Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Nordeste

Desemprego entre jovens até 24 anos é recorde e vai a 25,7%, diz IBGE
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Taxa é mais do que o dobro da média nacional, de 11,8%

É o maior patamar registrado pelo instituto

desemprego

Os jovens foram os mais castigados com a crise econômica

O desemprego para os jovens de 18 a 24 anos é ainda mais desolador do que para o resto da população. De acordo com a Pnad trimestral do IBGE, a taxa média de desemprego no Brasil foi de 11,8% no 3º trimestre de 2016. Mas, para os jovens nessa faixa etária, chegou ao nível recorde de 25,7%.  No mesmo trimestre de 2015, a desocupação estava em 19,7%.

A reportagem é do Poder360 e a apuração é do repórter Douglas Pereira.

Leia na tabela o comparativo do desemprego entre jovens e a média nacional desde 2012:

A última vez que o percentual desse grupo chegou perto disso foi em abril de 2004 (25,1%), quando o IBGE ainda produzia a Pesquisa Mensal de Emprego. O levantamento, que teve início em março de 2002, foi aposentado em fevereiro deste ano e coletava informações nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Já a Pnad trimestral do IBGE reúne dados de cerca de 3.500 municípios do país.

Nas regiões brasileiras, a maior taxa de desocupação foi registrada no Nordeste: 29,5%. Em seguida aparecem o Sudeste (27,4%) e o Norte (25,2%).

A pesquisa mostra ainda que os jovens foram os mais castigados com a crise econômica. De 2012 para cá, o nível de ocupação nessa faixa etária foi o que mais caiu. Naquele ano, quando teve início a Pnad trimestral, o percentual de brasileiros de 18 a 24 anos ocupados era de 57,9%. Agora, é de 50,5%. No grupo de 25 a 39 anos, a queda foi menos intensa: de 74,2% para 72,8%. Eis a variação do 1º trimestre de 2012 para o 3º trimestre de 2016:

O Blog está no Facebook, YouTubeTwitter e Google+.


Fazenda usa dados sobre Estados para ‘vender’ PEC dos gastos públicos
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Governos estaduais economizariam R$ 212 bi após 10 anos, diz Tesouro Nacional

Divulgação vem no momento em que NO, NE e CO pedem socorro ao governo

No início do mês, pesquisas mostravam perdas do salário mínimo e do SUS

Brasília - A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, divulga o resultado primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) de maio (Valter Campanato/Agência Brasil)

A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, durante entrevista à imprensa na Fazenda

Os governos estaduais teriam economizado R$ 212 bilhões em 2015 caso a regra da PEC do teto dos gastos tivesse sido aplicada nos Estados a partir de 2006. O cálculo é de um estudo divulgado nesta 5ª feira (20.out) pelo Tesouro Nacional.

A divulgação da 1ª edição do “Boletim das Finanças Públicas dos Entes Subnacionais” vem no momento em que Estados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste pedem ajuda financeira ao governo Michel Temer.

Os governadores dessas regiões reclamam que o acordo de renegociação das dívidas dos Estados com a União, celebrado em junho deste ano, beneficiou apenas o Sul e o Sudeste, que hoje possuem mais débitos com o governo federal.

As informações são do repórter do UOL Guilherme Moraes.

Apesar de deverem pouco à União, os governadores de Norte, Nordeste e Centro-Oeste estão preocupados com o aumento dos gastos com folha salarial. Por isso, chegaram a pedir R$ 14 bilhões do governo Temer. Depois, baixaram a pedida para R$ 7 bilhões.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmaram por diversas vezes que não há espaço fiscal no orçamento para conceder a ajuda financeira em 2016. Até agora, o máximo que o Palácio do Planalto fez foi avalizar empréstimos de até R$ 8,5 bilhões para as regiões.

A projeção divulgada ontem (5ª) pelo Tesouro Nacional supõe que a carga tributária do país seria a mesma daquela que de fato foi aplicada de 2006 a 2015. O resultado mostra uma economia de despesas dos Estados já a partir de 2007, como mostra o gráfico a seguir:
efeito-limitador-crescimento-gastos-estados

O cálculo usa como base os gastos estaduais em 2006. A partir daí, a simulação acrescenta anualmente apenas a inflação oficial do país no ano anterior. Esta é a mesma regra estabelecida pela PEC do teto dos gastos da União, hoje em tramitação no Congresso.

