Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : abril 2016

Deus é mais citado que “crime de responsabilidade” na sessão do impeachment
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Fernando Rodrigues

“Deus” teve 66 menções; “crime de responsabilidade”, 62

Expressão “pela minha família” foi dita 44 vezes no domingo

“Golpe” teve 143 menções por deputados de ambos os lados

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Taquígrafos da Câmara anotam discursos na votação de domingo (17.abr)

As palavras “deus”, “família” e “golpe” estão entre as mais mencionadas pelos deputados na sessão de domingo (17.abr), quando a Câmara decidiu dar continuidade ao processo de impeachment.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Esses termos estão mais presentes nos votos dos deputados do que as expressões “crime de responsabilidade” e “pedaladas fiscais” e as palavras “decreto” e “decretos”.

Formalmente, o processo de impeachment baseia-se em supostas operações de crédito ilegais envolvendo bancos públicos (as “pedaladas”) e a edição de decretos orçamentários editados sem autorização do Congresso.

Leia aqui a íntegra das notas taquigráficas da votação.

“Família” aparece 151 vezes nas notas taquigráficas da votação de domingo (17.abr) e a expressão “Pela minha família” foi dita 44 vezes. “Deus” foi mencionado 66 vezes por 54 deputados. O termo “golpe” aparece 143 vezes.

A expressão “pedaladas fiscais” surge 13 vezes e “crime de responsabilidade” foi mencionado em 62 momentos. “Decreto” e “decretos” somam 16 ocorrências.

Menções a membros específicos das famílias dos deputados também foram populares nos votos. “Meu filho” e “minha filha” somam 23 registros e “minha esposa” é citada 18 vezes. “Netos” aparecem 20 vezes.

“DEUS TENHA MISERICÓRDIA”
O próprio presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contribuiu com uma menção a Deus no seu voto. “Que Deus tenha misericórdia desta nação. Voto ‘sim’”, disse ele antes de ser aplaudido pelos outros deputados.

Assim como Cunha, outros 4 deputados pediram a Deus que se compadeça do Brasil. Foram eles: João Campos (PRB-GO), Conceição Sampaio (PP-AM), Paulo Freire (PR-SP) e Wadih Damous (PT-RJ).

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Resultado na Câmara confirma projeções das redes sociais
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Fernando Rodrigues

Só 2 deputados a favor do impeachment mudaram o voto

Houve mais alterações nos grupos de contrários e de indecisos

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Por 367 votos a 137,  Câmara aprovou o processo de impeachment, que segue para o Senado

A aprovação do impeachment da presidente Dilma na Câmara, neste domingo (17.abr), registrou um placar muito próximo ao que indicavam os próprios deputados nos seus perfis nas redes sociais.

Até a manhã da data da votação, no último domingo (17.abr.2016), 351 deputados se manifestaram a favor do impedimento no Facebook ou no Twitter enquanto outros 133 se declararam contra. As informações são da consultoria Bites. O levantamento também mostrou que 29 estavam indecisos ou não manifestaram seus votos.

Dos 351 que estavam a favor de maneira declarada nos seus perfis nas redes sociais, apenas 2 (mero 1,33%) mudaram de posição (se abstiveram) durante a votação à noite (eis a lista de todos os nomes e como votaram). Esse é um indicador relevante a respeito do peso do posicionamento público dos políticos nos meios digitais.

Quando se compara o que os deputados falaram nas redes sociais com o voto de fato no plenário da Câmara, houve alterações apenas nos grupos de deputados que não declaravam como seriam seus votos e nos que se diziam contra o impeachment.

No plenário, o afastamento de Dilma foi aprovado por 367 votos a 137. Ainda foram registradas 7 abstenções e 2 ausências: os deputados Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Clarissa Garotinho (PR-RJ).

No último mês, desde 18.mar.2016, a Bites analisou postagens dos 513 deputados na internet. Os dados foram coletados a cada 24 horas e apenas quem se manifestou abertamente sobre o impeachment teve o posicionamento computado.

As projeções mostram que o apoio ao impedimento da presidente cresceu diariamente entre o início do levantamento e a última 6ª feira (15.mar). Na noite de 6ª e no sábado (16.mar), caiu de 343 para 342, mas voltou a subir para 345, no mesmo sábado, e 351, neste domingo.

O Blog fez uma comparação entre o que disseram todos os 513 deputados nas redes sociais e como votaram no plenário (leia na íntegra). Também é possível verificar a distribuição dos votos por partido:

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Deputados pró-impeachment comemoram com pizza em Brasília
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Fernando Rodrigues

Encontro é na casa da filha de Heráclito Fortes (PSB-PI)

Michel Temer e Eduardo Cunha são esperados no jantar

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O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI)

A continuidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff será comemorada na noite deste domingo (17.abr) com um jantar na casa da filha do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), no Lago Sul, área nobre de Brasília.

