Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Marina Silva

Ibope cristaliza embate Dilma-Marina e mostra Aécio quase fora do jogo
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Pesquisa também debela boatos sobre alta de tucano e 2º turno mais folgado para a petista

Arte

A pesquisa Ibope sobre intenções de voto para presidente traz os seguintes recados, além de debelar alguns boatos plantados nos últimos dias na “cracolândia digital” que se tornou o ambiente de militantes políticos nas redes sociais:

1) 2º turno cristalizado: só um fato de proporções inauditas pode, a esta altura, alterar a disputa final na corrida pelo Planalto. Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) devem estar na rodada de votação do dia 26 de outubro.

O Ibope realizou seu levantamento de 20 a 22.set.2014. Deu o seguinte: Dilma com 38%, seguida por Marina, com 29%, e Aécio Neves (PSDB), em terceiro lugar, com 19%.

O tucano teve o mesmo percentual registrado na semana passada. Não apresentou sinais de crescimento –apesar de uma grande onda de rumores a esse respeito plantada na internet por alguns de seus seguidores.

Nunca nas eleições presidenciais brasileiras dos últimos 20 anos um 3º colocado com 19% conseguiu passar os demais concorrentes para ir ao 2º turno –nesta fase da campanha. Tecnicamente, é claro, isso seria cenário possível. Mas não se trata de algo usual. Longe disso;

 

2) Dilma tem um teto no 2º turno: a presidente que tenta a reeleição tem oscilado, subindo e descendo, na faixa de 36% a 42% nas simulações de 2º turno desde a entrada de Marina Silva na disputa –após a morte de Eduardo Campos, em 13.ago.2014.

Na semana passada, Dilma tinha 40%. Agora, tem 41%. Há duas semanas, o percentual era de 42%. A pesquisa Ibope serviu também para demolir os boatos espalhados por parte dos militantes petistas a respeito de uma suposta melhora da candidata à reeleição nas simulações de 2º turno;

 

3) Marina também tem seu teto: depois da onda emocional forte no início da sua empreitada como candidata a presidente, a pessebista se acomodou em simulações de 2º turno na faixa de 41% a 43%. Agora, está em 41%;

 

4) Narrativa do medo segurou Dilma na frente: a série de comerciais de ataque do PT e do PSDB contra Marina Silva teve dois efeitos. Primeiro, impediu que a pessebista continuasse a surfar sem nenhum tipo de contraditório no horário eleitoral. Segundo, serviu para que a petista se segurasse em 1º lugar nas simulações de primeiro turno, o que é muita coisa –do ponto de vista psicológico, para animar a militância.

Um terceiro possível efeito –ainda a ser comprovado– teria sido a volta de Aécio Neves para os 19% que ostentava no fim de agosto. É possível, mas o tucano e seu partido nunca chegaram ao final de uma eleição presidencial, desde 1994, com menos de 20%. Talvez esse movimento fosse ocorrer até por inércia, mesmo que o candidato tivesse continuado com sua estratégia anterior de campanha.

 

E O QUE VAI ACONTECER AGORA?
Esta é uma das mais acirradas disputas presidenciais desde 1989, a primeira eleição direta pós-ditadura militar.

O componente do medo do desconhecido será muito importante e presente agora dentro das estratégias de campanha. Dilma vai reforçar esse sentimento na cabeça dos eleitores. Marina vai se esforçar para debelar a ideia de que seu governo será um tiro no escuro.

Quem leva vantagem? Difícil dizer, pois o quadro parece quase congelado no momento.

Só que é necessário registrar um fato objetivo. Hoje, Dilma tem cerca de 11 minutos no horário eleitoral. Marina, só 2 minutos.

No 2º turno, o tempo será igual para ambas: 10 minutos para cada candidatura.

P.S.1: vale a pena dar uma sapeada na tabela e no gráfico do post abaixo, “Apoio a Dilma cai em Estados mais dependentes do Bolsa Família”. São mais alguns elementos a respeito de como pode ser o 2º turno da eleição presidencial.

P.S.2: e para saber como estão todas as pesquisas eleitorais nos Estados, visite a mais completa compilação de levantamentos de intenção de voto na internet brasileira.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Poder e Política na semana – 22 a 28.set.2014
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Faltam 13 dias para as eleições. Nesta semana, Dilma vai a Nova York e Ceilândia (DF) e Marina e Aécio viajam pelo país. A Record promove debate presidencial no domingo.

A presidente Dilma Rousseff faz campanha em Ribeirão das Neves (MG) nesta 2ª feira ao lado de Fernando Pimentel, candidato do PT ao governo mineiro. Na 4ª feira, estará em Nova York para proferir o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU. Na 5ª feira, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participa de comício com o governador do DF Agnelo Queiroz, candidato à reeleição pelo PT, em Ceilândia. Na 6ª feira, Dilma concede entrevista para blogueiros no Palácio da Alvorada. No sábado, Dilma deve liderar comício em Porto Alegre com Tarso Genro, governador gaúcho e candidato à reeleção pelo PT.

Marina Silva, candidata do PSB a presidente, reúne-se com ciclistas e apresenta palestra em Brasília nesta 2ª feira. À tarde, participa de evento sobre acesso à banda larga, em SP. Na 3ª feira, Marina faz campanha em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. No dia seguinte, estará em São Paulo e no Rio. Na 5ª feira, Marina visita a Central Única de Favelas, no Rio. Na 6ª feira, Marina faz campanha em cidades mineiras e, no sábado, na capital paulista.

Aécio Neves, candidato do PSDB, faz campanha nas cidades mineiras de Belo Horizonte, Betim e Contagem na 2ª feira. Na 3ª feira, participa de eventos políticos em Niterói, no Rio. Na 4ª feira retorna a Minas, para atos em Belo Horizonte e Uberaba. Na 5ª feira o tucano faz um giro pela região Sul e pede votos em Santa Maria e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, em Blumenau, em Santa Catarina, e Pinhais, no Paraná. Na 6ª feira, Aécio estará em São Paulo.

Ainda no mundo tucano, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, participam de almoço na 2ª feira organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em SP.

No domingo, os candidatos a presidente da República confrontam-se em debate promovido pela Record. E ao longo da semana novas pesquisas retratam o fôlego dos candidatos na disputa. Levantamento do Vox Populi pode ser divulgado pela Record a partir de 2ª feira; Ibope, na Globo e jornal “O Estado de S.Paulo”, e CNT/MDA a partir de 3ª feira; e Datafolha a partir de 4ª feira. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras continuam a repercutir. Na 3ª feira, integrantes da CPI mista sobre a estatal reúnem-se com Ricardo Lewandowski, presidente do STF, e Rodrigo Janot, procurador-geral da República. Os congressistas vão insistir para terem acesso à liberação da íntegra da delação de Paulo Roberto Costa.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados

 

2ª feira (22.set.2014)
Dilma em Minas – presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, faz campanha em Ribeirão das Neves (MG) ao lado de Fernando Pimentel, candidato do PT ao governo mineiro.

Marina em Brasília e SP – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, reúne-se com ciclistas na “Vaga Viva”, na Asa Sul, em Brasília, às 9h. Em seguida, apresenta palestra para a Associação Nacional de Educação Católica, na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio, também em Brasília. Às 17h, Marina participa de debate sobre acesso à banda larga, em SP.

Aécio em Minas – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Belo Horizonte, Betim e Contagem. À noite, segue para o Rio de Janeiro.

FHC e Armínio em SP – ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, participam de almoço-debate sobre “Uma agenda econômica viável para a retomada do crescimento brasileiro”. Organizado pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo.

Jorge em NY – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente, participa de cerimônia de premiação, promovida pelo C40, das dez cidades líderes em ações para mitigar e adaptar as mudanças climáticas. No The Mahattan Center, em Nova York.

Luciana no Sul – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente faz campanha em Porto Alegre.

Pesquisas presidenciais – a partir desta data pode ser divulgada nova pesquisa Vox Populi contratada pela Record sobre a sucessão presidencial. Cabe ao instituto e à contratante definirem o dia e o horário da publicação.

Pesquisas em debate – Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, apresenta palestra na Cátedra de Jornalismo Octavio Frias de Oliveira, do Centro Universitário Fiam-Faam, sobre a interpretação de pesquisas eleitorais. Às 20h, no campus Liberdade da Fiam-Faam.

