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Serra ataca Dilma, fala contra reeleição da petista, mas não cita Aécio
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Fernando Rodrigues

Reprodução

José Serra escreveu um artigo publicado nesta 5ª feira (27.mar.2014) no qual ataca de maneira dura a gestão da presidente da República, Dilma Rousseff.

No seu perfil no Twitter (reprodução acima), o tucano escreveu: “No artigo explico porque a opção mais desfavorável para o Brasil seria a reeleição da atual presidente”.

Mas então seria bom eleger quem? Serra não fala. Não cita o nome do pré-candidato ao Planalto pelo seu partido, Aécio Neves. Como se vê, por ora, o PSDB está longe de pacificar a relação entre Serra e Aécio.

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Dilma telefona a líder do PMDB para evitar conflito na viagem ao Ceará
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Fernando Rodrigues

Petista convidou Eunício Oliveira a viajar ao seu lado no avião presidencial para Fortaleza

Gesto tenta evitar melindres do senador por afagos aos seus adversários Cid e Ciro Gomes

Dilma em campanha com Cid e Ciro Gomes em Fortaleza, durante a campanha de 2010. Crédito: Daniel Marenco/Folhapress - 26.out.2010

Dilma na campanha de 2010 com Cid e Ciro Gomes, em Fortaleza. Crédito: Daniel Marenco/Folhapress – 26.out.2010

A viagem da presidente Dilma Rousseff ao Ceará na 4ª feira (19.mar.2014) propicia uma imagem clara das disputas na base aliada pelo apoio do PT nos Estados, um dos motivos da revolta peemedebista.

No palanque de Dilma em Fortaleza estarão os irmãos Cid e Ciro Gomes, que abandonaram o PSB de Eduardo Campos, ingressaram no Pros e prometeram fidelidade ao projeto dilmista em troca de apoio para manter o domínio do Estado. Cid é o atual governador do Ceará e Ciro, secretário de Saúde.

Na outra ponta do tablado estará Eunício Oliveira, o líder do PMDB no Senado que rejeitou o Ministério da Integração Nacional oferecido por Dilma e mantém sua pré-candidatura ao governo cearense, contra os irmãos Gomes.

Antevendo o potencial de atrito, Dilma tomou na noite de 2ª feira (17.mar.2014) uma atitude simples, mas inusual no seu governo: telefonou pessoalmente a Eunício e o convidou a acompanhá-la ao Ceará, com assento no avião presidencial. Esse gesto é uma das cobranças mais ouvidas na base aliada –querem contato direto com a presidente.

Dilma fará diversos afagos aos irmãos Gomes. Além de Fortaleza, ela visitará Sobral, berço político de Cid e Ciro, onde reúne-se reservadamente com ambos e anuncia investimentos do programa “Água para Todos”. A data é dia de São José, tido no Nordeste como um santo capaz de trazer chuva para a lavoura. A viagem fará chover mais na horta dos Gomes, mas o telefonema presidencial tenta irrigar também a do PMDB.

(Bruno Lupion)

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Em 2015, PT se prepara para comandar Planalto, Câmara e Senado
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Fernando Rodrigues

O PT acha que pode conseguir, em 2015, continuar a ter a Presidência da República, com Dilma Rousseff.

Mas também acha que chegou a hora de ter as presidências da Câmara e do Senado.

Na Câmara, é mais fácil. Os petistas já têm a maior bancada. Devem chegar perto de 100 cadeiras em 2015.

No Senado é um pouco mais difícil. Hoje, o PT tem 13 senadores contras 20 do PMDB. Mas 7 peemedebistas precisam renovar seus mandatos em outubro. Entre os petistas, só 3 terão de enfrentar as urnas.

Se der certo esse o plano de hegemonia petista (coluna na Folha deste sábado, 15.mar.2014). será a primeira vez que um único partido chega a esse nível de poder desde o final dos anos 80, quando o PMDB dominava soberano a política brasileira.

