica do país e do próprio entrevistado.

Se tudo realmente piorar, as coisas ficarão de fato ruins para Dilma. Mas hoje a queda de popularidade de seu governo não tiram da petista a condição de favorita em 2014 na corrida presidencial.

Segundo o Datafolha, no cenário mais provável da disputa, em que teria como adversários a ex-senadora Marina Silva (Rede), o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), Dilma teria 51% das intenções de voto.

Os 51% de Dilma representam uma queda de 7 pontos percentuais em relação a março. Mas é um desempenho ainda suficiente para liquidar a eleição já no 1º turno.

Em segundo lugar, com 16% (igual a março) aparece Marina. Aécio, que teve ampla exposição na TV nos dias anteriores da pesquisa, foi o único a crescer em relação a março: tem 14% (antes, tinha 10%).

Eduardo Campos se manteve com 6% das intenções de voto –o que é, em certa medida, notável, pois ele é um político regional e com pouca exposição no Sul e no Sudeste.

A pesquisa foi realizada nos dias 6 e 7 de junho. Foram feitas 3.758 entrevistas. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Eis o gráfico evolutivo:

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PT perdeu dois terços de seus eleitores pobres
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Fernando Rodrigues

O jornalista e pesquisador da FGV-SP, Fabiano Angélico, envia análise sobre onde o PT está fazendo água em São Paulo. Eis o artigo:

De 2008 a 2012, PT perdeu dois terços de seus eleitores de baixa renda

Movimento similar ocorreu entre os eleitores de baixa escolaridade

Por Fabiano Angélico, jornalista e pesquisador da FGV-SP

Com uma distância de exatos quatro anos, o Datafolha divulgou duas pesquisas eleitorais sobre a corrida à Prefeitura de São Paulo em que chama a atenção a disparidade na intenção de votos entre os dois candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT): 22 pontos percentuais separam a Marta de 18 de setembro de 2008 do Haddad de 18 de setembro de 2012:

Uma pergunta bastante pertinente para se fazer aos números é: em quais grupos de eleitores a diferença entre Marta e Haddad são mais pronunciadas?

As tabelas divulgadas no site do Datafolha ajudam a responder essa pergunta. Vamos então analisar o eleitorado que declara voto no PT nos recortes de renda, escolaridade e idade:

A maior diferença entre Marta e Haddad está na porção do eleitorado que ganha até 2 Salários Mínimos: 30 pontos percentuais. Isso quer dizer que de cada três eleitores do PT em setembro de 2008 apenas um mantém o voto no partido em setembro de 2012.

A segunda maior diferença está nos eleitores de 35 a 44 anos: 29 pontos.

E a terceira maior diferença localiza-se entre os eleitores com Ensino Fundamental: 28 pontos porcentuais.

Os menos escolarizados e de baixa renda mudaram a intenção de voto por causa do partido ou por causa do candidato? Por que a faixa etária dos 35 aos 44 anos mudou tanto, em relação ao candidato do PT?

Deixo aos sociólogos, cientistas políticos e observadores mais atentos as respostas a essas novas perguntas.

Acesse os dados do Datafolha de setembro de 2008 e os dados do Datafolha de 18 de setembro de 2012.

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Haddad tem menos da metade do PT em SP
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Fernando Rodrigues

33% dos paulistanos dizem achar “ótimo” ou “bom” o PT na Prefeitura

Mas o candidato de Lula só tem 15% e não consegue se conectar aos eleitores

Por que o candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, não decola?

Tem sido comum analisar essa situação procurando alguma razão exógena à disputa local. Algum fato externo estaria provocando o estancamento de Haddad. Seria o julgamento do mensalão? Seria o desgaste do PT? Seria a propaganda negativa que os adversários fazem contra ele?

Todos esses fatores podem influir, claro. Mas há também um aspecto real e mais objetivo: a dificuldade do próprio candidato para ser um “político eleitoral”, fazer campanha com gosto e empolgar os militantes de sua legenda e os eleitores paulistanos. Esses são predicados inexistentes até agora no desempenho pessoal de Haddad.

O Datafolha investigou o tema. Descobriu algo desolador para Fernando Haddad –e também, em grande medida, para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável direto pela escolha do candidato. Continua firme e forte na cidade de São Paulo a teoria de que um terço dos paulistanos “é PT”.

Hoje, 33% dos paulistanos dizem que consideram “ótimo” ou “bom” ter um prefeito do PT na capital do Estado. A esta altura da campanha, a maioria dos eleitores sabe quem é do PT e quem não é. O problema é que Haddad está hoje com uma taxa de intenção de votos de apenas 15%, menos da metade do que seria o potencial de seu partido. Mesmo com uma propaganda de TV de primeira linha. Mesmo com o apoio de petistas ilustres. E com recursos fartos para gastar.

