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Arquivo : Operação Lava Jato

Edinho confirma reunião com Pessoa no comitê de Dilma, mas nega coação
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Fernando Rodrigues

Ex-tesoureiro admite 3 encontros com dono da UTC

Ministro nega ter pressionado empreiteiro

O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, participa do programa Espaço Público, da TV Brasil. Ele fala sobre os esforços do governo para aprovação das medidas de ajuste fiscal (Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro Edinho Silva (Secom), que prestou depoimento nesta semana

Ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência e tesoureiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva confirmou à Polícia Federal que se encontrou com o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e um dos delatores da Operação Lava Jato, no comitê de campanha de Dilma Rousseff no ano passado.

Edinho prestou depoimento à PF no último dia 05.out.2015, 2ª feira, em Brasília. O ministro negou ter sido apresentado a Pessoa por João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Edinho também disse à PF que não “pressionou” o empreiteiro por doações.

O ministro disse ainda que “desconhecia” os contratos da UTC com a Petrobras quando pediu as doações para Ricardo Pessoa.

Em delação premiada, Pessoa disse que Edinho condicionou a continuidade dos contratos a doações da UTC para a campanha de Dilma. O depoimento de Edinho é relativamente curto e econômico em detalhes.

À PF, Edinho Silva disse ter recebido do tesoureiro de Dilma em 2010, José de Filippi Jr., uma relação com os principais doadores daquele ano. E só então decidiu procurar Pessoa. O ministro afirmou ter realizado 3 reuniões com o empreiteiro. O último encontro teria ocorrido às vésperas do 2º turno da disputa presidencial de 2014.

Edinho também negou ter pedido R$ 10 milhões para a campanha, como disse Pessoa aos investigadores. Teria partido do empreiteiro a oferta de R$ 5 milhões iniciais. Ao todo, a UTC doou R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma.

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Para reduzir ministérios, Dilma quer tirar poder da CGU
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Fernando Rodrigues

Casa Civil, com Mercadante investigado, herdará parte das funções do órgão

Controladoria negocia acordos de leniência da Lava-Jato

CGU ficará fragilizada para aplicar Lei de Acesso à Informação (LAI)

Instância recursal da LAI pode cair num limbo jurídico

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Moysés Simão, fala à imprensa depois do lançamento novo programa de fiscalização dos recursos públicos federais (José Cruz/Agência Brasil)

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Moysés Simão

Para cumprir a promessa de cortar 10 de seus 39 ministérios neste mês de setembro, a presidente Dilma Rousseff considera retirar o status ministerial da Controladoria-Geral da União (CGU).  A decisão reduz o poder de um dos mais atuantes órgãos responsáveis pela fiscalização e transparência do governo.

O Blog apurou que a decisão deve ser tomada na 3ª (29.set.2015) ou 4ª feira (30.set.2015). As informações são do repórter do UOL em Brasília Victor Fernandes.

O governo elabora uma proposta que transfere funções da controladoria para outros 3 ministérios: Casa Civil, Justiça e Cidadania (pasta que deve ser criada).

Em relação à Casa Civil, seria criada uma secretaria de controle interno que ficaria responsável por auditorias, como as que avaliam os gastos públicos feitos por prefeituras. O titular da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), é no momento investigado por suspeitas de ter usado caixa 2 em campanha eleitoral. Os indícios surgiram durante as investigações realizadas pela Operação Lava Jato.

Para o ex-ministro da Controladoria-Geral da União Jorge Haje, a retirada do status de ministério e a divisão das competências da CGU é um retrocesso. “O status atual é o que permite à controladoria estar no mesmo nível dos outros ministérios. Só assim é possível enfrentar a delicada função de fiscalizar os órgãos dos outros ministérios. Quem propõe o fatiamento das atribuições da controladoria pode estar de olho nisso”, disse ao Blog.

O atual ministro da CGU, Valdir Simão, não quis comentar a possibilidade de sua pasta perder o status de ministério.

