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Arquivo : Brasília

Com 1.200 estudantes, Olimpíada do Conhecimento vai até domingo em Brasília
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Fernando Rodrigues

Olimpíada do Conhecimento 2016

Olimpíada do Conhecimento 2016

Cerca de 1.200 alunos participam, até amanhã, domingo (13.nov.2016), da 9ª edição da Olimpíada do Conhecimento em Brasília. Segundo os organizadores, o evento é a maior competição de educação técnica e profissionalizante das Américas.

A Olimpíada do Conhecimento desafia os estudantes a colocar em prática o que aprendem em cursos técnicos e de formação profissional. Participam alunos do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), do Sesi (Serviço Social da Indústria), de institutos federais e escolas públicas.

As informações são do repórter do UOL Guilherme Moraes.

Na principal disputa, os participantes formaram times para criar projetos em áreas como construção, engenharia agrícola, tecnologia da informação e moda. Na fase final, precisam apresentar produtos e soluções para empresas e a comunidade.

Além dos desafios em equipe, os alunos são avaliados individualmente em uma prova de uma a duas horas. Estudantes que estão concluindo cursos técnicos e de qualificação do Senai também fazem avaliações práticas.

A Olimpíada do Conhecimento é uma iniciativa do Senai e do Sesi. As atividades são realizadas no Ginásio Nilson Nelson, na região central de Brasília.

O espaço é aberto, tem entrada gratuita e a programação vai das 9h às 17h. A organização espera 100 mil visitantes, sendo 50 mil alunos das redes pública e privada. Leia sobre o evento no site oficial.

ÁREAS COM MAIS VAGAS ATÉ 2020
Pesquisa elaborada pelo Senai e divulgada em outubro mostra que haverá uma grande demanda por profissionais com capacitação técnica no setor industrial nos próximos anos.

A função com maior número de vagas, segundo a projeção, é de programador de produção, com 156.569 postos de trabalho de 2017 a 2020. Na sequência, aparecem técnico em eletrônica (125.636), técnico em eletrotécnica (85.485) e técnico em segurança do trabalho (76.646).

Ainda de acordo com o estudo, hoje há muito campo no Brasil para a educação profissional técnica. Apenas 11,1% dos estudantes optam por esse tipo de qualificação. Na Alemanha, o percentual é de 51,5%. Na Finlândia, chega a 69,% e, na Áustria, a 76,8%.

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Seca recorde leva Brasília a “estado crítico de escassez hídrica” nesta 6ª
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Fernando Rodrigues

Bairros devem ficar sem água nas próximas semanas

Principal reservatório está com apenas 40% do volume

Estatal fornecedora de água reduzirá pressão nas adutoras

Descoberto

Imagem de reservatório de água de Brasília e anúncio sobre interrupção do fornecimento

Brasília amanhece nesta 6ª feira (16.set) em “estado crítico de escassez hídrica”, segundo apurou o Blog. O principal reservatório da cidade, o da barragem do rio Descoberto, está com apenas 40% do volume.

A Caesb, estatal que fornece água para os habitantes da capital federal, deve diminuir a pressão nas adutoras. Isso pode provocar a falta de água em alguns bairros durante alguns períodos do dia.

A razão para a situação emergencial que será adotada hoje pelo governo do Distrito Federal se dá por duas razões principais. Primeiro, porque a região enfrenta a pior estiagem dos últimos 10 anos. Segundo, por causa do excesso de consumo.

Brasília ganha de 50 mil a 70 mil novos habitantes por ano, segundo o IBGE. Hoje, vivem na capital federal 2.977.216 pessoas.

Houve também um longo período sem investimento. A última obra estruturante foi no ano 2000. A atual administração, do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), programou 3 grandes obras que só ficarão prontas em 2017, 2018 e 2019.

Brasília também foi palco nas últimas décadas de ocupação desordenada do solo, o que comprometeu áreas com nascentes e que ajudam a manter os reservatórios em níveis altos.