Poder Judiciário em números – FGV do Rio divulga a pesquisa “O Supremo e o Tempo” sobre a tramitação de processos no Supremo Tribunal Federal entre 1988 e 2013 e o desempenho de cada ministro.  A FGV de SP e a “Folha” promovem debate sobre “Lentidão da Justiça brasileira e prejuízos ao cidadão” na Justiça com o ministro Luís Roberto Barroso, em SP, a partir das 9h30.

Ditadura – Comissão Nacional da Verdade colhe depoimentos de familiares de Raul Amaro Nin Ferreira, engenheiro mecânico morto em 12 de agosto de 1971 após ser preso por agentes do regime militar. No Arquivo Nacional, no Rio.

Maconha – Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado promove audiência pública sobre a regulamentação do uso recreativo, medicinal e industrial da maconha. Com transmissão pela internet.

USP e a greve – universidade volta às atividades após 116 de greve. Na 3ª feira (23.set.2014), comissão retoma análise sobre a reforma do estatuto da USP.

 

3ª feira (23.set.2014)
Marina no Sul – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, participa de eventos de campanha em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre.

Aécio no Rio – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Niterói.

Propostas de Luciana – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, lança seu programa de governo com ato às 16h em São Paulo. Em seguida, participa de conversa sobre protagonismo feminino com a cantora Marina Lima, a escritora Márcia Tiburi e a blogueira Clara Averbuck. À noite, é entrevista por Rafinha Bastos no programa “Agora é tarde”.

Pesquisas presidenciais – a partir desta data podem ser divulgadas novas pesquisas Ibope, contratada pela Rede Globo, e CNT/MDA sobre a sucessão presidencial. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Petrobras – integrantes da CPI mista sobre a Petrobras reúnem-se com Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, e Rodrigo Janot, procurador-geral da República. Os congressistas pressionam para ter acesso à íntegra da delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Refino e Abastecimento da estatal. A comitiva deve ser composta pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o vice-presidente, senador Gim Argelo (PTB-DF), o relator, deputado Marco Maia (PT-RS), e o líder do DEM no Senado, José Agripino (DEM-RN). Às 18h, no STF.

Lula em Guarulhos – ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz campanha ao lado de Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo do Estado, em Guarulhos.

Meio ambiente – Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente participa da Cúpula do Clima na ONU, em Nova York.

Ditadura – Comissão Nacional da Verdade realiza diligências no 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio, local da morte do deputado Rubens Paiva e um dos principais centros de tortura na cidade durante o regime militar.

Leilão do 4G – empresas interessadas na nova banda para o 4G devem apresentar suas propostas. O leilão está agendado para o dia 30.set.2014.

Greve nos Correios – funcionários dos Correios no Amazonas, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Piauí, São José do Rio Preto (SP), Campinas (SP) e Vale do Paraíba (SP) fazem assembleia para decidir se aderem à greve da categoria.

STF julga políticos – está na pauta da Primeira Turma do Supremo a análise de inquéritos contra os deputado Eliene Lima (PSD-MT), Rodrigo Garcia (DEM-SP) e Pedro Chaves (PMDB-GO) e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB). Na Segunda Turma, há dois inquéritos contra o deputado Paulo Cesar Quartiero (DEM-RR).

Inflação – FGV divulga o IPC-S e o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores.

Indústria – FGV apresenta a prévia da Sondagem da Indústria.

 

4ª feira (24.set.2014)
Dilma em Nova York – presidente Dilma Rousseff (foto) faz discurso de abertura na 69ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

Richard Drew/AP - 24.set.2013

Marina no Sudeste – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, participa de ato com líderes sindicais em São Paulo. Depois, segue para o Rio de Janeiro.

Aécio em Minas – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Belo Horizonte e Uberaba.

Luciana em Pernambuco – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz campanha em cidades pernambucanas.

Jorge no Rio – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente, faz campanha no Rio.

Pesquisa presidencial – a partir desta data pode ser divulgada nova pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial. Cabe ao instituto definir o dia e o horário da publicação.

Lula no ABC – ex-presidente Lula faz campanha em Santo André e Mauá com Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de SP.

Urbanismo – conferência Arq.Futuro discute soluções urbanísticas para grandes cidades. Devem comparecer os prefeitos Fernando Haddad (São Paulo), Gabriel Ferrato (Piracicaba), Paulo Alexandre Barbosa (Santos), Rui Moreira (Porto) e Mark Holland (Kansas City).

Consumo – FGV divulga a Sondagem do Consumidor.

Inflação – FGV apresenta resultado do IPC-S Capitais.

Emprego – Dieese divulga pesquisa sobre emprego e desemprego.

 

5ª feira (25.set.2014)
Dilma e Lula com Agnelo – presidente Dilma Rousseff, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Agnelo Queiroz, governador do DF candidato à reeleição, fazem comício na Praça da Bíblia, em Ceilândia (DF). Às 19h.

Marina no Rio – Marina Silva (foto), candidata do PSB a presidente, visita a Central Única de Favelas, em Madureira, no Rio.

Eduardo Anizelli/Folhapress - 20.set.2014

Aécio no Sul – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Santa Maria e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, em Blumenau, em Santa Catarina, e Pinhais, no Paraná.

Luciana no Rio – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz campanha no Rio e apresenta palestra na UERJ, em São Gonçalo.

Annan em SP – Kofi Annan, Nobel da Paz e secretário-geral da ONU de 1997 a 2006, apresenta palestra em evento de comemoração de 25 anos da agência Heads. No Copacabana Palace, no Rio.

Telefonia – assembleia de acionistas da Telecom Italia decide futuro da TIM Brasil, segunda maior operadora de celular no país. Uma das alternativas estudadas é usar a TIM para comprar a Oi, quarta maior operadora de celular no Brasil.

Eleições na CNC – Confederação Nacional do Comércio elege sua nova diretoria. Estão na disputa o atual presidente, Antonio de Oliveira Santos, que comanda o órgão há 34 anos e busca seu nono mandato, e Orlando Diniz, oriundo da Fecomércio do Rio.

Pesquisa no Legislativo – Interlegis, órgão do Congresso Nacional, promove o I Seminário de Estudos e Pesquisas no Poder Legislativo.

Cobertura política – Vera Magalhães, editora licenciada da coluna Painel, da “Folha”, apresenta palestra na Cátedra de Jornalismo Octavio Frias de Oliveira, do Centro Universitário Fiam-Faam, sobre características e dificuldades da cobertura política. Às 20h, no campus Liberdade da Fiam-Faam.

Construção civil – FGV divulga o INCC e a Sondagem da Construção.

Emprego – IBGE apresenta resultados da Pesquisa Mensal de Emprego.

Moeda – Conselho Monetário Nacional reúne-se em Brasília.

Dívida – Tesouro Nacional divulga resultado da dívida pública federal de agosto.

.

6ª feira (26.set.2014)
Dilma e blogueiros – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, concede entrevista para blogueiros. Às 11h, no Palácio da Alvorada.

Marina em Minas – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha em cidades mineiras.

Aécio em SP – Aécio Neves (foto), candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Guarulhos e São Paulo.

Moacyr Lopes Júnior/Folhapress - 1°.abr.2014

Jorge em Santa Catarina – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente, faz campanha em Tubarão (SC).

Disputa pelo Bandeirantes – Record promove debate entre os candidatos ao governo de SP.

Imprensa – Associação Brasileira de Imprensa realiza eleição interna.

Indústria – IBGE divulga o Índice de Preços ao Produtor nas Indústrias de Transformação.

Comércio – FGV divulga a Sondagem do Comércio.

 

Sábado (27.set.2014)
Dilma no Sul – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, deve fazer comício em Porto Alegre com Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul e candidato à reeleição pelo PT.

Marina em SP – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha na capital paulista.

Jorge no Paraná – Eduardo Jorge, candidato do PV a presidente, faz campanha em Curitiba.

 

Domingo (28.set.2014)
Debate presidencial – Rede Record promove debate entre os candidatos à Presidência da República.

Saúde na Suíça – suíços realizam referendo para decidir se o país deve criar um seguro público de saúde.

 

O blog está no Twitter e no Facebook.


