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Arquivo : Luiz Inácio Lula da Silva

Em 4 anos, Dilma gastou R$ 9 bilhões em publicidade, 23% a mais que Lula
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Fernando Rodrigues

No seu primeiro mandato (2003-2014), a presidente Dilma Rousseff gastou 23% a mais com propaganda do que seu antecessor, o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com dados obtidos pelo UOL, a administração dilmista destinou nos 4 anos de seu primeiro governo R$ 9 bilhões para publicidade em emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, sites de internet, outdoors, cinemas e em outros tipos de mídia.

Lula consumiu R$ 7,3 bilhões nos seu segundo mandato (2007-2010) com publicidade estatal.

Para a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), o ideal é fazer a comparação apenas com os dois últimos anos (2009 e 2010) do segundo mandato de Lula. A Secom prefere comparar gastos de Dilma apenas com final do mandato de Lula.

Nos seus primeiros 4 anos no Palácio do Planalto (2003-2006), Lula gastou R$ 5,9 bilhões com esse tipo de despesa. Essas cifras são todas atualizadas monetariamente pelo IGP-M, o índice usado no mercado publicitário e também pelo governo quando se trata de informações dessa área.

Já o tucano Fernando Henrique Cardoso gastou R$ 4,1 bilhões com publicidade em seus últimos três anos de mandato (2000 a 2002). Não há dados disponíveis anteriores ao ano 2000.

Eis os dados compilados comparando os gastos publicitários de FHC, Lula e Dilma (clique na imagem para ampliar):

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DIVISÃO POR MEIOS
Nas três administrações, segundo dados oficiais, o governo federal (administrações direta e indireta), gastou R$ 26,4 bilhões em propaganda.

As TVs são as campeãs no recebimento dessas verbas. Em 2014, tiveram 67% do total. Não há novidade a respeito desse fato, que persiste desde quando esta série história de dados vem sendo coletada.

As diferenças são vistas na participação dos veículos de outras plataformas no bolo de publicidade estatal federal.

Por exemplo, os jornais impressos ficavam com 21% das verbas de propaganda da União no ano 2000. Agora, têm apenas 6%. Essa foi a queda mais abrupta.

Revistas tiveram apenas 5% em 2014. Perderam para as rádios, com 6%.

O meio que mais tem avançado nos últimos anos é internet. Portais, sites, blogs, redes sociais receberam 8% do total das verbas estatais federais de publicidade em 2014. Ficaram em segundo lugar, perdendo apenas para as TVs.

Eis os dados detalhados, ano a ano, da divisão de receitas publicitárias da União por meios, de 2000 a 2014 (clique na imagem para ampliar):

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(Colaborou nesta reportagem Bruno Lupion, do UOL, em Brasília).

Leia mais sobre publicidade estatal:

Publicidade federal para mídia alternativa vai a R$ 9,2 milhões em 2014

“Dados técnicos” justificam investir em mídia alternativa, diz Secom

Estatais defendem estratégia de publicidade em veículos alternativos

Acesse a íntegra dos arquivos sobre publicidade da União de 2000 a 2014

Facebook dispara na publicidade da União e ultrapassa veículos tradicionais

Agências na Lava Jato tiveram R$ 969 mi de publicidade nos anos Dilma

FCB e Borghi Lowe dizem colaborar com autoridades; Heads defende contratos

Em 4 anos, Dilma gastou R$ 9 bilhões em publicidade, 23% a mais que Lula

Em 2014, ano da Lava Jato, BR Distribuidora gasta 46% a mais com propaganda

TV Globo recebeu R$ 6,2 bilhões de publicidade federal com PT no Planalto

Secom e BR Distribuidora defendem gastos com publicidade

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Lula pede a Facebook que retire do ar página sobre sua candidatura
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Fernando Rodrigues

Site “Lula 2014” não está mais acessível; perfis em redes sociais continuam ativos

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O site “Lula2014.org“, que defendia a substituição da presidente Dilma Rousseff pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato do PT a presidente da República, não está mais acessível desde o final da tarde desta 5ª feira (4.set.2014). O post abaixo revelou a existência desse endereço, na manhã desta 5ª feira.

O autor do site é anônimo, embora surgiram na internet especulações, não confirmadas, sobre quem poderia estar bancando a operação, por exemplo, aqui.

