Blog do Fernando Rodrigues

O Blog agora se chama Poder360
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Fernando Rodrigues

A partir de 2017, uma nova operação jornalística

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O Blog do Fernando Rodrigues passa a se chamar a partir de hoje (31 de dezembro de 2016) Poder360. Pode ser acessado neste endereço: www.poder360.com.br.

O Poder360 é um veículo jornalístico profissional, nativo digital, independente e não partidário. Uma equipe de jornalistas já está em operação em caráter experimental desde 22 de novembro de 2016. O site publica textos, fotos, vídeos e newsletters diariamente. Sua sede é na capital da República, Brasília.

Foi inspirador ter recebido a audiência de milhões de internautas no UOL durante os últimos 16 anos, desde 18 de abril de 2000.

Em 2016, a notícia mais lida do portal foi o furo do Blog ao divulgar as planilhas da Odebrecht com os nomes de centenas de políticos e autoridades citadas nas investigações da Operação Lava Jato.

O Poder360 continuará uma tradição iniciada no ano 2000, quando reportagens e análises originais começaram a ser publicadas numa página do UOL sobre assuntos relacionados ao poder e à política.

O Poder360 espera ser merecedor da confiança dos leitores que frequentaram o Blog ao longo dos últimos 16 anos. Renova-se aqui o compromisso com a precisão e com a busca incessante da imparcialidade na descrição dos fatos.

Bom jornalismo é o nosso negócio.

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Auditoria no Samu evitou desperdício de R$ 14,5 milhões por ano
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Fernando Rodrigues

CGU consolidou 3 anos de auditorias

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Algumas cidades recebiam mais repasses para o Samu do que deveriam

O Ministério da Transparência (antiga CGU) divulgará hoje o resultado de 3 anos de auditoria no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu. A correção de irregularidades e problemas permitiu ao Ministério da Saúde (MS) economizar R$ 14,5 milhões por ano que seriam desperdiçados, diz o Ministério da Transparência.

Leia aqui a íntegra da auditoria no Samu.

As informações são do repórter André Shalders. A notícia é do Poder360. Receba a newsletter.

Uma das descobertas: certos municípios estavam recebendo repasses a mais da Saúde, no valor total de R$ 39,8 milhões. Após a auditoria, os repasses para 1.502 municípios foram revisados.

Além disso, 13% das ambulâncias e 46% das motocicletas usadas para transportar pacientes (as chamadas “motolâncias”) estavam sem condições de funcionamento.

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Mesmo com os equipamentos fora de operação, o Ministério da Saúde continuava fazendo os repasses para os municípios. O resultado foi um prejuízo ao Erário de R$ 2,3 milhões.

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Em artigo, Marina Silva pede que Temer abdique do cargo; leia a íntegra
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Fernando Rodrigues

“Quem não tem grandeza para abrir mão de ser rei quando já perdeu a majestade, induz à total insurgência”

Brasília - Marina Silva da Rede Sustentabilidade lança a campanha Nem Dilma Nem Temer, Nova Eleição é a Solução (Elza Fiuza/Agência Brasil)

A líder da Rede Sustentabilidade, Marina Silva

A ex-ministra Marina Silva, líder da Rede Sustentabilidade, sugere em artigo que Temer renuncie. No texto, diz que o presidente ''perdeu a majestade''. Leia.

O artigo foi originalmente publicado no Poder360. Receba a newsletter.

Rei de si mesmo

Espero que o homem das letras Michel Temer, nestes dias em que se senta à cadeira presidencial no Palácio do Planalto, possa lembrar-se de um livro que certamente leu, “Rei Lear”, do genial William Shakespeare. Apesar de minha entrada tardia no mundo letrado, ainda me considerava jovem quando o li pela primeira vez. Entretanto, o que mais me impressionou e foi para mim o ensinamento mais significativo, não foi a sagacidade de serpente das ambiciosas filhas mais velhas do rei, Goneril e Regana, nem a simplicidade de pomba da dedicada e fiel Cordélia, mas a paradoxal sensatez do bobo da corte, que não mediu palavras para admoestar seu senhor, dizendo-lhe de forma amorosa, ainda que irreverente: “tu não deverias ter ficado velho antes de ter ficado sábio”. Já não me considero tão jovem aos 58 anos e confesso que não é fácil revisitar a repreensão do bobo, quando ainda careço do atributo que ele exige.