Assim como na Escócia, medo do desconhecido ajuda Dilma no Brasil
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

narrativa do medo funcionou até agora para a petista, que lidera a disputa

ainda assim, Dilma e PT enfrentam em Marina a adversária mais forte até hoje

nunca o 3º colocado numa disputa  foi tão anti-PT como Aécio Neves

Por que os eleitores na Escócia rejeitaram se separar do Reino Unido? Há muitos motivos, mas certamente um dos componentes foi o medo do desconhecido, o temor de que a divisão pudesse, eventualmente, trazer mais problemas do que benefícios.

O medo é um dos sentimentos inconscientes mais presentes no dia a dia de qualquer pessoa. Para simplificar, ninguém atravessa uma rua de olhos fechados. Ninguém desce uma escada correndo no escuro.

Em eleições presidenciais, quando o país está mais ou menos estável (embora com a economia tendo um desempenho medíocre), o medo do desconhecido é relevante na hora em que as pessoas tomam suas decisões.

No Brasil, assim como na Escócia, há um sentimento difuso a favor de mudanças.

Os escoceses acham que contribuem mais com o Reino Unido do que recebem de volta. Ainda assim, a maioria achou que deveria manter as coisas como estão.

Entre os brasileiros, esse desejo a favor de mudanças apareceu com força nas manifestações de junho de 2013. O Datafolha mostra, pesquisa depois de pesquisa, que mais de 70% gostariam de ter uma forma diferente de governo no país.

Mas esses mesmos brasileiros, em grande parte, dão hoje a dianteira para Dilma Rousseff (PT), na disputa presidencial, e para Geraldo Alckmin (PSDB), na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Só para lembrar, o PT governa o Brasil há 12 anos. O PSDB manda em São Paulo há 20 anos.

Há uma contradição apenas parcial entre o desejo de mudança e o voto em políticos tradicionais. Mudar, qualquer um sempre quer. Mas como se faz essa mudança? Há riscos? Pode acontecer de as coisas ficarem ainda piores? Essas dúvidas e sentimentos são explorados “ad nauseam” pelos políticos e por seus marqueteiros em uma campanha. É assim no mundo inteiro onde se adota a democracia representativa de modelo ocidental.

Giuseppe Tomasi di Lampedusa, em “O Leopardo”, estava certíssimo ao formular uma de suas frases mais conhecidas: “Se queremos que tudo permaneça como está, é preciso que tudo mude”.

No Brasil, no atual ciclo eleitoral, a equipe de marketing de Dilma Rousseff preparou uma bateria de comerciais sobre como poderia ser (no entender dela e do PT) uma eventual administração Marina Silva.

É o chamado processo de “desconstrução” da candidata a presidente pelo PSB. Quando se observam as curvas da pesquisa Datafolha realizada nos dias 17 e 18 de setembro, nota-se uma tendência a favor de Dilma e negativa para Marina. Eis os gráficos:Datafolha-1oturno-17-18set2014

Dilma Rousseff (PT) lidera com 37%. É seguida por Marina Silva (PSB), com 30%. Num distante terceiro lugar está Aécio Neves (PSDB), com 17%.

A taxa de brancos, nulos e a dos que ainda dizem não saber em quem votar está compatível com esta fase da campanha, comparando com eleições anteriores –13% estão nessa categoria. Em geral, quando esses brasileiros resolvem escolher alguém em quem votar, o grupo de divide na mesma proporção das intenções de voto de cada candidato no dia da eleição.

NARRATIVA DO MEDO
Muitos políticos e analistas não gostaram do tom das propagandas de Dilma Rousseff na TV. Houve comparação da pessebista com Jânio Quadros e com Fernando Collor. Insinuação de que um Banco Central independente tira a comida do prato dos mais pobres. Que o pré-sal seria relegado a segundo plano. E que haveria menos dinheiro de bancos públicos para programas como o Minha Casa, Minha Vida.

A campanha de Marina Silva reagiu. Disse que tudo era mentira.

Do ponto de vista estritamente legal, não houve crime eleitoral. O Tribunal Superior Eleitoral julgou improcedente um pedido de direito de resposta de Marina Silva em relação ao comercial dilmista sobre os riscos de conceder autonomia ao Banco Central.

A esta altura da campanha, parece comprovada em parte a eficácia da “narrativa do medo” usada pelo marqueteiro do PT, João Santana. É inegável que o efeito foi positivo (ainda que limitado) para Dilma Rousseff.

Para julgar o impacto da estratégia dilmista, entretanto, é necessário considerar o cenário da corrida presidencial de 2014: a) cerca de 70% dos eleitores brasileiros dizem desejar mudanças; b) a economia sob Dilma Rousseff, não importa a métrica usada, apresenta um desempenho sempre muito ruim ou medíocre; c) a presidente é uma política pouco loquaz (para dizer o mínimo) e seu carisma tende a ser zero; d) surgiu uma adversária respeitável, Marina Silva, com ares sacralizados depois da morte de Eduardo Campos.

Marina é, sem chance de errar na assertiva, a adversária mais forte que o PT enfrenta desde que ascendeu ao poder federal.

Em meio a todo esse ambiente adverso, Dilma Rousseff nunca chegou a perder votos dentro daquele um terço do eleitorado que há mais de uma década estacionou no petismo. Mais do que isso, a presidente agora mostra que está se aproximando de um patamar superior nas intenções de voto.

O que aconteceu nos últimos 30 dias? A presença maciça dos candidatos na TV e os comerciais no horário eleitoral –e, mais recentemente, os filmes negativos que bateram em Marina Silva para tentar desconstruir a imagem da pessebista.

Em resumo e de forma bem direta, só há uma conclusão (pelo menos, por enquanto): Dilma Rousseff melhorou sua posição nas pesquisas porque bateu em Marina Silva.

Pode-se, é claro, discutir o tamanho desse impacto. Ou se essa estratégia é sustentável até o final do 2º turno. Antes de elaborar a respeito desses tópicos, vale a pena verificar como estavam as pesquisas de intenção de voto para presidente nesta mesma época em todos os ciclos eleitorais anteriores desde 1994:

A-2-semanas-do10turno-20set2014

Como se observa, quem estava à frente numa simulação de 2º turno nesta mesma época em 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010, acabou vencendo a disputa.

Ocorre que desta vez ninguém está à frente. Há um empate técnico entre Marina, com 46%, e Dilma, com 44%.

É possível inferir que Dilma continuará a recuperar terreno numa velocidade de 2 pontos percentuais por semana? Impossível saber. A petista de fato fez o que estava ao seu alcance até agora. Daqui para a frente, esta eleição continua sem um desfecho claro, pelas suas especificidades.

É útil analisar o que Dilma e Marina têm de pontos a favor e contra.

DILMA E SUAS ARMAS
Os principais ativos de Dilma Rousseff são os seguintes: a) a força do governo e de suas alianças formais pelo país; b) a equipe de marketing mais bem estruturada na comparação com as outras campanhas; c) a aversão ao desconhecido que parte do eleitorado nutre a respeito de Marina Silva; d) a força do PT em momentos decisivos, quando o instinto de sobrevivência do partido fala mais alto e militantes vão para as ruas para empurrar seus candidatos na reta final de uma eleição.

Em teoria, todos esses fatores somados podem fazer com que Dilma acabe suplantando todas as dificuldades. Mas é também necessário confrontar tudo isso com as ferramentas que Marina tem a seu favor.

MARINA E SUAS ARMAS
A candidata do PSB parece ter desidratado um pouco nos últimos 20 dias. Mas para quem tem apenas cerca de 2 minutos na TV, chega a ser quase inacreditável que ela continue com 30% das intenções de voto. Ainda mais considerando-se que sua campanha inteira foi redesenhada há cerca de 30 dias, depois da morte de Eduardo Campos (em 13.ago.2014).

