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Arquivo : eleições 2014

Agronegócio apoia Marina só se ela reescrever programa, diz Rodrigues
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Fernando Rodrigues

O coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, diz ainda haver desconfiança a respeito de Marina Silva. Para que a candidata a presidente pelo PSB dissipe dúvidas, terá de “reescrever” parte do seu programa antes do final da campanha eleitoral.

Rodrigues foi ministro da Agricultura de 2003 a 2006, durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, aponta dois aspectos principais que considera necessários para Marina conquistar o apoio mais amplo do setor de agronegócio.

Primeiro, esclarecer que a meta de “desmatamento zero” no programa de governo do PSB se refere a “desmatamento ilegal zero”. Para ele, zerar o desmatamento é “um pouco utópico”. Acredita que seja necessário “abrir algum cerrado” no Brasil para garantir o suprimento de alimentos no futuro.

Segundo, que o índice de produtividade de propriedades rurais (usado em casos de desapropriações) sirva para premiar quem consegue bons resultados, e não punir os que ficam para trás.

Rodrigues diz ter expressado essas condições nesta semana para Beto Albuquerque, candidato a vice-presidente na chapa com Marina Silva. “Ele concorda que o tema [desmatamento] deve ser trabalhado na linha da legalidade (…) [Sobre o índice de produtividade], foi mais enfático: disse que houve uma má interpretação. Falou que o objetivo é dar prêmios aos mais produtivos, em vez de castigo aos menos. O índice de produtividade será um bônus, não um ônus ao produtor”.

Seria “ótimo” se Marina vocalizasse essas propostas, mas insuficiente para convencer o setor, diz Rodrigues. Para ele, “tem que reescrever o programa”.

No primeiro turno da eleição presidencial, Roberto Rodrigues afirma que votará em Aécio Neves (PSDB). No segundo turno, se a disputa ficar entre Marina e Dilma Rousseff (PT), não revela sua preferência. Dá a entender que ele e muitos empresários do agronegócio vão aguardar mais compromissos de ambas as candidatas.

Diz que Dilma “não é” campeã de popularidade do setor. E que a petista e Marina Silva “têm que olhar para o setor com especificidades”. Acha que a candidata do PSB parece ter demonstrado “uma disposição ao diálogo muito maior que no passado. (…) As pessoas aprendem mais, isso é possível, todo mundo vai para a frente”. Mas ressalta: “É importante que a candidata [Marina] diga de maneira clara o que ele [Beto Albuquerque] está dizendo”.

Com mais de 50 anos de atuação no agronegócio, Roberto Rodrigues defende fundir os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento, da Pesca e do Meio Ambiente em apenas um: o Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca. O objetivo seria reduzir a “dispersão de recursos” e harmonizar estratégias. Afirma ter ouvido uma concordância a respeito por parte de Beto Albuquerque.

Indagado sobre a antiga rixa entre ruralistas e ambientalistas, Rodrigues acredita que a aprovação do novo Código Florestal, em 2002, “arrefeceu” os ânimos ao estabelecer regras claras. Hoje haveria mais conhecimento sobre a importância do meio ambiente. “O produtor rural tem convicção de que (…) se não preservar o solo, tem erosão, se não cuidar na beira de rio, vai ter problema de desagregação. Então, ele virou um ambientalista”, diz.

Rodrigues, que também preside a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), afirma que o setor passa por uma crise devido ao preço desfavorável do etanol em relação à gasolina. A solução, defende, passa pela retomada da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), empréstimos do BNDES para modernizar as caldeiras e uma política governamental de longo prazo.

Para Rodrigues, a magnitude da ajuda necessária para o setor é equiparável ao Proer [Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional], implementado em 1995 no início do governo de Fernando Henrique Cardoso para sanear bancos em dificuldade.

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No DF, Rollemberg (PSB) tem 28,2% e Agnelo (PT), 19,5%, diz O&P
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Fernando Rodrigues

Pesquisa realizada em 14 a 16.set; margem de erro de 3,09 pontos percentuais

Desistência de Arruda beneficiou Rollemberg; Agnelo ficou estagnado

Ruy Baron/Folhapress - 7.dez.2012

O senador Rodrigo Rollemberg (PSB) (foto) lidera a disputa pelo governo do Distrito Federal com 28,2% das intenções de voto, segundo pesquisa realizada pelo instituto O&P. O governador Agnelo Queiroz (PT) está em segundo lugar, com 19,5%.

O levantamento foi realizado nos dias 14 a 16 de setembro, após o ex-governador José Roberto Arruda (PR), que liderava as pesquisas, desistir da disputa.

Luiz Pitiman (PSDB) pontuou 7,2% e Jofran Frejat (PR), 5,8%. Toninho do PSOL tem 2,6% das intenções de voto e Perci Marrara (PCO), 0,3%. Votos em branco e nulo são 11,1% e indecisos, 25,3%. A margem de erro é de 3,09%, para mais ou para menos.

No segundo turno, Rollemberg venceria Agnelo por 43,6% a 21,5%, segundo a pesquisa O&P. Brancos e nulos são 13,9% e indecisos, 21%.

A saída de Arruda do páreo beneficiou Rollemberg –na última pesquisa Datafolha, feita em 8 a 9 de setembro, o pessebista tinha 18% e estava em empate técnico com Agnelo, que pontuava 19%.

