Blog do Fernando Rodrigues

Previdência de R$ 35 bilhões dos militares fica fora da reforma
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Fernando Rodrigues

Valor é de 2015 e beneficiou 299 mil reformados e pensionistas

Militar reformado recebeu em média R$ 9,3 mil/mês em 2015

Valor é 5 vezes maior que o benefício médio pago pelo INSS

Ministro: previdência militar não será alvo de reforma agora

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O ministro Raul Jungmann (Defesa) fala ontem

O governo brasileiro gastou mais de R$ 35,1 bilhões com reformas, pensões e outros benefícios previdenciários para militares e parentes no ano passado. Em 2016, R$ 29,6 bilhões foram usados para esta finalidade. Os dados são do Siafi, consultados pela ferramenta Siga Brasil.

A reportagem é do Poder360 e as informações do repórter André Shalders

Segundo o Ministério do Planejamento, o militar reformado recebeu em média R$ 9,3 mil mensais em 2015, valor 5 vezes maior que o pago aos aposentados do INSS.

Ontem (22.nov), em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro Raul Jungmann (Defesa) disse que a aposentadoria dos militares não será alvo da proposta de reforma da previdência que o governo enviará ao Congresso até o fim de dezembro.

“Nós da Defesa apoiamos a reforma da Previdência. Sendo chamados, daremos a nossa contribuição. Mas, no momento, estamos aguardando a finalização do 1º processo”, disse ele.

Segundo o Ministério do Planejamento, existem hoje no Brasil 151 mil militares reformados ou na reserva, e 148 mil pensionistas (pág. 67 deste relatório).

Militares reservistas e reformados também recebem mais que os servidores públicos civis, em média. O servidor civil do Executivo recebeu R$ 7,3 mil de aposentadoria em 2015, ante R$ 9,3 mil dos militares. As maiores aposentadorias, de longe, são as do Legislativo (R$ 28,5 mil) e do Judiciário (R$ 24,9 mil). A comparação está na página 41 do relatório do Planejamento.

Dos R$ 35,1 bilhões gastos em 2015, cerca de R$ 13,5 bilhões foram usados para pagar pensões a dependentes e familiares de militares.

Militares podem aposentar-se após 30 anos de serviço. Mas ao contrário dos servidores públicos civis e dos trabalhadores da iniciativa privada, eles não possuem algumas prerrogativas como horas extras, jornada de trabalho definida e adicional de periculosidade. Precisam também mudar-se de cidade com frequência.

MUDANÇA NA PREVIDÊNCIA DE MILITARES É IMPROVÁVEL
Se os militares efetivamente ficarem de fora da reforma da previdência a ser enviada até o fim de dezembro, dificilmente os benefícios deste grupo sofrerão algum tipo de mudança.

O governo Temer já adiou algumas vezes o envio da reforma previdenciária ao Congresso (a última vez foi no fim de setembro). Reuniões com sindicalistas para debater o assunto também não avançaram.

É possível que a reforma seja aprovada ainda sob Michel Temer, cujo mandato termina em 31 de dezembro de 2018. Mas não será fácil. Por isso, é muito otimismo crer que haverá uma 2ª leva de mudanças previdenciárias, capaz de afetar os militares, nos próximos anos.

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Caixa gastará R$ 132,5 milhões em patrocínio a clubes de futebol em 2017
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Fernando Rodrigues

Banco quer assumir folhas de pagamento e fornecer cartões de crédito

Corinthians recebe R$ 30 milhões ao ano; Flamengo fica com R$ 25 milhões

durante o jogo realizado esta tarde na Arena Corinthians entre Corinthians/SP x Flamengo/RJ, valido pela 32a. rodada do Campeonato Brasileiro de 2015. Juiz: Wilton Pereira Sampaio - Sao Paulo/Brasil - 25/10/2015. Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Jogadores de Corinthians e Flamengo disputam bola

Maior patrocinadora do futebol brasileiro atualmente, a Caixa voltará a pagar R$ 132,5 milhões para exibir sua marca nos uniformes dos clubes em 2017. O montante é o mesmo a ser desembolsado até o final de 2016.

A reportagem é do Poder360 e as informações são do repórter Guilherme Moraes

O presidente do banco estatal, Gilberto Occhi, falou ao Poder360 que a ideia é começar a investir em outras frentes a partir do próximo ano. “Inicialmente, a visão era apenas divulgar a marca da Caixa”, diz. “Nossa decisão é de manter os patrocínios, mas agora de forma muito mais voltada ao business.”

O banco está de olho principalmente na folha de pagamento dos clubes. O objetivo é assumir a operação das contas-salário, assim como ocorre no funcionalismo público, e dessa forma lucrar sobre as milionárias movimentações financeiras dos jogadores.

A Caixa também deseja ter a exclusividade de fornecer cartões de crédito aos funcionários. Outra ideia é assumir o sistema de Previdência dos clubes.

“Nosso objetivo é ser a única instituição financeira parceira do clube que fizer negócio conosco”, afirma Gilberto Occhi. Todas as propostas serão colocadas na mesa na hora em que os times negociarem as renovações de contrato para 2017.

CORINTHIANS E FLAMENGO NO TOPO
Os dois clubes mais populares do país são responsáveis por quase metade de tudo que a Caixa investe em patrocínio em camisa. O Corinthians recebe a maior fatia, R$ 30 milhões por ano de contrato, apenas pelo espaço da frente do uniforme.

