Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Fernando Haddad

Dos 7 ex-ministros de Dilma que disputaram a eleição, apenas 2 se elegeram
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Edinho Silva (PT) e Edinho Araújo (PMDB) ganharam em municípios de SP

Marcelo Crivella (PRB), ex-ministro da Pesca, disputará o 2º turno no Rio 

Brizola Neto, Fernando Haddad, Pepe Vargas e Marta Suplicy fracassaram

edinho-silva-edinho-araujo

Edinho Araújo (PMDB) e Edinho Silva (PT) venceram em São José do Rio Preto (SP) e Araraquara (SP)

Sete ex-ministros de Dilma Rousseff tentaram a sorte nas urnas em 2016. Apenas 2 foram eleitos no 1º turno: Edinho Silva (PT), em Araraquara (SP), e Edinho Araújo (PMDB), em São José do Rio Preto (SP). Marcelo Crivella (PRB), ex-ministro da Pesca da petista, disputará o 2º turno no Rio. Os outros 4 fracassaram.

A apuração é dos repórteres do UOL Douglas Pereira e Luiz Felipe Barbiéri.

Edinho Silva (PT) foi ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência de março de 2015 até maio de 2016, quando Dilma foi afastada do cargo por causa do processo de impeachment. O petista comandará pela 3ª vez a cidade de Araraquara (SP), governada por ele de 2001 a 2008.

Edinho venceu a eleição com 41,71% do total de votos válidos. Na 2ª colocação ficou sua ex-mulher, Edna Martins (PSDB), com 28,93%. Como o município de Araraquara possui menos de 200 mil eleitores, não haverá 2º turno.

Outro que conseguiu vencer no último domingo foi Edinho Araújo (PMDB), ministro da Secretaria de Portos no período de janeiro a outubro de 2015. O peemedebista obteve 52,26% na disputa para a prefeitura de São José do Rio Preto (SP).

Marcelo Crivella (PRB), ministro da Pesca do governo Dilma de março de 2012 a março de 2014, ficou em 1º lugar no Rio de Janeiro, com 27,78%. Disputará o 2º turno contra Marcelo Freixo (Psol), que teve a preferência de 18,26% dos eleitores.

QUEM PERDEU
Outros 4 ex-ministros de Dilma Rousseff tentaram se eleger, mas não conseguiram. São eles:

– Brizola Neto (PDT), ministro do Trabalho e Emprego de maio de 2012 a março de 2013, tentou a prefeitura de São Gonçalo (RJ).

– Fernando Haddad, ministro da Educação de julho de 2005 a janeiro de 2012, disputou a reeleição em São Paulo (SP).

– Marta Suplicy, ministra da Cultura de setembro de 2012 a novembro de 2014, também tentou a prefeitura de São Paulo (SP).

– Pepe Vargas, ministro do Desenvolvimento Agrário de março de 2012 a março de 2014, participou da corrida eleitoral em Caxias do Sul (RS).

Eis o desempenho de todos os ex-ministros de Dilma Rousseff que disputaram a eleição municipal:

desempenho-ex-ministros-dilma

O Blog está no Facebook, Twitter e Google+.


Fernando Haddad é esperança do PT para evitar fracasso nas eleições
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Prefeito pode se tornar o 1º candidato à reeleição que não chega ao 2º turno

Em 4º lugar, mas crescendo, petista acredita que ainda ultrapassa Marta

Estratégia do PT na reta final é centrar fogo no 2º colocado, Russomanno

Gabriel Chalita, Fernando Haddad e Lula na convenção do PT em São Paulo

Gabriel Chalita, Fernando Haddad e Lula na convenção do PT em São Paulo

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, vai ao debate de hoje (5ª) à noite, na TV Globo, com duas responsabilidades: 1) ele é a última esperança do PT de um mínimo de sucesso nestas eleições; e 2) pode ser o 1º caso na história das disputas paulistanas de um prefeito candidato à reeleição que não chegou ao 2º turno.

O petista deve centrar críticas em Celso Russomanno. O candidato do PRB está numericamente na 2ª posição, segundo a última pesquisa Ibope. Mas perdeu 11 pontos percentuais em relação ao início da campanha.

João Doria (PSDB) lidera o levantamento com 28% das intenções de voto. Russomanno (PRB) tem 22%. Marta (PMDB), 16%, e Fernando Haddad (PT), 13%.

Aliados do prefeito Haddad entendem que a candidata peemedebista, Marta Suplicy, atingiu o seu piso nas pesquisas. Ou seja, dificilmente deve ter resultado abaixo dos registrados nos últimos levantamentos.

O petista deve tentar avançar sobre o eleitorado de Russomanno, pois acha que o candidato pode se liquefazer e deixar seus votos disponíveis para a candidatura do PT.

Haddad acredita também que a boca de urna da militância petista pode lhe garantir um crescimento mínimo de 3 pontos percentuais nas eleições em relação às pesquisas.

As informações são dos repórteres do UOL Tales Faria e Victor Fernandes.

O Ibope divulgou ontem (4ª) pesquisa sobre a disputa paulistana. O Blog comparou o desempenho dos candidatos neste ano e em 2012, a 4 dias das eleições:

29.set-pesquisa-SP

Assim como em 2012, não é possível saber quem irá ao 2º turno. Por enquanto, a tendência é que Russomanno, Marta e Haddad tenham intenções de voto muito parecidas na véspera da disputa. João Doria está em situação mais confortável.

Fernando Haddad tenta convencer eleitores e diz que, há 4 anos, as pesquisas também não indicavam que iria ao 2º turno. O petista conseguiu uma virada e venceu a disputa. A situação neste ano, porém, é mais complicada.