Ou seja, o PT até que não vai tão mal na cidade de São Paulo. Aliás, o PT mantém uma popularidade muito boa com seus 33% de seguidores fiéis. Quem não está bem é o candidato do PT. E, por óbvio, todas as estrelas petistas que se apresentam como fiadores de Fernando Haddad.

Numa eventual derrota, o fracasso não terá sido só de Haddad. Serão sócios majoritários desse projeto o ex-presidente Lula (o maior responsável pela escolha do candidato), a presidente Dilma Rousseff e a ex-prefeita e agora ministra da Cultura, Marta Suplicy –que era contra Haddad, mas converteu-se ao “haddadismo” após ser bajulada pelo Palácio do Planalto.

Eis os dados do Datafolha sobre o que pensam os paulistanos e o partido do próximo prefeito da cidade:

A pesquisa Datafolha realizada na cidade de São Paulo nos dias 18 e 19 de setembro mostra um quadro de estagnação perigoso para Fernando Haddad. Ele oscilou em uma semana de 17% para 15%.

Ao mesmo tempo, José Serra (PSDB) oscilou de 20% para 21%. E Celso Russomanno (PRB) foi de 32% para 35%.

Tem sido usual nesta corrida paulistana ouvir a muitas perorações sobre o “fenômeno Russomanno” e sobre o “declínio de José Serra”. Quando o assunto é Haddad, o senso comum é um só: na reta final da campanha o candidato petista vai crescer, porque essa tem sido a lógica há décadas.

Por enquanto, essa profecia petista não tem se provado verdadeira quando se compara o que se passou em disputas anteriores.

A esta altura da disputa pela Prefeitura de São Paulo, todos os candidatos petistas que foram ao segundo turno em todas as eleições passadas já estavam em condições mais confortáveis se comparados aos 15% de Haddad hoje. Eis os dados:

 

1992 (23.set): Eduardo Suplicy tinha 22%

1996 (23.set): Luiza Erundina tinha 22%

2000 (22.set): Marta Suplicy tinha 35%

2004 (17.set): Marta Suplicy tinha 33%

2008 (18.set): Marta Suplicy tinha 37%

 

Nada impede que Fernando Haddad dê uma disparada nos próximos 17 dias até a data do primeiro turno (em 7 de outubro). Ocorre que os dados históricos mostram que ele terá de suar muito mais a camisa.

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Datafolha e Ibope registram pesquisas em capitais e cidades grandes
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Fernando Rodrigues

Nos próximos dias haverá estudos sobre a eleição para prefeito em 25 das 85 maiores cidades do país.

Todas as pesquisas para o G-85 (26 capitais e 59 cidades com mais de 200 mil habitantes) estão aqui.

O Datafolha e o Ibope poderão divulgar nos próximos dias pesquisas sobre a intenção de voto para prefeito em algumas das principais cidades do país. São municípios do G85, grupo formado pelas 26 capitais e pelas 59 cidades com mais de 200 mil habitantes.

O Datafolha está fazendo estudos em 5 capitais: Rio, Recife, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. O Ibope está sondando eleitores de 4 grandes cidades do interior de São Paulo: Campinas, Ribeirão Preto, Santos e São José dos Campos.

Outros institutos fazem levantamentos em outras 16 cidades do G85, também indicadas pelo Blog neste post (abaixo).

É possível saber aproximadamente quando uma pesquisa pode ser divulgada porque os institutos devem registrá-las na Justiça Eleitoral, pelo menos, 5 dias antes de torna-las públicas. Com base nessa previsão o Blog fez a lista apresentada abaixo.

No link de pesquisas eleitorais deste Blog, o internauta encontra o maior acervo de pesquisas eleitorais desde o ano 2000 com dados detalhados.

A seguir, lista das pesquisas sobre as eleições para prefeito de 2012 esperadas para os próximos dias:

Datafolha
Rio, BH, Recife, Curitiba e Porto Alegre: todas as pesquisas do instituto são para a “Folha de S.Paulo. Em cada cidade a pesquisa será feita em 19 e 20.jul.2012, todas foram registradas em 13.jul.2012. Os números de registro: RJ 00025/2012; MG 00150/2012; PE 00049/2012; PR 00017/2012; e RS 00040/2012.

Ibope
Campinas e Ribeirão Preto: faz pesquisa de 14 a 19.jul.2012 em cada uma dessas cidades a pedido da Empresa Paulista de Televisão. Registros feito em 13.jul.2012 no TRE-SP com o nº 00111/2012 (Campinas) e com o nº 00112/2012 (Ribeirão).

