Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Renan Calheiros

Dilma ‘massacra’ Eduardo Campos ao lado de Pernambuco
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Presidente tem 75% das intenções de voto em Alagoas, contra 3% do governador do PSB

Uma pesquisa de opinião eleitoral em Alagoas demonstra como será duro em 2014 o projeto eleitoral do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). No Estado de Alagoas, vizinho ao seu, ele registra meros 3% de intenção de voto para presidente. Dilma Rousseff (PT) tem 75%. Marina Silva (Rede) pontua 5%. Aécio Neves (PSDB), só 2%.

O levantamento foi realizado pelo instituto Ibrape nos dias 16 a 19 de maio com 2 mil pessoas. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Um dos possíveis trunfos de Eduardo Campos como candidato a presidente é ser do Nordeste. Ocorre que até agora ele parece ainda ter um prestígio apenas circunscrito ao seu próprio Estado, Pernambuco.

Nessa pesquisa também é avaliado o quadro da sucessão estadual em Alagoas. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), aparece como favorito em todas as simulações, pontuando de 44% a 55%, dependendo de quem são seus adversários. Mas Renan tem dúvidas se deseja se candidatar e se esse seria o passo correto para sua carreira política –ele teve um grande revés em 2007, quando precisou renunciar à presidência do Senado, sob acusações de aceitar recursos de uma empreiteira. O caso até hoje está parado na Justiça, mas o peemedebista foi absolvido pelos colegas no Congresso.

Uma possibilidade é Renan escalar um filho seu para ser o candidato a governador de Alagoas em 2014. No momento, esse Estado é governado por Teotônio Vilella (PSDB), que está no segundo mandato e não pode disputar a reeleição. Os outros nomes que podem estar na disputa são Renan Filho (PMDB), com 31% na pesquisa; Benedito de Lira (PP), com 19% a 22%, e Thomaz Nonô (DEM), com 5% a 12%.

O blog está no Twitter e no Facebook.

 


Poder e política na semana – 10 a 16.jun.2013
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Semana cheia no poder e na política.

Eis os principais eventos: 1) hoje, 2ª feira, na ausência da presidente da República, Dilma Rousseff, do vice, Michel Temer, e do presidente do Senado, Renan Calheiros, todos em viagem ao exterior, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, assume a Presidência da República por um dia; 2) na ausência do governador de SP Geraldo Alckmin, também em viagem, o  ministro da Micro e Pequena Empresa e vice-governador Guilherme Afif Domingos assume o Palácio dos Bandeirantes de hoje até 4ª; 3) na 3ª, Renan e Alves definem a pauta de votação dos vetos presidenciais, 4) também na 3ª, a Câmara vota a medida provisória da desoneração da cesta básica e da redução da conta de luz; 5) na 4ª, Dilma anuncia linha de financiamento da Caixa destinada a beneficiários do Minha Casa, Minha Vida para compra de móveis e eletrodomésticos; 6) também na 4ª, o STF retoma julgamento do projeto de lei que restringe novos partidos.

Além disso, 7) na 5ª, a Câmara pode votar a nova regra de partilha dos recursos do Fundo de Participação dos Estados; 8) na 6ª, protesto convocado pela bancada ruralista sobre demarcação de terras promete interditar rodovias federais; 9) no sábado, a Rede, de Marina Silva, faz ato para comemorar as 500 mil assinaturas necessárias para o registro do partido.

Nesta semana, o Senado também deve votar a regulamentação da PEC das Domésticas.

Na 3ª feira, a CNT (Confederação Nacional dos Transportes) divulga pesquisa sobre a popularidade de Dilma e a expectativa dos brasileiros para os próximos 6 meses. Na mesa data, a Câmara também pode votar a minirreforma da legislação eleitoral.

Na 5ª feira, o ex-presidente Lula vai a ato em Curitiba (PR) sobre os 10 anos do PT no governo. A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, virtual candidata ao governo do Paraná, também participa, além de seu marido, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo. O PT espera ainda a presença de Dilma no evento.

Na 6ª, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, participa de seminário em Minas Gerais, ao lado do governador mineiro, Antonio Anastasia.

No sábado, Brasília deve ficar cheia de políticos. É que começa a Copa das Confederações, no estádio Mané Garrincha, com o jogo entre a seleção de futebol do Brasil contra a do Japão.

Eis o drive político da semana:

 

Segunda (10.jun.2013)
Dilma em Lisboa – a presidente se reúne com o presidente português, Aníbal Cavaco Silva, e com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em Lisboa. Dilma estará acompanhada do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ela deve retornar ao Brasil na 2ª à noite.

Temer em Paris – o vice-presidente Michel Temer (PMDB) tem audiência com o presidente da França, François Hollande, no Palácio do Eliseu, em Paris, em defesa da candidatura de São Paulo para sediar a Expo 2020, acompanhado do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e do ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB). À noite, eles participam de recepção oferecida pelo município de São Paulo em defesa da candidatura no Palais de Chaillot, na Place du Trocadéro.