São esperados o vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e mais de uma centena de deputados pró-impeachment. O cardápio: pizza.

Participou desta apuração o repórter do UOL André Shalders.

Desde o começo da votação, circulavam pelo Plenário da Câmara pequenos convites em cartolina para o evento.

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O deputado Paulinho da Força (SD-SP) diz que foram convidados para o evento deputados de vários partidos, inclusive aqueles que integraram a base de apoio ao governo de Dilma Rousseff.

Desde abril de 2015, Heráclito organizou uma série de jantares com deputados, senadores e outras pessoas favoráveis ao impedimento.

Participaram desses encontros o economista Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central sob FHC) e o ex-ministro do STF Nelson Jobim.

O vice-presidente Michel Temer participou de 2 encontros com o grupo que costuma ir aos jantares de Heráclito nos últimos dias. O piauiense e outros deputados do PSB também se reuniram com Temer neste sábado (16.abr).

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Análise: Temer terá 2 a 3 meses para acertar governo e implantar projeto
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Fernando Rodrigues

Vice-presidente ainda depende de decisão do Senado

Se assumir, ocupará Planalto de maneira interina

Crise política e econômica não se dissiparão com rapidez

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O vice-presidente da República, Michel Temer, que assume se o Senado confirmar o impeachment

A aprovação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados neste domingo (17.abr.2016) não é o final do processo, mas apenas o início de uma longa transição política.

O possível sucessor da petista, o vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB, assumirá em condições adversas. As crises política e econômica não vão se dissipar automaticamente.

O impeachment não funciona como um interruptor que, ao ser acionado, muda o clima do país da noite para o dia. Haverá algum oxigênio imediato, mas a recuperação da confiança por parte dos agentes econômicos e financeiros é um processo mais lento.

Se e quando vier a assumir o Palácio do Planalto –a decisão ainda depende de uma batalha no Senado–, o vice-presidente terá pouco tempo para mudar o clima entre o governo e o restante da sociedade.

Esse prazo é difícil de ser mensurado, mas é improvável que a boa vontade de praxe concedida a novos governantes exceda, no caso de Michel Temer, mais do que 2 a 3 meses. É nesses cerca de 90 dias que o eventual novo presidente terá de executar duas missões principais:

1) Pacificar o Congresso: é preciso melhorar a relação entre o Planalto e uma base de apoio composta por senadores e deputados. Hábil negociador e talhado para o diálogo, Temer pode ter sucesso inicial nesse desafio. Mas terá de equilibrar a política de ajuste fiscal (necessária na economia) com o apetite voraz dos congressistas por cargos e verbas;

2) Estabilizar a economia: o desemprego continua em alta. A inflação está contida momentaneamente pelo pior dos fatores: a recessão. O problema é que a inflação passada pressiona várias categorias de trabalhadores a fazer movimentos por mais reajustes salariais –isso significa que o Brasil pode conviver com greves nos próximos meses.

Já as grandes reformas (Previdência, trabalhista e fiscal) dependem de maioria constitucional no Congresso. Quase todas desagradam aos movimentos organizados de trabalhadores. A chance de haver sucesso no curto prazo nesses itens econômicos é pequena.

LONGA INTERINIDADE
O maior de todos os desafios de Michel Temer será o de vender otimismo e reverter as expectativas atuais. Fala-se muito em Brasília de “efeito Mauricio Macri”, o novo presidente da Argentina.

Macri foi eleito e assumiu a Casa Rosada recentemente. Fez muito pouco de prático. Mas sua retórica liberal e grande disposição para o diálogo reduziram a tensão no país.

O problema é que esse efeito é efêmero se no decorrer do mandato não ocorrerem mudanças concretas. O próprio Macri já começa a enfrentar na Argentina um cenário não muito favorável nas últimas semanas.

O mesmo se dará com Temer. Com um grande fator agravante: o peemedebista, se assumir, estará exercendo a função de presidente apenas de maneira interina.

Se o impeachment também for admitido pelos senadores, Dilma Rousseff não perderá o cargo, mas estará apenas afastada de suas funções. Terá o salário cortado em 50%, mas poderá continuar a morar no Palácio da Alvorada.

O afastamento da presidente, se assim decidirem os senadores, pode durar até 180 dias (6 meses). Enquanto o Senado não finalizar o processo de julgamento por crime de responsabilidade, a petista será “presidente afastada” do Brasil. Ao mesmo tempo, Michel Temer será “presidente interino”.

