Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : novembro 2016

PGR acelera em 91% o tempo de análise de processos contra políticos
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Fernando Rodrigues

Janot leva 50 dias para se manifestar em inquéritos

Em 2001, Ministério Público demorava 560 dias 

Dados são de estudo da Fundação Getulio Vargas 

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Procurador–geral da República, Rodrigo Janot

A Procuradoria-Geral da República reduziu o tempo que leva para se manifestar sobre inquéritos que envolvem políticos com foro privilegiado.

O período de “vista à PGR” em inquéritos no Supremo, momento em que o Ministério Público elabora parecer sobre os processos, reduziu 91% de 2001 a 2016.

Hoje, o procurador-geral Rodrigo Janot leva, em média, 50 dias para analisar cada ação.

Há 15 anos, quando a PGR estava sob o comando de Geraldo Brindeiro, o prazo era de 560 dias.

Os dados são de estudo da Fundação Getulio Vargas, ainda em elaboração.

As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

Eis uma tabela com dados dos últimos 15 anos mostrando a média de dias que a Procuradoria-Geral da República demora para se manifestar em inquéritos e ações penais: (clique na imagem para ampliar)

tempo-pgrCerca de 130 inquéritos contra políticos com foro privilegiado foram analisados pela PGR neste ano de 2016. Desses, 17 viraram ações penais. Ou seja, as denúncias foram aceitas.

Manifestações do Ministério Público nesta fase são ainda mais rápidas. Neste ano, cada ação penal recebeu um parecer da PGR, em média, em 23 dias.

O período é 95% menor do que o registrado em 2001, quando apenas 2 pareceres foram requisitados.

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Julgamentos de ações penais no STF estão mais lentos. O Supremo leva, em média, 1.237 dias para julgar esse tipo de processo contra políticos. O número é 23 vezes maior do que o registrado em 2002, quando o prazo era de 65 dias.

A operação Lava Jato é uma das responsáveis pelo retardamento dos julgamentos. Cerca de 230 novos inquéritos e 65 ações penais contra políticos com foro foram abertos no Supremo somente em 2015.

O STF, porém, conseguiu reduzir o tempo médio de tramitação dos inquéritos. Eram 1.297 dias, em 2002. Hoje, são 615.

Eis a média de dias que o Supremo Tribunal Federal demora para julgar inquéritos e ações penais contra políticos:

stfO foro privilegiado é apontado como um dos principais responsáveis pela lentidão dos processos no Supremo. Ministros da Corte defendem publicamente a restrição da prerrogativa como forma de dar celeridade às tramitações dos julgamentos no STF.

[contexto: de acordo com as regras atuais, autoridades de diferentes níveis e esferas de governo têm a prerrogativa de serem julgados em tribunais superiores, diferentemente dos cidadãos comuns. Deputados e senadores, por exemplo, são julgados pelo Supremo Tribunal Federal. Esse tratamento diferenciado é conhecido como “prerrogativa de foro”. Foi instituído, em tese, para evitar que agentes públicos sofressem retaliações e pressões em função do trabalho que desempenham. Quem defende o fim da prerrogativa de foro argumenta que esse dispositivo leva à impunidade ao poupar os políticos de responderem a processos perante a 1ª Instância da Justiça.]

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PRB de Crivella e Russomanno gastou R$ 30 mi do Fundo Partidário na eleição
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Fernando Rodrigues

Valor equivale a 91% do que a sigla receberia em 1 ano do Fundo

Outras legendas usaram menos de 10% desse tipo de recurso

Presidente do PRB, Marcos Pereira, diz que sigla tem mais em caixa

Celso Russomanno (esq.) e Marcelo Crivella, candidatos do PRB em 2016

O PRB gastou o equivalente a quase 1 ano de dinheiro do Fundo Partidário nas eleições de 2016. Segundo o ministro Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços), presidente licenciado da legenda, o pleito consumiu R$ 30 milhões. O valor representa 91% dos R$ 32,9 milhões que o PRB receberá dessa fonte em 2016, excetuando as multas.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

O PRB parece ter usado muito mais o Fundo Partidário do que os outros partidos na eleição de prefeitos deste ano. O PMDB declarou até agora ter investido R$ 5,1 milhões dos R$ 78,4 milhões que receberá neste ano (ou 6,5%). O PT aplicou R$ 4,7 milhões de um total de R$ 95,6 milhões (o equivalente a 4,9%).