O Instituto Lula, por meio de sua assessoria, informa que já requereu ao Facebook que retire o perfil Lula 2014 do ar. Também estuda pedir o mesmo para o Twitter.  A assessoria do ex-presidente diz não saber quem seria o responsável por essas páginas.

P.S. às 21h de 4.set.2014: A assessoria de imprensa do Facebook informa que recebeu um pedido do Instituto Lula, mas que não tomou nenhuma atitude porque a página não violava as políticas da comunidade. Não obstante, o perfil já não está mais disponível no Facebook. Às 21h, o perfil no Twitter também já havia sido excluído.

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Site faz contagem regressiva para que Lula substitua Dilma como candidato
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Fernando Rodrigues

Página anônima agradece à “guerreira” Dilma, mas pede troca já

Justiça Eleitoral permite que mudança seja feita até 15 de setembro

Um site lançado nesta 4ª feira (3.set.2014) faz campanha para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva substitua Dilma Rousseff e seja o candidato do PT na corrida pelo Palácio do Planalto neste ano.

Dilma perde para Marina Silva (PSB) em simulações de segundo turno em todos os institutos de pesquisa. Lula ainda é tido, dentro do PT, como o único capaz de manter a Presidência da República sob o comando da legenda.

Os partidos têm até o dia 15 de setembro para indicar um novo nome para a disputa. Esse é o mote da página “Lula 2014”, editada com uma qualidade visual que não deve em nada às páginas oficiais dos candidatos. Tem, inclusive, uma certa identidade gráfica com o site do PT para a campanha de Dilma, o Muda Mais.

O site Lula 2014 faz contagem regressiva para que o ex-presidente assuma a candidatura pelo PT, em 15 de setembro. Diz que a conjuntura destas eleições pede “medidas contundentes” para garantir que o país “continue crescendo e mudando para melhor”.

O “Movimento Lula 2014”, com se intitulam os autores anônimos do site, agradece a Dilma Rousseff pela sua “garra” e competência” e diz que sua missão “foi cumprida com louvor”. Em seguida, fulmina a atual presidente: “Mas o momento conclama por Lula da Silva, e sabemos que poderemos contar com o seu irrestrito apoio”.

Não é possível identificar a autoria da página, registrada em nome de uma empresa dos EUA.

FACEBOOK
A primeira postagem no Facebook vinculado à página é de 14.abr.2014, quando surgia com força a onda do “volta Lula” dentro do PT. O logo “Lula 2014” é copiado do logo da Copa 2014, que ocorreu em junho-julho. As primeiras postagens mostram Lula com a camisa da seleção.

A página no Facebook destaca iniciativas recentes de Lula, como o lançamento de um site com dados dos governos Lula e Dilma e a estreia do ex-presidente no Twitter. Nas últimas semanas, há uma média de 1 postagem por dia. A página parece ter perdido fôlego de crescimento –comemorou, em 15 de julho, a marca de 80 mil curtidas. Hoje está em 81.005. No Twitter a última postagem é de 30.jun.2014.

Agora, com o site na internet, o movimento parece de novo disposto a ganhar tração para tentar substituir Dilma por Lula.

P.S. às 18h20 de 4.set.2014: O site “Lula2014.org” foi retirado da internet na tarde desta 5ª feira. O Instituto Lula, por meio de sua assessoria, informa que já requereu ao Facebook que retire o perfil Lula 2014 do ar. Também estuda pedir o mesmo para o Twitter. Leia mais no post acima.

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Zé Dirceu sobre Marina Silva: “Ela é o Lula de saias”
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Fernando Rodrigues

Ex-ministro cumpre pena em regime semiaberto em Brasília

Petista vê quadro sucessório decidido com Marina vencedora

Marina, Lula e Dirceu durante lançamento de plano contra o desmatamento da Amazônia, no Palácio do Planalto, em 15.mar.2014. Foto: Jamil Bittar/Reuters

Marina, Lula e Dirceu no Palácio do Planalto durante lançamento de plano contra o desmatamento da Amazônia, em 15.mar.2004. Foto: Jamil Bittar/Reuters

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que cumpre pena em regime semiaberto em Brasília, tem feito análises sobre o quadro eleitoral para os seus poucos interlocutores. Sua frase mais recorrente é esta: “Marina é o Lula de saias”.

