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Deputados pró-impeachment comemoram com pizza em Brasília
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Fernando Rodrigues

Encontro é na casa da filha de Heráclito Fortes (PSB-PI)

Michel Temer e Eduardo Cunha são esperados no jantar

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O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI)

A continuidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff será comemorada na noite deste domingo (17.abr) com um jantar na casa da filha do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), no Lago Sul, área nobre de Brasília.

São esperados o vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e mais de uma centena de deputados pró-impeachment. O cardápio: pizza.

Participou desta apuração o repórter do UOL André Shalders.

Desde o começo da votação, circulavam pelo Plenário da Câmara pequenos convites em cartolina para o evento.

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O deputado Paulinho da Força (SD-SP) diz que foram convidados para o evento deputados de vários partidos, inclusive aqueles que integraram a base de apoio ao governo de Dilma Rousseff.

Desde abril de 2015, Heráclito organizou uma série de jantares com deputados, senadores e outras pessoas favoráveis ao impedimento.

Participaram desses encontros o economista Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central sob FHC) e o ex-ministro do STF Nelson Jobim.

O vice-presidente Michel Temer participou de 2 encontros com o grupo que costuma ir aos jantares de Heráclito nos últimos dias. O piauiense e outros deputados do PSB também se reuniram com Temer neste sábado (16.abr).

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Semana pré-impeachment mostrou Planalto frágil e quase derrotado
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Fernando Rodrigues

Contabilidade de votos piorou a cada dia para o Planalto

271 discursos foram pró-impeachment e só 133 a favor de Dilma

Ao todo, oposição falou 1.552 minutos contra o governo

Deputados pró-Dilma falaram apenas 784 minutos

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Mesa da Câmara durante a votação do impeachment no domingo (17.abr)

Apesar da guerra midiática propagando a versão de que haveria votos para conter o impeachment, o Palácio do Planalto entrou derrotado na reta final do processo. As 48 horas que antecederam a votação revelaram indicadores sobre a derrota que acabou ocorrendo.

O Blog acompanhou, minuto a minuto, as sucessivas sessões da Câmara desde a manhã de 6ª feira (15.abr.2016), inclusive durante as madrugadas. Ao mesmo tempo, monitorou os movimentos de bastidores, com o Planalto e a oposição divulgando seus placares a respeito de quantos seriam os votos a favor e contra o impeachment.

Durante a mais longa sessão da Câmara nos últimos 25 anos (para quando há estatísticas a respeito), o total de oradores foi de 311 deputados. Muitos se repetiram na tribuna. No total, foram 271 falas a favor do impeachment e só 133 para defender o governo. E muitos dos que se posicionavam contra o processo de afastamento falavam “contra o golpe” e não a favor de Dilma Rousseff.

Desde as 9h01 de 6ª feira, quando foi aberta oficialmente a sessão de discussões, até seu fim, às 3h42 da madrugada de domingo, os discursos contra Dilma totalizaram 1.552 minutos. A defesa do mandato da presidente ocupou 784 minutos.

Tempo-de-fala-impeachmentOs vocalizadores do impeachment que falaram por mais tempo foram Weliton Prado (PMB-MG), que falou por 60 minutos e João Derly (Rede-RS), que falou por 28 minutos. Prado consumiu 1 hora por ser líder e único membro do PMB na Câmara.

A presidente teve como seus principais porta-vozes Silvio Costa (PT do B-PE) e Weverton Rocha (PDT-MA), que falaram por 48 e 45 minutos, respectivamente, nas vezes em que ocuparam a tribuna.

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Dos 25 partidos com representação na Câmara dos Deputados, 16 se declararam abertamente favoráveis ao impeachment. Outros 5 foram contrários. E 4 liberaram seus deputados para votar sem orientação.

Uma curiosidade: dos 311 deputados que falaram da tribuna a favor ou contra o impeachment, apenas 30 eram mulheres. Dessas, 14 a favor de Dilma e 16 pró-afastamento da petista.