A proposta de emenda à Constituição, no entanto, não inclui os Estados. Mas a ideia do Palácio do Planalto é incorporar o mesmo mecanismo de reajuste no projeto que reestrutura as dívidas dos governos estaduais com a União, já aprovada pela Câmara e atualmente em discussão no Senado.

RESPOSTA À FGV E AO IPEA?
A divulgação do estudo do Tesouro Nacional também vem logo após análises de pesquisadores da FGV (Fundação Getulio Vargas) e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado ao Ministério do Planejamento, mostrarem um cenário negativo caso a PEC dos gastos seja sancionada.

No início do mês, o economista Bráulio Borges, pesquisador associado à FGV, divulgou um estudo afirmando que, caso a regra fosse aplicada a partir de 1998, o salário mínimo estaria em apenas R$ 400, em vez dos atuais R$ 880.

Também no início de outubro, os pesquisadores do Ipea Rodrigo Benevides e Fabiola Vieira calcularam uma perda de R$ 743 bilhões caso as despesas sejam congeladas por 20 anos, como determina o projeto em tramitação no Congresso.

O Blog está no FacebookTwitter e Google+.


Em carta, 19 Estados e DF pedem R$ 7 bilhões e ameaçam ajuste fiscal
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Governadores de NO, NE e CO insistem em socorro financeiro já em 2016

Em trecho do documento, citam força das regiões no Senado e na Câmara

Estados suspendem plano de decretar calamidade pública financeira

Leia aqui neste post a íntegra do documento dos 20 governadores

Brasília - O governador do Piauí, Wellington Dias participa de reunião para discutir saídas para enfrentar a crise econômica e levantar os principais problemas enfrentados pelos estados (Wilson Dias/Agência Brasil)

O governador do Piauí, Wellington Dias, principal articulador na negociação com o Palácio do Planalto

Em carta divulgada no final da tarde desta 3ª feira (20.set), 20 governadores do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste voltaram a pedir ao Palácio do Planalto uma ajuda emergencial de R$ 7 bilhões ainda neste ano. No texto, ameaçam de forma velada a aprovação de medidas do ajuste fiscal.

O documento cita o socorro financeiro de R$ 2,9 bilhões do governo federal ao Estado do Rio de Janeiro dias antes do início das Olimpíadas. Os governadores sustentam que a seca aprofunda a grave situação fiscal das 3 regiões. Leia a carta, na íntegra, neste link.

As informações são do repórter do UOL Guilherme Moraes.

O texto exalta a musculatura de Norte, Nordeste e Centro-Oeste no Congresso. São 60 senadores e aproximadamente metade da Câmara. A mensagem é clara: sem ajuda financeira, a aprovação de medidas do ajuste fiscal fica mais difícil.

Na carta, os governadores afirmam que não vão decretar, por enquanto, estado de calamidade pública financeira até uma nova rodada de negociação com Michel Temer. O presidente está em viagem internacional, em Nova York. Chega a Brasília na 5ª feira (22.set) pela manhã.

“Entendemos que esses decretos criariam um ambiente ruim e de insegurança para investidores”, diz o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), principal articulador dos Estados. “Assim como o governo federal, queremos melhorar as condições para negócios no país.”

A reunião com Michel Temer deve ser marcada apenas na semana seguinte às eleições municipais de 2 de outubro.

O QUE QUEREM OS ESTADOS
Os governadores reclamam da renegociação das dívidas dos Estados com a União. Afirmam que o acordo beneficiou apenas Sul e Sudeste, que concentram hoje 91% dos débitos com o governo federal.

Também dizem que o Fundo de Participação dos Estados foi desidratado nos últimos anos com políticas de incentivo fiscal do Planalto.

Com base nesses 2 motivos, chegaram a requerer uma compensação de R$ 14 bilhões. O Ministério da Fazenda repeliu a ideia. Os Estados baixaram a pedida para R$ 7 bilhões.

Na semana passada, os governadores se reuniram novamente com o ministro Henrique Meirelles, que voltou a alegar falta de espaço no orçamento para dar o socorro financeiro. A Fazenda também descartou a antecipação de recursos do programa de repatriação, que termina em 31 de outubro.

O ministro anunciou, no entanto, que há um espaço R$ 20 bilhões para o governo conceder aval com garantias a empréstimos aos Estados. Desse valor, porém, pouco mais da metade já estaria comprometida. O montante disponível seria de aproximadamente R$ 8,5 bilhões.

