Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Paulo Maluf

Semana pré-impeachment mostrou Planalto frágil e quase derrotado
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Fernando Rodrigues

Contabilidade de votos piorou a cada dia para o Planalto

271 discursos foram pró-impeachment e só 133 a favor de Dilma

Ao todo, oposição falou 1.552 minutos contra o governo

Deputados pró-Dilma falaram apenas 784 minutos

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Mesa da Câmara durante a votação do impeachment no domingo (17.abr)

Apesar da guerra midiática propagando a versão de que haveria votos para conter o impeachment, o Palácio do Planalto entrou derrotado na reta final do processo. As 48 horas que antecederam a votação revelaram indicadores sobre a derrota que acabou ocorrendo.

O Blog acompanhou, minuto a minuto, as sucessivas sessões da Câmara desde a manhã de 6ª feira (15.abr.2016), inclusive durante as madrugadas. Ao mesmo tempo, monitorou os movimentos de bastidores, com o Planalto e a oposição divulgando seus placares a respeito de quantos seriam os votos a favor e contra o impeachment.

Durante a mais longa sessão da Câmara nos últimos 25 anos (para quando há estatísticas a respeito), o total de oradores foi de 311 deputados. Muitos se repetiram na tribuna. No total, foram 271 falas a favor do impeachment e só 133 para defender o governo. E muitos dos que se posicionavam contra o processo de afastamento falavam “contra o golpe” e não a favor de Dilma Rousseff.

Desde as 9h01 de 6ª feira, quando foi aberta oficialmente a sessão de discussões, até seu fim, às 3h42 da madrugada de domingo, os discursos contra Dilma totalizaram 1.552 minutos. A defesa do mandato da presidente ocupou 784 minutos.

Tempo-de-fala-impeachmentOs vocalizadores do impeachment que falaram por mais tempo foram Weliton Prado (PMB-MG), que falou por 60 minutos e João Derly (Rede-RS), que falou por 28 minutos. Prado consumiu 1 hora por ser líder e único membro do PMB na Câmara.

A presidente teve como seus principais porta-vozes Silvio Costa (PT do B-PE) e Weverton Rocha (PDT-MA), que falaram por 48 e 45 minutos, respectivamente, nas vezes em que ocuparam a tribuna.

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Dos 25 partidos com representação na Câmara dos Deputados, 16 se declararam abertamente favoráveis ao impeachment. Outros 5 foram contrários. E 4 liberaram seus deputados para votar sem orientação.

Uma curiosidade: dos 311 deputados que falaram da tribuna a favor ou contra o impeachment, apenas 30 eram mulheres. Dessas, 14 a favor de Dilma e 16 pró-afastamento da petista.

O MARKETING DE CADA LADO
A última semana antes da votação no plenário da Câmara foi dominada por ondas de ânimo que ora atingiam os governistas, ora os oposicionistas. Ainda que o momentum parecesse se alternar, os fatos concretos sempre estiveram ao lado dos favoráveis ao impeachment.

Em meio à volatilidade das contagens de votos, um indicador mais sólido –as declarações dos próprios deputados em suas redes sociais– mostrou um fortalecimento constante dos oposicionistas. Um levantamento iniciado em 18.mar, portanto 1 mês antes da votação no plenário da Câmara, mostrou que o crescimento dos votos a favor do impeachment se robusteceu, sem oscilações, a despeito das contagens mirabolantes propagadas pelos 2 lados da disputa.

De 2ª feira (11.abr.2016) até a manhã de domingo (17.abr.2016), dia da votação, os deputados que se declararam favoráveis ao impeachment nas redes sociais passaram de 285 a 351, garantindo 9 votos a mais do que o mínimo necessário para autorizar o processo. Os apoiadores do mandato de Dilma passaram na última semana de 113 para apenas 133. Eram 39 votos a menos do que o necessário para barrar o impeachment. Um número maior do que o total de deputados que não se declararam (32) ou que iriam se abster (2).

GOVERNO PERDE O MÉDIO CLERO
Os 3 partidos centrais, com bancadas representativas que garantiam a maioria governistas, deram, ao invés de votos, duros golpes a Dilma. Há duas semanas PP, PR e PSD tinham 3 ministérios e seus 3 caciques trabalhando para coletar votos contra o impeachment.

A rebelião foi gradual. Os deputados contra o governo se fortaleceram dentro das bancadas e se rebelaram contra os líderes. No PP, o presidente do partido, Ciro Nogueira, anunciou em 6.abr que continuava no governo. Foi acossado pelos diretórios estaduais pró-impeachment, que provaram ser maioria e pediram reunião da Comissão Executiva Nacional. O resultado foi o rompimento do PP com o Planalto e a entrega do Ministério da Integração Nacional em 12.abr.