O MARKETING DE CADA LADO
A última semana antes da votação no plenário da Câmara foi dominada por ondas de ânimo que ora atingiam os governistas, ora os oposicionistas. Ainda que o momentum parecesse se alternar, os fatos concretos sempre estiveram ao lado dos favoráveis ao impeachment.

Em meio à volatilidade das contagens de votos, um indicador mais sólido –as declarações dos próprios deputados em suas redes sociais– mostrou um fortalecimento constante dos oposicionistas. Um levantamento iniciado em 18.mar, portanto 1 mês antes da votação no plenário da Câmara, mostrou que o crescimento dos votos a favor do impeachment se robusteceu, sem oscilações, a despeito das contagens mirabolantes propagadas pelos 2 lados da disputa.

De 2ª feira (11.abr.2016) até a manhã de domingo (17.abr.2016), dia da votação, os deputados que se declararam favoráveis ao impeachment nas redes sociais passaram de 285 a 351, garantindo 9 votos a mais do que o mínimo necessário para autorizar o processo. Os apoiadores do mandato de Dilma passaram na última semana de 113 para apenas 133. Eram 39 votos a menos do que o necessário para barrar o impeachment. Um número maior do que o total de deputados que não se declararam (32) ou que iriam se abster (2).

GOVERNO PERDE O MÉDIO CLERO
Os 3 partidos centrais, com bancadas representativas que garantiam a maioria governistas, deram, ao invés de votos, duros golpes a Dilma. Há duas semanas PP, PR e PSD tinham 3 ministérios e seus 3 caciques trabalhando para coletar votos contra o impeachment.

A rebelião foi gradual. Os deputados contra o governo se fortaleceram dentro das bancadas e se rebelaram contra os líderes. No PP, o presidente do partido, Ciro Nogueira, anunciou em 6.abr que continuava no governo. Foi acossado pelos diretórios estaduais pró-impeachment, que provaram ser maioria e pediram reunião da Comissão Executiva Nacional. O resultado foi o rompimento do PP com o Planalto e a entrega do Ministério da Integração Nacional em 12.abr.

No PSD, presidido pelo ex-ministro das Cidades Gilberto Kassab, o movimento foi semelhante. Originalmente 1 dos maiores defensores do mandato de Dilma, Kassab foi dobrado pela bancada do partido, que anunciou voto em massa pelo impeachment. O líder Rogério Rosso, presidente da Comissão Especial do Impeachment, votou pelo impedimento no colegiado em 11.abr. Sem conseguir votos, Kassab entregou o cargo na última 6ª feira (15.abr).

O PR não entregou seu ministério e é o único dos 3 partidos que conservou seu comandante (não-oficial), Valdemar Costa Neto, trabalhando pelo governo até o final. Porém, na votação na Comissão Especial, o líder do partido na Câmara, Maurício Quintella (AL), abandonou a liderança para poder defender o impeachment, abrindo o caminho para dissidências na bancada.

BATALHA NO BAIXO CLERO
Com a consciência de que perdera o apoio dos líderes dos partidos-chave, o governo redobrou os esforços na abordagem individual dos deputados, ofertando cargos de 2º e 3º escalões e apoio nas eleições municipais deste ano de 2016. A suíte ocupada por Lula no hotel Royal Tulip foi o centro das articulações.

O ex-presidente fez de tudo para convencer determinadas bancadas. Ao conversar com um líder religioso da Igreja Quadrangular, viu que não estava dando certo. Aí, disparou: “Se nós derrotarmos o impeachment, quem vai governar sou eu. Eu vou sentar naquela cadeira”.

Na 6ª feira (15.abr), por exemplo, o Diário Oficial da União saiu recheado com mais de 50 nomeações. A operação produziu boa repercussão no Congresso. Ao longo do dia, deputados governistas se mostraram mais confiantes. Tentaram propagar a ideia de que o jogo estava virando. Mas a quantidade de votos consolidados a favor de Dilma não sustentou o bom humor até o sábado, véspera da votação.

O símbolo maior desse movimento esperançoso foi a perspectiva de o governo recuperar 12 votos do PP na 6ª feira. Um vídeo gravado por Waldir Maranhão (PP-MA), aliado ferrenho de Eduardo Cunha, anunciando apoio a Dilma orientou o discurso de que o governo se fortalecia.

