Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : CPI do Cachoeira

Ficar em silêncio ajudou a Vale na tragédia de Mariana (MG), diz Mário Rosa
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Fernando Rodrigues

Empresa optou pela cautela e se comprometeu menos

Hoje (25.nov) sai a última parte do “Glória e Vergonha”

Mário Rosa relata amizade com Fernando Cavendish

E conta como Eike Batista negocia já em decadência

(Antonio Cruz/Agência Brasil)

Vale evitou exposição na imprensa após tragédia em Mariana (MG)

Dias depois do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), os presidentes da Vale e da BHP visitaram o local da tragédia e deram uma entrevista à imprensa. As respostas foram vagas, sem anúncios de impacto.

O tom evasivo dos chefes das duas controladoras da Samarco, responsável pela barragem prenunciou o comportamento das empresas durante todo o desdobramento da cobertura da imprensa. A estratégia adotada pela Vale foi calculada para afastar a empresa das manchetes e reduzir os impactos negativos em sua imagem.

A história é contada pelo consultor político e empresarial Mário Rosa em seu livro “Glória e Vergonha: memórias de um consultor de crises”. A obra está publicada em capítulos no UOL. A última parte foi ao ar nesta 6ª feira (25.nov).

Esta resenha está no Poder360 e foi preparada pelo jornalista Mateus Netzel.

A tragédia de Mariana (MG) relembra Mário Rosa de sua amizade com o empresário Fernando Cavendish, da Delta Construção. Investigado em mais de uma operação da Polícia Federal, era um cliente com alta demanda de gerenciamento de crises. Na mais pessoal delas, perdeu a mulher, a cunhada e amigos íntimos em um acidente de helicóptero. Na mais recente, foi preso pela Operação Saqueador, em junho deste ano. Atualmente, o empresário é réu e se encontra em prisão domiciliar.

Em uma das crises –provocada pela gravação de uma conversa de Cavendish com o bicheiro Carlinhos Cachoeira–, em 2012, a Delta era um dos principais alvos da CPI do Cachoeira. Na ocasião, um episódio exemplifica as estratégias de Mário Rosa para auxiliar seus clientes em casos com grande exposição midiática.

Em meio à devassa feita a sua empresa, Cavendish tomou a iniciativa de entregar um lote de documentos à CPI como forma de demonstrar boa vontade com as investigações. Os papéis foram todos colocados em uma grande caixa com a logomarca da Delta. O próprio empresário foi ao Congresso entregar o volume.

O factoide estava criado: a “caixa da Delta”. Só se falou nisso na cobertura do dia. A mídia foi hipnotizada pela caixa de papelão.

FERA FERIDA
Mesmo em decadência, Eike Batista demonstrava a agressividade que o levou a sustentar a 7ª maior fortuna do mundo, segundo a Forbes. Na negociação de venda de uma mina de carvão na Colômbia, já na curva descendente de seu grupo empresarial, levou Mário Rosa em seu jato particular a Bogotá para presenciar a conversa com um investidor indiano.

O consultor teve então uma amostra do estilo abrasivo de Eike. No final de 5 horas de negociação, o empresário dá seu melhor golpe. Na saída da conversa, entrega simpaticamente ao indiano um envelope com estimulantes sexuais. Deixa o investidor com um riso amarelo na cara.

REFLEXÕES
Nos últimos capítulos de seu livro, Mário Rosa faz uma homenagem a seus mentores e a sua família. Dedica seus agradecimentos, entre outros, aos jornalistas José Amílcar Tavares Soares, e Tales Alvarenga; aos publicitários Duda Mendonça, João Santana e Nizan Guanaes; e ao palestrante Roberto Shinyashiki.

Encorpa também as reflexões realizadas ao longo de todo o livro sobre a função que exerce. Termina o livro revelando um temor. Um arremate que explica em parte a importância que reserva a seu trabalho e, talvez a intenção de escrever esta obra.

Leia as 5 partes do livro em PDF:
1ª parte
2ª parte
3ª parte
4ª parte
5ª parte

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Garotinho usa PR na TV para atacar Sérgio Cabral
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Fernando Rodrigues

O deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) usa parte de seu tempo no programa partidário da sua legenda, hoje (16.mai.2013) à noite para fazer uma ironia e atacar Sérgio Cabral, governador fluminense e seu adversário político direto no Rio de Janeiro.