A seguir, o quadro evolutivo das bancadas na Câmara e no Senado (que ajuda a entender também a decadência de PSDB e DEM):

Camara-bancadas-1994-2014

Senado-bancadas-1994-2014

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Dilma sofreu derrota, mas gravidade do cenário é relativa
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Fernando Rodrigues

Comissão tem poderes limitados para investigar Petrobras

Emendas ao Orçamento tendem a desidratar rebelados

O governo sofreu um grande revés na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (11.mar.2014). Foi criada uma comissão externa de deputados para averiguar suspeitas de corrupção na Petrobrás.

O PSDB, maior partido de oposição, classificou o fato como “derrota histórica“. O governo reagiu e manda hoje (12.mar.2014) à Câmara ministros para explicar como está a investigação sobre suspeitas de que funcionários da Petrobras teriam recebido propina para beneficiar uma empresa da Holanda.

É evidente que o governo demorou a reagir. Errou feio e perdeu no plenário da Câmara. Os ministros poderiam ter ido mais rapidamente ao Congresso explicar o que se passa. Agora, não dá mais para reverter os votos de 267 deputados que trucidaram a posição do Planalto e foram a favor da comissão externa para acompanhar como anda a suspeita de que a holandesa SBM Offshore, que tem negócios com a Petrobras, teria pago suborno aqui no Brasil.

Na política, entretanto, é recomendável analisar todos os aspectos de um determinado cenário antes de fazer previsões definitivas. Na noite de terça-feira, a quente, muitos políticos achavam que era o fim da linha para o governo Dilma Rousseff no Congresso. Que a partir de agora será só ladeira abaixo.

Mas eis aqui alguns pontos que também devem ser considerados com um pouco de frieza:

1) Efeitos diretos para Dilma e alto escalão do governo: se houvesse chance de alguém com grande proximidade ao governo estar envolvido nesses supostos trambiques da Petrobras, certamente o Palácio do Planalto teria se esforçado um pouco mais para impedir a votação da terça-feira. Essa é apenas uma premissa, é claro. Tem sido raro um governo –do PT ou do PSDB– deixar as coisas correrem mais ou menos soltas sabendo que corre um risco muito grande numa determinada situação/investigação;

2) Revoltosos têm vantagem relativa: foram 267 votos a favor da criação da tal comissão. Ou seja, 10 a mais do que a metade da Câmara. É um bom número para quem deseja destruir o governo. Mas eis aqui outra premissa: se o Palácio do Planalto liberar o pagamento de emendas ao Orçamento para, digamos, 50 ou 60, desses deputados emburrados, o que acontecerá? Os 267 votos serão rapidamente desidratados para a redondeza de 200. A revolta corre o risco de minguar;

3) Poder limitado da comissão: alguém já ouviu falar de uma comissão externa da Câmara que tenha abalado o trabalho de algum governo nos últimos 30 anos? Pois é. É claro que sempre tem uma primeira vez. Mas deve-se considerar que essa comissão não tem poder de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Não pode quebrar de sigilos. Não pode convocar de testemunhas. Enfim, pode produzir muito calor e pouca luz;

4) Petrobras será abalada: esse é talvez o possível impacto mais negativo. A maior estatal brasileira tem ações negociadas em Bolsa. Seu valor de mercado já anda depauperado e pode ficar em situação ainda pior, pois ficará sempre suspeita até que termine a tal investigação sobre os supostos pagamentos de propinas.

Tudo considerado, Dilma Rousseff sofreu um revés de razoável tamanho na terça-feira com a criação da comissão para acompanhar investigações sobre a Petrobras. Mas não foi propriamente o fim do mundo nem há certeza de que essa comissão produza um impacto decisivo na eleição de outubro. Pode até provocar. No momento, entretanto, isso parece incerto. É preciso esperar um pouco para conhecer qual será a exata reação do governo e como será a composição da comissão e o seu modo de atuar.