Senado
Na disputa pela única vaga disponível ao Senado, o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT) lidera com 37,8% das intenções de voto. Em segundo lugar está o também deputado federal Geraldo Magela (PT), com 15,4%.

O senador Gim Argello (PTB) tem 8,2% e Sandra Quezado (PSDB), 2,1%. Os demais candidatos pontuaram menos de 1%. Brancos e nulos são 8,6% e indecisos, 25,6%.

Presidente
Entre os eleitores do DF, Marina Silva (PSB) lidera com 38,9%. Dilma Rousseff (PT) tem 19,1% e Aécio Neves (PSDB), 17,2%.

Luciana Genro (PSOL) e Pastor Everaldo (PSC) têm 1% cada um. Os demais candidatos não pontuaram. Votos em branco e nulo são 7,3% e indecisos, 14,9%.

A pesquisa do instituto O&P foi custeada por recursos próprios e entrevistou 1.000 eleitores em 14 a 16 de setembro de 2014. Está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo DF-00050/2014.

P.S. às 20h de 18.set.2014: Pesquisa do Ibope realizada em 16 a 17 de setembro e divulgada na noite desta quinta-feira teve resultado divergente da pesquisa O&P. Segundo o Ibope, Rollemberg tem 28% e Agnelo e Frejat estão empatados com 21% cada um.

Consulte a tabela com as pesquisas disponíveis de todos os institutos para o Distrito Federal nas eleições para governador no 1º turno e 2° turno e para senador.

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

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Agora, Dilma diz que Marina vai reduzir Minha Casa, Minha Vida
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Fernando Rodrigues

Comercial acusa candidata do PSB de querer reduzir “os subsídios dados pelos bancos públicos”

Cenas repetem “narrativa do medo”: financistas tramando contra pequenos produtores e programas sociais

Dilma-ataca-Marina-MinhaCasaMinhaVida-17set2014

O novo comercial da série petista que tenta desconstruir a imagem pública de Marina Silva acusa a candidata a presidente pelo PSB de querer “reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos”.

Como nos dois comerciais anteriores de Dilma Rousseff na sua “campanha do medo” (um sobre autonomia do Banco Central e outro a respeito da exploração do pré-sal), o filme de hoje (17.set.2014) tem 30 segundos e uma lógica simples.

Primeiro, uma assertiva: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”

Em seguida, vem uma “explicação” em tom grave, com música incidental ajudando a criar um clima de medo e insegurança. No caso, pequenos produtores de morango trabalhando em um galpão começam a ver os produtos sumirem. O cenário é de desolação.

Além dos pequenos produtores afetados, diz o comercial, a política de Marina seria “um grande risco para programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o Prouni…”

E a conclusão, na voz de um locutor: “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”.

Eis a íntegra do comercial sobre subsídios a bancos públicos e como isso afetaria pequenos produtores e também programas maiores, como o Minha Casa, Minha Vida:

ANÁLISE
Esses comerciais de Dilma Rousseff estão funcionando? É difícil responder a essa pergunta com precisão. A resposta possível é que algum efeito existe, mas talvez não seja exatamente como esperavam a petista e seu marqueteiro, João Santana.

Por um lado, é inegável que nas últimas duas semanas Dilma Rousseff se segurou nas pesquisas de intenção de voto no 1º turno, sempre ficando numericamente à frente de Marina Silva –embora empatadas na margem de erro. Nas simulações de 2º turno, a petista também reduziu a distância que a separava da pessebista.

Essa reação de Dilma, ainda que tímida, coincidiu com a campanha negativa contra Marina. O PT prefere evitar e rejeita expressões como “discurso do medo” ou “desconstrução”. Dilma e sua equipe dizem que estão fazendo o debate político e apresentando aos eleitores argumentos úteis na hora do voto. Outro eufemismo usado pelos dilmistas é que estão trabalhando para “dessacralizar” a principal adversária.

O fato é que Dilma está se mantendo de maneira sólida acima dos 30% nas pesquisas e até demonstrou, em alguns levantamentos, uma leve recuperação. Também vale registrar que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) considerou legal a narrativa usada em um dos comerciais do PT (sobre o Banco Central) e essa decisão deve valer para os demais filmes da série.

Mas se os comerciais funcionam, porque Dilma só fica pouco acima dos 30%, aparentemente sem sair do lugar e sem conseguir alargar a vantagem sobre os adversários?

Aí entra a tese da eficácia limitada dos comerciais de João Santana. Para começar, a propaganda negativa sempre dá mais resultado quando ataca um predicado bem conhecido do político que está sendo alvo.

Exemplo: um candidato é visto como uma pessoa muito honesta e alguém descobre uma prova de que se trata de um ladrão e corrupto. Tal revelação vai ecoar de maneira forte nas mentes dos eleitores.

No caso de Marina Silva, os ataques dilmo-petistas são sobre aspectos que não estão no imaginário popular a respeito da candidata do PSB. Poucos eleitores relacionam Marina com Banco Central (aliás, a imensa maioria nem sabe o que é o BC), com pré-sal ou com “subsídios dados pelos bancos públicos”. Dessa forma, a propaganda de João Santana pode até causar um ruído, mas não um deslocamento de placas tectônicas no eleitorado.