No PSD, presidido pelo ex-ministro das Cidades Gilberto Kassab, o movimento foi semelhante. Originalmente 1 dos maiores defensores do mandato de Dilma, Kassab foi dobrado pela bancada do partido, que anunciou voto em massa pelo impeachment. O líder Rogério Rosso, presidente da Comissão Especial do Impeachment, votou pelo impedimento no colegiado em 11.abr. Sem conseguir votos, Kassab entregou o cargo na última 6ª feira (15.abr).

O PR não entregou seu ministério e é o único dos 3 partidos que conservou seu comandante (não-oficial), Valdemar Costa Neto, trabalhando pelo governo até o final. Porém, na votação na Comissão Especial, o líder do partido na Câmara, Maurício Quintella (AL), abandonou a liderança para poder defender o impeachment, abrindo o caminho para dissidências na bancada.

BATALHA NO BAIXO CLERO
Com a consciência de que perdera o apoio dos líderes dos partidos-chave, o governo redobrou os esforços na abordagem individual dos deputados, ofertando cargos de 2º e 3º escalões e apoio nas eleições municipais deste ano de 2016. A suíte ocupada por Lula no hotel Royal Tulip foi o centro das articulações.

O ex-presidente fez de tudo para convencer determinadas bancadas. Ao conversar com um líder religioso da Igreja Quadrangular, viu que não estava dando certo. Aí, disparou: “Se nós derrotarmos o impeachment, quem vai governar sou eu. Eu vou sentar naquela cadeira”.

Na 6ª feira (15.abr), por exemplo, o Diário Oficial da União saiu recheado com mais de 50 nomeações. A operação produziu boa repercussão no Congresso. Ao longo do dia, deputados governistas se mostraram mais confiantes. Tentaram propagar a ideia de que o jogo estava virando. Mas a quantidade de votos consolidados a favor de Dilma não sustentou o bom humor até o sábado, véspera da votação.

O símbolo maior desse movimento esperançoso foi a perspectiva de o governo recuperar 12 votos do PP na 6ª feira. Um vídeo gravado por Waldir Maranhão (PP-MA), aliado ferrenho de Eduardo Cunha, anunciando apoio a Dilma orientou o discurso de que o governo se fortalecia.

A esperança foi enterrada na madrugada de sábado. O principal articulador do governo na bancada pepista, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), selou acordo com o presidente do partido, senador Ciro Nogueira. Uma foto marcou o momento.

Ciro Nogueira (dir.) e Eduardo da Fonte (esq.) após fechar acordo na madrugada de domingo (17.abr)

Ciro Nogueira (dir.) e Eduardo da Fonte (esq.)

PAULO MALUF
Um caso emblemático de como o governo fracassou e conduziu mal a cooptação de votos para barrar o impeachment é o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).

Maluf era dado como voto certo a favor do Planalto e nem foi procurado para conversar. O governo preferiu negociar o apoio do PP com o presidente nacional da legenda, o senador Ciro Nogueira —do Piauí. Ocorre que Maluf e Ciro Nogueira são adversários figadais dentro da legenda.

Quando soube que havia sido deixado de lado, Maluf anunciou que votaria a favor do impeachment. Aí o Planalto resolveu agir e mandar recados. Era tarde demais.

Maluf tomou café da manhã no sábado (16.abr.2016) com o vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu. À tarde, foi levado até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Encontraram-se no hotel em Brasília no qual o petista está hospedado, o Royal Tulip.

“Falei para ele que fizeram tudo errado oferecendo cargos para essas pessoas do PP. Tinham de ter conversado com toda a bancada e fazer uma proposta geral sobre como seria o governo daqui para a frente. Agradeci o convite, mas disse que manteria minha posição”, relata Maluf —que foi até ao petista em companhia de Armando Monteiro, ministro da Indústria.

Na manhã de domingo, Lula telefonou novamente para Maluf. Não teve jeito. O deputado disse que votaria a favor do impeachment. Deu entrevistas no meio da tarde e deixou sua posição explícita.

Um sinal de como a tropa governista estava desinformada: até pouco antes do início da votação o deputado Sílvio Costa (PT do B-PE) dizia que Maluf votaria com o governo. “Ele vai votar contra o impeachment e ainda vai falar mal do Eduardo Cunha”, afirmava Costa.

MANIFESTAÇÕES
Do lado de fora do Congresso, manifestantes favoráveis e contrários ao impeachment ficaram isolados por um muro que dividia a Esplanada ao meio. A circulação entre os 2 lados, entretanto, era livre.