A reportagem procurou a Casa Civil para falar sobre a possível herança de atribuições da CGU após as modificações da reforma ministerial. A pasta preferiu não se manifestar. Disse apenas que é o Ministério do Planejamento o responsável pela reforma.

Se confirmada a perda de status da CGU, as análises de acordos de leniência passariam a ser de responsabilidade do Ministério da Justiça. Esses acordos ocorrem quando um infrator decide colaborar em determinadas investigações. Essa modalidade de colaboração tem se dado no curso da Operação Lava Jato.

Críticos à ideia consideram que o monitoramento dos acordos de leniência por parte da pasta comandada por José Eduardo Cardozo (Justiça) poderá levar a uma diminuição das investigações de corrupção. Em alguns casos, como na Lava Jato, há suspeita de participação de integrantes do governo. “Vai tumultuar ou inviabilizar processos de punição das empresas da Lava-Jato”, disse Jorge Haje.

Sem o posto de ministério, há o temor de que a CGU também fique fragilizada para aplicar a Lei de Acesso à Informação. Hoje, o órgão é quem decide sobre os recursos a respeito de decisões de órgãos públicos contrárias a pedidos de acesso a informações produzidas e detidas pelo governo.

Quando qualquer ministério nega-se a fornecer determinados dados ou estabelece um prazo para que algum conteúdo seja mantido em sigilo, é a CGU que analisa os recursos. Se a controladoria deixar de ser um ministério, poderá enfrentar dificuldades para obrigar outras pastas a divulgar informações solicitadas.

Desde maio de 2012, quando a Lei de Acesso entrou em vigor, a Controladoria-Geral da União (CGU) registrou uma média mensal de 7,5 mil pedidos solicitados. 98,24% dos requerimentos foram respondidos no tempo médio de 14 dias.

Com as mudanças que podem ser adotadas nesta semana, recursos para contestar o não fornecimento de dados pelo governo correm o risco de cair em um limbo jurídico. A lei estabelece o prazo de 20 dias, prorrogáveis por mais 10, para que as solicitações sejam atendidas. Se o órgão ao qual foi solicitada a informação não fornecer o dado de maneira definitiva no prazo, a instância recursal é a CGU.

Se perder o status atual, a CGU ficará hierarquicamente inferior a todos os outros ministérios e não terá como julgar um órgão estatal que está superior a ela no organograma federal. Tudo poderá ser resolvido com a designação de algum outro ministério para ser a instância recursal no caso da Lei de Acesso à Informação, mas haverá um dificuldade operacional nessa transição para que a norma seja cumprida de maneira fluida.

Desde quando a lei entrou em vigor, em 2012, a CGU já recebeu 3.529 recursos por causa de recusa de outros órgãos do Poder Executivo.

HISTÓRICO e PROTESTOS
A Controladoria-Geral da União (CGU) foi criada em 2001 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Chamava-se à época Corregedoria-Geral da União (CGU-PR) e era ligada diretamente à Presidência da República.

Foi uma resposta de FHC a uma série de acusações de ilegalidades que estariam ocorrendo em sua administração. Aos poucos, a CGU foi ganhando robustez. Em março de 2002, agregou à sua estrutura a Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) e a Comissão de Coordenação de Controle Interno (CCCI). Também foram transferidas para a CGU em 2002 as competências de ouvidoria-geral, até então vinculadas ao Ministério da Justiça.

Com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro de 2003, a CGU passou a se chamar Controladoria-Geral da União. O titular nomeado foi o ex-governador da Bahia Waldir Pires e o cargo recebeu o status de ministério.

A CGU hoje é tida como um organismo de Estado na área de correição interna da administração pública federal. A possibilidade de desmonte do órgão levou a vários protestos desde o fim de semana. A União Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle da CGU publicou uma nota no domingo (27.set.2015). Nesta 2ª feira, houve protesto em frente ao Palácio do Planalto, como mostra a foto a seguir:

Protesto-CGU-28set2015

Protesto contra a retirada de status de ministério da CGU, em frente ao Planalto

p.s.: este post foi atualizado às 13h34 de 28.set.2015.

