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Arquivo : Câmara dos Deputados

Sarney e Marco Maia esperam derrubar decisão de Fux sobre royalties até 4ª feira
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Fernando Rodrigues

Os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS), esperam que o plenário do Supremo Tribunal Federal julgue e revogue até 4ª feira (19.dez.2012)  a decisão provisória (liminar) concedida nesta segunda-feira (17.dez.2012) pelo ministro Luiz Fux –cujo efeito foi suspender uma votação do Congresso que pretendia derrubar um veto da presidente Dilma Rousseff a uma parte da lei que regula a distribuição dos royalties do petróleo.

O agravo contra a decisão de Fux ficou pronto nesta 2ª feira, mas ainda não foi entregue ao STF porque a sessão de protocolo para recebimento desse tipo de ação já estava fechada.

A expectativa de Sarney e de Maia é que o STF julgue o recurso do Congresso na 4ª feira (19.dez.2012), quando será realizada a última sessão deste ano da Corte. Se obtiverem sucesso, os presidentes da Câmara e do Senado cogitam de convocar uma sessão para votar o veto de Dilma na quinta-feira (20.dez.2012) pela manhã.

Há, entretanto, alguns obstáculos a serem vencidos. Primeiro, convencer o presidente do STF, Joaquim Barbosa, a levar o assunto para deliberação do plenário já nesta 4ª feira. Segundo, torcer para que nenhum dos outros ministros se sinta em dúvida e peça vista do processo –o que levaria a decisão para 2013. Por fim, mesmo que tudo der certo, convencer deputados e senadores a permanecerem em massa em Brasília na quinta-feira para derrubar o veto presidencial.

É difícil, mas não é impossível convencer deputados e senadores a trabalhar na 5ª feira, embora muitos já estejam pensando em sair em férias nesse dia para as festas de fim de ano. É que a derrubada do veto presidencial será benéfica para 24 Estados e para o Distrito Federal. Só são a favor da lei dos royalties como foi sancionada as bancadas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, Estados produtores de petróleo.

 

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Oposição usa MP da energia contra governo
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Fernando Rodrigues

PSDB e PPS, em minoria, tentarão desgastar governo na aprovação da Lei da Conta de Luz.

Em minoria na Câmara dos Deputados, os partidos da oposição querem desgastar o governo na próxima 3ª feira (18.dez.2012), quando a Casa deverá terminar de votar a Medida Provisória do setor elétrico (a MP 579 de 2012).

A medida já foi aprovada na última 4ª feira (12.dez.2012), reduzindo preços e redefinindo contratos. Mas a oposição propôs alterações no texto original para que o governo federal abra mão de impostos incidentes sobre a energia: PIS/Pasep e Cofins.

Para constranger a base do governo, a oposição pediu que a votação da mudança, proposta por Arnaldo Jardim (PPS-SP), seja aberta. Ou seja: cada deputado federal deverá dizer se apoia ou não acabar com a tributação sobre a energia. O governo Dilma, que pode perder caixa, é contra. Mas PSDB, DEM e PPS esperam a adesão de governistas constrangidos a votar a favor da manutenção de impostos.

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que a estratégia da oposição não deve vingar, pois a redução do preço da energia já foi aprovado, inclusive com apoio da oposição. “É uma homenagem que a oposição faz à presidente, apoiar a redução da energia”, afirmou ao Blog. Segundo ele, as mudanças pretendidas pela oposição não têm chances de aprovação.

Os oposicionistas revidam dizendo que o fim da cobrança do PIS e Cofins pode aumentar o desconto final na conta de luz em 5%, além do que já foi proposto pelo governo na MP original (estimado inicialmente em torno de 16% para residências e até 28% para indústrias). “É oportunidade de o governo reduzir de forma efetiva, iniciar uma reforma tributária. É uma contribuição também de seu bolso [do governo], não só do bolso dos outros”, disse o líder do PSDB, deputado Bruno Araújo.

Depois de votada na Câmara, a MP da energia deverá ser analisada pelo Senado.