E há ainda outro componente eleitoral a ser levado em conta. Para o público externo continua a vigorar a imagem propagada pela presidente da República. Qual seja a de que Dilma Rousseff está “enfrentando esses fisiológicos do Congresso e por isso está esbarra em dificuldades”. As pesquisas mostram que esse é o senso comum disseminado entre muitos eleitores.

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Agnelo quer comprar 27 mil garrafas térmicas, 1 para cada 5 servidores
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Fernando Rodrigues

Pedro Ladeira/Folhapress - 1.ago.2013

O GDF (Governo do Distrito Federal), comandado por Agnelo Queiroz (PT), pretende comprar 27 mil garrafas térmicas para suas repartições a um custo total de quase R$ 1 milhão.

Na média, é uma nova garrafa para cada 4,8 servidores. Em 2012 –último dado disponível– o GDF tinha 130 mil funcionários públicos na ativa.

O edital 29/2014 busca 4 modelos de garrafas: 12.646 unidades feitas em inox com 1 litro de capacidade (R$ 40,50 cada), 7.603 de plástico com 1,8 litro de capacidade (R$ 37,50 a peça), 3.786 de plástico para 500 ml (R$ 12,66) e 2.806 modelos resistentes a queda com 5 litros de capacidade (por R$ 19,90).

O pregão eletrônico foi aberto na sexta-feira (14.fev.2014), conforme revelou reportagem da Rádio CBN de Brasília.

Não houve lances vencedores para os modelos de inox de 1 litro e resistente a queda de 5 litros, pois as empresas pediram valores superiores ao máximo estipulado pelo governo. Mas a compra dos outros 2 modelos teve ofertas vencedoras. Serão 11.389 garrafas, no valor total de R$ 333 mil.

Ao responder à publicação da notícia, o GDF afirmou que o pregão é destinado à consulta de preços e que as garrafas serão compradas de acordo com a conveniência e o orçamento disponível.

O GDF é um prodígio nas licitações públicas. Em 2013, o governo Agnelo decidiu comprar 17 mil capas de chuva para serem usadas pela Polícia Militar durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, pela bagatela de R$ 310 a unidade. Ocorre que as competições ocorrem nos meses de junho e julho, época de seca em Brasília. Após a repercussão negativa, a compra foi cancelada.

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Núcleo político de Dilma é inábil, diz André Vargas
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Fernando Rodrigues

O deputado federal André Vargas (PT-PR), primeiro vice-presidente da Câmara, criticou ontem numa mesma entrevista a atuação dos chefes do Poder Executivo e do Poder Judiciário.

Estrela em ascensão no PT, Vargas, 50 anos, disse à “Folha” e ao UOL que “tem havido um pouco de inabilidade do governo” para negociar com o PMDB um acerto que acomode esse aliado na reforma ministerial promovida pela presidente Dilma Rousseff.

Indagado sobre quem é inábil, Vargas aponta o “staff político” do Palácio do Planalto, hoje comandado pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e pelo ministro da Casa Civil, o recém-nomeado Aloizio Mercadante.

Por que haveria essa inabilidade política do Planalto? “Acho que nós temos uma articulação ainda ineficiente, e quando digo isso assumo a responsabilidade”, responde o deputado. Mas por que a articulação é ineficiente e por que a presidente não introduz mudanças? “Aí é uma questão da presidenta. Ela toma as decisões. Não me parece que é uma questão de nomes; me parece mais uma questão de estilo. Nós, parlamentares, não somos acionados para ajudar nessa interlocução”, reclama o petista.

Esse ruído entre os congressistas e o Palácio do Planalto tem sido comum desde o início do mandato de Dilma Rousseff, em 2011. No momento, há um clima ruim pelo fato de estar em curso um processo de reforma ministerial –muitos deputados e senadores sentem-se desatendidos pela presidente.

Consultado pela reportagem, o Palácio do Planalto não quis comentar as declarações de André Vargas.