Zé Dirceu diz enxergar o cenário muito consolidado, com Dilma e Marina no segundo turno. Depois, vê uma vitória certa para a candidata do PSB, que teria a força semelhante à de Lula em 2002, quando a origem humilde do petista se juntou ao desejo de mudança da maioria dos eleitores. Daí a expressão “Lula de saias”.

Para Zé Dirceu, a culpa pela iminente derrota do PT é quase exclusivamente de Dilma. A presidente teria tomado decisões erradas ao não construir pontes com a sociedade ao longo dos últimos anos. Também não teria chamado o ex-presidente Lula para ajudá-la, sobretudo agora. Por essa razão, Dilma apenas estaria colhendo o que plantou.

Não é segredo que Zé Dirceu nutre uma mágoa imensa pela forma como Dilma o tratou nos últimos anos, com um distanciamento duro e protocolar. Não está comemorando o fracasso da presidente porque não desejava o PT fora do poder central. Mas tampouco está triste por antever a derrota dilmista em outubro.

Marina e Dirceu no Palácio do Planalto em apresentação de plano de combate ao desmatamento em 7.abr.2004. Foto: Sérgio Lima/Folhapress

Marina e Dirceu no Palácio do Planalto em apresentação de plano de combate ao desmatamento, em 7.abr.2004. Foto: Sérgio Lima/Folhapress

P.S.: apesar de insistentes negativas por parte de amigos de José Dirceu a respeito deste post, o Blog mantém todas as informações aqui relatadas. Há outras, de caráter mais pessoal, que não serão publicadas.

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Antes de disputar o Planalto, Aécio nunca aceitou ir a debates eleitorais
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Fernando Rodrigues

Tucano rejeitou regras em 2002 e 2006, quando ganhou governo de Minas no 1º turno; em 2010, ao concorrer ao Senado, também não quis debater

Miguel Schincariol - 26.jul.2014

Quando as coisas não vão bem, começam a aparecer o que podem ser os possíveis defeitos de um político em campanha. Nesta semana, passou a ser mencionado em Brasília um fato pouco notado sobre o candidato a presidente pelo PSDB, o senador Aécio Neves (MG): aos 54 anos de idade, ele nunca havia participado de debates eleitorais para cargos majoritários até esta 3ª feira (26.ago.2014), quando a TV Bandeirantes promoveu o encontro entre postulantes à Presidência da República na disputa deste ano.

Em geral, no Brasil, candidatos que estão muito à frente nas pesquisas de intenção de voto tendem a rejeitar a participação em debates eleitorais. Argumentam que as regras são impróprias. Como a lei obriga as emissoras de TV a convidar muitos candidatos, quem está na frente apenas vira um saco de pancadas para os demais. Fernando Henrique Cardoso ganhou duas vezes o Palácio do Planalto (1994 e 1998) e foi a apenas um debate naquelas eleições (em agosto de 1994) —pois dizia que poderia participar se houvesse segundo turno, o que não ocorreu.

Em 2006, Luiz Inácio Lula da Silva também não quis participar de debates eleitorais no primeiro turno. Como a eleição foi ao segundo turno, o petista acabou participando desses encontros durante a fase final da campanha, vencida por ele.

Aécio Neves, por meio de sua assessoria, disse ter discordado das regras dos debates propostos em 2002 e 2006 nas disputas pelo governo de Minas Gerais. Tinha se comprometido a participar se houvesse segundo turno. Como ele venceu no primeiro turno, não teve de cumprir a promessa.

O tucano também não foi ao debate entre candidatos ao Senado em 2010. Como esse evento tampouco teve a presença de Itamar Franco (PPS) e de Fernando Pimentel (PT), o debate ficou esvaziado —Itamar e Aécio acabaram conquistando as duas vagas em disputa naquele ano.

P.S.: este post foi corrigido em 29.ago.2014 com a informação sobre a participação de FHC num único debate em agosto de 1994, quando ele ainda não era o franco favorito naquela disputa. Depois, não foi mais a esses eventos.