E um comentário extra: quantos dos 142 milhões de eleitores brasileiros sabem definir o que são “subsídios dados pelos bancos públicos” (frase da propaganda de hoje)? Esse é outro problema dos comerciais petistas. Talvez sejam muito elaborados e tenham uma linguagem sofisticada que não esteja ao alcance da maioria dos eleitores.

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial ao que se refere este post:

[cenário: homens e mulheres em trajes sociais discutem em torno de monitores, evocando um ambiente empresarial. Em uma das telas, um gráfico sobre o Minha Casa, Minha Vida].

Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir os subsídios dados pelos bancos públicos. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”.

[música incidental de tom grave, quase fúnebre].

[corte para cena de uma pequena empresa com pessoas produzindo e embalando geleia de morango].

Locutor: “…Isso significaria menos financiamento para a agricultura familiar e para a indústria. E um grande risco para programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o Prouni…”.

[corte para os empresários demonstrando preocupação. Uma das telas exibe a foto de formatura de estudantes].

Locutor: “…Ou seja, milhões de brasileiros com menos acesso ao crédito, à educação e à casa própria…”.

[neste momento, os potes de geleia ficam vazios].

Locutor:  “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”.

[câmera volta para a pequena empresa. A mesa fica vazia e os produtores  ficam com expressão de espanto e tristeza].

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Aécio só tem uma saída: dedicar-se a Minas Gerais
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Fernando Rodrigues

Candidato tucano ao governo mineiro, Pimenta da Veiga corre risco de derrota

Se perder no próprio Estado, Aécio fica fragilizado dentro do PSDB para 2018

Os 19% do tucano na eleição presidencial são insuficientes para sonhar com 2º turno

Vanderlei Almeida/AFP - 10.set.2014

O resultado divulgado hoje pelo Ibope sobre a disputa para governador de Minas Gerais não deixa opções para o candidato a presidente pelo PSDB, Aécio Neves: o tucano está quase obrigado a retornar para seu Estado natal para não sofrer uma derrota humilhante entre os mineiros.

Segundo o Ibope, o candidato do PT a governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, tem 43% de intenções de voto. O nome do PSDB, Pimenta da Veiga, tem apenas 23%, ou seja, 20 pontos a menos do que o petista.

É verdade que Aécio Neves está com honrosos 19% na pesquisa presidencial Ibope, mas continua muito distante de Dilma Rousseff (PT) e de Marina Silva (PSB). Ocorre que esses 19% são a mesma pontuação que o tucano tinha no final de agosto no Ibope. Ou seja, ele não saiu do lugar.

O que ainda dá algum alento ao PSDB é o fato de os mineiros continuarem honrando a fama de esconderem o jogo até a última hora. Na pesquisa Ibope, 10% dizem que vão votar em branco ou nulo. E outros 17% declaram ainda não terem decidido –apesar de faltarem só 19 dias para a eleição.

Aécio está em um distante terceiro lugar na disputa presidencial. Se sofrer uma derrota na disputa pelo governo de Minas Gerais, o tucano ficará fragilizado em seu próprio partido.

Em 2018, o PSDB novamente tentará disputar a Presidência da República –o tamanho da votação de Aécio e o seu desempenho em solo mineiro é que vai determinar se ele terá chances de ser candidato novamente.

Tudo considerado, sobra para Aécio nesta fase final do ciclo eleitoral se concentrar em Minas Gerais para tentar reverter o cenário que é, por enquanto, péssimo para o tucano em seu próprio Estado.

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Hoje à meia-noite termina de uma vez o “volta, Lula”
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Fernando Rodrigues

Resolução do TSE estabelece 15 de setembro como prazo limite para substituição de candidatos

A partir de amanhã, só podem ser trocados candidatos em “caso de falecimento”

Sergio Moraes/Reuters - 15.set.2014

Lula participa de ato na manhã desta 2ª feira (15.set.2014) em frente à sede da Petrobras, no Rio. Foto: Sergio Moraes/Reuters

Um espectro que rondou o atual processo eleitoral –e o PT, em particular– vai sumir do cenário nesta 2ª feira (15.set.2014) à meia-noite. É quando termina o prazo oficial para a substituição de candidaturas. Ficará definitivamente inviabilizado o movimento “volta, Lula”, defendido com muito vigor por várias alas petistas até bem recentemente.

Mas a data de hoje talvez seja ainda mais emblemática.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 68 anos. Não sendo candidato neste ano de 2014, terá 72 anos em 2018, na próxima disputa presidencial. Será candidato daqui a 4 anos? Impossível prever.

Não há casos na história brasileira de presidentes que tenham ficado 8 anos fora do poder (Lula governou 8 anos, de 1º.jan.2003 a 31.dez.2010) e retornado depois ao comando do país. Lula seria uma exceção.

Se se consolidar no Brasil a ideia de “nova política” e de forte rejeição aos políticos mais tradicionais, uma volta de Lula em 2018 seria ainda mais incerta.

No atual período democrático, iniciado em 1985, sempre falou-se esporadicamente na possibilidade de um ex-presidente voltar ao Planalto. No início de 1989, era muito presente a especulação sobre Jânio Quadros se candidatar. Em 1998, Itamar Franco fez de tudo para ser indicado pelo PMDB para a corrida presidencial.

Agora, em 2014, o movimento “volta, Lula” rondou os cenários políticos de forma incessante –até bem recentemente, como mostra este post de 4.set.2014.