Durante a entrevista, o deputado falou sobre seu gesto de erguer o braço com o punho cerrado quando estava sentado ao lado do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, na sessão solene de abertura do Congresso no último dia 3. Para o petista, sua atitude foi “um direito de opinião”. Negou ter a intenção de ofender o magistrado.

Mas André Vargas fez duras críticas ao presidente do STF, que teria cometido “um equívoco grande” ao ter revogado nesta semana uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski sobre um pedido de José Dirceu, réu do mensalão que deseja autorização para trabalhar fora do presídio durante o dia.

Lewandowski havia determinado que o pedido de autorização para trabalho externo fosse analisado com urgência. Barbosa suspendeu o processo. “O ministro Joaquim Barbosa não aposta na unificação do Poder. Estou dando minha opinião. Ele não está à altura de ser presidente de um Poder. Não se comporta como presidente de um Poder. Ele se comporta como um ministro polêmico, o ministro que mais divide do que une”, declarou André Vargas.

Procurada, a assessoria de Barbosa disse que o ministro não comentaria os ataques de Vargas.

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Kassab se antecipa ao PT e lança seu próprio ônibus de caravana
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Fernando Rodrigues

Gilberto Kassab, pré-candidato do PSD ao governo do Estado de SP, estreou neste sábado (8.fev.2014), em Bauru, o ônibus que usará durante suas caravanas pelo interior paulista durante a campanha.

O movimento surpreendeu os petistas, que haviam mobilizado a mídia com o lançamento do ônibus do seu pré-candidato ao governo de SP, Alexandre Padilha. O veículo petista custou R$ 600 mil, tem mesa de reuniões e acesso à internet e já deveria ter sido utilizado na visita de Padilha a Ribeirão Preto, na 6ª feira (7.fev.2014), mas não começou a rodar por problemas de documentação.

O ônibus de Kassab é mais modesto. Em vez de ter a pintura inteira personalizada, como o de Padilha, tem apenas alguns adesivos do PSD. E não conta com mesa de reuniões. Segundo a assessoria do ex-prefeito, o contrato para usar o ônibus durante toda a campanha ainda está sendo negociado, mas será fechado.

O PSD espera que o ônibus torne as visitas de Kassab ao interior mais populares –com mais poltronas do que uma minivan, é possível acomodar correligionários e apoiadores nos deslocamentos.

Kassab foi a Bauru acompanhado do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, cotado para disputar o Senado pela legenda. É o terceiro evento de Meirelles ao lado de Kassab neste ano. Os dois também estiveram juntos em São José do Rio Preto, em 24.jan.2014, e em Jundiaí, no sábado passado (1.fev.2014), para a festa da uva. Na próxima 6ª feira (14.fev.2014), Kassab e seu time irão a Franca.

(Bruno Lupion)

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Eduardo Campos poderia ser candidato do PT em 2018, diz Luiz Marinho
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Fernando Rodrigues

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diz que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), errou ao se desgarrar do governo para disputar o Palácio do Planalto em 2014.

Em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, Marinho relata que ele, Lula e interlocutores do PT sinalizaram para Eduardo Campos que a melhor opção para o socialista seria manter o apoio à reeleição de Dilma Rousseff em 2014 –e assim se qualificar para ser o candidato a presidente em 2018, inclusive com o apoio do PT.

“Eduardo não teve a sabedoria e a paciência de se colocar para suceder em 2018. Ele poderia estar muito bem colocado nessa posição. Abriu mão, infelizmente”, disse Marinho. O socialista “poderia ser candidato ao Senado. E ter o nosso apoio para ser presidente do Senado. Vir a ser ministro importante num segundo governo Dilma. Tinha um monte de possibilidades colocadas. Mas preferiu raia própria. Na medida em que disputa, vira adversário”.