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“Lula Inflável” fará viagem pelas principais capitais do país
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Fernando Rodrigues

Boneco de 12 metros representa ex-presidente preso

Hoje, exibição foi em vários locais em São Paulo

Telejornal da Globo fechou cortina para não mostrar

Rio, Curitiba, BH, Fortaleza e Vitória receberão personagem

"Lula Inflável" foi erguido duas vezes nesta 6ª feira em São Paulo / Foto: (Foto: Douglas Pingituro / Brazil Photo Press/Folhapress)

“Lula Inflável” foi erguido duas vezes nesta 6ª feira em São Paulo

O boneco de 12 metros de altura, que representa o ex-presidente Lula preso, apelidado de “Lula Inflável” e “Pixuleco”, deve percorrer as principais capitais do país nas próximas semanas. A figura foi criada para ser exposta em Brasília durante protesto contra o governo federal nas manifestações de 16.ago.2015. A imagem do ex-presidente com roupa de presidiário e preso a uma corrente viralizou nas redes sociais. As informações são do repórter do UOL em Brasília Victor Fernandes.

Em São Paulo, primeira parada da exposição itinerante, o boneco foi colocado hoje (28.ago.2015) na ponte Octavio Frias de Oliveira, a ponte estaiada, na zona sul, e em frente à Prefeitura, no Viaduto do Chá.

Durante exibição do telejornal “Bom dia São Paulo“, hoje pela manhã, a TV Globo optou por fechar a cortina do estúdio para não mostrar o boneco exibido na ponte estaiada, cartão postal da cidade, usado como cenário dos programas jornalísticos da emissora.

Eis um “frame” do “Bom Dia São Paulo” na manhã de hoje (28.ago.2015). Clique na imagem para ampliar:

Direção do "Bom dia São Paulo", da TV GLOBO, optou por fechar cortinas para não mostrar boneco / Foto: TV Globo / Reprodução

“Bom dia São Paulo”, da TV Globo, hoje com as cortinas fechadas

A ideia de criar o boneco do ex-presidente foi do grupo Movimento Brasil. A exposição em São Paulo é coordenada também pelo Movimento Brasil Melhor e S.O.S Brasil. Segundo Ricardo Honorato, coordenador do Movimento Brasil no Distrito Federal, a previsão é de que todas as capitais brasileiras participem dos atos. “Não vamos divulgar as datas em que as cidades receberão o Pixuleco, pois o intuito é causar surpresa e evitar risco de retaliação de grupos contrários à ideia”. Adiantou, no entanto, que Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Fortaleza e Vitória já têm eventos confirmados.

Hoje, o boneco acabou danificado durante sua exposição em São Paulo.

No domingo (30.ago.2015), o personagem será levado à Avenida Paulista, em frente à sede do Tribunal de Contas da União.

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Maioria da Câmara diz defender permanência de Cunha
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Fernando Rodrigues

10 dos 19 líderes de bancadas afirmam apoiar peemedebista

Só a bancada do PSOL, de 4 deputados, pede o afastamento

Pelo menos no discurso, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tem apoio da maioria das bancadas da Câmara para continuar no cargo de presidente da Casa. Enquete do Blog apurou que 10 dos 19 líderes de bancadas declaram que deve prevalecer a presunção de inocência, mesmo após Cunha ter sido denunciado ao STF pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.

Apenas o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), disse que Cunha deveria se afastar do cargo caso fosse denunciado pela PGR. As perguntas foram feitas no começo deste mês. Os outros 8 líderes não comentaram o assunto. A apuração é dos repórteres Mateus Netzel, Victor Fernandes e André Shalders.

O Blog apresentou aos líderes partidários uma pergunta objetiva, indagando se a “presunção da inocência” deveria valer mesmo se a denúncia contra Cunha fosse formulada com provas materiais contundentes. O quadro a seguir mostra as respostas (clique na imagem para ampliar):

enquete

O clima é de ansiedade no Congresso desde o começo da tarde desta quarta (19.ago.2015). O mundo político quer conhecer o teor da denúncia de Janot contra Eduardo Cunha. Se a peça trouxer novas provas materiais, o apoio dos congressistas pode evaporar rapidamente, apesar de muitos negarem essa possibilidade em público.