Numa primeira e superficial olhada, a tragédia protagonizada por Lear parece simbolizar as agruras trazidas pela velhice do corpo. Mas a sentença do bobo estende-se a todo tipo de envelhecimento sem o indispensável preparo da sabedoria, tanto das pessoas quanto das instituições e de toda a civilização. E talvez o maior dano causado por essa irremediável falha ocorra exatamente quando acomete os alicerces do poder e das instituições, os paradigmas da ciência e da filosofia, os estímulos que ensejam o processo criativo da arte e as estruturas que sustentam as verdades das religiões. Para tudo isso pode –e inevitavelmente vai– chegar a velhice, que, sem o atenuante benéfico da sabedoria, traz males irremediáveis.

O exemplo está no lamento de Tirésias: “como é terrível saber, quando o saber de nada serve a quem o possui.” Está também no castigo de Procusto, que acabou por ter que deitar na cama que usava como armadilha para ajustar o tamanho dos outros a seu deleite cruel e egoísta. E, certamente, está na mulher do julgamento de Salomão, que se descredenciou como digna do filho a quem dizia tanto querer por ter preferido retê-lo morto, partido ao meio, ao invés de deixá-lo vivo no seio de outra mulher.

Nestes momentos, que a moda é chamar de “estranhos e difíceis”, a maior dificuldade vem da estranheza que sentimos com impotência da política. Ao invés de ser instrumento para nos ajudar a resolver os problemas, a política tornou-se uma fonte geradora de mais e maiores problemas. A política, ao que parece, envelheceu sem sabedoria.

Em tal situação, resta buscar em outros suportes do espírito humano, ainda mais antigos, a sabedoria que possa acorrer em nossa ajuda. Primeiro na fé, a bem-aventurança da humildade que ensina: quando somos fracos é que somos fortes. Mas a arte também pode nos ensinar, e eis a genialidade da tragédia shakespeariana de Rei Lear: quem não tem grandeza para abrir mão de ser rei quando já perdeu a majestade, induz à total insurgência, aquela em que o sujeito insurgiu-se contra tudo e contra todos, inclusive e sobretudo contra si mesmo.

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Essa sabedoria a arte herdou da mitologia, como mostram os insights de Joseph Campbell: o que institui o herói como tal, não é a sua extraordinária coragem para vencer a permanência do medo nem a grandiosidade de seus feitos sobre-humanos em concorrência com os poderes dos deuses, mas a humana e frágil decisão de não recusar-se ao chamado.

Saber qual é o seu verdadeiro chamado é uma arte. E isso só se pode entender após os benéficos resultados de não tê-lo recusado, pois o que o recusa, ensina Campbell, perde-se para sempre, principalmente de si mesmo –e jamais será reencontrado.

O chamado, na maioria das vezes, não dá sinais de que é um chamado. Ele apenas nos compromete e implica. Pode ser para lutar, como Davi; para não reagir, como Gandhi; para perdoar, como Mandela; para doar, como Tereza de Calcutá; para surpreender, como Duchamp; para revolucionar, como Simone de Beauvoir; para preservar, como Chico Mendes. E tudo o que todos esses fizeram –da forma mais eficaz que se pode fazer, que é com o exemplo extraído da própria vida– foi admoestar, mesmo correndo o risco de parecer bobagem, como o bobo da corte de Lear.

Aliás, as melhores admoestações vêm mais das bobagens ditas a nosso respeito pelos que nos são distantes do que dos próximos, que às vezes nos usam como boia na tentativa de não naufragarem em suas próprias insuficiências. Costumo dizer que Deus, em sua misericórdia, nem sempre manda anjos para nos ajudarem lançando flores em nosso caminho. Na maioria das vezes, atiram pedras e cravam espinhos. Cuidemos para que algum não nos chame à luta corporal e nos possa ferir “sobre a juntura da coxa”, como fez com o insistente Jacó. Esforço-me para ser grata pelos que, de vez em quando, encontro no caminho.

Por isso penso que o mais importante é entender e atender ao chamado. Quando não o atendemos, precisamos que a misericórdia de Deus nos venha em socorro, como fez com Jonas pela boca do peixe, para nos conduzir ao lugar onde o dever se realize.

Ocorre-me que é por isso que a velha e sábia Educação sempre deu tanta importância ao que se chamava de “vocação” (vocatio = chamado), assim como a política antes de envelhecer dava importância à utopia, muito mais que ao pragmatismo.

Em algum ponto perdeu-se o ideal, deixou-se de ouvir o chamado, e a maior parte da geração que está no poder parece irremediavelmente perdida. Mas ainda nos reencontraríamos se, num momento de sabedoria, ouvíssemos o chamado do bobo shakespeariano que também ecoa nos versos de Pessoa: “Abdica, e sê rei de ti mesmo”.

