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Arquivo : Dilma Rousseff

Poder e Política na semana – 15 a 21.set.2014
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Fernando Rodrigues

Faltam 20 dias para a eleição de 5 de outubro. E nesta semana Dilma Rousseff e Marina Silva fazem reuniões para receber apoio de artistas e a CPI da Petrobras pretende ouvir Paulo Roberto Costa.

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, visita nesta 2ª feira a Central Única de Favelas, no Rio. À noite, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comanda ato com intelectuais e artistas no Teatro Casa Grande.

Marina Silva, candidata do PSB a presidente, também lidera nesta 2ª feira ato com artistas na Casa das Caldeiras, em São Paulo. Na 3ª feira, reúne-se com jovens empreendedores, também em SP. Na 4ª feira, faz campanha no Rio e, na 5ª feira, em Salvador e Goiás. Na 6ª feira, Marina participa de atividades políticas na baixada santista.

Aécio Neves, candidato do PSDB ao Planalto, faz campanha em Linhares (ES) nesta 2ª feira. À noite, ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, participa de jantar em apoio a Geraldo Alckmin, governador de SP e candidato à reeleição pelo PSDB, organizado pelo empresário João Doria, em SP. Na 4ª feira, Aécio faz campanha na capital paulista e, na 5ª feira, em Itabuna (BA).

Na 3ª feira, Dilma, Marina, Aécio e os demais candidatos à Presidência participam de debate promovido pela CNBB em Aparecida do Norte (SP).

O Ibope terá nova pesquisa sobre a disputa presidencial para ser divulgada a partir de 3ª feira. O levantamento do Datafolha poderá ser publicado a partir de 5ª feira. Cabe aos institutos definir a data e o horário da publicação.

A Petrobras continuará mobilizando o noticiário político. Na 2ª feira, Lula participa de ato organizado por centrais sindicais em defesa da estatal e contra os “ataques contra o pré-sal”, no Rio. O objetivo é mudar o foco das acusações de corrupção na empresa. Na 4ª feira, a CPI da Petrobras pretende ouvir Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal que delatou diversos políticos supostamente envolvidos em desvio de recursos.

Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, volta à arena pública após se aposentar da Corte com 2 palestras nesta semana. Ele fala em congresso em São Paulo na 2ª feira e em Tubarão (SC) na 6ª feira.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (15.set.2014)
Dilma e Lula no Rio – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, visita a Central Única de Favelas e acompanha lançamento do livro “Um país chamado favela”. Às 15h, no Rio. À noite, Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participam de ato com intelectuais e artistas no Teatro Casa Grande.

Lula e Petrobras – de manhã, Lula participa de ato organizado por centrais sindicais em defesa da estatal e contra os “ataques contra o pré-sal”. Às 10h, na Cinelândia, no Rio. O objetivo é mudar o foco das acusações de corrupção na empresa.

Lula Marques/Folhapress - 29.dez.2010

Marina em SP – Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, participa de ato político com artistas e intelectuais na Casa das Caldeiras, em SP.

Aécio no Espírito Santo – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, faz campanha em Linhares.

Empresários com Aécio e Alckmin – João Doria, do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) organiza jantar em apoio a Geraldo Alckmin, governador de SP e candidato à reeleição pelo PSDB. Aécio Neves, candidato tucano à Presidência, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso devem participar. São esperados mais de 100 empresários. Em SP.

Mantega em SP – Guido Mantega, ministro da Fazenda, vai a seminário promovido pela FGV de manhã. Também participam os economistas Luiz Carlos Bresser-Pereira, Pedro Luiz Passos, Delfim Netto, Nelson Barbosa e Carlos Ivan Simonsen Leal. À tarde, reúne-se com empresários na Confederação Nacional da Indústria, com a presença do presidente da entidade, Robson de Andrade, e o presidente em exercício da Fiesp, Benjamin Steinbruch. Em SP.

Barbosa e Giuliani em SP – Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, apresenta palestra sobre “Estabilidade institucional e desenvolvimento econômico” na abertura do 13º Congresso Internacional de Shopping Centers e Conferência das Américas. Rudolph Giuliani , ex-prefeito de Nova York, fecha o evento com apresentação sobre sua política de “tolerância zero”. No Transamérica Expocenter, em São Paulo.

Substituição de candidatos – último dia para os partidos indicarem novos nomes para as eleições majoritárias. Após essa data, os candidatos só poderão ser trocados em caso de morte.

Tarso de licença – Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, tira licença do cargo para se dedicar exclusivamente à sua campanha. Ele está em segundo lugar nas pesquisas, atrás de Ana Amélia (PP).

Ditadura – Comissão Nacional da Verdade realiza diligência de reconhecimento da antiga Casa Azul, em Marabá (PA), que servia como centro de tortura de envolvidos na Guerrilha do Araguaia. A Comissão também realiza audiência pública com militares perseguidos pela ditadura no Rio Grande do Sul. No Palácio Piratini, com transmissão ao vivo pela internet.

Privatizações – Editora Geração relança o livro “O Brasil Privatizado”, escrito pelo jornalista Aloysio Biondi (1936-2000). Haverá um debate com o jornalista da “Folha” Jânio de Freitas e o economista Luiz Gonzaga Beluzzo. Em SP.

Economia dos EUA – Fed (Banco Central dos EUA) divulga dados sobre a produção industrial norte-americana.

 

3ª feira (16.set.2014)
Debate presidencial – candidatos a presidente de República participam de debate promovido pela CNBB. Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves confirmaram presença. Em Aparecida (SP), às 21h30, com transmissão pela TV Aparecida e outras emissoras.

Marina em SP – Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, reúne-se com jovens empreendedores na capital paulista.

Pesquisas eleitorais – Ibope conclui coleta de dados para pesquisa presidencial. Resultado deve ser divulgado na noite de terça ou na manhã de 4ª feira (17.set.2014), na TV Globo e no jornal “O Estado de S.Paulo”. O instituto também pesquisou intenção de voto para as eleições estaduais em Minas Gerais, Pernambuco, Distrito Federal, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Rondônia.

Sabatina com Lindbergh – jornal “O Globo” promove sabatina com Lindbergh Farias, candidato do PT ao governo do Rio.

Análises eleitorais – Wilson Center, think tank dos EUA com escritório no Brasil, promove seminário sobre a eleição presidencial brasileira. Em Brasília, às 11h, com transmissão ao vivo pela internet.

Supremo julga políticos – está na pauta na 1ª Turma do Supremo uma ação penal contra o deputado Bernardo de Vasconcellos Moreira (PR-MG) e um inquérito contra o senador Cunha Lima (PSDB-PB). Na pauta da 2ª Turma, há um inquérito contra o deputado Paulo César Justo Quartiero (DEM-RR).

Serviços – IBGE divulga resultado da Pesquisa Mensal de Serviços.