 

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Lula protesta contra TV Globo em comício
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Fernando Rodrigues

ex-presidente reclama do critério da emissora para dar cobertura a candidatos na campanha eleitoral

Dilma e Lula em ato de centrais sindicais, em São Paulo (7.ago.2014) - reprodução

Dilma e Lula em ato de centrais sindicais, em São Paulo (7.ago.2014) – reprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma crítica à TV Globo na noite desta quinta-feira (07.ago.2014) durante um comício na cidade de São Paulo.

No evento promovido por centrais sindicais para a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, Lula disse ao final de sua fala que iria fazer “um protesto”.

Afirmou que já foi “vítima de todas as sacanagens que vocês podem imaginar” em eleições passadas. Aí, de maneira indireta, mencionou que nesta semana começou a cobertura eleitoral no noticiário televisivo –referindo-se à TV Globo, que desde segunda-feira (4.ago.2014) menciona em seus telejornais as atividades de candidatos a presidente e a governador.

Aí Lula disse que no caso de candidatos a presidente, o critério usado pela TV Globo inclui os que estejam pontuando acima de 6% nas pesquisas de intenção de voto. “Como eles criticam o governo o tempo todo, eles querem fazer os adversários crescer”, afirmou o ex-presidente. No caso, “eles” foi uma referência à Globo, indicando que a emissora teria interesse em colocar o máximo de adversários de Dilma Rousseff no seu noticiário nacional.

Em seguida, o petista falou que no Estado de São Paulo o critério foi outro. “Aqui [em São Paulo] é 10%”, afirmou. E explicou: “É para tirar o Padilha da TV”. O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, tem menos de 10% nas pesquisas. O favorito no momento na disputa paulista é o atual governador, Geraldo Alckmin (PSDB).

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Na largada da campanha, rejeição ao governo Dilma é igual à de FHC em 2002
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Fernando Rodrigues

Gestão petista é rejeitada por 26%, mesma taxa do tucano em ano de alternância no Planalto

A taxa de rejeição ao governo de Dilma Rousseff (PT), hoje em 26%, é igual à reprovação dos brasileiros ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em julho de 2002, no início da campanha. Naquele ano, o tucano não conseguiu fazer seu sucessor e o PT ganhou o Planalto, por meio da vitória de Lula.

Há alguns meses, Dilma vem tentando reduzir essa taxa de rejeição de seu governo. Não teve sucesso. A soma dos que consideram sua administração “ruim” ou “péssima” varia de 21% a 28% desde fevereiro, apesar de campanhas maciças do Planalto e de empresas estatais em rádio e TV.

A rejeição à candidata Dilma é um pouco maior do que a de seu governo. Está agora em 32% e também tem permanecido estável desde fevereiro, flutuando na faixa de 30% e 35%, segundo o Datafolha. Essa taxa está no limite mais alto da que foi registrada por candidatos vitoriosos em outras corridas presidenciais nesta época.

Lula tinha 32% de rejeição em julho de 2002 e 31% no final de junho de 2006. Já os adversários lulistas naquelas duas disputas eram mais reprovados que os de Dilma nesta mesma fase do ciclo eleitoral (tabela abaixo).

Arte

FHC iniciou sua trajetória ao Planalto com uma rejeição bem menor do que Dilma hoje. O tucano era descartado por 16% nesta altura do ano em 1994, e 21% em 1998. A própria Dilma, em 2010, era rejeitada por 20% do eleitorado quando iniciou sua campanha vitoriosa –há quatro anos, ela herdava de maneira natural parte do recorde de aprovação do então presidente Lula, que tinha 77% de “bom” e “ótimo” em julho de 2010.

A expectativa do marketing petista é que a avalanche de comerciais veiculados no rádio e na TV possam surtir efeito ao longo das próximas semanas. O problema desta estratégia é que vem sendo tentada há cerca de 2 meses sem surtir o efeito desejado pelo Planalto.

A taxa de aprovação ao governo da petista está estável há meses, com pequenas variações por causa de fatos isolados. A Copa do Mundo melhorou o humor brasileiro de forma substantiva. A taxa dos que sentem orgulho com a promoção do torneio pelo Brasil saltou de 45% em junho para 60% em julho. Esse aumento de 15 pontos percentuais não foi verificado na aprovação da gestão dilmista, que variou positivamente, mas apenas de 33% para 35% no mesmo período.