A esperança foi enterrada na madrugada de sábado. O principal articulador do governo na bancada pepista, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), selou acordo com o presidente do partido, senador Ciro Nogueira. Uma foto marcou o momento.

Ciro Nogueira (dir.) e Eduardo da Fonte (esq.) após fechar acordo na madrugada de domingo (17.abr)

Ciro Nogueira (dir.) e Eduardo da Fonte (esq.)

PAULO MALUF
Um caso emblemático de como o governo fracassou e conduziu mal a cooptação de votos para barrar o impeachment é o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).

Maluf era dado como voto certo a favor do Planalto e nem foi procurado para conversar. O governo preferiu negociar o apoio do PP com o presidente nacional da legenda, o senador Ciro Nogueira —do Piauí. Ocorre que Maluf e Ciro Nogueira são adversários figadais dentro da legenda.

Quando soube que havia sido deixado de lado, Maluf anunciou que votaria a favor do impeachment. Aí o Planalto resolveu agir e mandar recados. Era tarde demais.

Maluf tomou café da manhã no sábado (16.abr.2016) com o vice-presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu. À tarde, foi levado até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Encontraram-se no hotel em Brasília no qual o petista está hospedado, o Royal Tulip.

“Falei para ele que fizeram tudo errado oferecendo cargos para essas pessoas do PP. Tinham de ter conversado com toda a bancada e fazer uma proposta geral sobre como seria o governo daqui para a frente. Agradeci o convite, mas disse que manteria minha posição”, relata Maluf —que foi até ao petista em companhia de Armando Monteiro, ministro da Indústria.

Na manhã de domingo, Lula telefonou novamente para Maluf. Não teve jeito. O deputado disse que votaria a favor do impeachment. Deu entrevistas no meio da tarde e deixou sua posição explícita.

Um sinal de como a tropa governista estava desinformada: até pouco antes do início da votação o deputado Sílvio Costa (PT do B-PE) dizia que Maluf votaria com o governo. “Ele vai votar contra o impeachment e ainda vai falar mal do Eduardo Cunha”, afirmava Costa.

MANIFESTAÇÕES
Do lado de fora do Congresso, manifestantes favoráveis e contrários ao impeachment ficaram isolados por um muro que dividia a Esplanada ao meio. A circulação entre os 2 lados, entretanto, era livre.

Militantes pró-governo aglomeraram-se em frente ao prédio do Ministério do Turismo e dos Transportes. Assistiram à votação sentados em frente a 2 dos 4 telões instalados no local.

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À esquerda, manifestantes pró-Dilma; à direita, grupo a favor do impeachment

O clima era de resignação. Os votos contrários ao impeachment eram comemorados de forma cada vez menos efusiva à medida que a sessão no plenário avançava. Por volta das 20h, 1 dos 3 caminhões de som parado em meio aos militantes pediu para os presentes não dispersarem.

Já os manifestantes pró-impeachment concentraram-se na altura do Ministério da Integração Nacional e do Ministério do Trabalho e Emprego.

Vestidos de verde e amarelo, assistiram à votação em clima de copa do mundo, ao som de muito batuque e reproduções do hino nacional em ritmo de samba.

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Só 4 dos 25 partidos da Câmara ‘fecharam questão’ contra impeachment
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Fernando Rodrigues

PT, PDT, PC do B e PSOL têm, juntos, 95 deputados

8 siglas com 172 deputados fecharam pró-impeachment

PTB, PMDB e bloco do PTN discutirão assunto hoje

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O vice-presidente Michel Temer, que assume o Planalto se houver impeachment

Só 4 dos 25 partidos com representantes na Câmara dos Deputados “fecharam questão” contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

No jargão político, o termo “fechar questão” é usado quando uma sigla toma uma decisão unificada sobre uma determinada votação. Nesses casos, em geral, o congressista que não segue a determinação corre o risco de ser punido pela legenda.

Os 4 partidos que fecharam questão contra o impeachment são PT, PDT, PC do B e PSOL. Juntos, somam apenas 95 deputados –número muito inferior ao mínimo necessário de 172 deputados que o Planalto precisa para barrar a continuidade do processo de impedimento de Dilma Rousseff no domingo (17.abr.2016).