Henrique Alves presidente – devido às viagens de Dilma, Temer e Renan, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), terceiro na linha de sucessão, assume a Presidência da República interinamente nesta 2ª. Ele planeja receber líderes partidários da Câmara no Palácio do Planalto.

Afif no Bandeirantes – o ministro da Micro e Pequena Empresa e vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), assume o comando do Palácio dos Bandeirantes devido à viagem de Alckmin para a França. Afif pediu exoneração temporária do cargo de ministro e governará o Estado até 4ª feira (12.jun.2013).

Novos TRFs – o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) lança estudo sobre o custo e a eficiência da criação de quatro novos Tribunais Regionais Federais. A emenda constitucional que cria as novas cortes foi promulgada na semana passada pelo Congresso.

Impostos nas notas fiscais – a partir desta 2ª o gasto com impostos deverá constar na nota fiscal de qualquer produto e serviço, em todo o país.

Corrupção pelo mundo – o grupo de trabalho da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) contra suborno e corrupção se reúne em Paris. O encontro vai até a 6ª (14.jun.2013).

Custo de vida – Dieese divulga pesquisa do custo de vida na cidade de São Paulo.

Emprego – FGV divulga o Indicador Coincidente de Desemprego e o Indicador Antecedente de Emprego.

Inflação – FGV apresenta dados do IGP-M.

 

Terça (11.jun.2013)
Vetos presidenciais
– os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) se reúnem para discutir uma pauta de votações dos mais de 3 mil vetos presidenciais que aguardam apreciação do Congresso Nacional.

Cesta básica e conta de luz – a Câmara deve votar a medida provisória 609/13, que desonera itens da cesta básica e, depois da derrota do governo no Congresso, incorporou também os subsídios para redução da conta de luz.

Minirreforma eleitoral – os deputados federais podem votar projeto de lei que altera dispositivos da legislação eleitoral. A proposta permite o livre uso das redes sociais em período de pré-campanha e altera a regra de contagem do prazo de ilegibilidade de políticos condenados por crimes eleitorais.

Popularidade de Dilma – a CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulga os resultados de pesquisa sobre a popularidade do governo e pessoal da presidente Dilma, além da expectativa do brasileiro em relação a emprego, renda mensal, saúde, educação e segurança pública para os próximos 6 meses.

Jaques Wagner em Santa Catarina – o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), vai à capital catarinense, Florianópolis, assinar protocolo de intenções com um estaleiro local que prometeu investir R$ 36 milhões em uma nova fábrica de iates em Camaçari, na região metropolitana de Salvador.

Fraudes no Minha Casa – a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado realiza audiência para discutir suspeitas de irregularidades no programa Minha Casa, Minha Vida. Foram convidados representantes de duas empreiteiras e uma assessoria imobiliária.

Rússia e Brasil – o ministro das Relações Exteriores da Federação da Rússia, Serguei Lavrov, chega ao Brasil para reunião com o seu homólogo brasileiro, Antonio Patriota. Em pauta, relações bilaterais e os conflitos na Síria e no Oriente Médio.

Brasil e Argentina – o ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola participa de mesa redonda no hotel Emiliano, em São Paulo, sobre o reflexo das mudanças na economia argentina na relação entre os dois países.

Prefeitos reunidos – cerca de 100 prefeitos do Brasil e do mundo estarão em Canoas (RS), para o III FALP (Fórum Mundial de Autoridades Locais). O encontro discute ˜Direitos e Democracia para Metrópoles Solidárias e Sustentáveis” e termina na 5ª (13.jun.2013).

CUT e terceirização – a central sindical convoca seus filiados para protesto na Câmara dos Deputados, a partir das 14h30, contra o projeto de lei que flexibiliza a contratação de trabalhadores terceirizados.

Rodada do pré-sal – a ANP (Agência Nacional do Petróleo) realiza audiência pública sobre as regras para a nova rodada de licitação de áreas do pré-sal.

PSTU na TV – partido terá 5 minutos em rede nacional em rádio (20h) e televisão (20h30).

Inserções do PR – legenda veicula 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

 

Quarta (12.jun.2013)
Móveis no Minha Casa
– Dilma anuncia, em cerimônia no Palácio do Planalto, nova linha de financiamento da Caixa para compra de móveis e eletrodomésticos destinado a beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida.

Novos partidos – o STF retoma julgamento, interrompido na última 4ª (6.jun.2013) sobre projeto de lei que restringe o acesso a fundo partidário e tempo de rádio e TV para os novos partidos.

Temer em Paris – o vice-presidente participa da apresentação oficial da candidatura de São Paulo para sediar a Expo 2020, em Paris, na sede da OCDE, acompanhado de Alckmin e Haddad. À noite, vai a jantar oferecido aos membros do Bureau Internacional des Expositions, responsável pela escolha da cidade-sede.

Pacto federativo – a Câmara deve votar a nova regra de partilha dos recursos do FPE (Fundo de Participação dos Estados). Os deputados precisam analisar a proposta até o fim deste mês, prazo fixado pelo STF para que o repasse de R$ 62 bilhões aos Estados não seja suspenso.