É verdade que a intenção de voto em Dilma saiu de 34% em junho para 38% em julho, mas ela apenas voltou ao patamar do mês anterior –os 37% que registrava em maio. Muito provavelmente a queda da petista em junho teve a ver com a expectativa negativa em relação à Copa, que estava no seu grau máximo.

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

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PT esconde Temer de cartazes e vídeos em ato que lança Dilma à reeleição
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Fernando Rodrigues

A convenção do PT que formalizou a candidatura de Dilma Rousseff a presidente da República, realizada neste sábado (21.jun.2014) em Brasília, não exibe em nenhum cartaz, panfleto ou painel eletrônico a imagem de uma figura-chave no governo da petista: o vice-presidente Michel Temer, fiador da aliança com o PMDB (vídeo abaixo).

A tradicional imagem do candidato com seu vice, comum em eleições anteriores, foi substituída pela imagem de Dilma com seu mentor político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O mesmo ocorreu, de maneira inversa, na convenção nacional do PMDB, realizada em 10 de junho, onde Dilma era o “sujeito oculto” do evento. O ato pemedebista serviu para celebrar o apoio à reeleição da presidente, mas também não exibia sua imagem em cartazes ou panfletos. A figura de Dilma apareceu somente em pessoa, quando ela compareceu para agradecer o apoio, quando os votos já tinham sido apurados.

Na convenção do PT, realizada em um hotel na região central de Brasília, Temer também teve destaque somente ao vivo, quando fez um discurso em que exaltou a aliança entre os dois partidos e o aumento da classe média brasileira promovida nos governos petistas.

Em tempos de convenções partidárias ilustradas com muita tecnologia e vídeos cinematográficos, um discurso soa pouco. E fica evidente que o interesse entre PT e PMDB é apenas negocial e zero ideológico: os peemedebistas dão tempo de TV e recebem cargos depois no governo petista em caso de vitória.

Sobrenome. A convenção também serviu para que Dilma descobrisse a pronúncia do nome completo de seu vice-presidente, Michel Temer Lulia. O pemedebista foi anunciado dessa forma pela mestre de cerimônias, ao que a petista prontamente o indagou: “Lulia?”. O vice confirmou que, sim, aquele era seu nome.

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Brasil não arquiva telefonemas presidenciais a outros chefes de Estado
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Fernando Rodrigues

Conversas de valor histórico se perdem por falta de organização

Acervo dos EUA publica diálogos de Bush com Sarney e Collor

Um historiador que busca conversas telefônicas de ex-presidentes brasileiros com chefes de Estado de outros países ficará frustrado ao pesquisar no Palácio do Planalto. O Brasil não guarda áudios nem transcrições das ligações feitas e recebidas por seus presidentes.

A prática destoa da aplicada nos Estados Unidos –uma pesquisa no acervo de George Bush pai, presidente norte-americano de 1989 a 1993, fornece transcrições de suas conversas com os ex-presidentes brasileiros José Sarney e Fernando Collor de Mello.

A jovem democracia brasileira, restaurada a partir de 1985, ainda não tem uma política de Estado para o tema. Isso leva os presidentes a definirem regras informais. Cada um lida como bem entende com os registros de telefonemas para homólogos de outros países.

O assessor de assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, chegou a afirmar em 18.out.2013 ao programa “Poder e Política”, do UOL e da “Folha”, que gostaria que o áudio das conversas fosse gravado e arquivado, mas não o era por falta de costume.

Segundo ele, os diálogos de presidentes brasileiros eram anotados em minutas, tornadas públicas após 15 anos –prazo da Lei de Acesso a Informações Públicas para a divulgação de documentos classificados como secretos.

Assista abaixo à declaração de Garcia sobre o tema:

 

A partir dessa informação, o Blog pediu ao Planalto os registros das conversas de José Sarney, Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso (até 15 anos atrás, em novembro de 1998). O governo respondeu que não havia nada do gênero no acervo da Presidência.

Indagado a respeito, Garcia disse, por meio de sua assessoria, que havia se equivocado durante a entrevista ao UOL e à “Folha”. Retificou-se afirmando que os registros de telefonemas eram notas “informais” e “eventuais”, não arquivadas para a posteridade. O único registro dessas conversas seriam as notas à imprensa divulgadas pela Secretaria de Comunicação.