Do outro lado, 8 partidos de oposição com 172 deputados já “fecharam” pelo impeachment. Estão neste grupo PSDB, PSB, DEM, PPS, PSC, SD, PRB e PV. Também é pouco em relação aos 342 votos que a oposição precisa para levar o impedimento de Dilma ao Senado. Mas há uma romaria de políticos visitando o vice-presidente Michel Temer, prometendo apoio, independentemente de seus partidos anunciarem ou não o apoio ao impeachment.

A tabela a seguir mostra os partidos que já “fecharam” e as bancadas de cada um (clique na imagem para ampliar):

partidos-fech-impeach-14Abr2016Desde o começo da semana, porém, vários partidos anunciaram que terão maioria pró-impeachment –mesmo que os dissidentes não sejam punidos. É o caso do PP, do PSD e do PTB. As 3 siglas eram cortejadas pelo Planalto há vários dias.

Não deu certo: já no domingo (10.abr), diretórios estaduais do PP anunciaram posição contra Dilma. Hoje, o Planalto tem menos de 10 votos entre os pepistas. O PP deve ter 48 deputados votando no domingo.

PTB, PMDB E BLOCO DO PTN
É possível que mais partidos “fechem questão” sobre o impeachment até domingo.

O PTB reúne hoje sua direção nacional no Hotel Nacional, em Brasília. Oficialmente, trata-se de um encontro para reconduzir à presidência do partido o ex-deputado Roberto Jefferson, cuja pena no mensalão foi perdoada em 22.mar.2016. O tema do impeachment, porém, frequentará o encontro.

Também nesta 5ª feira, deputados do bloco partidário formado por PTN, Pros, Pen, PHS PSL e PT do B anunciarão posição pró-impeachment.

Ao todo, esse bloco de pequenos partidos soma 33 deputados. Desses, de 25 a 28 deverão posicionar-se a favor do impeachment, segundo a presidente do PTN, deputada Renata Abreu (SP).

O PMDB também se reúne hoje. A percepção, inclusive entre deputados governistas, é de que a maioria dos peemedebistas é pró-impeachment. O partido, porém, não deve “fechar”, isto é, não deverão ser impostas sanções a quem votar com Dilma.

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Na TV, PSB faz seu ataque mais contundente a PT e Dilma
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Fernando Rodrigues

Vídeo defende adoção do parlamentarismo no Brasil

PSB faz alusão ao 7 a 1 e lança tag #CHEGAdePERDER

Assista ao vídeo, que irá ao ar na noite de amanhã (24.mar)

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O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira

O PSB usará seu horário de propaganda partidária para um ataque contundente ao desempenho da economia e ao aumento do desemprego. Será também o programa mais crítico ao governo Dilma Rousseff e ao PT desde que as 2 legendas romperam, em 2013.

No filmete de 10 minutos, o PSB lista 9 pontos críticos da administração Dilma. Logo no começo, diz que o governo é “fruto de uma eleição viciada” e “se nega a enxergar a realidade do país”.

“Defendemos a implantação do parlamentarismo nas eleições presidenciais de 2018. Um sistema de governo onde crises políticas, como a atual, são resolvidas bem mais rápido”, diz em outro momento.

Assista abaixo ao vídeo:

A principal crítica recai sobre a política econômica e o aumento do desemprego. “20% de todos os novos desempregados do mundo este ano virão de um só lugar: o Brasil”, diz um trecho.

“Nossa principal crítica não é nem à corrupção, mas à forma de desenvolvimento que o governo optou. Preferiram privilegiar o sistema financeiro ao invés do trabalho e da produção”, afirmou o presidente da legenda, Carlos Siqueira, na apresentação da peça publicitária a jornalistas.

SEM POLÍTICOS
O vídeo foi produzido pelo jornalista Marcos Martinelli e pelo cineasta Felipe Gontijo, e não traz falas de nenhum político ou congressista da legenda.