Em 2012, Haddad estava tecnicamente empatado com o 2º colocado, José Serra (PSDB). Hoje, por causa da margem de erro, ocupa a 3ª posição ao lado de Marta. Mas a 4 dias das eleições, tem 5 pontos percentuais a menos do que nas últimas eleições.

Nas últimas duas semanas, o petista melhorou nas pesquisas. Até 24 de setembro, não tinha ultrapassado os 9% de intenção de votos. A partir de então, cresceu 4 pontos percentuais.

A disputa da prefeitura de São Paulo virou prioridade para o partido no país. A sigla pode ter o pior desempenho desde 1996 em grandes centros urbanos. O Blog analisou e compilou pesquisas de 81 das 93 cidades brasileiras mais importantes

Apenas 2 candidatos do partido lideram pesquisas eleitorais nas capitais. Marcus Alexandre, candidato à reeleição em Rio Branco (AC) e Roberto Sobrinho, que está empatado tecnicamente com outros 3 candidatos, em Porto Velho (RR).

O envolvimento com casos de corrupção e o desgaste produzido pela crise política e econômica durante o governo de Dilma Rousseff (que teve o mandato de presidente cassado em 31.ago.2016) são alguns dos fatores que explicam a queda do partido em 2016.

Depois de eleger 17 prefeitos em 2012, o Partido dos Trabalhadores já perdeu 4 deles ao longo do mandato. Hoje, há apenas 13 petistas comandando cidades no grupo das 93 mais importantes.

O Blog está no Facebook, Twitter e Google+.


Nas capitais, Fernando Haddad é o prefeito com menor intenção de voto
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Das 26 capitais, 20 prefeitos tentam reeleição

Desses, petista tem a menor intenção de voto

João Alves, em Aracaju, é o mais rejeitado

Teresa Surita e ACM Neto são os mais populares

Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo

Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo

Das 26 capitais do país, 22 têm prefeitos aptos a disputar a reeleição. Em apenas duas (Florianópolis e Cuiabá), os governantes optaram por não concorrer a mais 1 mandato.

Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Goiânia são capitais nas quais não é possível haver reeleição neste ano.

Entre os 20 que tentam se reeleger, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), é o que tem a menor intenção de voto nas pesquisas eleitorais. Só 9% do eleitorado diz que votará no petista.

As informações são do repórter do UOL Victor FernandesColaboraram com a apuração os repórteres Rodrigo Zuquim e Victor Gomes. 

voto-prefeitos-intencao-20set2016


A prefeita de Boa Vista (RR), Teresa Surita (PMDB), é a mais bem colocada nas pesquisas eleitorais. Tem 74% das intenções de voto, segundo levantamento do Ibope divulgado em 16 de setembro.

ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador (BA), é o 2º colocado. Atingiu 69% da preferência dos soteropolitanos, indica a mais recente pesquisa na capital baiana.

Em média, prefeitos que tentam se reeleger nas capitais têm 37% da preferência do eleitorado nas pesquisas.

Alcides Bernal (PP), prefeito de Campo Grande (MS), João Alves (DEM), prefeito de Aracaju, e Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo, são os candidatos à reeleição com as menores intenções de voto.

REJEIÇÃO
O prefeito de Aracaju, João Alves (DEM), é o mais rejeitado pelo eleitorado. Pesquisa Ibope divulgada em 15 de setembro indica que 63% das pessoas não votariam “de jeito nenhum” no candidato.

Dr. Mauro Nazif (PSB), prefeito de Porto Velho (RO), tem 49% de rejeição. Fernando Haddad (PT), em São Paulo, atinge 48%.

 

voto-prefeito-rejeicao-20set2016.v2

Teresa Surita (PMDB) e ACM Neto (DEM) são os mais populares. Não seriam escolhidos “de jeito nenhum” por apenas 11% dos eleitores de suas cidades.

Em média, prefeitos que tentam se reeleger nas capitais têm 27% de rejeição.

O Blog está no Facebook, Twitter e Google+.


PT perde 87% de seus eleitores pobres em São Paulo
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

6% dos que têm baixa renda pretendem votar na sigla

Em 2008, partido tinha 46% desse eleitorado

Blog compara pesquisas em datas similares 

Melhor desempenho de Haddad é na classe média

Ex-presidente Lula e Fernando Haddad, prefeito de São Paulo

Ex-presidente Lula e Fernando Haddad, prefeito de São Paulo

A 13 dias do 1º turno das eleições municipais, o PT está em uma situação complicada na cidade de São Paulo. O prefeito Fernando Haddad, candidato à reeleição, tem apenas 9% das intenções de voto nas pesquisas eleitorais.

Entre os mais pobres, a situação de Haddad é ainda pior. De acordo com a última pesquisa Datafolha, o prefeito alcança apenas 6% da preferência das pessoas com renda familiar mensal de até 2 salários mínimos.

O resultado é 87% menor do que o registrado pela sigla em 2008, quando Marta Suplicy disputou a prefeitura pelo PT. Naquele ano, na mesma fase da campanha, Marta tinha 46% da preferência dos mais pobres.

As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

A cerca de 20 dias da disputa, data em que as pesquisas foram divulgadas, nunca um candidato do partido teve números tão baixos entre os eleitores de baixa renda.

desempenho-PT-pesquisas-2

Em 18 de setembro de 2008, 17 dias antes do 1º turno, 46% dos eleitores com renda mensal de até 2 salários mínimos votariam em Marta Suplicy. À época, Marta tinha nesse eleitorado o seu melhor desempenho. No geral, 37% diziam votar na candidata.