 

Tarifa do transporte público – comissão mista do Congresso vota medida provisória que reduz a zero as alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins sobre a receita decorrente da prestação de serviços de transporte coletivo de passageiros.

Lei das Religiões – a Comissão de Assuntos Sociais do Senado vota o projeto da Lei Geral das Religiões. A proposta foi apresentada depois que o governo brasileiro assinou, em 2008, um acordo com o Vaticano, e estabelece regras e direitos para as demais religiões praticadas no país.

Padilha na Câmara – o ministro da Saúde é o convidado de audiência pública na Câmara sobre as medidas tomadas pelo governo federal para trazer médicos estrangeiros ao Brasil.

Cardozo e os índios – o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, recebe em seu gabinete integrantes da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia para discutir a demarcação de terras indígenas.

Jubileu de prata da Constituição – a OAB federal faz seminário sobre os 25 anos da promulgação da Constituição brasileira, em Brasília. Participam os ministros do STF Ricardo Lewandowski e Luís Roberto Barroso (que toma posse no dia 26.jun.2013), os ex-ministros do STF Carlos Ayres Britto e Carlos Velloso, o vice-presidente da Assembleia Legislativa paulista Fernando Capez e os juristas Paulo Bonavides, Celso Antonio Bandeira de Melo e José Afonso da Silva.

Voto aberto – a Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto realiza ato público, às 15 horas, pelo fim do sigilo em votações no Congresso. No Salão Verde do Congresso.

Reforma da Previdência – o Fórum Nacional das Entidades dos Servidores Públicos Federais prepara ato em frente ao STF para entregar abaixo-assinado pela anulação da reforma da Previdência de 2003. Segundo a entidade, a reforma teria sido “comprada com o dinheiro do mensalão”.

Emprego – IBGE divulga a Pesquisa Industrial Mensal: Emprego e Salário.

 

Quinta (13.jun.2013)
Dilma e Cabral – Dilma se reúne com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), no Palácio Guanabara, para celebrar a extensão do programa Brasil Sem Miséria para todas as cidades do Estado.

Lula em Canoas – o ex-presidente dá palestra no III FALP (Fórum Mundial de Autoridades Locais), em Canoas, no Rio Grande do Sul.

Lula em Curitiba – em seguida, ele vai à capital do Paraná para seminário sobre os 10 anos de PT no governo, na Expotrade. Também participam os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), virtual candidata ao governo do Paraná em 2014, seu marido, Paulo Bernardo (Comunicações), e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência). O PT conta ainda com a presença da presidente Dilma no evento.

Suassuna no STF – tribunal coloca em pauta julgamento de mandado de segurança do ex-senador Ney Suassuna (PMDB-PB) contra investigação do Ministério Publico. Ele é suspeito de intermediar contrato firmado entre a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro e a Empresa Brasileira de Assessoria e Consultoria, no ano de 2000.

Comércio – o IBGE divulga sua Pesquisa Mensal de Comércio.

PCO na TV – partido terá 5 minutos em rede nacional em rádio (20h) e televisão (20h30).

Inserções do PTB – legenda veicula 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

 

Sexta (14.jun.2013)
Campos em Minas
– o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), participa do seminário Conexão Empresarial, em Araxá (MG), onde deve anunciar metas de desenvolvimento para seu Estado até 2035. Também estará no evento o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB).

Rosiska na ABL – a escritora Rosiska Darcy de Oliveira toma posse como imortal da Associação Brasileira de Letras, no Rio. Participam da cerimônia as ministras Marta Suplicy (Cultura), Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente).

Protesto ruralista – a Frente Parlamentar da Agropecuária, também conhecida como bancada ruralista, convoca atos em todo o país pela revisão dos critérios de demarcação das terras indígenas e quilombolas. Podem ocorrer paralisações de rodovias federais.

Inflação – FGV divulga o IGP.

Eleições no Irã – país vai às urnas para eleger seu novo presidente.

 

Sábado (15.jun.2013)
500 mil da Rede
– a legenda de Marina Silva realiza série de atos para comemorar o alcance da meta de 500 mil assinaturas necessárias para sua oficialização como partido.

Justiça restaurativa – a Comissão da Anistia do Ministério da Justiça promove ato público de reparação coletiva em Ibiúna, no local onde ocorreu o 30º Congresso da UNE, em 1968, em homenagem aos participantes daquela reunião “pela luta e resistência contra o regime militar”.

Copa das Confederações – Brasília sedia, no estádio Mané Garrincha, a partida de abertura do torneio preparatório da Copa do Mundo, com Brasil versus Japão. Antes do jogo, o carnavalesco Paulo Barros comanda apresentação sobre a cultura brasileira e dos outros sete países participantes.

Inserções do PPS – legenda veicula 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Barroso deve ser sabatinado dia 5 de junho
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Novo ministro do STF encontra-se hoje com Renan Calheiros no Senado

O advogado constitucionalista Luís Roberto Barroso deve ser sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado no dia 5 de junho, quarta-feira da semana que vem.