O reservatório do rio Descoberto teve queda brusca do seu volume neste ano de 2016. Em março, estava no máximo e chegou a transbordar.

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Eduardo Cunha terá mais 1 mês ocupando mansão em Brasília paga pela Câmara
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Fernando Rodrigues

Mas, com renúncia, perde acesso a seguranças e voos da FAB

Ele pode deixar residência oficial antes do prazo, diz assessoria

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Residência oficial da presidência da Câmara dos Deputados

Mesmo tendo renunciado à presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda poderá ocupar a residência oficial da Casa em Brasília pelos próximos 30 dias. Trata-se de uma mansão de 800 metros quadrados no Lago Sul, o bairro da elite em Brasília.

Cunha, no entanto, perde o direito aos seguranças particulares, ao carro oficial e aos funcionários da presidência da Câmara. Também não poderá mais usar os aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), destinados a autoridades.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Há a possibilidade de o presidente da Câmara deixar a residência oficial antes do prazo, segundo a assessoria dele. Mas ainda não há nada definido.

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vista aérea da residência oficial da Câmara

Como presidente da Câmara, Eduardo Cunha mantinha uma estrutura com 47 assessores, além dos 25 que já tinha direito como deputado federal.

Deputados do Psol, partido anti-Cunha, estimaram em R$ 541 mil mensais o custo total das benesses usufruídas pelo congressista carioca no período em que esteve afastado da presidência da Casa. O cálculo foi feito em maio.

Apesar de deixar a residência oficial, Cunha ainda poderá morar em 1 dos apartamentos mantidos pela Câmara para os deputados em áreas nobres de Brasília. Ele pode eventualmente optar por um hotel ou alugar um imóvel, cujo custo é reembolsado pela Câmara. Esta prerrogativa só será perdida quando (e se) o peemedebista for cassado.

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Dilma deve receber ator de Hollywood e filha de Che Guevara no Alvorada
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Fernando Rodrigues

Encontros foram pré-agendados pela petista para este mês

Agenda inclui Danny Glover (20.jun) e Aleida Guevara (23)

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O ator Danny Glover e o ex-presidente Lula, num evento da CUT, em abril de 2015

A presidente afastada Dilma Rousseff deve receber o ator de Hollywood Danny Glover e a médica cubana Aleida Guevara (filha de Che Guevara) no Palácio da Alvorada neste mês.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

As visitas fazem parte de uma pré-agenda da petista para o mês de junho. Pelo cronograma, o ator virá a Brasília em 20.jun e será recebido no Alvorada, residência oficial de Dilma.

O encontro com Aleida está marcado para 23.jun. No mesmo dia, a presidente afastada receberá a física e ativista indiana Vandana Shiva, também no Alvorada.

Antes mesmo da votação na Câmara que a afastou do mandato (em 17.abr), Dilma e o PT vêm trabalhando para que artistas e intelectuais se manifestem publicamente contra o impeachment.

No dia 31.mar, por exemplo, Dilma recebeu diversos artistas contrários ao impeachment. O encontro ocorreu ainda no Palácio do Planalto, então ocupado pela petista. Na ocasião, Danny Glover enviou um vídeo contra o afastamento dela.

Casado com uma professora universitária brasileira, Glover é presença frequente em eventos do PT. O ator participou das franquias Máquina Mortífera (Lethal Weapon, no original), Jogos Mortais (Saw) e do filme Manderlay, entre outros.

Para esta semana, Dilma planeja um encontro com historiadores em Brasília (hoje, 7.jun) e outro com pesquisadores, em Campinas (SP), na 5ª feira (9.jun).

A equipe de Dilma ainda não sabe se ela conseguirá participar desse último compromisso. A Casa Civil emitiu parecer proibindo-a de usar aeronaves oficiais, exceto no trajeto entre Brasília e Porto Alegre (RS), onde vivem a filha e os netos da presidente.