Santos: faz pesquisa de 15 a 20.jul.2012 para A Tribuna. Registro feito em 13.jul.2012 no TRE-SP. Nº 00113/2012.

São José dos Campos: pesquisa de 12 a 17.jul.2012 para a TV Vale do Paraíba. Registro feito em 12.jul.2012 no TRE-SP. Nº 00109/2012.

Outros institutos
Manaus: O D. M, Duarte pesquisa de 16 a 20.jul.2012. Registrou o estudo em 12.jul.2012: AM 00007/2012.

Goiânia: O Instituto Mark colhe dados de 19 a 21.jul.2012 com recursos próprios. Fez o registro em 15.jul.2012: GO 00070/2012. O Serpes fez a pesquisa de 12 a 16.jul.2012 para o jornal “O Popular”. Registrou em 12.jul.2012: GO 00068/2012.

São Luís: A empresa Mondego e Silva colhe dados de 15 a 17.jul.2012 por solicitação da Rádio Ribamar. Registrou o estudo em 13.jul.2012: MA 00047/2012.

Cuiabá: O Mark fará pesquisa de 20 a 22.jul.2012 em parceria com a Rd News. Registrou em 13.jul.2012: MT 00074/2012. O KGM colhe dados de 16 a 18.jul.2012 para o Hiper Notícias). Registro MT  00078/2012.

Belém: O Doxa fez pesquisa de 8 a 11.jul.2012 a pedido do Instituto Amazônico de Planejamento, Gestão Urbana e Ambiental. Poderá divulgar a partir de 20.jul.2012. Registro: PA 00029/2012.

João Pessoa: Ipespe questiona eleitores em 16 e 17.jul.2012 para o “Jornal da Paraíba”. Registro: PB 00017/2012.

Teresina: Data AZ pesquisa de 13 a 16.jul.2012 para o Portal AZ. Fez registro em 13.jul.2012: PI 00107/2012.

Natal: O Certus fez pesquisa em 11 e 12.jul.2012 para a “Tribuna do Norte”. Como o registro foi feito em 15.jul.2012, os dados só poderão ser publicados a partir de 20.jul.2012. Registro: RN 00036/2012.

Porto Velho: A Fonte Real GGE Ltda coletou dados de 13 a 16.jul.2012 para a “Gazeta de Rondônia”. Poderá divulgar resultados em 20.jul.2012. Registro: RO 00059/2012.

Porto Alegre: O Instituto Methodus indagou eleitores de 11 a 14.jul.2012 a pedido da Empresa Jornalísticas Caldas Júnior. Fez registro em 10.jul.2012: RS 00035/2012.

Joinville: Instituto Accord pesquisa de 17 a 20.jul.2012 para a TV Cidade dos Príncipes. Fez o registro em 14.jul.2012 (SC 00049/2012).

Piracicaba: Instituto de Pesquisas PHD coleto dados em 14 e 15.jul.2012 para o Jornal de Piracicaba. Registrou em 13.jul.2012 e poderá divulgar o estudo a partir de 18.jul.2012. Registro SP 00114/2012.

Contagem: O CP2 coleta dados de 15 a 17.jul.2012 com recursos próprios. Registro feito em 12.jul.2012 (MG 00144/2012).

Juiz de Fora: O Posicione fez pesquisa de 7 a 10.jul.2012 com recursos próprios. Fez registro em 15.jul.2012 e poderá divulgar resultados a partir de 20.jul.2012. Registro MG 00152/2012.

Uberaba: Instituto Veritá colhe dados de 17 a 19.jul.2012 em parceria com a TV Paranaíba. Fez registro em 15.jul.2012: MG 00151/2012.

Campina Grande: O Datavox faz pesquisa em 16 e 17.jul.2012 para o site “PB Agora”. Registro: PB 00022/2012.

Maringá: A E.C. Evidência Comunicação Ltda. Pesquisa de 16 a 19.jul.2012 para o jornal “Evidência”. Registro: PR 00019/2012.

 

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Chalita parado confirma embate PSDB-PT
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Fernando Rodrigues

Além da alta de Fernando Haddad (PT), a maior notícia da pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (17.jun.2012) é que empacou (e até oscilou negativamente, dentro da margem de erro) a candidatura de Gabriel Chalita (PMDB) a prefeito de São Paulo.

A pesquisa Datafolha na cidade de São Paulo foi realizada nos dias 13 e 14 de junho. José Serra (PSDB) ficou com 30%, mesmo percentual que tinha na primeira semana de março. Aqui, todas as pesquisas disponíveis em disputas municipais pelo país.