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Atuação ambígua de Temer sobre dívidas de Estados fragilizou Meirelles
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Fernando Rodrigues

Ministro foi derrotado em votação na Câmara

Veto de Temer desagrega aliados no Congresso

Fazenda soltou nota sugerindo veto presidencial

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Michel Temer: ambíguo sobre dívidas dos Estados

A votação do acordo da dívida dos Estados nesta 3ª feira (20.dez.2016) pela Câmara emparedou o presidente Michel Temer. O veto ou a sanção ao texto indicarão o quanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estará prestigiado à frente da pasta.

Este texto é do Poder360. Receba a newsletter.

A sessão de ontem deixou algumas dúvidas no ar. A Fazenda era contra a flexibilização das condições oferecidas aos Estados. Em teoria, o Palácio do Planalto sustentava a posição assumida publicamente por Henrique Meirelles.

Mas se havia de fato harmonia entre Planalto e Fazenda, por que Michel Temer não telefonou para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e não fez 1 apelo para que o texto do acordo com os Estados fosse mantido inalterado? Não se sabe.

O fato é que Michel Temer não se empenhou ou se esforçou menos do que podia para controlar uma votação cujos resultados principais foram estes: 1) os Estados continuam sem grande pressão para fazer 1 ajuste fiscal e 2) Henrique Meirelles saiu derrotado e fragilizado do episódio.

Pode-se argumentar que Michel Temer é 1 homem do Congresso. Que sabe quando não adianta lutar contra a maioria dos deputados. Tudo bem. Mas poderia então, pelo menos, ter construído uma estratégia menos constrangedora para seu ministro da Fazenda.

Agora, o veto ou a sanção do presidente ao projeto aprovado no Congresso deixará claro de que lado ele está na disputa entre a área política e econômica.  Se vetar, fortalece seu ministro. Mas pode deixar sua base de apoio na Câmara insatisfeita.

Caso Temer sancione, Meirelles ficará numa inescapável situação de fragilidade. Alguns dirão até que seria um cenário insustentável para o ministro conduzir a economia num momento decisivo –que requer ajuste fiscal e medidas para estimular a retomada do crescimento.

No texto aprovado pela Câmara nesta 3a feira (20.dez), foram excluídas as contrapartidas de ajuste dos Estados negociadas por Meirelles no Senado.

Após o revés, o Ministério da Fazenda soltou nota sinalizando a possibilidade Temer vetar o projeto. Afirma que o “Congresso Nacional é soberano”. Mas com uma ressalva: “O próximo passo será a análise do presidente da República do texto aprovado para a sua eventual sanção”.

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O imbróglio da votação do acordo da dívida dos Estados pode ser resumido assim:

  • omissão/fragilidade de Michel Temer: o presidente deixou correr solto o processo na Câmara (ou, pelo menos, com menos rigidez do que deveria);
  • quem perdeu: Câmara e governadores derrotaram União e equipe econômica. O líder do governo na Câmara, André Moura, pavimentou o caminho para sua saída da cadeira;
  • queda de braço: há agora uma inevitável disputa entre as áreas política e econômica;
  • hipótese 1 – vetar: se Michel Temer vetar o acordo, deixará sua base de apoio na Câmara insatisfeita. Haveria risco de 1 movimento para derrubar o veto;
  • hipótese 2 – não vetar: se Michel Temer não vetar, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sairá fragilizado do episódio;
  • quem venceu: ao agradar a maioria dos deputados, Rodrigo Maia se fortalece como candidato à reeleição como presidente da Casa.

MEIRELLES MINIMIZA IMPACTO
Em Curitiba (PR), onde cumpria agenda oficial ontem, o ministro da Fazenda deu declarações minimizando o impacto da derrota na Câmara.

Meirelles disse que o texto aprovado pela Câmara será analisado “com lupa, olhando cada palavra”. E acrescentou: “Mesmo com a retirada [das contrapartidas do Estados para aderirem ao acordo de renegociação de suas dívidas] continua a mesma coisa. Ele [Estado] apresenta um plano de recuperação, e o Ministério da Fazenda recomenda ou não, e o presidente da República aprova ou não”.

Na realidade, não é bem assim. Agora, toda a negociação foi transferida da esfera legal-econômica para a política.

O presidente da República tem, é claro, o poder discricionário para aceitar ou rejeitar propostas frouxas de ajuste fiscal oferecidas pelos Estados.