Tudo somado, este 15 de setembro de 2014 pode ser não só o fim do movimento “volta, Lula”. Se o ex-presidente não voltar a se candidatar agora ou em 2018 –como muitos ainda desejam–, hoje poderá representar também o fim oficial da carreira eleitoral presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva.

Sobrará para o petista, é claro, a possibilidade de disputar outros cargos. Por exemplo, o de governador de São Paulo, como uma vez sugeriu João Santana, para dar ao PT o Estado no qual o PT nunca esteve no comando.

A informação sobre o prazo limite para a substituição de candidaturas agora em 2014 está na agenda “Poder e Política na semana”, mais conhecida como “o drive político da semana”. É mais completa agenda do poder –divulgada sempre nas manhãs de segunda-feira, aqui no Blog.

Eis o trecho da resolução 23.405, do TSE, que trata do prazo limite para substituição de candidatos na eleição de 2014 (grifos do Blog):

RESOLUÇÃO Nº 23.405

CAPÍTULO VII

DA SUBSTITUIÇÃO DE CANDIDATOS E DO CANCELAMENTO DE REGISTRO

Art. 60. O partido político poderá requerer, até a data da eleição, o cancelamento do registro do candidato que dele for expulso, em processo no qual seja assegurada a ampla defesa, com observância das normas estatutárias (Lei nº 9.504/97, art. 14).

Art. 61. É facultado ao partido político ou à coligação substituir candidato que tiver seu registro indeferido, inclusive por inelegibilidade, cancelado ou cassado, ou, ainda, que renunciar ou falecer após o termo final do prazo do registro (Lei nº 9.504/97, art. 13, caput; LC nº 64/90, art. 17; Código Eleitoral, art. 101, § 1º).

§ 1º A escolha do substituto será feita na forma estabelecida no estatuto do partido político a que pertencer o substituído, devendo o pedido de registro ser requerido até 10 dias contados do fato ou da notificação do partido da decisão judicial que deu origem à substituição (Lei nº 9.504/97, art. 13, § 1º).

§ 2º A substituição poderá ser requerida até 20 dias antes do pleito, exceto no caso de falecimento, quando poderá ser solicitada mesmo após esse prazo, observado em qualquer hipótese o prazo previsto no parágrafo anterior.

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Na TV, Marina cobra Lula e diz que PT usa “preconceitos” e “mentiras”
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Fernando Rodrigues

Candidata do PSB faz ataque direto ao ex-aliado e ao PT

Marina-programa-13set2014

Cena do programa eleitoral do PSB de 12.set.2014, no qual Marina cobra PT e Lula

 

A candidata a presidente pelo PSB, Marina Silva, faz hoje sua resposta mais emocionada na TV contra as críticas que vem recebendo nos comerciais de sua adversária, Dilma Rousseff (PT). A pessebista acusa o petismo de usar contra ela “os mesmos preconceitos, as mesmas mentiras” das quais no passado Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo.

Na prática, Marina afirma que hoje Lula e o PT mentem e são preconceituosos contra ela. No programa eleitoral do PSB que vai ao ar hoje, às 13h na TV, Marina começa dizendo que no passado, ajudou a combater os ataques a Lula (pois foi filiada ao PT nos anos 80 e 90).

Eis a fala inicial da candidata do PSB em seu programa:

Eu colocava a camisa do Lula e ia combater cada preconceito que era lançado contra ele: ‘Não tem experiência administrativa, não tem como governar o Brasil, é analfabeto”… Tudo o que é defeito. E a gente ia pra frente de batalha para defender…. Olhe, eu nunca imaginei que eles iriam usar os mesmos preconceitos, as mesma mentiras. Nem criativos são. Não me abalo. O povo brasileiro vai fazer a sua escolha”.

Em seguida vem uma biografia da candidata, exaltando o fato de ela ter sido alfabetizada aos 16 anos. O programa termina com um coro de militantes cantando e batendo palmas: “Olha a Marina chegando, olha a Dilma saindo. Ela tá chegando pra mudar nosso destino. Ela tá chegando pra mudar nosso destino”.

A campanha do PSB está começando a se estruturar mais. O programa de TV deste sábado foi testado em grupos de eleitores antes de ser aprovado para ir ao ar. O impacto sobre as pessoas que assistiram foi considerado bem positivo para reforçar a imagem de Marina nesta fase do processo eleitoral.

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Dilma recua de 63% para 47% no Nordeste na comparação com 2010
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Fernando Rodrigues

Queda entre nordestinos põe em risco chance de compensar pouco apoio no Sudeste

Antes reduto do lulo-petismo, região agora tem focos de resistência ao PT

Pernambuco e Bahia serão locais inóspitos para o PT no 2º turno

Neste post, a lista completa com as 27 disputas para governador

As pesquisas sobre intenção de voto para presidente e para governadores mostram que Dilma Rousseff enfrenta uma resistência incomum no Nordeste, região que há mais de uma década havia se tornado um reduto eleitoral muito consolidado do PT.

Quando se compara o desempenho de Dilma na região Nordeste na pesquisa Datafolha de 8-9.set.2014 com outra realizada exatamente há 4 anos, em 8-9.set.2010, nota-se que a petista perdeu 16 pontos percentuais nas suas intenções de voto: desceu de 63% para 47%.