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Poder e política na semana – 19 a 23.nov.2012
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Fernando Rodrigues

Eis os destaques da semana: 1) no STF, continua o julgamento da mensalão já nesta 2ª feira (19.nov.2012) e a posse de Joaquim Barbosa como presidente na 5ª feira (22.nov.2012); 2) a presidente Dilma continua com pendências: deve se posicionar sobre a redistribuição dos royalties do petróleo, sobre a lei de crimes virtuais e sobre a lei que obriga comerciantes a incluírem na nota fiscal o valor dos impostos cobrados; 3) a Justiça mineira começará a julgar o caso do ex-goleiro Bruno, do Flamengo; 4) o relatório final da CPI do Cachoeira será entregue na 3ª feira (20.nov.2012) sem que a comissão tenha acrescentado nada de relevante às investigações; 5) internacionalmente, as notícias mais importantes são sobre o conflito armado entre Israel e o Hamas e outros grupos islâmicos que atuam na Palestina: o Egito faz mediação pelo cessar fogo, mas há chances de os ataques se intensificarem.

Na 2ª feira (19.nov.2012), a presidente Dilma Rousseff fará uma visita oficial a Madri, na Espanha, país no qual está por ter participado, no fim da semana, da Cúpula Ibero-Americana. No mesmo dia, em Minas Gerais, terra da presidente, começará o julgamento do ex-goleiro Bruno, réu no caso da morte de sua ex-namorada Eliza Samúdio.

Em Brasília, também na 2ª feira, o STF retomará a fase final do julgamento do mensalão, em que define as penas dos condenados pelo escândalo. A sessão será presidida por Joaquim Barbosa porque Ayres Britto se aposentou na semana passada.

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), ex-prefeito de São Paulo, aparecerá em destaque nestes dias. Por causa de um escândalo, é claro. A Corte Real de Jersey, paraíso fiscal britânico, divulgou no fim da semana passada sentença que condena empresas relacionadas ao político e a seus familiares a devolver US$ 22 milhões (R$ 45,8 milhões) aos cofres da Prefeitura de São Paulo.

Neste fim de ano, a vida do Congresso girará em torno das articulações para a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, que acontecerão em 1º.fev.2012. Na Câmara, o único deputado que oficializou sua candidatura é Henrique Alves (PMDB-RN), que já tem o apoio de 5 partidos. Nos próximos dias, ele deverá fazer reuniões com outras legendas para conquistar mais apoios.

Sem ter oficializado a candidatura, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) é, até agora, o único oponente de Alves. Ele tem feito reuniões com colegas e também tem procurado bancadas. Mas não conseguiu nenhuma declaração formal de apoio.

No Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) trabalha para voltar à Presidência da Casa e tem o apoio de seu partido e do PT. Mas um grupo minoritário de senadores tenta lançar outro candidato. Articulam essa oposição os senadores Randolfe (PSOL-AP), Pedro Taques (PDT-MT), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PR), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Requião (PMDB-PR) e Luiz Henrique (PMDB-SC), entre outros.

Na 3ª feira (20.nov.2012), o Congresso Nacional produzirá mais uma pizza. O deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira, apresentará seu relatório final e colocará fim aos trabalhos da comissão, que terminou em pizza. Os recursos, funcionários e tempo dispendidos pelo Congresso não acrescentaram nada de relevante às investigações sobre o elo de Cachoeira com autoridades.

Também na 3ª feira, a Câmara dos Deputados deverá ter em sua pauta o projeto do Marco Civil da Internet. Na última semana, deputados não chegaram a acordo sobre o texto –principalmente no ponto sobre a neutralidade da rede– e deixaram a votação para esta semana.

Na 4ª feira (21.nov.2012), a Comissão da Moeda e do Crédito (Comoc) fará sua reunião, em Brasília. Na 5ª feira (22.nov.2012), acontecerá a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), também em Brasília.

Na 6ª feira (23.nov.2012), a Câmara dos Deputados fará uma sessão solene em homenagem ao Dia do Músico.

A seguir, o drive político da semana:

 

Segunda (19.nov.2012)
Dilma na Espanha – presidente fará visita oficial a Madri. Ela vai tirar fotos com estudantes do programa Ciência sem fronteiras, terá reunião com o chefe de governo Mariano Rajoy e almoçará com o rei Juan Carlos I.