O tema foi tratado numa reuniã0 dos líderes de oposição hoje no começo da tarde, onde a maioria se disse contra a saída de Cunha. O assunto voltará a ser discutido na manhã desta 5ª feira (20.ago.2015), numa reunião de partidos à esquerda como PDT, PT e PC do B.

A enquete do Blog também questionou os deputados sobre a hipótese de Eduardo Cunha deixar do cargo. Apenas Fernando Coelho Filho (PSB-PE) disse que a presidência da Câmara deveria continuar com o PMDB. Líderes do PSD, PDT, PC do B, PROS, PPS e PSOL responderam que o cargo pode ser ocupado por deputado de outro partido. Os demais não comentaram.

O Blog também questionou os líderes sobre quem poderia ocupar a presidência da Câmara se Cunha deixasse a função. Foram citados os nomes de Júlio Delgado (PSB-MG), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Miro Teixeira (PROS-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP).

No Planalto, o assunto vem sendo debatido de maneira muito reservada. Numa eventual troca de comando da Câmara, o consenso no governo é que tudo deverá ser feito para apoiar o PMDB na escolha do novo nome. Seria necessário encontrar um deputado que pudesse atender a vários grupos peemedebistas, mas sobretudo o do vice-presidente da República, Michel Temer, e o do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, um dos principais interlocutores da presidente Dilma Rousseff.

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Janot já tem 20 dos 27 votos na CCJ do Senado
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Fernando Rodrigues

14 senadores revelam seus votos e dão vitória a procurador-geral

Dilma sinalizou que pretende indicar Janot para ser reconduzido

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já tem o apoio de 20 dos 27 senadores titulares da Comissão de Constituição e Justiça, onde será sabatinado se for indicado para mais um mandato no cargo.

A equipe do Blog (os repórteres André Shalders, Mateus Netzel e Victor Fernandes) ouviu todos os 27 senadores titulares da CCJ. Entre os 20 senadores que disseram ser a favor da recondução de Janot, 14 permitiram que seus nomes fossem revelados.

Para ficar mais 2 anos no cargo, Janot precisa ser indicado pela presidente Dilma Rousseff e passar por duas votações secretas no Senado –na CCJ e no plenário da Casa.

A tabela a seguir mostra quais são os senadores da CCJ que já se declararam abertamente a favor da recondução de Janot (clique na imagem para ampliar):

Janot-CCJ-14votos-abertos

Apenas esses 14 nomes já seriam suficientes para a aprovação do nome de Janot na CCJ. É incomum nesses processos que tantos senadores se disponham a declarar o voto antecipadamente, com tanta antecedência –pois a presidente Dilma Rousseff não formalizou a indicação.

Essa expressiva manifestação de apoio entre senadores é mais um indício da força política atual do atual procurador-geral, que conduz no plano federal as investigações sobre políticos envolvidos na Operação Lava Jato.

Ele já foi o mais votado na eleição realizada nesta quarta-feira (5.ago.2015) por procuradores para escolher os nomes que vão compor a lista tríplice de indicados para ocupar a Procuradoria Geral da República pelos próximos 2 anos.

Janot teve 799 votos –foram 288 votos a mais do que em 2013, quando também ficou em primeiro lugar na votação preparada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

Desde a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, em 2003, tem sido tradição o presidente da República indicar para o cargo de procurador o nome mais votado na lista da ANPR. O Palácio do Planalto já sinalizou que vai escolher o nome de Janot para ser referendado pelo Senado.

Depois de passar pela CCJ, Janot enfrentará uma possível situação mais adversa no plenário do Senado –13 senadores são hoje alvo de investigações da Operação Lava Jato.

Um dos investigados, o senador Fernando Collor (PTB-AL), discursou na tribuna ontem (5.ago.2015) e chamou o procurador-geral de “filho da puta”.