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Na TV, petistas priorizam defesa de Lula e “esquecem” Dilma
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Fernando Rodrigues

Em 5 comerciais em Brasília, só 1 cita Dilma de passagem

Presidente não é prioridade, diz quem acompanhou produção

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O ex-presidente Lula em março deste ano

O PT tem 2 prioridades neste momento: reafirmar a narrativa do “golpe” e defender a imagem histórica de Lula e do partido, preparando o caminho para 2018.

E Dilma? A defesa da presidente não é prioridade neste momento.

O discurso que já era perceptível no comportamento dos principais nomes petistas ganhou materialidade em uma série de inserções de TV preparadas pelo PT de Brasília para exibição nesta semana.

Os vídeos de 30 segundos valem por uma aula de sociologia política. Demonstram de forma concreta como a legenda se posicionará daqui para a frente. O destino de Dilma parece ser rumar para o oblívio.

São 5 inserções de 30 segundos. Falam nas peças petistas de Brasília: a deputada federal Erika Kokay e os deputados distritais Chico Vigilante, Ricardo Vale e Wasny de Roure, além do presidente do PT local, o ex-deputado Policarpo. Só Wasny menciona o nome de Dilma, mas de passagem, sem ênfase.

As informações são do repórter do UOL André Shalders. 

Chico Vigilante, por exemplo, cita “Lula” 6 vezes em 30 segundos. “Com ele no governo, milhões de brasileiros conquistaram uma vida melhor”, afirma. Dilma não existe na fala do petista:

O tom “pós-Dilma” das peças publicitárias é sintomático. “Depois do golpe, vão querer retirar os seus direitos conquistados”, afirma o distrital Ricardo Vale.

“O momento é de defender o projeto [do PT]”, diz um militante próximo ao comando da legenda, e que acompanhou a produção das vinhetas do PT de Brasília, na condição de não ter o nome revelado. “A figura da Dilma tem outras pessoas para defender, inclusive juridicamente”, afirma.

“Dilma não tem amigos. Não fez amigos. Acabou com nosso projeto”, completa. A explicação vocaliza o estado do humor de parte da militância do PT à respeito da presidente, sobretudo daqueles ligados ao núcleo inicial de fundadores do partido.

Assista aos vídeos (cada 1 tem 30 segundos):

Chico Vigilante

Erika Kokay

Policarpo

Ricardo Vale

Wasny de Roure

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Manifestação em Brasília reúne grupos conservadores
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Fernando Rodrigues

Protesto anti-Dilma teve Jair Bolsonaro e seus apoioadores

Deputado chuta boneco pixuleco (assista ao vídeo neste post)

Grupos se manifestaram contra liberar aborto e drogas

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Grupo usa imagens de fetos em protesto contra descriminalização do aborto

A manifestação pelo impeachment da presidente Dilma neste domingo (13.mar.2016) em Brasília teve 100 mil participantes (segundo a PF). O ato foi na Esplanada dos Ministérios e em frente ao Congresso Nacional, no centro da capital da República. Além de protestar contra o governo, vários grupos aproveitaram para defender pautas de uma agenda mais conservadora: contra a descriminalização do aborto e das drogas, em apoio ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e até por uma intervenção militar.

Não houve registro de crimes nem de atos de violência nas manifestações, realizadas na parte da manhã em Brasília.

O padre Pedro Stepien, responsável pela paróquia de Novo Gama (GO), reuniu fiéis para protestar contra a legalização do aborto e das drogas.

Com o rosto pintado em verde-e-amarelo, Stepien cobrou a aprovação do Estatuto do Nascituro, hoje parado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

“Os países que legalizaram o aborto na Europa já estão revertendo a situação. O índice de pessoas idosas está crescendo, a Europa está envelhecendo. Estamos vendo a invasão dos muçulmanos, que tem 5, 6 filhos. Por isso, devemos defender a vida”, diz ele, que é polonês e mora no Brasil há 18 anos.