Pendências de Dilma – no Brasil, uma série de projetos aprovados pelo Congresso aguardam posicionamento da presidente. Além dos royalties do petróleo e da lei de crimes na internet, agora está na fila o projeto que obriga comerciantes a colocarem nas notas fiscais o valor dos tributos cobrados em seus produtos e serviços.

Mensalão – STF retomará definição das penas dos condenados pelo escândalo. Mas Ayres Britto já não presidirá o Tribunal porque completou 70 anos no domingo (18.nov.2012) e teve que se aposentar compulsoriamente.

Goleiro Bruno – Justiça de Minas Gerais começa a julgar o ex-atleta do Flamengo e outros 4 réus acusados pela morte de Eliza Samúdio.

Barbosa presidente – o novo presidente da Corte será Joaquim Barbosa, ministro relator do mensalão e algoz dos réus. Ele assumirá a Presidência do STF a partir desta 2ª feira, mas a cerimônia de posse, com todas as formalidades, será só na 5ª feira (22.nov.2012).

Deputados em São Paulo – a onda de violência que aflige a capital paulista serve de motivo para congressistas deixarem Brasília e visitarem a cidade nesta semana. Segundo o site da Câmara, integrantes da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado vão “acompanhar as medidas que estão sendo tomadas pelo governo do estado em conjunto com o governo federal para conter a escalada da violência na região metropolitana”.

USP e a ditadura – Faculdade de Direito criará sua própria Comissão da Verdade para apurar a colaboração que deu ao regime militar.

Inflação – FGV divulga IPC-S, IPC-S Capitais e IGP-M Segundo Decêndio.

 

Terça (20.nov.2012)
CPI acaba em pizza – o deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira, deverá apresentar seu relatório final. A comissão não deu em nada porque a cassação do mandato de senador de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) foi decidida pelo Senado, não pela CPI.

Viúvas de Collor – Senado já aprovou e agora cabe à Câmara votar o projeto que dá 180 dias para que funcionários públicos demitidos durante o governo do ex-presidente requeiram retorno ao serviço público. O prazo passa a contar a partir da sanção da lei.

Marco Civil da Internet – votação deveria ter ocorrido na semana passada, mas foi adiada por falta de acordo entre deputados e será recolocada na pauta da Câmara desta 3ª feira.

Fator previdenciário – Câmara também pode votar proposta de acabar com o mecanismo de cálculo do valor das aposentadorias.

Reforma política – o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), espera votar o tema nesta semana. Mas com o atraso na votação do Marco Civil, pode ficar para depois, mais uma vez.

Câmara e a família – Casa fará sessão solene em homenagem ao Dia Nacional de Valorização da Família. Os deputados responsáveis pelo evento são André Moura (PSC-SE), João Campos (PSDB-GO) e Arolde de Oliveira (PSD-RJ).

Orçamento 2013 – a Comissão Mista que trata do assunto no Congresso fará reunião para tentar votar o parecer preliminar do senador Romero Jucá (PMDB-RR) ao projeto da Lei Orçamentária de 2013.

 

Quarta (21.nov.2012)
Política econômica – reunião da Comissão da Moeda e do Crédito (Comoc), em Brasília.

Inflação – Fipe divulga IPC referente ao período de 16.out a 15.nov.2012.

 

Quinta (22.nov.2012)
Posse de Barbosa – STF realizará, às 15h, a cerimônia de posse do ministro, relator do mensalão, como presidente da Corte. Tudo indica que o evento tenha apoio generalizado nas redes sociais, onde já desponta o movimento “Barbosa 2014“.

Política econômica – reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), em Brasília.

Emprego – IBGE publica estudo sobre o tema.

Inflação – IBGE divulga Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15.

 

Sexta (23.nov.2012)
Música na Câmara – Casa fará sessão solene em homenagem ao Dia do Músico.

Inflação – FGV divulga IPC-S.

 

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Henrique Alves fecha apoio de 5 partidos na dísputa pelo comando da Câmara
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Fernando Rodrigues

Adversário único, Júlio Delgado, diz ter adesão de 90% do próprio partido, o PSB.