Ocorre que Michel Temer não terá a força da lei para amparar a exigência de contrapartidas. Enfrentará um cenário politicamente difícil. Terá de afrontar governadores, deputados federais e políticos em geral para impor sacrifícios financeiros (por mais lógicos que sejam) como condição para aliviar o pagamento das dívidas estaduais com a União.

O presidente apresentou sua narrativa para o episódio ontem (3ª), após as 23h. O site do Palácio do Planalto postou um vídeo de 1 minuto e meio com Michel Temer falando.

''Hoje ainda a Câmara Federal aprovou um projeto, e lá havia (…) estas contrapartidas que foram retiradas, embora se mantivesse a tese e o preceito da recuperação fiscal. Mas isso não significa que a União, quando firmar o contrato com os estados, não irá exigir estas contrapartidas. Elas serão indispensáveis para que se viabilize a recuperação fiscal prevista na lei'', declarou Temer. Assista ao vídeo a seguir:

A fala presidencial corrobora a do ministro da Fazenda. Na prática, entretanto, não reduz o impacto do que foi aprovado pelos deputados. A União ficou sem anteparos legais robustos para exigir dos Estados um ajuste fiscal rigoroso. Tudo estará restrito ao campo da política –um reino no qual tudo é muito mais flexível.

OUTRA DERROTA: REPATRIAÇÃO
O acordo mais frouxo sobre as dívidas dos Estados não é a única derrota da equipe econômica nos últimos dias.

Ontem (3ª), o Planalto antecipou para já a entrega para prefeituras de recursos extras da repatriação.

Trata-se do dinheiro arrecadado com a multa sobre impostos pagos por contribuintes que aderiram ao programa de repatriação.

O Ministério da Fazenda era contra repartir esses recursos com Estados e municípios. Depois, passou a aceitar apenas repassar uma parte aos Estados, mas sob a condição de um acordo para que os governadores fizessem um duro ajuste fiscal.

Tudo foi sendo derrubado aos poucos. Em vez de assinar um acordo rígido, os Estados só tiveram de subscrever uma espécie de carta de intenções. Depois, aceitou-se repassar também o dinheiro às cidades em janeiro.

Até essa data teve de ser antecipada, pois muitos prefeitos foram bater à porta do Planalto. Todo o dinheiro, cerca de R$ 10 bilhões, será entregue a prefeitos e governadores antes do dia 31 de dezembro de 2016.

Nada disso estava nos planos da Fazenda. Meirelles perdeu também essa disputa para os operadores da política na administração Temer.

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Vídeo divulgado pelo site Migalhas mostra Moro ironizando advogado de Lula
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Fernando Rodrigues

Troca de farpas veio após audiência sobre tríplex no Guarujá

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O juiz Sérgio Moro e o advogado de Lula Cristiano Zanin Martins tiveram 1 desentendimento após audiência em 16 de dezembro, segundo o site Migalhas.

Este texto é do Poder360. Receba a newsletter.

De acordo com o site, Moro provocou Zanin. Perguntou a ele se a testemunha (José Afonso Pinheiro, ex-zelador do prédio no Guarujá onde Lula teria um tríplex) sofreria queixa-crime ou outro tipo de processo. Moro se referia às ações que os representantes de Lula já moveram contra envolvidos na Lava Jato.

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Assista ao vídeo com o diálogo:

Advogado: ''Depende. Quando as pessoas praticam atos ilícitos, respondem pelos atos. Acho que é isso que diz a lei.''

Moro: ''Vai entrar com ação de indenização, então, contra ela (testemunha), doutor?''

Advogado: ''Não sei, o senhor está advogando alguma coisa para ela?''

Moro: ''Não sei, a defesa entra contra todo mundo, com queixa-crime, indenização…''

Advogado: ''O senhor vai advogar? Eu acho que ninguém está acima da lei. Então, da mesma forma como as pessoas estão sujeitas a determinadas ações, as autoridades também devem estar.''

Moro: ''Tá bom, doutor. Uma linha de advocacia muito boa…''

Advogado: ''Faço o registro de Vossa Excelência e recebo como 1 elogio.''

Moro: ''Tá bom…''

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Pacote microeconômico é insuficiente para impulsionar produção, diz Dieese
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Fernando Rodrigues

Departamento publica nota técnica sobre as medidas

Equipe econômica apresentou o pacote na última 5ª (15.dez)

Governo anunciou medidas microeconômicas em 15 de dezembro

Governo anunciou medidas microeconômicas em 15 de dezembro

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos criticou o pacote de medidas microeconômicas apresentadas pelo governo na última 5ª feira (15.dez). Em nota técnica, o Dieese diz que a mudança “não será capaz de impulsionar a atividade produtiva”.