O 2º colocado é Celso Russomanno (PRB), que oscilou de 19% em março para 21% agora. Russomano é uma personagem midiática. O seu percentual é em grande parte “recall” de suas participações passadas em eleições e em programas de TV. Em tese, a curva de intenções de voto do candidato do PRB poderá descrever uma descendente a partir de agora –como ocorreu na última eleição na qual ele foi candidato.

Em 2010, Russomano foi candidato a governador. Esteve em parte da campanha na redondeza dos 10% ou até um pouco acima. Na semana da eleição, segundo o Ibope, a taxa havia caído para 5% dos votos válidos. Nas urnas ele teve 5,42%.

Há também outro aspecto a ser considerado: o PRB tem apenas alguns segundos de tempo de rádio e de TV durante o horário eleitoral.Em eleições no Brasil, tempo de propaganda é quase sempre vital. Ou seja, são respeitáveis os 21% de Russomano, mas ele deve enfrentar dificuldades para manter essa taxa quando a campanha começar para valer.

Embolados em terceiro lugar, dentro da margem de erro, estão os seguintes candidatos:

 

Soninha Francine (PPS) – 8% (tinha 7% em março)

Fernando Haddad (PT) – 8% (tinha 3% em março)

Netinho de Paula (PC do B) – 7% (tinha 10% em março)

Gabriel Chalita (PMDB) – 6% (tinha 7% em março)

Paulinho da Força (PDT) – 5% (tinha 8% em março)

 

Que Fernando Haddad subiria nas pesquisas de opinião ninguém duvidava. Ele pertence ao partido hegemônico no plano federal e tem o apoio explícito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É normal portanto que Haddad tenha chegado aos atuais 8%.

Uma surpresa moderada fica por conta de Gabriel Chalita, do PMDB. Ele é filiado ao maior partido brasileiro, aparece bem na TV e teve ampla exposição nas propagandas da sua legenda neste semestre –mais do que Haddad, pois o PT perdeu muitos minutos na Justiça. Não obstante suas aparições, Chalita não saiu do lugar. Oscilou negativamente de 7% para 6%.

O que isso significa? Que possivelmente a campanha paulistana pode mesmo afunilar entre o tucano José Serra e o petista Fernando Haddad. Havia até agora uma dúvida sobre se Chalita poderia crescer e ofuscar Haddad. A pesquisa Datafolha mostra que esse cenário parece ser cada vez mais inviável.

Apoiadores de Soninha Francine (PPS), Netinho de Paula (PC do B) e Paulinho da Força (PDT) poderão indagar: por que está sendo dada como inevitável a polarização PSDB-PT.

É uma boa pergunta. De fato, não está gravado em pedra que só Serra e Haddad têm condições de ir ao segundo turno. Mas o fato é que eles são os candidatos que têm à disposição as maiores estruturas partidárias e o maior tempo no rádio e na TV.

Soninha, Netinho e Paulinho –assim como Chalita– podem surpreender, mas são claramente “zebras” a esta altura da disputa.

No caso de Chalita, a se confirmar a sua desidratação nas próximas pesquisas, será mais uma história de decepção no PMDB ao buscar se renovar. O partido que foi tão importante na reconstrução da democracia está em constante agonia na cidade de São Paulo. Se Chalita fracassar, esse cenário só tende a piorar –e será uma derrota pessoal do vice-presidente da República, Michel Temer, o grande patrocinador do “projeto Chalita”.

Netinho de Paula também é um caso à parte. O candidato do PC do B está sendo pressionado a desistir já para que sua legenda possa apoiar Fernando Haddad no primeiro turno. A pesquisa Datafolha reforça a posição dos integrantes do PC do B que pretendem empurrar Netinho para fora da disputa.

Tudo considerado:

1) José Serra (PSDB) parece ter chegado ao seu limite de pontuação (30%) nesta fase da campanha. Oscilações (positivas ou negativas) mais robustas para ele podem vir com a propaganda no rádio e na TV;

2) Fernando Haddad (PT) cumpre a profecia há muito anunciada de subir nas pesquisas.

3) Gabriel Chalita (PMDB) apareceu muito na TV, mas não saiu do lugar.

4) candidatos de partidos médios e pequenos (Soninha Francine, Netinho de Paula e Paulinho da Força) terão dificuldades daqui para frente para reagir. E Netinho será pressionado a desistir para que o PC do B possa apoiar Haddad.

5) Celso Russomano (PRB) vive do seu recall e tende a desidratar a partir da propaganda eleitoral.

 

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