A eleção para presidente da Câmara dos Deputados tem até agora 2 candidatos. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) já oficializou sua candidatura e tem apoio de 5 partidos (PMDB, PT, PR, PC do B e PPS) que, juntos, somam 221 deputados. Seu opositor, Júlio Delgado (PSB-MG), ainda não oficializou a participação na disputa, mas estima ter o apoio de 90% dos 32 deputados de seu partido e de alguns dissidentes das siglas alinhadas a Henrique Alves.

O peemedebista teve a confirmação do apoio do PC do B e do PPS na 3ª feira (13.nov.2012). O apoio do PR foi formalizado na semana anterior. O do PMDB foi natural, pois ele é líder do partido na Câmara. A aliança com o PT tem sido reforçada por manifestações da presidente Dilma Rousseff e de deputados petistas.

Na próxima semana, Alves deve se reunir com o PP –partido dos deputados Paulo Maluf e Esperidião Amin. O encontro deve ser na 3ª feira (20.nov.2012) ou na 4ª feira (21.nov.2012). E até o fim do mês ele quer ter conversado com 23 dos 24 partidos com deputados na Câmara. Só deixará de fora, afirma, o PSB do adversário, em respeito à candidatura concorrente.

Júlio Delgado também quer falar com todas as bancadas e planeja encontros para a próxima semana. Ele já se reuniu com a bancada do PSD, e teve um almoço com os deputados do PV, do PTB, do PDT e do PSC, além de conversas individuais com colegas de outras siglas. Mas até agora, não obteve nada formal –nem mesmo o apoio do presidente de seu partido, Eduardo Campos, governador de Pernambuco e potencial candidato a presidente da República.

Presidência da Câmara
A eleição para presidente da Câmara será em 1º.fev.2013. Nessa eleição, vence o candidato que tiver maioria absoluta dos 513 votos da Casa –cada deputado tem direito a 1 voto que é dado de maneira secreta.

O comando da Câmara dos Deputados tem muita relevância política por 2 motivos principais: 1) o presidente da Casa tem o poder de definir a pauta de votações –ou seja: qual projeto, por exemplo, pode ser votado ou não. 2) Quem ocupa esse cargo é o 3º na hierarquia da República, é ele que assume a Presidência quando presidente e vice-presidente estão fora do país ou impedidos de exercer a função.

Há também um 3º aspecto, que é intangível: o presidente da Câmara pode ter muita exposição na mídia e assim turbinar suas possibilidades em futuras eleições para outros cargos.

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Inocêncio, após 10 anos, sem cargo na Câmara
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Fernando Rodrigues

Ícone do baixo clero no Congresso, deputado de Pernambuco pode ficar sem vaga na direção da Câmara.

Em 2013, o PR, sigla de Inocêncio Oliveira, não o quer mais em função de destaque.

Depois de uma onda de renovação em algumas cidades nas últimas eleições, a tendência está chegando ao Congresso. Um dos ícones do baixo clero da Câmara dos Deputados corre o risco de ficar fora da direção da Casa a partir de 2013. Inocêncio Oliveira, 74 anos e há 37 anos ininterruptos como deputado federal (agora pelo PR de Pernambuco), não está cotado para ser incluído na chapa favorita para compor a Mesa Diretora dos próximos dois anos.

O PR (Partido da República) pretende retirar o apoio que até agora deu a Inocêncio Oliveira.

Em janeiro de 2013, Inocêncio completará 10 anos seguidos com cargo na Mesa. Ele é o atual 3º secretário da Câmara, responsável por controlar as requisições de passagens aéreas dos deputados e examinar justificativas de faltas –basicamente, um guichê para prestar favores aos colegas da Casa. O mandato termina em 31 de janeiro, como os de todos os outros 6 integrantes da Mesa Diretora.

O PR deverá ter 1 dos 7 assentos da Mesa no ano que vem porque sua bancada é uma das maiores (esses cargos são distribuídos de acordo com o nº de deputados de cada legenda). Mas a sigla quer outro de seus deputados na vaga. Se Inocêncio quiser o posto, terá que disputá-lo sem o apoio dos colegas, resumiu ao Blog um dos integrantes da bancada do partido, na condição de não ter o seu nome revelado.