BOLSONARO CHUTA PIXULECO
O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi bastante aplaudido durante a manifestação. Já no fim do protesto, ele arrancou aplausos ao estapear um boneco inflável Pixuleco (que retrata o ex-presidente Lula vestido de presidiário). No fim da ação, Bolsonaro joga o boneco com um pontapé. Eis o vídeo:

Neste domingo não foi permitida a presença faixas em defesa de uma intervenção das Forças Armadas para retirar a presidente Dilma. Apoiadores do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disseram, porém, defender a ação.

A aposentada Aida Silva, de 68 anos, disse que Bolsonaro “é o único deputado ficha limpa”. Um rapaz que não quis se identificar carregava um cartaz que imitava a foto presidencial e disse que a aliança entre Bolsonaro e os militares fortaleceria o país, ainda mais se o alto escalão do exército assumisse o comando dos ministérios.

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Brasília faz 55 anos sem alcançar maturidade econômica
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Fernando Rodrigues

Dependência do setor público aumentou na última década

Distrito Federal é o local onde existe a maior distância entre pobres e ricos

Sérgio Lima/Folhapress - 16.mai.2005

Vista aérea da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, com o Lago Sul ao fundo

A capital planejada do Brasil comemora 55 anos nesta 3ª feira, 21 de abril, emitindo sinais de que não pretende reduzir a dependência de sua economia do setor público.

Na última década, a participação da administração pública no PIB (Produto Interno Bruto) de Brasília permaneceu estável, com leve alta. Na outra ponta, o impacto do comércio, indústria e agricultura na produção de riqueza diminuiu.

A tendência aparece na pesquisa mais recente sobre o PIB local, divulgada em novembro de 2014 e relativa a 2012. Naquele ano, o peso da atividade pública na economia cresceu de 54,7% para 55,2% em relação ao ano anterior.

No mesmo período, a participação da indústria, que já era baixa, caiu de 6,4% para 5,7%. A produção agrícola manteve a fatia de 0,3% na economia local. O setor de serviços saiu de 38,6% para 38,8% –e os serviços, como se sabe, só sobrevivem em grande parte por causa do consumo do funcionalismo em Brasília.

Não há sinal que a dependência brasiliense do setor público será revertida ou minimizada no futuro próximo. Os percentuais de participação dos setores de serviço, indústria e comércio no PIB brasiliense permanecem estagnados há 1 década, conforme mostra o gráfico abaixo:

ArteA anemia do setor privado de Brasília convive com uma generosidade excepcional da União. Em 2014, o governo federal destinou R$ 11 bilhões ao Distrito Federal por meio do Fundo Constitucional –benefício criado no final do governo Fernando Henrique Cardoso.

O Orçamento total de Brasília em 2014 foi de R$ 35 bilhões (incluídos aí os R$ 11 bilhões do Fundo Constitucional). A cifra confere à capital da República o maior Orçamento per capita do país. São R$ 12.272 por habitante.

A abundância de recursos não impediu que o Distrito Federal abrisse o ano de seu 55º aniversário em severa dificuldade econômica. A administração anterior, de Agnelo Queiroz (PT), deixou R$ 3,1 bilhões em dívidas, segundo seu sucessor, Rodrigo Rollemberg (PSB). Salários foram atrasados, serviços de poda e coleta de lixo, suspensos, e a festa de Réveillon por pouco não foi cancelada.

 

DESIGUALDADE
A forte presença do poder público também não foi eficaz para produzir uma sociedade menos desigual. Em 2013, último dado disponível no banco de dados do Ipea, o Distrito Federal era a unidade da Federação com maior concentração de renda no país (ou seja, quando é grande a distância entre os mais ricos e os mais pobres).

O gráfico abaixo compara o índice de Gini das 27 Unidades da Federação (quanto maior, mais desigual):

Arte

A disparidade socioeconômica em Brasília também aparece em um levantamento mais recente. A Codeplan (Companhia de Planejamento do Distrito Federal) divulgou na 5ª feira (16.abr.2015) o IOH (Índice de Oportunidade Humana) das regiões administrativas.