O problema é que tomar novos empréstimos no mercado não é tarefa simples para os Estados. Todos estão em dificuldades financeiras e têm dificuldades para conquistar confiança dos agentes de crédito.

O Blog está no Facebook, Twitter e Google+.


Com menos apoio, PT reduz chapas e sai atrás em grandes centros do Nordeste
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Nº de candidaturas mostra partido perdendo força nas 16 principais cidades

Em Salvador, sigla teve apoio de 14 partidos há 4 anos; em 2016, não tem nome

Em Fortaleza, São Luís e Vitória da Conquista, aliados também minguaram

Petistas só lideram corrida eleitoral no Recife, empatados com nome do PSB

candidatos-pt-2012-divulgacao-5ago2012

João Paulo (e) e Elmano de Freitas (d) são candidatos novamente; Luzianne (c) tenta retomar Fortaleza

Após perder suas principais alianças no cenário nacional, o PT terá menos candidatos a prefeito e mais chapas únicas nas eleições deste ano nas principais cidades do Nordeste.

O Nordeste é o reduto eleitoral mais forte da sigla desde quando Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao Planalto, em 2002.

Os registros de candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral mostram o processo de desidratação do partido em grandes centros nordestinos. Nos 16 maiores municípios do Nordeste, o Partido dos Trabalhadores disputará apenas 9 prefeituras.

As informações são do repórter do UOL Guilherme Moraes.

Em 2012, foram 10 candidatos. A diferença é pequena em números absolutos. Mas uma análise da amplitude das alianças e dos locais nos quais o PT abdicou lançar nomes próprios indica que o partido perdeu espaço onde antes considerava estratégico estar presente.

Neste ano, o PT não tem candidatos em Salvador (BA), a maior cidade do Nordeste, e São Luís (MA), a 4ª maior. Há 4 anos, a sigla havia lançado nomes nessas capitais com apoio respectivamente de 14 e 13 legendas.

Ao contrário de 2012, o partido também não disputará as prefeituras de Teresina (PI) e Campina Grande (PB). Já em Vitória da Conquista (BA), o PT conseguiu viabilizar a candidatura de Zé Raimundo com o apoio de apenas 4 dos 10 aliados há 4 anos.

Eis uma comparação entre os cenários políticos para o PT no Nordeste em 2012 e 2016 (clique na imagem para ampliar):

pt-nordeste-eleicoes
Para superar a falta de músculos, a legenda concentrou-se em chapas puro-sangue. Em 2016, são 4 candidaturas 100% petistas: em Fortaleza, Maceió, João Pessoa e Jaboatão dos Guararapes. Há 4 anos, eram 3 (Natal, Teresina e Campina Grande).

O principal foco é a capital cearense, governada por Luizianne Lins de 2005 a 2012. A petista é novamente candidata a prefeita em 2016, ao lado de Elmano de Freitas, derrotado em 2012 com 46,98% dos votos no 2º turno. O vencedor foi Roberto Cláudio (na época no PSB e atualmente no PDT).

ATRÁS NAS PESQUISAS
Com menos aliados políticos, o Partido dos Trabalhadores terá dificuldades para repetir o resultado das eleições municipais de 2012, quando conseguiu emplacar 2 prefeitos entre as 16 maiores cidades nordestinas –Luciano Cartaxo (hoje no PSD) em João Pessoa, e Guilherme Andrade, em Vitória da Conquista.

Segundo as pesquisas eleitorais mais recentes, o partido lidera apenas no Recife. Na capital pernambucana, João Paulo –candidato a vice há 4 anos na chapa encabeçada pelo hoje senador Humberto Costa– está empatado com o atual prefeito Geraldo Júlio (PSB), com 27% das intenções de voto contra 26% do concorrente.

Eis um quadro com as intenções de voto nas cidades em que há pesquisas recentes (clique na imagem para ampliar):

pesquisas-nordeste-agosto
O Blog está no Facebook, Twitter e Google+.


Dilma recua de 63% para 47% no Nordeste na comparação com 2010
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Queda entre nordestinos põe em risco chance de compensar pouco apoio no Sudeste

Antes reduto do lulo-petismo, região agora tem focos de resistência ao PT

Pernambuco e Bahia serão locais inóspitos para o PT no 2º turno

Neste post, a lista completa com as 27 disputas para governador

As pesquisas sobre intenção de voto para presidente e para governadores mostram que Dilma Rousseff enfrenta uma resistência incomum no Nordeste, região que há mais de uma década havia se tornado um reduto eleitoral muito consolidado do PT.