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Temor de políticos é delação premiada de irmão e de ex-assessor de Dirceu
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Fernando Rodrigues

O ex-ministro José Dirceu foi preso hoje (3) em Brasília, pela Polícia Federal, na 17ª fase da Operação Lava Jato (José Cruz/Agência Brasil)

José Dirceu, de costas, ao ser preso pela PF em Brasília, na Operação Pixuleco

Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão, e Bob Marques “não aguentam”

Apesar de José Dirceu ser o primeiro preso da Lava Jato que fez parte do alto escalão da administração federal do PT –nos anos de Luiz Inácio Lula da Silva–, a sua detenção já era esperada.

O ex-ministro da Casa Civil foi levado para a sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta 2ª feira (3.ago.2015).

A grande apreensão em Brasília no meio político ligado ao PT e ao governo é sobre outras duas pessoas presas também hoje na 17ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “Pixuleco”. Muitos estão preocupados com as prisões temporárias de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva (irmão e sócio de Dirceu) e Roberto Marques (ex-assessor de Dirceu).

“O Luiz e o Bob não aguentam”
Entre as pessoas que falaram hoje cedo com Dirceu, uma delas disse ao Blog: “O Zé segura a onda. Não vai falar nada. Mas o Luiz e o Bob, não”. Bob é como Roberto Marques é conhecido. Outra observação: “Se o Milton Pascowitch, que era ligadíssimo ao Zé, fez delação premiada… Imagine o Luiz e o Bob”.

Bob é conhecido de todos políticos e jornalistas em Brasília que acompanharam o governo Lula. O então assessor e amigo de Dirceu o acompanhava a todos os lugares e sabia de todos os passos daquele que um dia foi o homem mais forte da administração lulista.

Tanto Bob como Luiz, o irmão preso de Dirceu, são consideradas pessoas sem estrutura psicológica para aguentar muito tempo presos e sem falar o que sabem.

Há duas esperanças citadas hoje por aliados de Dirceu. Primeiro, o fato de Bob e Luiz terem sido presos apenas temporariamente –ou seja, em aproximadamente uma semana podem deixar a cadeia. O segundo ponto é que os dois devem ficar na mesma cela de Dirceu, o que ajudaria a acalmá-los.

O cenário muda se o juiz Sérgio Moro mudar o regime de prisão de Luiz e Bob, de temporária para preventiva. Isso já aconteceu com outros casos na Operação Lava Jato.

STF PRECISA AUTORIZAR
José Dirceu será levado para a carceragem da PF em Curitiba ainda hoje (3.ago.2015), mas só depois de o Supremo Tribunal Federal autorizar essa transferência.

É que o ex-ministro cumpria pena de prisão domiciliar por conta de uma condenação no processo do mensalão –que foi julgado pelo STF. Cabe ao ministro Luís Roberto Barroso conceder a autorização para a remoção de Dirceu de Brasília para Curitiba.

Num caso anterior, de outro preso do mensalão, o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE), o ministro Barroso autorizou a saída dele de Pernambuco para o Paraná, conforme foi solicitado pelas autoridades da Operação Lava Jato.

EXEGESE DE “PIXULECO
Gíria usada no ABC, berço do PT, “pixuleco” é expressão usada para se referir a algo insignificante. Segundo dados da Lava Jato, “pixuleco” era como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto (no momento preso) falava sobre propinas.

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Lava Jato derrubou 1 ponto do PIB, diz Dilma a ministros
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Fernando Rodrigues

Presidente faz reunião fora da agenda para pedir apoio político

Planalto teme derrubada de vetos presidenciais em agosto

Ministro do Planejamento fez avaliação pessimista sobre a economia

Ministro Nelson Barbosa (Planejamento) fez avaliação pessimista sobre o futuro da economia

A presidente Dilma Rousseff reuniu-se com cerca de 10 ministros na tarde de hoje (27.jul.2015) para pedir que ajudem a garantir apoio político no Congresso. A petista quis reforçar a avaliação sobre as dificuldades na economia. Num trecho do encontro no Palácio do Planalto, afirmou que os efeitos da Operação Lava Jato provocaram uma queda de 1 ponto percentual no PIB brasileiro.