Garotinho entra em cena segurando um guardanapo e o atira no chão, afirmando: “Você se lembra? Com a república do guardanapo o Rio de Janeiro sofreu uma derrota moral. Nada de guardanapo na cabeça!”.

Ele se refere ao episódio em que Cabral foi fotografado, em 2009, ao lado do então presidente da construtora Delta, Fernando Cavendish, após um alegre jantar em Paris, ambos dançando com guardanapos amarrados na cabeça.

A Delta foi investigada pela CPMI do Cachoeira e teve contratos com o governo do Rio questionados.

As fotos foram levadas a público pelo próprio Garotinho, que as publicou em seu blog pessoal, no ano passado. A ideia do deputado era ser ainda mais contundente, pois pretende disputar o governo do Rio no ano que vem, contra o grupo de Sérgio Cabral.

A fala completa de Garotinho no programa de TV do PR era mais longa, com 1 minuto e 40 segundos. A direção partidária vetou e a inserção como estava. O deputado acabou tendo só cerca de 1 minuto.

Eis uma imagem de Garotinho ao jogar o guardanapo no chão:

O programa partidário de TV do PR foi produzido pelo publicitário Elsinho Mouco, da agência Pública. O Blog teve acesso ao vídeo, que pode ser visualizado no post acima.

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Congresso teve 38 escândalos em 2012
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Fernando Rodrigues

Blog registra casos de desvio de conduta desde 2009…

…anos eleitorais têm menos ocorrências que os outros.

O Congresso Nacional protagonizou neste ano 38 casos de desvio de conduta divulgados pela imprensa. Todos estão registrados em detalhes na página “Escândalos no Congresso”, mantida por este Blog desde 2009.

Neste 4º ano do levantamento, fica nítida uma tendência: anos pares têm menos registros de crises e escândalos no Poder Legislativo, pois são anos eleitorais e os congressistas passam menos tempo na capital da República.

Os anos sem eleição incluídos no levantamento do Blog (2009 e 2011) tiveram, respectivamente, 93 e 94 escândalos. Os anos com eleição (2010, nacional, e 2012, municipal) tiveram 42 e 38 casos.

Ou seja: das 267 histórias pouco abonadoras registradas desde 2009 no Congresso, 70% ocorreram em anos sem eleição, quando deputados e senadores estão mais empenhados no exercício de seus mandados.

Retrospectiva
Ao todo, a Câmara foi palco de 23 dos escândalos de 2012. O Senado, de 11. As duas Casas juntas, de 4. Para cada caso, a página “Escândalos no Congresso” apresenta o resumo da história, o “outro lado” (explicações dos acusados publicadas nas reportagens) e “o que aconteceu” (desdobramentos tornados públicos). Em geral, quase sempre nunca acontece nada.

Até agora, em 2012, os 38 escândalos no Congresso envolveram diretamente 25 deputados e 13 senadores em exercício do mandato, além de casos em que os envolvidos são grupos de congressistas, as próprias administrações das Casas e ex-integrantes do Congresso. Apesar dos indícios fortes e até provas de quebra de decoro parlamentar contra muitos, apenas Demóstenes Torres foi punido com a perda do mandato neste ano.

O primeiro escândalo deste ano envolveu Câmara e Senado e foi divulgado em 16.jan.2012 pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. Segundo a publicação, o Congresso pagou as viagens do senador Valdir Raupp (PMDBO-RO) e de sua mulher, deputada Marinha Raupp (PMDB-RO), para a Coreia do Sul, China e África do Sul.

Depois da história do casal Raupp, foram divulgados fatos constrangedores sobre o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), licenciado para exercer o cargo de ministro das Cidades. E também entraram para a lista o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), que ainda era pré-candidato a prefeito de São Paulo, e o senador Gim Argello (PTB-DF), possível sucessor de Roberto Jefferson na presidência do PTB a partir de 2013.

A lista de 2012 inclui ainda dois casos de muito impacto: a condenação de deputados federais pelo STF no julgamento do mensalão e o fiasco da CPI do Cachoeira, que não pediu o indiciamento de nenhum suspeito após ser montada por deputados e senadores para investigar as ligações de Carlinhos Cachoeira com políticos e autoridades.