O valor total só será conhecido após 19 de novembro, quando termina o prazo para os partidos prestarem contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O dinheiro do Fundo Partidário viabilizou a eleição do senador Marcelo Crivella como prefeito do Rio de Janeiro, no último domingo (30.out). Dos R$ 7,5 milhões usados por ele na campanha, 96% vieram dessa fonte.

Já Celso Russomanno, que foi candidato pela legenda a prefeito de São Paulo, usou R$ 6,2 milhões na disputa. Desse total, 96,7% saíram do Fundo Partidário do PRB. Russomanno começou liderando a disputa, mas acabou derrotado pelo tucano João Doria ainda no 1º turno da disputa.

Mesmo após a gastança eleitoral, Marcos Pereira diz que o partido não terá problemas para fechar as contas. Segundo ele, o PRB ainda tem uma reserva de aproximadamente R$ 20 milhões para tocar suas atividades. O dinheiro seria resultado de aplicações financeiras e estaria sendo guardado desde 2014.

“Vamos continuar tocando o partido como sempre fizemos, com austeridade. Aqui já tem PEC do teto de gastos. Quando terminou 2014, já começamos a juntar para 2016. Aplicamos os 30% da Fundação do partido, os 5% das Mulheres, e investimos o resto”, diz Pereira.

A lei brasileira determina que os partidos destinem pelo menos 30% do dinheiro do Fundo Partidário a uma fundação de pesquisa e divulgação do próprio ideário político. Outros 5% precisam ser direcionados à ala feminina da sigla. Leia aqui a prestação de contas do PRB em 2015.

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Coaf detecta “movimentação atípica” de apenas 31 citados nos Panama Papers
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Fernando Rodrigues

Transações financeiras foram alvo de relatórios do Coaf

Coaf não conseguiu identificar 26 contribuintes citados

Órgão ligado ao Ministério da Fazenda não repassa nomes

Número de casos indica possível incapacidade de apuração

gold-UBS

Barras de ouro com o logo do banco suíço UBS

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações financeiras atípicas de pelo menos 31 pessoas e empresas mencionadas na série de reportagens dos Panama Papers.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Transações bancárias desses 31 contribuintes caíram numa espécie de  “malha fina” do Coaf. Consideradas suspeitas, foram descritas em Relatórios de Inteligência Financeira (os chamados RIFs) e encaminhadas à Receita Federal, ao Ministério Público Federal, ao Banco Central e à Polícia Federal.

O Coaf informou ao Blog que não conseguiu relacionar os nomes de 26 pessoas e empresas citadas com nenhum CPF ou CNPJ.

Os números mencionados pelo Coaf são modestos. Podem indicar uma incapacidade do órgão de fazer as checagens devidas. Por exemplo, o UOL revelou em 3 de abril de 2016 que os Panama Papers revelaram a existência de, pelo menos, 107 empresas offshore ligadas a personagens da Lava Jato –firmas que até aquele momento não tinham sido mencionadas pelos investigadores brasileiros que cuidam das investigações relacionadas ao escândalo da Petrobras.

Em 4 de abril de 2016, o UOL revelou que os Panama Papers mostravam empresas offshore relacionadas a políticos brasileiros e seus familiares com ligação às seguintes siglas: PDT, PMDB, PP, PSB, PSD, PSDB e PTB.

A série Panama Papers, que começou a ser publicada em 3.abr.2016, é uma iniciativa do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), organização sem fins lucrativos e com sede em Washington, nos EUA. Os dados foram obtidos pelo jornal Süddeutsche Zeitung. O material está em investigação há cerca de 1 ano. Participam desse trabalho com exclusividade no Brasil o UOL, o jornal “O Estado de S.Paulo” e a RedeTV!.

No Brasil, os bancos são obrigados a informar ao Coaf sobre qualquer transação bancária de alto valor. Movimentações de quantias superiores a R$ 100 mil em dinheiro vivo também precisam ser relatadas, bem como operações que estejam discrepantes do histórico dos clientes. A maioria não indica a existência de irregularidade. Mas algumas caem na “malha fina” e são checadas por técnicos do Coaf.