Inflação – FGV divulga o IPC-S.

 

4ª feira (17.set.2014)
Marina no Rio – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Rio de Janeiro.

Aécio em SP – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha na capital paulista.

Luciana na USP – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, participa de sabatina no DCE da USP.

Paulo Roberto Costa no Congresso – CPI mista da Petrobras pretende colher depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal que delatou detalhes de um suposto esquema de corrupção na Petrobras. O ministro Teori Zavascki, do STF, reconheceu a prerrogativa da CPI de convocar Costa.

Alckmin e o PSB – governador de SP Geraldo Alckmin, candidato à reeleição pelo PSDB, reúne-se com candidatos a deputado do PSB, em Campinas. Beto Albuquerque, candidato a vice-presidente pelo PSB, participa.

Sabatina com Garotinho – jornal “O Globo” promove sabatina com Anthony Garotinho, candidato do PR ao governo do Rio.

Greve na USP – Justiça do Trabalho realiza audiência de conciliação entre representantes dos funcionários e da reitoria da universidade.

Economia – FGV divulga o Iace (Indicador Antecedente Composto da Economia), que busca medir o cenário dos próximos meses para a atividade do país, e o ICCE (Indicador Coincidente Composto da Economia), que capta as condições atuais da economia.

Inflação – FGV divulga o IGP-10.

Estímulos nos EUA – reunião do Fed (Banco Central dos EUA) discute extensão do programa de estímulos à economia norte-americana.

 

5ª feira (18.set.2014)
Marina em Goiás e na Bahia – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha em Goiânia e Salvador.

Aécio na Bahia – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Itabuna.

Luciana no Rio – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, participa de plenária na Unirio.

Pesquisa presidencial – Datafolha encerra coleta de dados de pesquisa nacional sobre a disputa presidencial e aos governos do Paraná e Rio Grande do Sul. Os resultados podem ser divulgados a partir desta 5ª feira, mas cabe ao instituto definir a data exata de publicação.

Tarso e Lula no Sul – governador Tarso Genro, candidato à reeleição no Rio Grande do Sul, e o ex-presidente Lula comandam ato político em Caxias do Sul.

Everaldo em SP – Pastor Everaldo, candidato do PSC a presidente da República, concede entrevistas à Band News e à TV Folha, em SP.

Sabatina com Crivella – jornal “O Globo” promove sabatina com Marcelo Crivella, candidato do PRB ao governo do Rio.

Agricultura em debate – Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, participa de evento organizado pelo jornal “O Estado de S.Paulo” e o Insper, em SP.

Futuro da Escócia – escoceses vão às urnas para referendo que decidirá se o país continua a ser parte do Reino Unido ou ficará independente.

 

6ª feira (19.set.2014)
Marina no litoral paulista – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha na baixada santista.

Luciana no Rio – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz comício na Cinelândia, no Rio.

Barbosa em Santa Catarina – Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, apresenta palestra em Tubarão (SC) sobre “O Poder e a Ética no Brasil atual”. Na Unisul.

Everaldo em Brasília – Pastor Everaldo, candidato do PSC a presidente da República, faz campanha em Brasília.

Sabatina com Pezão – jornal “O Globo” promove sabatina com o governador Luiz Fernando Pezão, candidato do PMDB ao governo do Rio.

Reforma política – Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) promove o seminário “Desigualdades no Parlamento: sub-representação e reforma do sistema político”. Em Brasília, a partir das 9h.

Agronegócio – IBGE divulga pesquisa do abate de animais, do leite, do couro e da produção de ovos de galinha referente ao segundo trimestre de 2014.

Inflação – IBGE apresenta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15.

 

Sábado (20.set.2014)
Prisão de candidatos – a partir desta data, nenhum candidato às eleições de outubro poderá ser detido ou preso, salvo em flagrante delito.

Nova Zelândia vota – país da Oceania realiza eleições para o Poder Legislativo.

 

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Na TV, Marina cobra Lula e diz que PT usa “preconceitos” e “mentiras”
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Fernando Rodrigues

Candidata do PSB faz ataque direto ao ex-aliado e ao PT

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Cena do programa eleitoral do PSB de 12.set.2014, no qual Marina cobra PT e Lula

 

A candidata a presidente pelo PSB, Marina Silva, faz hoje sua resposta mais emocionada na TV contra as críticas que vem recebendo nos comerciais de sua adversária, Dilma Rousseff (PT). A pessebista acusa o petismo de usar contra ela “os mesmos preconceitos, as mesmas mentiras” das quais no passado Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo.

Na prática, Marina afirma que hoje Lula e o PT mentem e são preconceituosos contra ela. No programa eleitoral do PSB que vai ao ar hoje, às 13h na TV, Marina começa dizendo que no passado, ajudou a combater os ataques a Lula (pois foi filiada ao PT nos anos 80 e 90).

Eis a fala inicial da candidata do PSB em seu programa:

Eu colocava a camisa do Lula e ia combater cada preconceito que era lançado contra ele: ‘Não tem experiência administrativa, não tem como governar o Brasil, é analfabeto”… Tudo o que é defeito. E a gente ia pra frente de batalha para defender…. Olhe, eu nunca imaginei que eles iriam usar os mesmos preconceitos, as mesma mentiras. Nem criativos são. Não me abalo. O povo brasileiro vai fazer a sua escolha”.

Em seguida vem uma biografia da candidata, exaltando o fato de ela ter sido alfabetizada aos 16 anos. O programa termina com um coro de militantes cantando e batendo palmas: “Olha a Marina chegando, olha a Dilma saindo. Ela tá chegando pra mudar nosso destino. Ela tá chegando pra mudar nosso destino”.

A campanha do PSB está começando a se estruturar mais. O programa de TV deste sábado foi testado em grupos de eleitores antes de ser aprovado para ir ao ar. O impacto sobre as pessoas que assistiram foi considerado bem positivo para reforçar a imagem de Marina nesta fase do processo eleitoral.

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Dilma recua de 63% para 47% no Nordeste na comparação com 2010
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Fernando Rodrigues

Queda entre nordestinos põe em risco chance de compensar pouco apoio no Sudeste

Antes reduto do lulo-petismo, região agora tem focos de resistência ao PT

Pernambuco e Bahia serão locais inóspitos para o PT no 2º turno

Neste post, a lista completa com as 27 disputas para governador

As pesquisas sobre intenção de voto para presidente e para governadores mostram que Dilma Rousseff enfrenta uma resistência incomum no Nordeste, região que há mais de uma década havia se tornado um reduto eleitoral muito consolidado do PT.

Quando se compara o desempenho de Dilma na região Nordeste na pesquisa Datafolha de 8-9.set.2014 com outra realizada exatamente há 4 anos, em 8-9.set.2010, nota-se que a petista perdeu 16 pontos percentuais nas suas intenções de voto: desceu de 63% para 47%.