Marina tem alguns fatores que jogam a seu favor. A saber: a) ela é a candidata que mais incorporou em sua narrativa o desejo de mudanças expresso nas manifestações de junho de 2013. Quando fala de uma “nova política”, está falando aos milhões de brasileiros que não toleram mais assistir todas as noites aos telejornais mostrando as mesmas caras de políticos antigos em Brasília; b) no eventual segundo turno contra Dilma, os tempos de propaganda eleitoral na TV e no rádio são iguais, com cada uma das candidatas recebendo 10 minutos; c) o PT enfrenta cenários adversos nos 2 principais cenários do Nordeste, Bahia e Pernambuco; d) o terceiro colocado da eleição deste ano deve ser Aécio Neves (PSDB), cujo eleitorado é preponderantemente anti-PT, anti-Lula e anti-Dilma. Nas 3 últimas eleições presidenciais (2002, 2006 e 2010), os terceiros e quartos colocados tinham eleitores mais propensos a votar no candidato no PT (Anthony Garotinho, Ciro Gomes, Heloisa Helena, Cristovam Buarque, Plínio de Arruda Sampaio e Marina Silva). Não será simples para Dilma Rousseff ter os votos de eleitores aecistas mais adiante.

É bem verdade que Aécio Neves tem feito uma propaganda forte contra Marina Silva nas últimas semanas (“Marina é a Dilma com outra roupa”). Ainda assim, não está claro se o eleitorado do PSDB –possivelmente perto de 20% dos votos válidos nesta eleição– vai preferir dar mais 4 anos ao PT no Palácio do Planalto ou se vai arriscar uma novidade, apoiando a candidata do PSB no 2º turno.

A decisão dos aecistas –e de muitos outros eleitores– vai depender de como Marina Silva reagirá nas próximas duas semanas (até o 1º turno, em 5.out.2014). Se a pessebista demonstrar fragilidade excessiva e entrar muito desidratada na fase final da campanha, a profecia de que ela não tem como ganhar vai se autocumprir.

Como se observa na tabela acima deste post, nunca um candidato que entrou no 2º turno muito atrás nas pesquisas conseguiu reverter o quadro para vencer a disputa.

Desde a semana passada, Marina Silva resolveu reagir dentro do campo em que se dá melhor: o da emoção. No sábado (13.set.2014), ela começou a mostrar sua artilharia. Mais recentemente, falou sobre como foi sentir fome quando era criança no Acre, seu Estado natal. Todas as pesquisas internas das campanhas presidenciais indicam que esses comerciais tiveram impacto positivo para Marina.

É claro que ninguém faz campanha até o último dia apenas provocando emoção nos eleitores ao relatar uma infância difícil. Mas essa foi uma amostra grátis de como será Marina no 2º turno, quando terá reforço na campanha de TV e rádio –hoje basicamente sob o comando de Diego Brandy, que trabalha com poucos recursos e tempo exíguo. O cineasta Fernando Meirelles deve ser incorporado ao time em breve.

Ocorre que Marina precisa também dissipar o medo do desconhecido que existe no eleitorado em relação a ela. Nesse caso, seus programas e exposição midiática terão de encontrar uma narrativa que satisfaça aqueles que estão hoje em dúvida. Não é fácil, embora tampouco seja impossível.

E COMO FICA O PSDB
É importante fazer um último registro antes que tucanos se irritem e digam que o próprio Aécio tem chances de ir ao 2º turno. Tudo ainda é possível numa eleição tão cheia de surpresas como a atual. É claro que, tecnicamente, qualquer um dos 11 candidatos inscritos na corrida pelo Planalto pode chegar à rodada final de votação.

Mas a história recente das disputas presidenciais mostra que seria um fato realmente muito inaudito ver o candidato hoje com 17% conseguir passar ao 2º turno. Basta olhar a tabela acima neste post e verificar que isso nunca ocorreu no Brasil.

O segundo turno será realizado, como determina a Constituição, no último domingo de outubro, que neste ano é o dia 26. E tudo indica que o PSDB está fora desse jogo.

A se confirmar esse cenário, Aécio Neves terá sido o candidato a presidente pelo PSDB com o pior desempenho nos últimos 20 anos. O estrago poderá ser ainda maior se ele também registrar um revés em Minas Gerais, com o seu candidato a governador, Pimenta da Veiga, sendo derrotado, como sinalizam as pesquisas.

Tudo considerado, esta é a eleição presidencial brasileira mais cheia de possibilidades desde a de 1989. E como não poderia deixar de ser, o desfecho continua completamente indefinido.

O blog está no Twitter e no Facebook.

 


Agora, Dilma diz que Marina vai reduzir Minha Casa, Minha Vida
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Comercial acusa candidata do PSB de querer reduzir “os subsídios dados pelos bancos públicos”

Cenas repetem “narrativa do medo”: financistas tramando contra pequenos produtores e programas sociais

Dilma-ataca-Marina-MinhaCasaMinhaVida-17set2014

O novo comercial da série petista que tenta desconstruir a imagem pública de Marina Silva acusa a candidata a presidente pelo PSB de querer “reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos”.

Como nos dois comerciais anteriores de Dilma Rousseff na sua “campanha do medo” (um sobre autonomia do Banco Central e outro a respeito da exploração do pré-sal), o filme de hoje (17.set.2014) tem 30 segundos e uma lógica simples.

Primeiro, uma assertiva: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”

Em seguida, vem uma “explicação” em tom grave, com música incidental ajudando a criar um clima de medo e insegurança. No caso, pequenos produtores de morango trabalhando em um galpão começam a ver os produtos sumirem. O cenário é de desolação.

Além dos pequenos produtores afetados, diz o comercial, a política de Marina seria “um grande risco para programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o Prouni…”

E a conclusão, na voz de um locutor: “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”.

Eis a íntegra do comercial sobre subsídios a bancos públicos e como isso afetaria pequenos produtores e também programas maiores, como o Minha Casa, Minha Vida:

ANÁLISE
Esses comerciais de Dilma Rousseff estão funcionando? É difícil responder a essa pergunta com precisão. A resposta possível é que algum efeito existe, mas talvez não seja exatamente como esperavam a petista e seu marqueteiro, João Santana.

Por um lado, é inegável que nas últimas duas semanas Dilma Rousseff se segurou nas pesquisas de intenção de voto no 1º turno, sempre ficando numericamente à frente de Marina Silva –embora empatadas na margem de erro. Nas simulações de 2º turno, a petista também reduziu a distância que a separava da pessebista.

Essa reação de Dilma, ainda que tímida, coincidiu com a campanha negativa contra Marina. O PT prefere evitar e rejeita expressões como “discurso do medo” ou “desconstrução”. Dilma e sua equipe dizem que estão fazendo o debate político e apresentando aos eleitores argumentos úteis na hora do voto. Outro eufemismo usado pelos dilmistas é que estão trabalhando para “dessacralizar” a principal adversária.

O fato é que Dilma está se mantendo de maneira sólida acima dos 30% nas pesquisas e até demonstrou, em alguns levantamentos, uma leve recuperação. Também vale registrar que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considerou legal a narrativa usada em um dos comerciais do PT (sobre o Banco Central) e essa decisão deve valer para os demais filmes da série.

Mas se os comerciais funcionam, porque Dilma só fica pouco acima dos 30%, aparentemente sem sair do lugar e sem conseguir alargar a vantagem sobre os adversários?

Aí entra a tese da eficácia limitada dos comerciais de João Santana. Para começar, a propaganda negativa sempre dá mais resultado quando ataca um predicado bem conhecido do político que está sendo alvo.

Exemplo: um candidato é visto como uma pessoa muito honesta e alguém descobre uma prova de que se trata de um ladrão e corrupto. Tal revelação vai ecoar de maneira forte nas mentes dos eleitores.

No caso de Marina Silva, os ataques dilmo-petistas são sobre aspectos que não estão no imaginário popular a respeito da candidata do PSB. Poucos eleitores relacionam Marina com Banco Central (aliás, a imensa maioria nem sabe o que é o BC), com pré-sal ou com “subsídios dados pelos bancos públicos”. Dessa forma, a propaganda de João Santana pode até causar um ruído, mas não um deslocamento de placas tectônicas no eleitorado.

E um comentário extra: quantos dos 142 milhões de eleitores brasileiros sabem definir o que são “subsídios dados pelos bancos públicos” (frase da propaganda de hoje)? Esse é outro problema dos comerciais petistas. Talvez sejam muito elaborados e tenham uma linguagem sofisticada que não esteja ao alcance da maioria dos eleitores.

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial ao que se refere este post:

[cenário: homens e mulheres em trajes sociais discutem em torno de monitores, evocando um ambiente empresarial. Em uma das telas, um gráfico sobre o Minha Casa, Minha Vida].

Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”.

[música incidental de tom grave, quase fúnebre].

[corte para cena de uma pequena empresa com pessoas produzindo e embalando geleia de morango].

Locutor: “…Isso significaria menos financiamento para a agricultura familiar e para a indústria. E um grande risco para programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o Prouni…”.

[corte para os empresários demonstrando preocupação. Uma das telas exibe a foto de formatura de estudantes].

Locutor: “…Ou seja, milhões de brasileiros com menos acesso ao crédito, à educação e à casa própria…”.

[neste momento, os potes de geleia ficam vazios].

Locutor:  “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”.

[câmera volta para a pequena empresa. A mesa fica vazia e os produtores  ficam com expressão de espanto e tristeza].

O blog está no Twitter e no Facebook.


Assembleias de Deus devem anunciar apoio a Marina nesta semana
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Convenção Geral com 44 seções regionais toma decisão a partir da 5ª feira

Marina participa de culto evangélico em templo da Assembleia de Deus no Ceará, durante a campanha presidencial de 2010. Foto: Jarbas Oliveira/Folhapress - 8.ago.2010

Marina participa de culto em templo da Assembleia de Deus no Ceará durante a campanha presidencial de 2010. Foto: Jarbas Oliveira/Folhapress – 8.ago.2010

Pastores da Assembleia de Deus pretendem decidir nesta semana quem apoiarão para presidente da República. A tendência é fechar posição em torno da candidatura de Marina Silva.

A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, que representa as 44 convenções regionais da igreja, planeja receber Marina Silva e Pastor Everaldo, do PSC, a partir de 5ª feira (18.set.2014). Um dos dois será escolhido e o apoio será anunciado em seguida.

“A impressão que eu tenho é que [a decisão] tende para Marina”, diz o pastor Lelis Washington, presidente do conselho político da entidade.

A Convenção apoiou candidatos tucanos nas últimas 3 eleições. Em 2002, José Serra, em 2006, Geraldo Alckmin e em 2010, novamente José Serra. A predileção pelo PSDB não se repetirá neste ano. Marina e Everaldo pertencem à Assembleia de Deus e a igreja se viu diante da tarefa de escolher entre dois de seus próprios fiéis –“um problema que todo mundo gostaria de ter”, segundo Washington.

O Censo de 2010 contou 12,3 milhões de fiéis da Assembleia de Deus. A entidade tem sua própria contabilidade, mais generosa, e estima que 10% da população brasileira –cerca de 20 milhões de pessoas– frequente as suas igrejas.

Nas eleições anteriores, a Assembleia de Deus optou pelos tucanos pois foram eles que “assumiram compromissos com o nosso segmento”, diz Washington. Entre eles, a rejeição de projetos de lei que criminalizam a homofobia e legalizam o casamento gay. Ambos “afetariam a nossa liberdade de culto”, segundo o pastor.

A primeira versão do programa de governo divulgado por Marina Silva previa o apoio à criminalização da homofobia e o casamento gay. Após a reação de parte da comunidade evangélica, Marina recuou e disse que tal trecho havia sido publicado por um “equívoco” na consolidação do texto.

Na pesquisa Datafolha mais recente (de 8 e 9.set.2014), Dilma Rousseff (PT) lidera entre os eleitores que se dizem católicos, com 40% contra 29% de Marina Silva.

Entre os evangélicos pentecostais e os não pentecostais, a liderança é de Marina, com 41% e 44%, respectivamente, contra 32% e 26% de Dilma. Eis a tabela detalhando esses percentuais:

Reprodução

(Bruno Lupion)

O blog está no Twitter e no Facebook.


Poder e Política na semana – 15 a 21.set.2014
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Faltam 20 dias para a eleição de 5 de outubro. E nesta semana Dilma Rousseff e Marina Silva fazem reuniões para receber apoio de artistas e a CPI da Petrobras pretende ouvir Paulo Roberto Costa.

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, visita nesta 2ª feira a Central Única de Favelas, no Rio. À noite, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comanda ato com intelectuais e artistas no Teatro Casa Grande.

Marina Silva, candidata do PSB a presidente, também lidera nesta 2ª feira ato com artistas na Casa das Caldeiras, em São Paulo. Na 3ª feira, reúne-se com jovens empreendedores, também em SP. Na 4ª feira, faz campanha no Rio e, na 5ª feira, em Salvador e Goiás. Na 6ª feira, Marina participa de atividades políticas na baixada santista.

Aécio Neves, candidato do PSDB ao Planalto, faz campanha em Linhares (ES) nesta 2ª feira. À noite, ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, participa de jantar em apoio a Geraldo Alckmin, governador de SP e candidato à reeleição pelo PSDB, organizado pelo empresário João Doria, em SP. Na 4ª feira, Aécio faz campanha na capital paulista e, na 5ª feira, em Itabuna (BA).

Na 3ª feira, Dilma, Marina, Aécio e os demais candidatos à Presidência participam de debate promovido pela CNBB em Aparecida do Norte (SP).

O Ibope terá nova pesquisa sobre a disputa presidencial para ser divulgada a partir de 3ª feira. O levantamento do Datafolha poderá ser publicado a partir de 5ª feira. Cabe aos institutos definir a data e o horário da publicação.

A Petrobras continuará mobilizando o noticiário político. Na 2ª feira, Lula participa de ato organizado por centrais sindicais em defesa da estatal e contra os “ataques contra o pré-sal”, no Rio. O objetivo é mudar o foco das acusações de corrupção na empresa. Na 4ª feira, a CPI da Petrobras pretende ouvir Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal que delatou diversos políticos supostamente envolvidos em desvio de recursos.

Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, volta à arena pública após se aposentar da Corte com 2 palestras nesta semana. Ele fala em congresso em São Paulo na 2ª feira e em Tubarão (SC) na 6ª feira.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (15.set.2014)
Dilma e Lula no Rio – presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, visita a Central Única de Favelas e acompanha lançamento do livro “Um país chamado favela”. Às 15h, no Rio. À noite, Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participam de ato com intelectuais e artistas no Teatro Casa Grande.

Lula e Petrobras – de manhã, Lula participa de ato organizado por centrais sindicais em defesa da estatal e contra os “ataques contra o pré-sal”. Às 10h, na Cinelândia, no Rio. O objetivo é mudar o foco das acusações de corrupção na empresa.

Lula Marques/Folhapress - 29.dez.2010

Marina em SP – Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, participa de ato político com artistas e intelectuais na Casa das Caldeiras, em SP.

Aécio no Espírito Santo – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente da República, faz campanha em Linhares.

Empresários com Aécio e Alckmin – João Doria, do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) organiza jantar em apoio a Geraldo Alckmin, governador de SP e candidato à reeleição pelo PSDB. Aécio Neves, candidato tucano à Presidência, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso devem participar. São esperados mais de 100 empresários. Em SP.

Mantega em SP – Guido Mantega, ministro da Fazenda, vai a seminário promovido pela FGV de manhã. Também participam os economistas Luiz Carlos Bresser-Pereira, Pedro Luiz Passos, Delfim Netto, Nelson Barbosa e Carlos Ivan Simonsen Leal. À tarde, reúne-se com empresários na Confederação Nacional da Indústria, com a presença do presidente da entidade, Robson de Andrade, e o presidente em exercício da Fiesp, Benjamin Steinbruch. Em SP.

Barbosa e Giuliani em SP – Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, apresenta palestra sobre “Estabilidade institucional e desenvolvimento econômico” na abertura do 13º Congresso Internacional de Shopping Centers e Conferência das Américas. Rudolph Giuliani , ex-prefeito de Nova York, fecha o evento com apresentação sobre sua política de “tolerância zero”. No Transamérica Expocenter, em São Paulo.

Substituição de candidatos – último dia para os partidos indicarem novos nomes para as eleições majoritárias. Após essa data, os candidatos só poderão ser trocados em caso de morte.

Tarso de licença – Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, tira licença do cargo para se dedicar exclusivamente à sua campanha. Ele está em segundo lugar nas pesquisas, atrás de Ana Amélia (PP).

Ditadura – Comissão Nacional da Verdade realiza diligência de reconhecimento da antiga Casa Azul, em Marabá (PA), que servia como centro de tortura de envolvidos na Guerrilha do Araguaia. A Comissão também realiza audiência pública com militares perseguidos pela ditadura no Rio Grande do Sul. No Palácio Piratini, com transmissão ao vivo pela internet.