NO SWISSLEAKS, FORAM 50 CASOS
O Coaf também realizou esse tipo de apuração após a publicação da série de reportagens SwissLeaks, baseada em informações do banco HSBC da Suíça. Na época, foram encontrados “indícios de ilícitos” relacionados a 50 dos 126 brasileiros cujos nomes foram divulgados na série. Conheça os detalhes aqui.

A MANIFESTAÇÃO DO COAF
Leia abaixo a íntegra da manifestação do Coaf sobre o assunto, encaminhada ao Blog por meio do Ministério da Fazenda:

“As informações que foram veiculadas pela imprensa a partir de abril deste ano divulgaram 80 nomes de pessoas físicas e/ou jurídicas, dos quais 54 identificou-se CPF ou CNPJ e 26 não foi possível identificar CPF. Em relação a esses nomes, o COAF, no âmbito de sua atuação, incluiu na sua base de pesquisa como fonte de mídia. Ainda dentro de suas competências, os casos identificados pelo COAF com alguma atipicidade e passíveis de comunicação, foram comunicados às autoridades competentes.

Dos 54 CPF/CNPJ identificados, 31 constaram em Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) desde a criação do COAF até os dias de hoje”.

Saiba como foi feita a série Panama Papers

Leia tudo sobre os Panama Papers

O que é e quando é legal possuir uma empresa offshore

Participaram da série Panama Papers no Brasil os repórteres Fernando Rodrigues, André Shalders, Mateus Netzel e Douglas Pereira (do UOL), Diego Vega e Mauro Tagliaferri (da RedeTV!) e José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Isabela Bonfim (de O Estado de S. Paulo).

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126 prefeitos eleitos tentam na Justiça retirar informações da internet
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Fernando Rodrigues

Projeto identifica 570 processos de candidatos contra divulgação de informações

Bruno Siqueira é o prefeito eleito de Juiz de Fora (MG) pelo PMDB

Pelo menos 126 dos 5.568 prefeitos eleitos (2,3%) entraram com 185 processos na Justiça para retirar conteúdos da internet.

Durante as eleições deste ano, os candidatos a prefeito foram responsáveis por, no mínimo, 570 processos judiciais contra a divulgação de informações.

Os números são do projeto Ctrl+X, coordenado pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).

As informações são da repórter do UOL Gabriela Caesar.

Os prefeitos eleitos pelo PSDB foram os que mais entraram com ações do tipo: 29. Em seguida, vêm PMDB (22) e PSB (12).

Segundo o levantamento, o peemedebista Bruno Siqueira, eleito em Juiz de Fora (MG), é líder no ranking de pedidos para apagar informações. No total, foram 7 ações na Justiça.

Em 2º lugar, empatados com 6 pedidos cada, estão os prefeitos eleitos pelo PSDB Francis Maris, em Cáceres (MT), e José Auricchio Jr, em São Caetano do Sul (SP).

Eis o ranking com os prefeitos eleitos que mais entraram com ações na Justiça para retirar conteúdos on-line:

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Contas eleitorais de 35% dos candidatos do 2º turno têm saldo negativo
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Fernando Rodrigues

Prefeito do PDT derrotado em Contagem (MG) teve maior custo de voto

Em Belo Horizonte, João Leite (PSDB) informou déficit eleitoral de R$ 5,3 mi

Líder nacional em receita, Roberto Cláudio (PDT) venceu em Fortaleza (CE)

Derrotado no 2º turno, João Leite (PSDB) concorreu a prefeito de Belo Horizonte (MG)

Das 114 prestações de contas de candidaturas do 2º turno, 40 registravam saldo negativo até as 20h30 deste domingo (30.out), segundo dados informados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Os candidatos podem, porém, atualizar os números até 19 de novembro.

As informações são da repórter do UOL Gabriela Caesar.

Aliado do senador Aécio Neves (PSDB), o também tucano João Leite declarou ao TSE ser o candidato com a maior despesa: R$ 9 milhões. A receita foi de R$ 3,7 milhões. O saldo da prestação eleitoral ficou no negativo em 5,3 milhões.

O líder em arrecadação foi o prefeito reeleito de Fortaleza (CE), Roberto Cláudio (PDT). As doações chegam a R$ 8,9 milhões.

Com 53,57% dos votos válidos, o pedetista derrotou no 2º turno o candidato do PR, Capitão Wagner, que recebeu R$ 3,6 milhões para a campanha e terminou o 2º turno com 46,43%.