A presidente não quis elaborar sobre como calculou a queda de 1 ponto no PIB por causa do escândalo de corrupção na Petrobras. Hoje (27.jul.2015), o boletim Focus do Banco Central trouxe estimativa de queda de 1,76% do PIB neste ano. Há uma semana, o percentual era 1,7%.

Apesar da recessão, “o pior é a instabilidade” política e econômica que o escândalo da Lava Jato provocou, disse a presidente a seus ministros. Esse clima de incerteza se replica por toda a sociedade, influenciando nas decisões dos principais agentes econômicos –o que potencializa o atual momento de paralisia nas atividades.

Essa instabilidade, afirmou a presidente, acabou levando também a várias derrotas do governo no Congresso. “Não fomos derrotados nas votações das medidas provisórias”, disse a petista. Para ela, o problema foram os enxertos que deputados e senadores fizeram –como se diz em Brasília, os “jabutis” colocados em várias MPs votadas recentemente pelo Congresso.

A presidente citou especificamente o aumento dos salários para funcionários do Poder Judiciário, de até 78,5%. Dilma vetou esse dispositivo e falou aos ministros sobre a necessidade de todos conversarem com deputados e senadores para que a decisão seja mantida.

A reunião começou por volta de 15h e terminou às 17h30. O ministro Nelson Barbosa (Planejamento) desenhou um quadro sombrio sobre a economia. Falou sobre a queda da arrecadação e como empresários em épocas de crise usam todos os artifícios disponíveis para pagar ainda menos impostos.

A reunião dos ministros hoje com Dilma foi para alinhar o discurso. A fala de Nelson Barbosa deixou a impressão, para vários ministros, que os indícios de melhora só vão aparecer em 2016. Mas que a economia voltará a crescer, de fato, apenas em 2017.

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PMDB e Planalto começam a pensar em substitutos para Eduardo Cunha
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Fernando Rodrigues

EduardoCunha-Foto-LuisMacedo-Camara-dos-Deputados-ViaFotosPublicas-17jul2015

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ao anunciar o rompimento com o governo, em 17.jul.2015

Assunto é tratado com reserva, mas nomes são analisados

Na lista, Lelo Coimbra, Osmar Terra e Edinho Araújo

Opção considerada é nome mais experiente de outra sigla

Miro Teixeira é o deputado há mais tempo com mandato

O comando do PMDB e o Palácio do Planalto consideram inevitável que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, venha a ser denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Quando a denúncia vier, no âmbito da Operação Lava Jato, haverá pressão para Cunha se afastar do cargo de presidente da Câmara. Se for esse o desfecho, quem no PMDB poderá substituí-lo? Esse debate já começou dentro do PMDB e no Palácio do Planalto.

Por enquanto, a lista dos possíveis substitutos está em formação. Poucos têm relevância na bancada peemedebista atual para tentar construir um consenso.

Caciques peemedebistas citam preliminarmente alguns nomes que poderiam agradar ao PMDB e ao Palácio do Planalto (não necessariamente nessa ordem): os deputados federais Lelo Coimbra (ES), Osmar Terra (RS) e Edinho Araújo (SP), este último atualmente ministro dos Portos.

SAÍDA “ALDO REBELO”
Em 2005, quando Severino Cavalcanti (PP-PE) caiu no caso conhecido como “mensalinho”, a presidência da Câmara foi entregue a um deputado considerado equilibrado e respeitado pelos demais, mas de uma sigla bem pequena: Aldo Rebelo (PC do B-SP).

Aldo hoje não é mais deputado –está sem mandato e é titular do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Quem poderia ser o “Aldo” atual? Não há consenso, mas ouve-se no Planalto e entre peemedebistas o nome de Miro Teixeira, ex-ministro de Lula e hoje filiado ao minúsculo Pros, do Rio.

Miro (que já foi filiado antes ao PMDB, PP, PDT, PPS e PT) tem 70 anos e foi eleito pela 11ª vez em 2014. É o deputado federal em atividade com mais mandatos.