Vencer por larga margem no Nordeste e no Norte permitiu a Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e a Dilma Rousseff, em 2010, terem desempenhos mais modestos em alguns Estados do Sul e do Sudeste.

Por exemplo, Lula perdeu em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e outros 3 Estados em 2006, mas sua ampla votação no Nordeste (77% no 2º turno) garantiu ao petista mais quatro anos no Planalto.

A mesma fórmula foi usada para Dilma. Em 2010, ela perdeu em 11 unidades da Federação, principalmente no Sul e no Centro-Oeste, mas recebeu estrondosos 70,5% dos votos no Nordeste e foi eleita presidente.

Agora, a equação eleitoral petista apresenta alguns defeitos. Eis o quadro das intenções de voto presidencial por região, em 2010 e 2014 (clique na imagem para ampliar):

Arte
Como se observa, Dilma está hoje pior em quase todas as regiões. A exceção é, talvez, o Norte. Não é possível ter essa informação com precisão, pois o Datafolha divulgava os percentuais do Norte e do Centro-Oeste num mesmo grupo pesquisado nos levantamentos de 4 anos atrás.

Outro dado alarmante para Dilma Rousseff é o fato de que deve haver 2º turno na disputa presidencial com um ambiente pouco amigável para o PT nos dois Estados mais relevantes do Nordeste –Bahia e Pernambuco, responsáveis por 43% do eleitorado da região.

Na Bahia, Estado governado há 8 anos pelo petista Jaques Wagner, o cenário é de possível derrota para o candidato governista, Rui Costa (PT). Ele tem 24% das intenções de voto contra 46% de Paulo Souto (DEM). Há sinais de vitória do demista no 1º turno.

Se a disputa de governador na Bahia for liquidada no 1º turno, esse desfecho liberará todas as forças anti-PT para descarregarem suas energias contra a reeleição de Dilma Rousseff no 2º turno. Esse movimento visará a neutralizar um pouco da alta popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Estado.

O mesmo cenário se repete em Pernambuco. O candidato Paulo Câmara (PSB) está em alta, com 39%, contra o nome apoiado pelo PT na disputa pelo governo local, Armando Monteiro (PTB), com 33%. Com ou sem 2º turno entre os pernambucanos, Dilma tende a enfrentar grande resistência. Esse é o Estado natal de Eduardo Campos (1965-2014), cujo grupo político fará tudo o que estiver ao seu alcance para impor uma derrota ao PT.

Só para lembrar, em 2010, Dilma Rousseff foi a mais votada no 1º e no 2º turnos na Bahia e em Pernambuco. Hoje, a situação é incerta, para dizer o mínimo.

Em Pernambuco, Dilma tem hoje 38% das intenções de voto. Marina lidera entre os pernambucanos, com 45%. Na Bahia, Dilma está à frente com 50%. Mas há 4 anos, nesta mesma época da campanha presidencial, a petista tinha 67% em ambos os Estados.

As pesquisas atuais mostram que o voto petista entre nordestinos é hoje menor do que foi em 2010 todos os 9 Estados da região. Eis um quadro com as intenções voto para presidente nessas localidades (clique na imagem para ampliar):

Arte

O quadro acima ajuda a iluminar o que pode ser o cenário do 2º turno na disputa presidencial na região Nordeste. Muitos governadores eleitos ou candidatos favoritos na segunda rodada de votação tendem a fazer campanha contra Dilma Rousseff.

Esse é um ambiente novo para o PT. Em 2006 e 2010, a sigla sob o comando de Lula havia se acostumado a ter a adesão automática de quase todas as forças políticas mais relevantes no 2º turno da eleição presidencial no Nordeste.

Mas esse não é apenas um cenário nordestino. Fica mais fácil entender o que se passa quando se observam todas as disputas de governadores nas 27 unidades da Federação. O desejo de mudança segue forte, como mostra um levantamento atualizado do Blog: só 3 dos 18 governadores que buscam reeleição seriam vitoriosos hoje em 1º turno.

O desejo de mudança nos Estados atinge também o PSB, partido da presidenciável Marina Silva. Os pessebistas têm 4 governadores candidatos à reeleição, mas nenhum é líder isolado. No Espírito Santo e na Paraíba, hoje comandados pela sigla, os candidato da oposição hoje venceriam no 1º turno, segundo as pesquisas disponíveis.

Apenas em 12 Estados a eleição deve terminar em turno único, no dia 5 de outubro. Ou seja, será uma das mais duras disputas em décadas.

Eis como está a disputa nas 27 unidades da Federação, segundo as últimas pesquisas disponíveis:

Arte

Observado o cenário geral, nota-se que o desfecho da corrida presidencial segue incerto. Com os dados disponíveis no momento, há argumentos respeitáveis que podem indicar tanto uma possível vitória da oposicionista Marina Silva como o sucesso da governista Dilma Rousseff.

A favor da petista há o fato de que sua trajetória, no agregado nacional das pesquisas, indica uma ligeira tendência de recuperação (na margem de erro do levantamento). Dilma no momento voltou a ficar empatada tecnicamente com sua principal adversária na disputa, Marina, conforme mostra o levantamento do Datafolha dos dias 8-9.set.2014.

Essa modesta melhora no quadro para Dilma parece ter sido resultado do intenso bombardeio que ela e Aécio Neves (PSDB) desfecharam contra Marina. Foram duas semanas de tentativa de desconstrução do marinisno, o que resultou num aumento da rejeição da candidata do PSB.

A expectativa do PT é que esse processo chamado de “desconstruindo Marina” ainda esteja em andamento nas mentes dos eleitores. No limite, poderá resultar numa candidata pessebista desidratada no início do 2º turno, sem forças para reagir.

Ainda dentro do argumento favorável a Dilma, a petista tem a máquina do governo a seu favor. Só em Brasília, são mais de 20 mil cargos ocupados por pessoas aflitas com a possibilidade de derrota –e da consequência imediata: terem de pedir emprego em prefeituras ou sindicatos ligados à CUT pelo país afora. Vão trabalhar como nunca para ficarem onde estão, reelegendo Dilma.

No 2º turno, o PT também terá o esforço extra de Lula para recuperar o terreno perdido no Nordeste, onde o ex-presidente é muito cultuado e popular. E, por fim, a equipe de marketing contratada pelo PT tem larga experiência em disputas apertadas –João Santana, o marqueteiro, ajudou o partido nas campanhas eleitorais logo depois do escândalo do mensalão.

No extremo oposto desse argumento sobre as chances de Dilma há um raciocínio também consistente a respeito da possibilidade de vitória de Marina.

Para começar, uma pergunta: se tudo o que PT e PSDB fizeram em quase duas semanas resultou na perda de apenas 2 ou 3 pontos percentuais de intenção de voto de Marina Silva, isso significa que a candidata do PSB está sólida no patamar dos 30%, certo? Ou mais: não adianta bater como estão batendo, pois não vai colar esse tipo de crítica em Marina.