Anos anteriores
Uma das primeiras histórias registradas pelo Monitor de Escândalos, em fevereiro de 2009, é a de Edmar Moreira, apelidado de “Deputado do Castelo”. Moreira colocou à venda um castelo localizado em Minas Gerais, levantando indícios de que havia ocultado o valor real de seus bens da Justiça Eleitoral. Ele não perdeu o mandato, mas não se reelegeu nas eleições de 2010.

Também estão no Monitor casos ligados à “farra aérea” e aos “atos secretos”, ambos de 2009. Outro caso notório é o do deputado Pedro Novais, que pagou motel com dinheiro da Câmara em 2010. Na época de divulgação do fato, ele tinha sido convidado por Dilma para ser ministro do Turismo. A presidente eleita manteve o convite, mas em 2011, novas acusações contra Novais o derrubaram do Ministério.

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Câmara perdoa deputados ligados a Cachoeira
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Fernando Rodrigues

Mesa Diretora arquivou hoje representações contra Rubens Otoni (PT-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ).

Caso de Carlos Leréia (PSDB-GO), conhecido desde abril de 2012, irá para o Conselho de Ética, mas só em 2013.

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu hoje (19.dez.2012) arquivar as representações contra os deputados Rubens Otoni (PT-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ). Todos eram acusados de ter relações impróprias com Carlos Cachoeira –o empresário de Goiás que é acusado de tráfico de influência e negócios irregulares com entidades públicas.

A Câmara também decidiu enviar para o Conselho de Ética a história de Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que admitiu ser amigo de Cachoeira e conhecer suas atividades ilícitas.

Ou seja: 1) em 2012 ninguém será punido, apesar de o caso ser conhecido desde o primeiro semestre; 2) três deputados já se salvaram sem investigações muito profundas; 3) se alguém vier a ser punido (chance remota), isso acontecerá só em 2013 –caso de Carlos Leréia.

Não há razão objetiva para que a Câmara atrase tanto assim a apuração de acusação contra 4 de seus integrantes.

A decisão tomada hoje pela Câmara está em linha com o desfecho melancólico da CPI do Cachoeira. Nesta 3ª feira (18.dez.2012), a investigação encerrou seus trabalhos sem pedir o indiciamento de nenhum suspeito.

Todos os detalhes do escândalo que envolve congressistas e Carlinhos Cachoeira foram registrados por este Blog na página “Escândalos no Congresso”, ativa desde 2009. A única personagem política punida até agora por causa do caso Cachoeira foi Demóstenes Torres. Ele era senador por Goiás (eleito pelo DEM, mas hoje sem partido) e foi cassado –não por causa da CPI ou de investigações independentes no Congresso, mas porque o Ministério Público coletou as provas e o Senado ficou sem condições de manter o acusado entre seus quadros.

Abaixo, os links para os textos que apresentam o resumo dos fatos, as explicações dos envolvidos e o desfecho público de cada caso.

Demóstenes (ex-DEM-GO) é cassado por conexão com empresário Cachoeira (4.mar.2012)

Rubens Otoni (PT-GO) é suspeito de receber dinheiro de Cachoeira (9.mar.2012)

Protógenes (PC do B-SP) é acusado de envolvimento com Cachoeira (10.abr.2012)

Deputado Leréia (PSDB-GO) se diz amigo de Cachoeira (18.abr.2012)

Sandes Júnior (PP-GO) pediu para Cachoeira pagar pesquisa (27.abr.2012)

Congresso encerra CPI do Cachoeira sem indiciados (18.dez.2012)

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Demóstenes cassado, outros investigados aliviados
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Fernando Rodrigues

ímpeto persecutório deve diminuir e deputados encrencados podem se livrar

A cassação do senador Demóstenes Torres (de Goiás, e ex-líder do DEM) dá uma sensação de alívio para os demais investigados por envolvimento com Carlos Cachoeira.

Deveria ser o oposto, mas é sempre assim no Congresso. Depois de grandes processos de purgação interna, os deputados e os senadores parecem prostrados e sem interesse em prosseguir com a faxina.

Ou seja, os outros possíveis investigados vão se beneficiar do remanso que se abaterá agora sobre o Poder Legislativo.

Há um punhado de deputados envolvidos com Carlos Cachoeira. Mas até agora a Câmara dos Deputados não se mexeu com rapidez (o oposto) e sairá para o recesso sem tratar, de fato, do assunto.