A maior parte do conteúdo é produzido com técnicas de animação. Há também fartas imagens dos protestos pelo impeachment de Dilma.

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Impeachment não é golpe, diz governador de Pernambuco, do PSB
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Fernando Rodrigues

Para Paulo Câmara, não há motivos “ainda” para afastar Dilma

Posição do governador influenciará partido. Decisão será 5ª feira

Câmara quer Jarbas Vasconcelos no lugar de Eduardo Cunha

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O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), em entrevista ao programa Poder e Política.

Governador de Pernambuco e herdeiro político de Eduardo Campos, Paulo Câmara (PSB) defendeu na manhã desta 5ª feira(10.dez) a legitimidade do processo de impeachment, mas ressaltou que “não há, ainda” motivo que justifique o afastamento de Dilma Rousseff (PT).

“Nós entendemos, de forma clara, que impeachment não é golpe. Pelo contrário, impeachment é um processo que existe na Constituição”, disse ele à uma rádio.

O governador criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que estaria conduzindo o processo de forma “equivocada”. Para o socialista, trata-se de “uma condução na base da chantagem, uma condução que enfraquece a democracia e as instituições”. Ele defendeu que o processo de impeachment seja concluído logo.

Como representante do PSB pernambucano, as posições de Paulo Câmara influenciam fortemente o PSB nacional. Na próxima 5ª (17.dez), o partido reúne a direção Executiva Nacional para decidir formalmente sobre o impeachment.

Paulo Câmara defende Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) para o cargo de presidente da Câmara, no lugar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que comanda a Casa no momento.

“Ele [Jarbas] tem condições de ser o presidente da Câmara e conduzir, mesmo com as opiniões dele (contrárias ao governo Dilma), com ética, transparência e moralidade, é isso que precisamos”, afirma Paulo Câmara.

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Dilma marca encontro com senadores “independentes” no Planalto
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Fernando Rodrigues

Sérgio Lima/Folhapress - 23.set.2005

Cristovam Buarque (dir.), do PDT-DF, é um dos convidados para o encontro com Dilma

PDT, PSB e PSOL mandam representantes

A presidente Dilma Rousseff tem um encontro marcado para esta quinta-feira (13.ago.2015) com a ala “independente” do Senado. O encontro é mais um movimento para tentar acumular força política antes dos protestos antigoverno agendados para domingo (16.ago.2015).

Giles Azevedo, braço direito de Dilma no Planalto, começou a fazer os convites ontem, no final do dia. Entre outros, devem participar Cristovam Buarque (PDT-DF), Lasier Martins (PDT-RS), Lídice da Mata (PSB-BA,  João Capiberibe (PSB-AP),  Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Waldemir Moka (PMDB-MS).

O grupo de senadores se reúne quase toda semana em Brasília. Consideram-se “independentes” do governo, mas não seguem as orientações da oposição. José Medeiros (PPS-MT) também foi chamado, mas não confirmou presença. Ricardo Ferraço (PMDB-ES) foi convidado e recusou. A um assessor, disse: “Tenho mais o que fazer”.

Nas últimas semanas, Dilma ampliou os contatos com políticos. O último movimento do tipo ocorreu nesta 2ª feira, quando ela jantou com mais de 40 senadores aliados ao governo. Na semana anterior, foram os líderes de bancada dos partidos da base governista na Câmara.

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Marta fez aniversário
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Fernando Rodrigues

quase ex-petista recebe Sarney, Temer e Campos Machado. Ela quer mudar

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A senadora Marta Suplicy (PT-SP) fez 70 anos.

Ofereceu numa recepção na sexta-feira (20.mar.2015) “no belo salão de festas do prédio em que mora com o marido, Márcio Toledo, nos Jardins, em São Paulo”, como mostrou o site Glamurama.

Marta Suplicy sugere estar num momento de renovação. “Após errar tanto, finalmente me sinto feliz”, dizia a aniversariante.

“O PT acabou. Aquele partido que eu ajudei a fundar fazendo reuniões na minha casa, indo de porta em porta, em assembleias, ele não existe mais”, disse ela no relato de Vera Magalhães.

A retórica de Marta sugere um momento de renovação política para ela.