É nessas condições que o peemedebista terá de encontrar soluções para as crises política e econômica.

INTERREGNO POLÍTICO
Michel Temer estará assumindo o Planalto, se o Senado confirmar o afastamento de Dilma Rousseff, numa situação que se encaixa à perfeição no conceito de “interregno” formulada pelo italiano Antonio Gramsci (1891-1937):

A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem”.

As manifestações de rua no Brasil nos últimos meses indicam um desejo da sociedade por uma nova organização político-partidária. A maioria dos atos de protesto pedia “fora, Dilma”. Não houve um movimento a favor da posse de Michel Temer. Ao contrário, há até uma emergente ação de negação completa da política –o que é altamente deletério e produz um caldo de cultura para aventuras populistas.

Para usar o mesmo termo de Gramsci, haverá também um interregno formal e constitucional entre a decisão deste domingo (17.abr.2016) e a eventual confirmação do Senado a respeito do afastamento de Dilma Rousseff.

É improvável que os senadores decidam sobre esse tema em menos de 20 dias. Ou seja, até meados de maio o Brasil terá uma presidente “semiafastada” e um vice-presidente… quase presidente. Esse vácuo de poder agravará certamente a incerteza na economia –pois ninguém terá como prever com segurança o desfecho.

É claro que o mais provável é que o Senado possa validar a decisão da Câmara, afastando Dilma Rousseff por até 180 dias. Foi assim em 1992, quando o então presidente Fernando Collor de Mello foi alvo de impeachment.

Mas como também já mostraram repetidamente em todas as análises recentes, em 1992 o Brasil e o cenário eram outros.

Agora, a resistência ao lado de Dilma Rousseff é muito mais robusta do que a que existia em torno de Collor. Para adicionar ainda mais octanagem ao cenário, há a Operação Lava Jato. Dezenas de políticos que se alinharam a Temer nas últimas semanas são alvo da investigação sobre corrupção envolvendo a Petrobras, empreiteiras e agentes públicos.

Tudo considerado, deve haver algum “distensionamento” do ambiente político com o impeachment de Dilma Rousseff aprovado neste domingo. Afinal, a grande maioria da Câmara ficou ao lado de Michel Temer.

A dúvida é se essa mesma maioria estará em breve –com a eventual posse de Temer no Planalto– ao lado do governo na hora de aprovar medidas amargas para consertar a economia e as instituições brasileiras.

A rigor, os grandes grupos políticos hoje alinhados a Temer são o empresariado e os financistas do eixo Rio-São Paulo. Esse apoio não é incondicional. Só será mantido se o eventual novo presidente se mostrar apto a tocar as reformas que são caras ao establishment econômico –regras trabalhistas mais flexíveis, impostos mais amigáveis e uma mudança na Previdência Social.

Por fim, correm em paralelo ações contra a chapa vencedora da eleição presidencial de 2014 –Dilma Rousseff & Michel Temer. O peemedebista ofereceu um argumento ao Tribunal Superior Eleitoral para livrá-lo do caso, dizendo que suas contas de campanha são separadas da candidata ao cargo principal.

Assim como na política, na Justiça Eleitoral os argumentos são aceitos de acordo com a conjuntura. Se Temer for um sucesso na pacificação do país e injetar confiança na economia, certamente terá chances de se livrar da ação no TSE. Se o cenário for de um governo patinando e sem condições de oferecer perspectivas otimistas ao país, tudo se inverte.

No caso de cassação da chapa presidencial vitoriosa completa de 2014, há duas possibilidades. Nos 2 primeiros anos de mandato (ou seja, até 31.dez.2016), novas eleições diretas são convocadas em 90 dias. Se a chapa for cassada a partir de 2017, há nova eleição –mas aí de maneira indireta, pelos integrantes do Congresso Nacional.

Tudo considerado, a mensagem principal pós-impeachment é esta: a incerteza não acabou e o desafio de Michel Temer (se assumir o Planalto) será igual ou até maior do que o enfrentado até agora por Dilma Rousseff.

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Semana pré-impeachment mostrou Planalto frágil e quase derrotado
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Fernando Rodrigues

Contabilidade de votos piorou a cada dia para o Planalto

271 discursos foram pró-impeachment e só 133 a favor de Dilma

Ao todo, oposição falou 1.552 minutos contra o governo

Deputados pró-Dilma falaram apenas 784 minutos

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Mesa da Câmara durante a votação do impeachment no domingo (17.abr)

Apesar da guerra midiática propagando a versão de que haveria votos para conter o impeachment, o Palácio do Planalto entrou derrotado na reta final do processo. As 48 horas que antecederam a votação revelaram indicadores sobre a derrota que acabou ocorrendo.