Oliveira foi da Arena e do PDS (siglas de sustentação da ditadura militar), do PFL e do PL. Agora, está no PR. Seu 1º mandato começou em 1975. Daquele ano em diante, nunca deixou a Casa. Exerce agora seu 10º mandato. Ele também já teve vários cargos na direção da Câmara, inclusive o de presidente da Casa, em 1993 e 1994. A atual participação do pernambucano na Mesa começou em 2003, quando foi 1º vice-presidente. Em seguida, foi 1º secretário, 2º vice-presidente, 2º secretário e, agora, 3º secretário.

Se perder o espaço que tem, Oliveira corre o risco de, na próxima eleição, entrar para a lista de políticos mais antigos que entram em uma fase crepuscular. É de seu próprio Estado, Pernambuco, um membro representativo desse grupo decadente: o ex-senador e ex-vice-presidente da República Marco Maciel ficou sem mandato após 43 anos ao perder a eleição de 2010.

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Henrique Alves finaliza apoios para presidir Câmara
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Fernando Rodrigues

Líder do PMDB tenta acordos com PSD, PC do B, PPS e PP nesta semana

O líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, do Rio Grande do Norte, espera obter o apoio formal de 4 partidos nesta semana para sua candidatura a presidente da Casa. O PR (que tem 36 deputados em exercício) já declarou apoio à sua candidatura e o PT (85 deputados) tem um acordo estabelecido há anos para apoiar o candidato peemedebista em 2013.

Na eleição para presidente da Câmara, o processo é por votação secreta e vence quem tiver a maioria absoluta dos apoios dos 513 colegas.

Em geral, por tradição, o partido que tem a maior bancada indica um nome esse é o escolhido –mas há exceções, como no caso atual, em que PT e PMDB se revezam a cada 2 anos no comando da Câmara.

A eleição para presidente da Câmara será em 1º.fev.2013. Na mesma data, o Senado escolhe o seu presidente.

Nesta semana, a expectativa de Alves é ter reuniões e formalizar alianças com as bancadas do PSD (48 deputados), do PC do B (13 deputados), do PPS (9 deputados) e do PP (39 deputados). Na próxima semana, será vez de tratar com os 2 maiores partidos da oposição, PSDB (50 deputados) e DEM (28 deputados).

Somadas, as bancadas desses 8 partidos têm 308 deputados. Com os 78 do PMDB, são 386 –muito mais do que a metade dos 513 deputados da Casa, e, portanto, suficiente para dar a vitória a Henrique Eduardo Alves.

Até agora o único oponente de Alves é Júlio Delgado (PSB-MG). A candidatura do mineiro tem servido de desculpa para alguns partidos ainda não terem fechado apoio ao candidato do PMDB. O PSB tem 32 deputados e também precisaria fazer muitas alianças para que Delgado tenha sucesso.

Não está claro, no entanto, se Delgado receberá o apoio formal da direção de seu partido. O presidente da sigla, o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, mantém-se ambíguo sobre o assunto.

A indefinição de Eduardo Campos é ruim para Delgado. Pode fazer com o candidato do PSB acabe desidratado nas próximas semanas.

Presidência da Câmara
O comando da Câmara tem muita relevância política por dois motivos principais.

Primeiro, o poder de definir a pauta de votações da Casa –ou seja: qual projeto, por exemplo, pode ser votado ou não.

Segundo, trata-se do o 3º cargo na hierarquia da República. Quando o presidente e o vice-presidente estão fora do país ou impedidos de exercer a função, quem assume é o presidente da Câmara.

Por fim, há um aspecto intangível, mas que também vale muito para os políticos: o presidente da Câmara pode ter muita exposição na mídia e assim turbinar suas possibilidades eleitorais e disputas futuras.

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Oposição define hoje nome contra Renan
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Fernando Rodrigues

Jantar reúne grupo que não quer Renan Calheiros (PMDB-AL) presidente do Senado

Candidato poder ser Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) ou Pedro Taques (PDT-MT)

Aécio Neves (PSDB-MG) está convidado para encontro

Um grupo de 13 senadores de oposição ser reúne hoje em um jantar no mesmo momento em que a presidente Dilma Rousseff estará recebendo, no Palácio da Alvorada, as cúpulas e os principais dirigentes do PT e do PMDB.