As informações são do repórter Gabriel Hirabahasi e o texto é do Poder360. Receba a newsletter.

“Esperava-se do governo um conjunto de iniciativas que mobilizasse investimentos e retomasse o consumo interno, com o Estado assumindo papel de indutor da empreitada de tirar a economia da recessão”, diz o departamento em nota.

O estudo feito pela entidade critica todas as 10 medidas apresentadas pela equipe econômica de Michel Temer. Leia aqui a íntegra do documento.

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A equipe econômica do Planalto anunciou o pacote na última 5ª feira (15.dez). É uma tentativa de aumentar a produtividade das empresas e reduzir o desemprego.

O pacote inclui a desburocratização dos processos para abertura e fechamento de empresas, redução dos juros do cartão de crédito e ampliação da oferta de crédito.

AS CRÍTICAS
Segundo o Dieese, a maioria das medidas não são de todo ruins. Seriam, porém, insuficientes para estimular a economia. Leia aqui 1 resumo das críticas do departamento.

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A proposta de 1 novo Refis, por exemplo, não é inteiramente criticada. “A medida pode aliviar a situação das empresas em dificuldades, mas não resolve o problema principal, principalmente das médias e pequenas, que é o acesso ao crédito com custos compatíveis com suas capacidades empresariais e de pagamento”, diz o documento.

O Dieese afirma que a renegociação de dívidas de empresas com o BNDES e mais acesso a crédito com o banco de fomento são “medidas importantes, mas sem a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e diante da recessão, as empresas dificilmente farão novos investimentos”.

O governo prepara os projetos de lei e medidas provisórias para regulamentar as medidas do pacote microeconômico.

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Jucá sugere que PMDB reduza verba de diretórios e irrita correligionários
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Fernando Rodrigues

Diretório Nacional do partido precisa recompor o caixa

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O presidente nacional do PMDB, Romero Jucá

O presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), sugeriu reduzir a distribuição de dinheiro do fundo partidário para os diretórios estaduais do partido. Ele tenta recompor o caixa nacional da organização. A ideia irritou dirigentes regionais e alguns deputados federais da sigla.

As informações são do repórter André Shalders e o texto é do Poder360. Receba a newsletter.

Na última reunião da Executiva do PMDB, na semana passada, Jucá apresentou uma proposta de resolução que reduziria de 60% para 50% o valor do Fundo Partidário encaminhado aos diretórios estaduais da sigla. Segundo adversários do senador, ele não discutiu o tema com dirigentes estaduais antes de apresentar a proposta.

Houve forte repercussão na Executiva e entre dirigentes estaduais, que reclamam de falta de dinheiro para pagar as contas das eleições municipais deste ano. Segundo o secretário-geral do partido, o deputado Mauro Lopes (MG), a aplicação da resolução está suspensa, por enquanto.

O PMDB recebeu R$ 80,7 milhões do Fundo até novembro de 2016. O valor deve chegar a R$ 87 milhões até o fim do ano.

Antes do movimento desastrado, Jucá planejava recuperar o caixa do PMDB Nacional com recursos da Fundação Ulysses Guimarães (FUG), think-tank ligado ao partido. A entidade, porém, não quis repassar recursos para o Diretório Nacional.

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A FUG é presidida por Moreira Franco, hoje secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo Temer. Moreira e Jucá têm disputas internas no PMDB.

Agora, segundo Mauro Lopes, o partido esperará o balanço de 2016 que a FUG precisa apresentar em janeiro. A demonstração apontará eventuais folgas de caixa. Talvez elas possam ser revertidas para o Diretório Nacional.

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Prioridade de Temer é garantir aliados no comando do Congresso em 2017
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Fernando Rodrigues

Nome para o Senado é Eunício Oliveira (PMDB-CE)

Na Câmara, ideia é reeleger Rodrigo Maia (DEM-RJ)

Eunício e Maia são citados em acusações da Lava Jato

Brasília - O relator, senador Eunício Oliveira, durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para apreciar e votar a Proposta de Emenda à Constituição 55/2016 que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos. ( Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Eunício Oliveira (PMDB-CE) é nome forte para a sucessão de Renan Calheiros na presidência do Senado

Atingidas algumas das metas de 2016, como a votação da PEC dos gastos públicos, o presidente Michel Temer definiu como nova prioridade a eleição de aliados fieis para o comando do Congresso, em fevereiro.