Mas os “novos velhos amigos” e as alianças políticas da quase ex-petista emitem sinais ambíguos.

No rendez-vous de sexta-feira, Marta expressou outra vez intenção de sair do PT para entrar no PSB.

O PSB se divide nacionalmente. Não sabe se apoia o governo da presidente Dilma Rousseff ou se vai para a oposição.

Para Marta, “o PT acabou”. Ela sorria na sexta-feira. Ela quer mudar. No seu aniversário, havia alguns símbolos de mudança: o mais fotografado nas reportagens sobre o evento foi José Sarney, 84 anos.

José Sarney é um político tradicional do Maranhão. Fez carreira na Arena e no PDS, siglas de sustentação da ditadura militar (1964-1985). Filiou-se ao PMDB no crepúsculo do regime autocrático. Herdou a Presidência da República porque era vice de Tancredo Neves, que morreu antes da posse. Saiu do Planalto para se eleger senador seguidas vezes pelo Amapá, Estado no qual nunca morou.

Além de Sarney, estava presente à festa da renovação política de Marta Suplicy o vice-presidente da República, Michel Temer –principal dirigente nacional do PMDB.

O PMDB pode ser muita coisa, mas não é o epítome da renovação política no país.

Entre outros, também estiveram na festa de Marta, na sexta-feira, Campos Machado (deputado estadual em São Paulo pelo PTB), Ciro Moura (vice-presidente do Partido Trabalhista Cristão), José Roberto Faria Lima (ex- deputado federal, do PP, o partido de Paulo Maluf) e Naji Nahas (famoso investidor e especulador do mercado financeiro).

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Marta não convidou Luiz Inácio Lula da Silva para sua festa. “Lula é o maior estadista que este país tem, mas agora não faria sentido estar aqui”.

O momento é de renovação para Marta.

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PSB considera apoiar Marina de novo em 2018, diz herdeiro de Eduardo Campos
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Fernando Rodrigues

O governador eleito de Pernambuco e um dos líderes emergentes do PSB, Paulo Câmara, 42 anos, afirma que seu partido tem “muitas convergências” com Marina Silva e que é possível reeditar a aliança com a ex-senadora na eleição presidencial daqui a 4 anos. “Em 2018 é muito provável que nós estejamos juntos de alguma forma. Ou ela [Marina] nos apoiando, ou nós apoiando ela”, diz.

Em entrevista ao programa “Poder e Política”, do UOL, Paulo Câmara diz que o PSB tentará construir alguma candidatura presidencial para 2018 em contraposição à do PT. Nesse projeto, Marina Silva é uma das possibilidades reais, mesmo que ela saia da legenda para fundar oficialmente sua própria agremiação a Rede Sustentabilidade.

Depois da morte de Eduardo Campos, em 13.ago.2014, Marina assumiu o posto de candidata a presidente pelo PSB neste ano. Uma parte da cúpula do partido não ficou satisfeita, como Carlos Siqueira, que deixou o comando da campanha. Siqueira é agora o presidente nacional do PSB e na 5ª feira (27.nov.2014) voltou a fazer declarações rudes a respeito de Marina.

“Nunca a consideramos do PSB. Temos visões de mundo e de vida distintas e programáticas e portanto cada um vai seguir seu caminho na hora em que deseja”, declarou o pessebista logo depois de o partido concluir uma reunião de sua Comissão Executiva Nacional, em Brasília. Apesar da beligerância de Siqueira, a opinião de Paulo Câmara é diversa. O governador eleito, um dos herdeiros de Eduardo Campos, acredita não haver obstáculos para uma aliança futura nos moldes da que se deu neste ano.

Na reunião de sua direção na 5ª feira, o PSB decidiu que manterá o que chama de “posição de independência” em relação à administração federal de Dilma Rousseff (PT). No segundo turno da disputa presidencial, o comando pessebista já havia apoiado o tucano Aécio Neves.

Só que o PSB tentará evitar ser confundido com o PSDB a partir de agora. “Não vamos ser oposição por ser oposição”, declara Paulo Câmara. Na realidade, o governador eleito de Pernambuco pretende estabelecer uma relação de confiança e parceria com o Palácio do Planalto, pois dependerá de Dilma Rousseff para tocar vários projetos no Estado.