E quem fez as propostas para que Eduardo Campos mantivesse o apoio ao governo Dilma com a possibilidade de ter o apoio do PT para disputar o Planalto em 2018? “Eu disse publicamente isso. Essa sinalização foi colocada para o Eduardo”. Por Lula? “O presidente Lula, a própria presidenta Dilma. Isso foi colocado”, responde o prefeito de São Bernardo. “Eu acho que ele errou”.

Como o PT tem um histórico sofrível quando se trata de ceder vagas em eleições importantes, as negociações não prosperaram. Além disso, em política é muito difícil fazer uma promessa sobre uma mercadoria a ser entregue só daqui a cinco anos. Marinho discorda. “Não acho difícil. Nós temos convicção de que em algum momento o PT terá que botar um partido aliado para governar o Brasil. Se nós queremos um projeto de longo prazo, nós temos que partilhar isso com os aliados”.

Essas declarações são um sinal de como o PT ficou incomodado com a saída de Campos para a oposição. Revelam também um receio que o partido tem a respeito de disputar um segundo turno contra o pernambucano em 2014.

Em São Paulo, Marinho diz que foi sondado para ser o candidato do PT a governador, mas afirmou preferir terminar seu mandato como prefeito de São Bernardo. Na disputa paulista, acredita que o tucano Geraldo Alckmin seja o favorito para ser reeleito, mas que o nome pré-lançado pelo PT –o do ministro da Saúde, Alexandre Padilha–, estará no segundo turno.

Sobre a influência negativa que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, terá nas disputas paulistas de 2014, Marinho acha que os eleitores saberão diferenciar. O petista é aprovado por apenas 18% dos paulistanos, segundo o Datafolha. Para Marinho, Haddad “vai penar” até a metade de 2014 antes de começar a recuperar a popularidade.

Ex-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), o prefeito de São Bernardo não acha que o direito de greve deva ser absoluto. Por exemplo, ele se diz contra paralisações de policiais.

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Aprovação a ações de Joaquim indica cansaço com política tradicional
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Fernando Rodrigues

É um sinal de alerta para políticos em geral a altíssima aprovação dos brasileiros atos de Joaquim Barbosa ao mandar prender mensaleiros condenados durante o feriado da Proclamação da República, 15 de novembro último.

Os brasileiros parecem estar cansados da política tradicional. Querem mais julgamentos, condenações e punições de quem não trata corretamente a coisa pública.

A população aprova com entusiasmo quando são presos os políticos acusados e condenados por prática de corrupção.

A pesquisa do Datafolha que mostra esses dados é um caso especial de estudo científico que desnuda cabalmente o establishment de um partido político –como foi o caso agora do PT. A cúpula petista reclamou das prisões dos mensaleiros, alguns se autodenominaram “presos políticos” e houve muitas críticas sobre o tratamento supostamente desumano na condução das prisões.

Essa avaliação da cúpula petista está a léguas de distância do que pensam os militantes da legenda. Segundo o Datafolha, entre simpatizantes do PT, 87% dizem também aprovar as atitudes de Joaquim Barbosa na execução das penas dos condenados do mensalão.

Eis os dados (clique nas imagens para ampliar):

Datafolha-JoaquimBarbosa-geral

Datafolha-JoaquimBarbosa-partidos

O Datafolha foi além. Problematizou perguntando se o presidente do Supremo Tribunal Federal não tentou se promover pessoalmente ao mandar prender mensaleiros justamente no dia da Proclamação da República. De novo, os brasileiros apoiaram Joaquim Barbosa, com 78% dizendo que ele “agiu de acordo com a Justiça”. Entre petistas, a taxa foi de 80%.

Eis os dados (clique nas imagens para ampliar):

Datafolha-JoaquimBarbosa-geral-uso-pessoal

 

Datafolha-JoaquimBarbosa-partidos-uso-pessoal

O que esses dados expressam? Muito simples. Os brasileiros indicam que há um gigantesco divórcio entre o que falam os dirigentes partidários e o que pensam os eleitores em geral quando o assunto é julgar, condenar e punir quem comete atos de corrupção na política.