Privatizações – Editora Geração relança o livro “O Brasil Privatizado”, escrito pelo jornalista Aloysio Biondi (1936-2000). Haverá um debate com o jornalista da “Folha” Jânio de Freitas e o economista Luiz Gonzaga Beluzzo. Em SP.

Economia dos EUA – Fed (Banco Central dos EUA) divulga dados sobre a produção industrial norte-americana.

 

3ª feira (16.set.2014)
Debate presidencial – candidatos a presidente de República participam de debate promovido pela CNBB. Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves confirmaram presença. Em Aparecida (SP), às 21h30, com transmissão pela TV Aparecida e outras emissoras.

Marina em SP – Marina Silva, candidata do PSB a presidente da República, reúne-se com jovens empreendedores na capital paulista.

Pesquisas eleitorais – Ibope conclui coleta de dados para pesquisa presidencial. Resultado deve ser divulgado na noite de terça ou na manhã de 4ª feira (17.set.2014), na TV Globo e no jornal “O Estado de S.Paulo”. O instituto também pesquisou intenção de voto para as eleições estaduais em Minas Gerais, Pernambuco, Distrito Federal, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Rondônia.

Sabatina com Lindbergh – jornal “O Globo” promove sabatina com Lindbergh Farias, candidato do PT ao governo do Rio.

Análises eleitorais – Wilson Center, think tank dos EUA com escritório no Brasil, promove seminário sobre a eleição presidencial brasileira. Em Brasília, às 11h, com transmissão ao vivo pela internet.

Supremo julga políticos – está na pauta na 1ª Turma do Supremo uma ação penal contra o deputado Bernardo de Vasconcellos Moreira (PR-MG) e um inquérito contra o senador Cunha Lima (PSDB-PB). Na pauta da 2ª Turma, há um inquérito contra o deputado Paulo César Justo Quartiero (DEM-RR).

Serviços – IBGE divulga resultado da Pesquisa Mensal de Serviços.

Inflação – FGV divulga o IPC-S.

 

4ª feira (17.set.2014)
Marina no Rio – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha no Rio de Janeiro.

Aécio em SP – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha na capital paulista.

Luciana na USP – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, participa de sabatina no DCE da USP.

Paulo Roberto Costa no Congresso – CPI mista da Petrobras pretende colher depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal que delatou detalhes de um suposto esquema de corrupção na Petrobras. O ministro Teori Zavascki, do STF, reconheceu a prerrogativa da CPI de convocar Costa.

Alckmin e o PSB – governador de SP Geraldo Alckmin, candidato à reeleição pelo PSDB, reúne-se com candidatos a deputado do PSB, em Campinas. Beto Albuquerque, candidato a vice-presidente pelo PSB, participa.

Sabatina com Garotinho – jornal “O Globo” promove sabatina com Anthony Garotinho, candidato do PR ao governo do Rio.

Greve na USP – Justiça do Trabalho realiza audiência de conciliação entre representantes dos funcionários e da reitoria da universidade.

Economia – FGV divulga o Iace (Indicador Antecedente Composto da Economia), que busca medir o cenário dos próximos meses para a atividade do país, e o ICCE (Indicador Coincidente Composto da Economia), que capta as condições atuais da economia.

Inflação – FGV divulga o IGP-10.

Estímulos nos EUA – reunião do Fed (Banco Central dos EUA) discute extensão do programa de estímulos à economia norte-americana.

 

5ª feira (18.set.2014)
Marina em Goiás e na Bahia – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha em Goiânia e Salvador.

Aécio na Bahia – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Itabuna.

Luciana no Rio – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, participa de plenária na Unirio.

Pesquisa presidencial – Datafolha encerra coleta de dados de pesquisa nacional sobre a disputa presidencial e aos governos do Paraná e Rio Grande do Sul. Os resultados podem ser divulgados a partir desta 5ª feira, mas cabe ao instituto definir a data exata de publicação.

Tarso e Lula no Sul – governador Tarso Genro, candidato à reeleição no Rio Grande do Sul, e o ex-presidente Lula comandam ato político em Caxias do Sul.

Everaldo em SP – Pastor Everaldo, candidato do PSC a presidente da República, concede entrevistas à Band News e à TV Folha, em SP.

Sabatina com Crivella – jornal “O Globo” promove sabatina com Marcelo Crivella, candidato do PRB ao governo do Rio.

Agricultura em debate – Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, participa de evento organizado pelo jornal “O Estado de S.Paulo” e o Insper, em SP.

Futuro da Escócia – escoceses vão às urnas para referendo que decidirá se o país continua a ser parte do Reino Unido ou ficará independente.

 

6ª feira (19.set.2014)
Marina no litoral paulista – Marina Silva, candidata do PSB a presidente, faz campanha na baixada santista.

Luciana no Rio – Luciana Genro, candidata do PSOL a presidente, faz comício na Cinelândia, no Rio.

Barbosa em Santa Catarina – Joaquim Barbosa, ex-presidente do STF, apresenta palestra em Tubarão (SC) sobre “O Poder e a Ética no Brasil atual”. Na Unisul.

Everaldo em Brasília – Pastor Everaldo, candidato do PSC a presidente da República, faz campanha em Brasília.

Sabatina com Pezão – jornal “O Globo” promove sabatina com o governador Luiz Fernando Pezão, candidato do PMDB ao governo do Rio.

Reforma política – Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) promove o seminário “Desigualdades no Parlamento: sub-representação e reforma do sistema político”. Em Brasília, a partir das 9h.

Agronegócio – IBGE divulga pesquisa do abate de animais, do leite, do couro e da produção de ovos de galinha referente ao segundo trimestre de 2014.

Inflação – IBGE apresenta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15.

 

Sábado (20.set.2014)
Prisão de candidatos – a partir desta data, nenhum candidato às eleições de outubro poderá ser detido ou preso, salvo em flagrante delito.

Nova Zelândia vota – país da Oceania realiza eleições para o Poder Legislativo.

 

O blog está no Twitter e no Facebook.


Na TV, Marina cobra Lula e diz que PT usa “preconceitos” e “mentiras”
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Candidata do PSB faz ataque direto ao ex-aliado e ao PT

Marina-programa-13set2014

Cena do programa eleitoral do PSB de 12.set.2014, no qual Marina cobra PT e Lula

 

A candidata a presidente pelo PSB, Marina Silva, faz hoje sua resposta mais emocionada na TV contra as críticas que vem recebendo nos comerciais de sua adversária, Dilma Rousseff (PT). A pessebista acusa o petismo de usar contra ela “os mesmos preconceitos, as mesmas mentiras” das quais no passado Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo.

Na prática, Marina afirma que hoje Lula e o PT mentem e são preconceituosos contra ela. No programa eleitoral do PSB que vai ao ar hoje, às 13h na TV, Marina começa dizendo que no passado, ajudou a combater os ataques a Lula (pois foi filiada ao PT nos anos 80 e 90).

Eis a fala inicial da candidata do PSB em seu programa:

Eu colocava a camisa do Lula e ia combater cada preconceito que era lançado contra ele: ‘Não tem experiência administrativa, não tem como governar o Brasil, é analfabeto”… Tudo o que é defeito. E a gente ia pra frente de batalha para defender…. Olhe, eu nunca imaginei que eles iriam usar os mesmos preconceitos, as mesma mentiras. Nem criativos são. Não me abalo. O povo brasileiro vai fazer a sua escolha”.

Em seguida vem uma biografia da candidata, exaltando o fato de ela ter sido alfabetizada aos 16 anos. O programa termina com um coro de militantes cantando e batendo palmas: “Olha a Marina chegando, olha a Dilma saindo. Ela tá chegando pra mudar nosso destino. Ela tá chegando pra mudar nosso destino”.

A campanha do PSB está começando a se estruturar mais. O programa de TV deste sábado foi testado em grupos de eleitores antes de ser aprovado para ir ao ar. O impacto sobre as pessoas que assistiram foi considerado bem positivo para reforçar a imagem de Marina nesta fase do processo eleitoral.

O blog está no Twitter e no Facebook.