Dilma tem dois objetivos. Primeiro, sinalizar a solidez da aliança que une PT e PMDB. Segundo, indicar que o Planalto e o PT estão ao lado dos candidatos peemedebistas a presidir o Senado, Renan Calheiros (AL), e a Câmara, Henrique Alves (RN).

Não muito longe do Alvorada, num apartamento funcional da Asa Sul, residência de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), um grupo de senadores descontentes deve tentar definir um nome para concorrer contra Renan Calheiros.

Os dois possíveis nomes da oposição –que reconhece ter chances reduzidas– são o do próprio anfitrião da noite, Jarbas Vasconcelos, e o do senador Pedro Taques (PDT-MT).

A favor de Jarbas pesa o fato de ser do PMDB. É que há uma tradição no Senado: o partido com a maior bancada tem o direito de indicar o candidato a presidir a Casa. Ou seja, ao se lançar em campanha, Jarbas não estaria infringindo nenhuma regra tácita do Congresso.

Já a favor de Pedro Taques há o fato de ele ter ocupado a posição de opositor mais aguerrido no Senado depois da cassação do mandato de Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). Taques é filiado ao PDT, um partido da base de apoio ao governo federal.

Uma terceira possibilidade, mais remota, é de o candidato a presidente do Senado pela oposição vir a ser o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Como é filiado a um partido de ultraesquerda, Randolfe logo de saída seria considerado um candidato inviável.

A expectativa da oposição não é propriamente derrotar Renan Calheiros, mas ter um número de votos perto dos 30 para demonstrar alguma resistência dentro do Congresso.

Além de Jarbas, que oferecerá o jantar, são esperados os seguintes senadores no jantar de hoje à noite (todos já convidados):

Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Ana Amélia (PP-RS), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Cristovam Buarque (PDT-DF), Luiz Henrique (PMDB-SC), Pedro Simon (PMDB-RS), Pedro Taques (PDT-MT), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Roberto Requião (PMDB-PR) e Waldemir Moka (PMDB-MS)

Também estava para ser convidado, mas ainda não confirmou presença, João Capiberibe (PSB-AP).

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Com sorte no STF, João Paulo patina em Osasco
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Fernando Rodrigues

réu do mensalão quer ser prefeito, mas caiu 6,9 pontos de junho para agosto…

…adversário tucano subiu 5,9 pontos e pode vencer no 1º turno, diz pesquisa.

O deputado federal João Paulo Cunha (PT) teve uma vitória parcial hoje no Supremo Tribunal Federal com o voto do ministro Ricardo Lewandowski que o absolveu dos crimes de peculato e de corrupção passiva. Mas na política o réu do mensalão continua enfrentando dificuldades: sua candidatura a prefeito de Osasco vai mal.

De junho para agosto, João Paulo caiu 6,9 pontos percentuais, segundo o Sebram, que faz pesquisas de opinião em Osasco –cidade com 543.223 eleitores na região da Grande São Paulo. O principal adversário do petista, Celso Giglio (PSDB), cresceu 5,9 pontos e tem chance de vencer já no 1º turno.

Os números da pesquisa divulgada hoje (23.ago.2012) e da pesquisa de junho estão no quadro abaixo. O Blog disponibiliza também pesquisas de outros institutos em Osasco.

Na pesquisa divulgada hoje, realizada de 18 a 22.ago.2012, Giglio aparece como o preferido de 39,67% dos eleitores –percentual maior do que a soma de todos os outros candidatos, que é de 38,38%. Nesse caso, o tucano venceria já no 1º turno –embora exista aí um empate técnico do ponto de vista estatístico (a margem de erro do levantamento é de 4 pontos percentuais).

Se essa variação da margem de erro for a favor de João Paulo, o tucano Giglio pode cair até 35,67%. Nessa situação, haveria 2º turno e o petista teria uma sobrevida.

Caso perca a eleição, João Paulo verá o PT deixar o poder na cidade, o arquirrival PSDB assumir e Celso Giglio voltar ao poder (ele já governou Osasco quando era filiado ao PTB).