Barroso foi indicado pela presidente Dilma Rousseff no dia 23 de maio para ocupar a vaga deixada no STF com a aposentadoria de Ayres Britto, em novembro de 2012.

Hoje (28.mai.2013), Barroso tem um encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A reunião foi marcada para 11h da manhã.

Amanhã (29.mai.2013), a indicação de Barroso para o STF deve ser lida na CCJ pelo presidente dessa comissão, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Essa leitura é um procedimento burocrático que antecede à sabatina –uma reunião na qual o indicado se apresenta aos senadores, que fazem perguntas a respeito de seus conhecimentos jurídicos.

A CCJ ao final da sabatina vota a aprovação (ou não) do indicado. Uma vez aprovado, o nome segue para o plenário do Senado, onde também é submetido ao voto secreto.

A expectativa de Renan Calheiros é que o nome de Luís Roberto Barroso seja aprovado pela CCJ no dia 5 de junho e submetido ao plenário do Senado na mesma data. A partir daí, uma vez aprovado, o novo ministro já estará apto a tomar posse no STF.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Os erros do Planalto e de Henrique Alves na MP dos Portos
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Dilma fez birra e quis derrotar emenda de Eduardo Cunha

Deputados, submissos, sujeitaram-se a atender ao desejo do Planalto

Presidente da Câmara ajudou a dilapidar imagem da Casa que preside

Está em cima da hora, mas deve acabar mesmo aprovada hoje (15.mai.2013) a MP dos Portos. Primeiro, na Câmara. Depois, hoje ou até amanhã, à meia-noite, no Senado.

Mas poderia ter sido mais fácil não fosse a propensão ao erro e a incapacidade de fazer cálculo político do governo e do atual presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN).

Ontem à noite (14.mai.2013) as coisas não estavam fáceis, só que a votação poderia ter sido abreviada. Bastaria que o Palácio do Planalto e Henrique Alves tivessem conduzido a base de apoio ao governo a votar a favor da primeira emenda aglutinativa que foi apresentada à MP dos Portos.

Tratava-se de uma emenda do líder do PMDB, Eduardo Cunha. O Planalto era contra. Ocorre que se essa emenda tivesse sido aprovada, a maioria dos demais itens da votação seriam derrubados por ficarem, como se diz no jargão do Congresso, “prejudicados”.

A votação teria sido concluída ainda ontem e tudo seria um pouco mais fácil hoje.

E a emenda de Eduardo Cunha? Não teria o menor problema: ao sancionar a nova lei produzida pela MP dos Portos, a presidente Dilma Rousseff poderia vetar esse trecho.

Por que então o governo não fez isso? Por que Henrique Alves, presidente da Câmara e alinhado ao Planalto, não fez tal sugestão?

A resposta pode se resumir a dois itens: 1) estultice do Planalto e 2) incompetência no manejo político de situações tensas no Congresso.

Dilma Rousseff fez birra. Queria porque queria que sua base derrotasse o líder do PMDB, Eduardo Cunha. Dessa forma, tornou a Câmara ainda um pouco mais subserviente do Planalto. Os deputados, é claro, já não se importam mais com essa imagem de vassalos do poder.

Já Henrique Alves teve seu primeiro grande teste como presidente da Câmara. Foi quase patético. Permitiu que um segurança da Câmara arrastasse à força um deputado que exibia uma faixa no plenário. Um despautério que ainda está sem punição.

Como deputado mais longevo da Câmara, Henrique Alves também tinha plenas condições de orientar o Palácio do Planalto sobre qual era,  naquele momento, a melhor estratégia a ser tomada –inclusive para minimizar os danos de imagem à Casa que preside.

Não fez nada disso. Henrique Alves passou a madrugada dizendo que era um grande feito a Câmara continuar cheia de deputados dispostos a votar. Ou seja, para ele é grande coisa o fato de deputados estarem trabalhando. Como se diz aqui em Brasília, a decadência do Congresso está em ascensão.

No mais, o espetáculo de vassalagem hoje e amanhã será repetido no Senado. O texto da MP dos Portos será aprovado em menos de 48 horas, sem que seja respeitado o prazo mínimo de duas sessões deliberativas antes de os senadores tomarem uma decisão sobre um texto que chega à Casa.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vem tentando reconstruir sua imagem. Hoje e amanhã sofrerá um abalo por jogar a Casa que preside, de novo, aos pés do Planalto da maneira mais submissa possível.

Renan reclama, com razão, que o cenário atual poderia ser evitado se já estivesse em vigor uma proposta de emenda constitucional aprovada pelo Senado –e em tramitação na Câmara. Essa PEC divide de maneira mais justa os prazos que Câmara e Senado têm para analisar e votar uma MP.

Uma medida provisória sempre começa tramitando hoje pela Câmara, que gasta quase sempre o tempo todo disponível. Daí, só sobram para o Senado alguns dias ou minutos para chancelar o que fizeram os deputados. A PEC aprovada no Senado tenta corrigir essa anomalia –dando mais tempo aos senadores, tirando um pouco o tempo dos deputados.