Dilma recua de 63% para 47% no Nordeste na comparação com 2010
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Queda entre nordestinos põe em risco chance de compensar pouco apoio no Sudeste

Antes reduto do lulo-petismo, região agora tem focos de resistência ao PT

Pernambuco e Bahia serão locais inóspitos para o PT no 2º turno

Neste post, a lista completa com as 27 disputas para governador

As pesquisas sobre intenção de voto para presidente e para governadores mostram que Dilma Rousseff enfrenta uma resistência incomum no Nordeste, região que há mais de uma década havia se tornado um reduto eleitoral muito consolidado do PT.

Quando se compara o desempenho de Dilma na região Nordeste na pesquisa Datafolha de 8-9.set.2014 com outra realizada exatamente há 4 anos, em 8-9.set.2010, nota-se que a petista perdeu 16 pontos percentuais nas suas intenções de voto: desceu de 63% para 47%.

Vencer por larga margem no Nordeste e no Norte permitiu a Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e a Dilma Rousseff, em 2010, terem desempenhos mais modestos em alguns Estados do Sul e do Sudeste.

Por exemplo, Lula perdeu em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e outros 3 Estados em 2006, mas sua ampla votação no Nordeste (77% no 2º turno) garantiu ao petista mais quatro anos no Planalto.

A mesma fórmula foi usada para Dilma. Em 2010, ela perdeu em 11 unidades da Federação, principalmente no Sul e no Centro-Oeste, mas recebeu estrondosos 70,5% dos votos no Nordeste e foi eleita presidente.

Agora, a equação eleitoral petista apresenta alguns defeitos. Eis o quadro das intenções de voto presidencial por região, em 2010 e 2014 (clique na imagem para ampliar):

Arte
Como se observa, Dilma está hoje pior em quase todas as regiões. A exceção é, talvez, o Norte. Não é possível ter essa informação com precisão, pois o Datafolha divulgava os percentuais do Norte e do Centro-Oeste num mesmo grupo pesquisado nos levantamentos de 4 anos atrás.

Outro dado alarmante para Dilma Rousseff é o fato de que deve haver 2º turno na disputa presidencial com um ambiente pouco amigável para o PT nos dois Estados mais relevantes do Nordeste –Bahia e Pernambuco, responsáveis por 43% do eleitorado da região.

Na Bahia, Estado governado há 8 anos pelo petista Jaques Wagner, o cenário é de possível derrota para o candidato governista, Rui Costa (PT). Ele tem 24% das intenções de voto contra 46% de Paulo Souto (DEM). Há sinais de vitória do demista no 1º turno.

Se a disputa de governador na Bahia for liquidada no 1º turno, esse desfecho liberará todas as forças anti-PT para descarregarem suas energias contra a reeleição de Dilma Rousseff no 2º turno. Esse movimento visará a neutralizar um pouco da alta popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Estado.

O mesmo cenário se repete em Pernambuco. O candidato Paulo Câmara (PSB) está em alta, com 39%, contra o nome apoiado pelo PT na disputa pelo governo local, Armando Monteiro (PTB), com 33%. Com ou sem 2º turno entre os pernambucanos, Dilma tende a enfrentar grande resistência. Esse é o Estado natal de Eduardo Campos (1965-2014), cujo grupo político fará tudo o que estiver ao seu alcance para impor uma derrota ao PT.

Só para lembrar, em 2010, Dilma Rousseff foi a mais votada no 1º e no 2º turnos na Bahia e em Pernambuco. Hoje, a situação é incerta, para dizer o mínimo.

Em Pernambuco, Dilma tem hoje 38% das intenções de voto. Marina lidera entre os pernambucanos, com 45%. Na Bahia, Dilma está à frente com 50%. Mas há 4 anos, nesta mesma época da campanha presidencial, a petista tinha 67% em ambos os Estados.

As pesquisas atuais mostram que o voto petista entre nordestinos é hoje menor do que foi em 2010 todos os 9 Estados da região. Eis um quadro com as intenções voto para presidente nessas localidades (clique na imagem para ampliar):

Arte

O quadro acima ajuda a iluminar o que pode ser o cenário do 2º turno na disputa presidencial na região Nordeste. Muitos governadores eleitos ou candidatos favoritos na segunda rodada de votação tendem a fazer campanha contra Dilma Rousseff.

Esse é um ambiente novo para o PT. Em 2006 e 2010, a sigla sob o comando de Lula havia se acostumado a ter a adesão automática de quase todas as forças políticas mais relevantes no 2º turno da eleição presidencial no Nordeste.

Mas esse não é apenas um cenário nordestino. Fica mais fácil entender o que se passa quando se observam todas as disputas de governadores nas 27 unidades da Federação. O desejo de mudança segue forte, como mostra um levantamento atualizado do Blog: só 3 dos 18 governadores que buscam reeleição seriam vitoriosos hoje em 1º turno.

O desejo de mudança nos Estados atinge também o PSB, partido da presidenciável Marina Silva. Os pessebistas têm 4 governadores candidatos à reeleição, mas nenhum é líder isolado. No Espírito Santo e na Paraíba, hoje comandados pela sigla, os candidato da oposição hoje venceriam no 1º turno, segundo as pesquisas disponíveis.

Apenas em 12 Estados a eleição deve terminar em turno único, no dia 5 de outubro. Ou seja, será uma das mais duras disputas em décadas.

Eis como está a disputa nas 27 unidades da Federação, segundo as últimas pesquisas disponíveis:

Arte

Observado o cenário geral, nota-se que o desfecho da corrida presidencial segue incerto. Com os dados disponíveis no momento, há argumentos respeitáveis que podem indicar tanto uma possível vitória da oposicionista Marina Silva como o sucesso da governista Dilma Rousseff.

A favor da petista há o fato de que sua trajetória, no agregado nacional das pesquisas, indica uma ligeira tendência de recuperação (na margem de erro do levantamento). Dilma no momento voltou a ficar empatada tecnicamente com sua principal adversária na disputa, Marina, conforme mostra o levantamento do Datafolha dos dias 8-9.set.2014.

Essa modesta melhora no quadro para Dilma parece ter sido resultado do intenso bombardeio que ela e Aécio Neves (PSDB) desfecharam contra Marina. Foram duas semanas de tentativa de desconstrução do marinisno, o que resultou num aumento da rejeição da candidata do PSB.

A expectativa do PT é que esse processo chamado de “desconstruindo Marina” ainda esteja em andamento nas mentes dos eleitores. No limite, poderá resultar numa candidata pessebista desidratada no início do 2º turno, sem forças para reagir.

Ainda dentro do argumento favorável a Dilma, a petista tem a máquina do governo a seu favor. Só em Brasília, são mais de 20 mil cargos ocupados por pessoas aflitas com a possibilidade de derrota –e da consequência imediata: terem de pedir emprego em prefeituras ou sindicatos ligados à CUT pelo país afora. Vão trabalhar como nunca para ficarem onde estão, reelegendo Dilma.

No 2º turno, o PT também terá o esforço extra de Lula para recuperar o terreno perdido no Nordeste, onde o ex-presidente é muito cultuado e popular. E, por fim, a equipe de marketing contratada pelo PT tem larga experiência em disputas apertadas –João Santana, o marqueteiro, ajudou o partido nas campanhas eleitorais logo depois do escândalo do mensalão.

No extremo oposto desse argumento sobre as chances de Dilma há um raciocínio também consistente a respeito da possibilidade de vitória de Marina.

Para começar, uma pergunta: se tudo o que PT e PSDB fizeram em quase duas semanas resultou na perda de apenas 2 ou 3 pontos percentuais de intenção de voto de Marina Silva, isso significa que a candidata do PSB está sólida no patamar dos 30%, certo? Ou mais: não adianta bater como estão batendo, pois não vai colar esse tipo de crítica em Marina.

Uma das razões para essa espécie de “efeito teflon” que reveste Marina é o vento de mudanças que atinge o país, com os eleitores falando em mudar a política. A candidata do PSB é a que mais incorpora esse sentimento difuso.

Ondas na política têm pouco apelo racional. É quase tudo emoção –e os comerciais petistas contra o PSB tenderiam a ser desprezados, em grande medida, até o final do processo eleitoral.