O ex-chanceler e atual ministro da Defesa Celso Amorim também gostaria que os telefonemas presidenciais fossem ao menos anotados e arquivados para a posteridade. “Que é importante para a história, não tenho dúvida que é”, disse em 26.nov.2013 ao “Poder e Política” .

Amorim relata que, quando era ministro das Relações Exteriores e acompanhava telefonemas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros chefes de Estado, estava mais preocupado com o resultado imediato da conversa do que com a guarda do seu conteúdo. Assista abaixo à sua declaração:

 

O Blog também perguntou aos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney se tinham registros de ligações telefônicas para outros chefes de Estado.

O Instituto FHC respondeu que, se houve gravação desses telefonemas, a cópia estaria nos arquivos do Itamaraty. “Há certamente telefonemas puramente cerimoniais cujo teor não tem muito, senão nenhum interesse político”, informou a entidade. O Itamaraty, porém, diz não ter nenhuma conversa gravada entre FHC e outros chefes de Estado.

A assessoria do ex-presidente Fernando Collor de Mello informou que não poderia responder se esses diálogos eram gravados ou não durante o seu mandato no Executivo. O Blog também entrou em contato com a assessoria de José Sarney, mas não obteve resposta

Diálogos de Bush com Sarney e Collor

Os arquivos dos presidentes norte-americanos permanecem em sigilo por 12 anos após o final da administração. Documentos confidenciais são regidos por uma lei própria e podem demorar mais para vir a público.

Esse é um aspecto que foi negligenciado na Lei de Acesso a Informações Públicas. No Brasil, só há 3 tipos de classificação de sigilo: reservada (5 anos de sigilo), secreta (15 anos) e ultrassecreta (25 anos).

Em alguma situações, é razoável que um presidente, governador ou prefeito prefira que parte de suas conversas com autoridades nacionais ou estrangeiras fiquem reservadas até o final de seu mandato –ou até algum tempo depois. Mas a Lei de Acesso à Informação não contém um dispositivo para esses casos específicos.

Classificar uma conversa presidencial como reservada (5 anos) pode ser pouco, a depender do caso. Os mandatos de cargos executivos são de 4 anos no Brasil. O ocupante do Palácio do Planalto tem o direito de tentar se reeleger. Um registro de um telefonema no primeiro ano de seu governo poderia, estando classificado como “reservado”, ser divulgado no início do seu segundo mandato.

O acervo do ex-presidente dos EUA George Bush permite consultar a transcrição de mais de 1.200 diálogos telefônicos entre ele e outros chefes de Estado e autoridades internacionais durante seu mandato, de 1989 a 1993.

Nessa lista está uma ligação de Bush para o então presidente José Sarney, em 17 de maio de 1989. O assunto era o Panamá, que vivia sob o jugo do ditador Manuel Noriega.

Reprodução

Minuta da conversa entre Bush e Sarney/Reprodução

No diálogo, Bush busca apoio de Sarney para aprovar uma “forte resolução” na OEA (Organização dos Estados Americanos) que pedisse a saída de Noriega e a sua substituição por um governo democraticamente eleito.

O presidente brasileiro concorda com uma resolução nessa linha, mas ressalta ser contra uma intervenção direta no país. Sarney também defende o respeito ao tratado que regia o canal do Panamá.

Em resposta, Bush se diz preocupado com o “mau exemplo” que o Panamá poderia enviar às jovens democracias da região. E afirma que, se houvesse uma resolução forte da OEA, Noriega seria forçado a sair.

Ao final do diálogo, o presidente dos Estados Unidos diz admirar o “esforço criativo” de Sarney para conduzir a transição da ditadura para a democracia no Brasil.

A ressalva de Sarney contra a intervenção direta no Panamá não surtiu efeito: 7 meses depois da conversa entre os 2 presidentes, os Estados Unidos invadiram o país e capturaram Noriega, um ex-agente da CIA.

O acervo de Bush também registra uma conversa entre ele e o então presidente brasileiro Fernando Collor de Mello, em 28 de junho de 1990.