“O presidente Henrique Alves teria de colocar essa PEC para ser votada para que não tivéssemos mais situações como essa da MP dos Portos. Vamos cobrar o presidente Henrique Alves a respeito”, diz Renan.

A chance de tal PEC ser aprovada no curto prazo é zero. Enquanto isso, Senado e Câmara continuarão a prestar, “con gusto”, seus serviços ao Palácio do Planalto.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Em 1 mês, Feliciano teve 449 mil menções no Twitter
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Citações são mais que o dobro dos votos que elegeram o deputado em 2010.

Na rede social, pastor polêmico é mais citado do que Renan Calheiros.

O deputado federal e pastor evangélico Marco Feliciano (PSC-SP) foi tema de 449.079 tweets desde que foi indicado por seu partido para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara há exato 1 mês, em 5.mar.2013. O levantamento, feito pela consultoria Bites, mostra que o nº de citações a Feliciano nesses 30 dias são mais que o dobro dos votos que ele teve na eleição de 2010 (211.855 votos).

A análise mostra ainda que, pelo menos entre os usuários do Twitter , a polêmica sobre o pastor Feliciano é muito mais popular do que as suspeitas de corrupção que recaem sobre os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN). Nos últimos 30 dias, Calheiros foi tema de 160.224 tweets. Alves, de míseros 5.953.

Ou seja: de maneira inadvertida, o deputado Feliciano acabou ajudando a minimizar a crise de imagem de Renan Calheiros e de Henrique Alves que dominava a mídia quando o assunto era Congresso no início deste ano.

Segundo o levantamento, o perfil oficial de Marco Feliciano (@marcofeliciano)  ganhou 24.861 seguidores desde 5.mar.2013 –hoje ele tem 160.141 seguidores e,  de acordo com a consultoria, pode chegar a 180 mil nos próximos 30 dias.

A maior parte dos usuários do Twitter que falaram sobre Feliciano são de São Paulo, afirma a Bites. Desse Estado saíram 161.848 tweets sobre o pastor. Do Rio de Janeiro foram 46.404. De Minas Gerais, 20.893. Do Rio Grande do Sul, 18.171.

As citações a Feliciano, de acordo com a análise, ganharam grande proporção desde o dia em que ele foi indicado para presidir a comissão. Foram 4.667 tweets em poucas horas no dia 5 de março. No dia seguinte, 6.mar.2013, já eram 8.170 posts no microblog sobre o pastor. No dia 7, 38.734 posts.

O gráfico abaixo, feito pela Bites, mostra o número de citações a Feliciano no Twitter a cada dia. Clique na imagem para ampliá-la.

 

O blog está no Twitter e no Facebook.


Bastidores: um ruído para Temer no PMDB
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Presidente reeleito havia prometido ficar no comando da sigla…

…mas recuou avisando a quase ninguém que agora pretende se licenciar

Três caciques, pelo menos, ficaram boiando: Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Moreira Franco

O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, não teve 24 horas de sossego depois de ser reeleito no sábado. Um grupo minoritário, porém ruidoso, ficou insatisfeito com o recuo do colega sobre como tocar o dia a dia do partido.

Haverá choro e ranger de dentes nos bastidores do PMDB. E em algum momento essa chorumela pode se transformar em algo prático.

Nas semanas recentes, durante intensas conversas, Temer havia aquiescido e concordado em assumir de maneira completa o PMDB. É que nos útimos 10 anos, ele ficou licenciado do cargo, período no qual assumiu interinamente o vice-presidente da legenda –o senador Valdir Raupp, de Rondônia.

Agora, o trato era que Temer seria reeleito para o cargo de presidente nacional do PMDB –o que se deu ontem, sábado, 02.mar.2013 – e não se licenciaria.

Essa promessa de Temer ajudou a debelar uma incipiente tentativa de alguns descontentes que pensaram em lançar uma chapa de oposição –com pouquíssimas chances de ganhar, mas com potencial enorme para tornar público o que todos já sabem: o racha histórico crescente dentro da legenda.

Mostrar um partido dividido era o que Michel Temer menos desejava neste início de 2013. Ele tem sido ameaçado por boatos quase diários de que alas do PT (sob o comando de Luiz Inácio Lula da Silva) pretendem tirá-lo da cadeira de vice na chapa presidencial de 2014 ao lado de Dilma Rousseff. O ideal no sábado era demonstrar um partido unificado ao seu lado.

Deu certo. Mas só até o final do dia.

Quando muitos já estavam a caminho do aeroporto para viajar de volta aos seus Estados, Michel Temer deu uma entrevista. Recuou em público da posição que havia assumido em privado: disse que iria sim se licenciar do cargo de presidente do PMDB e passar o dia a dia do partido para o senador Valdir Raupp (RO).

“Eu vou manter o mesmo sistema que eu vinha mantendo com o presidente Raupp”, afirmou Temer.