Vencer por larga margem no Nordeste e no Norte permitiu a Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e a Dilma Rousseff, em 2010, terem desempenhos mais modestos em alguns Estados do Sul e do Sudeste.

Por exemplo, Lula perdeu em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e outros 3 Estados em 2006, mas sua ampla votação no Nordeste (77% no 2º turno) garantiu ao petista mais quatro anos no Planalto.

A mesma fórmula foi usada para Dilma. Em 2010, ela perdeu em 11 unidades da Federação, principalmente no Sul e no Centro-Oeste, mas recebeu estrondosos 70,5% dos votos no Nordeste e foi eleita presidente.

Agora, a equação eleitoral petista apresenta alguns defeitos. Eis o quadro das intenções de voto presidencial por região, em 2010 e 2014 (clique na imagem para ampliar):

Arte
Como se observa, Dilma está hoje pior em quase todas as regiões. A exceção é, talvez, o Norte. Não é possível ter essa informação com precisão, pois o Datafolha divulgava os percentuais do Norte e do Centro-Oeste num mesmo grupo pesquisado nos levantamentos de 4 anos atrás.

Outro dado alarmante para Dilma Rousseff é o fato de que deve haver 2º turno na disputa presidencial com um ambiente pouco amigável para o PT nos dois Estados mais relevantes do Nordeste –Bahia e Pernambuco, responsáveis por 43% do eleitorado da região.

Na Bahia, Estado governado há 8 anos pelo petista Jaques Wagner, o cenário é de possível derrota para o candidato governista, Rui Costa (PT). Ele tem 24% das intenções de voto contra 46% de Paulo Souto (DEM). Há sinais de vitória do demista no 1º turno.

Se a disputa de governador na Bahia for liquidada no 1º turno, esse desfecho liberará todas as forças anti-PT para descarregarem suas energias contra a reeleição de Dilma Rousseff no 2º turno. Esse movimento visará a neutralizar um pouco da alta popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Estado.

O mesmo cenário se repete em Pernambuco. O candidato Paulo Câmara (PSB) está em alta, com 39%, contra o nome apoiado pelo PT na disputa pelo governo local, Armando Monteiro (PTB), com 33%. Com ou sem 2º turno entre os pernambucanos, Dilma tende a enfrentar grande resistência. Esse é o Estado natal de Eduardo Campos (1965-2014), cujo grupo político fará tudo o que estiver ao seu alcance para impor uma derrota ao PT.

Só para lembrar, em 2010, Dilma Rousseff foi a mais votada no 1º e no 2º turnos na Bahia e em Pernambuco. Hoje, a situação é incerta, para dizer o mínimo.

Em Pernambuco, Dilma tem hoje 38% das intenções de voto. Marina lidera entre os pernambucanos, com 45%. Na Bahia, Dilma está à frente com 50%. Mas há 4 anos, nesta mesma época da campanha presidencial, a petista tinha 67% em ambos os Estados.

As pesquisas atuais mostram que o voto petista entre nordestinos é hoje menor do que foi em 2010 todos os 9 Estados da região. Eis um quadro com as intenções voto para presidente nessas localidades (clique na imagem para ampliar):

Arte

O quadro acima ajuda a iluminar o que pode ser o cenário do 2º turno na disputa presidencial na região Nordeste. Muitos governadores eleitos ou candidatos favoritos na segunda rodada de votação tendem a fazer campanha contra Dilma Rousseff.

Esse é um ambiente novo para o PT. Em 2006 e 2010, a sigla sob o comando de Lula havia se acostumado a ter a adesão automática de quase todas as forças políticas mais relevantes no 2º turno da eleição presidencial no Nordeste.

Mas esse não é apenas um cenário nordestino. Fica mais fácil entender o que se passa quando se observam todas as disputas de governadores nas 27 unidades da Federação. O desejo de mudança segue forte, como mostra um levantamento atualizado do Blog: só 3 dos 18 governadores que buscam reeleição seriam vitoriosos hoje em 1º turno.

O desejo de mudança nos Estados atinge também o PSB, partido da presidenciável Marina Silva. Os pessebistas têm 4 governadores candidatos à reeleição, mas nenhum é líder isolado. No Espírito Santo e na Paraíba, hoje comandados pela sigla, os candidato da oposição hoje venceriam no 1º turno, segundo as pesquisas disponíveis.

Apenas em 12 Estados a eleição deve terminar em turno único, no dia 5 de outubro. Ou seja, será uma das mais duras disputas em décadas.

Eis como está a disputa nas 27 unidades da Federação, segundo as últimas pesquisas disponíveis:

Arte

Observado o cenário geral, nota-se que o desfecho da corrida presidencial segue incerto. Com os dados disponíveis no momento, há argumentos respeitáveis que podem indicar tanto uma possível vitória da oposicionista Marina Silva como o sucesso da governista Dilma Rousseff.

A favor da petista há o fato de que sua trajetória, no agregado nacional das pesquisas, indica uma ligeira tendência de recuperação (na margem de erro do levantamento). Dilma no momento voltou a ficar empatada tecnicamente com sua principal adversária na disputa, Marina, conforme mostra o levantamento do Datafolha dos dias 8-9.set.2014.