Quando se compara o desempenho de Dilma na região Nordeste na pesquisa Datafolha de 8-9.set.2014 com outra realizada exatamente há 4 anos, em 8-9.set.2010, nota-se que a petista perdeu 16 pontos percentuais nas suas intenções de voto: desceu de 63% para 47%.

Vencer por larga margem no Nordeste e no Norte permitiu a Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e a Dilma Rousseff, em 2010, terem desempenhos mais modestos em alguns Estados do Sul e do Sudeste.

Por exemplo, Lula perdeu em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e outros 3 Estados em 2006, mas sua ampla votação no Nordeste (77% no 2º turno) garantiu ao petista mais quatro anos no Planalto.

A mesma fórmula foi usada para Dilma. Em 2010, ela perdeu em 11 unidades da Federação, principalmente no Sul e no Centro-Oeste, mas recebeu estrondosos 70,5% dos votos no Nordeste e foi eleita presidente.

Agora, a equação eleitoral petista apresenta alguns defeitos. Eis o quadro das intenções de voto presidencial por região, em 2010 e 2014 (clique na imagem para ampliar):

Arte
Como se observa, Dilma está hoje pior em quase todas as regiões. A exceção é, talvez, o Norte. Não é possível ter essa informação com precisão, pois o Datafolha divulgava os percentuais do Norte e do Centro-Oeste num mesmo grupo pesquisado nos levantamentos de 4 anos atrás.

Outro dado alarmante para Dilma Rousseff é o fato de que deve haver 2º turno na disputa presidencial com um ambiente pouco amigável para o PT nos dois Estados mais relevantes do Nordeste –Bahia e Pernambuco, responsáveis por 43% do eleitorado da região.

Na Bahia, Estado governado há 8 anos pelo petista Jaques Wagner, o cenário é de possível derrota para o candidato governista, Rui Costa (PT). Ele tem 24% das intenções de voto contra 46% de Paulo Souto (DEM). Há sinais de vitória do demista no 1º turno.

Se a disputa de governador na Bahia for liquidada no 1º turno, esse desfecho liberará todas as forças anti-PT para descarregarem suas energias contra a reeleição de Dilma Rousseff no 2º turno. Esse movimento visará a neutralizar um pouco da alta popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Estado.

O mesmo cenário se repete em Pernambuco. O candidato Paulo Câmara (PSB) está em alta, com 39%, contra o nome apoiado pelo PT na disputa pelo governo local, Armando Monteiro (PTB), com 33%. Com ou sem 2º turno entre os pernambucanos, Dilma tende a enfrentar grande resistência. Esse é o Estado natal de Eduardo Campos (1965-2014), cujo grupo político fará tudo o que estiver ao seu alcance para impor uma derrota ao PT.

Só para lembrar, em 2010, Dilma Rousseff foi a mais votada no 1º e no 2º turnos na Bahia e em Pernambuco. Hoje, a situação é incerta, para dizer o mínimo.

Em Pernambuco, Dilma tem hoje 38% das intenções de voto. Marina lidera entre os pernambucanos, com 45%. Na Bahia, Dilma está à frente com 50%. Mas há 4 anos, nesta mesma época da campanha presidencial, a petista tinha 67% em ambos os Estados.

As pesquisas atuais mostram que o voto petista entre nordestinos é hoje menor do que foi em 2010 todos os 9 Estados da região. Eis um quadro com as intenções voto para presidente nessas localidades (clique na imagem para ampliar):

Arte

O quadro acima ajuda a iluminar o que pode ser o cenário do 2º turno na disputa presidencial na região Nordeste. Muitos governadores eleitos ou candidatos favoritos na segunda rodada de votação tendem a fazer campanha contra Dilma Rousseff.

Esse é um ambiente novo para o PT. Em 2006 e 2010, a sigla sob o comando de Lula havia se acostumado a ter a adesão automática de quase todas as forças políticas mais relevantes no 2º turno da eleição presidencial no Nordeste.

Mas esse não é apenas um cenário nordestino. Fica mais fácil entender o que se passa quando se observam todas as disputas de governadores nas 27 unidades da Federação. O desejo de mudança segue forte, como mostra um levantamento atualizado do Blog: só 3 dos 18 governadores que buscam reeleição seriam vitoriosos hoje em 1º turno.