Para complicar, esta é a última semana de trabalho para valer do Congresso até as eleições municipais de 7 de outubro. É claro que haverá algumas sessões ditas “de trabalho”, mas será só para inglês ver.

Hoje (11.jul.2012), ao sair do plenário, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que a CPI do Cachoeira “vai tomar seu rumo próprio”. Que ritmo é esse? O mais lento possível.

Em tempo: José Sarney não revelou seu voto no processo de Demóstenes. O placar geral foi de 56 votos pela cassação e 24 contra (soma de 19 contra e 5 abstenções).

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Delta ganhou de 13 governos estaduais e de 28 prefeituras
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Fernando Rodrigues

Dados fiscais da empreiteira Delta, suspeita de abastecer o esquema de Carlinhos Cachoeira, expõem sua dependência do Estado para existir. Declarações de Imposto de Renda de 2009 e 2010 mostram que a empresa faturou nesses anos R$ 3,172 bilhões. Desse total, só provém do setor privado 0,4% (R$ 12,4 milhões).

Do setor público, a Delta recebeu R$ 3,159 bilhões no período analisado. O governo federal lidera o ranking de pagadores da empresa: contribuiu com 49% (R$ 1,567 bilhão) do faturamento total. Governos estaduais e do Distrito Federal respondem por 35% (R$ 1,108 bilhão). As prefeituras, por 15% (R$ 484 milhões).

O sigilo fiscal da Delta foi quebrado a pedido da CPI do Cachoeira e analisado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), integrante da comissão. Em entrevista ao Poder e Política, projeto da Folha e do UOL, Randolfe disse que chama a atenção a quantidade de pagamentos feitos pelo governo e por prefeituras do Rio de Janeiro à Delta. Clique aqui para assistir a esse trecho da entrevista de Randolfe em tablets e em smart phones.

Foram 12 Estados e o Distrito Federal e que transferiram dinheiro à empreiteira no período analisado. As transferências do Governo do Rio representam 48,6% (R$ 539 milhões) do total.

Com relação às prefeituras, 10 das 28 que contrataram a Delta são do Rio. Esse grupo fluminense responde por 36,3% (R$ 176 milhões) do que foi pago por municípios à empresa.

Nenhum pagamento recebido pela Delta pode ser considerado ilegal, em princípio. Está tudo declarado pela empresa à Receita Federal. A CPI do Cachoeira terá de analisar quais foram de fatos os serviços prestados pela empreiteira. Aí poderá fazer um juízo sobre o que foram de fato esses pagamentos.

Os R$ 12,4 milhões recebidos pela Delta do setor privado têm origem em apenas 4 empresas, segundo os dados fiscais da empreiteira: Dimensional Engenharia, Thyssenkrupp, Construcon e Universo Online (UOL).

Acesse aqui a lista completa e detalhada dos pagamentos recebidos pela Delta em 2009 e em 2010. Aqui, quadro resumido.

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Poder e política na semana – 2 a 8.jul.2012
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Fernando Rodrigues

A presidente Dilma Rousseff começa a semana recebendo 2 ministros na 2ª feira (2.jul.2012): Wagner Bittencourt (Aviação Civil) e Alexandre Padilha (Saúde).

Ainda na 2ª feira, o Conselho de Ética da Presidência faz nova reunião e analisa, mais uma vez, o comportamento do ministro Fernando Pimentel (Indústria e Comércio Exterior). Em pauta: a viagem que Pimentel fez em avião fretado pelo empresário João Dória Jr.

Na 3ª feira (3.jul.2012), a CPI do Cachoeira ouvirá mais pessoas relacionadas ao caso e ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Na 5ª (5.jul.2012), o grupo terá sessão administrativa e deverá votar mais requerimentos, como os de convocação e quebra de sigilo de Fernando Cavendish (dono da empreiteira Delta).

Na 4ª feira (4.jul.2012) a Comissão de Constituição e Justiça do Senado analisará a legalidade do processo que recomendou a cassação do senador goiano Demóstenes Torres (ex-DEM). Se aprovar a forma como tudo foi feito, a perda do mandato deverá ser votada em plenário na próxima semana.

Também na 4ª feira, o Conselho de Ética da Câmara decidirá se deve ou não abrir processo para investigar se um deputado do PC do B quebrou o decoro parlamentar. Em questão, a relação de Protógenes Queiroz com um dos supostos homens de Carlinhos Cachoeira, o Dadá.