Os petistas venceram as eleições locais 2004 e em 2008 com Emídio de Souza. Osasco é uma cidade importante: é o 6º maior colégio eleitoral do Estado de São Paulo com seus 543,2 mil eleitores. Esse eleitorado equivale a 0,4% do total nacional –mais do que capitais como Aracaju, João Pessoa e Cuiabá.

Acusação
Antes de ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República como participante do mensalão, João Paulo era cotado para disputar o governo de São Paulo pelo PT –desgastado pelo escândalo, a oportunidade foi enterrada.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, João Paulo teria recebido R$ 50 mil do dinheiro do mensalão para contratar uma das agências de Marcos Valério para prestar serviços para a Câmara –ele presidia a Casa na época. Sua defesa afirma que o dinheiro serviu para pagar uma pesquisa eleitoral e que o petista desconhecia a origem ilícita dos recursos.

O mais curioso nesse episódio é o fato de os R$ 50 mil terem sido sacados em dinheiro por ordem de João Paulo Cunha. Por que é necessário sacar R$ 50 mil em dinheiro em Brasília para pagar por uma pesquisa de opinião em São Paulo? Por que o dinheiro não foi enviado por meio de transferência bancária? Essas perguntas são difíceis de serem respondidas de maneira verossímil.

 

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15% do Congresso disputarão eleições neste ano
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Fernando Rodrigues

Dos 81 deputados e senadores que disputarão eleição, apenas 8 se licenciaram do mandato.

Apesar dos muitos dias de folga e do bom salário (R$ 26,7 mil), 91 congressistas querem deixar seus cargos e tentar a sorte na eleição para prefeitos e vice-prefeitos deste ano. O nº representa 15,31% dos 594 congressistas (513 deputados e 81 senadores).

Os dados foram obtidos em levantamento do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Segundo o estudo, no grupo de candidatos em 2012 há 5 senadores e 86 deputados.

Os 5 senadores, segundo o Diap, disputarão prefeituras de capitais. Já entre os deputados, há 5 que concorrerão a cargos de vice-prefeito. Dos outros 81 que tentarão chefiar alguma Prefeitura, 38 pretendem comandar capitais.

O Blog comparou a lista completa dos congressistas que serão candidatos na eleição de 2012 divulgada pelo Diap com os sites da Câmara e do Senado. As páginas informavam na manhã de hoje (19.jul.2012) que, dos 91 candidatos, só 8 haviam se licenciado do mandato. Os outros 83 continuarão a receber salário de congressista durante a campanha.

Todos os licenciados são deputados: Audifax (PSB-ES, candidato a prefeito de Serra); Edson Silva (PSB-PE, candidato a vice-prefeito de Macacanaú); Manuela D’Ávila (PC do B-RS, candidata a prefeita de Porto Alegre); Nelson Pellegrino (PT-BA, candidato a prefeito de Salvador); Romero Rodrigues (PSDB-PB, candidato a prefeito de Campina Grande); Rui Palmeira (PSDB-AL, candidato a prefeito de Maceió); Sérgio Zveiter (PSD-RJ, candidato a prefeito de Niterói) e Zenaldo Coutinho (PSDB-PA, candidato a prefeito de Belém).

O Diap também divulgou a lista dos congressistas que disputarão eleições em capitais.

Partidos
O levantamento do Diap aponta também que os petistas são os mais animados a saírem do Congresso: 12 de seus deputados e 2 senadores tentarão ser prefeitos. O partido tem atualmente 87 deputados e 12 senadores em exercício do mandato.

Em 2º lugar aparece o PMDB: 12 deputados candidatos (a bancada atual é de 80). Em seguida, vem o PSDB, que tem 50 deputados e 10 senadores: 10 deputados e 1 senador participarão da eleição. E o PSB também tem 11 candidatos, todos deputados, bancada atual é de 30).

Segundo o Diap, “o número de candidatos em 2012 não fugiu à media histórica: supera os pleitos de 1992 e 2008, mas é menor que em 1996, 2000 e 2004. O pleito de 1996 foi que mais teve parlamentares concorrendo: 109 deputados e quatros senadores”.

O estudo completo está disponível aqui.

 

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