Em 2012, Fernando Haddad tinha 15% das intenções de voto. Entre os mais pobres, alcançava 16%. Neste ano, os números são ainda piores. Haddad tem 9% da preferência dos eleitores.

Entre os mais pobres, apenas 6%. O porcentual significa uma perda de 87% em relação a 2008 e de 63% em relação a 2012.

PT NAS ÚLTIMAS 3 ELEIÇÕES
A cerca de 20 dias da disputa, candidatos do PT estavam em situações diferentes em 2008, 2012 e 2016.

Marta Suplicy foi a que conseguiu a melhor colocação nesta etapa da campanha. Em 2008, liderou a disputa durante todo o 1º turno. Depois, porém, foi ultrapassada por Gilberto Kassab (DEM). Disputaram o 2º turno, que acabou vencido pelo demista (hoje, Kassab está no PSD).

desempenho-PT-pesquisas-1

Em 2012, Fernando Haddad tinha 15% da preferência dos paulistanos a 18 dias do 1º turno. Seu desempenho era parecido nas famílias pobres e ricas. Oscilava de 13% a 18% de acordo com a classe social do eleitor.

Haddad chegou ao 2º turno. Na disputa, venceu José Serra (PSDB) e tornou-se prefeito de São Paulo.

Neste ano, o petista tenta a reeleição. Sua popularidade, porém, é muito baixa. O prefeito tem 46% de rejeição.

Seu melhor desempenho é entre as famílias de classe média (12%), especificamente as com renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. Entre os que ganham de 2 a 5 salários e os mais ricos, 10% afirmam votar no candidato que tenta se reeleger.

RUSSOMANNO E MARTA
Os candidatos Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB) lideram com folga a preferência do eleitorado de baixa renda. Russomanno alcança 31% e Marta, 27%. João Doria (PSDB) atinge 9%. Fernando Haddad (PT) tem 6% e Luiza Erundina (PSOL) 5%.

O resultado é parecido entre os menos escolarizados. Russomanno é o preferido por 36% das pessoas que estudaram até o ensino fundamental. Nesse segmento, Marta atinge 26% das intenções de voto. Doria, com 8%, Haddad, com 7%, e Erundina, com 3%, completam a lista dos mais bem posicionados.

O Blog está no Facebook, Twitter e Google+.


Hoje, 20 capitais teriam 2º turno nas eleições de prefeito, dizem pesquisas
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Nas últimas disputas, tendência tem sido haver duas rodadas de votação

Teresa Surita (PMDB), de Boa Vista, tem a maior taxa de intenção de voto: 70%

Entre os 20 prefeitos que buscam a reeleição, 7 estão em situação mais difícil

Salvador- BA- Brasil- 27/04/2015- O prefeito ACM Neto disse que as equipes da Prefeitura vão trabalhar 24 horas durante todo o período de chuvas em Salvador e anunciou medidas para os desabrigados e desalojados.​ Foto: Ângelo Pontes/ Agecom

ACM Neto (DEM) é líder das pesquisas para se reeleger prefeito de Salvador (BA)

Se as eleições fossem hoje, 20 capitais só escolheriam seu prefeito no 2º turno, segundo pesquisas de opinião disponíveis.

Os 6 candidatos que se elegeriam já no 1º turno são os seguintes (em ordem alfabética): ACM Neto (DEM) em Salvador, Carlos Eduardo Alves (PDT) em Natal, Firmino Filho (PSDB) em Teresina, Luciano Cartaxo (PSD) em João Pessoa, Marcus Alexandre (PT) em Rio Branco e Teresa Surita (PMDB) em Boa Vista.

Em cidades com 200 mil eleitores ou mais, só vence no 1º turno o candidato a prefeito com, pelo menos, 50% mais 1 dos votos válidos. Pela lei brasileira, o conceito de “votos válidos” se refere aos que são dados aos candidatos ou aos partidos. Portanto, não são contabilizados votos brancos e nulos.

Nas pesquisas, para saber quem tem chance de vencer na 1ª rodada, basta verificar se o percentual de um determinado político é maior do que a soma das intenções de voto de todos os seus adversários.

O Blog tabulou as pesquisas recentes divulgadas nas 26 capitais para fazer este levantamento. As informações são do repórter do UOL, Victor Gomes. Leia os resultados dos principais levantamentos de intenção de voto nas maiores cidades do país na página de pesquisas do Blog.

Eis as tabelas com o resumo das principais pesquisas disponíveis nas capitais (clique nas imagens para ampliar):

pesquisas-capitais-Aracaju-Manauspesquisas-capitais-Natal-Vitoria

Em anos recentes, nota-se uma tendência de mais capitais terem a realização de segundos turnos. Eis a evolução do ano 2000 para cá:

tabelacomparada

As 5 cidades com eleitos no 1º turno em 2012 foram Boa Vista, Aracaju, Maceió, Goiânia e Palmas. Só em Goiânia o vencedor era candidato à reeleição.

CAMPEÕES DE INTENÇÕES DE VOTO
Neste ano de 2016, Teresa Surita (PMDB) e ACM Neto (DEM) são os candidatos que pontuaram mais nas pesquisas até agora. Ambos são candidatos à reeleição.

Teresa tem a preferência de 70% dos eleitores. ACM Neto tem 68%.

CANDIDATOS À REELEIÇÃO
Apesar da onda antipolítica que tomou conta do país nos últimos anos, a maioria dos 20 prefeitos candidatos a mais 1 mandato em capitais de Estados está em 1º lugar numericamente na disputa – ou seja, 13 deles estão isolados à frente ou dentro da margem de erro em situação de empate técnico com adversários.