Militantes pró-governo aglomeraram-se em frente ao prédio do Ministério do Turismo e dos Transportes. Assistiram à votação sentados em frente a 2 dos 4 telões instalados no local.

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À esquerda, manifestantes pró-Dilma; à direita, grupo a favor do impeachment

O clima era de resignação. Os votos contrários ao impeachment eram comemorados de forma cada vez menos efusiva à medida que a sessão no plenário avançava. Por volta das 20h, 1 dos 3 caminhões de som parado em meio aos militantes pediu para os presentes não dispersarem.

Já os manifestantes pró-impeachment concentraram-se na altura do Ministério da Integração Nacional e do Ministério do Trabalho e Emprego.

Vestidos de verde e amarelo, assistiram à votação em clima de copa do mundo, ao som de muito batuque e reproduções do hino nacional em ritmo de samba.

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Maluf, que agora apoia o impeachment, deixa a lista vermelha da Interpol
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Fernando Rodrigues

“Agora, só falta o papa Francisco me canonizar”, diz deputado

Político volta a poder fazer viagens ao exterior sem risco de prisão

Primeiro passeio internacional será para Bariloche e Punta del Este

Exclusão ocorreu há um mês e meio; Maluf não explica a razão

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O deputado Paulo Maluf (PP-SP) em fevereiro de 2015

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), 84 anos, e seu filho Flávio não estão mais na lista pública de pessoas procuradas pela Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal.

Segundo informações do gabinete do deputado, a exclusão foi feita há 1 mês e meio. Maluf fala entre “duas e três semanas”. Ele não quis revelar como conseguiu que seu nome fosse retirado da lista de procurados internacionais.

Procurado pelo Blog, o deputado comemorou e fez uma brincadeira: “Estou fora do mensalão, fora do petrolão, fora da Lava Jato, não estou no Panama Papers e votei a favor do impeachment. Agora, saí da lista vermelha da Interpol. Só falta o papa Francisco me canonizar”.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Ontem (11.abr.2016), no início da noite, Maluf foi um dos 38 deputados que votaram a favor da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial que tratou do assunto na Câmara. O pedido foi aceito, pois o Palácio do Planalto teve apenas 27 votos no colegiado de 65 integrantes.

Feliz com seu voto, Maluf dava entrevistas a granel ao final da sessão da comissão do impeachment. Indagado pelo Blog se achava justo ser “canonizado” pelo papa (ser tornado santo da Igreja Católica), o deputado respondeu:

“Por tudo que fiz pela cidade de São Paulo, acho que eu mereço [a canonização]”.

“Amanhã [hoje], 12 de abril, completo 49 anos de vida pública. Em 12 de abril de 1967 fui nomeado presidente da Caixa Econômica Federal. Tenho muitos serviços prestados”, declarou.

Maluf diz que sua última viagem internacional foi em dezembro de 2008, quando esteve na França, na Itália e na Inglaterra. Agora, está livre para passear novamente pelo exterior. “Vou tirar uns 15 dias em julho. No inverno, gosto de ir para a Argentina, para Bariloche. Também posso ir para Punta del Este, no Uruguai”, disse.

Paulo Maluf foi incluído na lista da Interpol em 19.mar de 2010, há quase 6 anos. Ele foi colocado na relação que é conhecida como “difusão vermelha”. O deputado poderia ser preso se fosse ao exterior. Ao desembarcar, corria o risco de ser detido em qualquer 1 dos mais de 180 países que integram  parte do organismo.

À época, a inclusão ocorreu a pedido da Promotoria de Nova York, em decorrência de uma investigação iniciada em 2001. Maluf foi acusado de enviar recursos ilegalmente para o exterior e por desviar dinheiro público no Brasil. O deputado nega ter cometido irregularidades. “Agora, vou mandar o meu advogado procurar esse juiz em Nova York para explicar tudo”, afirma.

O desvio teria ocorrido nas obras da avenida Água Espraiada. O dinheiro teria sido enviado para Nova York –depois, para a Suíça, para a Inglaterra e para a Ilha de Jersey. Maluf nega todas essas acusações.

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O nome do deputado não retorna mais resultados no site da Interpol

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Página da Interpol quando Maluf ainda era procurado

LISTA SIGILOSA
Embora Maluf não apareça mais na lista pública da Interpol, não há como saber se o político brasileiro é mantido em uma outra relação, não divulgada.

Como a inclusão foi feita a pedido da Justiça dos EUA, delegados da Polícia Federal brasileira que trabalham com a Interpol não souberam precisar se Maluf está ou não na lista sigilosa da Interpol. Nesse caso, ele ainda poderia ser preso ao sair do Brasil.