REAÇÃO DE EDUARDO CUNHA
O que não se encaixa nessa equação preparada pela cúpula do PMDB e pelo Planalto é o fato de Eduardo Cunha estar decidido a não sair de sua cadeira se e quando for denunciado por Rodrigo Janot.

“Quem é denunciado não é réu. Primeiro, o Supremo terá de aceitar a denúncia. Eu já fui réu outra vez, mas fui absolvido depois. Vai prevalecer a presunção da inocência”, diz Cunha a quem o pergunta sobre o tema.

Cunha vai resistir até o fim. Na semana que vem, começa na segunda-feira (27.jul.2015), participará do evento em São Paulo “Almoço-Debate Lide”, cujo tema é “Democracia participativa e relação com a sociedade civil”. O Lide é comandado pelo empresário João Dória, que em 2007 articulou o movimento Cansei para pregar o “fora, Lula!”.

P.S. (18h00): muitos políticos telefonaram para o Blog depois da publicação deste post. Por meio de sua assessoria, o vice-presidente da República, Michel Temer, pede que seja registrado que ele não participa dessas conversas nem dessas articulações sobre a eventual substituição de Eduardo Cunha na presidência da Câmara.

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FCB e Borghi Lowe dizem colaborar com autoridades
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Fernando Rodrigues

Agência Heads, do Paraná, nega participação em esquema

O Blog contatou as agências de publicidade citadas no post “Agências na Lava Jato tiveram R$ 969 mi de publicidade nos anos Dilma”

A seguir, as respostas recebidas.

FCB BRASIL

O que motivou o crescimento expressivo da FCB Brasil na obtenção de contratos com o governo federal de 2011 a 2014?
Em 2011 atendíamos uma única conta de governo – Banco Central – e que era pequena. Em 2014 voltamos a atender uma única conta de governo – Petrobrás, junto com outras 2 agencias (a NBS e a Heads) – e que era maior que a anterior. Nunca atendemos mais que uma conta de cada vez.

Como a FCB Brasil responde à acusação ter pago R$ 311 mil a uma empresa fantasma do ex-deputado federal André Vargas (PR) em 26 de fevereiro de 2014?
A FCB Brasil esclarece que solicitou o pagamento efetuado pela O2 Filmes à LSI e lamenta que a produtora tenha tido seu nome exposto por esse fato. A transferência do crédito de fornecedor de produção a uma terceira empresa foi feita sem examinar adequadamente a propriedade dessa empresa.

Esta forma de pagamento foi uma solicitação de Ricardo Hoffman à FCB, como remuneração devida a ele por um único projeto de consultoria. Ações corretivas já foram tomadas pela FCB com relação a esse fato único e isolado. Estamos à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos que forem necessários.

 

BORGHI LOWE (MULLEN LOWE)

O que motivou o volume expressivo de obtenção de contratos pela Borghi Lowe com o governo federal de 2011 a 2014?

Como a MullenLowe responde à citação do ex-diretor do seu escritório em Brasília, Ricardo Hoffmann, na Operação Lava Jato?

Esclarecemos que:

Ricardo Hoffmann é ex-diretor geral do escritório de Brasília e foi desligado da agência no final do ano passado, após os primeiros indícios de transações impróprias de uma investigação ainda em curso. Estamos cooperando ativamente com as investigações em andamento e continuaremos a fazê-lo.

A agência não permite o recebimento de bonificação por indicação de fornecedores, como produtoras de vídeo e áudio, na relação comercial com qualquer cliente, seja do setor público ou privado. Acreditamos que a indicação dos melhores fornecedores é uma obrigação, sendo parte integrante do processo de criação e produção de boas campanhas.

Aproximadamente 85% do valor dos contratos refere-se ao investimento para a veiculação de mídia. O restante é destinado à produção das campanhas, além da remuneração dos profissionais da agência envolvidos no atendimento da conta publicitária. A agência se remunera pelo bônus de volume da veiculação de mídia. Isso é válido para todos os nossos clientes, conforme as normas-padrão da atividade publicitária.