O índice mede a probabilidade de os moradores terem acesso a 4 serviços básicos: eletricidade, água, saneamento e escolaridade. O bairro Sudoeste, de classe média-alta, teve o melhor IOH: 99,8. Já a região conhecida como Fercal, onde vivem operários de indústrias de cimento e asfalto, o IOH é de 78,3.

 

CULTURA DA REPARTIÇÃO
Há outro elemento difícil de mesurar, mas muito presente do Distrito Federal, que revela a dependência do Estado: a cultura da repartição. É comum ouvir de jovens em Brasília, de todas as classes sociais, que seu maior desejo é passar em um concurso público e garantir a “estabilidade” para o resto da vida.

Existem condições em Brasília que permitiriam uma atividade privada mais pujante: uma grande universidade, a UnB, com 34 mil estudantes de graduação e pós-graduação, o 2º maior aeroporto do país em número de passageiros e índices de educação e saúde acima da média nacional. Esses fatores foram insuficientes para estimular o ânimo empreendedor local.

Brasília é uma cidade “cabeada” para viver do governo, apesar de a sua criação não ter isso como vetor principal. Na década dos 1950s, foram 3 os fatores que levaram Juscelino Kubitschek a defender a construção da nova capital (hoje todos parecem bem curiosos):

1) Segurança: a capital da República no Rio de Janeiro tornava o governo vulnerável a eventuais ataques bélicos externos de alguma força inimiga;

2) Política: tirar o Congresso do Rio de Janeiro obrigaria os deputados e os senadores a “pensar o Brasil” de maneira mais ampla e responsável;

3) Desenvolvimento do interior do país: a capital perto do centro geográfico do Brasil ajudaria a estimular a economia em regiões antes esquecidas.

Como se sabe, o argumento da segurança é quase patético. Já na década de 1950 havia mísseis teleguiados para destruir cidades em qualquer lugar.

Falar que os políticos pensam em como comandar o Brasil de forma melhor em Brasília soa como uma piada de salão.

Por fim, o desenvolvimento da região Centro-Oeste independe de Brasília. A agricultura e a pecuária estão presentes nessa parte do país não por causa da nova capital, mas porque essa era uma fronteira inevitável a ser transposta.

O que sobrou? Só a nova capital, isolada no centro do país, completamente dependente do Estado e sem conseguir alavancar novas atividades econômicas. O problema maior é que há um custo pago por quem não mora em Brasília.

Cálculo feito pelo jornal “O Estado de S.Paulo” apontou que, em 2011, o gasto das 3 esferas da administração pública em Brasília superou a arrecadação local de impostos sobre a produção em R$ 59 bilhões. Quem paga por essa despesa são todos os brasileiros, cujos impostos, em parte, sustentam o sonho de Juscelino Kubitschek no centro do país.

Para efeito de comparação, a cidade de São Paulo arrecadou em impostos sobre a produção, no mesmo período, R$ 62 bilhões a mais do que gastou com o funcionalismo público

Brasília concentra a maior parte do funcionalismo federal. É natural que tenha dispêndios elevados com a máquina pública. Mas para uma cidade que desejava trazer o desenvolvimento para o centro do país, o resultado depois de 55 anos ainda está aquém do que seria a missão inicial.

Com mais de cinco décadas de existência, a capital da República apenas confirma, em parte, aquela triste e velha profecia sobre o Brasil: trata-se de um país que corre o risco de ficar obsoleto antes de ficar pronto.

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Região central de Brasília tem renda 5 vezes maior que a do Brasil
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Fernando Rodrigues

Plano Piloto, bairro da capital, está entre as regiões mais abastadas do país

DF quase não tem indústria e extrai a maioria de sua riqueza do setor público

Os moradores da região central de Brasília, chamada Plano Piloto, têm renda per capita média mensal de R$ 5.188, segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios 2013/2014, divulgada nesta 4ª feira (3.dez.2014) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal.