“TRAGA UM ALFAJOR PRA GENTE VER”
O deputado deu pistas sobre sua exclusão da lista da Interpol nas redes sociais.

Na última 5ª feira (07.abr) o deputado foi alvo de provocações de um internauta no Facebook, após anunciar publicamente que apoiaria o impeachment de Dilma Rousseff.

“Amo o Brasil e principalmente amo São Paulo”, concluiu o deputado em seu anúncio. Um internauta lançou a provocação: “Tem que amar mesmo o Brasil afinal nem pode deixar o país, né lindo?”

“Quanto a não deixar o país você está equivocado e desatualizado. Abraços!!!”, replicou Maluf.

“Se o senhor pode mesmo sair do país e eu não estou sabendo peço que vá até a nossa querida vizinha Argentina e traga um alfajor para a gente ver. É barato, é fácil – e assim nos atualizamos sobre a sua situação”, continuou o internauta.

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Cardozo contatou EUA para ajudar Maluf a retirar ficha da Interpol
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Fernando Rodrigues

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, enviou um comunicado para o governo dos Estados Unidos perguntando a respeito da possibilidade de o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), aliado da administração federal do PT, ser ouvido no Brasil sobre um processo no qual está relacionado na Justiça norte-americana.

O relato dessa ajuda do governo é do próprio Paulo Maluf, em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”. O fato foi confirmado pelo Ministério da Justiça, que informa ter apenas encaminhado o pedido porque essa é a praxe a ser seguida quando um cidadão brasileiro faz tal solicitação.

O Ministério da Justiça afirmou que o caso de Maluf foi o único até agora com essas características: um brasileiro, com residência fixa e com aviso de procurado na Interpol (para ser preso nos EUA) requerendo o direito de ser ouvido no Brasil. Se outro cidadão nessa condição solicitar ajuda ao governo, será atendido, segundo o Ministério da Justiça.

Maluf e seu advogado procuraram José Eduardo Cardozo mais de uma vez nos últimos dois anos para tratar do assunto. O deputado está citado num caso de possível evasão de divisas –o que ele nega– e a Justiça dos EUA o trata como foragido. Por essa razão, desde 2009, a Interpol exibe em seu site uma foto de Maluf como “procurado”.

O início da busca de ajuda de Maluf no Ministério da Justiça, há dois anos, coincide com a adesão do deputado e de seu partido, o PP, à campanha do petista Fernando Haddad pela Prefeitura de São Paulo, em 2012.

O governo dos EUA acabou negando o pedido de Maluf, mas o deputado continuou a procurar ajuda do Ministério da Justiça. Seus advogados agora tentam uma reversão desse quadro. Ele deseja apresentar sua versão dos fatos aqui no Brasil, por meio de videoconferência ou sendo ouvido por um juiz brasileiro.
“Não sou procurado por eles porque estou condenado. Sou procurado porque eles querem a minha oitiva. O que estranho é que um brasileiro não tem a mesma defesa do governo brasileiro que teve o Cesare Battisti, este sim criminoso”, reclama Maluf.

O deputado tem 82 anos e vai disputar neste ano seu quarto mandato na Câmara. Pensa em se aposentar? “Quando Deus me levar para o céu”, responde. “Vida pública é vocação. Sou hoje, em Brasília, um consultor de todos os deputados. Não vou desperdiçar essa experiência que Deus me deu”.

Neste ano, fará campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff. “Estará no meu santinho”, diz. A petista pode perder? “Só se cair um avião… Com ela dentro. Mas isso não vai acontecer, porque a Ucrânia está bem longe”.

E quais são as chances de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) na corrida presidencial? “A eleição tem um candidato só. Só ela [Dilma]. Ela vai falar o que fez e os outros vão falar mal dela. O Aécio não tem o que mostrar. O Eduardo Campos, idem”.

Na entrevista, Maluf fez uma avaliação sobre o caso do aeroporto construído em Minas Gerais perto de propriedades da família de Aécio Neves: “[É] um aeroporto particular para a família. Não é um pecado mortal. É um pecado venial. Algum efeitinho, tem. Sempre é uma manchinha”.

O deputado acha que o problema de abastecimento de água acabará sendo um tema relevante na campanha eleitoral em São Paulo. “A Sabesp está ludibriando o governador [Geraldo Alckmin]”, opina.

No plano nacional, avalia que Eduardo Campos fez um mau negócio ao se aliar a Marina Silva. “[Ela] tem uma visão antiquada (…) O que seria o Centro-Oeste sem o agronegócio? Uma taba de índios. O que é o bioma? Tem que defender três borboletas, quatro cobras, cinco lagartixas, dois sapos e uma taba de índios”.