Uma das razões para essa espécie de “efeito teflon” que reveste Marina é o vento de mudanças que atinge o país, com os eleitores falando em mudar a política. A candidata do PSB é a que mais incorpora esse sentimento difuso.

Ondas na política têm pouco apelo racional. É quase tudo emoção –e os comerciais petistas contra o PSB tenderiam a ser desprezados, em grande medida, até o final do processo eleitoral.

E quando chegar o 2º turno, como demonstram as pesquisas, há uma tendência natural de muitos eleitores do PSDB –a maioria– migrarem para Marina Silva. Nessa fase da campanha os tempos de rádio e de TV são iguais para as duas candidaturas finalistas. Acaba a preponderância que se vê hoje, com o PT ocupando um latifúndio no horário eleitoral.

Tudo considerado, não há como fazer uma previsão científica sobre qual será o desfecho da eleição presidencial. O que é possível é expor o que mostram as pesquisas e seus diversos cruzamentos –como tentou detalhar este post.

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

Fontes e observações sobre a tabela das 27 disputas de governadores
Colocação dos candidatos: esta tabela reflete a posição de cada candidato do ponto de vista numérico em que aparecem nas pesquisas. Em alguns casos, esse posicionamento não significa que quem está numericamente em primeiro lugar ocupa de forma isolada essa posição, pois deve ser considerada a margem de erro da pesquisa;
Candidatos ocultos: para uma visualização mais clara, nem todos os candidatos nas disputas estaduais estão colocados nesta tabela, que é apenas uma compilação analítica. Todos os candidatos e suas respectivas pontuações podem ser vistos nas tabelas completas na página de pesquisas deste Blog;
Pesquisas: são usadas aqui as últimas pesquisas disponíveis, desde que estejam devidamente registradas na Justiça Eleitoral;
Metodologia compilada: essa coluna contém, pela ordem, o nome do instituto que fez a pesquisa, a data em que foi aplicado o formulário e a margem de erro do levantamento em pontos percentuais;
Eleitorado: fornecido pelo TSE (abril de 2014).

 

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Marina vai tirar R$ 1,3 tri da educação e da saúde sem pré-sal, diz Dilma
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Fernando Rodrigues

Propaganda repete discurso do medo usado em filme sobre autonomia do Banco Central

Reprodução

Em mais um comercial de ataque, a campanha de Dilma Rousseff (PT) à reeleição agora faz críticas a respeito de como seria conduzida a exploração do pré-sal num eventual governo que tenha Marina Silva (PSB) como presidente.

A propaganda de Dilma diz que a proposta de Marina para o pré-sal “significaria que a educação e a saúde poderiam perder 1 trilhão e 300 bilhões de reais”. E que “milhões de empregos estariam ameaçados em todo o país”.

O filme de 30 segundos repete a fórmula simples de outro já veiculado no início desta semana a respeito da autonomia do Banco Central.

Na propaganda desta quinta-feira (11.set.2014), o marqueteiro João Santana também começa com uma mesa rodeada por homens em um ambiente empresarial, aparentemente discutindo negócios. O locutor fala que Marina Silva, se eleita, “vai reduzir a prioridade do pré-sal”.

Na cena seguinte, um mulher está com várias crianças estudando em torno de uma mesa. Quando o locutor fala que sem os recursos do pré-sal haverá menos dinheiro para educação, gradualmente vão desaparecendo os conteúdos dos livros. Uma criança se “surpreende” com as páginas que ficaram em branco.

Ao final, os empresários parecem felizes com o desfecho da história. A mulher e as crianças ficam com aparência de desolação e não há mais mais nada à mesa.

Esse comercial sobre o pré-sal e o que tratava de Banco Central fazem parte de uma série de propagandas de 30 segundos que visam a desconstruir a imagem de Marina Silva. A mensagem da campanha de Dilma pretende difundir a ideia de que as propostas de Marina Silva serão ruins para o Brasil. Outros filmes serão veiculados nos próximos dias e semanas.

O objetivo é fazer com que Dilma termine o 1º turno à frente de Marina, mas também que a petista possa entrar no 2º turno com alguma vantagem sobre a pessebista —hoje, a situação é de empate técnico entre ambas no Datafolha.

A estratégia de usar propagandas para tentar desconstruir adversários não é nova nas disputas políticas no Brasil e em outros países. Às vezes, tem resultado. Em maio deste ano, um comercial com o discurso do medo ajudou Dilma a se manter acima de 30% das intenções de voto.

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial:

[cenário: homens discutem em torno de uma mesa, evocando um ambiente empresarial]

Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir a prioridade do pré-sal. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”

[música incidental de tom grave, quase fúnebre]

[corte para uma cena de crianças estudando em torno de uma mesa]

Locutor: “…Isso significaria que a educação e a saúde poderiam perder 1 trilhão e 300 bilhões de reais. E que milhões de empregos estariam ameaçados em todo o país…”

[corte para os empresários apertando as mãos e comemorando]

Locutor: “…Ou seja, os brasileiros perderiam uma oportunidade única de desenvolvimento…”

[neste momento, as páginas do livro usado por uma criança ficam em branco]

Locutor: “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”

[câmera volta para as crianças, agora sem mais nenhum livro à mesa]

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Se eleita, Marina dará poder aos bancos, ataca Dilma em comercial
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Fernando Rodrigues

Petista faz forte ataque contra Marina na TV

Propaganda critica autonomia do Banco Central

Comercial-Dilma-BC-9set2014

Em mais um ataque frontal pesado contra Marina Silva (PSB) no horário eleitoral na TV, a presidente Dilma Rousseff (PT) acusa sua adversária direta de propor que os bancos assumam “um poder que é do presidente e do Congresso, eleitos pelo povo”.

A peça de 30 segundos produzida pelo marqueteiro João Santana, e que começa a ser veiculada hoje (9.set.2014) nos intervalos comerciais, mostra uma história simples. Primeiro, aparecem banqueiros felizes numa reunião. Em seguida, surge uma família na hora da refeição. Enquanto um locutor vai dizendo que o poder dos bancos aumentará por causa da proposta de Marina Silva de dar autonomia ao Banco Central, a comida vai sumindo dos pratos e as pessoas ficam com expressões tristes, de desolação.

O locutor do comercial de Dilma diz que a autonomia do Banco Central “significaria entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre sua vida e de sua família… Os juros que você paga… Seu emprego, preços e até salário”. E conclui com uma pergunta: “Você quer dar a eles esse poder?”

Esse comercial faz parte da estratégia de desconstruir a imagem de Marina Silva. Na semana passada, o marqueteiro João Santana já havia produzido uma peça publicitária na qual comparava a candidata do PSB com Jânio Quadros e Fernando Collor, presidentes brasileiros que tiveram pouco apoio no Congresso –situação que supostamente será enfrentada por Marina, caso ela seja eleita.