Por enquanto, o maior custo do voto é de Carlin Moura (PC do B), prefeito de Contagem (MG) que tentou a reeleição mas saiu derrotado. O comunista contratou despesas que somam R$ 3,5 milhões e recebeu 162.440 votos no 1º e 2º turno. Cada voto saiu por R$ 21,41.

Eis, a seguir, duas tabelas (das capitais e das cidades com mais de 200 mil eleitores) com a prestação de contas e o custo de voto, calculado de acordo com dados divulgados pelo TSE até as 20h30 deste domingo (clique nas imagens para ampliar):

capitais-prestacaodecontas-31out2016

interior-prestacaodecontas-31out2016

CONFRONTOS DO 2º TURNO

A cidade gaúcha de Santa Maria registrou a disputa mais apertada. O tucano Pozzobom teve apenas 226 votos a mais que o derrotado, Valdeci Oliveira (PT). Em votos válidos, ficaram assim: 50,08% para Pozzobom e 49,92% para o petista.

Em Guarulhos (SP), o prefeito eleito Guti (PSB) teve a vitória com maior vantagem sobre o adversário no 2º turno das eleições. Eli Corrêa Filho (DEM) registrou 16,5% dos votos válidos. Guti, 83,5%.

A única surpresa nas 18 capitais que participaram do 2º turno foi Belo Horizonte (MG). Alexandre Kalil (PHS) virou o jogo e derrotou o aecista João Leite (PSDB) por 52,98% a 47,02% dos votos válidos.

Em 13 dos 39 municípios do interior que tiveram eleições, os candidatos que estavam atrás no 1º turno terminaram com uma vitória neste domingo (30.out).

Dos 25 candidatos à reeleição que disputaram o 2º turno, 10 saíram derrotados das urnas e 15, vitoriosos. O pior desempenho foi de Carlos Grana (PT) em Santo André (SP), com 21,79% dos votos válidos. O melhor, de Geraldo Julio (PSB) em Recife (PE), com 61,3%.

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STF ignora ação contra exclusão de políticos na repatriação
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Fernando Rodrigues

Prazo para repatriar termina hoje (2ª)

PGR se manifesta pela exclusão dos políticos

Rosa Weber ainda não tomou decisão

Ministra Rosa Weber é a relatora da ação do Solidariedade

Ministra Rosa Weber é a relatora da ação do Solidariedade

O Supremo Tribunal Federal não julgou processo que questiona se políticos, familiares e servidores públicos podem ser proibidos de repatriar dinheiro mantido de forma ilegal no exterior. O prazo de adesão ao programa vence nesta 2ª feira (31.out).

A relatora da matéria na Corte, ministra Rosa Weber, ainda não se posicionou sobre ação ingressada pelo Solidariedade. O partido defende o direito de políticos participarem da repatriação.

Na última 6ª feira (28.out),  a magistrada recebeu manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pela proibição. Janot defende que a Constituição admite tratamento distinto entre cidadãos em alguns casos.

O Solidariedade havia utilizado o princípio constitucional da igualdade como argumento contra a proibição.

Não há previsão de quando Rosa Weber possa tomar uma decisão ou liberar o processo para julgamento. 

As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

O Solidariedade ingressou com uma liminar no Supremo em 6 de setembro, contra artigo da lei que proíbe políticos, familiares e servidores públicos de participarem do programa de repatriação. Segundo os advogados da sigla, a regra viola o princípio da isonomia em matéria tributária.

A ação caiu nas mãos da ministra Rosa Weber. A magistrada determinou, em 15 de setembro, que a Presidência da República, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados se manifestassem sobre o pedido.

O caso chegou à Procuradoria-Geral da República somente em 17 de outubro. Rodrigo Janot reencaminhou a ação ao Supremo 11 dias depois.

O prazo para legalizar ativos mantidos de forma clandestina no exterior  vence nesta 2ª feira (31.out). Até a última 5ª feira (27.out), o programa havia regularizado R$ 152,6 bilhões. A Receita Federal arrecadou, até aquela data, R$ 45,8 bilhões.

CLÁUDIA CRUZ
A mulher de Eduardo Cunha ingressou com uma ação na Justiça Federal de Brasília para poder repatriar recursos ilegais mantidos fora do país. A juíza Diana Maria Wanderlei da Silva, da 5ª Vara da Justiça Federal, negou o pedido.