O texto é do Poder360. Receba a newsletter.

Para ter alguma tranquilidade no cargo e enfrentar as crises política e econômica, Temer precisa do apoio do Legislativo. Cabe aos comandantes do Congresso definir a pauta de votação de projetos que salvam ou destroem qualquer governo.

É o Congresso que também decidirá sobre temas sensíveis para Michel Temer, como eventuais pedidos de impeachment. Cabe ao presidente da Câmara aceitar ou rejeitar, de maneira monocrática, esses pedidos de impedimento.

Em 2015, a crise se abateu sobre Dilma Rousseff apenas quando Eduardo Cunha resolveu aceitar um dos inúmeros pedidos de impeachment que chegavam à Câmara.

É no Congresso também que estão em debate várias propostas que podem desestabilizar o Planalto, como a de uma nova Constituinte para fazer uma reforma política ou a convocação de eleição direta para presidente a partir de 2017, no caso de haver vacância do cargo.

Para conter todas essas iniciativas, Michel Temer já escolheu 2 aliados para dar apoio nas eleições de presidentes da Câmara e do Senado, que vão comandar as duas Casas do Congresso a partir de 1º de fevereiro de 2017.

No Senado, o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), é o nome do Planalto para ser o novo presidente, em substituição a Renan Calheiros (PMDB-AL).

Na Câmara, a preferência é pela reeleição do atual mandatário, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Eunício Oliveira e Rodrigo Maia têm uma característica negativa em comum: ambos são citados nas investigações da Operação Lava Jato. Os 2 negam irregularidades, mas o fato de terem os nomes mencionados é motivo de constrangimento e incerteza de sucesso mais adiante.

A escolha dos 2 presidentes das Casas do Congresso se dá logo na volta do recesso dos deputados e senadores. As férias dos congressistas terminam em 31 de janeiro. Em teoria, voltam ao trabalho em 1º de fevereiro e já fazem as eleições de quem vai comandar a Câmara e o Senado.

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SENADO
A sucessão no Senado segue, por enquanto, mais tranquila. O candidato preferido pelo governo, Eunício Oliveira, ainda não tem 1 concorrente de peso.

Na realidade, Eunício nada deve ao atual comando do Planalto. Construiu sua candidatura sozinho ao longo dos últimos anos.

O presidente Michel Temer nada teria a fazer se desejasse escolher outro nome. Precisa apenas preservar as boas relações que já mantém com Eunício, que também tem interesse em dar sustentação ao atual governo.

Houve uma tentativa recente de viabilizar o nome do senador Romero Jucá (PMDB-RR) para ser o candidato a suceder a Renan Calheiros. Jucá, entretanto, não conseguiu viabilizar seu nome. Em teoria, costura nos bastidores uma possível tentativa daqui a 2 anos, quando houver a próxima eleição para o comando do Senado.

CÂMARA: MAIS DISPUTA
Na Câmara, a disputa está mais acirrada do que no Senado.

O Centrão, bloco de cerca de 200 deputados de 13 partidos liderado por PP, PSD, PTB e PR, vem tentando barrar a candidatura de Rodrigo Maia.

O Centrão é uma espécie de sindicato de partidos sem coloração ideológica definida. Ficou à deriva depois que perdeu seu grande líder, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso em Curitiba acusado de envolvimento na Lava Jato.

O grupo tem 2 pré-candidatos para a presidência da Casa: Rogério Rosso (PSD-DF) e o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO).

Nem Rosso nem Jovair têm conseguido ganhar aderência para seus projetos eleitorais dentro da Casa.

O senso comum dentro do governo é que o Centrão se tornou uma massa de deputados cooptáveis facilmente pelo Planalto, na base da fisiologia –distribuição de cargos e verbas. Os líderes do grupo hoje representam apenas projetos pessoais e não dos cerca de 200 congressistas que foram 1 dia amalgamados por Eduardo Cunha.

DIFICULDADES EM 2017
Para 2017, o Planalto espera 1 ano de dificuldades. Além de o presidente estar com baixa popularidade há também as recorrentes citações sobre o envolvimento de Michel Temer com doações de caixa 2 oferecidas pela empreiteira Odebrecht –o que o Planalto nega.

A operação Lava Jato tem potencial para devastar parte da base governista –incluindo alguns ministros importantes e que são esteio da atual administração. Na economia, só há sinais de melhoras significativas no final do próximo ano ou apenas em 2018.

Uma reforma ministerial está nos planos de Michel Temer em 2017, mas apenas depois da definição de quem vai comandar as duas Casas do Legislativo.