O desejo de mudança nos Estados atinge também o PSB, partido da presidenciável Marina Silva. Os pessebistas têm 4 governadores candidatos à reeleição, mas nenhum é líder isolado. No Espírito Santo e na Paraíba, hoje comandados pela sigla, os candidato da oposição hoje venceriam no 1º turno, segundo as pesquisas disponíveis.

Apenas em 12 Estados a eleição deve terminar em turno único, no dia 5 de outubro. Ou seja, será uma das mais duras disputas em décadas.

Eis como está a disputa nas 27 unidades da Federação, segundo as últimas pesquisas disponíveis:

Arte

Observado o cenário geral, nota-se que o desfecho da corrida presidencial segue incerto. Com os dados disponíveis no momento, há argumentos respeitáveis que podem indicar tanto uma possível vitória da oposicionista Marina Silva como o sucesso da governista Dilma Rousseff.

A favor da petista há o fato de que sua trajetória, no agregado nacional das pesquisas, indica uma ligeira tendência de recuperação (na margem de erro do levantamento). Dilma no momento voltou a ficar empatada tecnicamente com sua principal adversária na disputa, Marina, conforme mostra o levantamento do Datafolha dos dias 8-9.set.2014.

Essa modesta melhora no quadro para Dilma parece ter sido resultado do intenso bombardeio que ela e Aécio Neves (PSDB) desfecharam contra Marina. Foram duas semanas de tentativa de desconstrução do marinisno, o que resultou num aumento da rejeição da candidata do PSB.

A expectativa do PT é que esse processo chamado de “desconstruindo Marina” ainda esteja em andamento nas mentes dos eleitores. No limite, poderá resultar numa candidata pessebista desidratada no início do 2º turno, sem forças para reagir.

Ainda dentro do argumento favorável a Dilma, a petista tem a máquina do governo a seu favor. Só em Brasília, são mais de 20 mil cargos ocupados por pessoas aflitas com a possibilidade de derrota –e da consequência imediata: terem de pedir emprego em prefeituras ou sindicatos ligados à CUT pelo país afora. Vão trabalhar como nunca para ficarem onde estão, reelegendo Dilma.

No 2º turno, o PT também terá o esforço extra de Lula para recuperar o terreno perdido no Nordeste, onde o ex-presidente é muito cultuado e popular. E, por fim, a equipe de marketing contratada pelo PT tem larga experiência em disputas apertadas –João Santana, o marqueteiro, ajudou o partido nas campanhas eleitorais logo depois do escândalo do mensalão.

No extremo oposto desse argumento sobre as chances de Dilma há um raciocínio também consistente a respeito da possibilidade de vitória de Marina.

Para começar, uma pergunta: se tudo o que PT e PSDB fizeram em quase duas semanas resultou na perda de apenas 2 ou 3 pontos percentuais de intenção de voto de Marina Silva, isso significa que a candidata do PSB está sólida no patamar dos 30%, certo? Ou mais: não adianta bater como estão batendo, pois não vai colar esse tipo de crítica em Marina.

Uma das razões para essa espécie de “efeito teflon” que reveste Marina é o vento de mudanças que atinge o país, com os eleitores falando em mudar a política. A candidata do PSB é a que mais incorpora esse sentimento difuso.

Ondas na política têm pouco apelo racional. É quase tudo emoção –e os comerciais petistas contra o PSB tenderiam a ser desprezados, em grande medida, até o final do processo eleitoral.

E quando chegar o 2º turno, como demonstram as pesquisas, há uma tendência natural de muitos eleitores do PSDB –a maioria– migrarem para Marina Silva. Nessa fase da campanha os tempos de rádio e de TV são iguais para as duas candidaturas finalistas. Acaba a preponderância que se vê hoje, com o PT ocupando um latifúndio no horário eleitoral.

Tudo considerado, não há como fazer uma previsão científica sobre qual será o desfecho da eleição presidencial. O que é possível é expor o que mostram as pesquisas e seus diversos cruzamentos –como tentou detalhar este post.