Uma demonstração do que significa ser “independente” e não “oposição por oposição” está no posicionamento do PSB sobre a polêmica atual a respeito de meta de superávit do governo. O Palácio do Planalto pretende alterar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) porque não conseguiu conter os gastos neste ano. Os deputados pessebistas são contra. Já os senadores do partido aceitam a proposta dilmista, segundo Paulo Câmara.

Se a LDO não for alterada estaria configurado o crime de responsabilidade de Dilma Rousseff, passível de punição até com um impeachment? O futuro governador de Pernambuco considera essa interpretação “um exagero”.

Embora classifique o PSB como partido de esquerda, Paulo Câmara se alinha a alguns pensamentos conservadores. Por exemplo, é contra flexibilizar as leis que tratam de drogas e aborto no Brasil.

Sobre as acusações contra Eduardo Campos no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga casos de corrupção na Petrobras, afirma que todos no PSB serão “incansáveis” na defesa do ex-governador pernambucano.

As referências a Campos foram constantes nesta entrevista ao UOL. Formado em economia e mestre em gestão pública, Paulo Câmara deve sua carreira ao ex-líder do PSB. Auditor do Tribunal de Contas de Pernambuco, foi nomeado em 2007, aos 35 anos, secretário da Administração na gestão de Campos.

Paulo Câmara era desconhecido dos pernambucanos no início da campanha: tinha apenas 11% de intenção de votos em julho de 2014. Virou a disputa e venceu Armando Monteiro, do PTB, no primeiro turno, com 68% dos votos válidos.

Quando indagado sobre sua futura administração, afirma que continuará a governar como Campos. Instado a citar uma meta, aponta a necessidade de universalizar o ensino em tempo integral em toda a rede de escolas públicas de Pernambuco.

Leia a entrevista completa.

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Fim de coligação na eleição para deputado beneficia PT, PSB e PSDB
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Fernando Rodrigues

PMDB ganharia na Câmara, mas reduziria sua influência nos Estados

PT, PSB e PSDB são as legendas que mais cresceriam se um dos principais itens da reforma política –o fim das coligações partidárias em eleições para deputados– fosse aprovado. Elas ampliaram bancadas tanto nas assembleias dos Estados e do Distrito Federal como na Câmara dos Deputados.

Já para o PMDB, a mudança tem efeitos mistos: ajuda na Câmara dos Deputados, mas reduz a influência do partido comparado aos demais nas unidades da Federação.

Como se sabe, o PMDB só continua forte há muitas décadas por ter uma robusta estrutura política nos Estados. Com o fim das coIigações em eleições proporcionais, poderia perder essa primazia. Isso ajuda a explicar por que a proposta nunca sai do lugar nos debates sobre reforma política.

O número de deputados estaduais e distritais do PT eleitos neste ano seria 25% maior se não existissem coligações nas eleições proporcionais. O partido elegeria 135 deputados estaduais e distritais –e não 108, como ocorreu. Na Câmara dos Deputados, em Brasília, o PT também seria o maior beneficiado. Em vez de 69 deputados, teria uma bancada de 89 na próxima legislatura – aumento de 29%.

O PSB seria o segundo partido que mais ganharia com o fim das coligações nas unidades da Federação. Sua bancada de deputados estaduais e distritais cresceria 23%, de 62 para 76. Na Câmara, os pessebistas saltariam de 34 para 39 cadeiras –incremento de 15%.

A regra também seria vantajosa para o PSDB, que passaria de 97 para 107 deputados nos Estados e no Distrito Federal –aumento de 10%. E de 54 para 64 na Câmara, salto de 19%.