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Em vez de eleição indireta com Jobim, PT prefere Lula e as ‘Diretas-2017’
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Fernando Rodrigues

PT teme que opção por Jobim impulsione a eleição indireta

Candidatura de Lula em 2017 não seria para mandato tampão

Lula

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

O ex-ministro Nelson Jobim aposta na proximidade com dois amigos –os ex-presidentes Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB)– para dar impulso à sua candidatura a 1 mandato tampão de presidente da República.

Caso o governo Michel Temer naufrague nos 2 últimos anos de mandato, a Constituição determina que sejam realizadas eleições indiretas para presidente.

As informações são do editor Tales Faria. O texto foi publicado originalmente no Poder360. Receba a newsletter.

Conforme o Poder 360 revelou, Jobim já está em plena campanha. Ele circulou por Brasília na semana passada, esteve com o presidente Michel Temer e tem procurado se aconselhar com conhecidos do PMDB, do PT e do PSDB.

O problema é que o partido de seu amigo Lula defende abertamente eleições diretas para presidente em 2017.

Mais que isso. Os petistas discutem o lançamento da candidatura do próprio Lula para uma eleição antecipada em 2017 como forma de barrar as eleições indiretas.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) conta ao Poder360 que a candidatura Lula está, de fato, sendo discutida internamente do partido.

A motivação seriam as últimas pesquisas, que apontam o ex-presidente em primeiro lugar nas intenções de voto do eleitorado para presidente da República.

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“E não seria para mandato tampão. Lula poderia vir para assumir o mandato completo¨, diz Lindbergh.

Em pesquisa divulgada na 2ª feira (12.dez), o ex-presidente lidera com dez pontos de vantagem sobre a segunda colocada, Marina Silva (Rede). Ele está com 25% e Marina, com 15%. Aécio Neves (PSDB) fica em terceiro, com 11% das intenções de votos.

Lula pode tirar o país da crise como fez em 2009“, afirma Lindebergh. Assista:

O problema de Lula é a Operação Lava Jato. Tanto pode tirar votos do ex-presidente como pode acabar o impedindo, juridicamente, de ser candidato. Ele terá que se livrar da condição de réu até o registro da candidatura.

Jobim, por sua vez, acredita que o PT acabará sendo obrigado a optar por seu nome.

Não só pelas dificuldades do petista com a Lava Jato.

É que há 2 nomes do Supremo Tribunal Federal que têm circulado como possíveis candidatos a presidente numa eleição indireta. E eles não contam com a confiança dos militantes de esquerda.

Tratam-se do ministro Gilmar Mendes e da presidente da Corte, Cármen Lúcia.

Ambos têm bom trânsito na mídia, principalmente nas Organizações Globo, e até uma simpatia maior do próprio Michel Temer.

Temer, por sua vez, não morre de amores por Jobim.

E não está parado. Conforme revelou Fernando Rodrigues no Poder 360, o presidente tem se movimentado para evitar o final antecipado do mandato.  Na 4ª feira (14.dez), recebeu João Roberto Marinho, da Globo.  Na 5ª feira, almoçou no Planalto com Gilmar Mendes.

Por fim, há até a possibilidade de uma candidatura do próprio Fernando Henrique Cardoso.

O ex-presidente do Senado Jader Barbalho (PMDB-PA) subiu à tribuna na noite da 3ª feira (13.dez) e acusou: a grande mídia estaria trabalhando para derrubar Temer porque já tem candidato: FHC.

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Fragilizado, Michel Temer se movimenta para recuperar tração política
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Fernando Rodrigues

Presidente tenta acalmar relação Judiciário-Legislativo

Na 4ª feira, recebeu João Roberto Marinho, da Globo

Em Brasília, já há especulação sobre troca de presidente

Jobim, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e FHC cotados

Cerimônia de posse do novo presidente do TCU, Raimundo Carreiro, presente o presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS). Brasilia, 14-12-2016. Foto: Sergio Lima/PODER 360.

Presidente Michel Temer: conversas e encontros

Cada vez com menos poder político, o presidente Michel Temer se mexeu nos últimos 2 dias. Procurou quem ele acredita que pode ajudá-lo a pacificar as relações entre os Três Poderes. Nos bastidores, operadores da política já projetam cenários de uma possível queda do peemedebista.

Está matéria foi publicada originalmente no Poder360. Assine a newsletter.

Na 4ª feira (14.dez), o presidente jantou com João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, no Palácio do Jaburu. A conversa foi franca. Michel Temer falou o que considerava fora do tom no noticiário da maior emissora de TV do país.