Agora, começou a fase de tentar atacar propostas objetivas apresentadas por Marina em seu programa de governo –como é o caso da autonomia do Banco Central.

É claro que se trata de uma simplificação com apenas 30 segundos de duração. Mas os comerciais com essa duração não pretendem explicar um tema complexo. O objetivo é apenas plantar dúvidas nas cabeças dos eleitores –e assim subtrair votos do candidato adversário.

Essa tática não tem nenhuma novidade e é usada em eleições em vários países. No Brasil, tem sido comum esse tipo de comercial. Às vezes, surte o efeito desejado, como em maio deste ano (2014), com o comercial com o discurso do medo que ajudou Dilma Rousseff a se manter firme acima dos 30% das intenções de voto.

Eis o comercial de Dilma sobre a autonomia do Banco Central:

 

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial de Dilma sobre Banco Central:

[cenário: homens de terno e gravata discutem em torno de uma mesa, evocando um ambiente do mercado financeiro]

Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai fazer a autonomia do Banco Central. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”

[música incidental de tom grave, quase fúnebre]

[corte para uma cena de uma família em torno de uma mesa, fazendo uma refeição]

Locutor: “…Isso significaria entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre sua vida e de sua família…

[neste momento, uma das pessoas da família, possivelmente o pai, recebe o prato de comida, mas o alimento desaparece]

Locutor: “…Os juros que você paga… Seu emprego, preços e até salário…”

[câmera foca os outros integrantes da família, que começaram felizes e sorridentes, mas agora mudam seus semblantes, que ficam carregados e tristes].

[tela faz corte abrupto para a cena inicial, dos banqueiros, agora todos muito mais sorridentes]

Locutor: “Ou seja, os bancos assumem um poder que é do presidente e do Congresso, eleitos pelo povo. Você quer dar a eles esse poder?”

[câmera volta para a família que estava comendo, agora sem nada mais à mesa, e todos com aparência desolada]

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Poder e Política na semana – 8 a 14.set.2014
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Fernando Rodrigues

A semana será dominada pela repercussão do conteúdo da delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ninguém sabe ainda qual será o impacto político (positivo ou negativo) sobre cada um dos candidatos a presidente, que continuam em campanha e viajando pelo país.

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, concede nesta 2ª feira à tarde uma entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo” no Palácio da Alvorada. Na 3ª participa de debate sobre ampliação da banda larga em SP. No sábado, Dilma deve fazer campanha em cidades mineiras.

Marina Silva, candidata do PSB a presidente, visita uma creche em São Paulo nesta 2ª feira. À noite, concede entrevista ao Jornal da Record.

Aécio Neves, candidato do PSDB ao Planalto, faz campanha nesta 2ª feira em Marabá e Belém, no Pará, e na 3ª feira em Goiânia. Na 4ª feira, Aécio participa de sabatina do jornal “O Globo” e deve ir ato político no Rio. O tucano também faz campanha em Montes Claros (MG) na 5ª feira, e em São Paulo, na 6ª feira.

Na 3ª feira, o Jornal Nacional, da TV Globo, divulga resultado de pesquisa nacional Datafolha sobre as eleições presidenciais e o pleito estadual em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal. A Confederação Nacional de Transportes também divulga, na 3ª feira de manhã, resultado de pesquisa MDA sobre as eleições presidenciais. Na 5ª feira, a Confederação Nacional da Indústria deve divulgar pesquisa Ibope sobre as eleições presidenciais.

A semana estará repleta de desdobramentos da delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que cita o nome de dezenas de políticos supostamente envolvidos em esquemas de corrupção na estatal. Deputados e senadores vêm a Brasília medir a extensão do escândalo e a oposição busca extrair dividendos eleitorais. Na 2ª feira, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR) solicita ao senador Vital do Rego (PMDB-PB), presidente da CPI Mista da Petrobras, a convocação de uma reunião de emergência para discutir o caso e a possível requisição do inteiro teor da delação de Costa. Na 4ª feira, a CPI colhe depoimento de Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da estatal.

Na 3ª feira, o Superior Tribunal de Justiça julga recurso de José Roberto Arruda, candidato do PR ao governo do DF, que tenta derrubar a condenação por improbidade administrativa que ameaça impedir sua candidatura. E o Supremo Tribunal Federal realiza, na 4ª feira, cerimônia de posse do ministro Ricardo Lewandowski como presidente da Corte.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (8.set.2014)
Dilma no Alvorada – presidente Dilma Rousseff concede entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo” no Palácio do Alvorada. Às 15h.

Marina na Record – Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, visita às 10h creche da entidade Unibes, no Bom Retiro, em SP. À noite, concede entrevista ao vivo para o Jornal da Record.

Aécio no Pará – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, faz campanha em Marabá e Belém.

Everaldo no Ceará – Pastor Everaldo, candidato do PSC a presidente da República, toma café da manhã com líderes políticos e evangélicos em Fortaleza. O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) participa. No Hotel Marina Park.

Luciana no Rio Grande do Sul – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, faz campanha em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre.

Eduardo Jorge na Paraíba – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente da República, visita memorial das Ligas Camponesas em Sapé e participa de debate em João Pessoa.

Petrobras – deputado Rubens Bueno (PPS-PR) solicita ao senador Vital do Rego (PMDB-PB), presidente da CPI Mista da Petrobras, a convocação de uma reunião de emergência para discutir a delação feita por Paulo Roberto Costa (foto) que envolve dezenas de políticos em supostos esquemas de corrupção na estatal. A comissão poderá decidir requerer o inteiro teor da delação de Costa.

Eduardo Naddar/AGIF/Folhapress - 25.mar.2008

Dívida de hidrelétrica – prazo final para que a hidrelétrica de Santo Antônio, em construção em Rondônia, pague dívida de R$ 860 milhões a seus credores, segundo decisão do Superior Tribunal de Justiça.

Produção de automóveis – General Motors dá início à suspensão temporária do contrato de trabalho –o chamado “lay-off”– de 930 funcionários da sua fábrica em São José dos Campos (SP).

Fusão de teles – acionistas controladores de Oi e Portugal Telecom fazem assembleia para decidir sobre fusão das empresas.

Molina no Roda Viva – senador boliviano Roger Molina, que estava exilado na embaixada brasileira em seu país e fugiu para o Brasil em agosto de 2013, é entrevistado pelo programa Roda Viva, da TV Cultura.

Skaf no Ipiranga – Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de SP, faz campanha no bairro do Ipiranga, na capital paulista.

Padilha e a moradia – Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, visita a ocupação a Olga Benário, no Parque do Engenho, na capital paulista.