Quem conhece Michel Temer sabia que ele estava incomodado em assumir o papel de multipresidente –presidente do PMDB, vice-presidente da República e eventual comandante do Planalto quando Dilma Rousseff se ausentasse do país.

De fato, apesar de ser legal, essa situação produziria um despautério político. Haveria constrangimentos incontornáveis. Exceto com Ulysses Guimarães (nos anos 80), o Brasil nunca mais teve um presidente de partido no comando do país.

Temer ruminou em silêncio e vagou por esse labirinto na semana passada. “Assumo ou não o PMDB formalmente e viro um multipresidente causando um constrangimento político para mim e para o governo?”.  Ou a outra opção: “Digo que vou de novo me licenciar e me arrisco a ter uma oposição explícita contra mim na frente da presidente Dilma durante a convenção do partido?”.

Na dúvida, Temer parece ter seguido o ensinamento lusitano atribuído a d. João 6º: “Se não sabes o que fazer, não faças nada”. Ou seja, o líder do PMDB deixou a ala descontente de sua legenda pensar que ele assumiria integralmente o partido.

Foi uma boa estratégia. Temer foi reeleito. Os telejornais noturnos de sábado (2.mar.2013) mostraram imagens dele reeleito e nenhum sinal de dissidência entre os militantes do PMDB na frente de Dilma Rousseff (aqui o Jornal Nacional, o Jornal da Band e o Jornal da Record). Imagem é tudo –embora tenha sobrado sempre uma dúvida sobre a falta de ênfase no discurso de Dilma sobre quem será, de fato, o seu companheiro de chapa em 2014. Mas essa é outra história.

A forma melíflua com que Michel Temer tomou sua decisão provocou reações de assombro no início da noite de sábado (2.mar.2013). Quem se surpreendeu? O Blog identificou pelo menos 3 integrantes da cúpula do PMDB: o líder do partido na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima, e o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Moreira Franco.

Os três só souberam que Temer havia desistido de se manter no cargo de presidente do PMDB por meio de conversas com jornalistas. “O compromisso era ele não se licenciar. Eu não sabia. É muito ruim se for isso mesmo”, declarou, ainda incrédulo, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, no final do dia e já fora do recinto da convenção.

O resumo da ópera é simples. Para uma parcela do PMDB houve ambiguidade de comportamento por parte de Michel Temer. Ele havia dito uma coisa para alguns aliados e fez outra na prática (prometeu que ficaria no comando do PMDB, mas declarou depois que vai se licenciar e passar o partido para o vice, Valdir Raupp)

Por que alguns peemedebistas queriam Temer no comando diário do partido? Por duas razões principais.

A primeira e mais pública é que não faz sentido um partido que é o segundo mais importante na aliança que governa o Brasil ser tocado por um presidente interino. A partir de agora, como se sabe, será necessário negociar acordos para formar palanques em 26 Estados e no Distrito Federal. Michel Temer, como presidente nacional do PMDB, segundo essa argumentação, teria mais poder para fazer as melhores negociações a favor do partido.

A segunda razão, essa mais oculta, é que uma ala do PMDB está irritada com o avanço e o poder do grupo de senadores da legenda –Renan Calheiros (AL) à frente, recém-eleito presidente do Senado. Renan fez uma campanha velada (para alguns até bem explícita) contra as eleições do presidente da Câmara, Henrique Alves (RN), e do líder dos deputados, Eduardo Cunha (RJ). Por essa razão, o time do PMDB na Câmara decidiu impor como vendeta a destituição do senador Valdir Raupp do cargo de presidente interino da legenda.

E agora, o mais importante: haverá consequências?

Possivelmente nenhuma. No curto prazo.

Michel Temer também pode vir a público e dizer que foi mal entendido. Pode declarar que vai assumir mais as tarefas políticas do PMDB, mas sem controlar a burocracia do dia a dia.

Vai ficar tudo o dito pelo não dito, um desfecho típico do PMDB. A ambiguidade é uma marca registrada do partido. Uma praxe acadêmica interna.

Mas os sinais estão emitidos.

Michel Temer tem o controle do partido, mas de uma forma um pouco mais precária do que o normal.

O Palácio do Planalto sabe disso. E gosta. O PT adora. Nada como ter um aliado enfraquecido internamente.

Tudo o que Dilma Rousseff, o PT e Lula querem é repetir a mega-aliança de 2010, que tinha dez legendas (e obter um tempo gigantesco na propaganda de rádio e TV). Nessa lógica, o PMDB é mais do que desejado. Só que a presença de Temer como candidato a vice só é um contrapeso que os petistas engoliram como um preço a pagar na época em que o peemedebista tinha, de fato, o comando mais robusto da sigla.

Se o PMDB fraquejar com Temer, o partido pode por obra de seus caciques regionais até ficar na aliança dilmista. Mas a garantia de Temer na cadeira de vice tende a sofrer ataques especulativos diários. Ainda mais agora, que ele usou sua astúcia e ambiguidade para engambelar alguns colegas da legenda.