O Blog acompanhou, minuto a minuto, as sucessivas sessões da Câmara desde a manhã de 6ª feira (15.abr.2016), inclusive durante as madrugadas. Ao mesmo tempo, monitorou os movimentos de bastidores, com o Planalto e a oposição divulgando seus placares a respeito de quantos seriam os votos a favor e contra o impeachment.

Durante a mais longa sessão da Câmara nos últimos 25 anos (para quando há estatísticas a respeito), o total de oradores foi de 311 deputados. Muitos se repetiram na tribuna. No total, foram 271 falas a favor do impeachment e só 133 para defender o governo. E muitos dos que se posicionavam contra o processo de afastamento falavam “contra o golpe” e não a favor de Dilma Rousseff.

Desde as 9h01 de 6ª feira, quando foi aberta oficialmente a sessão de discussões, até seu fim, às 3h42 da madrugada de domingo, os discursos contra Dilma totalizaram 1.552 minutos. A defesa do mandato da presidente ocupou 784 minutos.

Tempo-de-fala-impeachmentOs vocalizadores do impeachment que falaram por mais tempo foram Weliton Prado (PMB-MG), que falou por 60 minutos e João Derly (Rede-RS), que falou por 28 minutos. Prado consumiu 1 hora por ser líder e único membro do PMB na Câmara.

A presidente teve como seus principais porta-vozes Silvio Costa (PT do B-PE) e Weverton Rocha (PDT-MA), que falaram por 48 e 45 minutos, respectivamente, nas vezes em que ocuparam a tribuna.

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Dos 25 partidos com representação na Câmara dos Deputados, 16 se declararam abertamente favoráveis ao impeachment. Outros 5 foram contrários. E 4 liberaram seus deputados para votar sem orientação.

Uma curiosidade: dos 311 deputados que falaram da tribuna a favor ou contra o impeachment, apenas 30 eram mulheres. Dessas, 14 a favor de Dilma e 16 pró-afastamento da petista.

O MARKETING DE CADA LADO
A última semana antes da votação no plenário da Câmara foi dominada por ondas de ânimo que ora atingiam os governistas, ora os oposicionistas. Ainda que o momentum parecesse se alternar, os fatos concretos sempre estiveram ao lado dos favoráveis ao impeachment.

Em meio à volatilidade das contagens de votos, um indicador mais sólido –as declarações dos próprios deputados em suas redes sociais– mostrou um fortalecimento constante dos oposicionistas. Um levantamento iniciado em 18.mar, portanto 1 mês antes da votação no plenário da Câmara, mostrou que o crescimento dos votos a favor do impeachment se robusteceu, sem oscilações, a despeito das contagens mirabolantes propagadas pelos 2 lados da disputa.

De 2ª feira (11.abr.2016) até a manhã de domingo (17.abr.2016), dia da votação, os deputados que se declararam favoráveis ao impeachment nas redes sociais passaram de 285 a 351, garantindo 9 votos a mais do que o mínimo necessário para autorizar o processo. Os apoiadores do mandato de Dilma passaram na última semana de 113 para apenas 133. Eram 39 votos a menos do que o necessário para barrar o impeachment. Um número maior do que o total de deputados que não se declararam (32) ou que iriam se abster (2).

GOVERNO PERDE O MÉDIO CLERO
Os 3 partidos centrais, com bancadas representativas que garantiam a maioria governistas, deram, ao invés de votos, duros golpes a Dilma. Há duas semanas PP, PR e PSD tinham 3 ministérios e seus 3 caciques trabalhando para coletar votos contra o impeachment.

A rebelião foi gradual. Os deputados contra o governo se fortaleceram dentro das bancadas e se rebelaram contra os líderes. No PP, o presidente do partido, Ciro Nogueira, anunciou em 6.abr que continuava no governo. Foi acossado pelos diretórios estaduais pró-impeachment, que provaram ser maioria e pediram reunião da Comissão Executiva Nacional. O resultado foi o rompimento do PP com o Planalto e a entrega do Ministério da Integração Nacional em 12.abr.

No PSD, presidido pelo ex-ministro das Cidades Gilberto Kassab, o movimento foi semelhante. Originalmente 1 dos maiores defensores do mandato de Dilma, Kassab foi dobrado pela bancada do partido, que anunciou voto em massa pelo impeachment. O líder Rogério Rosso, presidente da Comissão Especial do Impeachment, votou pelo impedimento no colegiado em 11.abr. Sem conseguir votos, Kassab entregou o cargo na última 6ª feira (15.abr).