Os 7 prefeitos de capitais que buscam a reeleição e não estão à frente nas pesquisas são Alcides Bernal (PP) de Campo Grande, Fernando Haddad (PT) de São Paulo, Gustavo Fruet (PDT) de Curitiba, João Alves (DEM) de Aracaju, Luciano Rezende (PPS) de Vitória, Mauro Nazif ( PSB) de Porto Velho e Zenaldo Coutinho (PSDB) de Belém.

O Blog está no Facebook, Twitter e Google+.


Marta reage à absolvição de Russomanno: “[Eleição] ficou mais difícil”
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Peemedebista lamenta efeito de STF ter livrado adversário

Avaliação foi feita na noite da votação do impeachment

Marta vê chance de crescer sobre eleitorado tucano de Doria

Poder econômico e de distribuição de cargos de rivais preocupam

Senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) teme candidatura de Celso Russomanno (PRB-SP)

Senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) teme candidatura de Celso Russomanno (PRB-SP)

A candidata do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PMDB-SP), tem lamentado a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de absolver o candidato Celso Russomanno (PRB-SP) da acusação de peculato.

Com o resultado, Russomanno não corre mais o risco de ter o registro de candidato cassado pela Justiça Eleitoral. Se fosse condenado, o deputado do PRB seria enquadrado na Lei da Ficha Limpa e não poderia disputar a eleição municipal.

A aliados, Marta Suplicy tem dito que a decisão do STF prejudica a sua candidatura. A um colega senador, durante a discussão da pronúncia do impeachment, na madrugada de ontem (10.ago), afirmou: “Agora ficou muito mais difícil [de vencer as eleições]”. Publicamente, a peemedebista prefere não fazer  uma avaliação tão negativa.

As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

A condenação de Russomanno era dada como certa entre os aliados de Marta. O marido da senadora, Márcio Toledo, festejou quando o STF decidiu antecipar o julgamento do pré-candidato do PRB. 

Certo de que Russomanno seria condenado e não conseguiria o registro da candidatura, Toledo começou tratativas para se aproximar do eventual espólio eleitoral do PRB. Mandou mensagens via WhatsApp para integrantes da legenda: “Estamos prontos para conversar. Unidos seremos muito mais fortes”, escreveu Toledo. A estratégia desmoronou com a absolvição do candidato do PRB.

Assim que soube do resultado no STF, a senadora fazia a seguinte reflexão numa roda de colegas no Senado: “Um tem a prefeitura [Fernando Haddad]. Outro, o governo do Estado [João Doria].  Outro, a Igreja Universal [Russomanno é filiado ao PRB]. E eu?”. Ninguém respondeu.

Marta é do partido do presidente interino, Michel Temer, e de Paulo Skaf, o presidente da Fiesp.

Uma das reclamações de aliados da ex-petista foi o suposto uso de cargos na Prefeitura e no governo do Estado em troca de apoio partidário a Fernando Haddad (PT) e João Doria (PSDB). Os 2 candidatos serão os que terão os maiores tempos de propaganda no rádio e na TV. Russomanno é filiado ao PRB, partido que tem ligações com a igreja Universal.

Outra preocupação da ex-prefeita é o uso de dinheiro próprio na campanha. O candidato do PSDB, João Doria, já afirmou que usará recursos pessoais para financiar sua candidatura. O tucano declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 180 milhões. Marta ainda não informou ao TSE o valor de seus bens. Na última eleição que disputou, em 2010, a peemedebista declarou patrimônio de R$ 12 milhões.

META: PASSAR DOS 20%
A peemedebista quer chegar a esse percentual pois acha que assim garante sua ida ao 2º turno. De acordo com as últimas pesquisas, Marta está bem atrás do líder, Russomanno. No Ibope, 29% a 10% ou 30% a 13%, dependendo do cenário testado. Leia os resultados de todos os principais levantamentos de intenção de voto nas maiores cidades do país na página de pesquisas do Blog.

Marta acredita que precisa chegar a 20% para garantir sua passagem para o 2º turno. Acha também que Russomanno já garantiu a vaga na disputa final.

FOCO: JOÃO DORIA
Na avaliação da candidata do PMDB, o tucano João Doria tem forte potencial de crescimento. Além do tempo de propaganda e do uso de recursos pessoais, ela acredita que Doria herdará capital político de eleitores fiéis ao PSDB.

O tucano é “afilhado político” do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Uma das razões da escolha do ex-tucano Andrea Matarazzo como vice em sua chapa foi tentar desidratar o eventual crescimento de João Doria.

Para a peemedebista, a situação de Fernando Haddad é complicada. Além da alta rejeição enfrentada pelo atual prefeito (na faixa de 45%), Marta acredita que o ex-presidente Lula e o PT não tenham mais tanta força na mobilização de eleitores na periferia.

A campanha eleitoral terá início na próxima 3ª feira (16.ago.2016). Candidatos poderão fazer campanha na internet, eventos e comícios. O horário eleitoral gratuito obrigatório no rádio e na televisão começa no dia 26.ago.2016.

O Blog está no Facebook, Twitter e Google+.