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Poder e Política na semana – 4 a 10.nov.2013
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Fernando Rodrigues

Nesta semana, Michel Temer vai à China para discutir relações comerciais e o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, deve liberar relatório sobre o julgamento dos segundos embargos de declaração no caso do mensalão.

A presidente Dilma Rousseff reúne-se hoje com líderes da base aliada na Câmara e, amanhã, com os líderes da base no Senado. Na 4ª feira, Dilma abre a 3ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, em Brasília, e na 5ª feira assina decreto que permite a migração de cerca de 1,9 mil emissoras de rádio AM para FM. Também há previsão de almoço de Dilma com o governador do Rio, Sérgio Cabral, no Palácio do Alvorada, em data não divulgada.

Ao longo de toda a semana, o vice-presidente Michel Temer estará na China para tratar das relações econômicas e políticas bilaterais. Na 5ª feira, Temer será recebido pelo presidente chinês, Xi Jinping. Deve discutir com ele detalhes da visita que o líder chinês fará, em breve, ao Brasil.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, passa a semana na Alemanha e na Inglaterra dando palestras e reunindo-se com empresários. Sua aliada Marina Silva pretende reduzir a exposição pública nesses dias e ficar em sua casa, em Brasília, descansando com a família.

O senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, vai a Manaus (AM) na 6ª feira para evento sobre os 25 anos do partido, ao lado do prefeito Artur Virgílio. Na mesma data, o ex-governador José Serra participa de encontro da Juventude do PSDB em São Paulo.

O julgamento do mensalão pode ter novos desdobramentos. Há a expectativa de que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, disponibilize hoje o relatório sobre os segundos embargos de declaração. A partir de 4ª feira, segundo entendimento de alguns ministros, a Corte poderia expedir mandados de prisão contra condenados relativos aos crimes sobre os quais não há embargos infringentes, mas é improvável que isso ocorra já nesta semana.

A Câmara se debruça sobre 2 temas importantes. Na 3ª feira, pode ser votado o novo Código de Processo Civil e, na 4ª feira, o Marco Civil da Internet.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com.

 

Segunda-feira (4.nov.2013)
Dilma e deputados – presidente Dilma Rousseff reúne-se com líderes da base aliada na Câmara às 18h. Entre outros temas, cobrará compromisso para que os deputados não votem projetos de lei que ampliem os gastos públicos.

Temer na China – vice-presidente Michel Temer inicia viagem pela China reunindo-se com o vice-primeiro ministro chinês, Wang Yang.

Renan, Dilma e o Banco Central – o presidente do Senado, Renan Calheiros, tem audiência marcada com a presidente Dilma Rousseff às 16h30. Devem discutir, entre outros assuntos, o projeto de lei que dá autonomia ao Banco Central.

Mensalão – há expectativa que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, disponibilize o relatório sobre o julgamento dos segundos embargos de declaração no caso do mensalão.

Maluf na Justiça – Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) julga recurso do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) contra condenação em primeira instância por superfaturamento das obras do túnel Ayrton Senna, quando ele era prefeito da capital. Se o TJ-SP confirmar a decisão, Maluf será enquadrado na lei da ficha-limpa e não poderá concorrer a cargo público nos próximos 8 anos.

PPS em 2014 – diretório nacional do partido deve aprovar texto base para seu Congresso, que ocorre em dezembro. No momento, a legenda está inclinada a apoiar Eduardo Campos.

Congresso azul – prédio do Congresso Nacional receberá iluminação azul para divulgar campanha de prevenção ao câncer de próstata.

Sérgio Lima/Folhapress - 22.mar.2013

Sindicalistas com Mantega – representantes das centrais sindicais reúnem-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para debater mudanças no seguro-desemprego. O governo quer ampliar a exigência de curso de reciclagem para quem pleiteia o benefício, com o objetivo de reduzir gastos. No gabinete da Presidência da República em São Paulo, às 15h.

FMI e Brasil – Paulo Nogueira Batista Jr., diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional, reúne-se com Luiz Alberto Figueiredo, ministro das Relações Exteriores, no Itamaraty. Às 15h30.

Censo dos juízes – Conselho Nacional de Justiça lança o Censo Nacional dos Magistrados, destinado a conhecer o perfil dos 17 mil juízes brasileiros. O questionário ficará disponível para preenchimento por 40 dias.

Mutirão carcerário no Alagoas – Conselho Nacional de Justiça inicia mutirão carcerário no Estado de Alagoas. Força-tarefa vai inspecionar unidades prisionais e reexaminar cerca de 4,6 mil processos de presos.