Mesmo fora da Libertadores da América nas últimas 2 temporadas, o que gera maior exposição à marca, o Flamengo receberá R$ 25 milhões até o fim de 2016. Na sequência, aparecem Atlético-MG e Cruzeiro, com R$ 12,5 milhões cada.

O 5º clube que mais ganhou dinheiro da Caixa neste ano, o Vasco, disputou a série B do Campeonato Brasileiro nesta temporada. O time recebeu R$ 9 milhões. Ao todo, o banco público patrocina 20 clubes das séries A e B.

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Para Temer, novo ministro da Cultura vai salvar o Brasil
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Fernando Rodrigues

Roberto Freire assume a pasta e pede apoio à Lava Jato

Presidente Michel Temer na cerimônia de posse do novo ministro da Cultura, Roberto Freire, no Palácio do Planalto. Brasilia, 23-11-2016. (Foto: Sérgio Lima/Poder 360).

Presidente Michel Temer na cerimônia de posse do novo ministro da Cultura, Roberto Freire, no Palácio do Planalto.

O presidente Michel Temer deu posse hoje (4ª) ao novo ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS-SP), em cerimônia fechada no 3º andar do Palácio do Planalto. No discurso, o presidente disse que a chegada do deputado à Esplanada ajudará a salvar o Brasil.

A reportagem é do Poder360 e a apuração é do repórter Luiz Felipe Barbiéri

“Você (Freire) traz para o governo esta simbologia de quem tem passado de lutas em favor do Brasil. O governo está ganhando muito. E se o governo foi bem até agora, eu vou dizer a vocês, a partir do Roberto, vai ganhar céu azul, vai ganhar velocidade de cruzeiro e vai salvar o Brasil”,  disse Temer.

Presidente do PPS,  Freire assumiu após a polêmica envolvendo o ex-comandante da pasta, Marcelo Calero, e o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Em seu discurso, Freire pediu apoio à Lava Jato para superar o que chamou de “ambiente nefasto” para a política e a economia.

“Temos clareza das dificuldades que atravessamos em nosso país. Uma profunda crise econômica e ética de governos que não cuidaram dos fundamentos macroeconômicos com a necessária responsabilidade e produziram um ambiente nefasto para a nossa economia e para a política, que requer  temperança, ousadia e de apoio à Lava Jato para superá-la”, afirmou o ministro.

O 31º elemento
O deputado é o 31º ministro a ocupar uma vaga na Esplanada. Em 12 de maio, quando Temer assumiu o Palácio do Planalto, 24  foram nomeados.

Uma semana depois, o presidente recuou da decisão de extinguir o Ministério da Cultura e o então secretário, Marcelo Calero, ganhou status de ministro. Ilan Goldfajn foi empossado no Banco Central em junho.

Nos últimos 6 meses foram trocados 5 ministros: Fabiano Silveira (Transparência) foi substituído por Torquato Jardim, Romero Jucá (Planejamento) por Dyogo Oliveira (interinamente), Fábio Medina (AGU) por Grace Mendonça, Henrique Alves (Turismo) por Marx Beltrão e agora Marcelo Calero (Cultura) por Roberto Freire.

Embora seja intenção do governo retirar o status de ministro do advogado-geral da União e do presidente do Banco Central por meio de uma proposta de emenda à Constituição, a iniciativa ainda não se concretizou.

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Romário e Randolfe pedem indiciamento de Ricardo Teixeira e mais 8
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Fernando Rodrigues

Voto em separado foi apresentado na CPI do Futebol nesta 4ª feira

Senadores da comissão não se reuniam havia 7 meses

Romero Jucá não pediu indiciamento e sugeriu 4 projetos de lei

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O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira é um dos alvos do pedido de Romário e Randolfe

O presidente da CPI do Futebol, o senador Romário (PSB-RJ), e seu colega Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediram o indiciamento de 9 pessoas no voto em separado apresentado na reunião desta 4ª feira (23.nov). A lista inclui dirigentes e ex-dirigentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol):

  • Marco Polo Del Nero, atual presidente da entidade
  • José Maria Marin e Ricardo Teixeira, ex-presidentes da CBF;
  • Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa, ex-diretor financeiro da CBF;
  • Carlos Eugênio Lopes, advogado da CBF

Leia a íntegra do voto em separado.

A reportagem é do Poder360 e as informações são do repórter Gabriela Caesar.

Os senadores também pediram o indiciamento do deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), vice-presidente da CBF, e do prefeito de Boca da Mata (AL), Gustavo Dantas Feijó.

Completam a lista os empresários do ramo esportivo José Hawilla e Kleber Fonseca de Souza Leite, ex-presidente do Flamengo.

O documento tem mais de 1.000 páginas e será enviado ainda para o Ministério Público. Fica a cargo do MP concluir se há indícios suficientes para apresentar uma denúncia à Justiça.

A comissão estava paralisada havia 7 meses. O último encontro foi em 16 de abril. Na época, a convocação de dirigentes da CBF foi motivo de discordância entre os senadores.

O relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), ainda leu na sessão de hoje (4ª), por 25 minutos, um resumo de seu relatório final. O documento entregue pelo peemedebista tem 380 páginas e não pede o indiciamento de ninguém.