Na 5ª feira (5.jul.2012), acabará às 19h o prazo para partidos e coligações requererem registro de seus candidatos à Justiça Eleitoral.

Na 6ª feira (6.jul.2012) estará permitida a propaganda eleitoral, inclusive na internet. Os comícios serão permitidos das 8h às 24h com aparelhos de som fixos. E alto-falantes instalados nas sedes dos partidos e em veículos poderão funcionar das 8h às 22h.

A partir de sábado (7.jul.2012), candidatos estarão proibidos de comparecerem a inaugurações de obras públicas. E a partir de domingo (8.jul.2012), a Justiça Eleitoral poderá começar a organizar a propaganda eleitoral com partidos e representantes das TV e rádios.

Devem repercutir nesta semana novidades do mundo político divulgadas na semana passada: 1) denúncia feita pelo procurador-geral da República contra suspeitos de envolvimento do mensalão do DEM; 2) aumento da participação do PSD no Fundo Partidário no tempo de TV; 3) pesquisa CNI/Ibope que mostrou Dilma com aprovação de 77% e o governo com aprovação de 59%; 4) liberação, pelo TSE, da candidatura de quem teve contas de campanhas anteriores rejeitadas.

A seguir, o drive político da semana:

 

Segunda (2.jul.2012)
Dilma e ministros – presidente receberá Wagner Bittencourt (Aviação Civil) às 15h. No fim da tarde, às 18h, terá reunião com Alexandre Padilha (Saúde).

Graça Foster em Londres – presidente da Petrobras anunciará plano de investimentos da empresa para o período 2012-2016. Na semana passada fez a apresentação em Nova York, no Rio e em São Paulo.

Pimentel e o Conselho de Ética – órgão da Presidência fará outra reunião mensal com reclamações contra o ministro da Indústria e do Comércio Exterior na Pauta. Está em questão uma viagem em avião fretado por João Dória Jr.

Desastres no Rio – Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apresentará balanço das ações que realizou para o Programa de Gestão de Risco e Resposta a Desastres Naturais do Governo Federal. Às 14h, na av. Pasteur, 404, Urca, no Rio de Janeiro.

Senado travado – pauta de votações está trancada pelo projeto que altera regras do Minha Casa, Minha Vida.

Ciberdemocracias – palestra sobre o tema acontecerá às 19h, no Interlegis, no Senado. Faz parte do Fórum Senado Brasil 2012, que terminará em 7.ago.2012.

Brasil e África – país promove com a ONU seminário sobre programa de compra de alimentos em 5 países africanos. Os debates ocorrerão em Brasília e em Alagoas até 6ª feira (6.jul.2012). O de 2ª feira começará às 9h, no Itamaraty, em Brasília.

Tombini de férias – presidente do BC terá folga até 6ª feira (6.jul.2012).

Brasil e Alemanha – em Frankfurt, haverá encontro sobre as relações dos países até 3ª feira (3.jul.2012). O governo da Bahia participará.

Parlasul – Parlamento do Mercosul fará sua 1ª reunião do ano, às 8h, em Montevidéu. Em pauta, a situação do Paraguai, que destituiu seu presidente Fernando Lugo do cargo.

Inflação – FGV publica IPC-S.

 

Terça (3.jul.2012)
Perillo e a CPI – mais depoimentos relacionados ao governador de Goiás e ao caso Cachoeira. Deverão falar à comissão Joaquim Gomes Thomé Neto, Rosely Pantoja da Silva, Ana Cardozo de Lorenzo e Edivaldo Cardoso. Aqui, descrição de cada um dos convocados.

Reajuste para funcionários públicos – único item previsto para votação na Câmara é a Medida Provisória 568/12, que concede reajuste para diversas categorias do Executivo. Travados na fila estão projetos como o que redistribui os royalties do petróleo e o que fixa em 6h a jornada dos enfermeiros.

Voto aberto – o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) coordena abaixo-assinado a favor da PEC 349, que acaba com o voto secreto do Legislativo. Pretende entregar o documento ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

Retrato do mandatário – imagem do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB-ES), será colocada na galeria de ex-presidentes da Comissão de Meio Ambiente do Senado. Às 10h30.

Pesquisa e desenvolvimento – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgará às 10h estudo sobre inovação tecnológica no setor elétrico brasileiro regulado pela Aneel.