Tombini em Fortaleza – Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, abre o V Fórum sobre Inclusão Financeira, em Fortaleza (CE). Também participam do evento o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o governador do Ceará, Cid Gomes.

Congresso e a mídia – Reunião do Conselho de Comunicação Social do Congresso debate mecanismos para impedir a concentração, monopólio e oligopólio do setor de comunicação, a regulamentação do direito de resposta e retratação e as ameaças à liberdade de imprensa no país.

Satélite brasileiro – Comissão de Serviços de Infraestutura do Senado promove audiência pública sobre o planejamento do primeiro satélite brasileiro.

Inflação – Fundação Getúlio Vargas apresenta resultados do IPC-S nas capitais.

 

Terça-feira (5.nov.2013)
Dilma e senadores – presidente Dilma Rousseff reúne-se com líderes da base aliada no Senado.

Marta em SP – Marta Suplicy, ministra da Cultura, entrega a Ordem do Mérito Cultural, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Serão homenageados a artista Tomie Ohtake e o arquiteto Oscar Niemeyer (póstuma).

Processo Civil – Câmara pode votar o projeto de lei do novo Código de Processo. O texto deve ser apreciado em blocos para facilitar o debate dos pontos nos quais há divergências e a apresentação de destaques.

Reforma política – Grupo de trabalho da Câmara sobre reforma política discute minuta de PEC a ser apresentada pelo colegiado. Esta pode ser a última reunião do grupo. Às 10h.

Orçamento impositivo – plenário do Senado vota a PEC do Orçamento Impositivo.

Voto secreto no legislativo – plenário do Senado vota PEC que acaba com o voto secreto em todas as casas legislativas do país. Os senadores discutem se a medida valeria para todas as votações ou somente em cassação de mandatos.

Dívida dos municípios – Sob pressão da Frente Nacional de Prefeitos, plenário do Senado pode votar projeto que define novos indexadores para a dívida de Estados e municípios.

Orçamento da Cultura – no Dia Nacional da Cultura, Câmara pode votar PEC 150, que obriga a União a destinar 2% de seu orçamento para o setor.

Piso para agentes de saúde – Câmara pode votar projeto de lei que estabelece piso salarial para agentes comunitários de saúde e de combate a endemias.

Saúde do homem – Câmara lança a Frente Parlamentar de Atenção Integral à Saúde do Homem, com a coordenação do deputado Jorge Silva (Pros-ES), que é médico urologista. Às 17h30.

Eleições em NY – Nova York elege seu novo prefeito. Disputam o cargo o democrata Bill de Blasio e o republicano Joseph Lhota.

Zona franca de Manaus – plenário da Câmara analisa a PEC 506/10, que prorroga até 2073 os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus. O governo discorda do texto pois também seriam prorrogados os benefícios fiscais de áreas de livre comércio e da chamada Lei da Informática.

Protestos virtuais – grupos anarquistas planejam ataques contra sites de instituições públicas e privadas, segundo a Polícia Federal.

Ferrovias em debate – Congresso “Rail Brazil Tech & Business Summit” debate o transporte ferroviário no país. O evento vai até 5ª feira (7.nov.2013).

Engenheiros do Brasil – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada realiza debate sobre a demanda e a oferta de engenheiros no mercado de trabalho brasileiro. Às 14h, na sede da entidade.

Transparência – Câmara entrega o Prêmio Transparência e Fiscalização Pública, a Manoel Arlindo Zaroni Torres, na categoria sociedade civil, e ao procurador da República Aureo Marcus Makiyama Lopes, na categoria governamental. Às 10h, no plenário.

PR na TV – partido tem 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

 

Quarta-feira (6.nov.2013)
Dilma e igualdade racial – presidente Dilma Rousseff abre a 3ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, em Brasília.

Temer na China – vice-presidente Michel Temer participa da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação) para tratar das relações econômicas entre os dois países. O Brasil quer eliminar barreiras às vendas de carne bovina e aviões para a China.

Marco Civil da Internet – plenário da Câmara debate às 9h a proposta de Marco Civil da Internet, que tramita em regime de urgência constitucional e tranca a pauta das sessões ordinárias. O texto deve ser colocado em votação às 14h.

Prisão de mensaleiros – ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam que a Corte pode expedir mandados de prisão contra condenados do mensalão relativos aos crimes sobre os quais não há embargos infringentes, se o relator ou o Ministério Público suscitarem a questão.

Segurança cibernética – Comissão de Serviços de Infraestrutura realiza audiência sobre segurança cibernética. Foram convidados o chefe do Centro de Defesa Cibernética do Exército, general José Carlos dos Santos, o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, e o diretor do Departamento de Segurança de Informação e Comunicação do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Raphael Mandarino Júnior. Às 7h30.