O PR não entregou seu ministério e é o único dos 3 partidos que conservou seu comandante (não-oficial), Valdemar Costa Neto, trabalhando pelo governo até o final. Porém, na votação na Comissão Especial, o líder do partido na Câmara, Maurício Quintella (AL), abandonou a liderança para poder defender o impeachment, abrindo o caminho para dissidências na bancada.

BATALHA NO BAIXO CLERO
Com a consciência de que perdera o apoio dos líderes dos partidos-chave, o governo redobrou os esforços na abordagem individual dos deputados, ofertando cargos de 2º e 3º escalões e apoio nas eleições municipais deste ano de 2016. A suíte ocupada por Lula no hotel Royal Tulip foi o centro das articulações.

O ex-presidente fez de tudo para convencer determinadas bancadas. Ao conversar com um líder religioso da Igreja Quadrangular, viu que não estava dando certo. Aí, disparou: “Se nós derrotarmos o impeachment, quem vai governar sou eu. Eu vou sentar naquela cadeira”.

Na 6ª feira (15.abr), por exemplo, o Diário Oficial da União saiu recheado com mais de 50 nomeações. A operação produziu boa repercussão no Congresso. Ao longo do dia, deputados governistas se mostraram mais confiantes. Tentaram propagar a ideia de que o jogo estava virando. Mas a quantidade de votos consolidados a favor de Dilma não sustentou o bom humor até o sábado, véspera da votação.

O símbolo maior desse movimento esperançoso foi a perspectiva de o governo recuperar 12 votos do PP na 6ª feira. Um vídeo gravado por Waldir Maranhão (PP-MA), aliado ferrenho de Eduardo Cunha, anunciando apoio a Dilma orientou o discurso de que o governo se fortalecia.

A esperança foi enterrada na madrugada de sábado. O principal articulador do governo na bancada pepista, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), selou acordo com o presidente do partido, senador Ciro Nogueira. Uma foto marcou o momento.

Ciro Nogueira (dir.) e Eduardo da Fonte (esq.) após fechar acordo na madrugada de domingo (17.abr)

Ciro Nogueira (dir.) e Eduardo da Fonte (esq.)

PAULO MALUF
Um caso emblemático de como o governo fracassou e conduziu mal a cooptação de votos para barrar o impeachment é o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).

Maluf era dado como voto certo a favor do Planalto e nem foi procurado para conversar. O governo preferiu negociar o apoio do PP com o presidente nacional da legenda, o senador Ciro Nogueira —do Piauí. Ocorre que Maluf e Ciro Nogueira são adversários figadais dentro da legenda.

Quando soube que havia sido deixado de lado, Maluf anunciou que votaria a favor do impeachment. Aí o Planalto resolveu agir e mandar recados. Era tarde demais.

Maluf tomou café da manhã no sábado (16.abr.2016) com o vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu. À tarde, foi levado até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Encontraram-se no hotel em Brasília no qual o petista está hospedado, o Royal Tulip.

“Falei para ele que fizeram tudo errado oferecendo cargos para essas pessoas do PP. Tinham de ter conversado com toda a bancada e fazer uma proposta geral sobre como seria o governo daqui para a frente. Agradeci o convite, mas disse que manteria minha posição”, relata Maluf —que foi até ao petista em companhia de Armando Monteiro, ministro da Indústria.

Na manhã de domingo, Lula telefonou novamente para Maluf. Não teve jeito. O deputado disse que votaria a favor do impeachment. Deu entrevistas no meio da tarde e deixou sua posição explícita.

Um sinal de como a tropa governista estava desinformada: até pouco antes do início da votação o deputado Sílvio Costa (PT do B-PE) dizia que Maluf votaria com o governo. “Ele vai votar contra o impeachment e ainda vai falar mal do Eduardo Cunha”, afirmava Costa.

MANIFESTAÇÕES
Do lado de fora do Congresso, manifestantes favoráveis e contrários ao impeachment ficaram isolados por um muro que dividia a Esplanada ao meio. A circulação entre os 2 lados, entretanto, era livre.

Militantes pró-governo aglomeraram-se em frente ao prédio do Ministério do Turismo e dos Transportes. Assistiram à votação sentados em frente a 2 dos 4 telões instalados no local.