Jucá apresentou um relatório mais analítico para “aprofundar as investigações internas”. O parecer sugere ainda 4 projetos de lei. “Investigamos, descobrimos os erros e propomos correções para o futebol brasileiro”, disse Jucá.

Leia a íntegra do relatório de Romero Jucá.

O presidente da CPI, Romário (PSB-RJ), concedeu pedido de vista depois da leitura do voto em separado e do relatório de Jucá. A votação dos relatórios ainda não tem data prevista.

Os senadores Fernando Collor (PTC-AL) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) foram os únicos titulares do colegiado que não estavam no encontro desta 4ª feira.

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“Querem anistiar lavagem de dinheiro”, diz líder do Psol
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Fernando Rodrigues

Projeto cria crime de lavagem para fins eleitorais

Texto deve ser votado nesta 4ª feira (23.nov)

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Líder do Psol na Câmara, Ivan Valente

Além da anistia a crimes de caixa 2, o projeto das 10 medidas contra a corrupção também pode abrir uma brecha para a prática de lavagem de dinheiro. O relator, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) apresentou na noite desta 3ª feira (22.nov) a 3ª versão do seu relatório. Leia aqui a íntegra.

A reportagem é do Poder360 e as informações são do repórter Gabriel Hirabahasi.

Segundo o líder do Psol, Ivan Valente (SP), 1 trecho da medida 8 pode servir para anistiar envolvidos em escândalos de corrupção. “A lei 9.613 de 1998 já trata dessa questão [a lavagem de dinheiro]. Se ele tipificar agora, pode praticar uma anistia também à lavagem de dinheiro”, afirmou.

Deputados conseguiram um acordo e a comissão especial deve votar o relatório final nesta 4ª feira (23.nov). A deliberação já foi adiada por duas vezes.

A lógica para a anistia à lavagem de dinheiro é a mesma aplicada para a “anistia implícita” ao caixa 2. Segundo advogados, a lei não poderia retroagir, ou seja, punir alguém por algo que só foi regulamentado posteriormente.

O QUE DIZ O PROJETO?
A discussão girou em torno da criminalização do caixa 2. No caso de lavagem de dinheiro com recursos ilícitos, o texto enviado pelo Ministério Público dizia: “o PL criminaliza duas condutas, a saber o crime de caixa dois (…), com pena de reclusão de 2 a 5 anos, e o crime de lavagem de dinheiro para fins eleitorais (…), com pena de reclusão de 3 a 10 anos”.

Em seu relatório, Onyx Lorenzoni afirma: “com relação à conduta prevista de ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente de infração penal, a conduta passa a ser praticar, na atividade eleitoral ou partidária, as condutas previstas na Lei no 9.613/98”.

O RELATÓRIO
Na 3ª versão de seu relatório, o deputado Onyx Lorenzoni retirou a prerrogativa de prisão temporária. O relator reduziu o texto de 17 medidas para 12.

O enxugamento do texto para a comissão especial faz parte de uma estratégia para acrescentar emendas ao plenário. Deputados podem fazer alterações no plenário.

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Geraldo Alckmin: não tem solução sem crescimento
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Fernando Rodrigues

O Blog traz um artigo do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin

São Paulo - O governador de SP, Geraldo Alckmin anuncia a convocação de mais de 20 mil professores para o próximo ano letivo, no Palácio dos Bandeirantes (Rovena Rosa/Agência Brasil)

O governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin

Quem governa está obrigado a ter otimismo e confiança na superação das dificuldades. Os sinais preocupantes que o Brasil emite neste novembro – em que a recessão não cede como se previa e recuam os níveis de confiança de consumidores e indústria – indicam que as nossas tarefas para retomar o ciclo do crescimento ficaram maiores e sua execução é mais urgente.

Este artigo de opinião foi originalmente publicado no Poder360

O Brasil não tem 12 milhões de desempregados apenas, tem outros 6 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego e mais 5 milhões em situação de subemprego, vivendo precariamente de bicos. Temos 60 milhões de consumidores inadimplentes, com prestações atrasadas há 60 dias ou mais. Já se estima que a retomada do emprego não virá antes do segundo semestre de 2017: até lá, haverá mais postos perdidos que vagas abertas na economia.

É muito ruim que neste momento não haja discurso de crescimento, apenas um limitado discurso de ajuste. O ajuste que pode destravar o crescimento é o das macrorreformas previdenciária, trabalhista, política e tributária. É obrigatório fazer imediatamente a reforma da Previdência, cujos gastos sobem mais que o previsto e exponencialmente. Postergá-la agrava uma desconfiança que, por sua vez, alonga a espiral recessiva.

A política de crescimento que pode reverter essa espiral tem vetores importantes, como exportações e investimento em infraestrutura. Temos de aproveitar a manutenção do câmbio favorável em 2017 e buscar no exterior a demanda forte que pode recuperar a indústria. O Brasil tem hoje 40% de sua capacidade produtiva ociosa. Já o investimento em infraestrutura gera competitividade, emprego e renda; se internamente falta dinheiro para financiá-la, o dinheiro tem de vir no setor privado externo. E ele virá, desde que existam instâncias regulatórias e segurança jurídica para investimento, incluindo a possibilidade de seguro de risco cambial.