Essa modesta melhora no quadro para Dilma parece ter sido resultado do intenso bombardeio que ela e Aécio Neves (PSDB) desfecharam contra Marina. Foram duas semanas de tentativa de desconstrução do marinisno, o que resultou num aumento da rejeição da candidata do PSB.

A expectativa do PT é que esse processo chamado de “desconstruindo Marina” ainda esteja em andamento nas mentes dos eleitores. No limite, poderá resultar numa candidata pessebista desidratada no início do 2º turno, sem forças para reagir.

Ainda dentro do argumento favorável a Dilma, a petista tem a máquina do governo a seu favor. Só em Brasília, são mais de 20 mil cargos ocupados por pessoas aflitas com a possibilidade de derrota –e da consequência imediata: terem de pedir emprego em prefeituras ou sindicatos ligados à CUT pelo país afora. Vão trabalhar como nunca para ficarem onde estão, reelegendo Dilma.

No 2º turno, o PT também terá o esforço extra de Lula para recuperar o terreno perdido no Nordeste, onde o ex-presidente é muito cultuado e popular. E, por fim, a equipe de marketing contratada pelo PT tem larga experiência em disputas apertadas –João Santana, o marqueteiro, ajudou o partido nas campanhas eleitorais logo depois do escândalo do mensalão.

No extremo oposto desse argumento sobre as chances de Dilma há um raciocínio também consistente a respeito da possibilidade de vitória de Marina.

Para começar, uma pergunta: se tudo o que PT e PSDB fizeram em quase duas semanas resultou na perda de apenas 2 ou 3 pontos percentuais de intenção de voto de Marina Silva, isso significa que a candidata do PSB está sólida no patamar dos 30%, certo? Ou mais: não adianta bater como estão batendo, pois não vai colar esse tipo de crítica em Marina.

Uma das razões para essa espécie de “efeito teflon” que reveste Marina é o vento de mudanças que atinge o país, com os eleitores falando em mudar a política. A candidata do PSB é a que mais incorpora esse sentimento difuso.

Ondas na política têm pouco apelo racional. É quase tudo emoção –e os comerciais petistas contra o PSB tenderiam a ser desprezados, em grande medida, até o final do processo eleitoral.

E quando chegar o 2º turno, como demonstram as pesquisas, há uma tendência natural de muitos eleitores do PSDB –a maioria– migrarem para Marina Silva. Nessa fase da campanha os tempos de rádio e de TV são iguais para as duas candidaturas finalistas. Acaba a preponderância que se vê hoje, com o PT ocupando um latifúndio no horário eleitoral.

Tudo considerado, não há como fazer uma previsão científica sobre qual será o desfecho da eleição presidencial. O que é possível é expor o que mostram as pesquisas e seus diversos cruzamentos –como tentou detalhar este post.

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

Fontes e observações sobre a tabela das 27 disputas de governadores
Colocação dos candidatos: esta tabela reflete a posição de cada candidato do ponto de vista numérico em que aparecem nas pesquisas. Em alguns casos, esse posicionamento não significa que quem está numericamente em primeiro lugar ocupa de forma isolada essa posição, pois deve ser considerada a margem de erro da pesquisa;
Candidatos ocultos: para uma visualização mais clara, nem todos os candidatos nas disputas estaduais estão colocados nesta tabela, que é apenas uma compilação analítica. Todos os candidatos e suas respectivas pontuações podem ser vistos nas tabelas completas na página de pesquisas deste Blog;
Pesquisas: são usadas aqui as últimas pesquisas disponíveis, desde que estejam devidamente registradas na Justiça Eleitoral;
Metodologia compilada: essa coluna contém, pela ordem, o nome do instituto que fez a pesquisa, a data em que foi aplicado o formulário e a margem de erro do levantamento em pontos percentuais;
Eleitorado: fornecido pelo TSE (abril de 2014).

 

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Marina vai tirar R$ 1,3 tri da educação e da saúde sem pré-sal, diz Dilma
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Fernando Rodrigues

Propaganda repete discurso do medo usado em filme sobre autonomia do Banco Central

Reprodução

Em mais um comercial de ataque, a campanha de Dilma Rousseff (PT) à reeleição agora faz críticas a respeito de como seria conduzida a exploração do pré-sal num eventual governo que tenha Marina Silva (PSB) como presidente.

A propaganda de Dilma diz que a proposta de Marina para o pré-sal “significaria que a educação e a saúde poderiam perder 1 trilhão e 300 bilhões de reais”. E que “milhões de empregos estariam ameaçados em todo o país”.

O filme de 30 segundos repete a fórmula simples de outro já veiculado no início desta semana a respeito da autonomia do Banco Central.

Na propaganda desta quinta-feira (11.set.2014), o marqueteiro João Santana também começa com uma mesa rodeada por homens em um ambiente empresarial, aparentemente discutindo negócios. O locutor fala que Marina Silva, se eleita, “vai reduzir a prioridade do pré-sal”.

Na cena seguinte, um mulher está com várias crianças estudando em torno de uma mesa. Quando o locutor fala que sem os recursos do pré-sal haverá menos dinheiro para educação, gradualmente vão desaparecendo os conteúdos dos livros. Uma criança se “surpreende” com as páginas que ficaram em branco.

Ao final, os empresários parecem felizes com o desfecho da história. A mulher e as crianças ficam com aparência de desolação e não há mais mais nada à mesa.