Uma eventual vantagem da família de Eduardo Cunha e outros investigados na Operação Lava Jato foi o que motivou congressistas a criarem o artigo que proíbe familiares e servidores públicos de aderirem ao programa.

A decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o caso pode não ter validade, já que o prazo para repatriar estará vencido. A discussão da ação não consta nas pautas de julgamentos da Corte no mês de novembro.

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Psol: menos votos que em 2012 e só 2 prefeitos no país
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Fernando Rodrigues

Partido fica sem representantes no G93

Candidatos perdem todas as disputas no 2º turno

Resultado em Belém está nas mãos da Justiça

Marcelo Freixo, candidato do Psol no Rio, participa de comício na Lapa

Marcelo Freixo, candidato do Psol no Rio, participa de comício na Lapa (26.out.2016)

O Psol não elegeu nenhum prefeito no G93, o grupo de 26 capitais e 67 cidades com mais de 200 mil eleitores.

O partido venceu em apenas 2 dos 5.568 municípios brasileiros que tiveram eleição. Candidatos da sigla foram vitoriosos em Janduís e Jaçanã, cidades no Rio Grande do Norte.

A legenda teve representantes em 3 das 57 disputas de 2º turno. Perdeu em todas: Belém, Rio de Janeiro e Sorocaba.

As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

Neste ano, nas disputas para prefeito, o Psol teve menos votos do que nas eleições passadas. O partido foi votado por 2.097.623 eleitores no 1º turno. São 291.078 pessoas a menos do que em 2012.

O número de eleitores da sigla aumentou no 2º turno devido à disputa no Rio de Janeiro. Marcelo Freixo (Psol) acabou derrotado por Marcelo Crivella (PRB). O socialista teve 41% dos votos ante 59% do bispo.

Freixo ganhou 610.238 votos em relação ao 1º turno. Crivella, 842.201. O número de abstenções superou o desempenho do candidato do Psol. Foram 1,32 milhão de ausentes ante 1,16 milhão de votos recebidos pelo candidato derrotado.

Leia detalhes sobre o resultado das eleições municipais no Rio de Janeiro.

Em Belém, o candidato do Psol, Edmílson Rodrigues perdeu a disputa para o atual prefeito, Zenaldo Coutinho (PSDB). O tucano teve 52% dos votos ante 48% de Rodrigues.

A eleição, porém, ainda depende de uma decisão da Justiça Eleitoral. Coutinho foi acusado de utilizar a propaganda institucional da gestão municipal em suas redes sociais em período proibido por lei.

O juiz da 97ª Zona Eleitoral de Belém, Antônio Cláudio Von Lohrman, aceitou denúncia e determinou a cassação do registro da candidatura do tucano. A coligação vencedora recorreu da decisão e aguarda julgamento do Tribunal Superior Eleitoral.

Em Sorocaba, o candidato do DEM, Crespo, venceu Raul Marcelo (Psol). O demista teve 58% dos votos ante 42% do socialista.

VEREADORES
O Psol ganhou apenas 2 vereadores em relação a 2012. Serão 51 a partir de janeiro 2017. Em 2012, a sigla elegeu 49.

O número de votos em candidatos do partido para o cargo aumentou 16%. Foram 1.298.727 neste ano ante 1.115.532 nas eleições passadas.

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Análise: antipolítica venceu e sucessão de 2018 segue indefinida
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Fernando Rodrigues

Principais pré-candidatos ao Planalto têm futuro incerto

Imprevisibilidade cresce com Lava Jato e economia em crise

Ambiente continua propício para chegada de 1 outsider

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Doria, Crivella e Kalil: os 3 representam o discurso da antipolítica

A maior tentação neste momento pós-eleições municipais é analisar “quem ganhou e quem perdeu” para produzir algum vaticínio sobre 2018.

Os números são eloquentes. O PSDB teve uma estupenda vitória nos maiores centros urbanos do país. Elegeu 29 prefeitos nas 93 cidades mais importantes do país (o grupo das 26 capitais e 67 municípios com mais de 200 mil eleitores). Trata-se de 1 recorde histórico para o PSDB.

Já o PT atrofiou barbaramente. Chegou a ter 25 das principais cidades brasileiras em 2008. Agora, conquistou apenas 1 desses municípios –Rio Branco (AC). O petismo foi empurrado para os grotões do país. O PMDB está onde sempre esteve, no centro e pronto para aderir a quem representar perspectiva de poder futuro.