Não existe crescimento sustentável sem responsabilidade fiscal, é preciso insistir sempre. Não se trata de uma visão economicista de governo. É uma visão social. Os brasileiros precisam recuperar a confiança de que os impostos que pagam com muito sacrifício estão sendo bem empregados. As pessoas precisam do emprego, da segurança, dos serviços públicos prestados com qualidade, e os governos precisam ter a capacidade de fazer mais e melhor com menos dinheiro.

São Paulo tem experiência a oferecer em austeridade e gestão. Desde Mario Covas, o precursor da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Estado mantém suas contas em dia. Em 2014, quando a atual crise começou a dar os primeiros sinais, cortamos despesas para adequá-las às receitas em queda, na contramão do que fazia então o governo federal. Controlando o gasto e realocando investimentos, foi possível manter serviços, programas sociais, obras públicas e ainda fazer superávit.

Manter um alto volume de investimento em infraestrutura tem sido possível porque o Estado não conta somente com os recursos do Tesouro paulista para alavancar novas obras e negócios: cada vez mais, utiliza as Parcerias Público-Privadas e as concessões públicas para movimentar a sua economia. Essas medidas permitem que São Paulo, hoje, não só pague seus servidores em dia como promova ações que geram emprego e renda, mesmo em situação de queda de receita.

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Armadilhas do Brasil pós-impeachment
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Fernando Rodrigues

O Blog traz artigo do ex-ministro da Casa Civil do governo Dilma Rousseff

Brasília - Entrevista com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (José Cruz/Agência Brasil)

Jaques Wagner foi ministro-chefe da Casa Civil e governador da Bahia

O mundo mergulha numa perigosa crise. Assistimos em vários lugares do planeta a um redesenho de forças políticas, com a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e a perspectiva de ascensão de forças de extrema-direita em países da Europa. Parte desse movimento precisa ser entendido como reação àquilo que o modelo neoliberal prometeu há 30 anos e não entregou: uma globalização da prosperidade.

Esse artigo de opinião foi originalmente publicado no Poder360

No Brasil, ao contrário, diante da crise econômica, o governo Temer retoma um neoliberalismo tardio, conhecido e rejeitado em quatro eleições pelos brasileiros. Busca reduzir o estado de bem-estar social – apontando-o como responsável por todos os males; privatizar ativos públicos de interesse do capital – sem avaliação do seu papel estratégico; e restringir a atuação estatal – como um princípio em si.

As principais propostas de Temer refletem essa agenda míope que enganosamente espera atender às expectativas de mercado, como se a economia saísse da recessão pelo simples desejo. Tal aposta é uma armadilha perigosa. Os indicadores de confiança podem eventualmente ajudar a bolsa de valores, mas não promoverão a recuperação econômica prometida.

Num front, propõe-se a PEC 55, que estabelece um teto perverso para os gastos, num receituário que não foi aplicado em nenhum país do mundo. Economistas estimam que o teto provocará uma dramática queda nos investimentos sociais, em particular na educação e saúde. De outro lado, discute-se uma reforma da Previdência que vai mirar nos mais pobres. Especialistas apontam que a maior parte dos benefícios tem valor equivalente ao piso, isto é, o salário mínimo.

Em outra ponta, Temer prega uma agenda anacrônica para o Programa de Parcerias de Investimento, adotando um viés em benefício das empresas e prejuízo aos usuários, sem avaliar estrategicamente os reflexos sobre os custos da logística e serviços públicos.

Outros retrocessos ainda podem ser apontados, no abandono das políticas de promoção do desenvolvimento industrial que deram certo e nos sinais de esforço em reduzir o papel indutor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A imposição do duro ajuste fiscal sobre a maioria do povo, somada à reversão das políticas de promoção e distribuição de renda, traz grande risco ao desenvolvimento do Brasil. Não dá para aceitar o fim do círculo virtuoso da distribuição de renda, consumo e investimentos – públicos e privados – em favor de um retrocesso pelo neoliberalismo tardio e atrasado.

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Revelações sobre Dilma: rancor de Meirelles, negociações com Cunha e mais
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Fernando Rodrigues

Ex-secretário de Imprensa do Palácio do Planalto publica detalhes do temperamento de sua antiga chefe e fatos até então desconhecidos

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Presidenta Dilma durante cerimônia de anúncio do Programa de Investimento em Energia Elétrica

Ex-secretário de Imprensa do Palácio do Planalto, Rodrigo de Almeida acaba de publicar o livro “À sombra do poder – bastidores da crise que derrubou Dilma Rousseff” (editora Leya).

O texto é do Poder360 e foi escrito pelo editor Tales Faria

Jornalista e cientista político, Almeida revela detalhes do temperamento de sua antiga chefe e fatos até então desconhecidos. Por exemplo, que Dilma Rousseff nunca faria de Henrique Meirelles seu ministro da Fazenda. Motivo: quando presidente do Banco Central, ao saber que Dilma estava tratando um câncer, Meirelles teria se oferecido para substituí-la como candidato à Presidência da República.

O Poder360 entrou em contato com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Isso é falso, essa história não existiu”, disse ele.

Rodrigo de Almeida chegou a Brasilia inicialmente como assessor do então ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em um relato desapaixonado, fala da fritura sofrida por seu chefe e das desavenças entre Levy e o ex-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, entre outros.