Transcrição do telefonema entre Bush e Collor/Reprodução

Transcrição do telefonema entre Bush e Collor/Reprodução

Collor tomou a iniciativa do telefonema. Queria elogiar o presidente norte-americano pelo lançamento, no dia anterior, do Programa Iniciativa para as Américas, apelidado de “Plano Bush”. O principal ponto era a construção da Alca (Área de Livre Comércio nas Américas).

Na conversa, Collor afirma que o plano de Bush daria instrumentos à América Latina para que tivesse “mais esperanças no futuro”. “Seu programa é inovador e vai na mesma direção das políticas de livre mercado em implantação no Brasil”, disse Collor, que no seu mandato teve uma política de abertura do país para a entrada de produtos estrangeiros.

Bush agradeceu as palavras de apoio. Em retribuição, solidarizou-se com a derrota da seleção brasileira de futebol para a Argentina, que havia ocorrido 4 dias antes, durante as oitavas de final Copa da Itália.

“Nosso time também levou uma surra, porém sei que o Brasil está numa categoria diferente e que vocês levam esse jogo a sério. Mas, como falamos: sempre haverá o próximo ano”, disse o norte-americano.

(Bruno Lupion)

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Ano pré-reeleitoral de Dilma tem mais emprego e popularidade que Lula e FHC
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Fernando Rodrigues

Em compensação, desempenho do PIB e perspectiva de inflação são piores

A presidente Dilma Rousseff encerra o ano anterior à sua campanha pela reeleição com taxas de desemprego e aprovação mais confortáveis do que tiveram os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso quando se preparavam para ganhar mais 4 anos no Palácio do Planalto.

A taxa de desemprego anual deste final de 2013 é de 5,58%. Trata-se de percentual bem menor do que os 9,8% registrados em 2005, quando Lula articulava apoios para tentar se reeleger. E é melhor também do que os 6,14% de 1997, ano em que a emenda da reeleição era aprovada para que FHC disputasse um segundo mandato.

O percentual de brasileiros que apoiam Dilma também é superior ao de seus antecessores no mesmo período do mandato. O governo da presidente é considerado “ótimo” e “bom” por 41% da população, segundo o Datafolha. Em dezembro de 2005, Lula era aprovado por apenas 28%, ainda sob impacto do escândalo do mensalão. FHC, no embalo do combate à inflação, era aprovado por 37% em dezembro de 1997. Compare todos os indicadores na tabela abaixo.

Tabela

Se popularidade e emprego jogam a favor da presidente, a inflação pode ser um obstáculo no caminho para o segundo mandato dilmista. A petista deve ter 5,7% de inflação neste ano. Não está tão pior do que Lula em 2005 (a taxa foi de 5,69%) ou de FHC em 1997 (5,22%).

A diferença são as projeções para 2014, no momento da reeleição. Caso as previsões do mercado se confirmem, o Brasil terá uma inflação de 5,95% no ano que vem, taxa bem maior do que os 3,14% de Lula e quase o quádruplo do 1,65% de FHC.

O desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) também não deve ajudar Dilma. A estimativa de crescimento para 2014, segundo o boletim Focus, do Banco Central, é de 2% –metade do registrado sob Lula em 2006.

FHC foi reeleito em 1998 com estagnação, “crescimento zero”, mas se beneficiou do pavor que ainda habitava as mentes dos brasileiros a respeito da volta da inflação. Além disso, não havia alternativas ao centro. Lula naquela época não era palatável ao mercado financeiro e ostentava como candidato a vice-presidente o pedetista Leonel Brizola (1922-2004).

Tudo considerado, o cenário é favorável ou desfavorável para Dilma? Há itens para todos os gostos no cardápio.

A favor do Planalto: a) popularidade de Dilma mais alta na largada na comparação com outros presidentes que conseguiriam se reeleger (e o governo torrará milhões de reais em propaganda nos próximos meses para alavancar ainda mais a imagem da petista); b) taxa de desemprego baixa; c) oposição ainda completamente desarticulada.

Contra si Dilma tem o seguinte: a) baixo crescimento econômico; b) perspectiva de inflação alta na comparação com outros anos reeleitorais; c) promessas de manifestações de rua em 2014 e d) a incógnita maior, a organização da Copa do Mundo de futebol no Brasil.

Há elementos para todos os gostos. Mas o mais certo a dizer é que, neste cenário, a disputa continua toda em aberto –apesar do favoritismo inegável da presidente da República.

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