Delta na mira – Tribunal de Contas do Estado de SP decide se o governo paulista poderá celebrar contratos com a empreiteira Técnica, subsidiária da construtora Delta, de Fernando Cavendish.

Trabalho escravo – Câmara inicia a primeira de cinco sessões de discussão da PEC do Trabalho Escravo. O texto pode ser votado na próxima 4ª feira (13.nov.2013).

Mercosul e União Europeia – ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) vão a Bruxelas negociar cronograma para as negociações de um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Acordos trabalhistas – Comissão de Trabalho da Câmara discute projeto de lei que altera o art. 611 da Consolidação das Leis do Trabalho para que as que negociações entre empregador e trabalhador possam prevalecer sobre a legislação.

Concessão de Galeão e Cofins – Agência Nacional da Aviação Civil aprsenta datas e requisitos para investidores que desejam participar do leilão de concessão dos aeroportos internacionais Antônio Carlos Jobim – Galeão (RJ) e Tancredo Neves – Confins (MG). Às 10h, na Bolsa de Valores de São Paulo.

Inflação – Fundação Getúlio Vargas apresenta resultados do IGP-DI de outubro.

Custo de vida em SP – Dieese divulga índice de custo de vida na capital paulista.

Tadjiquistão vota – país asiático escolhe seu novo presidente.

 

Quinta-feira (7.nov.2013)
Dilma e as rádios – presidente Dilma Rousseff assina decreto que permite a migração de cerca de 1,9 mil emissoras de rádio AM para a FM. A medida abre caminho para a implementação do rádio digital no país.

Temer na China – vice-presidente Michel Temer é recebido pelo presidente da China, Xi Jinping, e pelo vice-presidente chinês, Li Yuanchao.

Greve de servidores – Comissão Mista do Congresso vota relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre a regulamentação do direito de greve dos servidores públicos.

Supremo julga Tiririca – Supremo Tribunal Federal julga ação penal contra o deputado federal Tiririca (PR-SP) que responde pelo crime de falsidade ideológica. O Ministério Público acusa Tiririca de fraudar seu pedido de registro de candidatura ao afirmar saber ler e escrever quando foi candidato a deputado nas eleições de 2010.

Denúncia contra Ivo Cassol – Supremo Tribunal Federal decide se recebe denúncia contra o senador Ivo Cassol (PP-RO), ex-governador de Rondônia, a quem é atribuída a prática de crime contra a honra do procurador da República Reginaldo Pereira da Trindade.

Inspeções no Irã – Representantes de EUA, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha se reúnem-se com integrantes do governo do Irã para discutir inspeções mais intrusivas de suas instalações atômicas.

PT na TV – partido tem 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

PR na TV – legenda veicula programa em rede nacional. No rádio, das 20h às 20h10, e na TV, das 20h30 às 20h40

Inflação – Diesse divulga Pesquisa Nacional da Cesta Básica e IBGE apresenta resultados do INPC.

 

Sexta-feira (8.nov.2013)
Temer na China – vice-presidente Michel Temer abre encontro do Conselho Empresarial Brasil-China e participa de jantar com empresários brasileiros e chineses do setor agropecuário, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

Aécio em Manaus – senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, participa de evento sobre os 25 anos do partido em Manaus (AM), com a participação do prefeito Artur Virgílio.

Serra com juventude tucana – ex-governador José Serra participa de encontro da Juventude do PSDB em São Paulo

Produção agrícola – IBGE apresenta resultados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola e o Prognóstico Safra 2014

Presidente da Anatel – Vence o mandato do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, João Rezende. O governo trabalha para reconduzi-lo ao cargo.

 

Sábado (9.nov.2013)
PR na TV – partido tem 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

 

Domingo (10.nov.2013)
Eleições no PT – legenda realiza eleições internas para escolher cerca de 100 mil dirigentes, incluindo a nova Executiva nacional.

 

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‘Perto da Dilma sou comunista’, diz Maluf
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Fernando Rodrigues

Político de São Paulo afirma que seu partido, o PP, já decidiu 100% sobre dar tempo de TV para petista em 2014

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) esteve hoje (9.mai.2013) na posse de Guilherme Afif Domingos como ministro da Micro e Pequena Empresa. “Você sabe que o Afif trabalhou comigo, vai ser um grande ministro”, repetia ele a todos a quem cumprimentava durante a cerimônia, no Palácio do Planalto.

Entusiasta do governo do PT na administração federal de Dilma Rousseff, disse que a sua legenda dará, em 2014, o seu tempo de TV para a campanha de reeleição da petista. O Blog falou rapidamente com Maluf ao final do evento. Eis alguns trechos da conversa:

Blog – O seu partido, o PP, vai apoiar oficialmente a reeleição de Dilma Rousseff em 2014?