Pelotas na Câmara – aniversário de 200 anos da cidade gaúcha será celebrado pelos deputados às 10h.

Cesta básica – Dieese publica estudo sobre o preço dos alimentos.

Indústria – IBGE divulga pesquisa sobre a produção física do setor no país.

Comércio – FGV publica sondagem sobre o setor.

Inflação – Fipe publica IPC referente a junho de 2012. FGV publica IPC-S Capitais.

 

Quarta (4.jul.2012)
Mandato de Demóstenes – Comissão de Constituição e Justiça do Senado analisará a legalidade do processo de cassação do senador goiano. Se aprovar a forma como tudo foi feito, a perda do mandato deverá ser votada em plenário na próxima semana.

Ética de Protógenes Conselho de Ética da Câmara decidirá se deve ou não abrir processo para investigar se o deputado do PC do B quebrou o decoro parlamentar. Em questão, a relação de Protógenes com um dos supostos homens de Carlinhos Cachoeira, o Dadá.

PSB e ditadura – na Câmara, a fundação do Partido (chamada João Mangabeira) fará o “Seminário Internacional sobre a Operação Condor”. Também estão na organização a Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e o Movimento de Justiça e Direitos Humanos.

Mantega em SP – ministro da Fazenda será palestrante em evento organizado pela Fiesp e pelo Lide, grupo do empresário João Dória. Das 8h30 às 11h, na Fiesp.

Custo de vida – Dieese publica pesquisa sobre preços na cidade de São Paulo.

Construção – FGV divulga sondagem sobre o setor.

 

Quinta (5.jul.2012)
Registro de candidatos – acabará às 19h o prazo para partidos e coligações requererem registro de seus candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador à Justiça Eleitoral. Todos que pediram registro deverão ser incluídos nas pesquisas eleitorais.

CPI do Cachoeira – comissão fará sessão administrativa. Entre os requerimentos a serem votados está o de convocação e quebra de sigilo do dono da Delta, Fernando Cavendish. Começará às 10h15.

Contas públicas – último dia para tribunais e conselhos de contas mandarem para a Justiça Eleitoral nomes de quem tive contas relativas ao exercício de cargo ou função pública rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível.

Agricultura – IBGE divulga levantamento sobre a produção do setor.

Inflação – FGV publica IGP-DI e IPC-C1.

 

Sexta (6.jul.2012)
Propaganda eleitoral – a partir desta data, a Justiça permitirá divulgação de candidaturas e pedidos de votos. Será permitida a propaganda eleitoral na internet, menos as inserções pagas.

Comícios e som alto – os eventos serão permitidos das 8h às 24h com aparelhos de som fixos. Já os alto-falantes instalados nas sedes dos partidos e em veículos poderão funcionar das 8h às 22h.

Telefone obrigatório – por causa das eleições, partidos ganham prioridade para instalação telefônica. O calendário eleitoral diz que “serviços telefônicos oficiais ou concedidos farão instalar, nas sedes dos diretórios devidamente registrados, telefones necessários, mediante requerimento do respectivo presidente e pagamento das taxas devidas”.

Bombeiros na Câmara – às 15h, Casa homenageará o dia dedicado à profissão, protagonista de protestos por aumento salarial e criação de piso nacional para profissionais da segurança pública.

Cardozo de férias – ministro da Justiça deverá ficar de folga até 15.jul.2012.

Cooperativas no Senado – Casa fará homenagem ao Dia Internacional do Cooperativismo às 14h.

Indústria – IBGE divulga pesquisa sobre a produção regional do setor.

Construção civil – IBGE publica custos e índices da construção civil.

Inflação – IBGE divulga IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

 

Sábado (7.jul.2012)
Regras para agentes públicos – por causa das eleições, a partir desta data, as nomeações, contratações, demissões e transferências de funcionários públicos serão dificultadas. Será proibida a transferência de recursos da União para Estados e municípios, menos para pagamentos já agendados ou casos emergenciais.

Regras para políticos – quem for prefeito, vice-prefeito ou vereador não poderá, a partir desta data: 1) autorizar propaganda de produtos e serviços da administração, a não ser para o que tenha concorrência no mercado; 2) fazer pronunciamentos em rádio e TV fora do horário político, a não ser em caso de emergência.