Tudo considerado, de acordo com os dados do primeiro parágrafo, pode-se inferir que o PSDB se qualificou como a grande força para a sucessão presidencial de 2018.

Essa análise não está errada, mas não mostra a floresta completa. Fazer um prognóstico para 2018 usando o resultado das eleições municipais é uma interpretação pedestre da realidade.

O fato mais relevante das disputas municipais de 2016 foi a vitória esmagadora da antipolítica, da negação dos partidos.

Se um estrangeiro chegasse agora ao Brasil e perguntasse como está a política por aqui, bastaria dizer o seguinte: “Analise o perfil dos vitoriosos nas 3 principais capitais da região Sudeste: São Paulo, Rio e Belo Horizonte”.

João Dória é do PSDB e será prefeito de São Paulo. Ganhou dizendo diariamente que não era político, mas sim um “gestor”. No Rio, o vencedor é um bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (PRB). Ele entrou para a política obrigado por sua denominação religiosa. Em Belo Horizonte, o prefeito em 2017 será Alexandre Kalil (PHS), cuja vivência política se deu como presidente do Atlético, um time de futebol de Minas Gerais.

Nunca após a redemocratização do Brasil essas 3 capitais tiveram prefeitos eleitos ao mesmo tempo com discursos tão distantes da política.

Outro dado relevante: o partido médio que mais cresceu no vácuo deixado pelo PT foi o pragmático PSD, de Gilberto Kassab. Sem coloração ideológica definida, essa sigla é o epítome do momento de “delenda política”.

FATORES PARA 2018
É claro que o PT sai muito fragilizado da atual disputa. O partido era o único que ostentava desde 1996 o fato de sempre eleger em cada pleito mais prefeitos e vereadores do que na eleição anterior. Agora, pela primeira vez em 20 anos, os petistas encolheram nos municípios.

A sigla de Luiz Inácio Lula da Silva chegará em 2018 com menos cabos eleitorais nas cidades. Elegeu 2.801 vereadores neste ano. Em 2012, o número havia sido 5.185.

Mas apenas a contabilidade das disputas municipais deste ano não retira o PT do páreo nem garante de maneira incontornável um nome do PSDB como favorito em 2018 na corrida pelo Planalto.

Assim como em 1989 o país passou por uma grande ressaca após o Congresso constituinte e a crise da hiperinflação sob José Sarney, agora o momento evoca aquele período.

É claro que ainda faltam 2 anos até o momento da escolha do próximo presidente. Mas os efeitos da recessão atual não vão se dissipar tão cedo. O impacto da Operação Lava Jato continuará a jogar os partidos e os político numa vala comum, favorecendo discursos como os de João Doria, Marcelo Crivella e Alexandre Kalil.

Todos os principais nomes de pré-candidatos a presidente em 2018 estão, de uma forma ou de outra, contestados pelo resultado final das disputas de 2016. Lula, Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin não cabem no figurino do antipolítico preferido pelos eleitores de muitos centros urbanos. Sem contar a citação de todos, petistas e tucanos, em escândalos recentes e das mais variadas origens. Os possíveis “outsiders” Ciro Gomes (agora no PDT) e Marina Silva (Rede) tampouco são campeões da novidade pretendida pelos brasileiros que foram votar neste ano. Ciro ficou antigo. Marina não é a “gestora” idealizada nos discursos de Doria e outros.

Há muitos anos o cenário político não era tão propenso para o surgimento de um “outsider”. Não é certo que isso possa ocorrer. Mas em 1988, ninguém imaginava que 1 ano depois um quase desconhecido governador de Alagoas (Fernando Collor) pudesse ser eleito presidente da República.

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Com vitórias do 2º turno, PSDB tem recorde nos maiores centros urbanos
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Fernando Rodrigues

Tucanos ganham 29 cidades com mais de 200 mil eleitores

PT já teve 25 desses municípios (em 2008); agora só tem 1

No país inteiro, PSD, de Kassab, fica como a 3ª maior sigla

PMDB se mantém no topo, mas avança pouco nos maiores centros

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Geraldo Alckmin, que ganhou 12 das 27 maiores cidades paulistas

O maior vencedor das disputas de 2º turno em 57 cidades ontem, domingo (30.out), foi o PSDB. Os tucanos obtiveram a maior vitória de sua história em centros urbanos.