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

Fontes e observações sobre a tabela das 27 disputas de governadores
Colocação dos candidatos: esta tabela reflete a posição de cada candidato do ponto de vista numérico em que aparecem nas pesquisas. Em alguns casos, esse posicionamento não significa que quem está numericamente em primeiro lugar ocupa de forma isolada essa posição, pois deve ser considerada a margem de erro da pesquisa;
Candidatos ocultos: para uma visualização mais clara, nem todos os candidatos nas disputas estaduais estão colocados nesta tabela, que é apenas uma compilação analítica. Todos os candidatos e suas respectivas pontuações podem ser vistos nas tabelas completas na página de pesquisas deste Blog;
Pesquisas: são usadas aqui as últimas pesquisas disponíveis, desde que estejam devidamente registradas na Justiça Eleitoral;
Metodologia compilada: essa coluna contém, pela ordem, o nome do instituto que fez a pesquisa, a data em que foi aplicado o formulário e a margem de erro do levantamento em pontos percentuais;
Eleitorado: fornecido pelo TSE (abril de 2014).

 

O blog está no Twitter e no Facebook.


Oposição lidera em 9 de 11 grandes cidades do NE
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

PSDB tem 6 primeiros colocados; DEM tem 3…

…PDT e PSB têm 1º colocado cada um;

PT não tem favoritos na região

As pesquisas mais recentes sobre as eleições nas principais cidades no Nordeste mostram que a oposição leva vantagem sobre partidos aliados do PT no governo federal.

Levantamento do Blog mostra que PSDB e DEM abrigam 9 primeiros colocados em 11 grandes cidades nordestinas para as quais foram feitas pesquisas após o início da propaganda eleitoral eletrônica em 21.ago.2012. PSB e PDT, siglas governistas, aparecem com 1 primeiro colocado cada um.

O PT, partido da presidente Dilma e do ex-presidente Lula, não lidera nenhuma dessas disputas.

Se a tendência apontada pelas pesquisas se confirmar nas urnas, a oposição ao governo federal dará um salto pois atualmente controla apenas 2 dessas 11 prefeituras. Poderá ficar com 9.

Os resultados de todas as pesquisas incluídas no levantamento estão disponíveis no post abaixo.

O Nordeste tem 14 grandes cidades mais relevantes do ponto de vista eleitoral: 9 capitais e 5 municípios com mais de 200 mil habitantes. Até esta 4ª feira (12.set.2012) estavam disponíveis estudos divulgados de acordo com a Lei Eleitoral para 11 dessas 14 cidades. Ficaram de fora Feira de Santana (BA), Vitória da Conquista (BA) e  Olinda (PE).

Dessas 11 prefeituras, o PT controla atualmente Fortaleza e Recife. Corre o risco de perder as 2. Na capital Cearense, o candidato Elmano Freitas (PT) tem chances de ir para o 2º turno, mas o primeiro colocado na última pesquisa Datafolha é Moroni Torgan (DEM). No Recife, Geraldo Julio (PSB) teve uma ascensão meteórica nas pesquisas e é líder isolado. Humberto Costa (PT), tem perdido pontos.

Os outros partidos aliados do PT também perdem espaço na região. O PC do B controla atualmente Aracaju. Mas o favorito para governar a capital de Sergipe a partir de 2012 é João Alves Filho (DEM).

O PP tem os prefeitos de Maceió e de Salvador. Nenhuma sigla governista se apresentou até agora competitiva para governar as cidades a partir do ano que vem. Os favoritos são, respectivamente, Rui Palmeira (PSDB) e ACM Neto (DEM).

O PMDB, que controla Campina Grande, tem chances de ir para o 2º turno na cidade com Tatiana Medeiros. Mas quem está na frente é Romero Rodrigues (PSDB).

O mesmo ocorre com o PTB, em Teresina: o atual prefeito, Elmano Ferrer, pode ir para o 2º turno. Mas está numericamente atrás de Firmino Filho (PSDB).

O prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, não pode disputar a reeleição e saiu do PSB. Disputam sua vaga Cícero Lucena (PSDB) e José Maranhão (PMDB). Em Natal, a prefeita Micarla de Sousa (PV) também não concorre à reeleição. O favorito para substituí-la é Carlos Eduardo (PDT).

Já o PSDB tem hoje apenas as Prefeituras de São Luís e de Jaboatão dos Guararapes, que poderá conservar. Segundo as sondagens, os tucanos têm chance de ficar com 6 prefeitos após as eleições nas principais localidades do Nordeste. E o DEM, que não controla nenhum dos 11 municípios incluídos no levantamento, poderá sair com 3.

O blog está no Twitter e no Facebook.


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>