O PMDB, partido com o maior número de deputados estaduais e distritais, ficaria estagnado nas unidades federativas. Elegeu 142 e teria 143, perdendo importância relativa se comparado às outras legendas grandes. Na Câmara, o PMDB cresceria de 66 para 79 cadeiras, alta de 20% (tabelas abaixo).

tabela-estaduais

tabela-federal

Nanicos perdem
A regra atual beneficia partidos inexpressivos e o mercado político de venda de tempo de rádio e TV. Legendas nanicas cedem seus segundos ao candidato da coligação na disputa pelo Poder Executivo. Em troca, ganham na disputa por vagas de deputados, pegando carona no cálculo de quantas cadeiras cada uma dessas alianças terá na legislatura seguinte.

O nanico PTN, por exemplo, seria um dos partidos mais prejudicados com o fim da coligação nas eleições proporcionais nos Estados e no Distrito Federal. Sua bancada cairia 32%, de 19 para 13 deputados. Também perderiam 6 deputados cada um o PV, de 27 para 21, e o PTB, de 40 para 34.

Na Câmara, o PR levaria o maior prejuízo em número de cadeiras se as coligações acabassem. Em vez de eleger 34 deputados, como fez em outubro, teria 28. O Solidariedade também perderia 6 vagas, de 16 para 10.

O cálculo das eleições legislativas nas unidades da Federação e na Câmara dos Deputados sem as coligações proporcionais foi elaborado pelo cientista político Carlos Nepomuceno, da UnB, e enviada ao Blog.

O Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) já havia feito essa projeção, mas somente para a Câmara dos Deputados, e usou um cálculo diferente do realizado por Nepomuceno.

(Bruno Lupion)

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Segundo turno deve confirmar encolhimento do PSB nos governos estaduais
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Fernando Rodrigues

Partido tem hoje 5 governadores e ficará com 2 ou 3 a partir de 2015

No Congresso, desempenho foi oposto; número de cadeiras do PSB cresceu 46%

O PSB terminará as eleições deste ano com um desempenho irregular quando comparado o resultado na disputa aos governos estaduais às cadeiras obtidas no Congresso Nacional.

O partido governa hoje 5 unidades da Federação e, a partir de 2015, deverá comandar apenas 2 ou 3.

O PSB venceu 1 disputa estadual no primeiro turno, em Pernambuco, onde elegeu Paulo Câmara com o apoio decisivo da família de Eduardo Campos (1965-2014) e da comoção gerada por sua morte trágica.

A vitória pessebista também se desenha no Distrito Federal, onde Rodrigo Rollemberg está 14 pontos percentuais à frente de Jofran Frejat, do PR. Na Paraíba, o governador Ricardo Coutinho, do PSB, está em primeiro lugar, em empate técnico com o tucano Cássio Cunha Lima.

O panorama é negativo para o PSB no Espírito Santo, onde o governador pessebista Renato Casagrande perdeu no primeiro turno para Paulo Hartung, do PMDB. Situação parecida ocorre no Amapá, onde o governador Camilo Capiberibe (PSB) caminha para perder a eleição para Waldez Goés (PDT), apoiado pela família Sarney e em primeiro lugar na pesquisa mais recente com vantagem de 32 pontos percentuais.

Em Roraima, hoje governado por Chico Rodrigues (PSB), a candidata oposicionista, Suely Campos (PP), lidera isolada e sairia vitoriosa se as eleições fossem hoje (tabela abaixo).

PSB-2T

O encolhimento do PSB nos Executivos estaduais ocorre ao mesmo tempo em que o partido fez sua bancada no Senado crescer de 4 para 7 cadeiras e, na Câmara, de 24 para 34 –aumento de 46% no Congresso.

O desempenho irregular mostra o cobertor curto do partido para implementar seu plano de expansão. O projeto presidencial de Eduardo Campos mobilizou recursos e energias da legenda ao longo de 2013 e 2014 e acabou abalado pela sua morte e a ascensão de Marina Silva à cabeça de chapa, que havia se filiado ao PSB de forma transitória.

No Legislativo, o robusto crescimento do PSB e seu recente apoio à candidatura do tucano Aécio Neves desenham dois caminhos para 2015. Se Dilma Rousseff for reeleita, encontrará nos pessebistas uma oposição renitente. Caso Aécio saia vitorioso das urnas, o PSB será ponto de apoio fundamental da base governista e credenciado a assumir ministérios importantes de um futuro governo tucano.

(Bruno Lupion)

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