O valor é 5 vezes maior que a renda per capita média do brasileiro apurada pelo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal em 2010, de R$ 783. Atualizada para 2013 pelo IPCA, o índice oficial de inflação, a renda média do brasileiro seria de R$ 941.

O Plano Piloto é a área da capital desenhada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer com um eixo central, onde está a Esplanada dos Ministérios, e outro eixo na forma das asas de um avião, com residências e comércio. É uma das regiões mais abastadas do país, apesar de o Distrito Federal quase não ter indústria e extrair a maioria de sua riqueza do setor público.

Moram nesse perímetro 221.223 pessoas que desfrutam de um padrão de vida muito superior à média do país: 88% dos moradores têm internet banda larga fixa, mais que o dobro das 36% das casas dotadas de internet rápida no Brasil, e 78% têm TV por assinatura, contra 28% do país. Em 37% das casas há pelo menos 1 tablet (tabela abaixo).

Arte

Em média, cada domicílio no Plano Piloto tem renda média mensal de R$ 12.742. Somente 0,36% dos moradores são analfabetos, contra 8,5% no Brasil. E 0,18% dos domicílios são beneficiados pelo programa Bolsa Família, que chega a cerca de um quarto da população brasileira.

Esse padrão de vida é sustentado, principalmente, pelos recursos do setor público. Em 2011, a máquina governamental respondia, sozinha, por 54,7% do PIB. O setor de serviços, incluindo a administração pública, compreendia 93,3% do PIB. A indústria representava apenas 6,4% e a agricultura, 0,3%.

No Plano Piloto, a concentração de renda também é mais suave que a média brasileira. O coeficiente de Gini é de 0,389 –sendo 0 a igualdade absoluta e 1, a desigualdade total–, similar ao de Portugal. No Brasil, o índice é de 0,495. Essa distribuição de renda mais igualitária ocorre somente na região central de Brasília. O Distrito Federal como um todo, incluindo as cidades satélites, está entre as unidades da Federação mais desiguais no país.

Uma peculiaridade urbanística de Brasília torna mais difícil para os moradores ricos se depararem com a desigualdade em seu cotidiano. A região central, de vias asfaltadas e amplas áreas verdes, é cercada por áreas extensas de cerrado virgem. As cidades satélites, onde moram os trabalhadores da base da pirâmide social, ficam além desse cerrado.

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Gilberto Carvalho me ameaçou, diz José Roberto Arruda
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Fernando Rodrigues

Ex-governador de Brasília diz ter sido pressionado em 2009, um pouco antes de surgirem gravações suas em vídeo recebendo dinheiro

O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, 60, está de volta à política. Filiado ao PR, pretende reconquistar nas urnas neste ano a cadeira que perdeu em 2010 após o escândalo conhecido como mensalão do DEM –sua legenda à época.

Ele não está vetado pela Lei da Ficha Limpa porque não foi condenado por um órgão colegiado. Ao explicar seu envolvimento no mensalão do DEM, quando apareceu em um vídeo recebendo dinheiro em espécie, Arruda diz ter sido vítima de um “golpe” engendrado pelo PT, cujo “artífice” foi o atual governador de Brasília, o petista Agnelo Queiroz.

Em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, sua narrativa inclui uma suposta ameaça recebida de Gilberto Carvalho, com quem esteve em setembro de 2009, um pouco antes da eclosão do escândalo. Naquele período, Carvalho era chefe do Gabinete Pessoal do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ele foi me pressionar: ‘Ou você muda de partido ou você vai cair’. Foi um recado muito claro que recebi”, diz Arruda. “O que ele fez de maneira velada foi uma ameaça”.

Também nessa época, antes do escândalo, Arruda recebeu em almoço Dilma Rousseff e Erenice Guerra. Dilma era ministra da Casa Civil. Erenice, a secretária-executiva (a número dois do Ministério). Ambas também teriam sugerido a Arruda que abandonasse o DEM e que se filiasse a alguma legenda da base governista federal, preferencialmente o PMDB.