Mineração – ONG WWF protocola ação no Supremo Tribunal Federal que pede o afastamento do deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) da relatoria do Marco da Mineração. Os ativistas apontam que 20% das doações à campanha de Quintão teriam vindo de mineradoras e o acusam de quebra de decoro.

Direito autoral – Associação Procure Saber reúne-se na casa de Paula Lavigne, no Rio, para discutir o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).

Sustentabilidade no Judiciário – Conselho Nacional de Justiça divulga para consulta pública proposta de resolução sobre políticas públicas voltadas à sustentabilidade no Poder Judiciário.

Parlamentos lusófonos – Câmara dos Deputados sedia o XV Encontro dos Secretários-Gerais dos Parlamentos de Língua Portuguesa, com a participação de representantes de Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, Portugal e Timor-Leste. Até 4ª feira (10.set.2014).

Legalização da maconha – Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa realiza audiência pública sobre a regulamentação do uso recreativo, medicinal e industrial da maconha. Às 9h, com transmissão pela internet.

Economia americana – Fed (Banco Central dos EUA) divulga dados sobre crédito ao consumidor norte-americano.

Inflação – FGV divulga o IPC-S.

 

3ª feira (9.set.2014)
Dilma em SP – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, participa de debate sobre ampliação da banda larga. Em SP.

Aécio em Goiás – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, faz campanha e reúne-se com prefeitos em Goiânia.

Everaldo no Rio – Pastor Everaldo, candidato do PSC a presidente da República, participa de sabatina organizada pelo jornal “O Globo”.

Luciana no Rio Grande do Sul – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, faz campanha em Passo Fundo.

Novas pesquisas – Jornal Nacional, da TV Globo, divulga resultado de pesquisa nacional Datafolha sobre as eleições presidenciais e o pleito estadual em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná e Distrito Federal. A CNT (Confederação Nacional de Transportes) também divulga, de manhã, resultado de pesquisa MDA sobre as eleições presidenciais.

Alckmin e empresários – Geraldo Alckmin, governador de SP e candidato à reeleição pelo PSDB, dá palestre ao Lide (Grupo de Líderes Empresariais) sobre “Um programa de governo para São Paulo”. Em SP.

Skaf no interior paulista – Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de SP, faz campanha em Bauru.

Padilha em Bragança – Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, faz campanha em Bragança e Osasco.

Candidatura de Arruda – Superior Tribunal de Justiça julga recurso de José Roberto Arruda, candidato do PR ao governo do DF, que tenta derrubar a condenação por improbidade administrativa que ameaça impedir sua campanha.

STF julga políticos – está na pauta da 1ª Turma do STF a análise de inquéritos contra o deputado Paulo César Quartiero (DEM-RR) e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

Greve na USP, Unesp e Unicamp – Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo e sindicatos de trabalhadores reúnem-se para buscar uma solução na greve nas universidades paulistas.

Brasil versus Equador – seleção brasileira de futebol enfrenta a equatoriana em amistoso nos EUA.

Agricultura – IBGE divulga o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.

Inflação – FGV divulga o IPC-S Capitais e o IGP-M do primeiro decêndio de setembro.

 

4ª feira (10.set.2014)
Aécio no Rio – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, participa de sabatina organizada pelo jornal “O Globo”, no Rio. Tucano também pode participar de ato organizado por Jorge Picciani, presidente do PMDB fluminense e defensor do voto “Aezão” –Aécio presidente, Pezão governador.

Eduardo Jorge em SP – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente da República, concede entrevista à TV Folha, em SP.

Luciana do Rio Grande do Sul – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, faz campanha em Caxias do Sul.

Fidelix na Record –Levy Fidelix, candidato do PRTB a presidente da República, concede entrevista ao Jornal da Record.

Lewandowski, presidente – Supremo Tribunal Federal realiza cerimônia de posse do ministro Ricardo Lewandowski como presidente da Corte.

Lula no Pará – ex-presidente Lula faz campanha para candidatos do PT em Belém.

Petrobras – CPI Mista da Petrobras colhe depoimento de Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da estatal, sobre a refinaria de Pasadena e a doação de imóveis de sua propriedade a parentes. Reunião também discute a delação do ex-diretor Paulo Roberto Costa.

Planalto e Wikipedia – governo federal deve concluir sindicância que apura quem alterou o perfil de jornalistas na Wikipedia a partir de um computador com acesso à rede do Palácio do Planalto.

Padilha no interior paulista – Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, faz campanha em Araras, Limeira e Piracicaba.

Juízes em Pernambuco – Associação dos Juízes Federais realiza o III Fórum Nacional dos Juízes Federais Criminais, no Recife. Até 6ª feira (12.set.2014).

Direita reunida – São Paulo sedia o V Encontro Nacional Evoliano, inspirado nas ideias de Julius Evola (1898-1974). Entre os palestrantes, o francês Alain Soral e o russo Aleksandr Dugin.

Emprego – FGV apresenta resultados do Indicador Antecedente de Emprego e do Indicador Coincidente de Desemprego. O IBGE divulga sua Pesquisa Industrial Mensal sobre Emprego e Salário.

Serviços – FGV divulga a Sondagem de Serviços de agosto.

 

5ª feira (11.set.2014)
Aécio em Minas – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, faz campanha em Montes Claros.

Luciana em SP – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, visita a ocupações urbanas do MTST na zona sul de São Paulo e participa do programa The Noite, no SBT.

Eduardo Jorge na Record – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente da República, concede entrevista ao Jornal da Record.

Novas pesquisas – CNI (Confederação Nacional da Indústria) deve divulgar pesquisa Ibope sobre as eleições presidenciais.

Lula no Amazonas – ex-presidente Lula faz campanha para candidatos do PT em Manaus.

Ata do Copom – Banco Central divulga a ata da reunião do Comitê de Política Monetária da semana passada, que decidiu manter a taxa Selic em 11%.

Padilha na fábrica – Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, faz campanha em porta de fábrica em São Bernardo do Campo.

Banda larga – Conselho Administrativo de Defesa Econômica realiza o painel “Estimativa da demanda por serviços de banda larga”, sobre políticas públicas para desenvolver o acesso à internet. Em Brasília.

Comércio – IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Comércio.

Investimentos – FGV divulga a Sondagem de Investimentos.

Indústria – FGV apresenta resultados da Sondagem da Indústria.

 

6ª feira (12.set.2014)
Aécio em SP – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, faz campanha na capital paulista.

Luciana na PUC-SP – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, participa do debate “Só a luta muda a vida”, na PUC-SP, e concede entrevistas à TV Folha e ao Jornal da Record.

Afif e advogados – Guilherme Afif, ministro da Micro e Pequena Empresa, apresenta palestra sobre “Supersimples e os benefícios para a Advocacia”, no Jockey Clube de SP.

Padilha no interior paulista – Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP, faz campanha em Marília, Assis e Ourinhos.