Matarazzo, Marta e Kassab, de inimigos íntimos a aliados
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Ex-tucano será vice na chapa da peemedebista

Matarazzo sobre gestão Marta: “tragédia” 

Marta sobre gestão Kassab: “medíocre”

Kassab sobre gestão Marta: “ineficiente”

Aliança tem conexão com as eleições de 2018

Matarazzo, Marta e Kassab fecham acordo para as eleições municipais em São Paulo

Matarazzo, Marta e Kassab fecham acordo para as eleições municipais em São Paulo

Andrea Matarazzo (PSD) fechou um acordo para ser o candidato a vice-prefeito na chapa da pré-candidata Marta Suplicy (PMDB) à Prefeitura de São Paulo. O ex-tucano não conseguiu viabilizar uma candidatura própria, desejo pessoal desde os tempos em que esteve filiado ao PSDB. Acabou sucumbindo ao pragmatismo político e se aliou a uma antiga adversária.

A aliança com Marta Suplicy é um desejo do presidente interino Michel Temer (PMDB), do ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação) e do chanceler José Serra (PSDB).

Na visão de aliados dos políticos, a união de Marta (PMDB) com Matarazzo (PSD) aumenta a chance de os 2 vencerem adversários de legendas mais tradicionais na cidade, como o PT e o PSDB.

Marta e Kassab já disputaram as eleições municipais paulistanas, em 2008. Acumularam em seus históricos uma série de críticas e ataques mútuos, inclusive no plano pessoal.

A formação da chapa de ex-adversários políticos tem relação direta com as disputas majoritárias de 2018. O resultado das eleições municipais em São Paulo influenciará os caminhos seguidos pelos partidos para a disputa pelo governo do Estado e pela Presidência da República, daqui a 2 anos.

As informações são do repórter do UOL Victor Fernandes.

Agora aliado a Marta Suplicy, o vereador Matarazzo já foi um crítico acerbo da 1administração da então petista na capital paulista, de 2001 a 2004. Chegou a classificar a gestão martista como uma “tragédia”. O vereador foi subsecretário de José Serra (PSDB) no governo que sucedeu Marta Suplicy, em 2005.

Matarazzo já foi pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo duas vezes. Em 2012, abriu mão da candidatura para apoiar Serra. Agora, em 2016, desistiu de disputar o 2o turno das prévias tucanas por considerar o processo uma fraude. Ele e aliados acusaram João Doria Jr (PSDB), candidato preferido do governador Geraldo Alckmin (PSDB), de abuso de poder econômico e uso da máquina do governo do Estado.

MATARAZZO X MARTA
Em 2012, quando abandonou a disputa interna do PSDB pela 1a vez, Matarazzo afirmou que a administração do PT, sob o comando de Marta, foi uma “tragédia”.  Também  declarou que os adversários do seu partido gostariam de “repetir a gestão nefasta e destruidora que fizeram em São Paulo”. Na época, Marta Suplicy ainda era petista e acabara de desistir da sua candidatura para apoiar Fernando Haddad (PT), escolha pessoal do ex-presidente Lula (PT).

Matarazzo

Matarazzo chama gestão do PT em São Paulo de “tragédia”

Matarazzo já responsabilizou a gestão Marta por “consolidar” o consumo de crack no centro de São Paulo. A afirmação foi feita em um debate promovido pelo PSDB nas prévias da disputa pela prefeitura em 2012.

No mesmo ano, depois de conquistar uma vaga na Câmara Municipal da cidade, Matarazzo falou durante uma entrevista sobre como eram feitas as transições de governo. A respeito da passagem da gestão de Marta para a de Serra, da qual participou, afirmou:

“O PT criou dificuldades para ele mesmo. Foi acumulando problemas em 4 anos, que culminou na nossa vitória na eleição. Foi má gestão. (…) Os métodos de gestão do PT não são os ideais de boa governança”.

A íntegra  da entrevista com críticas ao governo Marta ainda por ser vista no site do pré-candidato a vice.

Entrevista que Andrea Matarazzo comenta dificuldades na transição do governo Marta Suplicy (nov.2012)

Entrevista que Andrea Matarazzo comenta dificuldades na transição do governo Marta (nov.2012)

MARTA X KASSAB
Marta Suplicy também já foi adversária política do presidente do PSD, Gilberto Kassab. Disputaram o 2º turno das eleições municipais em São Paulo, em 2008. A campanha ficou marcada por uma propaganda de Marta que abordava a vida pessoal do então candidato à reeleição e o questionava se era casado ou tinha filhos. Apenas depois de 2 anos, a ex-prefeita pediu desculpas pela propaganda que havia sido dirigida pelo marqueteiro João Santana (no momento, preso em Curitiba por causa de envolvimento na Lava Jato).

Abaixo, o polêmico comercial de 2008:

Em 2012, Marta criticou o seu partido por tentar buscar o apoio do PSD. “Ficamos flertando com o adversário”, escreveu em sua página no Twitter.

A ex-prefeita já classificou os anos da administração Gilberto Kassab como “medíocres”. Quando desistiu de ser candidata para apoiar Fernando Haddad (PT), afirmou: “O que me interessa agora é ver o PT de volta à prefeitura e levar minha cidade para um outro momento, longe de um governo medíocre que foi o governo Kassab”.

KASSAB X MARTA
O ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação) também foi um dos críticos da 1ª administração de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo. Kassab foi o vice de José Serra (PSDB) na gestão que sucedeu a ex-petista, em 2005 e 2006. Como o tucano, atual ministro das Relações Exteriores, candidatou-se e ganhou a disputa pelo governo do Estado 2 anos após assumir a prefeitura, Kassab ocupou o cargo de forma definitiva até 2008. Venceu Marta no 2º turno das eleições daquele ano e administrou a cidade até 2012.

Sobre a gestão Marta Suplicy, afirmou: “Achamos que a administração do PT foi extremamente ineficiente para São Paulo”.