Esse é um sinal maiúsculo de que não colou o discurso de que houve injustiça nas condenações do mensalão. Os políticos que insistirem nessa tese podem sair de mãos abanando nas eleições de 2014.

Na eleições do ano que vem, parece haver poucos eleitores propensos a embarcar apenas no discurso tradicional usado pelos partidos políticos há tantas décadas.

Mas é necessário também fazer uma ressalva importante. Não há garantia de que haverá mudança com certeza em 2014. Até porque a candidatura oficial a presidente (de Dilma Rousseff) e os principais nomes até agora pré-lançados pela oposição (Aécio Neves e Eduardo Campos) não chegam nem perto de um discurso que possa desafiar os cânones da política tradicional.

E Joaquim Barbosa? É muito difícil para um outsider sozinho ter sucesso numa empreitada dessas, sem uma estrutura partidária nacional que possa empurrá-lo numa campanha presidencial.

Ou seja, há uma situação na qual a sociedade brasileira parece pronta para um curto-circuito (quem não se lembra dos protestos de rua em junho?). Mas vai acontecer algo assim em 2014? Ninguém sabe.

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Dilma vai pessoalmente ao PSD receber o apoio de sigla de Kassab
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Fernando Rodrigues

Presidente encerrará a reunião a Executiva do partido na quarta-feira

Legenda do ex-prefeito de São Paulo anunciará adesão à reeleição da petista

A presidente Dilma Rousseff vai pessoalmente até a sede do PSD (Partido Social Democrático) em Brasília na quarta-feira (20.nov.2013) que vem para receber o apoio formal da legenda.

O PSD fez um processo de consultas formais aos seus 27 diretórios (26 Estados e Distrito Federal). Concluiu por maioria que deve apoiar o projeto de reeleição de Dilma em 2014. Esse fato já é conhecido. Será formalizado numa reunião da Comissão Executiva Nacional da sigla na próxima quarta-feira.

A novidade é que não será o presidente nacional do PSD que levará a decisão até Dilma Rousseff. Será a petista que aceitou ir à reunião do novo aliado oficial.

Há um simbolismo especial nessa atitude da presidente. Depois do PT, que é o seu partido, o PSD será a primeira agremiação política a oficializar apoio ao projeto de reeleição para 2014. Nem o PMDB, que ocupa a vaga de vice-presidente da República, com Michel Temer, ainda se mexeu para formalizar a reedição da chapa no ano que vem.

A presença de Dilma Rousseff está agendada para a hora do almoço. Deve ocorrer logo depois do meio-dia. Há uma preocupação em não permitir que se interprete que a presidente estaria fazendo política de campanha no horário de expediente.

Estarão presentes os presidentes dos diretórios estaduais do PSD e a bancada de congressistas da legenda.

A importância do PSD está no tempo de TV e de rádio que a legenda tem a oferecer numa aliança formal em 2014. Mesmo depois de todas as baixas recentes na bancada na Câmara, a sigla continua tendo 49 deputados –para efeito de distribuição do tempo da propaganda eleitoral. Trata-se do mesmo número de deputados de que dispõe o PSDB, maior partido de oposição (também para efeito de cálculo de tempo na mídia eletrônica).

Na quarta-feira, portanto, a deferência que Dilma Rousseff fará ao PSD tem uma contrapartida clara. A legenda de Kassab agregará à campanha da petista o mesmo número de minutos que o PSDB terá na TV e no rádio na campanha de 2014.

p.s.: e não custa também lembrar que Dilma Rousseff faz esse gesto num momento em que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (do PT), hostilizou Gilberto Kassab por causa do escândalo com a máfia dos fiscais paulistanos.
A ida de Dilma ao PSD é um sinal explícito de como a presidente ficou incomodada com a beligerância produzida pelo petista Haddad em relação ao aliado Kassab.

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