 

Sábado (13.set.2014)
Dilma em Minas – presidente Dilma Rousseff, candidate à reeleição pelo PT, deve fazer campanha em cidades mineiras.

Luciana no Pará – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, faz campana em Santarém.

 

Domingo (14.set.2014)
Luciana no Pará – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente da República, faz campana em Belém.

Suécia vota – país europeu realiza eleições parlamentares.

 

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Lula pede a Facebook que retire do ar página sobre sua candidatura
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Fernando Rodrigues

Site “Lula 2014” não está mais acessível; perfis em redes sociais continuam ativos

Lula2014-site

O site “Lula2014.org“, que defendia a substituição da presidente Dilma Rousseff pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato do PT a presidente da República, não está mais acessível desde o final da tarde desta 5ª feira (4.set.2014). O post abaixo revelou a existência desse endereço, na manhã desta 5ª feira.

O autor do site é anônimo, embora surgiram na internet especulações, não confirmadas, sobre quem poderia estar bancando a operação, por exemplo, aqui.

O Instituto Lula, por meio de sua assessoria, informa que já requereu ao Facebook que retire o perfil Lula 2014 do ar. Também estuda pedir o mesmo para o Twitter.  A assessoria do ex-presidente diz não saber quem seria o responsável por essas páginas.

P.S. às 21h de 4.set.2014: A assessoria de imprensa do Facebook informa que recebeu um pedido do Instituto Lula, mas que não tomou nenhuma atitude porque a página não violava as políticas da comunidade. Não obstante, o perfil já não está mais disponível no Facebook. Às 21h, o perfil no Twitter também já havia sido excluído.

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Site faz contagem regressiva para que Lula substitua Dilma como candidato
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Fernando Rodrigues

Página anônima agradece à “guerreira” Dilma, mas pede troca já

Justiça Eleitoral permite que mudança seja feita até 15 de setembro

Um site lançado nesta 4ª feira (3.set.2014) faz campanha para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva substitua Dilma Rousseff e seja o candidato do PT na corrida pelo Palácio do Planalto neste ano.

Dilma perde para Marina Silva (PSB) em simulações de segundo turno em todos os institutos de pesquisa. Lula ainda é tido, dentro do PT, como o único capaz de manter a Presidência da República sob o comando da legenda.

Os partidos têm até o dia 15 de setembro para indicar um novo nome para a disputa. Esse é o mote da página “Lula 2014”, editada com uma qualidade visual que não deve em nada às páginas oficiais dos candidatos. Tem, inclusive, uma certa identidade gráfica com o site do PT para a campanha de Dilma, o Muda Mais.

O site Lula 2014 faz contagem regressiva para que o ex-presidente assuma a candidatura pelo PT, em 15 de setembro. Diz que a conjuntura destas eleições pede “medidas contundentes” para garantir que o país “continue crescendo e mudando para melhor”.

O “Movimento Lula 2014”, com se intitulam os autores anônimos do site, agradece a Dilma Rousseff pela sua “garra” e competência” e diz que sua missão “foi cumprida com louvor”. Em seguida, fulmina a atual presidente: “Mas o momento conclama por Lula da Silva, e sabemos que poderemos contar com o seu irrestrito apoio”.

Não é possível identificar a autoria da página, registrada em nome de uma empresa dos EUA.

FACEBOOK
A primeira postagem no Facebook vinculado à página é de 14.abr.2014, quando surgia com força a onda do “volta Lula” dentro do PT. O logo “Lula 2014” é copiado do logo da Copa 2014, que ocorreu em junho-julho. As primeiras postagens mostram Lula com a camisa da seleção.

A página no Facebook destaca iniciativas recentes de Lula, como o lançamento de um site com dados dos governos Lula e Dilma e a estreia do ex-presidente no Twitter. Nas últimas semanas, há uma média de 1 postagem por dia. A página parece ter perdido fôlego de crescimento –comemorou, em 15 de julho, a marca de 80 mil curtidas. Hoje está em 81.005. No Twitter a última postagem é de 30.jun.2014.

Agora, com o site na internet, o movimento parece de novo disposto a ganhar tração para tentar substituir Dilma por Lula.

P.S. às 18h20 de 4.set.2014: O site “Lula2014.org” foi retirado da internet na tarde desta 5ª feira. O Instituto Lula, por meio de sua assessoria, informa que já requereu ao Facebook que retire o perfil Lula 2014 do ar. Também estuda pedir o mesmo para o Twitter. Leia mais no post acima.

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Pesquisa Ibope mostra equilíbrio e disputa segue indefinida
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Fernando Rodrigues

Datafolha também indica possível estabilização do quadro

Os números da pesquisa Ibope realizada de domingo (31.ago) a terça-feira (2.set) indicam que a disputa pelo Palácio do Planalto ainda está longe de uma definição –contrariando algumas análises sobre o efeito do crescimento fulminante das intenções de voto de Marina Silva (PSB) nas últimas semanas.

Os números mostram um possível equilíbrio do quadro, quando se consideram os levantamentos mais recentes, tanto do próprio Ibope como do Datafolha [leia ao final do post uma análise específica sobre o Datafolha]. Dilma apenas voltou para o patamar em que esteve nos últimos meses. Marina parece começar a reduzir sua velocidade de crescimento.

O fato é que os números do Ibope demonstram também que a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), teve algum poder de reação nesta semana, variando de 34% para 37% das intenções de voto –num momento em que se ouvia aqui e ali que ela estava começando a esfarelar. O que aconteceu de 26 de agosto (quando foi divulgado o último levantamento) até agora? Somente a grande exposição dos candidatos, cada um do seu jeito.

Se Dilma melhorou seu desempenho, o crédito deve ir para as propagandas no horário eleitoral, ao “minuto do candidato” diário no “Jornal Nacional” (algo sempre tratado como assunto da maior prioridade em todas as campanhas) e às suas duas participações em debates presidenciais (dia 26 de agosto, na Band, e dia 1º de setembro, no SBT).

É claro que a participação da presidente no horário eleitoral foi muito criticada por causa do “discurso do medo”. Muitos também enxergaram um desempenho ruim de Dilma nos debates. Mas nessas horas quem decide são os eleitores, não os analistas. Por enquanto, a petista consegue manter seu eleitorado cativo, flutuando em torno de 35%.

A missão nada fácil de Dilma agora é ampliar suas intenções de voto num eventual segundo turno. Até porque, hoje ela perderia para Marina Silva –46% a 39%, uma diferença de 7 pontos. Só que na semana passada a derrota seria maior: 45% a 36%, uma distância de 9 pontos.