Paulo Maluf – 100%. Vamos dar o tempo de TV. Ela está fazendo um bom governo.

Blog – Ela vai ganhar?

Maluf – Aposto 100 contra 0 que ela vence em 2014.

Blog – Quem vai ficar em segundo lugar?

Maluf – Acho que o Eduardo Campos. Ele demonstra que quer ser candidato a presidente. O Aécio Neves parece que está sendo empurrado pra ser candidato.

Blog – Mas o Aécio tem muitos votos em Minas Gerais…

Maluf – Mas não resiste na campanha. Você sabe [piscando o olho e dando uma risadinha], ele vai muito ao Rio.

Blog – O seu partido nos Estados tem muitas seções anti-PT. Como vai apoiar a Dilma?

Maluf – Nos Estados é outra coisa. Eu posso em São Paulo apoiar a reeleição do Geraldo Alckmin, do PSDB. Eu sou o presidente do partido em São Paulo.

Blog – Ou seja, no plano nacional, o PP vai apoiar oficialmente Dilma?

Maluf – Com certeza. 100%. O que ela falou hoje [9.mai.2013] aqui [posse de Guilherme Afif como ministro] sobre empreendedorismo e apoio a microempresas, o Delfim Netto e o Roberto Campos assinariam embaixo, ela é uma liberal. Perto dela, eu sou um comunista.

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PT acertou ao se coligar a Maluf, afirma Santana
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Fernando Rodrigues

O marqueteiro João Santana concedeu uma entrevista à Folha na qual fala sobre a aliança do PT com o PP, de Paulo Maluf:

“Foi uma decisão acertada a aliança com o PP de Maluf, que no resultado final ajudou mais do que prejudicou. Pode nem mesmo ter ganho os votos malufistas, mas funcionou no geral, pois nos ajudou naquilo que mais precisávamos que era tornar o candidato mais conhecido. Nós não ganhamos apenas dois minutos a mais. Deixamos de perder quatro, pois se não pegássemos, o Serra iria pegar”.

Leia a entrevista completa de Santana à Folha na edição de 26.nov.2012.

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Foto com Maluf: repercussão é boa, diz Lula
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Fernando Rodrigues

Numa rápida conversa ontem (20.jun.2012) no plenário da Rio+20, Luiz Inácio Lula da Silva foi indagado sobre o que achara da repercussão da aliança e da foto sua com Paulo Maluf, do PP, na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O ex-presidente reagiu assim: “Pior seria se não houvesse repercussão”.

A lógica de Lula é simples. Fernando Haddad, o candidato do PT a prefeito de São Paulo, é pouco conhecido da população (só cerca de 40% dos eleitores sabem quem ele é). Com o episódio da foto Lula-Maluf-Haddad, o petista neófito em eleições apareceu extensivamente na mídia. E Lula acha isso bom.

Mas e o possível efeito ruim, de estar ao lado de um adversário histórico no cenário paulistano? Lula responde que o PP, de Maluf, está junto com o governo federal há mais de meia década, no comando do Ministério das Cidades.

Tudo considerado, Lula acha que não cometeu nenhum erro de estratégia nem de tática ao aceitar se deixar fotografar no jardim da mansão de Paulo Maluf nesta semana. E Fernando Haddad ainda ganhou cerca de 1 minuto e meio a mais para a sua propaganda eleitoral.

Outro ex-presidente que estava ontem (20.jun.2012) na Rio+20 era Fernando Henrique Cardoso. Convidado a avaliar o episódio da foto Lula-Maluf-Haddad, ele disse que essa aliança é sinal de aproximação cada vez maior dos partidos que ficam compelidos a ampliar suas coligações para conseguir vencer uma eleição –por causa da necessidade de ter tempo de TV no horário eleitoral.

A respeito do efeito político eleitoral da foto, FHC diz o seguinte: “Vai depender de como a oposição usará esse fato na campanha. Mas não acredito que muitos possam fazer uso desse episódio, pois já se aliaram também ao Maluf e a outros partidos”.

Indagado se José Serra (PSDB), candidato a prefeito de São Paulo, poderia usar a foto Lula-Maluf-Haddad para atacar o PT, FHC disse que não. “No fundo, o efeito dessa aliança vai depender de como vocês, a mídia, usarão o caso”, afirmou. E concluiu que o 1 minuto e meio que Haddad recebeu no seu tempo de propaganda eleitoral (por causa do apoio de Maluf) pode até compensar mais adiante os efeitos negativos produzidos pelo episódio no momento.

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