Gilberto Kassab acusou Marta de “ter deixado a cidade quebrada”. O ministro chegou a dizer, em 2008, que a gestão da ex-petista entregou a cidade com 92 obras paradas e dívidas.

ELEIÇÕES 2018
A corrida eleitoral paulistana é uma prévia das disputas majoritárias de 2018. Os resultados da pré-candidatura da chapa Marta/Matarazzo e dos tucanos João Doria/Bruno Covas servirão para demonstrar a força dos prováveis pré-presidenciáveis do PSDB no Estado.

Uma vitória de Marta fortalecerá as intenções do chanceler José Serra concorrer ao Palácio do Planalto pelo PSDB, em 2018. Já o governador Geraldo Alckmin aposta em João Doria, candidato que teve seu apoio durante as prévias internas do partido.

A vitória da chapa Marta-Matarazzo também interessa a Paulo Skaf, presidente da Fiesp e filiado ao PMDB. Skaf já foi candidato ao governo do Estado de São Paulo e tenta viabilizar nova candidatura.

Políticos próximos a Alckmin, como o vice-governador Marcio França (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes (Justiça), também atuam nos bastidores para serem o sucessor do governador.

REJEIÇÃO A MARTA
Transferir votos dos eleitores simpáticos a Matarazzo deve ser uma das complicações da candidatura. Antes do anúncio da aliança, entre os eleitores que afirmaram votar em Matarazzo na última pesquisa Datafolha, 45% disseram que não votariam de jeito nenhum em Marta Suplicy no 1o turno.

A pré-candidata do PMDB é a 2a mais rejeitada entre os apoiadores do ex-tucano – empatada com Russomanno. Só Fernando Haddad (PT) tem rejeição maior (66%) nesse eleitorado.

As simulações de 2o turno também indicam que eleitores de Matarazzo preferem João Doria (58%) e Luiza Erundina (39%) a Marta Suplicy (24% e 32%, respectivamente). 66% dos que afirmaram votar em Marta disseram, à época, não conhecer Andrea Matarazzo.

SUPERAR A POLARIZAÇÃO
Em sua página do Facebook, Matarazzo afirmou que inicia-se “uma aliança que vai superar a polarização que tanto se fala por aqui. Chega dessa história de eleitores vermelhos de um lado, azuis de outro, centro expandido de um lado, bairros da periferia de outro. Para melhorar de verdade a cidade, precisamos caminhar juntos. E é isso que essa aliança significa”.

A pré-candidata peemedebista também usou a rede social para anunciar a formação da chapa. Disse estar confiante. “Demos um passo importante em favor da São Paulo que sonhamos”.

Marta e Matarazzo selam acordo para eleições 2016

Marta e Matarazzo selam acordo para eleições  (26.jul.2016)

A convenção que deve oficializar a chapa está marcada para o dia 30.jul (sáb), em São Paulo.

Blog está no FacebookTwitter e Google+.

 


Programa de Haddad diz que rivais vão impor “valores retrógrados” em SP
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Ataque é contra Doria (PSDB), Russomanno (PRB) e Marta (PMDB)

Texto diz que adversários têm agenda racista, machista e homofóbica

Opositores são associados no documento a interesses privados

Eleitores decidirão entre “legalidade” e “golpe”, afirma programa

Eleito em 2012, Fernando Haddad (PT-SP) cumpre agenda como prefeito

O documento inicial que alinhava as diretrizes do programa de governo da campanha à reeleição do prefeito Fernando Haddad faz duras críticas a seus opositores. Diz que os adversários estão em “partidos de direita” e vão representar um “retrocesso” se vencerem a disputa de outubro. Membros dos 20 grupos de estudos que colaboraram com o documento terão até sábado (23.jul) para incluírem emendas com projetos e ideias que farão parte do programa finalizado, detalhando metas específicas.

As principais críticas estão na abertura do documento, que contém uma análise da conjuntura atual sob a ótica petista. O Blog teve acesso à íntegra do programa batizado de Construindo a cidade para além do nosso tempo. Em 46 páginas, são apresentadas as diretrizes para a eventual 2ª gestão de Haddad, de 2017 a 2020.

A candidatura do petista à reeleição será oficializada neste domingo (24.jul), na convenção municipal do PT paulistano. No momento, Haddad tem menos de 10% das intenções de voto. Sua gestão é aprovada por 14% dos paulistanos. São Paulo é a maior cidade do Brasil. Tem 11,9 milhões de habitantes e 8,8 milhões de eleitores. É vital para o PT manter a capital paulista sob seu comando para amenizar a crise pela qual passa a legenda depois das acusações de corrupção vindas da Operação Lava Jato e do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

As informações são dos repórteres do UOL  Gabriela Caesar, Victor Fernandes e Victor Gomes.

O programa da candidatura de Haddad procura criar uma polarização política no plano municipal. De um lado, estariam o PT e outras forças políticas de esquerda defendendo direitos civis. De outro, todos os demais candidatos de viés conservador e representando interesses de “grupos econômicos privados”.

“A esta agenda [da oposição] somam-se os valores mais retrógrados, como o racismo, o machismo, a homofobia, a discriminação regional e a xenofobia”, continua.

Embora o documento não cite os adversários do PT na atual disputa paulistana, os principais rivais de são João Doria (PSDB), Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB).

O programa de governo para um eventual 2º mandato de Haddad afirma que os partidos de “direita” agem contra o “processo de mudança liderado pelo PT” para “eliminar conquistas sociais”, “arrochar salários e aposentadorias”, entre outros.