Por fim,  conclui-se:

1) a tendência natural continua sendo o PMDB se entregar de novo ao PT na campanha presidencial para reeleger Dilma Rousseff;

2) mesmo com o ruído provocado agora, Michel Temer tem se mostrado mais habilidoso do que seus adversários dentro da legenda. Ele não chega a ser um Frank Underwood de House of Cards, mas se não for ele, quem comandaria o PMDB?;

3) quem está feliz vendo de fora essa trapalhada peemedebista é o PT e também, certamente, o PSB e Eduardo Campos, o eterno “plano B” de Lula para a vaga de vice de Dilma.

O blog está no Twitter e no Facebook.


PMDB usa Renan na TV hoje à noite
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Presidente do Senado é um dos 16 peemedebistas no vídeo de 10 minutos

“Para as redes sociais, mais liberdade de expressão”, diz Renan no programa

O PMDB apresenta hoje (28.fev.2013), às 20h30, o seu programa partidário na TV em rede nacional. Em 10 minutos, aparecem na tela 16 personalidades da legenda. Logo no início surgem Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves, presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente.

Abaixo, o vídeo de 10 minutos com o programa do PMDB:

 

Coube a Renan Calheiros fazer um discurso a favor da liberdade de expressão. Ele repete, de maneira um pouco mais elaborada, o que já vem dizendo sobre as manifestações que pedem a sua saída da Presidência do Senado.

Eis o texto de Renan no programa do PMDB:

“É com a convicção de que ninguém pode ser proibido de dizer o que pensa, nem de expressar seus sentimentos, que chego à Presidência do Senado”.

“Democracia é respeitar as divergências, é conviver com as diferenças”.

“Para os erros da democracia, mais democracia. Para as redes sociais, mais liberdade de expressão”.

“E, assim como a presidente Dilma muito bem colocou, também prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras”.

“A contribuição do PMDB para o modelo democrático que vivemos hoje é enorme. Assim como é enorme a minha vontade de acertar. Neste momento posso afirmar que nada é maior do que ela”.

“Nada é maior do que a minha vontade de acertar”.

 

Renan, como se observa, cita nominalmente a presidente Dilma Rousseff, de quem o PMDB é aliado. Além de Renan, citam Dilma no programa apenas o ministro Mendes Ribeiro (Agricultura) e o líder do governo no Senado, Eduardo Braga. Curiosamente, Michel Temer, vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, absteve-se de citar sua colega de governo.

Para os que defendem a saída de Renan do cargo, a atitude do PMDB de usar o presidente do Senado em seu programa de TV pode parecer uma afronta. Talvez até seja, mas o efeito é evanescente porque Renan é apenas um dos 16 “atores” do programa. Em apenas 10 minutos, fica difícil acompanhar o que cada um está falando. Nem um diretor premiado seria capaz de fazer algo inteligível com tanta gente em tão pouco tempo –cada um falando de um tema diverso.

O Blog captou a imagem de cada um dos 16 peemedebistas que hoje à noite entrarão nas casas de todos os brasileiros. Eis a montagem:

O fato de o PMDB usar esse número excessivo de personalidades da legenda num tempo exíguo de 10 minutos não denota apenas falta de senso estético. Trata-se de um sinal claro também de como o partido continua dividido. Aparecer no programa não garante um voto a mais para esses políticos nas próximas eleições. Mas emite-se uma mensagem direta para o público interno: esses são os que mandam. O caciquismo continua sendo a única ideologia visível no PMDB.

O presidente nacional do partido, Michel Temer, recebe um tratamento especial ao final do programa. Tem um tempo maior para falar e sua imagem é captada por uma câmera aérea acoplada a um pequeno helicóptero teleguiado. Um drone com 8 hélices.

Essas imagens aéreas salvam em parte o programa do PMDB. O local das filmagens foi a nova torre de TV digital de Brasília, uma bela obra de Oscar Niemeyer. O comercial foi produzido pelo publicitário Elsinho Mouco, da agência Pública. Os ângulos usados exalam um ar futurista. Apesar do esforço do diretor, o resultado é modesto. Não por culpa da produção, mas porque é mesmo difícil agregar modernidade a uma agremiação com ar tão envelhecido como é o PMDB.

Eis alguns fotogramas das imagens aéreas do programa do PMDB. Em uma delas, aparece Michel Temer:

Além de Michel Temer, Renan Calheiros e Henrique Alves, aparecem também no programa: Sérgio Cabral (governador do Rio; deveria ter aparecido o prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes, mas ele cedeu lugar a Cabral); deputado Eduardo Cunha (RJ); senador Eduardo Braga (AM); ministro Garibaldi Alves (Previdência); deputado Eliseu Padilha (RS); ministro Moreira Franco (SAE); ministro Gastão Vieira (Turismo); ministro Mendes Ribeiro (Agricultura); prefeita Teresa Surita (Boa Vista-RR); senador Eunício Oliveira (CE); senador Romero Juca (RR) e ministro Edison Lobão (Minas e Energia).

O blog está no Twitter e no Facebook.


Lula evita Renan Calheiros
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Petista recebeu presidente da Câmara, mas nada está marcado com presidente do Senado.