Esse comercial sobre o pré-sal e o que tratava de Banco Central fazem parte de uma série de propagandas de 30 segundos que visam a desconstruir a imagem de Marina Silva. A mensagem da campanha de Dilma pretende difundir a ideia de que as propostas de Marina Silva serão ruins para o Brasil. Outros filmes serão veiculados nos próximos dias e semanas.

O objetivo é fazer com que Dilma termine o 1º turno à frente de Marina, mas também que a petista possa entrar no 2º turno com alguma vantagem sobre a pessebista —hoje, a situação é de empate técnico entre ambas no Datafolha.

A estratégia de usar propagandas para tentar desconstruir adversários não é nova nas disputas políticas no Brasil e em outros países. Às vezes, tem resultado. Em maio deste ano, um comercial com o discurso do medo ajudou Dilma a se manter acima de 30% das intenções de voto.

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial:

[cenário: homens discutem em torno de uma mesa, evocando um ambiente empresarial]

Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai reduzir a prioridade do pré-sal. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”

[música incidental de tom grave, quase fúnebre]

[corte para uma cena de crianças estudando em torno de uma mesa]

Locutor: “…Isso significaria que a educação e a saúde poderiam perder 1 trilhão e 300 bilhões de reais. E que milhões de empregos estariam ameaçados em todo o país…”

[corte para os empresários apertando as mãos e comemorando]

Locutor: “…Ou seja, os brasileiros perderiam uma oportunidade única de desenvolvimento…”

[neste momento, as páginas do livro usado por uma criança ficam em branco]

Locutor: “…É isso que você quer para o futuro do Brasil?”

[câmera volta para as crianças, agora sem mais nenhum livro à mesa]

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Com 18 partidos, Senado de 2015 será o mais pulverizado da história
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Fernando Rodrigues

Fragmentação inédita tornará negociações mais difíceis para o próximo presidente

O Senado Federal deverá abrigar em 2015 integrantes de 18 partidos políticos diferentes. Esse cenário emerge das pesquisas de intenção de voto mais recentes. Confirmada essa previsão nas urnas, será a composição mais pulverizada da história do Senado.

O Blog publica neste post uma tabela com a evolução das bancadas nos últimos 20 anos, desde 1994, período no qual se iniciou e avançou o fenômeno da pulverização das vagas no Senado.

Em 2002, primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Senado tinha 9 legendas representadas, metade da projeção para 2015. Hoje, a Casa já conta com senadores de 16 partidos diferentes.

O Senado repete a mesma trajetória a Câmara dos Deputados, que também tem aumentado o número de legendas representadas. Hoje, 22 partidos políticos têm deputados federais.

O PMDB, maior bancada no Senado desde 1994, deve manter o posto no próximo ano. A previsão é de que 17 senadores sejam peemedebistas –uma redução de duas cadeiras em relação à composição atual. Ou seja, o maior partido no Senado terá o equivalente a apenas 21% dos votos na Casa.

Essa fragmentação produz mais dificuldades para o Poder Executivo quando é necessário negociar projetos com o Congresso. Quanto mais partidos há, mais tortuosa e demorada é a construção de algum consenso mínimo sobre projetos de lei em tramitação.

De acordo com as pesquisas de intenção de voto, o PT tende a ficar na segunda posição no Senado em 2015, com 14 cadeiras. Em terceiro, a bancada do PSDB, que subiria de 12 para 13 senadores.

O melhor desempenho projetado pertence ao PSB, segundo as pesquisas. A legenda que hoje tem Marina Silva como candidata a presidente pode mais que dobrar sua bancada, de 4 para 9 cadeiras, tornando-se 4ª maior força na Casa.

Caso as pesquisas se confirmem, o maior perdedor será o PTB. A legenda veria suas 6 cadeiras reduzidas a apenas 2. PSC e PPS, hoje ausentes do Senado, teriam 1 cadeira cada um.

COMO É FEITA A PROJEÇÃO
A projeção de bancadas para o Senado em 2015 considera dois fatores:

1) são contabilizados todos os candidatos que estão em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto (isolados na frente ou empatados na margem de erro do levantamento com algum adversário);

2) também é considerada nesta projeção a entrada dos suplentes dos 7 senadores com mandato até 2019 que hoje lideram a disputa pelos governos dos respectivos Estados. Se vencerem, sairão do Senado para dar a vaga ao suplente imediato. Os 7 senadores que podem virar governadores em 2015 são os seguintes: Eduardo Braga (PMDB-AM), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Delcídio do Amaral (PT-MS), Wellington Dias (PT-PI), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Pedro Taques (PDT-MT) e Ana Amélia (PP-RS).

A tabela a seguir mostra a evolução das bancadas, por partido, desde a eleição de 1994 e a projeção do melhor cenário para cada legenda de acordo com as pesquisas de intenção de voto mais recentes:

Arte

O cálculo acima é generoso com todos os primeiros colocados. Considera como possíveis vitoriosos os candidatos hoje em primeiro lugar nas pesquisas, isolados ou empatados na margem de erro.

Se a fórmula for mais rígida, o resultado se altera um pouco. Por exemplo, quando são incluídos no cenário apenas os líderes isolados na pesquisas, fora da margem de erro. Nesse caso, mantém-se um Senado com 18 partidos representados em 2015, mas o tamanho das bancadas seria diferente. Nessa simulação, o PMDB seguiria líder com 15 senadores. O PSDB e o PT teriam até 9 cadeiras cada um. O PSB teria 7 senadores e o DEM, 4. PDT, PP e PR teriam 3 senadores cada um. PSD ficaria com 2 cadeiras. As demais legendas teriam 1 senador cada uma.