Na soma do 1º e do 2º turnos, o PSDB conquistou 29 das 93 cidades mais importantes do país (o grupo das 93 capitais e 67 municípios com mais de 200 mil eleitores). Nunca um partido teve tantas vitórias assim nesse universo nos últimos 20 anos.

O PT havia conquistado 25 cidades do G93 em 2008. Mas o petismo está em franca decadência. Nesta eleição, ficou com apenas 1 desses municípios –Rio Branco (AC).

O desempenho de cada partido no G93 é importante porque nessas cidades estão 38% dos eleitores brasileiros.

Dentro do PSDB, o maior vitorioso foi o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Além de eleger João Doria como prefeito da capital do Estado ainda no 1º turno, o tucano conquistou outras 11 das 27 maiores cidades paulistas.

Eis o desempenho de cada sigla nesse universo (clique na imagem para ampliar):

tabela-sintese-final

A seguir, em detalhes, duas tabelas com os resultados nas 26 capitais e nas 67 cidades com mais de 200 mil eleitores (clique na imagem para ampliar):

g93-capitas-finalg93-cidades-200mil-eleitores-finalE para terminar a análise sobre o G93, eis a evolução dos partidos nos últimos 20 anos nesses maiores centros urbanos em termos de eleitores governados nessas cidades (clique na imagem para ampliar):

g93-eleitores-governados

No país todo, o PMDB segue como a maior sigla em número de prefeitos. O PSDB vem em seguida. O 3º posto ficou com o PSD, sigla criada em 2011 pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, hoje ministro das Comunicações.

Eis a evolução dos partidos em todo o país:

prefeitos-eleitos-FINAL

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Revés em Belo Horizonte aumenta fragilidade de Aécio Neves em Minas Gerais
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Fernando Rodrigues

PSDB elegeu só 2 nas cidades mineiras mais relevantes

Grupo político do senador perde protagonismo no Estado

Resultado pode influenciar disputa presidencial de 2018

Senador Aécio Neves (PSDB)

Grupo político de Aécio Neves (PSDB) perdeu eleição em Belo Horizonte

A derrota do tucano João Leite em Belo Horizonte confirmou o mau desempenho do PSDB mineiro nas eleições municipais deste ano.

O partido venceu apenas em 2 dos 8 municípios de Minas Gerais no G93, o grupo de 26 capitais e 67 cidades com mais de 200 mil eleitores. Tucanos não tiveram candidatura própria em 5 desses municípios.

As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

A sigla elegeu prefeitos apenas em Contagem e Governador Valadares. Na capital do Estado, Belo Horizonte, João Leite (PSDB) foi surpreendido e derrotado por Alexandre Kalil (PHS).

Nas outras 5 cidades mineiras do G93, aliados de Aécio de outros partidos venceram em Betim, Juiz de Fora e Uberlândia.

Nomes apoiados por tucanos foram derrotados em Montes Claros e Uberaba.

O eleitorado dessas 8 cidades mineiras corresponde a 27% de todo o Estado.

Aécio Neves tentou recuperar o prestígio em Minas Gerais, onde foi derrotado nas eleições presidenciais de 2014. Um bom desempenho nas disputas municipais era considerado vital para o senador pavimentar o caminho de uma nova candidatura ao Planalto em 2018.

A vitória de João Leite em Belo Horizonte era dada como certa entre aliados do tucano. Leite liderou praticamente toda a campanha. Seu adversário, Alexandre Kalil (PHS), era considerado um azarão. O desgaste do grupo político de Aécio Neves no Estado possibilitou a virada.

PALÁCIO DO PLANALTO
Outro tucano que pleiteia disputar a próxima eleição presidencial é Geraldo Alckmin. O governador paulista teve um desempenho exitoso nas eleições municipais em seu Estado. João Doria, candidato bancado por Alckmin desde as prévias internas do partido, venceu as eleições em São Paulo no 1º turno, um feito inédito.

Das 28 cidades paulistas no G93, o PSDB teve 23 candidatos. Mais da metade, 14, venceram. Outros 5 candidatos foram apoiados pela legenda. Desses, 3 foram eleitos.

Aécio e Alckmin despontam como favoritos para representar o PSDB em 2018. O ministro das Relações Exteriores, José Serra, também almeja o posto. Mas hoje tem poucas chances de vencer a disputa interna do partido.

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