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À esquerda, manifestantes pró-Dilma; à direita, grupo a favor do impeachment

O clima era de resignação. Os votos contrários ao impeachment eram comemorados de forma cada vez menos efusiva à medida que a sessão no plenário avançava. Por volta das 20h, 1 dos 3 caminhões de som parado em meio aos militantes pediu para os presentes não dispersarem.

Já os manifestantes pró-impeachment concentraram-se na altura do Ministério da Integração Nacional e do Ministério do Trabalho e Emprego.

Vestidos de verde e amarelo, assistiram à votação em clima de copa do mundo, ao som de muito batuque e reproduções do hino nacional em ritmo de samba.

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52 veículos internacionais acompanham a sessão do impeachment na Câmara
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Fernando Rodrigues

Do Japão à Argentina, o que pensam os jornalistas estrangeiros

Maioria é cética quanto aos efeitos do impeachment para o país

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Jornalistas no Salão Verde da Câmara na tarde de domingo (17.abr)

Jornalistas de 52 meios de comunicação ao redor do mundo foram credenciados pela Câmara dos Deputados para acompanhar a votação da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff. Estes jornalistas vieram de 21 países.

O Blog conversou com 5 jornalistas estrangeiros que vieram a Brasília. A maior parte dos representantes da mídia estrangeira é cética quanto aos resultados do impeachment para o Brasil.

Os depoimentos foram aos repórteres do UOL André Shalders e Gabriel Hirabahasi.

Eis o que diz cada um:

Andrés Flores, da rádio La Tribu (Argentina): “Estamos preocupados com a continuidade democrática no Brasil. Também nos preocupa a integridade de quem toca o projeto, como Eduardo Cunha. Mas o mais preocupante é que a Justiça não tem uma declaração concreta sobre se Dilma cometeu crime de responsabilidade que seria necessário para afastá-la. Na Argentina, a Cancilleria [Relações Exteriores] se posicionou ‘preocupada pela continuidade democrática no Brasil’, mesmo em um governo de Macri, que não é favorável à Dilma. Esperamos que possamos sair democraticamente”.

Anna Edgerton, da agência Bloomberg (EUA): “A incerteza é muito ruim para o país. Precisamos de algum tipo de definição, seja ela qual for. Seja qual for o resultado, ainda vai demorar bastante tempo até que surjam efeitos sobre a situação política e econômica. O Brasil tem um caminho longo pela frente”.

Boris Herrmann, do jornal Süddeutsche Zeitung (Alemanha): “Eu discordo do impeachment por 2 motivos. Primeiro, acho que é um processo excessivamente político e muito pouco jurídico. Dilma está sendo acusada pelas ‘pedaladas fiscais’ mas está sendo julgada pela crise econômica, e pela situação geral do país. As pedaladas parecem ser um pretexto. Em segundo lugar, duvido muito do efeito prático disto tudo. Não é como se o PMDB fosse um partido com ideias inovadoras ou livre de corrupção. Não vejo como se eles representassem um novo começo para o Brasil”.

Morgann Jezequel, jornalista francesa freelancer (França): “Há uma empolgação midiática e política. Algo estilo House of Cards. Acho que a imprensa favorece o impeachment pois há menos pluralidade. Para nós, é difícil entender. Estamos acostumados a ter um jornal contra e um a favor do governo. Eu entendo que a população está cansada por causa da crise econômica, mas Dilma não conseguiu governar pois o Congresso não deixou. É estranho ver alguém como Eduardo Cunha, que está sendo investigado pela Justiça, falar sobre ética. Por isso, é difícil levar o processo a sério. Mesmo se ela não sair, acho que não consegue mais governar. Não fica até 2018. Não digo que está rolando um golpe de Estado, mas estão tentando cassar a Dilma e o povo da França não aceitaria muito isso”.

Tsuyoshi Tamura, do jornal The Assahi Shinbun (Japão): “Apesar do impeachment estar na Constituição, tenho minhas dúvidas sobre se este processo está sendo feito de forma democrática e legal”, disse. “O Brasil tem vários problemas na política, na economia, com o vírus da Zika. Mas não sei se a troca de presidente é a forma mais adequada de lidar com eles. Certamente, é um momento que ficará na história”.

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Nas redes sociais, 351 deputados se dizem pró-impeachment
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Fernando Rodrigues

Se confirmado, número é suficiente para derrotar Dilma Rousseff

Uso da internet na política está colocado à prova na votação

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Deputados na sessão do impeachment de sábado (16.abr.2016)

O número de deputados federais que se declaram a favor do impeachment nas redes sociais (Facebook e Twitter) chegou a 351 na manhã deste domingo (17.abr.2016). Se confirmado na votação do final do dia, no plenário da Câmara, o resultado é suficiente para aprovar o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

São necessários, pelo menos, 342 dos 513 deputados para dar prosseguimento ao processo de impeachment.