 

HEADS

O que motivou o crescimento expressivo da Heads na obtenção de contratos com o governo federal de 2011 a 2014?

O crescimento é explicado, principalmente, pela conquista da conta da Caixa Econômica Federal, em março de 2013. Trata-se da terceira maior instituição financeira do País, com quase R$ 1 trilhão em ativos, quarto maior anunciante do Brasil e com muitos investimentos em produtos disputados por todo o setor bancário. É importante esclarecer que, ao longo de seus 26 de anos de história, a Heads participou de 55 licitações públicas e ganhou apenas quatro do governo federal, sendo a Caixa uma delas. A Heads tem hoje 29 clientes, sendo 27 do setor privado e dois do setor público.

Segundo reportagem publicada pela revista “Veja” em abril de 2014, a Heads teria um “esquema” com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo”. Como a Heads responde a esse relato?
A Heads não faz parte, e nunca fez, de qualquer esquema. Sobre essa citação em reportagem de ‘Veja’, dois esclarecimentos: 1) A ex-ministra Gleisi declarou, em entrevista recente à ‘Folha de S. Paulo’, feita pelo próprio Fernando Rodrigues, que conhece o controlador da Heads, mas que “nunca teve nenhum serviço prestado pela agência, que nunca a assessorou em nada”. 2) A revista ‘Veja’, na semana seguinte à publicação da citada reportagem, veiculou na seção de carta dos leitores a carta anexa (reproduzida abaixo).

Reprodução

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Crise da Lava Jato faz Mercadante cancelar ida aos EUA
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Fernando Rodrigues

Mercadante-Foto-JoseCruz-AgenciaBrasil-01abr2015

O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que cancelou ida aos EUA

Chefe da Casa Civil foi citado na delação de Ricardo Pessoa, da UTC

O ministro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, desistiu de viajar hoje (27.jun.2015) para os Estados Unidos com a presidente Dilma Rousseff e colegas de ministério. O cancelamento ocorreu um dia após a revelação parcial do teor da delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da UTC, à Procuradoria-Geral da República.

No depoimento prestado no âmbito da Operação Lava Jato, Pessoa afirmou que foram feitos repasses irregulares de dinheiro a campanhas do PT, entre as quais, a de Mercadante ao governo de São Paulo, em 2010. O ministro da Casa Civil negou ter recebido dinheiro de forma irregular.

O tesoureiro da campanha de Mercadante em 2010, Eduardo Tadeu Pereira, disse que não conhece pessoalmente o dono da UTC. “Não o conheço. Nunca conversei com ele. Não tenho como saber por que ele teria citado a campanha de Mercadante como alvo de caixa 2”, afirmou. Pereira confirmou que a empreiteira doou dinheiro para a campanha, mas disse que o repasse foi informado na prestação de contas.

Diante da crise provocada pelo teor do depoimento de Pessoa, a presidente Dilma Rousseff convocou hoje Mercadante e os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social) para uma reunião emergencial no Palácio da Alvorada, nesta manhã (27.jun.2015).

A reunião atrasou o embarque da comitiva presidencial para os Estados Unidos, que estava agendado para as 9h. A decolagem ocorreu perto de 10h45. Dilma tem uma agenda extensa nos próximos dias. A presidente vai se reunir com o presidente Barack Obama e com empresários para tentar atrair investimentos para o país.

Além de Mercadante, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não embarcou no avião presidencial. Na sexta-feira, ele foi internado em um hospital em Brasília com suspeita de embolia pulmonar. Apesar da gravidade do problema de saúde, o Planalto tem a expectativa de que Levy embarque hoje (27.jun.2015) ou amanhã (28.jun.2015) para os EUA, possivelmente em um voo comercial.

Enquanto Dilma permanece no exterior, a crise política será administrada, dentro do Palácio do Planalto, pelos ministros Aloizio Mercadante e Edinho Silva. Hoje ainda (27.jun.2015), os ministro José Eduardo Cardozo e Edinho Silva devem conceder uma entrevista coletiva para falar sobre as citações ao governo no âmbito da Operação Lava Jato.

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