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Leia abaixo alguns trechos do livro:

Ambição de Meirelles e o câncer
“Meirelles não se tornou ministro da Fazenda de Dilma, com quem travou duros embates quando ambos eram auxiliares do então presidente Lula –ele no Banco Central, ela na Casa Civil. Os dois representavam polos antagônicos do governo, com estímulo do presidente.

As rusgas deixaram marcas. Além das diferenças sobre o que fazer na economia, havia um motivo pessoal para ela recusar toda a pressão feita em nome de Henrique Meirelles: Dilma jamais perdoaria o ex-presidente do BC pela reação deste quando ela descobriu que tinha câncer, já candidata à Presidência da República, em 2010. A então ministra soube que Meirelles aproveitara a notícia para dizer a Lula que, se não se recuperasse, ele estaria ali, com saúde e à disposição para ser candidato. Em nome da sua vontade incessante de ser presidente da República, Meirelles não foi solidário nem no câncer.”

Dilma sabia da atuação de Temer
“Dilma sabia, no entanto, da movimentação de seu vice. Sabia que Cunha o avisou previamente de sua decisão de aceitar o pedido de impeachment. Sabia que uma parcela significativa do PMDB discutia com setores do governo e da oposição sobre o dia seguinte à sua queda. Sabia que Temer recebera, em sua residência oficial, sete senadores da oposição para discutir o rito de afastamento de Dilma: José Serra (SP), Aloisio Nunes Ferreira (SP) e Tasso Jereissati (CE), pelo PSDB; Agripino Maia (RN), pelo DEM; Ricardo Ferraço (ES) e Waldemir Moka (MT), pelo PMDB; e Fernando Bezerra (PE), pelo PSB. Ouviram promessas favoráveis do anfitrião. Nas primeiras horas da deflagração do impeachment, tratou de fazer chegar à imprensa uma declaração curta: “Espero que ao final desse processo o país saia pacificado.”

Para Dilma, a máscara do conspirador começava ali a ser retirada da face do vice-presidente. Sacramentava-se a desconfiança da presidente, nascida especialmente desde que, em agosto, ele dissera ser necessário buscar “alguém capaz de reunificar a todos”. “

Houve, sim, conversa de acordo com Cunha
“Eduardo Cunha havia ameaçado várias vezes [abrir processo de impeachment], mas não colocava em prática. Ele tentava a todo custo negociar um acordo de proteção mútua com o Palácio do Planalto. Segundo sua proposta, o poderoso deputado seguraria os pedidos de impeachment, enquanto a presidente e o PT o ajudariam a se safar do risco de ter o mandato parlamentar cassado.

Durante várias semanas foram idas e vindas nas conversas entre representantes do governo e Eduardo Cunha. Dilma se inquietava com aquele papo de acordo. Deixava alguns de seus auxiliares prosseguirem o percurso para ver no que aquilo iria dar, sem jamais chancelar qualquer proposta de apoio. “Ele exige aquilo que não podemos prometer, muito menos garantir”, disse mais de uma vez, em referência ao pedido de proteção do presidente da Câmara. Cunha passara meses engolfado por denúncias sobre denúncias, numa sessão quase infindável de suspeitas e evidências.

Dois dias antes, o presidente da Câmara almoçou com o vice-presidente Michel Temer no Palácio Jaburu. Lá, contou que negociava um armistício com o governo –Cunha estava rompido com o Planalto desde julho (…).

Como sempre ocorria ao surgir o nome de Eduardo Cunha, Dilma reagiu com ressalvas e alertas: “Quem cede a chantagista uma vez tem que ceder sempre. Você vai ver aonde isso vai dar”, disse. Na cabeça de Jaques Wagner e de Lula, no entanto, aquilo era entre os males o menor: o governo e suas contas andavam na corda bamba com o risco das pautas bombas, e se o processo de impeachment avançasse, não haveria sequer governo para defender. Dilma achava que cedo ou tarde Cunha deflagraria o processo contra ela. Até lá, o melhor era não enfrentá-lo abertamente.”

Reação ao processo
“Ainda à tarde, a presidente Dilma Rousseff soube do que viria. chamou ao Palácio do Planalto o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams. Em seu gabinete já se encontravam os ministros Jaques Wagner (casa Civil) e Ricardo Berzoini (secretaria de Governo) e o assessor especial, Giles Azevedo. “Parece que o rapaz vai aceitar o pedido”, disse. O “rapaz” era, claro, Eduardo Cunha. Assim ela o chamava quando se mostrava irritada. Como ocorria muitas vezes durante os mais duros episódios que enfrentava no governo, a primeira reação da presidente era de fúria. Palavras fortes e respostas ríspidas seguiam o curso natural de suas ações. Na hora de combinar a reação –um pronunciamento no segundo andar do Palácio, sem perguntas do jornalistas– seu tom já estava sereno e firme. Nessas horas emergia na presidente uma espécie de concentração e foco incomuns.”

Mercadante dinamita aliança com PMDB
“É outra máxima de Brasília, que poucos admitem em público: quando joga a favor, o PMDB garante estabilidade no Congresso para o governo de ocasião. Quando está contra, transforma-se numa poderosa e letal força desestabilizadora.