As redes sociais mostram que vão votar contra o impedimento 133 deputados. Há ainda 27 indefinidos e 2 abstenções –deputados que faltarão à sessão por motivos de saúde.

Para fazer este estudo, são monitorados os perfis dos 513 deputados no Twitter e no Facebook. Também são consideradas entrevistas públicas, com frases gravadas ou entre aspas (na mídia impressa). Só quem se manifesta abertamente é contado pela consultoria digital Bites.

Os dados apurados pela Bites são publicados com exclusividade pelo Blog (clique nas imagens para ampliar):

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AS REDES SOCIAIS E A POLÍTICA
A votação do impeachment coloca à prova a força das redes sociais na política nacional. O placar final certamente será diferente do que mostram os posts dos deputados no Facebook e no Twitter. O impacto para os que mudarem de lado na última hora poderá ser perscrutado nos próximos meses –se perderão apoio de seus eleitores ou não.

Uma novidade, entretanto, diferencia esta votação do impeachment de outras do passado. Agora, não há apenas declarações de voto para a mídia tradicional registrar. Milhões de eleitores acompanham seus representantes no Congresso por meio das redes sociais.

Mesmo que um deputado mude de ideia e apague o que havia registrado em seu perfil nas redes sociais, muitos usuários da internet já terão copiado a imagem da tela. Uma vez publicada na web, uma opinião não desaparece jamais.

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Grupo pró-impeachment escolhe Renan Calheiros como alvo após domingo
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Fernando Rodrigues

Se impeachment vencer domingo, MBL focará em Renan

Candidatos a prefeito e aliados do alagoano serão o foco

Renan definirá data da votação que pode afastar Dilma

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Renan Calheiros, o presidente do Senado

Se o impeachment for aprovado na Câmara neste domingo (17.abr), o Movimento Brasil Livre fará uma campanha para pressionar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Em caso de aprovação do impeachment, caberá ao peemedebista marcar a data da votação da admissibilidade do processo no Senado. Renan não age sozinho, mas tem poder para acelerar ou retardar o trâmite.

O MBL é um dos principais grupos de pressão pelo impeachment de Dilma Rousseff. A tática é atacar candidatos a prefeitos e aliados ao político alagoano com carros de som, outdoors e correntes no Facebook e no WhatsApp.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

“É falar: ‘o candidato fulano de tal quer ser prefeito da nossa cidade mas está com Renan, que apoia a Dilma’. A gente sabe que os políticos são feitos de alianças. A ideia é deixar as alianças machucadas”, explica Renan Santos, um dos coordenadores do grupo.

No Senado, a admissibilidade do impeachment se dá por maioria simples: havendo quórum (41 dos 81 senadores presentes), basta que metade + 1 seja a favor.

“PADRÃO PTN”
A campanha contra Calheiros a partir de 2a feira segue o que o coordenador do MBL chama de “Padrão PTN”. A referência é ao partido da deputada Renata Abreu (SP), que foi alvo de campanha parecida semanas atrás.

Na ocasião, o MBL lançou nota cobrando que Renata Abreu “fechasse questão” no partido, à favor do impeachment.

“Vamos escolher os elos fracos. Não necessariamente quem negocia com o governo, mas quem está em posição vulnerável, e que pode espanar na hora da pressão. São os políticos jovens, os candidatos a prefeito”, explica Renan Santos.

“Até acho que ‘na hora H’ ele não vai querer contrariar o que a Câmara decidiu, mas… é para deixar ele esperto. Acho que a pressão tem que continuar”, diz o coordenador do MBL.

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Redes sociais mostram grupo pró-impeachment estável e no limite de 342
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Fernando Rodrigues

A 1 dia da votação, placar é apertado; desfecho é incerto

Estudo considera só quem se manifesta de forma aberta

Carama-plenario-impeachment-Foto- MarceloCamargo-AgenciaBrasil-15abr2016

Plenário da Câmara na 6ª feira (15.abr.2016) durante o debate sobre o impeachment

Depois de avançar de maneira consistente nas últimas semanas, o grupo de deputados pró-impeachment parou de crescer há 2 dias. Ontem (15.abr.2016), chegou a 343 votos. Hoje, recuou para 342 –o limite mínimo para aprovar o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

Ao mesmo tempo, a curva dos que se dizem a favor do Palácio do Planalto e vão votar contra o impedimento segue com um aumento gradual, porém constante. Ontem cedo, havia 126 deputados pró-Dilma. Hoje, sábado, o número foi a 134.