O que disse Dilma nessa ocasião? “A mesma coisa: ‘Olha, você não quer mudar de partido para me apoiar?’ ”, relata.

Dias depois desses encontros, Arruda viu sua carreira desmoronar com o surgimento de gravações em vídeo mostrando políticos de Brasília, inclusive ele, recebendo dinheiro em espécie.

Sua explicação para o seu vídeo tem duas partes. Primeiro, responde que a gravação é de 2005, quando era deputado federal, e não governador. Segundo, afirma que pegou o dinheiro, mas que não ficou com os recursos. “Não há na gravação nenhuma cena que mostra eu levando o dinheiro. Eu não levei. Eu devolvi”. Onde está essa cena da devolução? Segundo Arruda, foi cortada numa edição.

Quando esteve preso por dois meses, em 2010, declara ter sido procurado pelo então diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa. Qual foi o conteúdo da conversa? “Ele me propõe: ‘Fale o nome de políticos do DEM e do PSDB que você, por ventura, tenha ajudado e você sai daqui amanhã. Não precisa dizer muita gente, diz só o nome do Arthur Virgílio, do Marconi Perillo e do José Agripino’”.

Líder na disputa pelo governo de Brasília segundo pesquisas locais realizadas em junho, Arruda tem de 25% a 30%, conforme o instituto. Para presidente, ele votará em Aécio Neves (PSDB). “Contra o PT”, explica.

Outro lado
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) classificou de “absoluta invenção” as declarações de Arruda.

Por meio de sua assessoria, Carvalho afirmou: “Jamais discuti questões partidárias com esse cidadão. Seu relato é uma absoluta invenção. É tão verdadeiro quanto a honestidade dele”.

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, declarou, via assessoria, que Arruda “tenta, num golpe teatral, manipular a informação e enganar a população mais uma vez”.

“Arruda é conhecido como um mentiroso contumaz. Não entendo porque Arruda insiste em mentir tanto. Isso me parece doentio, incorrigível”, afirmou Agnelo.

Procurada, a assessoria da presidente Dilma Rousseff afirmou que ela não iria comentar.

A reportagem não conseguiu contato com o ex-diretor da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa, nem com a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.

(Colaborou Aguirre Talento)

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Monumentos em verde e amarelo pela seleção em Brasília
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Fernando Rodrigues

Iluminação com as cores nacionais está nos principais prédios públicos da capital

Brasília está como seus principais edifícios e monumentos com iluminação em verde e amarelo por causa da Copa do Mundo. Todos esses locais já são iluminados à noite. Os holofotes foram apenas cobertos com um material nas cores nacionais.

O titular deste Blog fotografou neste sábado (7.jun.2014) à noite alguns locais e compartilha o resultado aqui:

Cúpula da Câmara em verde; a do Senado, em amarelo - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Cúpula da Câmara em verde; a do Senado, em amarelo – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

Cúpula da Câmara em verde; a do Senado, em amarelo

Cúpula da Câmara em verde; a do Senado, em amarelo – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

 

Supremo Tribunal Federal - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Supremo Tribunal Federal – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

Supremo Tribunal Federal - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Supremo Tribunal Federal – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

 

Palácio do Planalto - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Palácio do Planalto – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

Palácio do Planalto - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Palácio do Planalto – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

Catedral de Brasília - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Catedral de Brasília – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

Catedral de Brasília - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Catedral de Brasília – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

Memorial JK - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Memorial JK – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

Memorial JK - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Memorial JK – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

Esplanada dos Ministérios - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Esplanada dos Ministérios – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

Esplanada dos Ministérios - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Esplanada dos Ministérios – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

 

Ponte JK - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Ponte JK – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

Ponte JK - 7.jun.2014 - foto: Fernando Rodrigues

Ponte JK – 7.jun.2014 – foto: Fernando Rodrigues

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