O ex-presidente Lula havia tentado pacificar o PMDB no segundo mandato [de Dilma]. O então ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, dinamitou a estratégia. Dilma ainda fez uma tentativa quando Temer assumiu a coordenação política, em abril de 2015, mas se esqueceu de retirar Mercadante do caminho do então vice-presidente (havia gente que garantia que ela não se esqueceu; apenas se lembrou de mantê-lo como estorvo para Temer).”

Frituras de Levy e Mercadante
“Nas hostes do PT, corria o enfrentamento aberto contra o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, enquanto o ex-presidente Lula se sentia cada vez mais impaciente por não ser ouvido pela presidente Dilma. Lula e o PT cobravam mudanças na política econômica.

O ex-presidente também despejava lamentos contra o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante que, por seu estilo, se indispusera com o PMDB e com parte dos aliados e passara a ser rejeitado até por uma ala significativa de seu partido (PT). As especulações cresceriam em setembro em torno da sua saída, de uma possível desistência ou queda de Joaquim Levy.

Levy, Mercadante e Nelson Barbosa engalfinharam-se. O ministro da Fazenda rejeitava a qualquer custo a ideia de um orçamento deficitário; Mercadante e Barbosa defendiam um orçamento realista e transparente.”

Bradesco segura Levy
“A quarta-feira, dia 2 de setembro, foi um desses dias decisivos (…) Naquele dia desembarcava em Brasília o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, para conversar com a presidente Dilma Rousseff (…). Tanto Lázaro Brandão (presidente do Conselho de Administração do banco) quanto Trabuco havia se aproximado de Dilma Rousseff. Ambos se tornaram uma chancela importante para a ascensão de Joaquim Levy ao Ministério da Fazenda –e também para a sua permanência. (…) Dilma passou a nutrir respeito e admiração por Trabuco, a quem ouvia constantemente. Esse encantamento subiu mais alguns degraus em 2013, quando ele veio a público anunciar a concessão de crédito de longo prazo a empresas que viessem a investir na construção de estradas no país.

Trabuco não foi o único a fazer um movimento de defesa de Levy. Naquela mesma quarta-feira, à noite, um grupo de empresários promoveu um encontro reservado com o ministro da Fazenda, em São Paulo. Eram nomes como Beto Sicupira (InBev), Carlos Jereissati (La Fonte – Iguatemi), Pedro Moreira Salles (Itaú Unibanco), Pedro Passos (Natura), Edson Bueno (Amil) e Josué Gomes da Silva (Coteminas).”

Lula ia mandar mesmo
“A chegada de Lula à Casa Civil significaria, para quase a unanimidade dos auxiliares mais próximos da presidente, a salvação de um governo acuado e incapaz de sair das cordas: sem articulação política eficiente no Congresso, nem uma base de apoio parlamentar consistente, mergulhado numa crise econômica sem precedentes e com dificuldade de retomar o diálogo com o empresariado, o segundo mandato de Dilma Rousseff se esfacelava dia a dia. O ex-presidente tinha a capacidade política que faltava para a relação com o Congresso, a liderança que faltava para gerir o governo e animar a militância, o discurso de entusiasmo que faltava para fazer os agentes econômicos acreditarem numa saída para a crise que não passasse pelo fim do governo.

Boa parte da imprensa, no entanto, reagia com rudeza e desconfiança. Os prognósticos eram desabonadores: o país teria dois presidentes da República. O verdadeiro poder estaria não mais no terceiro andar, onde fica o gabinete presidencial, mas no quarto, local onde despacha o chefe da Casa Civil. “Vai dar confusão”, era o vaticínio unânime. Recomendação de um dos ministros: “Se der confusão, a ordem para os ministros é ‘desobedeçam a presidente’. Quem manda é o Lula”.

Thomas Traumann
“Ainda em abril, viu o jornalista Thomas Traumann, ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social e porta-voz da Presidência, aparecer na porta da Fundação Ulysses Guimarães. Traumann surgia como um consultor do partido de Michel Temer. Mais que isso, chutava um cachorro combalido: “Todo político tem sua personalidade. Mas um problema da personalidade da presidente Dilma Russeff é que ela só confia em poucas pessoas de um círculo mais íntimo e que é muito pequeno”, disse o ex-ministro, para quem as oportunidades de mudança haviam sido perdidas. “Faltou um mea culpa, agora é tarde demais”, afirmou.

No dia seguinte às suas declarações, aproveitei o momento em que estava a sós com a presidente em seu gabinete e fustiguei: “e o seu ex-ministro, hein?” Dilma respondeu: “Eu já esperava, esse só consegue enganar por pouco tempo. Logo [os peemedebistas] vão descobrir o quanto é medíocre”, completou, numa frase típica dos que se sentem magoados e ressentidos por um gesto de traição de um ex-aliado. Eu não quis lembrá-la que, durante muito tempo, Traumann fora bastante ouvido por ela, a ponto de tirar a ministra Helena Chagas do posto em favor do agora consultor do PMDB. Dilma emendou: “Numa coisa ele tem razão. Não pertencia ao meu círculo íntimo. Eu ouvia mesmo o João e o Franklin., Você quer comparar Thomas Traumann com cabeças brilhantes como o João Santana [marqueteiro da campanha] e o Franklin Martins [ex-ministro da Comunicação]?”