Na avaliação de parte do governo, a TV Globo está animada com a possibilidade de a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, ser eleita pelo Congresso para presidir o país.

O Planalto acha exagerado o tom do noticiário da emissora. “Eles noticiam caixa 2 como se fosse homícidio”, foi uma frase ouvida pelo Poder360 de um alto integrante do governo analisando o tom dos relatos sobre a Lava Janto nos telejornais da Globo.

No mesmo dia do encontro com Marinho, Temer passou antes, por alguns minutos, no jantar das bancadas do partido Democratas (DEM), num restaurante de Brasília. Fez uma “social” com os deputados e senadores da sigla. Depois, seguiu para seu compromisso no Jaburu.

Na 5ª feira (15.dez), foi a vez de receber no Planalto, para o almoço, o ministro do STF e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes.

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O encontro com o magistrado é importante não só do ponto de vista institucional. O TSE analisa neste momento 1 pedido de cassação da chapa presidencial vencedora de 2014, composta por Dilma Rousseff e Michel Temer.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) diz ter encontrado “fortes traços de fraude e desvio de recursos” ao analisar as informações colhidas a partir da quebra do sigilo bancário das gráficas Red Seg Gráfica, Focal e Gráfica VTPB, contratadas pela chapa Dilma-Temer.

Quando o processo estiver pronto para ser julgado, dependerá de Gilmar Mendes colocar ou não o assunto na pauta do plenário do TSE .

O afago que Michel Temer fez no DEM se explica pelo fato de alguns integrantes da sigla já estarem pedindo novas eleições (o senador Ronaldo Caiado, que ocupa cadeira pelo Estado de Goiás, por exemplo). O partido tem uma bancada modesta no Congresso, mas dá lastro ao Planalto junto à elite do país.

O secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco, esteve em todos os encontros citados.

Ontem (5ª), Michel Temer também se reuniu em ocasiões distintas com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Renan Calheiros.

O presidente pretende demonstrar que tem condições de funcionar como um amálgama das instituições, todas em atrito entre si. Num momento em que o país passa por uma séria recessão econômica –os indicadores do Banco Central sinalizam para uma queda do PIB perto de 5%–, Michel Temer procura convencer seus interlocutores de que é o único político disponível para conduzir o governo até 2018.

O maior obstáculo para o Planalto recuperar tração política é a Operação Lava Jato. As delações premiadas oferecem cada vez mais indícios contra assessores do presidente.

No caso das 77 pessoas ligadas à Odebrecht que assinaram acordos de delação, duas já tiveram os conteúdos de seus depoimentos vazados. Claudio Melo Filho implicou Michel Temer e provocou a queda do assessor especial José Yunes. Em outra delação, Márcio Faria, que foi presidente da Odebrecht Engenharia Industrial, falou que o peemedebista teria participado de uma reunião em 2010 para tratar de doações à campanha eleitoral do PMDB daquele ano em troca de facilitar a atuação da empreiteira em projetos da Petrobras.

CANDIDATOS EM CAMPANHA
Como a fragilidade política de Michel Temer só aumentou nas últimas semanas, em Brasília passou a ser comum nos bastidores a consideração de nomes para uma possível sucessão presidencial antes da eleição de 2018.

O ex-ministro Nelson Jobim é nome recorrente em todas as discussões sobre quem poderia ser eleito pelo Congresso para a Presidência, se Temer perder a cadeira ou renunciar. Leia aqui sobre os contatos recentes de Jobim.

Há outros nomes apontados como possíveis candidatos ao Planalto numa eleição indireta. Um deles é o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Outros 2 são ministros do Supremo Tribunal Federal: a atual presidente da Corte, Cármen Lúcia, e Gilmar Mendes.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já deu entrevista dizendo que a saída é uma eleição direta.

Mas o ex-presidente do Senado Jader Barbalho (PMDB-PA) subiu à tribuna na noite da última 3ª feira (13.dez) e fez um discurso inflamado sobre a sucessão presidencial indireta. Segundo Jader, a grande mídia quer derrubar Temer da presidência da República e o Congresso já tem candidato: Fernando Henrique Cardoso. Assista aqui ao discurso de Jader Barbalho.

Há no momento uma discussão intensa no Congresso e no meio político sobre como deverá ser escolhido um eventual sucessor de Michel Temer. Os partidos de oposição e alguns governistas têm convicção de que a eleição indireta não daria legitimidade a um presidente para enfrentar a crise.

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