A seguir, a tabela com as disputas pelo Senado nas 27 unidades da Federação:

Arte

O Senado tem 81 cadeiras –são 3 para cada uma das 27 unidades da Federação. Os mandatos são de 8 anos, mas a renovação é parcial, a cada 4 anos.

Neste ano de 2014, serão eleitos apenas 27 senadores (1/3 da Casa). Em 2018, serão renovadas 54 cadeiras (2/3 das vagas). Em 2022, voltam a ser disputadas apenas 27 cadeiras. E assim sucessivamente, a cada 4 anos.

Este Blog mantém a mais completa página de pesquisas eleitorais da internet brasileira, com levantamentos de todos os institutos desde o ano 2000. É possível consultar os cenários do 1º turno de 2014 para as disputas de presidente, governador e senador e do 2° turno de 2014 para presidente e governador.

P.S. às 22h15 de 11.set.2014: Este post foi atualizado com as pesquisas Datafolha divulgadas na noite desta quinta-feira. A única mudança na projeção cabe à bancada do PT em 2015, que sobe de 13 para até 14 senadores. A alteração deve-se ao empate técnico entre José Serra (PSDB) e Eduardo Suplicy (PT) em São Paulo.

(Bruno Lupion)

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Se eleita, Marina dará poder aos bancos, ataca Dilma em comercial
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Fernando Rodrigues

Petista faz forte ataque contra Marina na TV

Propaganda critica autonomia do Banco Central

Comercial-Dilma-BC-9set2014

Em mais um ataque frontal pesado contra Marina Silva (PSB) no horário eleitoral na TV, a presidente Dilma Rousseff (PT) acusa sua adversária direta de propor que os bancos assumam “um poder que é do presidente e do Congresso, eleitos pelo povo”.

A peça de 30 segundos produzida pelo marqueteiro João Santana, e que começa a ser veiculada hoje (9.set.2014) nos intervalos comerciais, mostra uma história simples. Primeiro, aparecem banqueiros felizes numa reunião. Em seguida, surge uma família na hora da refeição. Enquanto um locutor vai dizendo que o poder dos bancos aumentará por causa da proposta de Marina Silva de dar autonomia ao Banco Central, a comida vai sumindo dos pratos e as pessoas ficam com expressões tristes, de desolação.

O locutor do comercial de Dilma diz que a autonomia do Banco Central “significaria entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre sua vida e de sua família… Os juros que você paga… Seu emprego, preços e até salário”. E conclui com uma pergunta: “Você quer dar a eles esse poder?”

Esse comercial faz parte da estratégia de desconstruir a imagem de Marina Silva. Na semana passada, o marqueteiro João Santana já havia produzido uma peça publicitária na qual comparava a candidata do PSB com Jânio Quadros e Fernando Collor, presidentes brasileiros que tiveram pouco apoio no Congresso –situação que supostamente será enfrentada por Marina, caso ela seja eleita.

Agora, começou a fase de tentar atacar propostas objetivas apresentadas por Marina em seu programa de governo –como é o caso da autonomia do Banco Central.

É claro que se trata de uma simplificação com apenas 30 segundos de duração. Mas os comerciais com essa duração não pretendem explicar um tema complexo. O objetivo é apenas plantar dúvidas nas cabeças dos eleitores –e assim subtrair votos do candidato adversário.

Essa tática não tem nenhuma novidade e é usada em eleições em vários países. No Brasil, tem sido comum esse tipo de comercial. Às vezes, surte o efeito desejado, como em maio deste ano (2014), com o comercial com o discurso do medo que ajudou Dilma Rousseff a se manter firme acima dos 30% das intenções de voto.

Eis o comercial de Dilma sobre a autonomia do Banco Central:

 

A seguir, a íntegra do roteiro do comercial de Dilma sobre Banco Central:

[cenário: homens de terno e gravata discutem em torno de uma mesa, evocando um ambiente do mercado financeiro]

Locutor: “Marina tem dito que, se eleita, vai fazer a autonomia do Banco Central. Parece algo distante da vida da gente, né? Parece, mas não é…”

[música incidental de tom grave, quase fúnebre]

[corte para uma cena de uma família em torno de uma mesa, fazendo uma refeição]

Locutor: “…Isso significaria entregar aos banqueiros um grande poder de decisão sobre sua vida e de sua família…

[neste momento, uma das pessoas da família, possivelmente o pai, recebe o prato de comida, mas o alimento desaparece]

Locutor: “…Os juros que você paga… Seu emprego, preços e até salário…”

[câmera foca os outros integrantes da família, que começaram felizes e sorridentes, mas agora mudam seus semblantes, que ficam carregados e tristes].

[tela faz corte abrupto para a cena inicial, dos banqueiros, agora todos muito mais sorridentes]

Locutor: “Ou seja, os bancos assumem um poder que é do presidente e do Congresso, eleitos pelo povo. Você quer dar a eles esse poder?”

[câmera volta para a família que estava comendo, agora sem nada mais à mesa, e todos com aparência desolada]

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