Lama de Mariana e teimosia de Dilma
“Os jornais haviam estampado fotos com cenas da tragédia e descrito o rápido envolvimento do governo, incluindo as forças nacionais de segurança colocadas à disposição do governador de Minas, Fernando Pimentel [PT], para ajudar nos resgates. Os ministros Jaques Wagner [Casa Civil] e Gilberto Occhi [Cidades] eram também citados nas matérias daquele dia, o que revelava agilidade, eficiência e cooperação do governo federal com o governo estadual e as prefeituras dos municípios atingidos. Era o momento de a presidente entrar em cena, não só na articulação e no comando das ações (como fizera desde o primeiro momento), como também mostrando envolvimento liderança e solidariedade. (…) Dilma, porém, não disse sim nem não, o que nos seus códigos particulares de atuação significava dizer que não atenderia a sugestão.”

A bronca
“Rodrigo, não me responda”, disse-me por telefone com ênfase a presidente Dilma Rousseff. “Pare de me responder. Não me responda!”, insistiu após minha última tentativa. Suas palavras vieram duras, tinham um tom ríspido, mas não houve grito da parte dela. Era o fim do diálogo na linha ponto-e-contraponto, argumento-e-contra-argumento, bate-e-responde, que ela e eu travávamos por telefone na noite de 13 de janeiro de 2016. Apesar de acostumado a telefonemas duros, percebi que seu tom atingira um grau acima do habitual. O assunto era Pasadena. (…)

Sua reação era simples na origem e complexa nas consequências: com Pasadena, o nome da presidente ficara diretamente exposto como em nenhuma outra polêmica instaurada pela Lava Jato até então. Isso costuma ser uma facada no coração para quem se considera honesta e íntegra, sem culpa ou nódulo.”

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Dilma mediou encontro entre Renan e ex-editor de Veja, diz Mário Rosa
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Fernando Rodrigues

3ª parte do “Glória e Vergonha” sai hoje (23.nov)

Consultor detalha ''guerra'' pelo Grupo Pão de Açúcar

Como Eduardo Campos conseguiu Recife na Copa de 2014

Outros casos: “rei” Roberto Carlos; Daslu; RBS e Beto Richa

Dilma-Renan-Foto-FabioPozzebom-AgenciaBrasil-2fev2016

Dilma Rousseff e Renan Calheiros em fevereiro de 2016

A ex-presidente da República Dilma Rousseff foi a responsável por marcar um encontro entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o então diretor da revista Veja, Eurípedes Alcântara, em um momento de desavença entre os 2. O caso se deu durante o 1º mandato da petista, quando ela mantinha bom diálogo com o editor.

O caso é emblemático do vai-e-vem da política. Poucos anos depois, a revista, ainda sob comando de Eurípedes, realizaria cobertura jornalística crítica durante a campanha de reeleição de Dilma em 2014.

A história é contada pelo consultor político e empresarial Mário Rosa em seu livro “Glória e Vergonha: memórias de um consultor de crises”. A obra está sendo publicada em capítulos no UOL. Eis a 3ª parte, que foi ao ar nesta 4ª feira (22.nov).

Esta resenha foi preparada pelo jornalista Mateus Netzel e está publicada também no Poder360.

A mediação da ex-presidente foi efetiva. O encontro resultante do gesto de Dilma ajudou a amenizar o conflito. Apenas 1 entre as muitos envolvendo Renan Calheiros que Mário Rosa vivenciou.

Em 2007, no episódio que culminou com renúncia de Renan à presidência do Senado, Mário Rosa foi observador privilegiado. O ato foi resultado de ampla articulação para que o senador não tivesse seu mandato cassado. Renan era acusado de bancar as despesas de uma filha fora do casamento com dinheiro recebido da empreiteira Mendes Junior. O inquérito tramita até hoje no Supremo Tribunal Federal.

No ápice da crise, com processo de cassação avançando no Senado, Mário Rosa presenciou os momentos mais soturnos de Renan. Em um jantar, o senador chegou a desmaiar à mesa. Grogue, aparentava ter tomado remédios para enfrentar a situação. Nas semanas seguintes, se recompôs e conseguiu negociar a salvação de seu mandato em troca da renúncia ao cargo de presidente do Senado.

DISPUTA PELO PÃO DE AÇÚCAR
Uma das maiores batalhas empresariais da história do país, a contenda pelo controle do Grupo Pão de Açúcar teve mais do que analogias com a guerra. Abilio Diniz chegou a contratar um especialista em negociações de guerra –de verdade– para assessorá-lo.

O empresário havia vendido em 2005 o controle da rede de supermercados ao grupo Casino, do investidor Jean-Charles Naouri. Em 2011, anunciou uma manobra para retomar o grupo e ainda abocanhar parte do Carrefour mundial. A estratégia envolvia a criação de uma nova empresa para obter recursos do BNDES e comprar participações no Pão de Açúcar e no Carrefour. Com a ajuda do governo –que fomentava a política dos “campeões nacionais”– Abilio pretendia montar uma gigante global do varejo.

A operação foi duramente criticada na imprensa e por Naouri, que teria o controle do Pão de Açúcar diluído se o plano se concretizasse. Com repercussão, o BNDES declarou que o fim das negociações.