O ex-presidente Lula, principal articulador político do PT, trata de maneira diferente os novos presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Lula marcou reunião com Alves para hoje (22.fev.2013), mas não agendou nada com Renan Calheiros. Nem há sinais de que tal encontro vá ocorrer.

Os dois peemedebistas foram eleitos para o comando do Congresso sob uma saraivada de críticas e acusações de mal feitos. Mas o caso de Renan é muito mais midiático, até porque um escândalo fez com que ele renunciasse à Presidência do Senado em 2007. Na ocasião, o senador foi acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior (mais especificamente, a pensão de sua filha com Mônica Veloso).

Agora, no momento em que volta a comandar o Senado, Renan é acusado pela Procuradoria-Geral da República de apresentar documentos falsos para provar que podia pagar a pensão. Além disso, há uma grande mobilização anti-Renan: um abaixo assinado online já conseguiu mais de 1,5 milhões de assinaturas para que ele deixe a Presidência do Senado.

Contra Henrique Alves, também há acusações de peso: é investigado pelo Ministério Público, por exemplo,  por repassar dinheiro a empresas de aluguel de veículos, como registrado pela “Folha”. Mas ainda não teve a mesma repercussão dos casos envolvendo Renan Calheiros.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Dilma dá ordem para votar Orçamento já
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Presidente convocou líderes para reunião no Planalto hoje de manhã

Pedido de Dilma é o primeiro teste para Renan Calheiros e Henrique Alves

A presidente Dilma Rousseff teve uma reunião na manhã de hoje, fora da agenda, com os líderes governistas no Congresso. Participou também a ministra da Articulação Política, Ideli Salvatti. A pauta: votar o mais rapidamente possível o Orçamento da União para este ano de 2013.

Sem Orçamento, o governo federal fica manietado nas suas ações financeiras. Só gasta o que for essencial. A acabam ficando emperradas obras importantes pelo país afora.

Como se sabe, o Orçamento ficou sem ser votado por causa de uma celeuma no final de 2012. Houve uma tentativa de derrubada de um veto presidencial à lei dos royalties do petróleo, mas um grupo de congressistas foi ao Supremo Tribunal Federal e conseguiu que a Justiça interrompesse as votações no Congresso até que todos os milhares de outros vetos fossem votados.

Agora, a interpretação de congressistas pró-governo é que esse impedimento se refere apenas a vetos presidenciais. Ou seja, o Orçamento poderia ser votado.

Não é o que pensam alguns partidos de oposição.

A tentativa de Dilma de votar o Orçamento da União o mais rapidamente possível, talvez hoje, é o primeiro grande teste para a nova composição de comando no Congresso, nas mãos dos peemedebistas Renan Calheiros (no Senado) e Henrique Alves (na Câmara).

Se der tudo certo, será um sinal de que o Planalto continua firme comandando sua base de apoiom mesmo com o PMDB no comando do Poder Legislativo. Se a votação embananar, significa que a vida do dilmismo pode ter um pouco mais de dificuldades dentro do Congresso daqui para a ferente.

O blog está no Twitter e no Facebook.


PMDB rachado toma comando total do Congresso
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Há divisão clara entre grupo de deputados e de senadores peemedebistas que ascenderam ao poder

O PMDB voltou a comandar as duas Casas do Congresso. Na última 6a feira (1.fev.2013), Renan Calheiros (PMDB-AL) ganhou a presidência do Senado. Hoje (4.fev.2013), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ganhou a presidência da Câmara.

Essa situação hegemônica não é inédita. Mas agora assumiram 2 políticos muito mais arestosos do que os da última dupla de peemedebistas que controlou o Legislativo (José Sarney e Michel Temer, em 2009 e 2010).

Renan Calheiros e Henrique Alves, para começo de conversa, são mais jovens e têm mais ambições no momento do que tinham Sarney e Temer quando assumiram. Mas o importante é que hoje o PMDB está muito menos pacificado do que em 2009, quando o partido caminhava junto com o PT para um projeto quase certo de poder –Luiz Inácio Lula da Silva se consolidava como o mais popular presidente da história recente e tinha uma candidata a sucessora que se consolidava nas pesquisas, Dilma Rousseff.

Agora, o PMDB rachou ao meio na hora do escolher o seu líder na Câmara (o escolhido foi o deputado fluminense Eduardo Cunha). De um lado estava Renan Calheiros. Do outro, Henrique Alves.

Não será uma convivência fácil entre Câmara e Senado daqui para a frente. Quem pagará o preço, um pouco, será o PMDB –que rachado sempre poderá menos. Mas o custo maior sobrará para o Palácio do Planalto: em vez de negociar com uma sigla razoavelmente unida, terá sempre de mitigar os problemas falando com as muitas facções peemedebistas.

Não é à toa que no seu discurso de posse, Henrique Alves citou uma das maiores derrotas de Dilma Rousseff na Câmara, quando os deputados derrubaram o Código Florestal desejado pelo Planalto.

O blog está no Twitter e no Facebook.