Capa do documento da candidatura do prefeito Fernando Haddad (PT-SP)

De acordo com o documento, a população vai escolher entre a “legalidade constitucional” e o “golpe” ou entre a “soberania do povo” e o “retorno do coronelismo urbano”. Ou entre a “inclusão das maiorias” e o “retrocesso liderado pelas oligarquias”.

Essa estratégia do “nós contra eles” funcionou em várias campanhas eleitorais recentes do PT, mas tudo antes de o partido entrar em crise por causa de várias acusações de corrupção.

PRINCIPAIS PROPOSTAS
Uma das principais diretrizes do documento “Construindo a cidade para além do nosso tempo” é a promessa de execuções de PPPs (Parcerias Público-Privada). Entre os projetos citados, estão as concessões da arena e do espaço Anhembi, a revitalização do estádio do Pacaembu e a transferência da sede da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). O texto cita: “Garantir a realização da PPP de revitalização do centro de São Paulo, com investimentos previstos em habitação, serviços e obras urbanas”.

Para a educação, o programa trata da formação de profissionais com foco nas “relações étnico-raciais, e as questões de sexualidade, gênero e condições físicas”. O projeto cita o aprimoramento de ações voltadas para a inclusão de crianças, mulheres,  idosos, jovens, pessoas com deficiência, negros e LGBTs. Em um primeiro momento, porém, evita estipular metas concretas como a quantidade de escolas a serem construídas e vagas em creches, como ocorreu no plano de governo das eleições vencidas pelo petista, em 2012. Esse detalhamento deve ser feito ao longo da atual campanha.

A seguir, a tabela com as principais propostas do documento elaborado pela coordenação da pré-campanha de Fernando Haddad (clique na imagem para ampliar):

Programa-governo-Haddad-2016

O ARCO DO FUTURO SUMIU
O programa ignora o “Arco do Futuro”, principal projeto da campanha que elegeu o prefeito em 2012.

O plano previa a construção e reformas de vias próximas às marginais. Mas importantes obras foram canceladas durante o 1o mandato do petista. No documento que projeta ações para o eventual governo a partir de 2017, não há nenhuma menção às obras.

Em 2012, uma propaganda “hollywoodiana” feita pelo marqueteiro João Santana (no momento preso por causa da Lava Jato) chamou a atenção durante a campanha eleitoral. Fernando Haddad, auxiliado por efeitos especiais, tratava o projeto como grande vitrine do seu governo. Assista aqui ao vídeo do então candidato petista apresentando o “Arco do Futuro” 4 anos atrás.

Fernando Haddad

 

CICLOVIAS: “ELITE É CONTRA O AVANÇO”
Quando faz referência às ciclovias, marca da gestão Haddad, o programa de 2016 diz que as “elites paulistanas não são inimigas de bicicletas, mas de qualquer avanço na ocupação da cidade pelo povo trabalhador”.

Segundo a publicação, o país passa por um momento decisivo que pode colocar a perder os principais avanços adquiridos durante o governo petista. O texto associa o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff a uma eventual derrota de Haddad em outubro.

Apesar da menção ao processo de impeachment, não há nenhuma citação direta a Dilma Rousseff ou ao ex-presidente Lula. É uma grande diferença em relação ao programa de governo de Haddad de 2012. Há 4 anos, quando disputava pela primeira vez a Prefeitura de São Paulo, Haddad fez 5 citações ao ex-presidente e uma a Dilma.

Um dos temas mais em evidência nos últimos 2 anos, a Lava Jato, também não aparece na análise de conjuntura petista no programa eleitoral de Haddad.

Blog está no FacebookTwitter e Google+.


A 3 meses das eleições, prefeitos aumentam inaugurações em até 17 vezes
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Candidato à reeleição em Fortaleza, Roberto Cláudio entregou 51 obras em 1 mês

Em 5 capitais, aumento em relação a junho do ano passado é de pelo menos 138%

Desde sábado (2.jul), Justiça Eleitoral não permite que prefeitos façam cerimônias 

roberto-claudio-inauguracao-terminal-onibus

O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (de camisa rosa), reabre terminal de ônibus em 29.jun

Prefeitos que tentam a reeleição nas eleições de out.2016 aproveitaram ao máximo o período em que a Justiça Eleitoral permite a inauguração de obras–o prazo se encerrou em 2.jul. Levantamento do Blog mostra que, nas maiores capitais, o ritmo de solenidades aumentou até 1600% em relação a 2015.

O Blog analisou os sites das 5 maiores capitais do país em que os prefeitos são pré-candidatos às eleições de outubro –São Paulo, Salvador, Fortaleza, Manaus e Curitiba. Foram contadas apenas as inaugurações noticiadas pelas assessorias de imprensa das prefeituras, tanto em jun.2016 quanto jun.2015.

As informações são do repórter do UOL Guilherme Moraes.

Quem mais entregou obras foi o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT). De 1º.jun a 30.jun, foram 51 inaugurações –crescimento de 1.600% ante o mesmo período de 2015. Só na última semana antes da proibição pela Lei Eleitoral, foram 11 cerimônias para entregar obras.

tabela-inauguracoes-capitais

Logo atrás, aparece Arthur Virgílio Neto (PSDB), de Manaus. Em jun.2016, o tucano inaugurou 11 obras, 450% a mais que as 3 registradas no mesmo mês de 2015.

Entre as obras entregues em 2016, está a reforma da praça que leva o nome de seu pai, o ex-senador Arthur Virgílio Filho. No ano passado, uma unidade de saúde com o mesmo nome já havia sido inaugurada.

Em Salvador, o prefeito Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM) participou da entrega de 15 obras em jun.2016. No entanto, o total de inaugurações, segundo o próprio demista, foi bem maior: 30 em apenas 3 dias e 200 nos últimos 40 dias antes da proibição eleitoral.