Para impedir o impeachment, Dilma precisa garantir, pelo menos, 172 deputados a seu favor –votando ou faltando à sessão  marcada para este domingo (17.abr.2016).

Há ainda, no momento, 35 deputados que não se manifestam claramente se estão a favor ou contra o impeachment. E 2 que não devem comparecer à sessão de votação do impeachment: Clarissa Garotinho (PR-RJ) e Aníbal Gomes (PMDB-CE), ambos em licença por determinação médica.

São monitorados os perfis dos 513 deputados no Twitter e no Facebook. Também são consideradas entrevistas públicas, com frases gravadas ou entre aspas (na mídia impressa). Só quem se manifesta abertamente é contado pela consultoria digital Bites.

Os números apurados até agora não são suficientes para dizer que o desfecho seja certo, para um lado ou para o outro. Muitas negociações continuam em curso, dos 2 lados, e há instabilidade no número de votos pró e contra o impeachment

Os dados apurados pela Bites são publicados com exclusividade pelo Blog (clique nas imagens para ampliar):

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Placar-Bites-impeachment-16abr2016

 

As redes sociais mostram que os 134 deputados contra o impeachment ganharam, de ontem para hoje, a adesão de 3 votos que estavam estacionados no grupo de “indecisos”: Adalberto Cavalcanti (PTB-PE), Beto Salame (PP-PA) e Macedo (PP-CE).

OS AUSENTES
Deputados que faltarem amanhã (domingo) ajudam o grupo contra o impeachment. É impossível saber quais não estarão presentes, mas há 1 indicador disponível: aqueles que desde ontem (6ª) cedo não registraram seus nomes na Câmara. Pelo menos 21 deputados estavam nesta situação no final da manhã de hoje:

1. Alberto Filho (PMDB-MA)
2. Aníbal Gomes (PMDB-CE)
3. Antônio Jácome (PTN-RN)
4. Clarissa Garotinho (PR-RJ)
5. Diego Andrade (PSD-MG)
6. Édio Lopes (PR-RR)
7. Elcione Barbalho (PMDB-PA)
8. Gabriel Guimarães (PT-MG)
9. Hiran Gonçalves (PP-RR)
10. Iracema Portella (PP-PI)
11. Josué Bengston (PTB-PA)
12. Junior Marreca (PEN-MA)
13. Luís Tibé (PT do B-MG)
14. Nelson Marquezelli (PTB-SP)
15. Odair Cunha (PT-MG)
16. Pedro Fernandes (PTB-MA)
17. Rodrigo Pacheco (PMDB-MG)
18. Sarney Filho (PV-MA)
19. Simone Morgado (PMDB-PA)
20. Toninho Pinheiro (PP-MG)
21. Washington Reis (PMDB-RJ)

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Oposição mergulhou país na instabilidade e brecou crescimento, diz Dilma
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Fernando Rodrigues

Presidente gravou vídeo para TV, mas publicou na web

Petista acusa “golpistas” de tramar fim do Bolsa Família

Dilma diz que impeachment é “fraude jurídica e política”

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Cena do pronunciamento de Dilma Rousseff em 15.abr.2016

A presidente Dilma Rousseff gravou um pronunciamento em vídeo no qual acusa a oposição de ser responsável pelo baixo crescimento econômico do Brasil.

“Os derrotados [da eleição de 2014] mergulharam o país num estado permanente de instabilidade política, impedindo a recuperação da economia com um único objetivo: tomar à força o que não conquistaram nas urnas”, diz a petista.

O pronunciamento era para ter sido transmitido em rede nacional de TV na noite da 6ª feira (15.abr.2016), mas o Palácio do Planalto preferiu cancelar com receio de contestações jurídicas.

No vídeo, a presidente afirma que o processo de impeachment é “a maior fraude jurídica e política da história do país”.

O discurso de Dilma é muito duro e mostra uma certa ciclotimia da petista. Na última 4ª feira (13.abr.2016), a presidente concedeu longa entrevista propondo um pacto político amplo, inclusive com a oposição.

Agora, Dilma deu uma guinada e atacou duramente quem está contra o seu governo: “Os golpistas dizem que, se conseguirem usurpar o poder, será necessário impor sacrifícios à população brasileira. Com que legitimidade? Querem revogar direitos e cortar programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida”.

A presidente também afirmou que os que hoje são a favor de seu impeachment pretendem “abrir mão da soberania nacional” e “entregar os recursos do pré-sal às multinacionais estrangeiras”.

Assista ao vídeo a seguir, com 6 minutos e 39 segundos:

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