Mário Rosa foi contatado pelos 2 lados da disputa e optou pelo Casino. Ficou com o francês. Acompanhou de dentro uma disputa jurídica e de comunicação em que os lados não economizaram recursos. Exércitos de assessores atuaram em cada frente pelos 2 anos que o imbróglio durou. No fim, a guerra, que envolveu pedidos negados de audiência de Naouri com a então presidente Dilma Rousseff, foi selada com um acordo.

FUTEBOL E PODER PÚBLICO
Nos capítulos da 3ª parte do livro publicado pelo UOL, Mário Rosa expande o conjunto de histórias do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para além das regalias do mundo privado do futebol. Mostra como o escopo político da CBF entremeava decisões do poder público.

Após o título da Copa de 2002 e com a iminência da eleição de Lula para a Presidência pela 1ª vez, o cartola aproximou-se do futuro governo. Como 1º ato, promoveu a 1ª exposição do trófeu da Copa no Brasil em Campo Grande (MS), como gesto na direção de Delcidio do Amaral (político petista à época e agora sem partido, expulso do PT depois de ter sido preso num episódio da Lava Jato).

Ricardo Teixeira quando queria agradar não tinha muitos limites. Como Lula no poder, forjou-se uma aliança governo-CBF para realizar o “jogo da paz” –ideia de José Dirceu (outro hoje preso na Lava Jato)– da seleção brasileira em um Haiti devastado pelo terremoto de 2004.

Por fim, o maior projeto: a Copa do Mundo no Brasil. Durante as negociações para escolher as cidades-sede, o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos (1965-2014), recorre a Teixeira para tentar garantir Recife como uma das cidades selecionadas. Os 2 eram desafetos desde que Campos, ainda deputado, trabalhara contra a CBF nas CPIs da Câmara. No momento conveniente, resolveram as pendências em um encontro regado a uísque no Palácio das Princesas, sede do Poder Executivo pernambucano. Nas palavras de Rosa, “saíram bêbados e aliados”

CASOS DO PODER
Como consultor de crises, Mário se especializou em socorrer personagens não só da política. Em meio à discussão sobre as biografias deverem ou não ser autorizadas pelo biografado, foi procurado pelo empresário do cantor Roberto Carlos, personagem central da polêmica, para uma consulta sobre a ideia de “o rei” dar entrevista ao Fantástico, programa da Rede Globo.

Também fora de Brasília, o consultor atendeu a dona da Daslu, loja de artigos de luxo investigada por sonegação de impostos; e o presidente da RBS, rede gaúcha de comunicação, Nelson Sirotsky, no caso em que um dos herdeiros do grupo empresarial era acusado de abuso sexual.

Ainda longe da capital, mas de volta à política, aconselhou o governador paranaense Beto Richa a aproveitar a derrocada na imagem do PT para dissipar a crise gerada por um confronto da polícia com professores em greve que deixou diversos manifestantes feridos.

Eis os PDFs da 1ª e da 2ª, e da 3ª parte do livro. A 4ª parte será publicada nesta 5ª feira (24.nov).

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Com piores rendimentos, Nordeste tem maior desvalorização salarial em 1 ano
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Fernando Rodrigues

Região também registrou o maior aumento de desempregados no trimestre

DF mantém topo do ranking dos que pagam melhor; RJ cai para 4º 

Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília.

Agência do trabalhador em Brasília, que oferece maior rendimento médio do país

Região com o menor rendimento médio mensal do país, o Nordeste registrou também a maior depreciação salarial no último ano. Segundo dados do IBGE, o trabalhador nordestino perdeu 3,9% dos seus rendimentos no período que compreende o 3º trimestre de 2015 ao mesmo período deste ano.

A reportagem é do Poder360 e as informações são do repórter Guilherme Moraes.

A Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgada nesta 3ª feira (22.nov) traz dados preocupantes para a região. Dos 10 Estados com maior desvalorização no rendimento médio real (já considerando a inflação) no período, 4 ficam no Nordeste.

O indesejado ranking é liderado por 2 Estados do Norte: Tocantins e Amazonas. Mas 3 Estados nordestinos fecham a lista dos 5 piores neste quesito: Bahia, Alagoas e Ceará.

22-nov-varia-rendimento-medio

Ainda de acordo com os dados do IBGE, o Nordeste também registrou a maior alta na taxa de desemprego do país, empatado com o Sudeste (3,3%).

Dos 10 Estados em que esse indicador mais cresceu em 1 ano, 5 ficam na região. O maior avanço ocorreu em Sergipe (alta de 5,6 pontos percentuais ante o 3º trimestre de 2015).

22-nov-varia-desocupacao

OS ESTADOS QUE PAGAM MAIS
As 2 unidades da Federação com maior rendimento médio real no 3º trimestre de 2015 registraram perdas de 2,7% cada, mas mantiveram suas posições no mesmo período de 2016.

O Distrito Federal segue no topo da lista, com média de R$ 3.695, seguido do Estado de São Paulo (R$ 2.629).

O Rio Grande do Sul tomou a 3ª posição do Rio de Janeiro, ao elevar em 3,5% o rendimento médio de seus trabalhadores. No Rio, houve desvalorização de 1,3%.

Na outra ponta, 9 dos 10 Estados com menor rendimento médio ficam no Nordeste. O último colocado é o Maranhão, com média de R$ 1.122.

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