Em jun.2015, a assessoria de imprensa de ACM Neto noticiou a entrega de apenas 3 obras.

O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), inaugurou 11 obras em jun.2016 –um aumento de 267% ante 2015. A construção do calçadão no bairro Cajuru também está na fase final e deve ser concluída nos próximos dias.

Na maior cidade do país, São Paulo, o ritmo de inaugurações foi o que menos cresceu. Ainda assim, o prefeito Fernando Haddad (PT) entregou mais que o dobro de obras em relação ao ano passado: 19, ante 8 em 2015 –aumento de 138%.

FIM DA PROPAGANDA PESSOAL
Desde 6ª feira (1º.jul), os políticos não podem mais fazer propaganda institucional no rádio e na televisão. Desde sábado (2.jul), também estão proibidos de inaugurar obras, contratar ou demitir sem justa causa e nomear para cargos em comissão, entre outras restrições (que podem ser lidas a partir da página 6 do calendário elaborado pelo Tribunal Superior Eleitoral).

Blog está no FacebookTwitter e Google+.


Patrimônio de João Doria é 10 vezes maior que soma dos rivais
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Empresário, Doria é o mais rico entre pré-candidatos a prefeito

jdoria-bruno-poletti

O pré-candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Doria

Por José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Pedro Venceslau

O patrimônio de João Doria Jr. supera R$ 170 milhões, segundo levantamento da reportagem. Se oficializado como candidato a prefeito de São Paulo pelo PSDB nas eleições de outubro, será o mais rico entre os principais nomes que se apresentam até agora.

Seus bens valem no mínimo dez vezes mais do que o patrimônio somado dos rivais conhecidos, levando-se em conta o que declararam à Justiça eleitoral: Fernando Haddad (PT), Marta Suplicy (PMDB), Andrea Matarazzo (PSD) e Luiza Erundina (PSOL).

Mesmo que Paulo Maluf (PP) se agregasse à disputa eleitoral paulistana, ainda assim Doria teria um patrimônio pelo menos quatro vezes maior do que a soma dos outros candidatos. Maluf declarou patrimônio de R$ 39 milhões na eleição de 2014.

Diante dos bens que possui no Brasil, a offshore de Doria nas Ilhas Virgens Britânicas e o apartamento em nome dela em Miami são trocado.

O empresário foi procurado pela reportagem. Leia aqui o que ele disse sobre a offshore e o apartamento em Miami.

Pelos valores de mercado atuais, o apart-hotel no Mutiny On The Bay está avaliado em cerca de R$ 2 milhões. Mas isso não se compara aos R$ 51 milhões da casa onde o pré-candidato tucano mora no Jardim Europa. Esse não é nem sequer o valor de mercado, mas o valor venal, sobre o qual incide o IPTU.

Apenas de imposto territorial, Doria tem que pagar anualmente R$ 285 mil para a Prefeitura que pretende comandar. Ele quitou o valor integralmente em 2016, em cota única. Os dados são públicos e estão disponíveis para pesquisa na internet.

A casa torna-se tão valiosa por sua localização, em um dos bairros mais caros de São Paulo, e por suas dimensões: são 3.304 metros quadrados de área construída, assentados em 7.883 metros quadrados de terreno.

Além de piscina e quadra de tênis, a área de lazer inclui um campo de futebol gramado e iluminado, com 36 metros de comprimento por 24 metros de lado. Se fosse possível vendê-lo separado, custaria R$ 5,5 milhões. Doria é tão adepto das peladas que o campo tem até placa de patrocinador.

O pré-candidato tem outro imóvel cuja conta do IPTU aparece em seu nome em São Paulo: um apartamento de 988 metros quadrados nos Jardins, cujo valor venal é de R$ 5,7 milhões. Em Campos de Jordão (SP), é dono da Villa Doria, onde aterrissa seu helicóptero Bell 429 para sete passageiros no heliponto registrado em seu nome.

Doria começou sua carreira ocupando cargos públicos nos anos 80 – primeiro como presidente da Paulistur, na gestão de Mario Covas como prefeito de São Paulo, e, em seguida, como presidente da Embratur, no governo Sarney, em Brasília.

Sua mais notória participação eleitoral até este ano foi na campanha presidencial de 1989, quando começou como um dos coordenadores do programa de governo de Covas (PSDB) e terminou, ainda no primeiro turno, como apoiador do vitorioso Fernando Collor (então no PRN).

Doria ganhou dinheiro como empresário de eventos e publicidade, entre outras atividades. A maior parte de seu patrimônio está em cotas de nove empresas, como a Doria Administração e Eventos (R$ 34,7 milhões), a D. Empreendimentos (R$ 37,4 milhões) e a D. Empreendimentos e Participações Ltda (R$ 30 milhões).

Todos os valores são estimados com base no capital social das empresas. Os valores de mercado podem ser muito maiores.

As empresas são as donas de outros bens valiosos usados pelo pré-candidato, como o helicóptero e um jatinho Legacy, da Embraer, cujo valor de mercado é estimado em US$ 16 milhões.

Participaram da série Panama Papers os repórteres Fernando Rodrigues, André Shalders, Mateus Netzel e Douglas Pereira (do UOL), Diego Vega e Mauro Tagliaferri (da RedeTV!) e José Roberto de Toledo, Daniel Bramatti, Rodrigo Burgarelli, Guilherme Jardim Duarte e Isabela Bonfim (de O Estado de S. Paulo).

Blog está no FacebookTwitter e Google+.