Candidatos e obras – a partir desta data, ficará proibido aos candidatos comparecerem a inaugurações de obras públicas.

Anderson Silva x Sonnen luta do UFC será em Las Vegas.

Eleições no mundo – Líbia fará eleições legislativas. O Timor Leste fará eleições parlamentares.

 

Domingo (8.jul.2012)
Lista de candidatos – prazo para Justiça Eleitoral publicar lista dos pedidos de registro.

Horário político – a partir deste dia, o juiz eleitoral deverá convocar partidos e a representantes das TV e rádios para elaborar plano de uso da propaganda eleitoral paga com dinheiro público.

Fla x Flu – clássico carioca completará 100 anos.

 

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Advogado recomenda a Cachoeira que fique calado
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Fernando Rodrigues

O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, advogado de Carlos Cachoeira, recomendará ao cliente que entre mudo e saia calado da CPI no depoimento desta 3a feira (22.maio.2012).

“A dúvida é se ele vai me atender”, disse Thomaz Bastos a um interlocutor logo depois que soube que o Supremo Tribunal Federal não havia permitido um novo depoimento de Cachoeira.

A estratégia de Thomaz Bastos é preservar seu cliente para um julgamento que Cachoeira enfrentará no dia 30 deste mês. Para o advogado, é na Justiça que seu cliente deve apresentar sua versão para os fatos.

O ex-ministro da Justiça considera um risco se Cachoeira falar muito à CPI, pois poderia ser usado de maneira negativa no julgamento do dia 30.

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Demóstenes ajudou a proteger dono da Delta
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Fernando Rodrigues

A CPI do Cachoeira não quer convocar o empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, alegando que não há razão para investigar a empresa fora dos limites da região Centro-Oeste.

Mas há indícios nas ligações telefônicas em posse da CPI que Carlinhos Cachoeira se interessava em proteger Cavendish. Até porque em uma das conversas em maio de 2011 de Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (à época do DEM de Goiás) o assunto é como fazer para que o dono da Delta não fosse convocado.

A data de um dos telefonemas é 8 de maio de 2011.

Cachoeira pergunta a Demóstenes: “Viu a matéria da Delta, aí?”.

Tratava-se de uma reportagem da revista “Veja” sobre o fato de a Delta ter contratados os serviços de consultoria de José Dirceu, ex-deputado federal, do PT de São Paulo.

Ao que Demóstenes responde: “Estou te ligando por isso”. Diz que fará um pedido para Cavendish ir ao Senado falar, “mas requerimento é convite, o cara pode recusar”. Ou seja, era apenas um jogo de cena.

Demóstenes então faz uma sugestão de estratégia para o dono da Delta: “…Talvez o Fernando [Cavendish] se antecipasse soltando a nota dizendo que isso é mentira, que é um problema empresarial, que nunca teve isso e tal, tal… e pula fora”.

Resumo: Cavendish não teve de depor no Senado. Agora, a história está se repetindo, apesar dos indícios que demonstram haver muitos interesses entre Cachoeira e o dono da Delta.

Abaixo, transcrições dos telefonemas a respeito de Cavendish em conversas de Cachoeira:

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Ação entre amigos, CPI flerta com a pizza
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Fernando Rodrigues

A mensagem enviada pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) para o celular do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), mostra o grau de compadrio deletério que vigora na CPI do Cachoeira. A boa reportagem do telejornal SBT Brasil nesta 5ª feira (17.maio.2012) revela de maneira crua o que tem acontecido cotidianamente na investigação:

 (para assistir em tablets ou smartphones, clique aqui)

Se nos próximos dias e semanas a CPI do Cachoeira continuar a engavetar convocações de políticos relevantes, a chance de tudo terminar em pizza é enorme –embora ainda seja cedo para fazer essa afirmação de maneira peremptória.

De toda forma, a reportagem do SBT oferece um exemplo objetivo de como são as relações entre os partidos dilmistas na CPI. Na sua mensagem a Cabral, Vaccarezza escreve: “A relação vom o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe você é nosso e nós somos teu (sic)”.

O que Vaccarezza quis dizer? Que o PMDB ajuda o PT a não convocar seus políticos –e que o PT ajuda o PMDB a blindar os peemedebistas.

Em resumo, investigação mesmo não existe. É só uma ação entre amigos. Pelo menos, por enquanto.

 

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