E quando chegar o 2º turno, como demonstram as pesquisas, há uma tendência natural de muitos eleitores do PSDB –a maioria– migrarem para Marina Silva. Nessa fase da campanha os tempos de rádio e de TV são iguais para as duas candidaturas finalistas. Acaba a preponderância que se vê hoje, com o PT ocupando um latifúndio no horário eleitoral.

Tudo considerado, não há como fazer uma previsão científica sobre qual será o desfecho da eleição presidencial. O que é possível é expor o que mostram as pesquisas e seus diversos cruzamentos –como tentou detalhar este post.

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

Fontes e observações sobre a tabela das 27 disputas de governadores
Colocação dos candidatos: esta tabela reflete a posição de cada candidato do ponto de vista numérico em que aparecem nas pesquisas. Em alguns casos, esse posicionamento não significa que quem está numericamente em primeiro lugar ocupa de forma isolada essa posição, pois deve ser considerada a margem de erro da pesquisa;
Candidatos ocultos: para uma visualização mais clara, nem todos os candidatos nas disputas estaduais estão colocados nesta tabela, que é apenas uma compilação analítica. Todos os candidatos e suas respectivas pontuações podem ser vistos nas tabelas completas na página de pesquisas deste Blog;
Pesquisas: são usadas aqui as últimas pesquisas disponíveis, desde que estejam devidamente registradas na Justiça Eleitoral;
Metodologia compilada: essa coluna contém, pela ordem, o nome do instituto que fez a pesquisa, a data em que foi aplicado o formulário e a margem de erro do levantamento em pontos percentuais;
Eleitorado: fornecido pelo TSE (abril de 2014).

 

O blog está no Twitter e no Facebook.


Marina vai tirar R$ 1,3 tri da educação e da saúde sem pré-sal, diz Dilma
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Propaganda repete discurso do medo usado em filme sobre autonomia do Banco Central

Reprodução

Em mais um comercial de ataque, a campanha de Dilma Rousseff (PT) à reeleição agora faz críticas a respeito de como seria conduzida a exploração do pré-sal num eventual governo que tenha Marina Silva (PSB) como presidente.

A propaganda de Dilma diz que a proposta de Marina para o pré-sal “significaria que a educação e a saúde poderiam perder 1 trilhão e 300 bilhões de reais”. E que “milhões de empregos estariam ameaçados em todo o país”.

O filme de 30 segundos repete a fórmula simples de outro já veiculado no início desta semana a respeito da autonomia do Banco Central.

Na propaganda desta quinta-feira (11.set.2014), o marqueteiro João Santana também começa com uma mesa rodeada por homens em um ambiente empresarial, aparentemente discutindo negócios. O locutor fala que Marina Silva, se eleita, “vai reduzir a prioridade do pré-sal”.

Na cena seguinte, um mulher está com várias crianças estudando em torno de uma mesa. Quando o locutor fala que sem os recursos do pré-sal haverá menos dinheiro para educação, gradualmente vão desaparecendo os conteúdos dos livros. Uma criança se “surpreende” com as páginas que ficaram em branco.

Ao final, os empresários parecem felizes com o desfecho da história. A mulher e as crianças ficam com aparência de desolação e não há mais mais nada à mesa.

Esse comercial sobre o pré-sal e o que tratava de Banco Central fazem parte de uma série de propagandas de 30 segundos que visam a desconstruir a imagem de Marina Silva. A mensagem da campanha de Dilma pretende difundir a ideia de que as propostas de Marina Silva serão ruins para o Brasil. Outros filmes serão veiculados nos próximos dias e semanas.

O objetivo é fazer com que Dilma termine o 1º turno à frente de Marina, mas também que a petista possa entrar no 2º turno com alguma vantagem sobre a pessebista —hoje, a situação é de empate técnico entre ambas no Datafolha.

A estratégia de usar propagandas para tentar desconstruir adversários não é nova nas disputas políticas no Brasil e em outros países. Às vezes, tem resultado. Em maio deste ano, um comercial com o discurso do medo ajudou Dilma a se manter acima de 30% das intenções de voto.

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial:

[cenário: homens discutem em torno de uma mesa, evocando um ambiente empresarial]

Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir a prioridade do pré-sal. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”

[música incidental de tom grave, quase fúnebre]

[corte para uma cena de crianças estudando em torno de uma mesa]

Locutor: “…Isso significaria que a educação e a saúde poderiam perder 1 trilhão e 300 bilhões de reais. E que milhões de empregos estariam ameaçados em todo o país…”

[corte para os empresários apertando as mãos e comemorando]

Locutor: “…Ou seja, os brasileiros perderiam uma oportunidade única de desenvolvimento…”

[neste momento, as páginas do livro usado por uma criança ficam em branco]

Locutor: “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”

[câmera volta para as crianças, agora sem mais nenhum livro à mesa]

O blog está no Twitter e no Facebook.


Se eleita, Marina dará poder aos bancos, ataca Dilma em comercial
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Petista faz forte ataque contra Marina na TV

Propaganda critica autonomia do Banco Central

Comercial-Dilma-BC-9set2014

Em mais um ataque frontal pesado contra Marina Silva (PSB) no horário eleitoral na TV, a presidente Dilma Rousseff (PT) acusa sua adversária direta de propor que os bancos assumam “um poder que é do presidente e do Congresso, eleitos pelo povo”.

A peça de 30 segundos produzida pelo marqueteiro João Santana, e que começa a ser veiculada hoje (9.set.2014) nos intervalos comerciais, mostra uma história simples. Primeiro, aparecem banqueiros felizes numa reunião. Em seguida, surge uma família na hora da refeição. Enquanto um locutor vai dizendo que o poder dos bancos aumentará por causa da proposta de Marina Silva de dar autonomia ao Banco Central, a comida vai sumindo dos pratos e as pessoas ficam com expressões tristes, de desolação.

O locutor do comercial de Dilma diz que a autonomia do Banco Central “significaria entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre sua vida e de sua família… Os juros que você paga… Seu emprego, preços e até salário”. E conclui com uma pergunta: “Você quer dar a eles esse poder?”

Esse comercial faz parte da estratégia de desconstruir a imagem de Marina Silva. Na semana passada, o marqueteiro João Santana já havia produzido uma peça publicitária na qual comparava a candidata do PSB com Jânio Quadros e Fernando Collor, presidentes brasileiros que tiveram pouco apoio no Congresso –situação que supostamente será enfrentada por Marina, caso ela seja eleita.

Agora, começou a fase de tentar atacar propostas objetivas apresentadas por Marina em seu programa de governo –como é o caso da autonomia do Banco Central.

É claro que se trata de uma simplificação com apenas 30 segundos de duração. Mas os comerciais com essa duração não pretendem explicar um tema complexo. O objetivo é apenas plantar dúvidas nas cabeças dos eleitores –e assim subtrair votos do candidato adversário.

Essa tática não tem nenhuma novidade e é usada em eleições em vários países. No Brasil, tem sido comum esse tipo de comercial. Às vezes, surte o efeito desejado, como em maio deste ano (2014), com o comercial com o discurso do medo que ajudou Dilma Rousseff a se manter firme acima dos 30% das intenções de voto.

Eis o comercial de Dilma sobre a autonomia do Banco Central:

 

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial de Dilma sobre Banco Central:

[cenário: homens de terno e gravata discutem em torno de uma mesa, evocando um ambiente do mercado financeiro]

Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai fazer a autonomia do Banco Central. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”

[música incidental de tom grave, quase fúnebre]

[corte para uma cena de uma família em torno de uma mesa, fazendo uma refeição]

Locutor: “…Isso significaria entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre sua vida e de sua família…

[neste momento, uma das pessoas da família, possivelmente o pai, recebe o prato de comida, mas o alimento desaparece]

Locutor: “…Os juros que você paga… Seu emprego, preços e até salário…”

[câmera foca os outros integrantes da família, que começaram felizes e sorridentes, mas agora mudam seus semblantes, que ficam carregados e tristes].

[tela faz corte abrupto para a cena inicial, dos banqueiros, agora todos muito mais sorridentes]

Locutor: “Ou seja, os bancos assumem um poder que é do presidente e do Congresso, eleitos pelo povo. Você quer dar a eles esse poder?”

[câmera volta para a família que estava comendo, agora sem nada mais à mesa, e todos com aparência desolada]

O blog está no Twitter e no Facebook.