Já Marina Silva enfrenta nesta semana o momento de maior questionamento até agora em toda a sua curta trajetória como candidata a presidente. Teve muita coisa. Eis 3 temas: o caso do programa de governo divulgado na sexta e corrigido no domingo (sobre política LGBT e usinas nucleares), mostrando uma certa insegurança gerencial por parte da pessebista; as palestras remuneradas sem divulgar os nomes de quem pagou, indicando uma cheiro de incompatibilidade com a chamada “nova política”; e os ataques sofridos no horário eleitoral quando foi comparada a Jânio Quadros e a Fernando Collor.

Ainda assim, em meio a intenso tiroteio, Marina subiu de 29% para 33% de intenções de voto. É um grande patrimônio formado, sem contar o favoritismo que continua a manter num eventual segundo turno.

Por fim, Aécio Neves (PSDB) pontuou 15% no Ibope e parece que vai mesmo se acomodando na posição de coadjuvante neste processo. Pelo menos, por enquanto. E é necessário ressaltar o “por enquanto”– afinal, esta é talvez a eleição presidencial pós-ditadura com mais fatos inesperados nesta fase final da campanha.

Quem poderia dizer, há um mês, que Marina Silva despontaria agora como uma das favoritas? Ou que o tucano Aécio Neves estaria despencando nas pesquisas?

Tudo considerado, o mais prudente é dizer que esta eleição continua distante de um desfecho previsível. Teremos de esperar até o dia 5 de outubro. Ou até 26 de outubro, no 2º turno –se houver.

Sobre o Datafolha e o remanso

Divulgada no início da noite desta quarta-feira (3.set.2014), a pesquisa realizada pelo Datafolha de 1º a 3 de setembro tem números que corroboram o levantamento do Ibope. São estudos com metodologias diferentes, mas que chegaram a resultados muito próximos.

O Datafolha, na comparação com seu levantamento anterior, reforça a possibilidade de a campanha ter entrado nestes dias em um certo remanso. O efeito da onda pró-Marina parece ter arrefecido. Dilma estancou uma possível queda mais acentuada e manteve-se em seu patamar. E Aécio Neves confirmou sua desidratação na atual fase da disputa.

O que aconteceu? A morte trágica de Eduardo Campos no dia 13 de agosto teve o efeito de desarrumar o cenário que estava mais ou menos estável até aquela data –Dilma liderava, Aécio segurava de maneira sólida o segundo lugar e Campos era o coadjuvante que iria propiciar um segundo turno.

Houve a onda fortíssima pró-Marina e isso produziu uma miragem para quem não está acostumado com os humores voláteis de campanhas eleitorais. Parecia que a candidata do PSB estava se aprumando para liquefazer seus adversários e até vencer no primeiro turno.

Agora, o cenário parece mais estabilizado. Se os eleitores vão manter essa tendência até o final é outra história.

Por falar em história, em geral, as grandes mudanças nas intenções de voto se dão nos primeiros 10 dias do horário eleitoral. Depois, outras alterações acentuadas podem ocorrer nos 10 dias finais da campanha –ou seja, só a partir de 25 de setembro. Isto é: se esta campanha não trouxer mais fatos e acontecimentos mirabolantes.

p.s.: este post foi atualizado às 20h30.

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Dilma compara Marina a Jânio Quadros e a Fernando Collor
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Fernando Rodrigues

Petista volta ao discurso do medo, que já apareceu em comercial do partido

Menção a Collor é indireta, pois ele é hoje aliado do PT e de Dilma em Alagoas

Tática já foi usada contra Lula e petista rebatia: “Esperança vencerá o medo”

A presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, partiu de uma vez para o ataque hoje (2.set.2014) ao comparar sua principal adversária, Marina Silva (PSB), a dois presidentes que tiveram problemas para governar e acabaram deixando a cadeira antes do fim do mandato.

“A base de apoio de Marina Silva tem hoje 33 deputados. Sabe de quantos ela precisaria para aprovar um simples projeto de lei? No mínimo, 129. E uma emenda constitucional? 308. Como é que você acha que ela vai conseguir esse apoio sem fazer acordos? E será que ela quer? Será que ela tem jeito para negociar?”, pergunta o locutor da propaganda dilmista de 2.set.2014, no início da tarde, enquanto na tela aparecem slides sobre esses números.

Em seguida, vem a comparação, mostrando as imagens de Jânio Quadros (1917-1992) e de Fernando Collor de Mello (hoje senador pelo PTB de Alagoas). Ambos, Jânio e Collor, tiveram problemas com o Congresso e não concluíram seus mandatos.

“Duas vezes na nossa história, o Brasil elegeu salvadores da pátria. Chefes do partido do ‘eu sozinho’… E a gente sabe como isso acabou. Sonhar é bom, mas eleição é hora de botar o pé no chão e voltar à realidade”. Eis as imagens mostradas neste trecho do programa de Dilma:

Dilma-Janio-2set2014
Dilma-Collor-2set2014
É curioso e compreensível que Dilma e seu marqueteiro, João Santana, tenham usado a imagem explícita de Jânio Quadros, mas não a de Fernando Collor –de quem apenas mostra uma manchete sobre o seu impeachment. Hoje, Fernando Collor se transformou em um aliado do PT e de Dilma Rousseff no Congresso e nesta campanha eleitoral de 2014.

Não é a primeira vez que o PT, Dilma e Luiz Inácio Lula da Silva usam o expediente do medo para se contrapor a adversários políticos.

Em um discurso para empresários em março de 2014, Lula comparou Eduardo Campos a Fernando Collor. Naquele momento, Campos (que morreu num acidente em 13.ago.2014) era pré-candidato a presidente e representava um risco para o PT se manter no Palácio do Planalto.

Em maio de 2014, o comercial do PT na TV usou o discurso do medo. Um locutor, em tom dramático, alertava: “Não podemos deixar que os fantasmas do passado voltem e levem tudo o que conseguimos”. Ao final, dizia: “Não podemos dar ouvidos a falsas promessas”. Era uma referência indireta às propostas de candidatos da oposição a presidente da República, como Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). No comercial de Dilma hoje, o tom foi muito parecido.

A tática do discurso do medo –estimular no eleitor um temor a respeito de mudanças– já foi usada amplamente em eleições brasileiras. Inclusive contra o PT, que agora faz o mesmo com seus adversários.

Em 1989, muitos elegeram Fernando Collor (à época no PRN) por medo de como seria um governo Lula. Em 1998, o país enfrentava sérias dificuldades econômicas e o então presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), explorou o temor dos eleitores a respeito de uma piora do quadro se Lula fosse eleito.

Em 2002, o PSDB de novo tentou usar a tática do medo contra Lula, mas o então marqueteiro petista, Duda Mendonça, incentivou o candidato a dizer que “a esperança vai vencer o medo”. Deu certo naquela eleição e o PT chegou ao poder.

A seguir, o vídeo da propaganda de Dilma Rousseff nesta terça-feira, 2.set.2014 (o trecho do discurso do medo começa aos 9min e 2seg).

 

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